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• Procuração “Ad Judicia et extra”. A procuração geral para o foro. • O CPC fala apenas em procuração para o foro geral (não fala ad judicia) o que vem a ser a mesma coisa. • ad judicia - para seu advogado realizar atos dentro da justiça - do Poder Judiciário et = e extra = fora então... extra judicia = para seu advogado praticar atos fora da esfera judicial. •Código Civil prevê que o mandato é a modalidade de contrato ou negócio jurídico pela qual alguém outorga a outrem poderes de representação, conforme previsão no art. 653. •Art. 653 CC. •Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato. PROCURAÇÃO AD JUDICIA ET EXTRA • Autoriza o advogado a agir tanto nos autos do processo judicial como fora dele, com todos os poderes que lhe forem conferidos. Nota-se que não existe a necessidade do reconhecimento de firma quando a procuração ad judicia et extra é utilizada em autos do processo judicial, por outro lado, o reconhecimento da firma da parte é exigível como prova de validade dos atos jurídicos perante terceiros, que não estão sujeitos ao processo (artigo 653, § 2º, do CC). • Art. 105 CPC. A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica. • O termo mandato advém de manus dare, que significa mãos dadas ►realização de negócio, em sinal de compromisso assumido, dava-se as mãos aceitando o encargo. • Da noção de mandato defluem 3 conceitos: 1.Mandato: contrato que se aperfeiçoa com o encontro de vontades 2.Procuração: instrumento que materializa o contrato; 3.Representação: investidura concedida pelo mandante ao mandatário, em virtude da existência do instrumento de mandato. • Na prática forense, o mandato assume relevante importância, uma vez que o advogado age em juízo em nome de seu cliente, na qualidade de mandatário ou procurador, como determinam os arts. 104 do CPC e 5º do Estatuto da Advocacia. É, portanto, condição para o exercício da prática forense que o advogado esteja no exercício do mandato (salvo se advogar em causa própria). • De acordo com a regra, o advogado deverá exibir o instrumento de mandato no momento de seu ingresso nos autos, ou seja, o advogado apenas poderá praticar os atos processuais em nome de seu cliente se fizer prova do mandato (por meio de procuração). • No entanto, essa regra foi abrandada com as exceções previstas no art. 104 do CPC e art. 5º, parágrafo 1º, do Estatuto da Ordem, segundo os quais, alegando urgência, o advogado poderá praticar o ato processual sem a exibição da procuração, mas comprometendo-se em juntar tal contrato no prazo de quinze dias, que podem ser prorrogados por mais quinze dias mediante decisão judicial. • O ato praticado sob protesto de futura juntada de procuração recebeu o nome de mandato de caução de rato. O advogado atua sem procuração, mas a ratificação de seus atos dependerá da exibição do instrumento de mandato. • A procuração é apresentada, como regra, pelo autor na petição inicial e pelo réu na contestação, mas nada impede que seja juntada no curso do processo por meio de mera petição. Em caso de petição apresentada em audiência, fica dispensada a petição de juntada, uma vez que a procuração será juntada mediante autorização no termo da audiência. • Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente. • § 1o Nas hipóteses previstas no caput, o advogado deverá, independentemente de caução, exibir a procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz. • § 2o O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos. • Há duas relações jurídicas bem nítidas no mandato: 1.Relação interna: vincula o mandante e o mandatário; disciplinando seus limites – representação; 2.Relação externa: se refere ao ato ou atos que o mandatário pratica com terceiros, em nome do mandante. • Há3 tipos de representação: a)Legal: a lei confere poderes para administrar interesses alheios – pais, tutores, curadores (sem mandato) b)Judicial: nomeado por autoridade judiciária – inventariante, depositário judicial (sem mandato) c)Convencional: com mandato exprimindo a vontade do mandante para prática de certo ato • A regra é no sentido de que a procuração com cláusula ad judicia habilita o advogado para defesa geral do cliente no processo. • A cláusula geral dá capacidade postulatória ao advogado para o exercício de todos os atos ordinários do processo, por exemplo, promover ação, contestar, apresentar petições, defesas em audiências, interpor recursos, etc. (art. 5º, § 2º, do Estatuto da OAB). • Art. 5º O advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato. • § 2º A procuração para o foro em geral habilita o advogado a praticar todos os atos judiciais, em qualquer juízo ou instância, salvo os que exijam poderes especiais. • Alguns atos dependem de poderes especiais (que devem ser previstos expressamente nas procurações caso seja do interesse do cliente e do advogado). • Atos: receber, dar quitação, firmar compromisso, transigir, reconhecer a procedência do pedido, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, confessar e receber citação Art. 105 do CPC. • Em relação aos poderes especiais, não se deve inseri-los indiscriminadamente nas procurações, pois a inclusão leviana poderá gerar prejuízos (confissão, renúncia do direito). • Os poderes especiais devem estar expressos na procuração, enquanto os poderes gerais estão implícitos na cláusula ad judicia. PROCURAÇÃO “AD JUDICIA ET EXTRA” OUTORGANTES: XXXXXXXXXX OUTORGADOS: LUCIANA CRUZ CARVALHO, brasileira, solteira, advogada inscrita na OAB/PE sob o nº 27.879, inscrita no CPF sob nº XXXXX, com escritório profissional localizado à Rua Agamenon Magalhães, 668, Centro, em Salgueiro-PE, onde recebem intimações de estilo (art. 39 do CPC). PODERES: O(a)(s) outorgantes(s) confere(m) aos outorgados amplos poderes para o foro em geral, com a cláusula “ad judicia et extra”, para representa-lo em repartições publicas federais, autarquias e especialmente perante o INSS – Instituto Nacional de Seguro Social, para tratar de assuntos de seu interesse, assinando requerimentos e outros papeis, requerer benefícios previdenciários e suas revisões, transformações, desistência, obter vistas em procedimento administrativo, conferindo-lhes ainda poderes para, em qualquer juízo, Instância ou Tribunal, propor ação revisional e/ou concessão de benefício, seguindo-a até o final, utilizando-se dos recursos legais e acompanhando-os, sendo expressamente autorizados a confessar, prestar depoimento pessoal, desistir, renunciar aos valores excedentes a 60 salários mínimos em razão do procedimento especial (art. da lei 10.259/2001), transigir, firmar compromissos e acordos, receber e dar quitação, levantar valores existentes em contas judiciais, precatórios, RPV deduzindo e compensando os seus créditos por despesa de verba honorária contratual, e as decorrentes da sucumbência, nas respectivas prestações de contas, receber intimações, citações administrativas ou judiciais, agindo tudo em conjunto ou separadamente, autorizado o substabelecimento total ou parcial a outrem. DECLARAÇÃO: O(a)(s) outorgantes(s) DECLARA(M), para todos os finsde direito e sob as penas da lei, que não tem condições de arcar com as despesas inerentes à presente ação, sem prejuízo de seu sustento e de sua família, necessitando, portanto, da gratuidade judiciária, indicando como seus advogados os outorgados acima nomeados, nos termos do § 4º do artigo 5º, da Lei 1.060 de 1950. _________________ , ______ de ________________ de ________ ___________________________________________________ OUTORGANTE • O substabelecimento é o instrumento de transferência de poderes recebidos em mandato. (Subcontrato ou contrato derivado) O substabelecimento poderá se dar: • com reservas de poderes, situação em que aquele que substabelece conserva para si os poderes que recebeu, continuando a atuar no processo. Essa modalidade de substabelecimento pode ser conferida em favor de estagiários para que possam praticar os atos previstos no Estatuto (fazer carga, despachar petições com o juiz, assinar petições de juntadas, assinar as demais petições em conjunto com o advogado, etc. ) • sem reservas de poderes: nessa modalidade o advogado que substabelece transfere todos os poderes que recebeu sem reservar nada para si, ou seja, equivale à renúncia do mandato (o advogado que substabelecer sem reservas não poderá praticar mais atos no processo). • Em caso de substabelecimento sem reservas de poderes, o advogado que substabelecer deverá comunicar o seu cliente que está deixando o processo, equivale à renúncia do mandato - Código de Ética e Disciplina: art. 24, § 1º - o substabelecimento do mandato sem reservas de poderes exige o prévio e inequívoco conhecimento do cliente. • No caso de substabelecimento com ou sem reservas os honorários deverão ser quitados ao advogado contratado, na forma que constar do contrato, sendo que o advogado pode recusar-se em substabelecer sem antes receber os honorários. • Tudo depende de um acordo entre ambos. O cliente pagará pelo que foi efetivamente feito pelo advogado, sem ser penalizado no pagamento integral de dois advogados pela mesma causa, é questão de bom senso. • O advogado procurador pode renunciar ao mandato judicial. Nesse caso, deverá fazer uma petição ao juiz, expondo seu desejo de renunciar ao mandato na Ação, em virtude de motivo de força maior, requerendo a notificação do mandante, observado o disposto no art. 112 do CPC. • Na prática, às vezes, o advogado renuncia no mesmo dia da audiência e com esse fundamento procura adiá-la. Se isso ocorrer, é bom lembrar que continua obrigado a representar o mandante durante os dez dias seguintes à notificação, para evitar prejuízo deste. • Art. 112 CPC. O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo, provando, na forma prevista neste Código, que comunicou a renúncia ao mandante, a fim de que este nomeie sucessor. • § 1o Durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado continuará a representar o mandante, desde que necessário para lhe evitar prejuízo... • O advogado não precisa declinar o motivo para renunciar ao mandato. Continuará por dez dias seguintes à notificação da renúncia a representar o mandante, continuando, inclusive, a receber intimações, salvo se for substituído antes do término desse prazo. (art. 5º, § 3º da Lei 8.906/94). • Seja qual for a forma de ciência do cliente da renúncia do mandato, seja por carta registrada, seja através do cartório de registro de títulos e documentos, o advogado só poderá manifestar nos autos a sua renúncia fazendo prova da ciência do cliente. • Dentro de tal prazo, o cliente deverá constituir novo advogado e outorgar-lhe mandato para que esse ingresse em juízo, substituindo o advogado renunciante. • Se o advogado provar nos autos a notificação do cliente e esse não constituir novo advogado para representá-lo nos autos, os prazos para ele passarão a correr, independentemente de intimação. MODELO DE SUBSTABELECIMENTO: SUBSTABELECIMENTO Substabeleço, com reservas (ou sem reservas), os poderes que me foram conferidos por NOME DO OUTORGANTE DO MANDATO, nos autos da ação de rito (nome do rito), em trâmite perante a (n.) Vara Cível do Foro, processo autuado sob o n. (dados do processo), a NOME DOS ADVOGADOS OU ESTAGIÁRIOS SUBSTABELECIDOS, (qualificação), advogado ou estagiário inscrito na OAB sob o n. (número da inscrição), com escritório na rua (endereço completo). Local e data. Nome e assinatura do advogado Número de Inscrição na OAB. MODELO DE SUBSTABELECIMENTO: SUBSTABELECIMENTO Substabeleço, com reservas (ou sem reservas), os poderes que me foram conferidos por NOME DO OUTORGANTE DO MANDATO, nos autos da ação de rito (nome do rito), em trâmite perante a (n.) Vara Cível do Foro, processo autuado sob o n. (dados do processo), a NOME DOS ADVOGADOS OU ESTAGIÁRIOS SUBSTABELECIDOS, (qualificação), advogado ou estagiário inscrito na OAB sob o n. (número da inscrição), com escritório na rua (endereço completo). Local e data. Nome e assinatura do advogado Número de Inscrição na OAB. Lei nº 8.906/94, arts. 22/26 (Honorários advocatícios) Código de ética e disciplina da OAB, arts. 35/43 (Honorários profissionais) É através do contrato que se delimitará os direitos e obrigações do mandante/ cliente/ outorgante e o mandatário/advogado/outorgado, em especial, o serviço contratado e a contraprestação pelo mesmo, ou seja, o valor e forma de pagamento. É o título executivo extrajudicial (assinado por duas testemunhas) a ser executado no caso de inadimplemento do cliente. Os honorários advocatícios devem ser fixados com base na tabela de honorários da OAB. www.oabpe.org.br A falta de contrato de prestação de serviços obrigará o advogado a ajuizar ação para fixação ou arbitramento de honorários, vale dizer, um processo de conhecimento muito mais demorado que o processo de execução. -PROIBIÇÃO DE PROCURAÇÃO E CONTRATO DE HONORÁRIOS EM UM ÚNICO DOCUMENTO EXERCÍCIO PROFISSIONAL - PROCURAÇÃO E CONTRATO DE HONORÁRIOS EM UM ÚNICO DOCUMENTO – IMPOSSIBILIDADE Por causar sérias questões de ordem ética, em caso de renúncia, revogação ou substabelecimento de mandato e, principalmente por ferir a regra do sigilo profissional, entende-se ser antiética a utilização da procuração ´ad judicia´ e do contrato de honorários em um único documento. Aconselha-se que o contrato de honorários obedeça aos preceitos estabelecidos nos artigos 35 a 43 do Código de Ética e Disciplina. Proc. E-2.728/03 – v.u. em 22/05/03 do parecer e ementa do Rel. GUILHERME FLORINDO FIGUEIREDO – Rev. Dr. BENEDITO ÉDISON TRAMA – Presidente Dr. ROBISON BARONI
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