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Micro heterodoxa

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Avaliação de Micro Heterodoxa. 
A partir da leitura da bibliografia indicada, é possível compreender que a unidade produtiva básica do modo de produção capitalista (a firma) passa por transformações ao longo do desenvolvimento do próprio modo de produção. Assim, há mudanças significativas entre a unidade produtiva do período da manufatura em relação a unidade produtiva fabril do período pré-revolução industrial (LANDES, 1994); a “grande indústria” que surge logo após, por sua vez, guarda poucas semelhanças com aquela estrutura que a precedeu (HOBSBAWN, 2001; MARX, 2013; SWEEZY, 1983); por fim, a “grande empresa multidivisional” que desponta na primeira metade do século passado é profundamente diferente daquela firma representativa do final do século XIX (CHANDLER, 1998), de tal modo que não se pode reduzir tais revoluções à simples “aumentos na escala de produção”. Assim sendo,
Apresente e discuta os argumentos que comprovem esta tese no que se refere as transformações ocorridas desde a manufatura até a grande indústria, apresentando as transformações tanto no ambiente micro (interno às firmas) quanto no ambiente macroeconômico (consolidação do capitalismo concorrencial e sua transformação no capitalismo monopolista) 	 
Exponha as modificações – principalmente na esfera organizacional, mas não só – pelo qual as grandes empresas da era do capital monopolista passaram ao longo da primeira metade do século XX contextualizando-as com as estratégias competitivas necessárias à consolidação destas estruturas (15 pontos).
Apresente e discuta os argumentos que comprovem esta tese no que se refere as transformações ocorridas desde a manufatura até a grande indústria, apresentando as transformações tanto no ambiente micro (interno às firmas) quanto no ambiente macroeconômico (consolidação do capitalismo concorrencial e sua transformação no capitalismo monopolista)
A configuração capitalista na forma como o trabalho é organizado resulta de processo histórico de transformações nas relações sociais de produção, em que o capital se firma no comando do fabrico de mercadorias. Esse estágio decorre da afirmação da grande indústria em relação a formas anteriores de organização da produção: artesanato e manufatura
 Antes da Revolução Industrial, o processo produtivo era feito de forma manual de duas maneiras: uma artesanal, um sistema doméstico de produção, onde o mestre artesão era o dono dos meios de produção, do capital (investido e lucrado), da força de trabalho além de participar de todo o processo de produção; outra manufatureira, com base na economia mercantilista, o burguês era o dono dos meios de produção e do capital (investido e lucrado), porém havia o trabalhador, dono da força de trabalho em troca de um salário, ou seja, há separação entre o capital e o trabalho e uma maior divisão do trabalho, mais etapas/especialização na produção.
 Landes (1994) retrata que a partir da revolução industrial, deu-se inicio a um novo modo de produção denominado sistema Fabril. O autor procura explicar que a mudança do sistema ocorreu devido às inadequações dos sistemas vigentes onde as técnicas utilizadas não satisfaziam e a cada dia se tornavam ineficientes, com isso houve a necessidade de reorganizar a manufatura. (LANDES 1994)
Segundo Landes (1994) a revolução industrial teve inicio da Inglaterra uma vez que o país apresentava grandes crescimentos de consumo e produção, no mesmo momento em que países como a Itália, Holanda e França, apresentavam declínio. Além disso, a Inglaterra possuía outras condições favoráveis, tais como: a ausência de regulamentações governamentais; existência de vias navegáveis que contribuíam com transporte e distribuição com menores custos; o aumento de demanda proporcionado pelo aumento da população que crescia mais rápido do que as populações dos países continentais da Europa; ausência de tributos feudais e barreiras alfandegarias internas.
Contudo, a manufatura começou a apresentar problemas com a escassez de mão de obra e aos altos custos dos estoques sendo necessário buscar novas formas para reduzir o custo. Deste modo, a transição da manufatura para a indústria na Inglaterra foi algo planejado.
A revolução é marcada pela substituição do homem pela maquina, a substituição de uma força motriz e melhora do método de extração e transformação da matéria prima. A maquinaria tornou-se o meio para os capitalistas produzirem mais valia‖ (MARX, 1987, p. 424), e trabalhador acaba sendo obrigado a vender sua força de trabalho por uma quantia muito pequena. Entretanto, a revolução exigiu uma nova forma de distribuir os investimentos e também uma analise de riscos corridos pelos empresários, uma vez que na manufatura os custos com a matéria prima e mão de obra eram custos variáveis, já com o novo modo, a fabricação passa a ser fixos. (LANDES 1994)
Para os trabalhadores, essa transformação aparece como uma dissociação maior dos meios de produção. Os mesmos se transformam em operadores, e ficam sob a disciplina da maquina. Nesta fase, o trabalhador não podia mais executar seu trabalho em casa este passa a ser executado nas fabricas em um ritmo acelerado (LANDES, 1994).
Segundo Landes(1994) A revolução é lenta e gradual, as maquinas não surgiram do dia para noite. No primeiro momento são construídas pelos artesãos e somente depois, no sistema fabril as maquinas produzem maquinas.
A passagem da manufatura para a grande indústria trouxe grandes avanços na produtividade do trabalho. A chegada da maquina fez com que o capital se reproduzisse e concentrasse nas mãos da burguesia, pois com a chegada da maquina, reduziu-se a força de trabalho e revolucionou os instrumentos de produção por meio de desenvolvimento tecnológico.
Enquanto a Inglaterra estava passando por grandes transformações, o continente seguia com grande defasagem, devido restrições e regulamentação governamentais entre outros. A Grã-Bretanha segundo Landes(1994) determinava o ritmo a ser copiado e a reprodução das técnicas inglesa proporcionou ao continente muitas vantagens.
A emulação entre a Inglaterra e o continente fez com que as tendências da concentração da produção em unidades cada vez maiores e o aumento da escala que já vinham sendo desenvolvidas fossem estimulados. As empresas aumentaram sua dimensão por contribuição das sociedades Anônimas. Já o rápido aumento de escala surgiu na indústria pesada, e por existir o aumento do capital pode levar o processo de concentração. (Landes 1994)
Landes(1994) aponta que o aumento da escala costuma ser acompanhada pela concentração de maior produção nas mãos as maiores empresas, divido exigência do capital, e dessa forma o rico ficará cada vez mais rico enquanto o pobre sucumbirá. É pertinente enfatizar que a Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra no século XVIII foi o grande precursor do capitalismo, ou seja, a passagem do capitalismo comercial para o capitalismo industrial
Para Marx(1994) a acumulação de capital é apropriação da força de trabalho não pago pelos capitalistas, e quanto maior o numero de trabalhadores, maior será a produção capitalista. Estes capitalistas, além de explorar a força de trabalho, competem entre si, onde os capitalistas maiores derrotam os menores. Este capital não permanece parado. O capitalista que acumular mais, estará mais bem preparado para enfrentar a concorrência. Pois quanto maior a produtividade d trabalho maior o nível de acumulação e essa produtividade por sua vez, relacionam-se ao menor custo de mercadorias. Deste modo, essa concorrência faz com que capitalistas menores cheguem a ruina e o capital se centralize nas mãos dos ”vencedores”.
O século XIX foi marcado pela transição do capitalismo concorrencial ao capitalismo monopolista. O primeiro abarcou, aproximadamente, o período 1800-1870, enquanto o segundo se efetivou após uma transição conflituosa marcada pela primeira crise estrutural do capitalismo maduro, qual seja, a Grande Depressão. Em decorrência, foram moldadas estratégias de concentração e centralizaçãodo capital que acabaram por consolidar a Grande Indústria como a forma predominante da acumulação capitalista, e, por conseguinte, a subsunção real do trabalho ao capital. 
Essa depressão pela qual passou a economia fechou a era do liberalismo econômico em alguns países, tais como Alemanha, a França e Itália e até de certo modo, na Inglaterra. Em relação ao comercio de matérias primas, são adotadas medidas punitivas na França e nos Estados Unidos. Porem, essas medidas foram prejudiciais as industriais britânicas. Enquanto grandes potencias foram adotando o protecionismo, Inglaterra continuou vinculada ao liberalismo econômico, uma vez que esse pais importava produtos agrícolas e exportava produtos industrializados (HOBSBAWM, 1998)
O protecionismo não surge apenas como uma possível solução para proteger o produtor nacional dos períodos de depressão. A concentração e centralização de capital, e a administração cientifica, que são medidas tomadas para aumentar a lucratividade eliminam a concorrência entre as nações que se tornam rivais com a industrialização. A elevação do protecionismo em todas as grandes potencia fez com que o capitalismo o final do século XIX passe para sua fase monopolista, que segundo Hobsbawm(1998) é o controle do mercado por uma única empresa. Ou em um sentido mais abrangente, é o controle do mercado por um pequeno número de firmas dominantes. Alguns exemplos de concentração são resultantes de funções e de acordo entre firmar dominantes para se manterem no poder durante a recessão
Na concorrência, quando os capitalistas maiores reduzem os preços das mercadorias, conseguem retirar os capitalistas menores do mercado. Uma grande parte de capitais menores desaparece, e a outra parte passa a pertencer as empresas maiores, e essa concorrência faz parte do processo de centralização. O sistema de credito surge a princípio com o objetivo de ampliar a acumulação, torna-se também forma de executar a concorrência, é um mecanismo centralização de capital (SWEEZY, 1983)
De acordo com Sweezy(1983) a última fase do desenvolvimento do capital monopolista corre quando são formadas combinações deliberadas de superar a concorrência. Essa fase somente é atingida quando a centralização de capitais atinge um alto grau de desenvolvimento, A concorrência passa a ser muito ruinosa e não beneficia ninguém. Assim, o caminho para os acordos se encontra desimpedido. Desta forma surgem condutas anticompetitivas sob a forma de acordos tácitos, carteis, e trustes. 
Os acordos tácitos são a concordância deu uma política concorrencial comum entre os participantes, mas são instáveis e fáceis de serem violados, pois esse acordo não é assinado ou tem validade registrada. Os carteis, são o conjunto de empresas que se reúnem sob a coordenação de uma comissão central que define os preços e quotas de produção para membros participantes; os trustes por sua vez, são um grupo empresarial que organizam o investimento de várias empresas deitas por vários proprietários, no qual permite o rendimento de lucros para os investidores e gerenciadores. Essas condutas anticompetitivas se desenvolvem e estabelecem esses acordos no objetivo de repartir o mercados de vendas e fixarem preços(SWEEZY,1983)
Quanto mais poderoso forem os bancos, maior será ao nível de poder que eles possuirão de eliminar a concorrência e estabelecer os monopólios. Na junção do capital produtivo com o capital bancário, surge o capital financeiro, os bancos de simples intermediários entre transações passam a acumular uma grande parte do capital e se transformam em monopolistas. (SWEEZY 1983)
O desenvolvimento capitalista devido ao surgimento de carteis e fusões entre algumas empresas em conjunto com o aumento da produção e emergência do capital financeiro, passa de seu estagio monopolista.
Exponha as modificações – principalmente na esfera organizacional, mas não só – pelo qual as grandes empresas da era do capital monopolista passaram ao longo da primeira metade do século XX contextualizando-as com as estratégias competitivas necessárias à consolidação destas estruturas (15 pontos)
Em relação a estratégia organização empresarial, Chandler(1998) ressalta que a partir de 1915 alguns avanços demográficos e tecnológicos podem ser observados na economia empresarial norte-americana, tais como: a expansão demográfica para o oeste; a construção e inauguração das ferrovias nacionais, o desenvolvimento de um mercado nacional urbano, utilizando de novas fontes de energia, e as atividade de pesquisa e desenvolvimento.
No final do século XIX, as indústrias ainda eram pequenas e ligadas a uma economia agraria. As mais expandidas utilizavam produtos agrícolas para suprirem as necessidades dos agricultores. Mas já no século XX, as indústrias já eram grandes e algumas companhias passaram a fornecer bens de produção e se destinavam também a indústria. A economia empresarial se tornou industrializada. A centralização através da fusão pode ser observada nessas empresas pois as indústrias principais eram dominadas por poucas firmas. O papel das ferrovias foi fundamental nessas transformação, pois havia necessidade de um meio de transporte adequado e eficiente. As ferrovias nacionais norte-americanas se expandiram para abastecer os agricultores e conquistar novas áreas(CHANDLER,1998)
Chandler(1998) destaca que as grandes empresas dominaram primeiramente as indústrias que produzem bens de consumo, e em 1893 o processo de centralização nessas empresas já estava bem desenvolvido. Em uma única organização empresarial, os principais processos econômicos passaram a ser integrados de duas formas diferentes. Na integração vertical, para criar suas empresas os fabricantes criavam grandes organizações de vendas e depois de compras. Um exemplo mencionado pelo autor é o caso dos irmãos Swift, criaram uma organização de distribuição e vendas, pois os mesmos e viam a possibilidade de ligar o novo mercado a nova fonte que iria abastecê-lo através de um vagão frigorifico. 
Desta forma, foi processo criar uma máquina de propaganda e alguns outros meios para vencer os obstáculos que iam sendo impostos contra a venda do produto nos mercados urbanos. Através das redes de sucursais, a empresa ampliou a venda de seus produtos e passou a vender também outros. Ainda segundo o autor, ao montar essa estrutura de vendas, na década de 1890 a indústria frigorifica teve um rápido crescimento e passou a deter uma maior parcela do mercado e se tornou oligopolista. (CHANDLER,1998)
Já integração horizontal pequenas manufaturas são associadas nas indústrias que trabalhavam com os artigos básicos. Porém a ferrovia intensificou o mercado consumidor e a concorrência. Devido as empresas aumentaram a produção para se beneficiar no mercado houve um excesso de capacidade, que fez com que os preços se tornasse inferiores. Assim muitas empresas pequenas em 1889 tiveram que unir as grandes associações horizontais. (CHANDLER,1998)
Os recursos financeiros dos investimentos em capital eram canalizados para a ferrovia mais após 1897 os investimentos passam a ser canalizados através dos financistas de Wall Street, que passaram a ter um peso importante das funções e aquisições das empresas produtoras de bens de capital. Esse desenvolvimento de recursos ocorreu devido à insatisfação com ritmo da construção das ferrovias, enquanto isso novas empresas industriais apresentavam um grande crescimento. Desta forma os investidores passaram a ter controle das empresas industriais além das ferrovias (CHANDLER,1998)
As empresas industriais norte-americanas que destinava os recursos as atividades de pesquisa e desenvolvimento se encontravam mais estáveis no mercado, pois as mesmas reformularam sua estrutura administrativa. Essas empresas, além de adotar as pesquisas e desenvolvimento adotaram também a diversificação e a descentralização. Houve aumento da concorrência não só entre os departamentos de vendas, essa concorrência se intensificou também no departamento de pesquisa e desenvolvimento pois essas pesquisaspermitiram o desenvolvimento de novos produtos, novos processos de novos mercados. (CHANDLER,1998)
Ainda de acordo com Chalndler(1998) algumas empresas adotaram uma estrutura gerencial semelhante, e nesse tipo de organização é o escritório geral que planeja e coordena o trabalho. Essa estrutura descentralizada aparece como uma forma encontrada para gerir uma linha de produtos diversificados e exige uma alteração da administração anterior. A estrutura anterior não foi capaz de atender as necessidades a diversificação. Assim a nova estrutura teve como prioridade, satisfazer o desenvolvimento, e garantir a coordenação para cada produto que passou por um processo de diversificação
REFERÊNCIAS
CHANDLER, A. Ensaios para uma teoria histórica da grande empresa. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas, 1998.
HOBSBAWN, E. A Era dos Impérios: 1875-1914. São Paulo: Paz e Terra, 2011.
MARX, K. O capital: crítica da economia política. Livro I. São Paulo: Boitempo, 2013
SWEEZY, P. Teoria do desenvolvimento capitalista. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

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