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1 Formas de compreensão da Didática Podemos perceber que o conceito de Didática começa a se tornar mais complexo quando nos fazemos as seguintes perguntas: como se dá esse trabalho docente? como é a prática desse professor em sala de aula? o que estamos fazendo, aqui, nesse espaço virtual de aprendizagem? qual o sentido de minha prática nesse espaço virtual de aprendizagem ou em outros espaços em que estou presencialmente? será que se trata apenas de adotar uma estratégia de ensino, uma técnica específica? lançar mão de um recurso didático, do instrumental? São tantos questionamentos que, talvez, possamos dizer que Didática é isso que estamos fazendo, e é muito importante ressaltar que a ação do professor, a sua prática, o seu “estar aqui”, a sua didática é influenciada pela concepção que ele tem de Educação, que é construída ao longo de sua trajetória acadêmica e profissional. Ampliando o olhar sobre o conceito de didática Significa: incentivar a reflexão (perceba o que estamos fazendo); fazer questionamentos; instigar o pensamento crítico; dialogar sobre o objeto de estudos; problematizar conceitos; construir conhecimentos; compartilhar, socializar conhecimentos; mediar os diversos saberes; articular o conhecimento científico e o popular, ou seja, do senso comum; estabelecer relações entre teoria e prática; produzir conhecimentos; buscar novas respostas para o objeto de estudos em questão; romper com o determinismo e buscar novas respostas com os parceiros de aprendizagem; lidar com situações inusitadas, com o aluno real, levando em conta que uma turma nunca é igual a outra; ser professor autônomo, produtor de conhecimentos e não reprodutor; transformar o que está posto, determinado, escrito, dissertado, falado por outros; 2 exercitar a práxis; pensar no que faz porque faz; desestabilizar, desacomodar o universo cognitivo, provocar, desconstruir conceitos, desafiar... Determinismo é o princípio segundo o qual tudo no universo, até mesmo a vontade humana, está submetido a leis necessárias e imutáveis, de tal forma que o comportamento humano está totalmente predeterminado pela natureza, e o sentimento de liberdade não passa de uma ilusão subjetiva. Conforme o Vocabulário de Filosofia, determinismo é “a teoria segundo a qual tudo está determinado, isto é, submetido a condições necessárias e suficientes, elas próprias também determinadas”. Conceito de práxis: Para Schön (1992), é a ação-reflexão-ação; em outras palavras, não é uma prática qualquer, aleatória e espontaneísta. É uma prática pensada, refletida, consciente, uma prática fundamentada. Dificilmente, conseguiremos terminar essa lista com as definições, pois a maneira de compreender a Didática dependerá de nossa visão sobre a Educação, dependerá dos princípios filosóficos, pedagógicos aos quais interiorizamos ao longo de nossa formação de professores e que fundamentarão as nossas próprias ações nas instituições de ensino. Há quem diga que a Didática é o caminho, mas, por que não o descaminho? Será que se trata de delimitarmos esse conceito? Acreditamos que não, pois sempre haverá alguém estudando, aprofundando- se, descobrindo novos conceitos, buscando novas respostas – motivo pelo qual a Didática é sociohistórica, ou seja, situada no tempo e no espaço. O fato é que, no processo de formação docente, os alunos esperam obter respostas prontas sobre como ser professor – sobretudo aqueles que compreendem a Didática como um conjunto de procedimentos e métodos de ensino. Mas, se desejarmos contribuir para a formação emancipada das novas gerações, precisaremos romper com esse determinismo técnico. Afinal, a Didática não forma professores autossuficientes, meramente reprodutores. Ela apenas direciona e orienta esses futuros profissionais para a atuação em sala de aula. São eles os responsáveis por resgatar sua autonomia, por encontrar seus próprios caminhos na docência e na Educação, e por entender o que é, efetivamente, ser professor. O professor pode tomar como referência o que os autores discutem a respeito, mas, apresentar a sua própria resposta, a sua própria prática, pois, afinal, não somos Libaneo, nem Regina Haydt, Vera Candau etc. Somos nós que vamos estar em sala de aula, precisando apresentar uma prática pessoal, tomar decisões do lugar que ocuparmos na sociedade, contextualizando 3 o ensino, daí, a relevância de nos aprofundarmos teoricamente, visando à apropriação crítica do saber, à transformação. Na atualidade, a apropriação crítica do saber é uma competência esperada no professor, entretanto, não é suficiente que isso seja dito por alguém (por nós) a outra pessoa (você, leitor), ou seja, não é suficiente que esse processo de assimilação da informação se dê de fora para dentro; muito pelo contrário. É preciso que você compreenda que para se apropriar criticamente acerca das teorias, do que já está escrito, determinado, dissertado por alguém, por nós ou por autores de livros, — para que, no futuro próximo, apresente as suas próprias respostas sobre como ser professor, com autonomia —, requer: aprofundamento teórico, interiorização dos conceitos, estudo, leitura, debate, participação em aula, seja presencial ou a distância, e nos fóruns de discussão.
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