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Direito Internacional Público

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DIP – DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
1. Conceito e denominação
2. Desenvolvimento histórico
3. Fundamentos do DIP
4. Finalidade
5. Realidade de Existência
6. Fontes do DIP
7. Relações do DIP como direito interno
6. FONTES DO DIP
6.1– Conceito:
	São os documentos ou pronunciamentos dos quais advém os direitos e deveres das pessoas internacionais. 
	O Estatuto da CIJ, no artigo 38, menciona quais são as fontes do DIP, que podem ser usadas em suas decisões.
	Dispõe o artigo 38:
1.”A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará:
as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes; 
o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito.
Os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas.
Sob ressalva da disposição do art. 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações, como meio de auxiliar para a determinação das regras de direito.
2. A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão ex aequo et bono, se as partes com isto concordarem.”
6.2 – ESPÉCIES:
Assim, as fontes se dividem em três espécies:
1ª FONTE REAL: 
	São os PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO: 
São preceitos que formam a cultura jurídica.
Os Romanos tinham os princípios gerais do direito, que ainda hoje são usados: Ex.: 	- viver honestamente: honeste vivere
 - não lesar ninguém: neminem laedere
		- dar a cada um o que é seu: suum cuique tribuere.
	No DIP alguns autores entendem que os PGD fazem parte dos costumes. Para Aciolly é fonte real, verdadeira e fundamental e fornece elementos para interpretação dos tratados e costumes.
	Os PGD são encontrados quase que na totalidade no Direito Interno, pois o DIP é pobre em PGD.
	O objetivo de incluir os PGD como fontes de DIP foi de sempre propiciar uma solução aos litígios. Assim, se a Corte não encontrasse nas normas e costumes uma solução para o caso poderia recorrer aos PGD. 
	Leciona Rezek:
	“Tome-se como exemplo, de início, a regra nemo plus juris. Dizer que ninguém pode transferir a outrem mais direitos do que possui ele próprio é o mesmo que dizer que ninguém pode dividir um todo em três metades, ou em cinco quartas-partes. Essa consistência puramente lógica marca ainda, entre outras figuras notórias em direito, a exceção de litispendência, e as regras segundo as quais o desacordo entre dois textos normativos, emanados do mesmo poder legiferante, deve ser resolvido mediante a prevalência do particular sobre o geral, e do posterior sobre o anterior. A razão cede espaço, ora menor, ora maior, ao senso ético das criaturas humanas, e com ele coexiste no embasamento de princípios como o pacta sunt servanda, o do contraditório, o da responsabilidade, o da condenação do abuso de direito.” 
DISCUSSÃO sobre a expressão “ reconhecidos pelas nações civilizadas” :
=>Aciolly,: É de se lamentar que o Estatuto da CIJ não tenha retirado, pois se trata de um anacronismo que lembra o período anterior a primeira guerra, quando o direito internacional era de inspiração européia. Em outras palavras não se pode admitir que as leis de qualquer Membro das Nações Unidas sejam inaceitáveis. O ideal seria eliminar a frase.
=> Rezek: “ O uso do termo nações civilizadas não teve substrato discriminatório ou preconceituoso. A idéia é a de que onde existe ordem jurídica, da qual se possam depreender princípios, existe civilização. Estariam excluídos apenas as sociedades primitivas, por que não organizadas de forma estatal, não teriam como oferecer qualquer subsídio.
		
2ª FORMAIS ou POSITIVAS:
	Compreendem:
Costumes:
È aquilo que tradicionalmente é usado como norma, sendo aceito. É a fonte mais importante para positivar a norma (exigível e aceito). 
No DIP, a regra consuetudinária é o resultado de atos seguidos que constituem precedentes, com ênfase no elemento material constituído pela repetição durante um período bastante prolongado de certos atos.
	São elementos:
1.material: a repetição de um certo modo de agir por longo tempo.
2.subjetivo: é a opinio juris - é a convicção que procede daquela maneira por ser necessário e justo.
		Assim o costume se torna norma obrigatória por que vai de encontro da necessidade da comunidade internacional.
Fundamento:
necessidade: atende interesse geral. É uma prática admitida por toda a comunidade.
Reciprocidade: Os Estados devem aceitar mutuamente nas suas relações aqueles costumes existentes. (Porém,um Estado pode deixar de aceitar uma norma, nem por isso ela deixa de existir. Um Estado que contestar a existência do costume ou se recusar a aplicá-lo, os demais Estados não têm obrigação de respeitar estes costumes quando mantiverem relações com o primeiro. 
Tratados: São normas que regulam as relações. 
É o ato jurídico por meio do qual se manifesta o acordo de vontades entre duas ou mais pessoas internacionais.
Existem duas espécies:
a)Tratados gerais ou normativos: são aqueles que criam normas gerais ou permanentes, ou ainda consignam regras jurídicas já existentes e ligam normalmente grande número de Estados. São convenções multilaterais. Permanecem abertos para a adesão de quem quiser participar. 
b) Tratados Especiais ou contratos ou particulares: Regulam as relações particulares entre dois ou mais Estados. Regulam interesses, geralmente, bilaterais. 
3ª FONTES ACESSÓRIAS
	Também chamadas de auxiliares.
	O art. 38 do Estatuto da CIJ estipula que a Corte pode recorrer como meio auxiliar às decisões judiciárias e a doutrina. Dar a Corte meios de encontrar a regra para dirimir o conflito.
jurisprudência dos tribunais:
É o conjunto de regras ou princípios jurídicos extraídos de decisões judiciais constantes e uniformes, sobre determinado assunto. A jurisprudência surge com base em decisões reiteradas, constantes e uniformes.
	A alínea “d” do art. 38 tem um sentido amplo, podendo ser compreendidas as decisões dos tribunais arbitrais, dos tribunais nacionais, dos tribunais de determinadas organizações internacionais e da corte de justiça. Porém, os autores entendem que as decisões destes tribunais não podem ser postas em estado de igualdade, que as decisões da CIJ são superiores.
	Que as sentenças da CIJ, interpretam os tratados, e esclarecem o verdadeiro conteúdo dos costumes e princípios gerais do direito.
	Aciolly: “A tendência da CIJ tem sido cada vez mais no sentido de se guiar pela sua própria jurisprudência, evitando em seus julgados afastar-se de decisões anteriores, a ponto de as partes recorrerem cada vez mais aos precedentes.”
Doutrina
É o conjunto de soluções jurídicas contidas nas obras dos jurisconsultos sobre determinada matéria jurídica. Estudo do direito feito pelos juristas.
Nos primórdios do DIP esta fonte tinha mais força. Porém, agora com os inúmeros tratados, seu papel diminuiu. A CIJ tem evitado mencionar opinião de juristas em seus julgados.
Equidade: 
-É um método de raciocínio jurídico. É a expressão subjetiva da idéia de justiça, que atenua a dureza da regra jurídica. È fazer justiça ao caso concreto.
-Denominada de regra ex aequo et bono . A eqüidade no DIP é uma meio supletivo de preencher as lacunas do direito. Para aplicação na solução do problema depende da concordância das partes envolvidas.
-Tem tido uma aceitação cada vez maior, com o objetivo de garantir uma decisão pautada na justiça e na ética.
7- RELAÇÕES DO DIP COM O DIREITO INTERNO:
 – TEORIAS: 	Existem duas correntes que explicam o fenômeno que o DIP e o Direito Interno têm muito em comum e podem funcionar separadamente.
	Partem da pergunta: Se o DIP e o DI são ordenamentos independentes ou são ramos de um mesmo sistema jurídico? 
Para a doutrina DUALISTA ,o DIP e o DI são sistemas distintos, independentes que não se confundem. Que o DIP serve para tratar de relações entre Estados, e o DI disciplina relações entre indivíduos. Também, que o DIP depende da vontade de vários Estados, enquanto o DI depende da vontade unilateral do Estado.
A doutrina MONISTA, não parte do princípio da vontade dos Estados, mas sim de uma norma superior de direito natural. Defendem que o Direito é um só. Divide-se em duas correntes:
PRIMADO DIP = unicidade da Ordem Jurídica com primado do DIP (Kelsen), no caso de dúvida de aplicação prevalece DIP;
PRIMADO DI = unicidade da Ordem Jurídica com primado do DI, no caso de dúvida de aplicação prevalece DI.
	Os que defendem o Primado DIP citam o Parecer consultivo da Corte Permanente de Justiça Internacional (31.07.1930, em Haia):
 
	“ É princípio geralmente reconhecido do direito internacional que nas relações entre potências contratantes de um tratado as disposições de uma lei interna não podem prevalecer sobre as do tratado.”
	A convenção de Viena que dispõe sobre o Direito dos Tratados, adotou em seu art. 27 a mesma regra:
	“Art. 27: Uma parte não pode invocar as disposições de seu DI para justificar o inadimplemento de um Tratado.”
	Na prática, a lei interna não pode modificar um tratado: um tratado para ser assinado por um Estado deve estar de acordo com sua lei interna. Se a lei muda, o tratado continua, assim, ele prevalece sobre a lei posterior.
 –SUJEITOS DO DIP:
CONCEITO: é toda a entidade jurídica que goza de direitos e deveres internacionais e que possua capacidade de exercê-los.
	Definição dada pela CIJ, em Parecer Consultivo (11.03.49), no tocante a indenização de danos sofridos pela ONU: SI é quem “tem capacidade de ser titular de direitos e deveres internacionais e que tem a capacidade de fazer prevalecer os seus direitos através de reclamações internacionais.” 
2. O ESTADO:
1 – CONCEITO:
	É o agrupamento humano, estabelecido de forma permanente num território e sob um governo independente. 
2 – ELEMENTOS CONSTITUTIVOS:
- POVO: São os indivíduos que habitam o território em determinado momento histórico.
- TERRITÓRIO DETERMINADO: Não quer dizer delimitado.
- GOVERNO SOBERANO: Não subordinado a qualquer autoridade exterior e cujos únicos compromissos sejam pautados pelo próprio DIP.
3 – CLASSIFICAÇÃO: Os Estados podem ser classificados em:
- ESTADO SIMPLES: São aqueles que representam um todo homogêneo e indivisível. Forma mais comum de Estado.
 - ESTADOS COMPOSTOS:
– POR COORDENAÇÃO: São constituídos pela associação de Estados soberanos ou pela associação de unidades estatais que, em pé de igualdade, conservam a autonomia interna, enquanto o poder soberano é investido a um órgão central. 
– POR SUBORDINAÇÃO: Aqueles Estados não possuiam plena autonomia, não estavam em pé de igualdade. Não existem mais. 
4 – NASCIMENTO DO ESTADO: nasce geralmente de um fato histórico e depois um fato jurídico. surge:
- ESTABELECIMENTO de uma população sobre um território;
- EMANCIPAÇÃO decorrente da sublevação da população, separação de parte da população e do território de um Estado, subsistindo a personagem jurídica da mãe-pátria; 
 - FUSÃO: dois Estados soberanos se unem. 
 - DISSOLUÇÃO total de um Estado, não subsistindo a personalidade do antigo Estado.
5 – RECONHECIMENTO:
- CONCEITO: 
	Decisão do governo de um Estado existente de aceitar outra entidade como Estado.
	O reconhecimento é necessário para o Estado ingressar na Comunidade Internacional, para com ela se relacionar. O Estado para se relacionar externamente necessita do reconhecimento do outro. O reconhecimento é um ato livre e unilateral.
Accioly:
“É ato livre pelo qual um ou mais Estados reconhecem a existência de um território determinado, de uma sociedade humana, politicamente organizada, independente de qualquer outro Estado existente e capaz de observar as prescrições de Direito Internacional” 
 
- EFEITOS: Existem duas correntes:
1 – uma entende que o reconhecimento atribui personalidade ao Estado. DO EFEITO ATRIBUTIVO: o reconhecimento atribui personalidade internacional ao novo Estado.
2 – outra apenas reconhece que o outro Estado existe. EFEITO DECLARATIVO: O reconhecimento apenas consigna uma situação já existente. Quando um Estado reúne elementos constitutivos fundamentais e quer ingressar na comunidade internacional.
	
- DEVER: é importante o reconhecimento, mas não há o dever jurídico.
 
** Só há DEVER MORAL: quando tem todas as condições para existir e está disposto a obedecer as normas internacionais, participar da comunidade internacional. Só existe sob o aspecto moral.
 - MODALIDADES: formas de reconhecer:
– EXPRESSO: quando é feito através de um documento. Ex.: declaração: expressa explicitamente o reconhecimento ou nota, tratado e uma decreto;
 
– TÁCITO: quando o comportamento do estado evidencia a intenção mesmo que não declare; Ex.: envia embaixador;
– DE JURE: de pleno direito, total, completo;
– DE FACTO: é provisório, limitado a certas relações;
– INDIVIDUAL: quando é feito por um Estado só;
– COLETIVO: quando é feito através de uma reunião onde vários Estados reconhecem ao mesmo tempo, num tratado.
 – OPORTUNIDADE PARA SER RECONHECIDO: 
a) ESTADO SURGIDO POR SUBLEVAÇÃO: (há luta interna: grupo x governo):
quando cessar a luta entre povo sublevado e mãe-pátria
quando a mãe-pátria se mostra impotente para dominar a luta
quando a mãe-pátria oficializa o movimento e reconhece o novo Estado
b) ESTADO SURGIDO DE OUTRA FORMA: 
quando reúne os requisitos necessários a constituir-se um Estado (organizado) e está disposto a obedecer o direito internacional
 - RECONHECIMENTO DE BELIGERÂNCIA:
	O DIP admite alguns atos que podem proceder ao reconhecimento de um Estado, entre eles a figura beligerante. 
 – BELIGERÂNCIA: são revoluções de grande porte em que os revoltosos formam tropas e dominam parte do território, com finalidade de formar um novo Estado, ou de determinar a mudança do Governo e do Regime Político do Estado.
 – OBJETIVOS: 
- Transformar-se em Novo Estado 
- Mudança de Governo ou regime 
– CARACTERÍSTICAS PARA O RECONHECIMENTO DA BELIGERÂNCIA: condições que deve apresentar para ser considerado beligerante. 
1 – A proporção da luta: se a luta assume grandes proporções, de tal maneira que os sublevados se mostrem fortes assumam e exerçam poderes semelhantes ao do Estado (a mãe pátria já não domina mais);
 
2 – Se o grupo constitui um governo responsável (um território com líder responsável assume atos praticados em seu comando);
3 – O grupo mantém autoridade sobre parte definida do território (as forças do Governo central não entram ali);
4 – Possuem força armada regularmente organizada (observada a hierarquia e disciplina militar);
5 – O grupo deve estar disposto a cumprir e respeitar os direitos e deveres de neutralidade (compromisso que o Estado tem de não declarar guerra). 
– AS PARTES SERÃO RECONEHCIDAS COMO BELIGERANTES: quando os Estados reconhecem:
1 – Que os interesses de um governo foram atingidos pela luta (ao declarar está reconhecendo neutralidade);
 
2 – Se o conflito for de tamanha proporção que os governos estrangeiros não possam ficar alheios;
– EFEITOS DO RECONHECIMENTO DA BELIGERÂNCIA:
1 – Conferir de fato ao grupo sublevado os direitos e deveres de um Estado no tocante à guerra, não são tratados como piratas ou bandidos. (aos indivíduos especialmente, há um melhor tratamento);
 
2 – Se a mãe pátria os reconhece não mais poderá tratá-los como rebeldes, ao mesmo tempo que se exonera de responsabilidades por qualquer ato e pelos prejuízos causados as potências estrangeiras e aos seus nacionais que estiverem no território dominado pelos sublevados.
O reconhecimento é feito por declaraçãode neutralidade (da mãe- pátria, ou dos outros Estados). 
6– EXTINÇÃO E SUCESSÃO DE ESTADOS:
- EXTINÇÃO:
CONCEITO: O Estado do nasce da reunião de três elementos, constitutivos, e disto decorre a conseqüência lógica de que o desaparecimento de qualquer destes elementos implicará na extinção do Estado.
MODOS: 
	1º - Absorção de um Estado por outro.
	2º - O nascimento de um Estado por fusão, resultado da união de dois estados soberanos, com a conseqüente perda da personalidade internacional. 
-SUCESSÃO:
 DISPOSITIVOS LEGAIS: Convenções de Viena de 1978 e 1983;
CONCEITO: “ A substituição de um Estado predecessor por outro Estado sucessor na responsabilidade pelas relações internacionais de determinado território.”
7. DIREITOS E DEVERES DOS ESTADOS:
1 – DIREITOS: Se dividem em PRINCIPAIS e SECUNDÁRIOS :
 DIREITO FUNDAMENTAL: É o direito à existência, é o direito de ser pessoa do DIP, é o direito de existir como Estado. O DIREITO À EXISTÊNCIA compreende dois direitos: DIREITO À LIBERDADE e o DIREITO À DEFESA e CONSERVAÇÃO.
	1.1 - DIREITO À LIBERDADE: é o direito de ter soberania, tomar as próprias decisões, só estar submetido à lei. Ele compreende dois aspectos da soberania:
SOBERANIA INTERNA: poder supremo dentro do Estado, não admite poder maior ao seu dentro do Estado, compreende:
a1) DIREITO DE ORGANIZAÇÃO POLÍTICA: compreende: estabelecer a forma e sistema de governo, adotar uma Constituição Política, pode modificar sua organização, contanto que respeite os direitos dos outros Estados;
a2) DIREITO DE LEGISLAÇÃO: direito de fazer e aplicar suas próprias leis (nacionais e estrangeiros no seu território) ;
a3) DIREITO DE JURISDIÇÃO: direito de submeter aos tribunais do Estado aqueles que não cumprirem a legislação, o de estabelecer sua organização judiciária (como ele se estrutura e funciona);
a4) DIREITO DE DOMÍNIO: domínio sobre seu próprio território.
SOBERANIA EXTERNA: em relação aos outros Estados, tem esses direitos:
b1) DIREITO de FAZER TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS: é de fazer ajustes, qualquer relação desde que não atinja terceiros;
b2) DIREITO DE LEGAÇÃO: representação externa enviar e receber;
b3) DIREITO DE GUERRA E PAZ: direito de fazer guerra e assinar a paz;
b4) DIREITO DE IGUALDADE: (jurídico e político)
Os Estados são iguais porque são independentes;
Serem iguais perante a lei internacional;
Para agir livremente dentro da sua jurisdição;
Não depender de outro Estado;
O direito de possuir todos os direitos dentro da comunidade internacional.
	Como consequência desta igualdade tem-se:
nas decisões das Assembléias Internacionais todos os Estados tem direito a voto, é de igual valor para todos: direito de voto
nenhum Estado pode reclamar jurisdição sobre outro Estado soberano (reclama jurisdição = impor suas leis a outro Estado).
b5) DIREITO DE RESPEITO MÚTUO: 
tratar com consideração;
*	Falta de respeito: obriga o outro a pedir desculpa ou esclarecer incidentes.
1.2 - DIREITO À DEFESA E CONSERVAÇÃO: atos que o Estado vai praticar contra inimigos internos ou externos:
Vai adotar leis penais;
Organização de tribunais repressivos: para aplicar todas as leis existentes no país;
Prática de medida de ordem policial: Ordem estadual e federal;
Proibição da entrada de indesejáveis: se refere a estrangeiros ou nacionais expulsos e não anistiados. 
Expulsar os estrangeiros nocivos a ordem e a segurança do país;
O Estados pode fazer alianças defensivas;
O direito de organizar a defesa nacional.
Isso tudo pode ser exercido se o Estado não estiver atentando contra a segurança do outro Estado.
**** RESTRIÇÕES AOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DOS ESTADOS:
No exercício dos direitos os Estados podem ter as seguintes restrições:
a)	IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO LOCAL: quando se aplica a lei do território de origem para pessoas que se encontrem em outro país;
São imunes em razão da função que exercem:
- Chefes de Estado (governo);
- Agentes diplomáticos;
- Certos Cônsules;
- Tropas estrangeiras em trânsito pelo território do país com autorização do governo ou sediadas temporariamente no território;
- Oficiais de tripulação de navios e aviões de guerra autorizados a passar em água e território de outros Estados.
O fundamento da imunidade: 
Necessidade de assegurar liberdade de palavra e ação destas pessoas;
Respeito à independência do Estado que este indivíduo representa.
b) CAPITULAÇÕES: conjunto de privilégios concedidos por um Estado ao outro. 
c) GARANTIAS E SERVIDÕES INTERNACIONAIS : o Estado tem domínio sobre o seu território, em função deste direito pode sofrer restrições. 
 – GARANTIAS: 
	 - HIPOTECA: garantia real sobre bens imóveis
	 - PENHOR: quando se dá uma coisa móvel com garantia.
 – SERVIDÕES: 
Servidão é a submissão de uma coisa a outra, ou a uma pessoa.
Restrição ao livre exercício da soberania nacional-territorial aceita, expressa ou tacitamente pelo Estado que se submete a servidão. Podem ser: 
	 1 - POSITIVA: quando o Estado permite a outro Estado determinada utilização de seu território. 
 2 - NEGATIVA: restrição de exercer o poder territorial em toda a sua extensão. Assume a obrigação de não fazer. Representa uma omissão: 
d) ARRENDAMENTO DE TERRITÓRIO: é a cessão a título oneroso, por certo prazo da jurisdição sobre determinado território cuja soberania continua a pertencer ao Estado cedente.
e) NEUTRALIDADE PERMANENTE: é um compromisso que o Estado assume de não fazer guerra a nenhum Estado, exceto para se defender de agressão sofrida. 
Estados neutros atualmente: 	- Vaticano 1929
					- Áustria 1955
					- Suiça 1815
– DEVERES DOS ESTADOS: 
	1 – DEVERES MORAIS: não se pode exigir cumprimento, não há coercibilidade. Os Estados têm o dever de Assistência Mútua, sendo:
conceder abrigo a navios em perigo;
socorro marítimo;
imposições de medidas sanitárias para controle de epidemias;
cooperação para a administração da justiça;
impedir a preparação no seu território de agressão a um Estado como qual mantém relações pacíficas;
respeito às decisões dos tribunais internacionais a que o Estado recorreu.
	2 – DEVERES JURÍDICOS: são aqueles que podem ser exigidos juridicamente. Os principais são:
respeitar a existência dos demais Estados, nisto está englobada a soberania e a independência;
respeitar normas internacionais sem este respeito não haverá convívio na comunidade;
cumprir os tratados 
	3 – DEVER DE NÃO INTERVENÇÃO: é um dever moral e jurídico. É o dever de não ingerir nos negócios internos e externos de outro Estado.
Intervenção: é interferir no que diz respeito a outro Estado, é a ingerência nos negócios internos ou externos, feito por um Estado a outro, não dependente dele, com a intenção de lhe impor certa maneira de proceder.
ELEMENTOS: 
ATO ABUSIVO: destinado a usurpar prerrogativas da soberania do Estado a que se aplica.
IMPOSIÇÃO DE VONTADE ALHEIA. 
SÃO CONSIDERADOS ATOS DE INTERVENÇÃO: 
IMPOSIÇÃO OU TENTATIVA DE IMPOSIÇÃO de uma forma de governo, certas instituições políticas, de um chefe de governo;
OPOSIÇÃO A ATOS LÍCITOS DO OUTRO ESTADO;
IMPOSIÇÃO OU TENTATIVA DE IMPOSIÇÃO DA CELEBRAÇÃO DE UM TRATADO OU DA ADOÇÃO OU REVOGAÇÃO DE MEDIDAS ;
INGERÊNCIA na administração da justiça ou de qualquer ato de competência exclusiva de Estado.
TIPOS DE INTERVENÇÃO: 
		ARMADA: é o emprego de armas
a)	DIPLOMÁTICA: quando o Estado usa pressão através hgjsjsjjjhgfjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjdos diplomatas.
		INDIVIDUAL: um único Estado impondo lllllllllb)llllllllllllllllllllllllllllllllllllcomportamento aos outros.
	COLETIVA: 	 vários Estados impondo comportamento hgjsjsjjjhgfjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjaa outros Estados. 
EXCEÇÕES AO DEVER DE NÃO INTERVENÇÃO: 
INTERVENÇÃO EM NOME DODIREITO DE DEFESA E CONSERVAÇÃO: intervir quando o Estado está sendo gravemente ameaçado;
INTERVENÇÃO POR MOTIVO DE HUMANIDADE: quando no Estado está havendo crueldade a certos grupos. 
INTERVENÇÃO PARA PROTEÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM: deve recorrer a ONU, a força da ONU pode intervir;
INTERVENÇÃO PARA PROTEÇÃO DE DIREITOS OU INTERESSES DE NACIONAIS EM PAÍS ESTRANGEIRO: É dever do Estado e só é intervenção se houver abuso;
INTERVENÇÃO COLETIVA: a ONU permite ação coletiva, sempre que autorizada pelo Conselho de Segurança. Quando há: 
ameaça a paz;
ruptura da paz;
prática de atos de agressão;
 			O Estado ofendido deve pedir a intervenção;
**Além da intervenção física, também, salienta-se, o problema da intervenção econômica. Tratam da matéria as seguintes doutrinas:
DOUTRINA DRAGO: Luís Maria Drago, Ministro das Relações Exteriores da Argentina, em reação a demonstração naval da Alemanha, Itália e Inglaterra na costa da Venezuela, declarou: “A dívida pública não pode motivar a intervenção armada e ainda menos a ocupação material do solo das nações americanas por uma potência européia”. Esta declaração adquiriu caráter mais amplo quando apresentada na Segunda Conferência de Paz em Haia que passou a ser chamada de Convenção de Porter onde foi acrescentado: “Salvo se o Estado devedor repelir ou deixar sem resposta um oferecimento de arbitragem sobre o caso, ou se o aceitar não se conformar com a sentença proferida.”
 
DOUTRINA MONROE: foi proposta pelo Presidente James Monroe em 02/12/1823. Proposta/princípios:
o continente americano não pode ser objeto de futura colonização de nenhuma potência européia;
é inadmissível qualquer intervenção européia nos negócios internos ou externos de qualquer dos países americanos;
os Estados Unidos não intervirão absolutamente nos negócios pertinentes a nenhum país europeu.
Em 21/12/1936 numa Conferência Interamericana de Consolidação da Paz em Buenos Aires foi proclamado o princípio da solidariedade americana em todos os conflitos extracontinentais. 
8. RESPONSABILIDADE DOS ESTADOS:
8.1FUNDAMENTOS:
1º - Os Estados tem a obrigação de cumprir os compromissos assumidos;
2º - O Estado te m a obrigação de reparar o mal injustamente causado;
8.2 ESPÉCIES:
 PODE SER: 
		CONTRATUAL: descumpre o tratado
a)	DELITUOSA: causa dano 
		DIRETA: quando tem origem em atos praticados pelo lllllllllb)llllllllllllllllllllll governo ou seus agentes;
	INDIRETA: quando tem origem em atos praticados hgjsjsjjjhgfjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjapelos cidadãos. 
8.3ELEMENTOS:
que haja dano feito a direito alheio; 
que se trate de ato ilícito;
que este ato seja realmente imputável ao Estado.
8.4 ATOS DE ÓRGÃOS DO ESTADO QUE PODEM GERAR RESPONSABILIDADES:
1 ATOS DO EXECUTIVO: 
ação;
omissão do governo ou funcionário, descumprindo deveves internacionais ou causando dano
2 ATOS DO LEGISLATIVO: se o órgão elaborar lei ou resolução contrária aos deveres internacionais ou deixar de adotar alguma disposição necessária ao cumprimento dos deveres internacionais. 
3 ATOS DO JUDICIÁRIO: 
 – se o Estado não permite aos estrangeiros recorrer a justiça. 
– os estrangeiros têm acesso ao tribunal, mas este não toma conhecimento das causas das partes.
– quando o judiciário (Estado) retarda indefinidamente a prolação da sentença;
– quando o Estado não dá garantias necessárias ao estrangeiro para a boa administração da justiça.
8.5 RESPONSABILIDADE POR ATOS DOS INDIVÍDUOS: 
É uma responsabilidade indireta, pois não foi o Estado nem seus órgãos que causaram o dano, mas os indivíduos:
São atos dirigidos contra: - Estado estrangeiro;
				 - indivíduos de outro Estado;
Essa responsabilidade decorre por delitos de ação e omissão. 
Fundamento:
Porque o Estado é responsabilizado se o ato foi praticado por particular?
	Porque houve omissão. Ele foi omisso de tomar providência para Prevenir e Reprimir.
Parecer Instituto Americano de Direito Internacional: que os governos dos Estados são responsáveis por atos dos indivíduos - “quando não tenham assegurado a ordem interna, tenham sido negligentes na repressão dos atos que perturbam a dita ordem, ou, finalmente, não tenham concedido, na medida das suas forças, as garantias necessárias para prevenir os ditos danos ou prejuízos”
8.6 CIRCUNSTÂNCIAS QUE EXCLUEM A RESPONSABILIDADE:
Quando o ato perde o caráter de ilícito transformando-se no exercício de um direito.
 Aqueles em que o ato determinante da responsabilidade, apesar de ilícito, não pode acarretar as consequências naturais dos ilícitos. 
Decurso do tempo que extingue a responsabilidade. Prescrição liberatória. O prazo depende da circunstância, não é estipulado.
Quando o ato é conseqüência direta do comportamento censurável do lesado. Ato ocorreu por culpa da vítima:
8.7 CONSEQUÊNCIAS DA RESPONSABILIDADE:
Suas formas mais comuns são:
Reparar o dano – restabelecer o estado anterior. Não sendo possível, caberia indenizar pelo mal causado.
Corte permanente de Justiça Internacional se manifestou: “a reparação deve, tanto quanto possível, apagar todas as consequências do ato ilícito e restabelecer a situação que teria, provavelmente, existido o dito ato não tivesse sido cometido”.
Satisfação adequada: leva a idéia de que o Estado deve tomar atitude, subentendida ao dano moral:
formalizar pedido de desculpa
saudação aos símbolos injuriados
manifestação de pesar
destituição do cargo
4- ÓRGÃOS DAS RELAÇÕES ENTRE OS ESTADOS:
		Órgãos pelos quais os Estados são representados:
1.CHEFES DE ESTADO ou SOBERANOS;
2.MINISTROS DAS RELAÇÕES EXTERIORES;
3.AGENTES DIPLOMÁTICOS;
4.CÔNSULES;
1- CHEFES DE ESTADO:
		É o mais alto órgão de representação do Estado, e é o que verdadeiramente representa nas relações internacionais, os demais são delegados.
		O direito interno determina quem vai fazer a representação internacional.
		
		São prerrogativas e imunidades:
 
INVIOLABILIDADE: 
2.ISENÇÃO DE DIREITOS ADUANEIROS E IMPOSTOS DIRETOS;
3.IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO: 
2- MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES:
		Chefia um organismo político e administrativo. Político porque trata da relação entre diferentes países e administrativo porque se encarrega dos funcionários diplomáticos. Esse organismo é chamado de Ministério das Relações Exteriores (Brasil) ou dos Negócios Externos. Dependem dele funcionários:
diplomáticos;
consulares: enviados para o exterior na representação do país e proteção ou defesa dos interesses nacionais.
		São prerrogativas e imunidades:
1.INVIOLABILIDADE: 
2.ISENÇÃO DE DIREITOS ADUANEIROS E IMPOSTOS DIRETOS;
3.IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO: 
ATRIBUIÇÕES: 
Conferenciar com agentes diplomáticos estrangeiros, receber pessoas, trocar idéias, discutir com eles.
Negociar.
Designar os representantes do país no exterior (dar-lhes instrução para velarem pelos interesses do país no estrangeiro).
Representar o Chefe de Estado na assinatura de tratados.
3- MISSÕES DIPLOMÁTICAS: 
3.1	Conceito:
		Destinam-se a assegurar a manutenção de boas relações entre os Estados, bem como proteger os direitos e interesses dos Estados e de seus nacionais.
		A missão diplomática é integrada pelo:
Chefe de missão (embaixador ou Ministro Residente);
Pessoal diplomático;
Pessoal administrativo; 
Pessoal técnico;
Pessoal de serviço.
Todo o Estado soberano tem o direito de estabelecer relações diplomáticas com outros Estados. Esse direito é denominado de:
 Direito de Legação:
É o direito que tem o Estado de estabelecer relações diplomáticas com outros Estados, bem como de enviar missões por consentimento mútuo. Pode ser:
ATIVO: quando se envia;
PASSIVO: quando se recebe.
3.2	Agente Diplomático:
Abrange o chefe da missãodiplomática, quando qualquer agente (membro) do pessoal diplomático, isso foi consignado em 1961 pela Convenção de Viena, antes era só o chefe da missão que era agente diplomático. Classificação dos agentes diplomáticos:
Embaixadores, legados ou núncios .
Enviados, Ministros;
Encarregados de negócios: são acreditados junto as Ministro das Relações Exteriores.
3.3	 Escolha e Nomeação dos Agentes Diplomáticos:
Não existem regras internacionais, cada Estado determina o modo de designação, a qualificação e as condições de idoneidade que seus agentes devem possuir.
Há países que o pessoal diplomático constitui um corpo de funcionários de carreira.
**PEDIDO DE AGRÉMENT ou AGREATION: é uma solicitação que um Estado faz ao outro antes de efetuar a nomeação de um agente diplomático, para saber se a pessoa escolhida será “persona grata”, naquele país. A consulta é sigilosa, se o nome da pessoa não for bem recebido não é divulgado. A pessoa pode ser considerada “persona não grata”.
3.4	 Documentos Que o Agente Diplomático leva quando vai assumir seu posto:
a) PASSAPORTE DIPLOMÁTICO: difere dos outros porque é cotado de prerrogativas . Identifica o agente.
CREDENCIAL: tem forma de carta de chancelaria. É assinada pelo Chefe de Estado e referendada pelo Ministro das Relações Exteriores. Ela contém pedido para que seja dado crédito a tudo quanto o agente disser em nome de seu governo. Ele acredita o agente.
	Atribuições e Deveres dos Agentes Diplomáticos:
3.5.1 - JUNTO AO SEU ESTADO:
DE REPRESENTAÇÃO: fala em nome de seu governo e negocia;
DE OBSERVAÇÃO: observa e informa o seu Estado sobre o que está acontecendo;
DE PROTEÇÃO: defende direitos e interesses do seu Estado e seus nacionais.
2 - JUNTO AO ESTADO QUE O RECEBE:
Observar as leis do Estado ;
Tratamento de respeito e consideração;
Não participar da política interna;
Não intervir nos negócios internos. 
Prerrogativas dos Agentes Diplomáticos:
FUNDAMENTO:
Assegurar a liberdade de ação, para executar sua função;
Respeito à independência do país que representa.
PRERROGATIVAS:
Imunidade de Jurisdição;
Inviolabilidade:
Isenção de Impostos;
1º IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO:
Consiste que os agentes diplomáticos estão imunes da jurisdição do Estado para poder tratar com liberdade e independência dos negócios referentes às suas missões.
** Sempre há reciprocidade.
** É tão ampla que compreende o direito do indivíduo não se apresentar perante tribunais estrangeiros, mesmo que seja como testemunha. Ele pode se negar a comparecer perante os tribunais, e admitir de prestar testemunho na sede da missão diplomática. 
I – JURISDIÇÃO CRIMINAL: é mais ampla que a civil, ela admite uma exceção, isto é, quando o próprio governo renuncia a imunidade de seu agente.
II – JURISDIÇÃO CIVIL: comporta mais exceções, que são:
quando o agente expressamente renuncia;
quando ele recorre a jurisdição como autor;
quando se trata de ações referentes a bens imóveis de sua propriedade em território estrangeiro;
ações resultantes de outra profissão que exerça.
2º INVIOLABILIDADE: o agente deve gozar proteção especial do Estado que o recebe. Compreende sua pessoa, suas residências (oficial e particular), seus carros, sua correspondência e documentos (qualquer violação pode gerar a responsabilidade do Estado).
O governo deve abster-se de qualquer ato contra a segurança, e deve punir os particulares que praticarem estes atos.
A inviolabilidade não é absoluta: se o agente praticar ato de muita gravidade contra a segurança e a ordem pública do Estado e que este o considere indesejável ou inconveniente sua permanência no país, pode exigir sua retirada. Se o Estado não for atendido nesta exigência, pode expulsá-lo.
3º ISENÇÃO DE IMPOSTOS: 
Refere-se a:
Impostos Diretos: são impostos que incidem diretamente sobre a pessoa. 
Imposto sobre o edifício da legação: quando este pertencer ao Estado estrangeiro.
Impostos aduaneiros: questão de cortesia. É para objetos de uso oficial e de uso particular.
4 . REPARTIÇÕES CONSULARES:
Servem para:
Cuidar dos interesses comerciais dos Estados.
Prestar assistência e proteção aos nacionais.
Legalizar documentos.
Policiamento da navegação com portos nacionais.
Fornecer informações que sejam de natureza econômica e comercial.
Vendo as ações que podem ser praticadas pelos consulados percebe-se que é inferior que as embaixadas, é de amplitude menor.
A função consular é de natureza local , por isso existem vários cônsules no território de um mesmo Estado.
Os Estados não são obrigados a receber consulados, mas normalmente recebe.
2 . CORPO CONSULAR – conjunto de agentes consulares de um país,.
3 . AGENTES DE CARREIRA – são funcionários efetivos do Estado de nacionalidade e são pagos por ele. Presume-se com isso que existam agentes que não sejam funcionários efetivos do Estado e não sejam seus nacionais.
4 . CLASSIFICAÇÃO DOS SEUS AGENTES CONSULARES – 
Com base na Convenção de Viena sobre relações consulares de 1965, os CHEFES DE REPARTIÇÕES CONSULARES são de quatro tipos:
Cônsules – Gerais, mais importantes;
Cônsules
Vice - Cônsules 
Agentes Consulares
**geralmente estão na capital e nas cidades grandes da fronteira;
5 . ESCOLHA DO AGENTE CONSULAR: é prevista de acordo com as normas do direito interno do Estado;
6 . NOMEAÇÃO E ADMISSÃO: depende do consentimento expresso ou tácito do Estado onde vai exercer a função. Normalmente é de forma expressa. 
7 . EXEQUATUR: É a aceitação do Cônsul, por parte do Estado onde vai exercer a função.
Aceitar significa que o Estado:
reconhece sua autoridade;
dá permissão para exercer suas funções.
*** sem o exequatur (demora de tramitação), o Estado pode conceder licença especial para o Cônsul exercer suas atividades e admitir seu ingresso.
O exequatur pode ser CESSADO ou RETIRADO:
	A admissão não quer dizer que ele permanece definitivamente, pode ser cassado ou retirado, por motivos graves:
(mau procedimento do Cônsul 
(ruptura de relações diplomáticas;
8 . DEVERES E ATRIBUIÇÕES:
( Junto ao Estado onde exerce suas funções:
 respeitar às leis e autoridades;
 não praticar atos ofensivos ao Estado, ou as suas instituições 
( Junto ao seu Estado:
observação do que acontece na esfera de ação (informar);
proteção de direitos nacionais e do Estado;
execução: - funções administrativas;
- funções notariais: registros que os cartórios fariam, inclusive de nascimento;
9 . PRERROGATIVAS:
IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO: só no exercício das funções;
INVIOLABILIDADE PESSOAL: no exercício das funções;
INVIOLABILIDADE DOS LOCAIS CONSULARES: menor que a dos diplomatas, pois esta abrange a residência particular também;
ISENÇÃO FISCAL: impostos diretos e aduaneiros.
*** As repartições consulares não podem dar ASILO, mesmo rendo inviolabilidade dos locais consulares. 
TRATADOS
Terminologia:
CONVENÇÃO: sinônimo de tratado;
DECLARAÇÃO: pode ser usada em dois sentidos:
EStabelece regras e princípios de direito internacional. 
Esclarece ou interpreta ato internacional.
PROTOCOLO: partindo da ideia que é um “documento”, possui quatro significações:
Consigna o acordo a que vão chegando ou chegaram os negociadores de um tratado.
Designa acordo menos formal que um tratado. “Protocolo de Intenções”- atitude não definitiva que embasa documento posterior.
Ato final ou de encerramento de uma Conferência Internacional.
Instrumentos internacionais de grande importância. 
ATO GERAL: acordo sobre matéria de interesse geral usado nas conferências internacionais.
CONVÊNIO-ACORDO-AJUSTE- são sinônimos, são termos genéricos que designam acordos internacionais de importância mais restrita.
COMPROMISSO: acordo para submeter uma questão a arbitragem.
MODUS VIVENDI: quando há um litígio, é um acordo de carátertemporário ou provisório. Acontece enquanto não tenha acordo definitivo. Faz cessar o litígio para negociar. É feito através de troca de notas.
NOTAS REVERSAIS: dois sentidos:
Concessões Recíprocas: registram concessões recíprocas feita pelos Estados que subscrevem;
Declaração pela qual um Estado reconhece que certa concessão especial a ele feita por outro Estado não derroga direitos ou prerrogativas anteriores de cada um.
CONCORDATAS: são acordos religiosos entre a Santa Sé e Estados que tenham cidadãos católicos.
2.Classificação dos tratados:
Bilaterais
Plurilaterais
 Tratados - Contratos
Tratados Normativos ou Lei
*TRATADOS CONTRATOS: realizados entre dois ou mais Estados, se subdividem:
Executados: que devem ser logo executados e dispõem sobre a matéria permanentemente. 
Executórios: prevêem atos a serem regularmente executados sempre que se apresentem as condições. 
*TRATADOS NORMATIVOS OU LEIS: celebrado entre muitos Estados e fixam normas de direito internacional. 
3.Forma e redação dos tratados:
 São escritos. Habitualmente seguem a seguinte ordem:
I - Preâmbulo: 
indicação das partes contratantes 
indicação dos objetivos ou motivos
indicação de nomes e títulos dos plenipotenciários que negociaram e que assinam o tratado
declaração de que: “Achados em boa e devida forma convieram nas disposições contidas no tratado”.
II - Articulado: contém disposições do tratado, normas ou condições criadas.
III - Declaração: de que para testemunho do acordo os plenipotenciários firmam o tratado.
IV – Lugar e Data: que o tratado foi assinado.
V - Assinaturas: dos plenipotenciários.
OBS.:a língua em que vai ser redigido o tratrado deve ser escolhida pelas partes. Normalmente é inglês ou francês. Não há uma linguagem internacional.
4.Condições para a validade dos tratados:
CAPACIDADE DAS PARTES CONTRATANTES: são capazes de realizar tratados: Estados Soberanos, Organismos Internacionais.
HABILITAÇÃO DOS AGENTES SIGNATÁRIOS: são aqueles que vão assinar os tratados, eles têm que provar que são habilitados, provam através do Plenos Poderes. Obs.: Não precisam apresentar os Plenos Poderes os: Chefe de Estado, Chefe de Governo e Ministro das Relações Exteriores, porque são considerados representantes do Estado.
CONSENTIMENTO MÚTUO: deve ser expresso. Deve ser também inequívoco, que não se preste a dupla interpretação, que seja ambíguo ou obscuro. Deve ser dado livremente. 
OBJETO LÍCITO E POSSÍVEL: 
Objeto Lícito – não fere nem o direito nem a moral
Objeto Possível – física e juridicamente possível.
A impossibilidade material ou física tem poucas aplicações. Ocorre mais freqüentemente a impossibilidade jurídica, e geralmente de três formas:
ato contrário a compromisso já assumido pela outra parte contratante em relação a terceiros Estados;
ato contrário ao direito particular de outro Estado;
ato contrário aos princípios do direito internacional.
5.Ratificação dos tratados: 
É um ato administrativo que o chefe de Estado confirma um tratado assinado em nome do Estado, declarando aceito o que foi convencionado pelo agente signatário. 
Dependendo da legislação interna, normalmente deve ser precedida a aprovação do tratado por um órgão interno competente para este fim, depois é ratificado pelo Chefe de Estado. No caso do Brasil deve ter a aprovação do Congresso e depois é ratificado pelo Presidente.
A ratificação é feita por um documento chamado CARTA DE RATIFICAÇÃO: a carta é assinada pelo Chefe de Estado e referendada pelo Ministro das Relações Exteriores, que também participa da ratificação.
RATIFICAÇÃO:
Se for Tratado Bilateral: é feita através de troca de cartas.
Se for Tratado coletivo: é feita por depósito de ratificação.
Se for Tratado sob auspício da ONU: a ratificação deve ser depositada na sede, junto a secretaria da ONU. É preciso que 2/3 depositem, então para estes o tratado já passa a vigorar. Para 1/3 que não depositou não estará em vigor, e só estará após o depósito.
6.Publicação de registro dos tratados:
Os tratados são publicados depois da ratificação. O que foi acordado já é definitivo, por isso tem efeito interno.
Carta das Nações Unidas – art. 102 – depois da ratificação ou conclusão, devem ser encaminhados ao secretariado, para este publicar e registrar.
A publicação torna público o tratado.
A ONU só intervém em função das partes, se o tratado for registrado.
Os países que desejarem posteriormente fazer parte do Tratado, devem usar o recurso da ADESÃO.
7.Extinção dos tratados:
EXECUÇÃO INTEGRAL DO TRATADO;
EXPIRAÇÃO DO PRAZO ;
Se o feito mediante condição: a verificação da condição resolutória põe fim ao ato jurídico;
RENÚNCIA UNILATERAL: abandono de direito feita pela única parte beneficiada do tratado;
IMPOSSIBILIDADE: de execução, pode ser física ou jurídica.
DENÚNCIA: expressa ou tacitamente prevista no tratado;
ACORDO das partes:
INEXECUÇÃO DO TRATADO: se uma parte não cumpre o tratado, libera a outra também a não cumprir;
GUERRA SOBREVINDA ENTRE AS PARTES: as relações ficam rompidas;
PRESCRIÇÃO LIBERATÓRIA: decorrência de prazo, sem utilização do direito. O prazo deve ser suficientemente longo para se deduzir que renunciou.
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
AS NAÇÕES UNIDAS
A Organização das Nações Unidas (ONU) é, no dizer da própria Carta, uma associação de Estados reunidos com os propósitos declarados de “manter a paz e a segurança internacionais”, “desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito ao princípio de igualdade de direitos e de autodeterminação dos povos”, “conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural ou humanitário e para promover e estimular o respeito aos direitos humanos e as liberdades fundamentais para todos” e “ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses objetivos”.
		Sua lei básica é a Carta das Nações Unidas, que foi assinada em São Francisco a 26 de junho de 1945. A Carta consta de um preâmbulo e de cento e onze artigos, e tem como anexo o Estatuto da Corte Internacional da Justiça, que é parte integrante da organização.
		A organização compreende seis órgãos especiais: uma Assembléia Geral, um Conselho de Segurança, um Conselho Econômico e Social, um Conselho de Tutela, uma Corte Internacional de Justiça e um Secretariado. 
1.1– A ASSEMBLÉIA GERAL – art. 9 – Carta das Nações Unidas
A Assembléia Geral das Nações Unidas é composta de todos os Membros da Organização, cabendo a cada Estado-membro apenas um voto. Cada Estado poderá fazer-se representar no máximo por cinco representantes.
A Assembléia Geral se reúne em sessões ordinárias, uma vez por ano, e em sessões extraordinárias, quando as circunstâncias o exigirem. As sessões extraordinárias são convocadas pelo Secretário-Geral, a pedido do Conselho de Segurança ou da maioria dos Estados-membros.
As decisões da Assembléia Geral são tomadas pela maioria simples dos Membros presentes e votantes. Nas questões importantes, as decisões são tomadas por dois terços dos Membros presentes votantes, tais e como manutenção da paz e da segurança internacional; eleição dos Membros não permanentes do Conselho de Segurança; eleição dos Membros do Conselho Econômico e Social e dos do Conselho de Tutela; admissão de novos Membros na Organização.
A Assembléia tem:
Atribuições obrigatórias que são privativas, entre elas: a consideração e aprovação do orçamento da Organização; a eleição dos Membros não permanentes do Conselho de Segurança e dos Membros do Conselho Econômico e Social e do Conselho de Tutela; a admissão de novos Membros na Organização. A suspensão e a expulsão destes e a nomeação do Secretário-Geral das Nações Unidas.
Atribuições facultativas da Assembléia,indicam-se: discussão de quaisquer questões ou assuntos que estejam dentro das finalidades da Carta das Nações Unidas ou se relacionem com as atribuições e funções de qualquer dos órgãos nela previstos e considerar os princípios gerais de cooperação na manutenção da paz e da segurança internacionais.
 
1.2– O CONSELHO DE SEGURANÇA - art. 23 – Carta das Nações Unidas 
A composição do Conselho de Segurança é de dez membros não-permanentes eleitos pela Assembléia Geral, com mandato de 2 anos e cinco membros permanentes, que são: China, Estados Unidos da América, França, Reino Unido e Rússia.
As decisões do Conselho são tomadas pelo voto afirmativo de nove dos seus membros, quando se trata de questões processuais; e pelo voto afirmativo de nove Membros, com a inclusão, entre estes, de todos os Membros permanentes, em todos os outros assuntos.
Essa exigência do voto afirmativo de todos os membros permanentes da Conselho é o reconhecimento do chamado “direito de veto”, de qualquer deles contra a maioria, ou até a unanimidade dos demais.
Qualquer Membro das Nações Unidas que não for Membro do Conselho poderá tomar parte, sem direito de voto, na discussão de qualquer questão submetida ao Conselho, se este considerar que os interesses do referido Membro se acham em jogo.
1.3– O CONSELHO ECONÔMICO E SOCIAL – art. 61 – Carta das Nações Unidas
É composto de cinqüenta e quatro Membros das Nações Unidas, eleitos pela Assembléia Geral por três anos. Cada ano, um terço dos seus Membros é renovado, e cada um destes terá apenas um representante.
As atribuições do Conselho Econômico e Social, são de realizar estudos e apresentar relatórios acerca de assuntos internacionais de caráter econômico, social, cultural, educacional, sanitário e conexos. Além disso, fazer recomendações destinadas a promover o respeito e a observância dos direitos do homem e das liberdades fundamentais.
1.4– CONSELHO DE TUTELA – art. 86 – Carta das Nações Unidas
Nos termos da Carta das Nações Unidas, o Conselho deveria ser composto das seguintes categorias de membros:
os que se encontrem à frente da administração de territórios tutelados;
os membros permanentes do Conselho de Segurança que não estiveram administrando territórios tutelados;
outros membros eleitos para um período de três anos pela Assembléia Geral, em número suficiente para que o total dos Membros do Conselho de Tutela fique dividido em partes iguais, entre os membros das Nações Unidas que administrem e os que não administrem territórios tutelados.
1.5– O SECRETARIADO – art. 97 – Carta das Nações Unidas
É o órgão administrativo da Organização das Nações Unidas, tem sede permanente em Nova Iorque, compreende um Secretário-Geral, que o dirige e que é eleito pela Assembléia Geral, mediante recomendação do Conselho de Segurança.
O Secretário-Geral atua em todas as reuniões da Assembléia Geral, do Conselho de Segurança, do Conselho Econômico e Social e do Conselho de Tutela, e entre suas obrigações figura a apresentação de um relatório anual à Assembléia Geral sobre os trabalhos da Organização.
1.6– A CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA– art. 92 – Carta das Nações Unidas
A Corte Internacional de Justiça (CIJ) é o principal órgão judiciário das Nações Unidas. Cada Membro das Nações Unidas assumiu o compromisso de se conformar com a decisão da Corte em qualquer caso em que for parte.
A sede da Corte é em Haia e suas línguas oficiais são o inglês e o francês.
É composta de quinze juízes, “eleitos” – segundo diz o art. 1º do Estatuto – “sem atenção à sua nacionalidade, de entre pessoas que gozem de alta consideração moral e possuam as condições exigidas em seus respectivos países para o desempenho das mais altas funções judiciárias ou que sejam jurisconsultos de reconhecida competência em direito internacional”. Entre os seus membros, não poderão figurar dois nacionais do mesmo Estado.
Nenhum deles poderá exercer qualquer função política ou administrativa, ou dedicar-se a outra ocupação, de natureza profissional. Além disso, não poderá servir como agente, consultor ou advogado, em qualquer questão, nem poderá participar da decisão de qualquer questão na qual, anteriormente, tenha intervindo seja como agente, consultor ou advogado de uma das partes, seja como árbitro ou juiz, seja em qualquer outro caráter.
A Corte tem um presidente e um vice-presidente, eleitos por três anos e reelegíveis, seu escrivão é o chefe dos serviços administrativos. 
Ordinariamente a Corte funciona em sessão plenária, mas, para constituí-la, é suficiente o quorum de nove juízes. A competência da Corte Ratione materiae estende-se a todas as questões que as partes lhe submetam, bem como a todos os assuntos especialmente previstos na Carta das Nações Unidas ou em tratados e convenções em vigor. 
A ratione personae abrange os Estados, sejam ou não Membros das Nações Unidas, as associações de Estados e organizações internacionais.
Além da competência em matéria contenciosa, possui a Corte uma competência especial, em matéria consultiva, a qual lhe foi atribuída pela Carta das Nações Unidas e poderá ela emitir parecer consultivo sobre qualquer questão de ordem jurídica, a pedido da Assembléia Geral ou do Conselho de Segurança, ou de qualquer outro órgão das Nações Unidas ou entidade especializada.
2. A ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS 
A 9a Conferência Internacional Americana, reunida em Bogotá, deu afinal um estatuto constitucional definitivo à organização interamericana, por meio da Carta ali assinada a 30 de abril de 1948. A antiga associação das Nações Americanas passou a ter o nome de Organização dos Estados Americanos e se declarou “organismo regional das Nações Unidas”.
Sua principal finalidade é garantir a paz e a segurança do continente. Mas, para isso ser possível entre os Estados-membros, cabe assegurar a solução pacífica de suas controvérsias, e ainda organizar a ação solidária das repúblicas americanas em caso de agressão, bem como promover seu desenvolvimento econômico, social e cultural.
São Membros da Organização todos os Estados americanos que ratificarem o tratado. O ingresso na OEA ficou facultado para qualquer Estado independente americano.
Nos termos do art. 51 da Carta da OEA, a Organização realiza os seus fins por intermédio dos seguintes órgãos: a) Assembléia Geral; b) Reunião da Consulta dos Ministros dos Relações Exteriores; c) Conselhos; d) Comissão Jurídica Interamericana; e) Comissão Interamericana de Direitos Humanos; f) Secretaria-Geral; g) Conferências Especializadas; e h) Organismos Especializados.
Assembléia Geral: é o órgão supremo do Organização e nela todos os Estados-membros têm direito a fazerem-se representar com direito a um voto. A Assembléia Geral reúne-se anualmente, cabendo-lhe decidir a ação e a política gerais da Organização, determinar a estrutura e as funções de seus órgãos, e estabelecer normas para a coordenação das atividades dos órgãos, fortalecer e harmonizar a cooperação com as Nações Unidas, promover a colaboração, especialmente nos setores econômicos, social e cultural com outras organizações internacionais, adotar o orçamento e aprovar os relatórios anuais.
b) Reunião de Consulta: tem como função principal servir como órgão de Consulta, ou seja, a coordenação de medidas de defesa, quer contra o ataque armado de qualquer Estado dirigido contra um estado americano, quer contra o efeito ou as repercussões que possa ter sobre “a inviolabilidade ou integridade do território, ou a soberania ou independência de qualquer estado americano”.
c) Conselhos da Organização: três são os Conselhos da Organização: o Conselho Permanente, o Conselho Interamericano Econômico e Social e o Conselho Interamericano de Educação, Ciência e Cultura, todos eles dependendo diretamente da Assembléia Geral.
O Conselho Permanente compõe-se de representantes de cada Estado-membro, nomeados especialmente com a categoria de Embaixadores. 
O Conselho Interamericanoe Social e o Conselho de Educação, Ciência e Cultura devem ser compostos de titulares da mais alta hierarquia de cada Estado-membro e têm os seus fins devidamente enumerados na Carta, dentre eles, promover e coordenar todas as atividades de caráter econômico e social da organização, estimular e apoiar a educação e a pesquisa científica.
d) Comissão Jurídica Interamericana : figura na nova organização como um dos órgãos básicos da OEA, tem por finalidades principais servir de corpo consultivo da OEA em assuntos jurídicos e promover o desenvolvimento progressivo e a codificação do Direito Internacional. A Comissão tem a sua sede no Rio de Janeiro.
e) Comissão Interamericana de Direitos Humanos – tem por função principal promover o respeito e a defesa dos direitos humanos e servir como órgão consultivo da OEA na matéria.
f) Secretaria-Geral: é dirigida por um Secretário-Geral, eleito por um período de cinco anos, e que só poderá ser eleito uma vez. O Secretario–Geral não poderá ser sucedido por uma pessoa de mesma nacionalidade. Tem por finalidade promover relações econômicas, sociais, jurídicas, educacionais, científicas e culturais entre todos os Estados-membros.
g,h) Conferências Especializadas e Organismos Especializados: os organismos são os seguintes: Comissão Interamericana de Mulheres (Washington), Instituto Indigenista Interamericano (México), Instituto Interamericano de Ciências Agrícolas (São José), Instituto Interamericano da Criança (Montevidéu), Instituto Pan-americano de Geografia e história (México), e Organização Pan-americana de Saúde (Washington).
A OEA condena formalmente a guerra e estabelece, para as partes contratantes, a obrigação de não recorrerem, em suas relações recíprocas, ao uso da força e nem sequer da ameaça, em qualquer forma incompatível com as disposições da Carta das Nações Unidas. Determina, além disto, que um ataque armado, de qualquer Estado, contra um Estado americano, será reconhecido como um ataque contra os demais e determinará a aplicação do direito de legítima defesa individual ou coletiva.

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