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Citologia Bacteriana Seres vivos podem ser divididos � procariontes e eucariontes. Acredita-se que a célula procarionte foi a primeira a surgir no Universo, por isso recebeu este nome (em latim significa proto=primitivo cario=núcleo) Os procariontes são seres unicelulares � bactérias e as cianobactérias estrutura celular � muito simples (qdo comparado à eucariontes) sem núcleo individualizado, mitocondrias, retículo endoplasmático, Complexo de Golgi e membrana nuclear (DNA completamente disperso no citoplasma) Eucarionte � complexa (quando comparado aos procariontes) membrana nuclear individualizada e muitas organelas. Os animais, as plantas, alguns fungos e microrganismos são constituídos por células eucariontes e também são pluricelulares. Material genético organizado, separado do citoplasma por uma membrana nuclear. PROCARIOTOS Mais bem estudado � Escherichia coli Estrutura simples e de rápida multiplicação (20 min) Forma de bastonete com ~2 µm de comprimento Composição dos Procariotos 1. Membrana plasmática 2. Messossomos (invaginacóes de membranas) 3. Parede celular 4. Ribossomos 5. Nucleóide 1) MEMBRANA PLASMÁTICA Estrutura semelhante à das células eucarióticas ~8 nm de espessura Composta por: bicamada fosfolipídica (podendo apresentar 7 tipos de fosfolipídeos diferentes) Fosfolipídeos possuem uma região hidrofílica (glicerol fosfato) e uma região hidrofóbica (ácido graxo) Variações conforme a composiçao de ácidos graxos e dos compostos fosforilados que se unem ao esqueleto de glicerol: fosfatidilcolina, esfingomielina, fosfatidilserina e fosfalipidiletanolamina. proteínas (cerca de 200 tipos distintos) atuação como barreira osmótica (permeabilidade seletiva) A rigidez controlada da membrana Esteróis � 5 -25% Moléculas rígidas e planas Favorece a estabilizaçao da membrana mas deixa menos flexível Hopanóides � similares aos esteróis � papel parecido uma diferença � nos esteróides � o colesterol, geralmente ausente nos procariontes, é substituído por uma molécula semelhante a um esteroide, um hopanoide. Similaridade estrutural entre os esteróis (a), colesterol (b) e hopanóides (c) (Adaptado de Madigan et al., Brock Biology of Microorganisms, 2003) Curiosidades!!!! Normalmente, as membranas de organismos procariotos apresentam maiores concentrações de proteínas que as membranas eucarióticas, tendo em vista a ausência de organelas citoplasmáticas nas bactérias. A MP é mais que uma simples barreira que separa o meio intracelular do extracelular. Barreira de permeabilidade � evita perda passiva de componentes do citoplasma e a entrada indiscriminada de moléculas do meio extracelular Interior Meio aquoso contendo diversos sais, açucares, aa, vitaminas, coenzimas ... A hidrofobicidade da MP permite que ela funcione como uma barreira. Moléculas hidrofílicas e carregadas não atravessam, precisando de transportadores (H+) tão pequeno mas não passa por difusão Moléculas hidrofóbicas pequenas passam por difusão H2O difusão mas tb aquaporinas Ancoragem de proteínas � enzimas relacionadas a passagem seletiva de substratos do meio interno externo 2. MESOSSOMAS Em algumas células, a membrana forma pregas e invaginações que aumentam muito a sua superfície, denominadas mesossomas. Embora existam dúvidas sobre a função dessas estruturas, existe a hipótese de serem zonas de intensa atividade respiratória. 1-2-3 PERIPLASMA Espaço entre a membrana plasmática e a membrana externa (parede celular) de bactérias Gram negativas � 1 – 7 nm Consistência em gel � grande número de proteínas Em Gram negativas, tem grande importância, pois várias enzimas e outras proteínas estão localizadas, incluindo hidrolases, proteínas de ligação envolvidas no transporte e quimiorreceptores. 3. PAREDE CELULAR Devido a quantidade de solutos dentro da célula bacteriana, uma pressão considerável se desenvolve (ex. 2atm no interior de uma E. coli). Para resistir a essa pressão existe a parede celular, que também tem a função de dar forma e rigidez à célula -gram positivas -gram negativas 3.1 PEPTIDOGLICANO Um dos componentes de parede, mais presente em gram positiva do que em gram negativa Peptidoglicano = mureína Finas lâminas formadas por açucares + aa� N-acetilglicosamina e ácido N- acetilmurâmico L-alanina, D-alanina, D-glutâmico, lisina e ácido diaminopimélico (DAP) A parede celular, pela sua rigidez, forma um estojo que estabiliza a forma característica da célula, protegendo-a de agressões externas, como variações de pressão osmótica. gram-positivas � parede espessa e homogênea, encostada diretamente à face externa da membrana plasmática. Sem periplasma. Espessura � até 100 nm e representa até 30% do peso seco da célula. gram-negativas � formada por dois folhetos: folheto interno � camada delgada de peptidoglicano que não encosta na MP no máximo 20 nm de espessura folheto externo � também designado por membrana externa dada a sua estrutura ser semelhante à de uma membrana plasmática (constituída por liposacáridos e lipoproteínas). Ligação dos dois folhetos � através de lipoproteínas integradas no folheto externo e ligadas por ligações covalentes a peptidoglicanos. No folheto externo existem ainda canais proteicos que permitem a passagem de água e a diversos metabolitos. Estrutura do peptidoglicano Muitas Gram + apresentam polissacarídeos ácidos embebidos em suas paredes � ácido teicóico Unidades de glicerolfosfato + ribitolfosfato � carga – da parede Quando associados a lipídeos (gram +) � ácidos lipoteicóicos Curiosidade !!!! Células baterianas sem parede celular?? A lisozima enzima presente em meios biológicos tais como secreções (lágrimas, saliva, muco nasal, clara do ovo, etc.) hidrolisa o peptidoglicano e, consequentemente, destroi a parede. Desprovidas de parede, as bactérias transforma-se em protoplastos, extremamente vulneráveis às variações da pressão osmótica. A Penicilina conduz ao mesmo efeito, não porque destrua o peptidoglicano, mas porque inibe a sua síntese, durante o crescimento bacteriano. MICOPLASMAS Protoplasmas de vida livre capazes de se dividir. Sobrevivem sem parede pois possuem uma membrana plasmática fortes (incomuns � com esteróis) ou pq vivem em ambientes osmoticamente protegidos � interior do corpo humano MEMBRANA EXTERNA Composiçao principal � lipopolisacarídeos (LPS) LPS Endotoxina Apesar de ter como principal função a estrutural, ela possui uma propriedade biológica � toxina para a maioria dos animais Bactrérias gram - � Shigella, Salmonella e E. coli Sintomas no homem relacionados ao efeito tóxico da membrana externa (Lipídio A) O LPS de algumas bactérias não patogênicas também pode ser tóxico 5. NUCLEÓIDE Nucleóide ���� similar ao núcleo Região de algumas células procarióticas onde se concentra o material genético. Molécula circular de DNA, que se encontra no citoplasma da célula, e não está associado a proteínas. Nucleóide x Núcleo Genomas com organizações distitas em células procarióticas e eucarióticas Procarióticas: DNA como uma molécula comprida formando o cromossoma bacteriano Condensação � nucleóide Na maiora das vezes é circular e como um cromossoma único (1 única cópia de cada gene � haplóides) DNA extracromossomico � plasmídeos (funções especiais) Eucarióticas:DNA dentro de um núcleo Moléculas lineres compactadas e um alto nível de organização (cromossomas) � ptns O número de cromossomas varia entre espécies � levedura 16 homem 46 Duas cópias de cada gene (diplóides) ESTRUTURAS ASSOCIADAS À SUPERFÍCIE 1. Fímbrias e Pili Estrutura similar aos flagelos mas que não conferem movimentação !!!! Natureza protéica Fímbrias = pili � mais curtas que os Pili sexuais Pili sexuais � compridos e em menor quantidade quando comparada aos Pili/fímbrias FÍMBRIAS/PILI Estão relacionadas com interações entre células e superfícies PILI sexuais Reprodução bacteriana � aumento de variabilidade genética (processo de conjugação bacteriana) Pili in Gram-positive pathogens John L. Telford, Michèle A. Barocchi, Immaculada Margarit, Rino Rappuoli & Guido Grandi Nature Reviews Microbiology 4, 509-519 (July 2006) a | Free-floating bacteria initiate attachment to host cells by extending their pili towards the apical surface of host cells. This mechanism might involve a tip protein (red). b | Intimate attachment is a secondary process, in which ancillary pilus proteins (green) might be involved in the zipper-like adhesion of pili to host cells, decreasing the distance between the bacterial and host-cell surfaces. c | leads to colonization 2. Cápsula Natureza polissacarídica RESISTENCIA (células fagocíticas, desecação – retenção de água – poliacarídeo) ADERENCIA ENTRE SI E AO SUBSTRATO É particularmente o caso do pneumococus Streptococcus pneumoniae. Em muitos casos os orgaismos procarióticos secretam em sua superfície materiais viscosos e pegajosos (polissacarídeos) sendo determinados de cápsula ou glicocálix. Glicocálix � material polissacarídico que se extende ao redor da célula Composição � varia conforme o indivíduo, podendo ser grossa, fina, rígida ou flexível dependendo da natureza química Se o glicocálix é rígido � matriz impermeável que exclui alguns corantes (tinta nanquim) � cápsula Se o glicocálix se forma facilmente e é mais fino � capa mucóide 3. FLAGELOS Estrutura flagelar Não é reto e sim helicoidal distancia entre cada volta filamento é constante filamento formado por proteínas (flagelina) � Forma e longitude da onda base flagelar � estruturalmente distinta do filamento gancho � uma ptn função unir filamento a parte motora motor � ancorado na MP e na parede celular eixo central que atravessa um sistema de anéis gram – um sistema de anéis extra � externo ancorado na membrana externa gram + por não terem membrana externa � só anéis internos �MP e parede Proteínas Mot � ao redor dos anéis � controlam o motor flagelar provocando a rotação do filamento Proteínas Fli � chave comutadora a sinais celulares Crescimento flagelar (camparação com As moléculas de flagelina são sintetizadas no citoplasma Alcançam a ponta do flagelo por um canal interno de 3 nm Ptn cap, na ponta do flagelo se destribuirem de forma organizada na porção termin Movimento flagelar Movimento por rotação (motor) Força próton-motora (1000 prótons para cada movimento) A velocidade de rotação não é constante flagelos peritríqueo chave comutadora � inverte a rotação do flagelo em resposta Crescimento flagelar � não ocorre a partir da base mas sim da ponta (camparação com um pelo animal) As moléculas de flagelina são sintetizadas no citoplasma Alcançam a ponta do flagelo por um canal interno de 3 nm Ptn cap, na ponta do flagelo � ajuda as moléculas de flagelina a se destribuirem de forma organizada na porção terminal do flagelo flagelar Movimento por rotação (motor) motora (1000 prótons para cada movimento) A velocidade de rotação não é constante flagelos peritríqueo � linha reta lenta e contínua inverte a rotação do flagelo em resposta não ocorre a partir da base mas sim da ponta Alcançam a ponta do flagelo por um canal interno de 3 nm ajuda as moléculas de flagelina a al do flagelo motora (1000 prótons para cada movimento) flagelos polares � rápido e com giros periódicos INCLUSÕES CELULARES POLÍMEROS DE RESERVA A natureza das inclusões varia de acordo com o mircorganismo No geral sua função é armazenamento de energia Reserva de precursores estruturais necessários para síntese de macromoléculas A maioria das inclusões estão rodeadas por uma fina membrana (mono camada de lipídeos) Ácido poli β Hidroxibutírico Mais comum Composto lipídico formado por monomeros de Ácido β Hidroxibutírico Reserva de carbono e energia Glicogenio Polímero de glicose Reserva de carbono e energia Acúmulo quando a fonte de carbono está em excesso no meio Outros tipos de inclusões ... Polifosfatos Acúmulo de fosfato Podem se degradar e liberar fosfato para a célula (sustentar o crescimento celular � síntese de ác nucléicos, fosfolipídeos) Enxofre Energia (quimilitotrófos – metabolismo do enxofre) Magnetossomas Partículas cristalinas de minério de ferro (magnetita) Fomas distintas � espécie � quadrado, redonda, acicular (agulha) Convertem as células que as possuem em um dipolo magnético constante, submetido a influência de qualquer compo magnético Magneto taxia � se orientam e seguem as linhas de um campo magnético Não tem relação com quimiotaxia ou fototaxia � o alinhamento dos magnetossomas lhes conferem simples propriedades magnéticas que permitem sua orientação em uma direção particular de movimento Espécies aquáticas que vivem em baixas concentrações de oxigenio Função provável � guiar as céluas aquáticas ao fundo, onde as [O2] menores É possível que as proteínas na membrana que recobrem estes favoreçam a precipitação de Fe3+ (capturado pela célula na forma solúvel por quelantes) a Fe3O4 (magnetita) VESÍCULAS DE GÁS Microrganismo aquáticos que flutuam em lagos/mares/lagoas Forma de motilidade Microambiente de O2 (alturas diferentes na coluna de ar da água) Cianobactérias � melhor exemplo ESPOROS BACTERIANOS Vulgar � células bacterianas dormentes Bacillus, Clostridium,Metabacterium e Paenibacillus Como os ursos � hibernação???? Estes são formas dormentes de uma célula bacteriana e são produzidos por certas espécies de bactérias em situações de estresse � escassez de nutrientes, ressecamento, calor As formas ativas das células bacterianas são denominadas formas vegetativas. Resistência � a condições adversas, incluindo altas temperaturas e solventes orgânicos. Citoplasma � desidratado Contendo ácido dipicolínico + cálcio � dipicolinato de cálcio � resistência ao calor. Os endósporos são formados intracelularmente e contêm apenas o genoma e a maquinaria metabólica essencial. Endósporos podem permanecer viáveis por até milhões de anos, sobrevivendo em condições ambientais extremas de calor, frio, dessecação, escassez total de nutrientes, radiação e exposição a agentes químicos tóxicos. Bactérias formadoras de endósporos resistem às altas temperaturas na fervura de líquidos e no cozimento de alimentos, mas podem ser destruídos por cozimento sob pressão � importância na indústria alimentícia Quando as condições ambientais tornam-se favoráveis, o endósporo reverte ao estado vegetativo. A maioria das bactérias forma um únicoendósporo, mas a bactéria Metabacterium polyspora tem a propriedade de produzir múltiplos endósporos que são sua forma primária de propagação Processo de Formação de endósporos � Bacillus subtilis modelo para estudos da formação de endósporos em outros gêneros bacterianos. NÃO REPRESENTAM ESTRUTURAS REPRODUTIVAS !!! A formação de endósporos poderia ser considerada uma forma de diferenciação celular e como um fator de virulência em bactérias Estrutura do endósporo Impermeáveis a corantes Regiões sem tingir em células coradas com azul de metileno Visíveis ao MO Vistos ao ME, a membrana do endósporo é muito complexa apresentando muitas capas superficiais Mais externa � exósporo � fina e delicada camada protéica Várias capas de ptns específicas Córtex � camadas de peptidoglicano com ligações frouxas Núcleo ou proteoplasma � parede celular normal, membrana plasmática, citoplasma e nucleóide. Composto característico de endósporo � ác dipicolínico (núcleo) Cálcio que se combina c/ AcD Núcleo Diferente da célula vegetativa Rico em dipicolinato de cálcio Pouca quantidade de água � parcialmente desidratado � 10-30% Citoplasma Gel denso devido a baixa quantidade de água pH reduzido em pelo menos uma unidade níveis elevados de algumas ptns: pequenas proteínas ácido-solúveis de esporo formadas durante o processo de esporulação funções: ligação forte ao DNA � proteção contra radiações ultravioletas, dessecação e calor seco fonte de carbono e energia para a formação de uma novo célula vegetativa (germinação) Processo de formação ou esporulação Em B. subtilis a esporulação leva 8 horas Estudos com mutações mostraram que são necessários no mínimo 200 genes 1. Formação de septo assimétrico: divisão da célula em 2 compartimentos; Fornece nutrientes para o esporo em desenvolvimento 2.Migração e início do endosporo: * migração do septo para o pólo anterior da célula; * captação do protoplasma contido no compartimento menor; * origem de estrutura livre com parede dupla; * deposição de material similar ao que compõe a parede celular entre a parede dupla; 3. Lise da célula mãe (liberação do esporo): * deposição de uma capa externa e lise da ‘célula-mãe’; * liberação do esporo e morte da célula mãe. Germinação dos esporos Processo dividido em 3 etapas: Ativação Germinação Crescimento Ativação: processo reversível � preparo do esporo para germinação. física: choque térmico: exemplos 100ºC / 5 min (termofílicos); 80º / 30 min (mesofílicos); química: presença de aa e sais Mn e Mg. Germinação: intumescimento, reabsorção da capa do esporo e aumento atividade metabólica; Crescimento: metabolismo normal é retomado. ESTRUTURA DE CÉLULAS PROCARIONTES MORFOLOGIA BACTERIANA
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