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31/10/2017 – Respiratório – Professor Bruno Principais Afecções do Sistema Respiratório Quando falamos de doenças do sistema respiratório logo associamos as raças braquicefálicas, onde frequentemente vemos prolongamento de palato mole. Raças Miniaturas: São propensas a Bronquites Crônicas, Colabamento de Traquéia e compressão do brônquio esquerdo. Lembrando que existe bronquite alérgica, infecciosa (viral, bacteriana e fúngica). É importante diferenciar qual é a bronquite que o paciente tem. Um cão em repouso a FR ideal é estar em torno de 20 mpm. Colabamento de traqueia: Flacidez na fita muscular da traqueia, quando se excitam e aumenta a FR ocorre fechamento de traqueia. Neste momento não se consegue nem respirar e nem expirar. O tratamento clínico é através de antitussígenos e antiinflamatórios. Alguns veterinários usam condroitina mas não há nenhuma comprovação científica que funcione. Corrimento Nasal: Pode ser uni ou bilateral - seroso; (normalmente não é tão chamativo) - mucoso; (indica envolvimento com algum agente infeccioso) - purulento; (indica envolvimento com algum agente infeccioso) - hemorrágico; Epistaxe ou Hemoptise: Sangramento pelo Nariz Dolicocefálicos (Nariz Comprido) Neoplasias Nasal Braquicefálicos Anormalidades Congênitas - Lesão traumática da mucosa nasal; - Hipertensão sistêmica; - Distúrbios hemorrágicos como trombocitopenia; (ex: erliquiose, babesiose, etc) Espirro: É uma exalação forçada de ar do trato respiratório, mediada por um reflexo central, que visa limpar a nasofaringe. Sempre é iniciada pela estimulação da mucosa nasal. Tosse: Inspiração profunda seguida pelo fechamento da glote. Expiração vigorosa e forçada, compressão do ar nos pulmões e abertura súbita da glote. Tem como objetivo remover excesso de muco, produtos inflamatórios ou material estranho do trato respiratório distal a laringe. A tosse pode ser: Produtiva (com algum tipo de secreção) ou improdutiva (sem qualquer secreção); Súbita (comuns processos infecciosos) ou progressiva (mais comuns processos alérgicos/crônicos/Cardiopatia); Obs.: Cães com bronquites alérgicas tossem principalmente quando acordam e durante o dia. Já animais cardiopatas costumam apresentar tosse no período da noite. Dispnéia: Desconforto ao respirar. Distrição respiratória: Respiração difícil ou forçada. Dispnéias: Normalmente vemos o animal movimentando o abdômen para respirar quando está com dispnéia, principalmente os felinos. Inspiratória: associadas a processos extra-torácicos /via aérea superior (obstrução da laringe ou colapso de traqueia). Normalmente por alterações das vias aéreas superiores onde o ar já entra com dificuldade. Inspirações forçadas: Colabamento das vias aéreas (pouca sustentação das vias aéreas). Na inspiração a pressão é negativa (temos expansão das vias aéreas dentro do tórax). Expiratória: Intratorácicas. (problema intratorácico) Quando tenho uma dificuldade expiratória o problema está no pulmão, ele entra com facilidade mas sai ruidoso (posso auscultar sibilos, crepitação, extertores). A pressão negativa diminui. Ocorre na presença de muco, líquidos ou diminuição da luz brônquica. Ocorre a dificuldade de saída de ar alveolar. Poder ser Restritiva ou Obstrutiva: Restritiva: dificuldade de expansão do tórax. Ex.: pneumonia, efusão pleural, pneumotórax e edema pulmonar. Obstrutiva: Intensifica a restritiva, onde ocorre a obstrução da passagem do ar pelas vias aéreas. Ex.: bronquite, dirofilariose, asma felina Mistas: Intratorácicas. O ar nem entra e nem sai. Exemplo: Edema Pulmonar Auscultação Estridor: Som inspiratório de alta tonalidade, indicativo de obstrução de via aérea superior; em geral é audível sem o auxílio de um estetoscópio (normalmente posiciona o estetoscópio em traqueia) Crepitações: sons descontínuos de curta duração detectáveis á auscultação do tórax e da traquéia, que se caracterizam por sons de estalidos, espocar ou bolhas. (comum em edema pulmonar, semelhante papel celofane sendo amassado) Sibilos: Sons musicais contínuos detectáveis a auscultação do tórax ou da traquéia. (sons audíveis em pacientes com restrições brônquicas, parece um assobio) Podemos também percutir o tórax colocando o dedo médio no espaço intercostal e bater com o dedo indicador bem na articulação. Deve-se encontrar um som claro, som maciço é sinal de alteração (tuberculose) e timpânico indica que tem mais ar do que o normal (pneumotórax ou enfisema pulmonar). Radiografia de um cão com quadro de edema pulmonar, onde é possível visualizar aumento difuso de radiopacidade, diminuição de visualização de silhueta cardíaca. O cão tem 13 pares de costela e o pulmão acaba entre o 10 e 11 espaço intercostal. O melhor local para auscultação campos pulmonares é 3, 4, 5 e 6 EIC acima da articulação costocondral. Percussão: Submaciço e Maciço: Preenchimento pulmonar por sólidos, líquidos ou diminuição da quantidade de ar nos pulmões - tumores pulmonares, abscessos, pneumonia. Timpânicpo: Maior preenchimento do pulmão por ar - Enfisema pulmonar ou pneumotórax Exames Auxuliares: Lavado Traqueal: Algumas situações onde eu não consigo fazer uma rinoscopia ou traqueoscopia para fazer diagnostico de neoplasia ou criptococose pode ser utilizado o lavado traqueal. Com o auxilio de uma sonda traqueal você joga um fluido (Solução fisiológica) e depois aspira e manda para analise. Toracocentese: É uma opção em caso de efusão pleural. Deve-se fazer entre o 7 e 8 espaço intercostal e inserir o cateter sempre cranial a costela. Colapso de Traqueia Estreitamento do lúmen da traqueia (extra ou intratorácico) Normalmente resultado da perda do tônus do musculo traqueal dorsal. Predisposição: cães miniaturas ou toys de meia idade. Raças acometidas: yorshire, poodles toys, lulu da pomerania, Pugs, Maltês e Chihuahuas. Sinais e Sintomas: Tosse (semelhante a granido de ganso) Que pode piorar nas situações abaixo: - Após exercício ou excitação; - Após ingestão de água ou alimento; - Pela tração da coleira; Pode-se ver: Dispenia, Cianose e Síncopes Características Importantes: Incidência de 67% dos casos segundo a literatura. Estridor; É comum paralisia de laringe (foi observado em 30% dos animais com colapso de traqueia). Exame Físico: Normal durante o exame; A tosse pode ser induzida pela palpação traqueal; A hiperextensão do pescoço pode aumentar o grau de dispneia; Estertores e sibilos são observados quando associado a bronquite crônica; Sons cardíacos normais; Insuficiência cardíaca direita 2ndaria a hipertensão pulmonar em casos crônicos; Bronquite Crônica É uma doença pulmonar comum em cães de meia idade a idosos e principalmente de raças pequenas. Não existe cura, porém tem como controlar. Caracterizada por uma tosse persistente decorrente de uma inflamação crônica das vias respiratórias, além de aumento da produção de muco (a tosse é produtiva). Aumento da produção de muco Espessamento da mucosa dos brônquios Constricção variável da musculatura lisa dos brônquios Sinais e Sintomas: Tosse produtiva (catarro) ou improdutiva (não expectora muco); Intolerância ao exercício, cianose, colapso; Pode ser piorada pela obesidade; Tem dispneia expiratória (o ar sai com dificuldade porque tem estenose do brônquios); Após excitação a tosse pode ficar exacerbada; Mudanças bruscas na temperatura ou ingestãode agua fria também pode causar exacerbação da tosse; Prostração e anorexia após infecção bacterianas 2ndarias. Causas: - Poluição – Cigarro - Infecções do trato respiratório (bactéria, fungos, vírus) - Hipersensibilidade pulmonar (alergia) Exame Físico: - Sons Respiratórios: estertores inspiratórios e sibilos inspiratórios - Esforço respiratório - Expiração prolongada Animais podem ter em associação a presença de endocardiose de mitral ou colapso de traqueia. Diagnóstico: - Hemograma (vemos leucocitose por neutrofilia ou eosinofilia na maioria das vezes), lembrando que não é porque vemos eosinofilia que é alérgico, pode ser uma pneumonia bacteriana. Nesses pacientes é importante fazer teste para dirofilariose. - Exame de Fezes (parasitas pulmonares – ovos de dirofilária) - Exame Radiográfico (espessamento dos brônquios e aumento generalizado da densidade pulmonar) - Lavado Traqueal (as vezes ajuda no diagnóstico de dirofilaria também) Traqueobronquite Infecciosa Também conhecida como tosse dos canis • Vírus da Parainfluenza (animais tossem por aproximadamente 21 dias) e Bordetella bronchiseptica (nesse caso entra com ATB e normalmente resolve em 2-3 dias) Sinais: Tosse seca e estridente de aparecimento súbito. Pode ser acompanhada por corrimento nasal e espirros (Bordetella) Fatores predisponentes: – Hotéis caninos – Debilidade / desnutrição – Ressecamento das mucosas – Anestesia geral (intubação) – Loja de animais – Banho & Tosa Período de incubação: 2 a 10 dias Anorexia persistente, depressão e febre são típicas O curso clínico é de 7 a 14 dias (autolimitante) A tosse é induzida pela palpação da traqueia A auscultação pulmonar apresenta aumento de ruídos traqueais O Bruno sempre faz Atb: algum que pegue gram+ (exemplo: amox + clavulanato) Broncopneumonia Etiologia: - Traquobronquite infecciosa - Doença pulmonar pré-existente (bronquite não infecciosa, dirofilariose, inalação de fumaça) - Inalação ou aspiração de fluidos (megaesôfago, vomito, paralisia laringeana) - Imunossupressão (cinomose, parvovirose, FeLV, FIV) - Doenças como hiperadrenocorticismo e diabetes melito - Terapia com drogas imunossupressivas - Debilidade, infecção hospitalar, sepse por cateter intravenoso - Sonda endotraqueal contamina Sinais e Sintomas: Característicos: Taquipnéia • Desconforto respiratório • Tosse produtiva • Febre Outros: Depressão • Anorexia • Inquietação • Exsudato mucopurulento Diagnóstico: - Sinais - Sintomas - Radiografia - Hemograma (leucocitose com desvio a esquerda e monocitose) Em caso de infecções bacterianas agudas e severas: neutropenia com desvio a esquerda degenerativo Alterações Radiográficas: Aumento da densidade pulmonar intersticial (viral e protozoários) ou alveolar (bacteriana) Lobo pulmonar médio direito e os lobos craniais são os mais acometidos Densidades nodulares (doenças fúngicas ou neoplasias)
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