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N.Cham. 370.1 D519c 2.ed. Autor: Dewey, John . i Título;.Expe.rienciu~du~o __ __ _ ·- ·- _ 11111111111111111111111111111111111111111111111111 ~~~;3152 ' F I C H A C A T A L O G R Á F I C A ( P r e p a r a d a pelo C e n t r o de Catalogação-na-Fonte, C â m a r a Brasileira do Livro, S P ) D 5 1 3 e 2 . e d . 75-1149 Dcwey, J o h n , 1859-1952. Experiência e educação; t r a d u ç ã o de Anísio Teixeira. 2. ed. São Paulo, E d . Nacional, 1976. p. (Atualidade.s pedagógicas. v. 1 3 1 ) 1 . E d u c a ç ã o 2 . Experiência I . T í t u l o . l l . Série. CDD-370 · 1 5 3 . 1 5 2 4 lndice p a r a c a t á l o g o sistemático: 1 . Educação 370 2 . Experiência : Psicologia da aprendizagem 153.1524 t FAED / 8/ BLt OTF:CA EXPERIÊNCIA E E D U C A Ç Ã O Í l • • t ' F I C H A C A T A L O G R Á F I C A ( P r e p a r a d a pelo C e n t r o de Catalogação-na-Fonte, C â m a r a Brasileira do Livro, S P ) D 5 1 3 e 2 . e d . 75-1149 Dcwey, J o h n , 1859-1952. Experiência e educação; t r a d u ç ã o de Anísio Teixeira. 2. ed. São Paulo, E d . Nacional, 1976. p. (Atualidade.s pedagógicas. v. 1 3 1 ) 1 . E d u c a ç ã o 2 . Experiência I . T í t u l o . l l . Série. CDD-370 · 1 5 3 . 1 5 2 4 lndice p a r a c a t á l o g o sistemático: 1 . Educação 370 2 . Experiência : Psicologia da aprendizagem 153.1524 t FAED / 8/ BLt OTF:CA EXPERIÊNCIA E E D U C A Ç Ã O Í l • • t • ATUALIDADES PEDAGóGICAS Volume 131 • Direção de 1. 8. DAMASCO PENNA A relação dos livros de "ATUALIDADES PEDAGóGICAS" está no fim deste volume. • FAED/BrBUOTEC'A JOHN DEWEY 1\ EXPERIENCIA e -EDUCAÇAO Tradução de ANÍSIO TEIXEIRA segunda edição COMPANHIA EDITORA NACIONAL SÃO ~AULO • ATUALIDADES PEDAGóGICAS Volume 131 • Direção de 1. 8. DAMASCO PENNA A relação dos livros de "ATUALIDADES PEDAGóGICAS" está no fim deste volume. • FAED/BrBUOTEC'A JOHN DEWEY 1\ EXPERIENCIA e -EDUCAÇAO Tradução de ANÍSIO TEIXEIRA segunda edição COMPANHIA EDITORA NACIONAL SÃO ~AULO c - ! Wl! ~~ .~ c: o=» UJ"' ws C . 2 ; : ) i m . . . . . :f D o o r i g i n a l e m l í n g u a inglesa . . . i E x p e r i e n c e a n d E d u c a t i o n "" ! ' ( ) p u b l i c a d o p o r i THE MACMILLAN COMPANY ~ N o v a Y o r k ' (15.a edição, 1 9 5 2 ) j i o p y r i g h t €_::jY KAPPA DELTA PI ca Q de J O H N D E W E Y NESTAS "ATUALIOADES PEDAGÓGICAS": Vol. 2 - C o m o p e n s a m o s , n o v a t r a d u ç ã o e notas de H a y d é e C a m a r g o C a m p o s . V o l . 21 - D e m o c r a c i a e e d u c a ç ã o , t r a d u ç ã o d e G o d o f r e d o R a n g e l e A n í s i o T e i x e i r a . Vol. 7 6 - V i d a e e d u c a ç ã o , t r a d u ç ã o e e s t u d o p r e l i m i n a r d e Anísio T e i x e i r a . Vol. 131 - E x p e r i ê n c i a e e d u c a ç ã o , t r a d u ç ã o d e A n ís io T e i x e i r a . NA COLEÇÃO "CULTURA, SOCIEDADE, EDUCAÇÃO": V o l . 11 - L i b e r a l i s m o , l i b e r d a d e e cu l t u r a , t r a d u ç ã o e a p r e s e n t a ç ã o d e Anísio T e i x e i r a . NA "BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA": Vol. 1 d a s é r i e 1.a [ F i l o s o fia] - R e c o n s t r u ç ã o e m f i l o s o f i a , n o v a t r a d u ç ã o de A n t ó n i o P i n t o d e C a r v a l h o , revista p o r A n í s i o T e i x e i r a . D i r e i t o s para a lingua p o r l l l g u e s a a d q u i r i d o s pela C O M P A N H I A E D I T O R A N A C I O N A L R u a d o s Gusmões 639, 01212 São P a u l o , SP ~~;: de ... f~~~ ;:<~serva a• p r o p r i e d a d e desta t r a d ; ã o" ' • M • ~ • _ .::> ~,, 1 9 7 6 w~ t ..p l!a- N:. R~i4.$ '',;;. I m p r e s s o n o Brasil rd-J ({; Pc 9 < { ) .. :~~~:~~~·~f~ . &J J J. . t ~ ....... ----- S U M A R I O J o h n D e w e y e A n i s i o T e i x e i r a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . I X N o t a d o D i r e t o r da S ér i e K a p p a D e l t a P i . . . . . . . . . . . . X I P r e f á c i o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XV I - E d u c a ç ã o t r a d i c i o n a l v e r s u s e d u c a ç ã o " n o v a " o u " p r o g r e s s i v a " . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 I I - Necessidade de uma t e o r i a d e e x p e r i ê n c i a . . . . 1 3 I I I - Critérios de experiência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 3 I V - A u t o r i d a d e e c o n t r o l e social . . . . . . . . . . . . . . . . 4 5 V - A n a t u r e z a d e l i b e r d a d e . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 9 V I - Que é propósito? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 V I I - A o r g a n i z a ç ã o progressiva das m a t é r i a s d e estudo 7 3 V I I I - E x p e r i ê n c i a - qs meios e m e t a d a educação . 9 5 c - ! Wl! ~~ .~ c: o=» UJ"' ws C . 2 ; : ) i m . . . . . :f D o o r i g i n a l e m l í n g u a inglesa . . . i E x p e r i e n c e a n d E d u c a t i o n "" ! ' ( ) p u b l i c a d o p o r i THE MACMILLAN COMPANY ~ N o v a Y o r k ' (15.a edição, 1 9 5 2 ) j i o p y r i g h t €_::jY KAPPA DELTA PI ca Q de J O H N D E W E Y NESTAS "ATUALIOADES PEDAGÓGICAS": Vol. 2 - C o m o p e n s a m o s , n o v a t r a d u ç ã o e notas de H a y d é e C a m a r g o C a m p o s . V o l . 21 - D e m o c r a c i a e e d u c a ç ã o , t r a d u ç ã o d e G o d o f r e d o R a n g e l e A n í s i o T e i x e i r a . Vol. 7 6 - V i d a e e d u c a ç ã o , t r a d u ç ã o e e s t u d o p r e l i m i n a r d e Anísio T e i x e i r a . Vol. 131 - E x p e r i ê n c i a e e d u c a ç ã o , t r a d u ç ã o d e A n ís io T e i x e i r a . NA COLEÇÃO "CULTURA, SOCIEDADE, EDUCAÇÃO": V o l . 11 - L i b e r a l i s m o , l i b e r d a d e e cu l t u r a , t r a d u ç ã o e a p r e s e n t a ç ã o d e Anísio T e i x e i r a . NA "BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA": Vol. 1 d a s é r i e 1.a [ F i l o s o fia] - R e c o n s t r u ç ã o e m f i l o s o f i a , n o v a t r a d u ç ã o de A n t ó n i o P i n t o d e C a r v a l h o , revista p o r A n í s i o T e i x e i r a . D i r e i t o s para a lingua p o r l l l g u e s a a d q u i r i d o s pela C O M P A N H I A E D I T O R A N A C I O N A L R u a d o s Gusmões 639, 01212 São P a u l o , SP ~~;: de ... f~~~ ;:<~serva a• p r o p r i e d a d e desta t r a d ; ã o" ' • M • ~ • _ .::> ~,, 1 9 7 6 w~ t ..p l!a- N:. R~i4.$ '',;;. I m p r e s s o n o Brasil rd-J ({; Pc 9 < { ) .. :~~~:~~~·~f~ . &J J J. . t ~ ....... ----- S U M A R I O J o h n D e w e y e A n i s i o T e i x e i r a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . I X N o t a d o D i r e t o r da S ér i e K a p p a D e l t a P i . . . . . . . . . . . . X I P r e f á c i o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XV I - E d u c a ç ã o t r a d i c i o n a l v e r s u s e d u c a ç ã o " n o v a " o u " p r o g r e s s i v a " . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . 3 I I - Necessidade de uma t e o r i a d e e x p e r i ê n c i a . . . . 1 3 I I I - Critérios de experiência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 3 I V - A u t o r i d a d e e c o n t r o l e social . . . . . . . . . . . . . . . . 4 5 V - A n a t u r e z a d e l i b e r d a d e . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 9 V I - Que é propósito? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 V I I - A o r g a n i z a ç ã o progressiva das m a t é r i a s d e estudo 7 3 V I I I - E x p e r i ê n c i a - qs meios e m e t a d a educação . 9 5 JOHN DEWEY e ANlSIO TEIXEIRA Entre nós, ninguém terá conhecido melhor o pensamento de John Dewey do que Anísio Teixeira, esclarecido admirador do mestre norte-americano, cujos trabalhos versou, com sua lúcida inteligência, durante anos de aturado estudo. Do muito que Anísio Teixeira excelentemente escreveu sobre Dewey e suas idéias, transcrevem-se, a seguir, as breves linhas que caracteri- zam este "Experiência e educação". Este pequeno livro é um grande livro. Experiência e educação oferece aos educadores e mestres - e também ao mundo de cultura geral, pois todos hoje têm interesse e preocupação por educar e en- sinar - uma filosofia positiva de educação. Numa análise penetrante das escolas tradicionais e das escolas "progressivas" ou "novas", Dewey aponta lucidamente os defeitos de umas e outras. O volume não é, entretanto, de modo algum, obra de controvérsia. Mais uma vez, o filósofo, considerando os problemas de educação do nosso tempo, in- terpreta e formula o sentido de uma filosofia de experiência e as implicações do método científico em educação, dando-nos, à maneira de Claude Bernard, para a medicina, as bases para uma ciência expe- rimental de educação. Descre.ve e ilustra, concretamente, o que é uma situação de aprendizagem, em que se efetiva, pela experiência, a aquisição do saber, o sentido e a significação de liberdade, de disci· plina, de autoridade e controle, de atividades e da organização das matérias de estudo e ensino são expostos no livro dentro do contexto de experiência educativa, como processo cujos princípios dominantes são continuidade e intêrpretação. JOHN DEWEY e ANlSIO TEIXEIRA Entre nós, ninguém terá conhecido melhor o pensamento de John Dewey do que Anísio Teixeira, esclarecido admirador do mestre norte-americano, cujos trabalhos versou, com sua lúcida inteligência, durante anos de aturado estudo. Do muito que Anísio Teixeira excelentemente escreveu sobre Dewey e suas idéias, transcrevem-se, a seguir, as breves linhas que caracteri- zam este "Experiência e educação". Este pequeno livro é um grande livro. Experiência e educação oferece aos educadores e mestres - e também ao mundo de cultura geral, pois todos hoje têm interesse e preocupação por educar e en- sinar - uma filosofia positiva de educação. Numa análise penetrante das escolas tradicionais e das escolas "progressivas" ou "novas", Dewey aponta lucidamente os defeitos de umas e outras. O volume não é, entretanto, de modo algum, obra de controvérsia. Mais uma vez, o filósofo, considerando os problemas de educação do nosso tempo, in- terpreta e formula o sentido de uma filosofia de experiência e as implicações do método científico em educação, dando-nos, à maneira de Claude Bernard, para a medicina, as bases para uma ciência expe- rimental de educação. Descre.ve e ilustra, concretamente, o que é uma situação de aprendizagem, em que se efetiva, pela experiência, a aquisição do saber, o sentido e a significação de liberdade, de disci· plina, de autoridade e controle, de atividades e da organização das matérias de estudo e ensino são expostos no livro dentro do contexto de experiência educativa, como processo cujos princípios dominantes são continuidade e intêrpretação. Experiência e educação n ã o p r o c l a m a nem defende n e nh u m " i s m o " . N ã o sugere n e n h u m compromisso. A f a s t a - s e c l a r a m e n t e de q u a l q u e r a r r a n j o ou c o m p o s i ç ã o e c l é t i c a . ~ e d u c a ç ã o em si m esma, q u e é a q u i definida e c r i t i c a m e n t e i n t e r p r e t a d a . E d u c a d o r e s profissio- nais e leigos j u n t o s e n c o n t r a r ã o nestas páginas respostas de finidas à m a i o r p a r t e de suas questões, res~tas que c o n s t i t u e m p a r t e i n t e g r a n t e de u m a filosofia de e d u c a ç ã o q u e t o r n a possível o e s f o r ç o u n i d o e c o n j u n t o dos líderes p a r a a e d u c a ç ã o ·em nosso t e m p o . T r a z este li- v r i n h o u m a nova l u z q u e dissolverá a neblina e as névoas q u e hoje e n v o l v e m filosofia e t e o r i a de e d u c a ç ã o . .. N O T A DO DIRETOR D A SÉRIE KAPPA D E L T A PI Experiência e educação c o m p l e t a a p r i m e i r a d é c a d a d a S é r i e de C o n f e r ê n c i a s K a p p a D e l t a Pi. É assim o p r e s e n t e volume, e m p a r t e , u m a p u b l i c a ç ã o d e a n i v e r s á r i o em h o n r a d o D r . J o h n D e w e y , seu p r i m e i r o e d é c i m o c o n f e r e n c is t a . E m b o ra b r e v e , c o m p a r a d a c o m o u t r a s o b r a s d o a u t o r , E x p e - riência e educação é c o n t r i b u i ç ã o fundamen~al à filosofia da e d u c a ç ã o . S u r g i n d o em m e i o a g e n e r a l i z a d a c o n f u s ã o , q u e l a m e v t a v e l m e n t e d i s p e r s o u as f o r ç a s d a e d u c a ç ã o nos E s t a d o s U n i d o s e exaltou lemas de escolas e f é s em c o n f l i t o , este pe:- q u e n o v o l u m e o f e r e c e r o t e i r o claro e s e g u r o p a r a uma f ! e n t J c o m u m em educação. Desde q u e o s professores da edu~aç~o " n o v a " a p l i c a r a m c o n f e s s a d a m e n t e os e n s i n a m e n t os de D ew e y / d a n d o ênfase à experiência, e x p e r i m e n t a ç ã o , a p r e n d i z a g e m m o - t i v a d a , l i b e r d a d e e a o u t r o s c o n h e c i d o s c o n c e i t o s d e " e d u c a ç ã o p r o g r e s s i v a " , é b o m q u e se saiba como o p r ó p r i o D e w e y r e a g e às c o r r e n t e s p r á t i c a s em educação. N o interesse d e uma c o m - p r e e n s ã o c l a r a e de u n i ã o de esforços, o Conselho E x e c u t i v o d e K a p p a D e lta P i p e d i u ao P r o f e s s o r D e w e y p a r a d e b a t e r algumas das c o n t r o v e r t i d a s questões q u e h o j e d i v i d e m a e d u - c a ç ã o n o r t e - a m e r i c a n a em dois campos e, p o r t a n t o , a e n f r a q u e - c e m n u m m o m e n t o em que t o d a a s u a f o r ç a é necessária p a r a g u i a r a n a ç ã o p e r p l e x a p o r e n t r e os r e v e s e s da m u d a n ç a s o c i a l . Experiência e educação n ã o p r o c l a m a nem defende n e nh u m " i s m o " . N ã o sugere n e n h u m compromisso. A f a s t a - s e c l a r a m e n t e de q u a l q u e r a r r a n j o ou c o m p o s i ç ã o e c l é t i c a . ~ e d u c a ç ã o em si m esma, q u e é a q u i definida e c r i t i c a m e n t e i n t e r p r e t a d a . E d u c a d o r e s profissio- nais e leigos j u n t o s e n c o n t r a r ã o nestas páginas respostas de finidas à m a i o r p a r t e de suas questões, res~tas que c o n s t i t u e m p a r t e i n t e g r a n t e de u m a filosofia de e d u c a ç ã o q u e t o r n a possível o e s f o r ç o u n i d o e c o n j u n t o dos líderes p a r a a e d u c a ç ã o ·em nosso t e m p o . T r az este li- v r i n h o u m a nova l u z q u e dissolverá a neblina e as névoas q u e hoje e n v o l v e m filosofia e t e o r i a de e d u c a ç ã o . .. N O T A DO DIRETOR D A SÉRIE KAPPA D E L T A PI Experiência e educação c o m p l e t a a p r i m e i r a d é c a d a d a S é r i e de C o n f e r ê n c i a s K a p p a D e l t a Pi. É assim o p r e s e n t e volume, e m p a r t e , u m a p u b l i c a ç ã o d e a n i v e r s á r i o em h o n r a d o D r . J o h n D e w e y , seu p r i m e i r o e d é c i m o c o n f e r e n c is t a . E m b o ra b r e v e , c o m p a r a d a c o m o u t r a s o b r a s d o a u t o r , E x p e - riência e educação é c o n t r i b u i ç ã o fundamen~al à filosofia da e d u c a ç ã o . S u r g i n d o em m e i o a g e n e r a l i z a d a c o n f u s ã o , q u e l a m e v t a v e l m e n t e d i s p e r s o u as f o r ç a s d a e d u c a ç ã o nos E s t a d o s U n i d o s e exaltou lemas de escolas e f é s em c o n f l i t o , este pe:- q u e n o v o l u m e o f e r e c e r o t e i r o claro e s e g u r o p a r a uma f ! e n t J c o m u m em educação. Desde q u e o s professores da edu~aç~o " n o v a " a p l i c a r a m c o n f e s s a d a m e n t e os e n s i n a m e n t os de D ew e y / d a n d o ênfase à experiência, e x p e r i m e n t a ç ã o , a p r e n d i z a g e m m o - t i v a d a , l i b e r d a d e e a o u t r o s c o n h e c i d o s c o n c e i t o s d e " e d u c a ç ã o p r o g r e s s i v a " , é b o m q u e se saiba como o p r ó p r i o D e w e y r e a g e às c o r r e n t e s p r á t i c a s em educação. N o interesse d e uma c o m - p r e e n s ã o c l a r a e de u n i ã o de esforços, o Conselho E x e c u t i v o d e K a p p a D e lta P i p e d i u ao P r o f e s s o r D e w e y p a r a d e b a t e r algumas das c o n t r o v e r t i d a s questões q u e h o j e d i v i d e m a e d u - c a ç ã o n o r t e - a m e r i c a n a em dois campos e, p o r t a n t o , a e n f r a q u e - c e m n u m m o m e n t o em que t o d a a s u a f o r ç a é necessária p a r a g u i a r a n a ç ã o p e r p l e x a p o r e n t r e os r e v e s e s da m u d a n ç a s o c i a l . X I I E X P E R I Ê N C I A E EDUCAÇÃO E x p e r i ê n c i a e educação é uma l ú c i d a análise t a n t o d a e d u c a ç ã o " t r a d i c i o n a l " q u a n t o da " p r o g r e s s i v a " . Descrevem-se os d e f e i t o s f u n d a m e n t a i s de u m a e o u t r a . ~uanto a escola t r a d i9 onal apoiou-se p a r a o seu p r o g r a m a nas m a t é r i a s ou na h e r a n ç a c u l t u r a l , a escola " n o v a ' ' e x a l t o u o i m p u l s o e o i n t e - resse do aluno e os p r o b l e m a s c o r r e n t e s de u m a sociedade em m u d a n ç a . N e m u m a n e m o u t r a d~a~uas séries de valores b a s t a p o r si mesma . é ! ; :bas são essenciais. A_ y e r d a d e i r a experiência e d u c a t i v a envolve, a c i m a d e t u d o , c o n t i n u i d a d e e i n t e r a ç ã o e n t r e q u e m a p r e n d e e o q u e é a p r e n d i d o . O c~rrfculo t r a d i - c i o n a l i m p o r t o u , sem d ú v i d a , em r í g i d a a r r e g i m e n t a ç ã o e e m t i p o d e disciplina q u e i g n o r a v a as capacidades e interesses da n a t u r e z a i n f a n t i l . H o j e , e n t r e t a n t o , a r e a ç ã o a e s t e t i p o d e escola leva, muitas vezes, ao o u t r o e x t r e m o : i m p r e c i s ã o d o c u r r í c u l o , i n d i v i d u a l i s m o excessivo e t i p o d e e s p o n t a n e i d a d e que é u m e n g a n a d o r í n d i c e de l i b e r d a d e . Dllli::..ey insiste e m que n e m a velha, nem a n o v a e d u c a ç ã o é a d e q u a d a . Cada uma delas deseduca, pois não a p l i c a o s p r i n c í p i o s · de u m a v e r d a d e i r a filosofia d e experiência. Muitas das páginas d o p resente v olume e s c l a r e c e m o s i g n i f i c a d o d e experi~ncia e su a r e l a ç ã o c o m e d u c a ç ã o . R e j e i t a n d o os lemas q u e m a r c_am e p r o l o n g a m a cisão e n t r e os e d u c a d o res, D~ey_interpreta e d u c a ç ã o c o m o o m é t o d o c i e n t í f i c o p o r meio do g u a l o h o m e m estuda o m u n d o e a d q u i r e CUJ.!lulativamente c o n h e c i m e n t o de signi- ficados e valores, não ~entretanto, estes r e s u l t a d o s da - - - - - - - - - - - ciê ncia mais do q u e dados p a r a s e c o n d u z i r u m a v i d a i n t e - l i g e n t e e de c o n t i n u a d o e s t u d o c r í t i c o. A t e n d ê n c i a da busca c i e n t í f i c a é p a r a a c o n q u i s t a d e u m c o r p o d e c o n h e c i m e n t o s q u e , d e v i d a m e n t e c o m p r e e n d i d o s , se fazem meios p a r a a d i - reção d e novas buscas e pesquisas. D a í não d e v e r o e d u c a - d o r - c i e n t i s t a l i m i t a r - s e à in~estigação dos p r o b l e m a s à m e d i d a q u e são d e s c o b e r t o s , mas p r o c e d e r ao e s t u d o d a n a t u r e z a dos N O T A DO D I R E T O R DA S É R I E X I I I problemas, d a é p o c a e m q u e s u r g i r a m , e de suas c o n d i ç õ e s , i m p o r t â n c i a e significação. P a r a este fim, p o d e p r e c i s a r d e fazer, s o b e s t a nova l u z, a revisão dos r e f e r i d o s c o n h e c i m e n t o s acumulados. C o n s e q ü e n t e m e n t e , a e d u c a ç ã o deve e m p r e g a r a o r g a n i z a ç ã o p r o g r e s s i v a da m a t é r i a em e s t u d o p a r a q u e a c o m - preensão dessa m a t é r i a , vista em p e r s p e c t i v a , possa i l u m i n a r o s i g n i f i c a d o e a i m p o r t â n c i a dos p r o b l e m a s que ela resolve. O e s t u d o c i e n t í f i c o g u i a e a p r o f u n d a a e x p e r i ê n c i a , mas essa experiência s o m e n t e será e d u c a t i v a n a m e d i d a em q u e se apóia s o b r e a c o n t i n u i d a d e d o c o n h e c i m e n t o r e l e v a n t e e n a medida em que t a l c o n h e c i m e n t o m o d i f i c a o u " m o d u l a " a p e r s p e c t i v a , a a t i t u d e e a habilitação d o a p r e n d i z o u a l u n o . / A v e r d a d e i r a s i t u a ç ã o d e a p r e n d i z a g e m tem, assim, dimensões l o n g i t u d i n a i s e transversais. É simultaneamen:te h i s t ó r i c a e social. É o r d e n a d a e dinâmica. Páginas i l u m i n a n t es a d i a n t e a g u a r d a m os m u i t o s e d u c a d o - I ? r e s e professores q u e estão a buscar, ansiosos, o r i e n t a ç ã o e m q u e possam c o n f i a r , em nossos c o n t u r b a d o s t e m p o s . E x p e - riência e educação traz-lhes o s f u n d a m e n t o s f i r m e s s o b r e o s q u a i s p o d e r ã o , u n i d o s , p r o m o v e r u m sistema d e e d u c a ç ã o q u e r e s p e i t e todas as f o n t e s d e experiência, p o r q u e s e apóia n u m a filosofia p ositiva e n ã o n e g a t i v a d e experiência e de e d u c a ç ã o . G u i a d o s p o r esta filosofia p ositiva, os e d u c a d o r e s e s q u e c e r ã o I > os lemas opostos d e sua c o n t r o v é r s i a , e u n i d o s m a r c h a r ã o e m p r o l d e u m amanhã m e l h o r . A L F R E D L . H A L L - Q u F . s r E d i t o r da Série Kappa Delta P i X I I E X P E R I Ê N C I A E EDUCAÇÃO E x p e r i ê n c i a e educação é uma l ú c i d a análise t a n t o d a e d u ca ç ã o " t r a d i c i o n a l " q u a n t o da " p r o g r e s s i v a " . Descrevem-se os d e f e i t o s f u n d a m e n t a i s de u m a e o u t r a . ~uanto a escola t r a d i9 onal apoiou-se p a r a o seu p r o g r a m a nas m a t é r i a s ou na h e r a n ç a c u l t u r a l , a escola " n o v a ' ' e x a l t o u o i m p u l s o e o i n t e - resse do aluno e os p r o b l e m a s c o r r e n t e s de u m a sociedade em m u d a n ç a . N e m u m a n e m o u t r a d~a~uas séries de valores b a s t a p o r si mesma . é ! ; :bas são essenciais. A_ y e r d a d e i r a experiência e d u c a t i v a envolve, a c i m a d e t u d o , c o n t i n u i d a d e e i n t e r a ç ã o e n t r e q u e m a p r e n d e e o q u e é a p r e n d i d o . O c~rrfculo t r a d i - c i o n a l i m p o r t o u , sem d ú v i d a , em r í g i d a a r r e g i m e n t a ç ã o e e m t i p o d e disciplina q u e i g n o r a v a as capacidades e interesses da n a t u r e z a i n f a n t i l . H o j e , e n t r e t a n t o , a r e a ç ã o a e s t e t i p o d e escola leva, muitas vezes, ao o u t r o e x t r e m o : i m p r e c i s ã o d o c u r r í c u l o , i n d i v i d u a l i s m o excessivo e t i p o d e e s p o n t a n e i d a d e que é u m e n g a n a d o r í n d i c e de l i b e r d a d e . Dllli::..ey insiste e m que n e m a velha, nem a n o v a e d u c a ç ã o é a d e q u a d a . Cada uma delas deseduca, pois não a p l i c a o s p r i n c í p i o s · de u m a v e r d a d e i r a filosofia d e experiência. Muitas das páginas d o p resente v olume e s c l a r e c e m o s i g n i f i c a d o d e experi~ncia e su a r e l a ç ã o c o m e d u c a ç ã o . R e j e i t a n d o os lemas q u e m a r c_am e p r o l o n g a m a cisão e n t r e os e d u c a d o res, D~ey_interpreta e d u c a ç ã o c o m o o m é t o d o c i e n t í f i c o p o r meio do g u a l o h o m e m estuda o m u n d o e a d q u i r e CUJ.!lulativamente c o n h e c i m e n t o de signi- ficados e valores, não ~entretanto, estes r e s u l t a d o s da - - - - - - - - - - - ciê ncia mais do q u e dados p a r a s e c o n d u z i r u m a v i d a i n t e - l i g e n t e e de c o n t i n u a d o e s t u d o c r í t i c o. A t e n d ê n c i a da busca c i e n t í f i c a é p a r a a c o n q u i s t a d e u m c o r p o d e c o n h e c i m e n t o s q u e , d e v i d a m e n t e c o m p r e e n d i d o s , se fazem meios p a r a a d i - reção d e novas buscas e pesquisas. D a í não d e v e r o e d u c a - d o r - c i e n t i s t a l i m i t a r - s e à in~estigação dos p r o b l e m a s à m e d i d a q u e são d e s c o b e r t o s , mas p r o c e d e r ao e s t u d o d a n a t u r e z a dos N O T A DO D I R E T O R DA S É R I E X I I I problemas, d a é p o c a e m q u e s u r g i r a m , e de suas c o n d i ç õ e s , i m p o r t â n c i a e significação. P a r a este fim, p o d e p r e c i s a r d e fazer, s o b e s t a nova l u z, a revisão dos r e f e r i d o s c o n h e c i m e n t o s acumulados. C o n s e q ü e n t e m e n t e , a e d u c a ç ã o deve e m p r e g a r a o r g a n i z a ç ã o p r o g r e s s i v a da m a t é r i a em e s t u d o p a r a q u e a c o m - preensão dessa m a t é r i a , vista em p e r s p e c t i v a , possa i l u m i n a r o s i g n i f i c a d o e a i m p o r t â n c i a dos p r o b l e m a s que ela resolve. O e s t u d o c i e n t í f i c o g u i a e a p r o f u n d a a e x p e r i ê n c i a , mas essa experiência s o m e n t e será e d u c a t i v a n a m e d i d a em q u e se apóia s o b r e a c o n t i n u i d a d e d o c o n h e c i m e n t o r e l e v a n t e e n a medida em que t a l c o n h e c i m e n t o m o d i f i c a o u " m o d u l a " a p e r s p e c t i v a , a a t i t u d e e a habilitação d o a p r e n d i z o u a l u n o . / A v e r d a d e i r a s i t u a ç ã o d e a p r e n d i z a g e m tem, assim, dimensões l o n g i t u d i n a i s e transversais. É simultaneamen:te h i s t ó r i c a e social. É o r d e n a d a e dinâmica. Páginas i l u m i n a n t es a d i a n t e a g u a r d a m os m u i t o s e d u c a d o - I ? r e s e professores q u e estão a buscar, ansiosos, o r i e n t a ç ã o e m q u e possam c o n f i a r , em nossos c o n t u r b a d o s t e m p o s . E x p e - riência e educação traz-lhes o s f u n d a m e n t o s f i r m e s s o b r e o s q u a i s p o d e r ã o , u n i d o s , p r o m o v e r u m sistema d e e d u c a ç ã o q u e r e s p e i t e todas as f o n t e s d e experiência, p o r q u e s e apóia n u m a filosofia p ositiva e n ã o n e g a t i v a d e experiência e de e d u c a ç ã o . G u i a d o s p o r esta filosofia p ositiva, os e d u c a d o r e s e s q u e c e r ã o I > os lemas opostos d e sua c o n t r o v é r s i a , e u n i d o s m a r c h a r ã o e m p r o l d e u m amanhã m e l h o r . A L F R E D L . H A L L - Q u F . s r E d i t o r da Série Kappa Delta P i P R E F A C I O T o d o s os movimentos sociais e n v o l v e m c o n f l i t o s q u e se r e f l e t e m e m controvérsias intelectuais. N ã o seria n a t u r a l q u e interesse social d a i m p o r t â n c i a da educação n ã o se fizesse t a m b é m a r e n a de lutas, t a n t o n a p r á t i c a q u a n t o n a t e o r i a . N o q u e c o n c e r n e à t e o r i a , e n t r e t a n t o , pelo menos à t e o r i a q u e é t a r e f a da f i l o - s o f i a de educação f o n n u l a r , os c o n f l i t o s p r á t i c o s e as c o n t r o v é r s i a s q u e eles suscitam apenas l e v a n t a m u m p r o b l e m a . O p r o b l e m a é o de i n v e s t i g a r e d e s c o b r i r as causas dos c o n f l i t o s existentes e, à luz dessas causas, elaborar-se teoria i n t e l i g e n t e de educação pela qual, sem t o m a r p a r t i d o p o r u m ou o u t r o lado, se i n d i q u e plano de operações que, p a r t i n d o de n í v e l mais p r o f u n d o e mais compreensivo que o das práticas e idéias dos g r u - pos e m luta, resolva a c o n t r o v é r s i a e c o n c i l i e os o p o - n e n t e s . E s t a f o n n a de se c o n c e b e r a t a r e f a da filosofia da educação n ã o significa que lhe cabe o b t e r u m a c o r d o e n t r e as escolas o p o n e n t e s de pensamento e f o n n u l a r P R E F A C I O T o d o s os movimentos sociais e n v o l v e m c o n f l i t o s q u e se r e f l e t e m e m controvérsias intelectuais. N ã o seria n a t u r a l q u e interesse social d a i m p o r t â n c i a da educação n ã o se fizesse t a m b é m a r e n a de lutas, t a n t o n a p r á t i c a q u a n t o n a t e o r i a . N o q u e c o n c e r n e à t e o r i a , e n t r e t a n t o , pelo menos à t e o r i a q u e é t a r e f a da f i l o - s o f i a de educação f o n n u l a r , os c o n f l i t o s p r á t i c o s e as c o n t r o v é r s i a s q u e eles suscitam apenas l e v a n t a m u m p r o b l e m a . O p r o b l e m a é o de i n v e s t i g a r e d e s c o b r i r as causas dos c o n f l i t o s existentes e, à luz dessas causas, elaborar-se teoria i n t e l i g e n t e de educação pela qual, sem t o m a r p a r t i d o p o r u m ou o u t r o lado, se i n d i q u e plano de operações que, p a r t i n d o de n í v e l mais p r o f u n d o e mais compreensivo que o das práticas e idéias dos g r u - pos e m luta, resolva a c o n t r o vé r s i a e c o n c i l i e os o p o - n e n t e s . E s t a f o n n a de se c o n c e b e r a t a r e f a da filosofia da educação n ã o significa que lhe cabe o b t e r u m a c o r d o e n t r e as escolas o p o n e n t e s de pensamento e f o n n u l a r XVI EXPERIÊNCIA E EDUCAÇÃO uma via media, nem também elaborar uma combinação eclética de pontos apanhados aqui e ali entre as duas escolas. Significa a necessidade de se introduzir nova ordem de conceitos que conduza a novos modos de prática. Por isto é que é tão difícil desenvolver-se nova filosofia de educação, desde que isso importe em abandonar a tradição e o costume. Por esta razão tam- bém é que é muito mais difícil organizar e gerir escolas baseadas em nova ordem de conceitos do que as que seguem os velhos caminhos batidos pelo tempo. Daí, todos os movimentos na direção de uma nova ordem de idéias e das atividades delas decorrentes, mais cedo ou mais tarde, retornarem às idéias e práticas do pas- sado, que ressurgem como mais simples e mais funda- ment-ais, do que é exemplo agora ( 193 8) a tentativa em educação de reviver os princípios da antiga Grécia e da Idade Média. Nesse contexto é que sugiro, ao fim deste peque- no volume, que todos os que olham para frente em 1 busca de um novo movimento em educação, adaptado à necessidade presente de uma nova ordem social, pen- sem em termos de educação e não de qualquer "ismo", mesmo que seja "progressivismo". Isto porque, a des- peito dele próprio, todo . movimento, cujo pensamento - d d I u· " e açao se con uzem em termos e qua quer 1smo , vê-se de tal modo arrastado a reagir contra outros "ismos", que acaba se sentindo por eles controlado. Os seus princípios, com efeito, de tal modo se formulam em reação contra eles, que perdem de vista o exame I PREFACIO xvn construtivo e amplo das necessidades, problemas e pos- sibilidades atuais. Se algum valor tem o ensaio, ora apresentado neste pequeno volume, será o desta tenta- tiva de chamar a atenção para as questões mais amplas e profundas de educação e sugerir o quadro de refe- rência em que podem adequadamente ser examinadas. )OHN DEWEY XVI EXPERIÊNCIA E EDUCAÇÃO uma via media, nem também elaborar uma combinação eclética de pontos apanhados aqui e ali entre as duas escolas. Significa a necessidade de se introduzir nova ordem de conceitos que conduza a novos modos de prática. Por isto é que é tão difícil desenvolver-se nova filosofia de educação, desde que isso importe em abandonar a tradição e o costume. Por esta razão tam- bém é que é muito mais difícil organizar e gerir escolas baseadas em nova ordem de conceitos do que as que seguem os velhos caminhos batidos pelo tempo. Daí, todos os movimentos na direção de uma nova ordem de idéias e das atividades delas decorrentes, mais cedo ou mais tarde, retornarem às idéias e práticas do pas- sado, que ressurgem como mais simples e mais funda- ment-ais, do que é exemplo agora ( 193 8) a tentativa em educação de reviver os princípios da antiga Grécia e da Idade Média. Nesse contexto é que sugiro, ao fim deste peque- no volume, que todos os que olham para frente em 1 busca de um novo movimento em educação, adaptado à necessidade presente de uma nova ordem social, pen- sem em termos de educação e não de qualquer "ismo", mesmo que seja "progressivismo". Isto porque, a des- peito dele próprio, todo . movimento, cujo pensamento - d d I u· " e açao se con uzem em termos e qua quer 1smo , vê-se de tal modo arrastado a reagir contra outros "ismos", que acaba se sentindo por eles controlado. Os seus princípios, com efeito, de tal modo se formulam em reação contra eles, que perdem de vista o exame I PREFACIO xvn construtivo e amplo das necessidades, problemas e pos- sibilidades atuais. Se algum valor tem o ensaio, ora apresentado neste pequeno volume, será o desta tenta- tiva de chamar a atenção para as questões mais amplas e profundas de educação e sugerir o quadro de refe- rência em que podem adequadamente ser examinadas. )OHN DEWEY A -EXPERIENCIA E EDUCAÇAO . . A -EXPERIENCIA E EDUCAÇAO . . . . I E D U C A Ç Ã O T R A D I C I O N A L versus EDUCAÇÃO " N O V A " o u " P R O G R E S S I V A " ,J.P . r ) . , •. ~-J rp ). } j . [ i " . h IJ \ I Y O homem gosta de pensar em t e r m o s de oposições extremadas, de pólos opostos. Costuma f o r m u l a r suas crenças em termos de " u m o u o u t r o " , " i s t o o u aquilo", e n t r e os quais não r e c o n h e c e possibilidades i n t e r m e d i á - rias. Q u a n d o f o r ç a d o a r e c o n h e c e r que não se p o d e a g i r com base nessas posições extremas, inclina-se a s u s t e n t a r que está c e n o em t e o r i a mas n a p r á t i c a as c i r - c u n s t.âncias compelem ao a c o r d o . A filosofia de e d u - cação não faz exceção a essa regra. A história de t e o r ia \ de educação está marcada pela oposição e n t r e a idéia de que educação é desenvolvimento d e d e n t r o para f o r a e a d e que é formação de f o r a par.a d e n t r o ; a de que '1 se baseia nos dotes naturais e a de q u e é u m processo J de v e n c e r as inclinações naturais e substituí-las p o r h á - b i t o s adquiridos sob pressão e x t e r n a . . N o presente, a opostçao, no que diz r e s p e i t o aos aspectos p r á t i c o s da escola, t e n d e a t o m a r a f o n n a d o c o n t r a s t e e n t r e a educação t r a d i c i o n a l e a educação . . I E D U C A Ç Ã O T R A D I C I O N A L versus EDUCAÇÃO " N O V A " o u " P R O G R E S S I V A " ,J.P . r ) . , •. ~-J rp ). } j . [ i " . h IJ \ I Y O homem gosta de pensar em t e r m o s de oposições extremadas, de pólos opostos. Costuma f o r m u l a r suas crenças em termos de " u m o u o u t r o " , " i s t o o u aquilo", e n t r e os quais não r e c o n h e c e possibilidades i n t e r m e d i á - rias. Q u a n d o f o r ç a d o a r e c o n h e c e r que não se p o d e a g i r com base nessas posições extremas, inclina-se a s u s t e n t a r que está c e n o em t e o r i a mas n a p r á t i c a as c i r - c u n s t.âncias compelem ao a c o r d o . A filosofia de e d u - cação não faz exceção a essa regra. A história de t e o r ia \ de educação está marcada pela oposição e n t r e a idéia de que educação é desenvolvimento d e d e n t r o para f o r a e a d e que é formação de f o r a par.a d e n t r o ; a de que '1 se baseia nos dotes naturais e a de q u e é u m processo J de v e n c e r as inclinações naturais e substituí-las p o r h á - b i t o s adquiridos sob pressão e x t e r n a . . N o presente, a opostçao, no que diz r e s p e i t o aos aspectos p r á t i c o s da escola, t e n d e a t o m a r a f o n n a d o c o n t r a s t e e n t r e a educação t r a d i c i o n a l e a educação 4 E X P E R I Ê N C I A E E D U C A Ç Ã O p r o g r e s s i v a . Se b u s c a r m o s f o r m u l a r , d e m o d o g e r a l , s e m as qualificações necessárias p a r a p e r f e i t a e x a t i d ã o , as idéias f u n d a m e n t a is d a p r i m e ira, p o d e r e m o s assim r e s u mi-las: 1 A m a t é r i a o u c o n t e ú d o d a e d u c a ç ã o c o n s i s t e d e c o r p o s de i n f o r m a ç ã o e de h a b i l i d a d e s q u e se e l a b o r a - r a m n o passado; a p r i n c i p a l t a r e f a da escola é, p o r t a n - t o , t r a n s m i t i - los à n o v a g e r a ç ã o . N o passado, t a m b é m p a d r õ e s e r e g ras de c o n d u t a se e s t a b e l e c e r a m ; l o g o , z. e d uc a ç ã o m o r a l c o n s i s t e e m a d q u i r i r h á b i t o s d e ação e m c o n f o r mi d a d e c o m tais r e g r a s e p a d r õ e s . F i n a l - m e n t e , o p l a n o ge r a l de o r g a n i z a ç ã o d a escola ( p o r isto q u e r o s i g n i f i c a r as relações dos a l u n o s u n s c o m os o u t r o s e c o m os p r o f e s s o r e s ) f a z d a escola u m a 3 i n s t i t u i ç ã o r a d i c a l m e n t e d i f e r e n t e das o u t r a s i n s t i t u i ç õ e s sociais . I m a g i n e m o s a sala d e aula c o m u m , seus h o r á - rios, esquemas de classificação, d e exames e p r o m o ç ã o , d e r e g r a s d e o r d em e disciplina e, c r e i o , l o g o v e r e m o s o q u e d e s e j o e x p r i m i r c o m o " p l a n o d e o r g a n i z a ç ã o " . Se c o n t r a s t a r m o s a c e n a da escola c o m o q u e se passa n a família, p o r exemplo, p e r c e b e r e m o s o q u e p r o c u r e i s i g n i f i c a r ao d i z e r q u e a escola fez-se u m a espécie d e i n s t i t u i ç ã o r a d i c a l m e n t e d i f e r e n t e d e q u a l q u e r o u t r a f o r m a de o r g a n i z a ç ã o social. O s ~característicos q u e acabamos de m e n ciona r fixam os f i n s , os m é t o d o s d a i n s t r u ç ã o e a d i s c i p l i n a e s c o l a r . O p r i n c i p a l -p r o p ó s i t o o u . o b j e t i v o é p rep a r a r o j o v e m p a r a as suas f u t u r a s r e s p o n s a b i l i d a d e s e p a r a I E D U C A Ç Ã O T R A D I C I O N A L 5 o su c esso n a v i d a , p o r m e i o d a aqulSl ção d e c o r p o s o r g a n i z a d o s d e i n f o r m a ç ã o e de f o r m a s existentes de habilitação, qu e c o n s t i t u e m o m a t e r i a l de i n s t r u ç ã o . D e s d e q u e as m a t é r i a s d e e s t u d o , t a n t o q u a n t o os p a - d r õ e s de c o n d u t a a p r o p r i a d a , nos v ê m do passad o, a a ti t u d e dos alunos, d e m o d o geral, d e v e s e r d e d o c i l i - d a d e , r e c e p t i v i d a d e e o b e d i ê n c i a . L i v r o s , esp e c i a l m e n t e manuais escolares, são os p r i n c i p a i s r e p r ese n t a n t e s do c o n h e c i m e n t o e s a b e d o r i a d o pa ssa do e os p rofessores são os ó rgãos, p o r meio dos quai s, os alunos e n t r a m em r e l a ç ã o c o m esse m a t e r i a l . O s mestres são os a g e n t e s d e c o m u n i c a ç ã o do c o n h e c i m e n t o e das h a b i li tações e de imposição das n o r m a s de c o n d u t a . N ã o f i z este b r e v e s u m á r i o c o m o p r o p ósito de c ri t i c a r a filo sofia d a esco la t r a d i c i o n a l . O s u r t o do q u e se c h a m a de e d u c a ç ã o n o v a e escola p r o g r ess iva é ele p r ó p r i o o r e s u l t a d o d o d e s c o n t e n t a m e n t o c o m a e d ucaçã o t r a d i c i o n a l . N a r e a l i d a d e é i m p l i c i t a m e n t e a s u a c r í t i c a . Se t o r n a r m o s e x p l í c i t a t a l c r í t i c a , t er e m o s algo c o m o se segue: O es q u e m a t r a d i c i o n a l é, em essência, e s q u e m a d e i m p o s i ç ã o d e c i m a p a r a baixo e d e f o r a p a r a d e n t r o . I m p õ e p a d r õ e s , m a t é r i a s de e s t u d o e m é t o d o s d e a d u l - t o s s o b r e os q u e estão a i n d a c r e s c e n d o l e n t a m e n t e p a r a a m a t u r i d a d e . A d i s t â n c i a e n t r e o q u e se i m p õe e os q u e s o f r e m a i m p o s i ç ã o é t ã o g r a n d e , q u e as m a t é r i a s exigidas, os m é t o d o s de a p r e n d e r e d e c o m p o r t a m e n t o são algo d e e s t r a n h o p a r a a c a p a c i d a d e do j o v e m e m 4 E X P E R I Ê N C I A E E D U C A Ç Ã O p r o g r e s s i v a . Se b u s c a r m o s f o r m u l a r , d e m o d o g e r a l , s e m as qualificações necessárias p a r a p e r f e i t a e x a t i d ã o , as idéias f u n d a m e n t a is d a p r i m e ira, p o d e r e m o s assim r e s u mi-las: 1 A m a t é r i a o u c o n t e ú d o d a e d u c a ç ã o c o n s i s t e d e c o r p o s de i n f o r m a ç ã o e de h a b i l i d a d e s q u e se e l a b o r a - r a m n o passado; a p r i n c i p a l t a r e f a da escola é, p o r t a n - t o , t r a n s m i t i - los à n o v a g e r a ç ã o . N o passado, t a m b é m p a d r õ e s e r e g ras de c o n d u t a se e s t a b e l e c e r a m ; l o g o , z. e d u c a ç ã o m o r a l c o n s i s t e e m a d q u i r i r h á b i t o s d e ação e m c o n f o r mi d a d e c o m tais r e g r a s e p a d r õ e s . F i n a l - m e n t e , o p l a n o ge r a l de o r g a n i z a ç ã o d a escola ( p o r isto q u e r o s i g n i f i c a r as relações dos a l u n o s u n s c o m os o u t r o s e c o m os p r o f e s s o r e s ) f a z d a escola u m a 3 i n s t i t u i ç ã o r a d i c a l m e n t e d i f e r e n t e das o u t r a s i n s t i t u i ç õ e s sociais . I m a g i n e m o s a sala d e aula c o m u m , seus h o r á - rios, esquemas de classificação, d e exames e p r o m o ç ã o , d e r e g r a s d e o r d em e disciplina e, c r e i o , l o g o v e r e m o s o q u e d e s e j o e x p r i m i r c o m o " p l a n o d e o r g a n i z a ç ã o " . Se c o n t r a s t a r m o s a c e n a da escola c o m o q u e se passa n a família, p o r exemplo, p e r c e b e r e m o s o q u e p r o c u r e i s i g n i f i c a r ao d i z e r q u e a escola fez-se u m a espécie d e i n s t i t u i ç ã o r a d i c a l m e n t e d i f e r e n t e d e q u a l q u e r o u t r a f o r m a de o r g a n i z a ç ã o social. O s ~característicos q u e acabamos de m e n ciona r fixam os f i n s , os m é t o d o s d a i n s t r u ç ã o e a d i s c i p l i n a e s c o l a r . O p r i n c i p a l -p r o p ó s i t o o u . o b j e t i v o é p rep a r a r o j o v e m p a r a as suas f u t u r a s r e s p o n s a b i l i d a d e s e p a r a I E D U C A Ç Ã O T R A D I C I O N A L 5 o su c esso n a v i d a , p o r m e i o d a aqulSl ção d e c o r p o s o r g a n i z a d o s d e i n f o r m a ç ã o e de f o r m a s existentes de habilitação, qu e c o n s t i t u e m o m a t e r i a l de i n s t r u ç ã o . D e s d e q u e as m a t é r i a s d e e s t u d o , t a n t o q u a n t o os p a - d r õ e s de c o n d u t a a p r o p r i a d a , nos v ê m do passad o, a a ti t u d e dos alunos, d e m o d o geral, d e v e s e r d e d o c i l i - d a d e , r e c e p t i v i d a d e e o b e d i ê n c i a . L i v r o s , esp e c i a l m e n t e manuais escolares, são os p r i n c i p a i s r e p r ese n t a n t e s do c o n h e c i m e n t o e s a b e d o r i a d o pa ssa do e os p rofessores são os ó rgãos, p o r meio dos quai s, os alunos e n t r a m em r e l a ç ã o c o m esse m a t e r i a l . O s mestres são os a g e n t e s d e c o m u n i c a ç ã o do c o n h e c i m e n t o e das h a b i li tações e de imposição das n o r m a s de c o n d u t a . N ã o f i z este b r e v e s u m á r i o c o m o p r o p ósito de c ri t i c a r a filo sofia d a esco la t r a d i c i o n a l . O s u r t o do q u e se c h a m a de e d u c a ç ã o n o v a e escola p r o g r ess iva é ele p r ó p r i o o r e s u l t a d o d o d e s c o n t e n t a m e n t o c o m a e d ucaçã o t r a d i c i o n a l . N a r e a l i d a d e é i m p l i c i t a me n t e a s u a c r í t i c a . Se t o r n a r m o s e x p l í c i t a t a l c r í t i c a , t er e m o s algo c o m o se segue: O es q u e m a t r a d i c i o n a l é, em essência, e s q u e m a d e i m p o s i ç ã o d e c i m a p a r a baixo e d e f o r a p a r a d e n t r o . I m p õ e p a d r õ e s , m a t é r i a s de e s t u d o e m é t o d o s d e a d u l - t o s s o b r e os q u e estão a i n d a c r e s c e n d o l e n t a m e n t e p a r a a m a t u r i d a d e . A d i s t â n c i a e n t r e o q u e se i m p õe e os q u e s o f r e m a i m p o s i ç ã o é t ã o g r a n d e , q u e as m a t é r i a s exigidas, os m é t o d o s de a p r e n d e r e d e c o m p o r t a m e n t o são algo d e e s t r a n h o p a r a a c a p a c i d a d e do j o v e m e m 6 E X P E R I Ê N C I A E E D U C A Ç Ã O sua i d a d e. E s t ã o além do alcance da expe r iê n c i a q u e e n t ã o p ossu i. P o r c o n s e g u i n t e , há q u e i m p ô - l os. E ist o é o que se dá, mesm o q u a n d o b o n s professores f a - çam us o de artifíci()s p a r a m a s c a r a r a imposição e deste m o d o d i m i n u i r - l h e os aspec tos obvia m e n te b r u t a i s . · M esmo nesses casos, o abismo e n t r e o s a b e r ama- d u r e c i d o e acabado d o adu l t o e a ex p e r i ê n cia e c a p a - c i d a d e do j o v e m é t ã o amplo, qu e a p r óp r i a situação c r i a d a imp ed e qu al q u e r p ar t i cipação mais ativa dos a l u n o s n o d e s e n v o l v i m e n t o do q ue é e n sinado . A eles cabe lid a r e a p re n d e r , c o m. 2 a missão dos seiscentos · f o i a _ de l u t a r e m o q e r . / A p r e n d e r s i g n i f i c a a d qui r i r o q u e já estainco~pq_rado aç~ l i v r.os_ .e .. J m e n t e d~ , I ~~~~9§j Consi d e r a - s e ainda o que s e e~sina c o m o esse n c i a l m en t e e s t á t i c o . E nsi n a -se um p r o d u t o acabado, sem m a i o r a t e n ç ã o q u a n t o aos modos e meios p o r q u e o r i g i n a ri a m e n t e assim se fez, n em ta mb ém qu an t o às m u d a n ç a s q u e s e g u r a m e n t e i r á s o f r er n o f u t u r o . T r a - t a -s e d e p r o d u t o c u l t u r a l d e soci e dades que s u p u n h a m o f u t u r o em t u d o semel h a n t e ao passado e q u e passa a se r usado c o m o o alim e n t o e d u c a t i v o d e u m a s o c i e - : -I dade, em que a r e g ra e não a exceção é m~dar. S e buscarmos f o r m u l a r a f i l o so f i a d e e d u c a ç ã o i m p l í c i t a nas p r á t i c a s d a educação mais n o v a , podemos, c r e i o , de sc o b r i r c e n o s p r i n c í p i o s c o m u n s p o r e n t r e a v a r i e d a d e d e escolas p rogressiv as o r a existentes . A f imposição d e cima p a r a báixo, opõe-se a exp r e ssã o e 1 c u l t iv o d á i n d i v i d u a l i d a d e ; à disciplin a e x t e r n a , opõe-se E D U C A Ç Ã O T R A D I C I O N A L 7 a atividade livre; a a p r e n d e r p o r li vr os e professores, a p r e n d e r p o r e x p e r i ên cia; à aquisição p o r e x e r c í c i o e t r e i n o d e habilidades e t é cnicas isolad as, a s u a aquisi- ç ã o c o m o meios p a r a a t ingi r f in s q ue r e s p o n d e m a a p elos d i r e t o s e v itais do aluno; à p re p a r a ç ão p ara u m f u t u r o mais o u menos r e m o t o opõe-se ap r o v e i t a r-se ao máximo das o p o n u n i d a d e s do p r e sen t e ; a fins e c o n h e c i m e n t o s est á t i c o s opõe-se a t o m a d a ,9e c o n t a c t o c o m u m m u n d o em m u d a n ça . T o d o s os p r i n c í p i o s são, p o r ém , em si mesm.os, abstrações. F aze m-se c o n c r e t o s s o m e n t e nas CO_!}§e- q ü ê n c i as q u e r e s u l t a m d e su a ap licaç ão. Exatament~ p o r q u e os p r i n c ípios acima i n d i c a d o s são d e tamanh~( a l c a n c e e tão f u n d a m e q t a i s , é que t u d o dep en de d a i n t er p retação que lhes f o r da da ao p ô - l o s e m prátic~ \. n a escola e n o l a r . J E neste p o n t o é q ue t e m a b s o l u t a p e n i n ê n c i a a nossa r e fe r ê n c ia ante r i o r às filosofias do " i s to .. o u- aq u i l o " . A filosofia g e r a l d e ed u c aç ã o n o v a p o d e s e r b o a e c e n a , mas a d i f e r e n ç a e m p r i n c í p i o s a b s t r a t o s n ã o é q u e i r á d e c i d i r o m o d o p o r que as v a n t a gens m o rais e i n t el e c t u a is neles c on t i d a s se i r ã o c o n c r e t i z a r n a p r á t i c a . H á s e m p r e o p e r i g o em u m n o v o m o v i m e n t o d e q ue, ·a o r e j e i t ar os fins e m ét o - d o s d a situação q u e visa s u p l a n t a r , desenvolva seus p r i n c í p i o s n e g a t iv a m e n t e e n ã o de m a n e i r a p o sitiv a e construti~~ S u c e d e e n t ã o q u e, n a r e a l i d a d e, se t o m a c o m o c h a v e p a r a a p rá t ica o que é r eje i t a d o em v e z d e d esco b r i - l a n o des envolv im e n t o c o n s t r u t i v o de sua p r ó p r i a filosofia . . r- A:J I J.: ' I J • n \_, j . \ \ , 6 E X P E R I Ê N C I A E E D U C A Ç Ã O sua i d a d e. E s t ã o além do alcance da expe r iê n c i a q u e e n t ã o p ossu i. P o r c o n s e g u i n t e , há q u e i m p ô - l os. E ist o é o que se dá, mesm o q u a n d o b o n s professores f a - çam us o de artifíci()s p a r a m a s c a r a r a imposição e deste m o d o d i m i n u i r - l h e os aspec tos obvia m e n te b r u t a i s . · M esmo nesses casos, o abismo e n t r e o s a b e r ama- d u r e c i d o e acabado d o adu l t o e a ex p e r i ê n cia e c a p a - c i d a d e do j o v e m é t ã o amplo, qu e a p r óp r i a situação c r i a d a imp ed e qu al q u e r p ar t i cipação mais ativa dos a l u n o s n o d e s e n v o l v i m e n t o do q ue é e n sinado . A eles cabe lid a r e a p re n d e r , c o m. 2 a missão dos seiscentos · f o i a _ de l u t a r e m o q e r . / A p r e n d e r s i g n i f i c a a d qui r i r o q u e já estainco~pq_rado aç~ l i v r.os_ .e .. J m e n t e d~ , I ~~~~9§j Consi d e r a - s e ainda o que s e e~sina c o m o esse n c i a l m en t e e s t á t i c o . E nsi n a -se um p r o d u t o acabado, sem m a i o r a t e n ç ã o q u a n t o aos modos e meios p o r q u e o r i g i n a ri a m e n t e assim se fez, n em ta mb ém qu an t o às m u d a n ç a s q u e s e g u r a m e n t e i r á s o f r er n o f u t u r o . T r a - t a -s e d e p r o d u t o c u l t u r a l d e soci e dades que s u p u n h a m o f u t u r o em t u d o semel h a n t e ao passado e q u e passa a se r usado c o m o o alim e n t o e d u c a t i v o d e u m a s o c i e - : -I dade, em que a r e g ra e não a exceção é m~dar. S e buscarmos f o r m u l a r a f i l o so f i a d e e d u c a ç ã o i m p l í c i t a nas p r á t i c a s d a educação mais n o v a , podemos, c r e i o , de sc o b r i r c e n o s p r i n c í p i o s c o m u n s p o r e n t r e a v a r i e d a d e d e escolas p rogressiv as o r a existentes . A f imposição d e cima p a r a báixo, opõe-se a exp r e ssã o e 1 c u l t iv o d á i n d i v i d u a l i d a d e ; à disciplin a e x t e r n a , opõe-se E D U C A Ç Ã O T R A D I C I O N A L 7 a atividade livre; a a p r e n d e r p o r li vr os e professores, a p r e n d e r p o r e x p e r i ên cia; à aquisição p o r e x e r c í c i o e t r e i n o d e habilidades e t é cnicas isolad as, a s u a aquisi- ç ã o c o m o meios p a r a a t ingi r f in s q ue r e s p o n d e m a a p elos d i r e t o s e v itaisdo aluno; à p re p a r a ç ão p ara u m f u t u r o mais o u menos r e m o t o opõe-se ap r o v e i t a r-se ao máximo das o p o n u n i d a d e s do p r e sen t e ; a fins e c o n h e c i m e n t o s est á t i c o s opõe-se a t o m a d a ,9e c o n t a c t o c o m u m m u n d o em m u d a n ça . T o d o s os p r i n c í p i o s são, p o r ém , em si mesm.os, abstrações. F aze m-se c o n c r e t o s s o m e n t e nas CO_!}§e- q ü ê n c i as q u e r e s u l t a m d e su a ap licaç ão. Exatament~ p o r q u e os p r i n c ípios acima i n d i c a d o s são d e tamanh~( a l c a n c e e tão f u n d a m e q t a i s , é que t u d o dep en de d a i n t er p retação que lhes f o r da da ao p ô - l o s e m prátic~ \. n a escola e n o l a r . J E neste p o n t o é q ue t e m a b s o l u t a p e n i n ê n c i a a nossa r e fe r ê n c ia ante r i o r às filosofias do " i s to .. o u- aq u i l o " . A filosofia g e r a l d e ed u c aç ã o n o v a p o d e s e r b o a e c e n a , mas a d i f e r e n ç a e m p r i n c í p i o s a b s t r a t o s n ã o é q u e i r á d e c i d i r o m o d o p o r que as v a n t a gens m o rais e i n t el e c t u a is neles c on t i d a s se i r ã o c o n c r e t i z a r n a p r á t i c a . H á s e m p r e o p e r i g o em u m n o v o m o v i m e n t o d e q ue, ·a o r e j e i t ar os fins e m ét o - d o s d a situação q u e visa s u p l a n t a r , desenvolva seus p r i n c í p i o s n e g a t iv a m e n t e e n ã o de m a n e i r a p o sitiv a e construti~~ S u c e d e e n t ã o q u e, n a r e a l i d a d e, se t o m a c o m o c h a v e p a r a a p rá t ica o que é r eje i t a d o em v e z d e d esco b r i - l a n o des envolv im e n t o c o n s t r u t i v o de sua p r ó p r i a filosofia . . r- A:J I J.: ' I J • n \_, j . \ \ , 8 E X P E R I Ê N C I A E EDUCAÇÃO C o n s i d e r o q u e a i d é i a f u n d a m e n t a l da f i l o s o f i a de e d u c a ç ã o mais n o v a e q u e lhe d á u n i d a d e é a de h a v e r r e l a ç ã o í n t i m a e necessária e n t r e os p r o c essos d e nossa e x p e r i ê n c i a r e a l e a e d u c a ç ã o . Se isto é v e r d a d e , e n t ã o o d e s e n v o l v i m e n t o p o s i t i v o e c o n s t r u t i vo de sua p r ó p r i a i d é i a básica d e p e n d e d e se t e r u m a i d é i a c o r - r e t a de e x p e r i ê n c i a . T o m e - s e , p o r e x e m p l o , a q u e s t ã o d a o r g a n i z a ç ã o da m a t é r i a d e e s t u d o - q u e i r e m o s d i s c u t i r em d e t a l h e mais a d i a n t e . O p r o b l e m a p a r a a e d u c a ç ã o p r o g r e s s i v a é o de se s a b e r q u a l é o l u g a r e a s i g n i f i c a ç ã o de " m a t é r i a " e de " o r g a n i z a ç ã o ' : dentro d a e x p e r i ê n c ia. C o m o f u n c i o n a a " m a t é r i a " ? E x i s t e algo i n e r e n t e à e x p e r i ê n c i a q u e t e n d e p a r a a o r g a n i z a - . ção p r o g r e s s i v a d o seu c o n t e ú d o ? Q u e s u c e d e q u a n d o a m a t é r i a da e x p e r i ê n c i a n ã o é p r o g r e s s i v a m e n t e o r g a - n i z a d a ? U m a f i l o s o f i a q u e p r o c e d e n a base de suas r e j e i ç õ e s , de simples o p o s i ç ã o , i g n o r a r á estas questões. C o m o a e d u c a ç ã o t r a d i c i o n á l se bas eava n u m a o r g a - n i z a ç ã o já f e i t a e a c a b a d a , s u p o r á q u e se r á s u f i c i e n t e r e j e i t a r o p r i n c í p i o d e o r g a n i z a ç ã o ín t o t m n , em v e z d e l u t a r p o r d e s c o b r i r q u a l o s e n t i d o d e o r g a n i z a ç ã o e c o m o se p o d e r á c o n s e g u i - l a n a base d e e x p e r i ê n c i a . P o d e m o s p e r c o r r e r t o d o s o s p o n t o s d e d i f e re n ç a e n t r e a v e l h a e a n o v a e d u c a ç ã o e c h e g a r ,a c o n c l u s õ e s seme- l h a n t e s . u à n d o se r e j e i t a o c o n t r o l e e x t e r n o , o p r o - 1b l e m a é c o m o a c h a r os f a t o r e s de c o n t r o l e i n e r e n t e s 1 ao p r o c e s s o d e e x p e r i ê n c i a . Q u a n d o se r e f u g a a a u t o - r i d a d e e x t e r n a , n ã o se• s e g u e q u e t o d a a u t o r i d a d e deva s e r r e j e i t a d a , mas a n t e s q u e se d e v e b u s c a r f o n t e mais EDUCAÇÃO T R A D I C I O N A L fACUl Pnlll OE EQUC4C .i 0 B I B L I O T E C A ; 9 e f e t i v a de a u t o r i d a d e . P o r q u e a e d u c a ç ã o velha i m p u - n h a ao j o v e m o s a b er , os m é t o d o s e as r e g r a s de c o n - d u t a da pessoa m a d u r a , n ã o se s e g u e , a n ã o s e r n a base d a f i l o s o f i a d o s e x t r e mos de " i s t o - o u - a q u i l o " , q u e o s a b e r d a pessoa m a d u r a n ã o t e n h a v a l o r d e d i r e ç ã o p a r a a e x p e r i ê n c i a d o i m a t u r o . P e l o c o n t r á r i o , b a- s e a n d o - s e a e d u c a ç ã o n a e x p e ri ê n c i a pessoal, p o d e i s t o s i g n i f i c a r c o n t a c t o s mais n u m e r o s o s e mais í n t i m o s e n t r e o i m a t u r o e a pessoa a m a d u r e c i d a d o q u e jamais h o u v e n a escola t r a d i c i o n a l e, assim, c o n s e q ü e n t e m e n t e , mais e n ã o m e n o s d i r e ç ã o e o r i e n t a ç ã o p o r o u t r e m . O p r o b l e m a , pois, é: c o m o tais c o n t a c t o s p o d e m s e r e s t a b e l e c i d o s sem violação d o 12fincípio de a p r e n d i z a - _gem p o r meio de e x p e r i ê n c i a pess.oal. A solução d e s t e p r o b l e m a r e q u er u m a filosofia b e m e l a b o r a d a dos ! ia - ,á_rP'- ~res sociais q u e o p e r a m n a c o n s t i t u i ç ã o de e x p e r i ê n c i a . ~dividual. J O q u e desejamos s u b lin h a r c o m estas o b s e r v a ç õ e s é q u e os p r i n c í p i o s gerais da n o v a e d u c a ç ã o , p o r si mesmos, n ã o r e s o l v e m n e n h u m dos p r o b l e m a s p r á t i c o s e c o n c r e t o s de c o n d u ç ã o e d i r e ç ã o das escolas p r o - gressivas. P e l o c o n t r á r i o , l e v a n t a m n o v o s p r o b l e m a s , q u e t e r ã o d e s e r r e s o l v i d o s n a base d e u m a n o v a f i - l o s o f i a d e e x p e r i ê n c i a . O s p r o b l e m a s n ã o são s e q u e r r e c o n h e c i d os ( q u e d i z e r d e r e s o l v i d o s ? ) q u a n d o se s u p õ e q u e basta r e j e i t a r as idéias e .as p r á t i c a s da e d u - c a ç ã o velha e p a r t i r p a r a a posição n o o u t r o e x t r e m o . E s t o u c e r t o de q u e se r e c o n h e c e o q u e desejo e x p r i m i r q u a n d o d i g o q u e m u i t a s das escolas novas t e n d e m : a 8 E X P E R I Ê N C I A E EDUCAÇÃO C o n s i d e r o q u e a i d é i a f u n d a m e n t a l da f i l o s o f i a de e d u c a ç ã o mais n o v a e q u e lhe d á u n i d a d e é a de h a v e r r e l a ç ã o í n t i m a e necessária e n t r e os p r o c essos d e nossa e x p e r i ê n c i a r e a l e a e d u c a ç ã o . Se isto é v e r d a d e , e n t ã o o d e s e n v o l v i m e n t o p o s i t i v o e c o n s t r u t i vo de sua p r ó p r i a i d é i a básica d e p e n d e d e se t e r u m a i d é i a c o r - r e t a de e x p e r i ê n c i a . T o m e - s e , p o r e x e m p l o , a q u e s t ã o d a o r g a n i z a ç ã o da m a t é r i a d e e s t u d o - q u e i r e m o s d i s c u t i r em d e t a l h e mais a d i a n t e . O p r o b l em a p a r a a e d u c a ç ã o p r o g r e s s i v a é o de se s a b e r q u a l é o l u g a r e a s i g n i f i c a ç ã o de " m a t é r i a " e de " o r g a n i z a ç ã o ' : dentro d a e x p e r i ê n c ia. C o m o f u n c i o n a a " m a t é r i a " ? E x i s t e algo i n e r e n t e à e x p e r i ê n c i a q u e t e n d e p a r a a o r g a n i z a - . ção p r o g r e s s i v a d o seu c o n t e ú d o ? Q u e s u c e d e q u a n d o a m a t é r i a da e x p e r i ê n c i a n ã o é p r o g r e s s i v a m e n t e o r g a - n i z a d a ? U m a f i l o s o f i a q u e p r o c e d e n a base de suas r e j e i ç õ e s , de simples o p o s i ç ã o , i g n o r a r á estas questões. C o m o a e d u c a ç ã o t r a d i c i o n á l se bas eava n u m a o r g a - n i z a ç ã o já f e i t a e a c a b a d a , s u p o r á q u e se r á s u f i c i e n t e r e j e i t a r o p r i n c í p i o d e o r g a n i z a ç ã o ín t o t m n , em v e z d e l u t a r p o r d e s c o b r i r q u a l o s e n t i d o d e o r g a n i z a ç ã o e c o m o se p o d e r á c o n s e g u i - l a n a base d e e x p e r i ê n c i a . P o d e m o s p e r c o r r e r t o d o s o s p o n t o s d e d i f e re n ç a e n t r e a v e l h a e a n o v a e d u c a ç ã o e c h e g a r ,a c o n c l u s õ e s seme- l h a n t e s . u à n d o se r e j e i t a o c o n t r o l e e x t e r n o , o p r o - 1b l e m a é c o m o a c h a r os f a t o r e s de c o n t r o l e i n e r e n t e s 1 ao p r o c e s s o d e e x p e r i ê n c i a . Q u a n d o se r e f u g a a a u t o - r i d a d e e x t e r n a , n ã o se• s e g u e q u e t o d a a u t o r i d a d e deva s e r r e j e i t a d a , mas a n t e s q u e se d e v e b u s c a r f o n t e mais EDUCAÇÃO T R A D I C I O N A L fACUl Pnlll OE EQUC4C .i 0 B I B L I O T E C A ; 9 e f e t i v a de a u t o r i d a d e . P o r q u e a e d u c a ç ã o velha i m p u - n h a ao j o v e m o s a b er , os m é t o d o s e as r e g r a s de c o n - d u t a da pessoa m a d u r a , n ã o se s e g u e , a n ã o s e r n a base d a f i l o s o f i a d o s e x t r e mos de " i s t o - o u - a q u i l o " , q u e o s a b e r d a pessoa m a d u r a n ã o t e n h a v a l o r d e d i r e ç ã o p a r a a e x p e r i ê n c i a d o i m a t u r o . P e l o c o n t r á r i o , b a- s e a n d o - s e a e d u c a ç ã o n a e x p e ri ê n c i a pessoal, p o d e i s t o s i g n i f i c a r c o n t a c t o s mais n u m e r o s o s e mais í n t i m o s e n t r e o i m a t u r o e a pessoa a m a d u r e c i d a d o q u e jamais h o u v e n a escola t r a d i c i o n a l e, assim, c o n s e q ü e n t e m e n t e , mais e n ã o m e n o s d i r e ç ã o e o r i e n t a ç ã o p o r o u t r e m . O p r o b l e m a , pois, é: c o m o tais c o n t a c t o s p o d e m s e r e s t a b e l e c i d o s sem violação d o 12fincípio de a p r e n d i z a - _gem p o r meio de e x p e r i ê n c i a pess.oal. A solução d e s t e p r o b l e m a r e q u er u m a filosofia b e m e l a b o r a d a dos ! ia - ,á_rP'- ~res sociais q u e o p e r a m n a c o n s t i t u i ç ã o de e x p e r i ê n c i a . ~dividual. J O q u e desejamos s u b lin h a r c o m estas o b s e r v a ç õ e s é q u e os p r i n c í p i o s gerais da n o v a e d u c a ç ã o , p o r si mesmos, n ã o r e s o l v e m n e n h u m dos p r o b l e m a s p r á t i c o s e c o n c r e t o s de c o n d u ç ã o e d i r e ç ã o das escolas p r o - gressivas. P e l o c o n t r á r i o , l e v a n t a m n o v o s p r o b l e m a s , q u e t e r ã o d e s e r r e s o l v i d o s n a base d e u m a n o v a f i - l o s o f i a d e e x p e r i ê n c i a . O s p r o b l e m a s n ã o são s e q u e r r e c o n h e c i d os ( q u e d i z e r d e r e s o l v i d o s ? ) q u a n d o se s u p õ e q u e basta r e j e i t a r as idéias e .as p r á t i c a s da e d u - c a ç ã o velha e p a r t i r p a r a a posição n o o u t r o e x t r e m o . E s t o u c e r t o de q u e se r e c o n h e c e o q u e desejo e x p r i m i r q u a n d o d i g o q u e m u i t a s das escolas novas t e n d e m : a 10 A • EXPERIENCIA E EDUCAÇAO dar pouca ou mesmo nenhuma importância à orga-. nização da matéria de estudo; a proceder como se qualquer forma de direção e orientação pelo adulto constituísse invasão à área da liberdade individual; a considerar que a idéia de que a educação deve inte- ressar-se pelo presente e futuro significasse que o co- nhecimento do passado tenha pouco ou nenhum papel na educação. Sem desejar exagerar tais tendências, ser- vem elas, pelo menos, para ilustrar o ponto que vimos acentuando de poder a nova teoria e prática de edu- cação buscar afirmar-se de forma negativa, ou seja, reagindo contra o que é corrente em educação, em vez de esforçar-se de modo positivo e construtivo em de- senvolver os propósitos, métodos e matéria de estudo na base de uma teoria de experiência e de suas poten- cialidades educativas. [Ni~ será demais lembrar que uma filosofia de /êaucação que professe basear-se na idéia de liberdade lpode tornar-se dogmática como nunca tenha chegado i~~r .,!l-~-d~c~~2...__,tradicional, contra a qual, entretanto, está a reagir. Toda teoria, como qualquer regra de prática, faz-se dogmática se não se baseia, sempre, no exame crítico de seus próprios princípios fundamen- tais. Digamos que a educação nova deve dar ênfase à liberdade do aluno. Muito bem. Temos então um problema: que significa liberdade e quais as condições pelas quais poderá a escola ser capaz de efetivá-la? Digamos que o hi_bito~ de imposição externa, tão co- mum na escola tradicional, mais impedia dÕ que pro- l . r .r ,,0wJ~ J. ~1{::,1 r, ll/)iJ~ · ("../~ v' J ~ J EDUCAÇÃO TRADICIONAL 11 movia o desenvolvimento moral e intelectual do jovem. Novamente, está certo. Mas o reconhecimento desta falha da escola levanta um problema. Qual será exa- tamente o papel do professor e dos livros no desen- volvimento educativo do imaturo ? Admita-se que a educação tradicional empregasse como matéria de es- tudo fatos e idéias tão ligados ao passado que pouco poderiam contribuir para ajudar a compreender os problemas do presente e do futuro. Muito bem. Mas isto nos põe ante o problema de descobrir a relação que realmente existe dentro da experiência entre as realizações do passado e os problemas do presente. A solução estará na descoberta de como a familiarização com o passado poderá traduzir-se em poderosa instru- mentalidade para melhor lidar efetivamente com o fu- turo. Rejeitando o conhecimento do passado como o fim de educação, iremos apenas dar-lhe maior impor- tância como meio de educação. Quando assim pro- cedemos, l~çamos um problema novo no contexto educacional~ Como poderá o jovem conhecer e fami- ""''liaii.Zar-sé"'êom o passado de modo tal que este conhe- cimento se constitua poderoso fator de sua apreciação e sentimento do presente vivo e palpitante ? 10 A • EXPERIENCIA E EDUCAÇAO dar pouca ou mesmo nenhuma importância à orga-. nização da matéria de estudo; a proceder como se qualquer forma de direção e orientação pelo adulto constituísse invasão à área da liberdade individual; a considerar que a idéia de que a educação deve inte- ressar-se pelo presente e futuro significasse que o co- nhecimento do passado tenha pouco ou nenhum papel na educação. Sem desejar exagerar tais tendências, ser- vem elas, pelo menos, para ilustrar o ponto que vimos acentuando de poder a nova teoria e prática de edu- cação buscar afirmar-se de forma negativa, ou seja, reagindocontra o que é corrente em educação, em vez de esforçar-se de modo positivo e construtivo em de- senvolver os propósitos, métodos e matéria de estudo na base de uma teoria de experiência e de suas poten- cialidades educativas. [Ni~ será demais lembrar que uma filosofia de /êaucação que professe basear-se na idéia de liberdade lpode tornar-se dogmática como nunca tenha chegado i~~r .,!l-~-d~c~~2...__,tradicional, contra a qual, entretanto, está a reagir. Toda teoria, como qualquer regra de prática, faz-se dogmática se não se baseia, sempre, no exame crítico de seus próprios princípios fundamen- tais. Digamos que a educação nova deve dar ênfase à liberdade do aluno. Muito bem. Temos então um problema: que significa liberdade e quais as condições pelas quais poderá a escola ser capaz de efetivá-la? Digamos que o hi_bito~ de imposição externa, tão co- mum na escola tradicional, mais impedia dÕ que pro- l . r .r ,,0wJ~ J. ~1{::,1 r, ll/)iJ~ · ("../~ v' J ~ J EDUCAÇÃO TRADICIONAL 11 movia o desenvolvimento moral e intelectual do jovem. Novamente, está certo. Mas o reconhecimento desta falha da escola levanta um problema. Qual será exa- tamente o papel do professor e dos livros no desen- volvimento educativo do imaturo ? Admita-se que a educação tradicional empregasse como matéria de es- tudo fatos e idéias tão ligados ao passado que pouco poderiam contribuir para ajudar a compreender os problemas do presente e do futuro. Muito bem. Mas isto nos põe ante o problema de descobrir a relação que realmente existe dentro da experiência entre as realizações do passado e os problemas do presente. A solução estará na descoberta de como a familiarização com o passado poderá traduzir-se em poderosa instru- mentalidade para melhor lidar efetivamente com o fu- turo. Rejeitando o conhecimento do passado como o fim de educação, iremos apenas dar-lhe maior impor- tância como meio de educação. Quando assim pro- cedemos, l~çamos um problema novo no contexto educacional~ Como poderá o jovem conhecer e fami- ""''liaii.Zar-sé"'êom o passado de modo tal que este conhe- cimento se constitua poderoso fator de sua apreciação e sentimento do presente vivo e palpitante ? .. I I NECESSIDADE D E U M A T E O R I A D E E X P E R I : t N C I A E m s u m a , o p o n t o q u e d e s e j o a c e n t u a r é q u e a r e j e i ç ã o d a f i l o s o f i a e p r á t i c a d a e s c o l a t r a d i c i o n a l l e v a n t a , p a r a os q u e a c r e d i t a m e m u m n o v o t i p o d e e d u c a ç ã o , u m n o v o t i p o de d i f í c i l p r o b l e m a e d u c a c i o n a l . E n q u a n t o n ã o r e c o n h e c e r m o s este f a t o , a t u a r e m o s d e m a n e i r a c e g a e c o n f u s a . L f : indi~ensável compreeE.:- d e r , e de m a n e i r a c a b a l , q u e n ã o é a b a n d o n a n d o o ~o-que resolvemQs_qu.a!.qJJçx_problema.l N a s p á g i n a s q u e se s e g u e m p r o c u r a m o s assim i n d i c a r a l g u n s d o s p r i n c i p a i s p r o b l e m a s q u e c o n f r o n t a m a n o v a e d u c a ç ã o , e s u g e r i r as l i n h a s f u n d a m e n t a i s ao l o n g o das quais se d e v e b u s c a r - l h e s a s o l u ç ã o . E m m e i o a t o d a s as i n c e r - tezas, a d m i t o h a v e r c o n s e n s o g e r a l p e r m a n e n t e q u a n t o a p r e s s u p o s t o f u n d a m e n t a l , o u seja, d e que h á c o n e x ã o o r g â n i c a e n t r e . e d u c a ç ã Q... e e x p e r i ê n c i a pessoal, e s t a n d o , 1 p o r t a n t o , a n o v a f i l o s o f i a d e e d u c a ç ã o c o m p r o m e t i d a I c o m a l g u m a e s p é c i e d e f i l o s o f i a e m p í r i c a e e x p e r i m e n -, \ t a l . Mas, e x p e ri ê n c i a e e x p e r i m e n t o não são t e r m o s q u e se e x p l i c a m p o r si mesmos. P e l o c o n t r á r i o , o q u e .. I I NECESSIDADE D E U M A T E O R I A D E E X P E R I : t N C I A E m s u m a , o p o n t o q u e d e s e j o a c e n t u a r é q u e a r e j e i ç ã o d a f i l o s o f i a e p r á t i c a d a e s c o l a t r a d i c i o n a l l e v a n t a , p a r a os q u e a c r e d i t a m e m u m n o v o t i p o d e e d u c a ç ã o , u m n o v o t i p o de d i f í c i l p r o b l e m a e d u c a c i o n a l . E n q u a n t o n ã o r e c o n h e c e r m o s este f a t o , a t u a r e m o s d e m a n e i r a c e g a e c o n f u s a . L f : indi~ensável compreeE.:- d e r , e de m a n e i r a c a b a l , q u e n ã o é a b a n d o n a n d o o ~o-que resolvemQs_qu.a!.qJJçx_problema.l N a s p á g i n a s q u e se s e g u e m p r o c u r a m o s assim i n d i c a r a l g u n s d o s p r i n c i p a i s p r o b l e m a s q u e c o n f r o n t a m a n o v a e d u c a ç ã o , e s u g e r i r as l i n h a s f u n d a m e n t a i s ao l o n g o das quais se d e v e b u s c a r - l h e s a s o l u ç ã o . E m m e i o a t o d a s as i n c e r - tezas, a d m i t o h a v e r c o n s e n s o g e r a l p e r m a n e n t e q u a n t o a p r e s s u p o s t o f u n d a m e n t a l , o u seja, d e que h á c o n e x ã o o r g â n i c a e n t r e . e d u c a ç ã Q... e e x p e r i ê n c i a pessoal, e s t a n d o , 1 p o r t a n t o , a n o v a f i l o s o f i a d e e d u c a ç ã o c o m p r o m e t i d a I c o m a l g u m a e s p é c i e d e f i l o s o f i a e m p í r i c a e e x p e r i m e n -, \ t a l . Mas, e x p e ri ê n c i a e e x p e r i m e n t o não são t e r m o s q u e se e x p l i c a m p o r si mesmos. P e l o c o n t r á r i o , o q u e 14 E X PE R I Ê N C I A E EDUCAÇÃO si g n i f i c a m é p a r t e do p r o b l e m a a s e r explorado. 1'fão p o d e m o s s a b e r o s e n t i d o d e e m p i r i c ismo sem c o m - p r e e n d e r o q u e é experiência. A c r e n ç a de g u e t o d a educação gen~ se c o n - s u m a através d e e x p e r i ê n c i a não q u e r d i z e r g u e t o d a s e x p e r i ê n cias são g e n_!!Ínas e igualment~ ; ducativas . .Ex- p e r i ê n c i a ~cação___!!ão são t e r m o s q u e se equivalem. A l g u m a s experiências são deseducativas. lJL.des.e.dJJ~-* va t o d a experiência q u e p r o d u z a o e~ d_e_ p a r a r o u d e s t o r c e r o q e s c i m e n t o p a r a novas e x p e r i ê n c i a s p o s - t e r i o r e s . ~ma ex p e r i ê ncia p o d e s e r t a l q u e p r o d u z a dureza, insensibilidade, i n c a p a c i d ade de r e s p o n d e r aos apelos d a vida , r e s t r i n g i n d o , p o r t a n t o , a possibilidade d e f u t u r a s experiências mais ricas. \ O u t r a p o d e r á a u m e n - t a r a d e s t r e z a em al uma a t i v i d a d e a u t o m á t i c a , mas - -d~ m o do ue h a b i t u e a pessoa a c e r t o s tJE os p e r o t i n a,_ f e c a~ d o - l h e o _caJEinho _ p a r a e! p e r i ê n c i a s novas_._ A ' S i j i i i ê n c ia p o d e s e r imediat a m en t e a g r a d á - v e l e, e n t r e t a n t o , c o n c o r r e r p a r a a~itudes descuidadas e preguiçosas, de ste m o d o a t u a n d o s o b re a qualidade das f u t u r a s experiências, p o d e n d o i m p e d i r a pessoa d e t i r a r delas t u d o que t ê m p a r a d a r . P o r o u t r o lado, as e x p e r i ê n c i a s p o d e m s e r t ã o desconexas e desligadas umas d as o u t r a s que, e m b o r a agradáveis e mesmo e x c i t a n t e s e m si mesmas, n ã o se a r t i c u l a m c u m u l a t i v a m e n t e . A e n e r g i a se dispersa
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