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ANÁLISE TAXONÔMICA DE MACROALGAS PRESENTES NA ENSEADA DA PRAINHA

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ANÁLISE TAXONÔMICA DE MACROALGAS PRESENTES NA ENSEADA DA PRAINHA, ARRAIAL DO CABO – RJ
TAXONOMIC REVIEW OF MACROALGAE PRESENTS IN PRAINHA BAY, ARRAIAL DO CABO - RJ
Matheus Paiva1, Felipe Andrade2, Arthur Cumplido3
1UERJ/Faculdade de Oceanografia/matheusfbspaiva@gmail.com
2UERJ/Faculdade de Oceanografia/felipesurfe95@hotmail.com
3UERJ/Faculdade de Oceanografia/arthur_cumplido2@hotmail.com
RIO DE JANEIRO, JULHO DE 2014
ARTHUR CUMPLIDO, FELIPE ANDRADE E MATHEUS PAIVA
ANÁLISE TAXONÔMICA DE MACROALGAS PRESENTES NA ENSEADA DA PRAINHA, ARRAIAL DO CABO – RJ
Trabalho apresentado como um dos pré-requisitos necessário para a aprovação na disciplina de Fundamentos de Biologia III ministrada pelo professor Alexandre de Gusmão Pedrini.
	RIO DE JANEIRO, JULHO DE 2014	
AGRADECIMENTOS
Gostaríamos de agradecer à família Andrade, por ceder a casa para nossa estadia durante o final de semana de coleta, à Policia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ), por garantir nossa segurança durante os dias em que estivemos em Cabo Frio e Arraial do Cabo, ao professor Alexandre de Gusmão Pedrini e seus estagiários, pelo auxílio na confecção do trabalho, e ao Arthur Cumplido, Luiza Peiter e Luiza Brito pela carona oferecida para o deslocamento até a Região dos Lagos.
Por fim, dedicamos o trabalho a seguir para nossas famílias que nos apoiam moral e financeiramente, assim como acreditam fielmente em nosso potencial como futuros oceanógrafos.
“Nem se eu tivesse dois pulmões, eu coletava aquela alga.”
							Autor Desconhecido
“Mar calmo nunca fez bom marinheiro.”
							Autor Desconhecido
“Be water, my friend.”
							LEE, Bruce.
Índice
Agradecimentos .........................................................................................................3
Índice ...................................................................................... ..................................4
Resumo/Abstract .................................................................... ........... ..................... 5
1 Introdução ......................................................................... ........... ........................ 6
2 Características Gerais das Divisões ................... ........... ....................................... 6
2.1. Chlorophyta .............................................. ........... ........... .................... 6
2.2. Ochrophyta .................................................... ........... ........................... 6
2.3. Rhodophyta ................................................ ........... ...............................7
3 Área de estudo ....................................................... ........... ........... ......................7
	3.1. Arraial do Cabo e suas características ............ ........... ...........................7
	3.2. Propriedades das águas de Arraial do Cabo ........... ........... ...................8
	3.3. Enseada da Prainha ................................... ........... ................................8
	3.4. Fatores externos .............................. ........... ........... ..............................8
	3.5. Condições de campo durante a coleta ................ ........... .......................9
	3.6. Estações de coleta ................................... ........... ........... ......................9
4 Materiais e Métodos ........................................... ........... ........... .........................10
	4.1. Materiais utilizados .............................. ........... ...................................10
	4.2. Métodos utilizados ........................................... ........... ......................10
5 Resultados e discussões .............................................. ........... ........... ...............12
	5.1. Taxonomia das algas identificadas ............... ........... .........................12
	5.2. Descrição dos gêneros ........................ ........... ........... ........... ............13
	5.3. Tabelas e gráficos das estações ............... ........... ........... ...................15
	5.4. Análises e discussões ....................... ........... ........... ........... ..............19
6 Conclusão .................................................. ........... ........... ........... ....................19
7 Referências bibliográficas ..................... ........... ........... ........... ....................... 21
Anexo I – Aspecto geral das macroalgas ........... ........... ........... ........... ..............22
RESUMO
Este trabalho acadêmico tem como objetivo tratar a identificação taxonômica de gêneros de macroalgas da zona costeira da Enseada da Prainha, localizada na cidade de Arraial do Cabo, Rio de Janeiro, Brasil, sendo este composto por três etapas principais: 1) coleta das algas; 2) identificação e classificação das algas coletadas; 3) tratamento estatístico dos dados e análise final. Antes da ida ao ponto de coleta, foram extraídos dados climáticos e oceanográficos, tais como temperatura da água, maré e nebulosidade, a fim de escolher o melhor horário para a coleta. Durante o processo de coleta, foram necessárias anotações quanto à estação onde as algas foram coletadas, com o intuito de facilitar a divisão das algas por zonas de maré. Este estudo levou a identificação de catorze (14) gêneros diferentes, dentre eles quatro (4) da divisão Chlorophyta, quatro (4) da divisão Ocrophyta, e seis (6) da divisão Rhodophyta. 
Palavras-chave: Macroalgas; taxonomia; identificação; Prainha
ABSTRACT
	The goal of this academic work is the taxonomic identification of the macro seaweeds found in the coastal zone of Prainha Bay, Arraial do Cabo, Rio de Janeiro, Brazil, being composed in three stages: 1) seaweeds collection; 2) Classification and identification; 3) Data statistic treatment and conclusion. Before the collection, it was acquired climate and oceanographic data, like water temperature, tide and nebulosity, to choose the best moment to collect. During the collection, it was necessary to note the stations where the seaweeds was collected, making the algae tide zone division easily. In this study it was possible to identify fourteen (14) different genus: four (4) from the Chlorophyta division, four (4) from the Ocrophyta division and six (6) from the Rhodophyta division.
Keywords: Macroalgae; taxonomy; identification; Prainha
1 – INTRODUÇÃO
1.1 - Macroalgas
Macroalgas são organismos bentônicos e fotossintetizantes pertencentes aos filos Rhodophyta, Ocrophyta e Chlorophyta. Estes organismos vivem fixos a qualquer substrato sólido, seja ele consolidado ou não. As únicas fases da vida que se apresentam livres são as fases de esporos e gametas. Além disso, apresentam talo macroscópico e ausência de vasos de transporte. 
Devido ao seu estilo de vida bentônico, as maiores quantidades e diversidade de macroalgas se encontram em costões, fundos rochosos e áreas recifais. Porém, o habitat destes organismos é limitado pela penetração de luz, no meio aquático, suficiente para a realização da fotossíntese.
Para a confecção deste levantamento taxonômico, consultamos outros trabalhos realizados na mesma área de estudo, são eles: Marcelino et al., 2008; e Ferreira et al., 2005. 
2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS DIVISÕES
A seguir, citamos características das três grandes divisões que englobam as algas encontradas durante a coleta.
2.1 – Divisão Chlorophyta
As clorófitas apresentam características importantes como a presença de clorofilas a e b, reserva de carboidratos em forma de amido, parede celular constituída por celulose e o padrão de organização dos microtúbulos associados aos corpos basais (centríolos) na base dos flagelos (YAMAGISHI-COSTA, 2014).
A maioria das clorófitas são aquáticas, porém há espécies que ocorrem em outros habitats em uma relação simbiôntica com líquens, protozoários e invertebrados. Das espécies aquáticas, algumas são exclusivamente marinhas, poréma maioria é de água doce (SMITH, 1979).
2.2 – Divisão Ochrophyta
	As ocrófitas ou algas pardas são organismos predominantemente marinhos, que existem sob as formas macroscópica e/ou microscópica. São também organismos exclusivamente multicelulares, o que permitiu que esses indivíduos pudessem chegar próximo à região costeira, suportando as ações mecânicas. 
Possuem clorofila a e c e o pigmento fucoxantina. Seu carboidrato de reserva é a crisolaminarina. Os talos das ocrófitas podem exibir as formas filamentosa, pseudofilamentosa e parenquimatosa. Possuem parede celulósica recoberta por alginato, o que fornece à alga resistência e flexibilidade para suportar choques mecânicos (YAMAGISHI-COSTA, 2014).
2.3 – Divisão Rhodophyta
	As Rhodophyta são preferencialmente bentônicas e têm estrutura bastante complexa, visto que, apenas poucas rodófitas são unicelulares e microscópicas. As algas vermelhas são quase sempre filamentosas, mas os filamentos podem se agregar, formando uma estrutura pseudoparenquimatosa ou até mesmolaminar.
Certas algas vermelhas depositam carbonato de cálcio em suas paredes celulares, e por isso recebem o nome de algas coralináceas. Acredita-se que a calcificação ajudaria na obtenção de CO2 para a fotossíntese. As rodófitas não apresentam nenhum tipo de célula flagelada durante seu ciclo de vida, o que as distingue das demais algas multicelulares.
Os cloroplastos das algas vermelhas possuem apenas clorofila a, apresentando também o pigmento acessório ficobilina, que muitas vezes pode mascarar a coloração verde da clorofila tornando a alga vermelha. As ficobilinas também são responsáveis pela capacidade de absorção de luz em águas profundas. Pelo fato de possuírem apenas clorofila a e terem como reserva de carboidrato o amido das florídeas (molécula semelhante ao glicogênio), associa-se a origem destes cloroplastos à endossimbiose com cianobactérias (YAMAGISHI-COSTA, 2014).
3 – ÁREA DE ESTUDO
Figura 1: Localização da Prainha no município de Arraial do Cabo – RJ. NASA. Image Nasa[2008]. Disponível em: http://goo.gl/YU9Av6 
3.1 – Arraial do Cabo e suas características
 O município de Arraial do Cabo está localizado no estado do Rio de Janeiro, região dos lagos, com uma área de 160,286 km² e composta por 28.010 habitantes (IBGE,2014). Suas coordenadas geográficas é 22”57’S e 42”03’W Gr. 
A cidade pode ser dividida em dois complexos geológicos: O maciço rochoso continental, onde se está localizado o município; e a área onde se localiza a ilha de cabofrio que por sua vez protege as aguas da baia de Arraial do Cabo (Grossi et Al,1993).
Por conta da alta taxa de evaporação facilitada por constantes ventos nordestes e por uma baixa pluviosidade esta região sofre com um clima predominantemente seco.
3.2 - Propriedades das águas de Arraial do Cabo
O fenômeno da ressurgência, que ocorre nas águas de Arraial do Cabo, é caracterizado pelo afloramento de águas profundas, frias e ricas em nutrientes em determinadas regiões dos oceanos. Nessas condições, a produtividade primária (posição ocupada pelas macroalgas na cadeia alimentar) é bastante elevada e, em consequência, toda a cadeia alimentar é beneficiada.
Na costa sudeste do Brasil, os ventos de Nordeste, oriundos do Anticiclone Semi-Permanente do Atlântico Sul, são dominantes e ocorrem durante todo o ano, sendo interrompidos quando a direção passa a Sudoeste (Dourado e Oliveira, 2001). Com isso, a água superficial tende a deslocar-se para o largo, possibilitando a subida da água subjacente, nesse caso, a Água Central do Atlântico Sul (ACAS). A temperatura indicativa da ressurgência é 18ºC, índice térmico superior da ACAS. Assim, pode-se supor que, nos meses em que a ACAS está mais rasa, seja necessária menor potência de vento para trazê-la à superfície e assim dar início ao fenômeno da ressurgência (Leite, 2003).
3.3 – Enseada da Prainha
	Localizada na entrada da cidade, a Prainha tem, aproximadamente, 1 quilômetro de extensão e é utilizada em larga escala por moradores e turistas durante todo o ano. 
	Ela fica localizada entre dois costões rochosos, e no costão direito há a praia da Graçainha (aproximadamente 15 metros de extensão) que, ao contrário da praia principal, é um ambiente de alto hidrodinamismo e cuja faixa de areia só é exposta durante a maré baixa.
3.4 – Fatores Externos
	A Prainha sofre ação antrópica durante todo o ano, desde turistas praticando snorkeling a banhistas e moradores. Essa interferência é prejudicial ao ecossistema residente, mas ainda assim a praia consegue manter uma alta riqueza de organismos.
	No final do costão da esquerda, próximo à área de atuação da ressurgência, ocorre um ponto de descarga de efluentes. De acordo com o Instituto de Estudos Almirante Paulo Moreira (IEAPM), a poluição não afeta a zona de costa da praia, porém o costão esquerdo tem uma menor biodiversidade de fauna e flora se comparado ao costão direito, longe da descarga. Devido a esta informação prévia, optamos por coletar no costão direito, a fim de conseguir o maior número de gêneros distintos de macroalgas.
3.5 – Condições de campo durante a coleta
Data da coleta: 05 de abril de 2014
Horário da coleta: 11:30h às 13:00h
Maré 0.1m – mínima (Ricosurf)
Temperatura da água: aproximadamente 22ºC (Windguru)
Dia ensolarado sem nuvens – 34ºC (Windguru)
Visibilidade da água: 7 metros (estimativa)
Profundidade máxima atingida: 5 metros
Costão rochoso coberto por algas e corais
3.6- Estações de coleta
Estação 1 - Localizada no costão direito, zona de mesolitoral apresenta algas sobre rochas na faixa de areia. 
Estação 2 - Localizada no costão direito, zona de infralitoral apresenta algas fixas nas rochas submersas, aproximadamente 2 metros.
Estação 3 - Localizada no costão direito, zona de infralitoral apresenta algas fixas nas rochas submersas, profundidade de 3 a 5 metros.
Estação 4 - Localizada no costão direito, zona de infralitoral apresenta algas fixas nas rochas submersas, aproximadamente 2 metros
Estação 5 - Localizada na praia da Graçainha, zona de mesolitoral apresenta algas fixas nas rochas que variam entre submersa e emersa conforme a maré.
Figura 2: Estações de coleta na Prainha. Disponível em: http://zip.net/btn28k 
4- Materiais e Métodos
4.1- Materiais Utilizados
4.1.1- Materiais utilizados na coleta
3 máscaras de mergulho + snorkel
3 pares de pé de pato
21 potes vedados
3 espátulas
1 caixa de plástico para armazenamento dos potes
1 rolo de fita durex
2 folhas de papel vegetal
1 câmera fotográfica
3L de formol a 4%
4.1.2- Materiais utilizados para identificação das algas
1 pinça
3 gillettes
Lâminas
Lamínulas
Placa de Petri
Microscópio
Livros de classificação e taxonomia para consulta
4.1.3- Material utilizado pro herbário
Papel sulfite 40kg
Caixa de plástico
Grade de ferro
Pincel
Prensa de madeira com papelão
Lápis
Envelopes
4.2 - Métodos
4.2.1 - Coleta
Após escolhermos a praia, buscamos os dados meteorológicos e oceanográficos para auxiliar-nos na coleta. Definimos 5 estações de coleta no costão direito. Com o material utilizado podemos após a coleta armazenar os gêneros e registrá-los em uma planilha, onde constavam suas características perceptíveis a olho nu. Ao coletarmos no infralitoral utilizamos equipamento de mergulho em apneia.
4.2.2 - Identificação
No laboratório de botânica do instituto de biologia da UERJ, realizamos uma triagem das macroalgas, com o auxílio do Professor Pedrini e seus estagiários. Os gêneros das macroalgas foram identificados a partir da observação das características externas e internas das mesmas, e consulta a bibliografia. 
4.2.3- Herbário
O herbário foi feito no LAFEA, laboratório da UERJ, onde emergimos as algas em uma bacia de água, emergimos o papel sulfite 40kg já etiquetado com a localização, data, estação, o gênero e a zonação da alga coletada. Com uma pinça e um pincel, esticamos as algas no papel. Após o escorrimento da agua, foi feito um “sanduíche” de papel currado, papel chupão,o papel sulfite 40kg com a alga sobreposta, pano morim, o papel chupão e o papel currado novamente. Para finalizar o procedimento, foi feita uma prensa com duas placas de madeira, que foram amarradas firmemente com barbante e colocadas na estufa aquecida para secagem das algas. Após secagem por 3 dias, o material foi retirado, e cada pedaço de papel sulfite 40kg com uma alga sobreposta foi colado sobre uma folha maior de papel, foi devidamente identificado e posto em um catálogo de envelopes em anexo. 
Figura 3: Método de confecção do herbário. Disponível em: http://goo.gl/lfKEmQ 
4.2.4 – Índice de similaridade
Para obtermos o grau de similaridade entre as estações de coleta, utilizamos o programa Fitopac. A metodologia aplicada é apresentada a seguir:
 1. Construção de uma tabela no Excel com a ocorrência de cada gênero em cada estação (0 - ausência ou 1 - presença)
2. Cálculo do coeficiente de Kulczynski no programa Fitopac
3. Obtenção do Dendograma pela média de grupo (UPGMA).
5 - Resultados e discussões
5.1 – Taxonomia das algas identificadas
5.1.1 – Filo Chlorophyta
Filo Chlorophyta
Classe Ulvophyceae
Ordem Ulvales	
Família Ulvaceae
Gênero Ulva Linneaus, 1743
Classe Ulvophyceae
Ordem Bryopsidales
Família Caulerpaceae
Gênero Caulerpa Lamourox, 1809 
Classe Ulvophyceae
Ordem Cladophorales
Família Boodleaceae
Gênero Cladophoropsis Borgensen, 1905 
Classe Ulvophyceae
Ordem Bryopsidales
Família Codiaceae
Gênero Codium Stackhouse,1797 
5.1.2 – Filo Rhodophyta
	
Subfilo Eurhodophytina
Classe Florideophyceae
Subclasse Corallinophycidae
Ordem Corallinales
Família Corallinaceae
Subfamilia Lithophylloideae
Gênero Amphiroa J.V.Lamouroux, 1812
Subfilo Eurhodophytina
Classe Florideophyceae
Subclasse Rhodymeniophycidae
Ordem Ceramiales
Família Rhodomelaceae
Tribo Laurencieae
Gênero Laurencia Lamouroux, 1813 
Subfilo Eurhodophytina
Classe Florideophyceae
Subclasse Rhodymeniophycidae
Ordem Gigartinales
Família Cystocloniaceae
Gênero Hypnea Lamouroux, 1813 
Subfilo Eurhodophytina 
Classe Florideophyceae
Subclasse Corallinophycidae
Ordem Corallinales
Família Corallinaceae
Subfamilia Corallinoideae
Tribo Janieae
Gênero Jania Lamouroux, 1812 
Subfilo Eurhodophytina
Classe Florideophyceae
Subclasse Corallinophycidae
Ordem Corallinales
Família Corallinaceae
Subfamília Corallinoideae
Tribo Corallineae
Gênero Corallina Linnaeus, 1758
Subfilo Eurhodophytina
Classe Florideophyceae
Subclasse Rhodymeniophycidae
Ordem Ceramiales
Família Spyridiaceae
Tribo Spyrideae
Gênero Spyridia Harvey, 1833 
 
5.1.3 – Filo Ochrophyta 
	
Classe Phaeophyceae
Subclasse Melanophycidae
Ordem Fucales
Família Sargassaceae
Gênero Sargassum C. Agarth, 1820 
Classe Phaeophyceae
Subclasse Melanophycidae
Ordem Dictyotales
Família Dictyotaceae
Tribo Zonarieae
Gênero Padina Adanson, 1763 
Classe Phaeophyceae
Subclasse Melanophycidae
Ordem Dictyotales
Família Dictyotaceae
Tribo Dictyoteae
Gênero Dictyota Lamouroux, 1809 		
Classe Phaeophyceae
Subclasse Melanophycidae
Ordem Ectocarpales
Família Scytosiphonaceae
Gênero Colpomenia (Endlicher) Derbès & Solier, 1851 
5.2. Descrição dos gêneros
5.2.1 – Divisão Chlorophyta
-Caulerpa Lamourox, 1809 Referência: Joly (1967), pág. 123-124 Descrição: Planta com talo cilíndrico, rastejante, e que se fixa ao substrato através de ramos eretos, ramificados em râmulos esféricos ou penados, apresenta-se cenocítico em sua totalidade. Possui a aparência de cachos de uva.
-Cladophoropsis Borgensen, 1905 Referência: Joly (1967), pág. 107-108 Descrição: Planta celular com talo filamentoso unisseriado, muito ramificado e ereto. Possui aspecto de um bolo com pelos quando aglomerada com outras algas e areia.
-Codium Stackhouse, 1797 Referência: Joly (1967), pág. 139-140 Descrição: Planta com talo pseudoparenquimatoso e sem calcificação, ereto, cilíndrico, ramificado em sua maioria dicotomicamente. Apresenta consistência de filtro ou esponja.
-Ulva Linneaus, 1743 Referência: Joly (1967), pág. 101 Descrição: Planta celular com talo foliáceo, com duas camadas de células em espessura, o talo é fixo ao substrato por um apressório pequeno. O talo tende a se alargar em direção ao ápice da planta. Aparentando-se a uma folha de alface.
5.2.2 – Divisão Rhodophyta
- Amphiroa J.V.Lamouroux, 1812
Referência: Barata (2013) pág. 2
Descrição: Talo com segmentos calcificados e estruturas reprodutivas ao longo dos segmentos calcificados.
- Corallina Linnaeus, 1758
Referência: Vieira (2010) pág. 7
Descrição: Talo de até 7 centímetros de comprimento, impregnada com carbonato de cálcio. Fixa por discos e vários eixos segmentados formados por artículos sucessivos
- Hypnea Lamouroux, 1813
Referência: Joly (1965) pág. 303
Descrição: Talo ereto cilíndrico abundantemente ramificado com pequenos ramos em forma de espinhos e consistência carnosa firme.
- Jania,  Lamouroux, 1812 
Referência: Joly (1965), pág. 269
Descrição: Talo ereto fortemente calcificado, seguimentos cilíndricos, ramificado dicotomicamente em vários planos
-Laurencia Lamouroux, 1813 Referência: Joly (1967), pág. 448-449 Descrição: Planta com talo ereto, cilíndrico ou achatado, densamente ramificado em diversas direções. Talo com células grandes, sem ordem de disposição ao redos das células axiais. Ramos em forma de clavas. Seus ramos apresentam depressão apical. Encontra-se presa ao substrato por um grande apressório e cresce em tufos.
-Spyridia Harvey, 1833 Referência: Joly (1967), pág. 350-351 Descrição: Planta macroscópica com talo ereto, cilíndrico e densamente ramificado. Suas ramificações principais possuem muitos ramos curtos, laterais e dísticos. Encontrada no substrato por um apressório, e epífitas em outras algas.
5.2.3 – Divisão Ocrophyta
-Colpomenia (Endlicher) Derbès & Solier, 1851 Referência: Joly (1967), pag 196 Descrição: Planta macroscópica com talo oco e vesiculoso. Cujas paredes são formadas por várias camadas de células. Sua aparência é de uma bolha de plástico.
- Dictyota Lamouroux, 1809 							 Referência: JOLY (1967), pág. 165-166 Descrição: Planta macroscópicacom talo ereto apresentando três camadas de células e não apresentando nervura central. É, em parte, rastejante e cilíndrica, que possui ramos laminares fitados e ramificados dicotomicamente.
-Padina Adanson, 1763 Referência: Joly (1967), pag 168-169 Descrição: Planta macroscópica com talo ereto, foliáceo expandido com formato similar a um leque. O crescimento se dá por células apicais protegidas em um envoltório formado pelos bordos do talo.
- Sargassum C. Agarth, 1820 Referência: Joly (1967), pag 215-217 Descrição: Planta macroscópico com talo ereto, ramificado, fixa-se se ao substrato por meio de um forte apressório. Râmulos achatados em forma de folhas que apresentam nervura central e bordos crenados ou dentados.
5.3. Tabelas e gráficos das estações
Gráfico 1. Filos encontrados.
Foram encontradas 14 gêneros de macroalgas diferentes, sendo 4 do Filo Chlorophyta (28,5%), 6 do Filo Rhodophyta (43%) e 4 do Filo Ochrophyta (28,5%).
Tabela 1. Gêneros x Estação
1 para presença e 0 para ausência. Foram encontradas 3 gêneros na Estação 1; 7 gêneros na Estação 2; 5 gêneros na Estação 3; 5 gêneros na Estação 4; e 4 gêneros na Estação 5.
Gráfico 2: Filos encontrados em cada estação.
A partir do gráfico percebemos que as algas do filo Rhodophyta se apresentaram de forma mais abundante na maioria das estações, porém se ausentaram nas estações de mesolitoral 1 e 5. As algas dos filos Ochrophyta e Chlorophyta se distribuíram igualmente entre as estações.
Gráfico 3. Quantidade de gêneros encontrados por zonação.
 Não foi encontrada nenhuma alga na região de supra-litoral pois não houve estação de coleta no supra-litoral. O gênero Ulva foi coletado tanto em uma estação de médio-litoral quanto em uma estação de infra-litoral.
Tabela 2. Comparação das algas encontradas em relação à trabalhos anteriores (1 para presença e 0 para ausência)
	Divisão
	Táxons
	Paiva, Cumplido, Andrade, 2014
	Marcelino, Cárita, Figueiredo, 2008
	Ferreira, Schilithz, 2005
	Chlorophyta
	Boodleopsis
	0
	0
	1
	
	Caulerpa
	1
	1
	1
	
	Chaetomorpha
	0
	0
	1
	
	Cladophoropsis
	1
	0
	0
	
	Codium
	1
	1
	1
	
	Enteromorpha
	0
	1
	1
	
	Ulva
	1
	1
	1
	
	Ulvaria
	0
	0
	1
	TOTAL
	
	4
	4
	7
	Rhodophyta
	Amphiroa
	1
	0
	0
	
	Asparagopsis
	0
	0
	1
	
	Botryocladia
	0
	0
	1
	
	Centroceras
	0
	0
	1
	
	Corallina
	1
	0
	0
	
	Gracilaria
	0
	1
	0
	
	Hypnea
	1
	1
	1
	
	Jania
	1
	1
	1
	
	Laurencia
	1
	1
	1
	
	Polysiphonia
	0
	1
	0
	
	Pterosiphonia
	0
	1
	0
	
	Rhodymenia
	0
	0
	1
	
	Spyridia
	1
	1
	1
	TOTAL
	
	6
	7
	7
	Ochrophyta
	Bachelotia
	0
	1
	0
	
	Chnoospora
	0
	0
	1
	
	Colpomenia
	1
	0
	1
	
	Dictyota
	1
	1
	1
	
	Dictyopteris
	0
	0
	1
	
	Padina
	1
	1
	1
	
	Sargassum
	1
	1
	1
	TOTAL
	
	4
	4
	6
Dendograma de Similaridade entre os cinco pontos de coleta. Fonte: Fitopac
5.4. Análises e discussões
Coletamos 24 amostras de macroalgas sendo 7 do filo Ochrophyta, 11 do filo Rhodophyta e 8 do filo Chlorophyta. Das 24 amostras, identificamos 14 gêneros diferentes sendo 4 do Filo Chlorophyta (28,5%), 6 do Filo Rhodophyta (43%) e 4 do Filo Ochrophyta (28,5%). Lembra-se que achávamos que haviam 15 gêneros diferentes previamente, porém durante a apresentação o senhor corrigiu a informação dada pelos estagiários, propondo que duas algas seriam do mesmo gênero Codium, mas de famílias diferentes. Em acordo com o senhor, ficamos então com 14 gêneros identificados, um a menos que a proposta inicial do trabalho. 
O filo Rhodophyta apresentou a maior diversidade com seis gêneros, enquanto os filos Chlorophyta e Ochrophyta apresentaram quatro gêneros cada, como mostra o Gráfico 1.
A Estação 2 foi a que apresentou o maior número de macroalgas: total de 7, como mostra a Tabela 1. A profundidade rasa (em torno de 3 metros) que a Estação possui propicia uma alta incidência de luz solar, independentemente da turbidez da água, além de a Estação estar em uma porção mais abrigada das ondulações do que as outras Estações. Estas características explicam a alta diversidade encontrada na Estação em questão.
Já a Estação 1 apresentou 3 gêneros diferentes de macroalgas, evidenciando a menor diversidade das Estações como consequência de ser a Estação mais sujeita à interferência antrópica, uma vez que se encontra na faixa de areia da praia principal.
A Estação 3 obteve uma discrepância, em relação a todas as outras Estações, pois se encontra em uma profundidade maior (até 5 metros). 
	O gênero Ulva foi o mais comum entre as algas coletadas, sendo encontrado em 4 das 5 Estações de coleta. Os gêneros menos comuns encontrados em apenas 1 Estação das 5 foram: Cladophoropsis, Codium, Colpomenia, Dictyota, Hypnea e Spyridia.
	 O dendograma de similaridade feito no programa Fitopac 2.0, apresenta uma similaridade de aproximadamente 50% entre as Estações 2 e 4; aproximadamente 85% entre as Estações 1 e 5; aproximadamente 30% entre a Estação 3 e as Estações 2 e 4. As Estações se isolaram por zonação, sendo dois grupos principais: o grupo das Estações em médio-litoral (1 e 5) e o grupo das Estações em infra-litoral (2, 3 e 4).
6 - CONCLUSÃO
	A Estação 3 se diferenciou das outras devido à sua profundidade maior (em torno de 5 metros). As Estações 1 e 5 apresentaram a maior similaridade (aproximadamente 85%) por se localizarem no médio-litoral, assim como as Estações 2 e 4 se agruparam por pertencerem ao infra-litoral (aproximadamente 50% de similaridade).
	A densidade de gêneros distintos de cada filo diminuiu em relação a 2005, e se manteve estável em relação a 2008 (exceto as Rhodophytas), como mostra a Tabela 2. O declínio de diversidade das macroalgas tem como motivo principal a presença massiva de ouriços-do-mar observados durante a coleta (RIZZO, 2014).
	As macroalgas do filo Rhodophyta foram encontradas exclusivamente em estações do infra-litoral, evidenciando a dependência de um habitat submerso constantemente. Já as macroalgas dos filos Ochrophyta e Chlorophyta estavam presentes em estações tanto no médio-litoral quanto no infra-litoral.
Em relação aos trabalhos tomados como parâmetro (Marcelino et al., 2008; e Ferreira et al., 2005), os seguintes gêneros de macroalgas não tinham sido coletados: Amphiroa, Cladophoropsis e Corallina. Os gêneros que já haviam sido coletados, e desta vez não foram são: Boodleopsis, Chaetomorpha, Enteromorpha, Ulvaria, Asparagopsis, Botryocladia, Centroceras, Gracilaria, Polysiphonia, Pterosiphonia, Rhodymenia, Bachelotia, Chnoospora, Dictyopteris.
As discrepâncias entre o trabalho atual e os anteriores se dá devido à mudança dos pontos de coleta e ao aumento de interferência antrópica no ecossitema com o passar dos anos.
	As conclusões deste trabalho que não apresentam fonte foram deduzidas por nós após a análise dos dados coletados. Porém, como este trabalho é apenas um levantamento preliminar acadêmico, estudos mais complexos podem chegar a conclusões com maior credibilidade científica.
	
7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Guiry, M.D. & Guiry, G.M. 2014. AlgaeBase. Publicação eletrônica mundial, National University of Ireland, Galway. http://www.algaebase.org; acessado em 06 de Junho de 2014.
PEDRINI, A. G. Macroalgas (Ocrófitas Multicelulares) Marinhas do Brasil. Technical Books, 2013. 180p. ISBN 9788561368289
PEDRINI, A. G. Macroalgas (Chlorophyta) e Gramas (Magnoliophyta) Marinhas do Brasil. Technical Books, 2011. 142p. ISBN 9788561368210
FERREIRA & SCHILITHZ. Levantamento taxonômicode macroalgas bentônicas da zona costeira da Prainha – Arraial do Cabo, RJ. Rio de Janeiro, 2005.
MARCELINO & CÁRITA & FIGUEIREDO. Levantamento taxonômico de macroalgas bentônicas da zona costeira da Prainha – Arraial do Cabo, RJ. Rio de Janeiro, 2008.
BRASILEIRO, P. S. et al. Algas marinhas bentônicas da região de Cabo Frio e arredores: síntese do conhecimento. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2009. 26p.
COUTINHO, R. Estudo no corpo receptor e área de influência referente ao impacto causado pelo efluente lançado no costão da Prainha – Arraial do Cabo, RJ. 2001
Rico de Souza, 2014. Ricosurf. Informações sobre condições de surf no litoral brasileiro. http://www.ricosurf.com.br; acessado em 05 de abril de 2014.
Windguru, 2014. Windguru. Informações sobre condições marítimas globais. http://windguru.cz; acessado em 05 de abril de 2014
ANEXO I – Aspecto geral das macroalgas
 
Figura 4: Hypnea. Foto: Matheus Paiva	 		 Figura 5: Jania. Foto: Matheus Paiva
 
Figura 6: Laurencia. Foto: Matheus Paiva		Figura 7: Padina. Foto: Matheus Paiva			 
 
Figura 8: Sargassum. Foto: Matheus Paiva	 	 Figura 9: Spyridia. Foto: Matheus Paiva				
 
Figura 10: Ulva. Foto: Matheus Paiva		 Figura 11: Amphiroa. Foto: Matheus Paiva				
		
Figura 12: Caulerpa. Foto: Matheus Paiva		Figura 13: Codium. Foto: Matheus Paiva				
			
Figura 14: Cladophoropsis. Foto: Matheus Paiva	 Figura 15: Colpomenia. Foto: Matheus Paiva				
 
 Figura 16: Coralina. Foto: Matheus Paiva		Figura 17: Dictyota. Foto: Matheus Paiva

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