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Relatório de Química Inorgânica II Prática: Estudo do Crômio, Manganês, Ferro, Cobalto e Cobre Data: Curso: Meio Ambiente Alunos: Gabriel Lhama, Thayanne de Souza Andrade e Vitor Gabriel Azeredo Professor: Diego Lopes OBJETIVO Analisar o comportamento dos metais de transição: Cobalto, Cobre, Crômio, Ferro e Manganês, o poder oxidante ou redutor quando um destes se misturam, seus caráteres de anfoterismo e o poder de oxidação ou redução em meio ácido ou básico. MATERIAIS E REAGENTES Reagentes Solução de ácido sulfúrico (H2SO4(aq) – 0,10 mol/L e diluído) Solução de ácido clorídrico (HCL(aq) – 5% (m/v) e 10% (m/v)) Solução de ácido nítrico concentrado (HNO3(aq)) Cobre Metálico (Cu(s)) Solução de cloreto de cobalto II (CoCl2(aq) –3% m/v) Solução de cloreto de crômio (CrCl3(aq) – 0,1 mol/L) Solução de cloreto férrico (FeCl3(aq) – 0,1 mol/L) Solução de dicromato de potássio (K2Cr2O7(aq) – 0,1 mol/L) Ferro Metálico (Fe0) Ferricianeto de Potássio (K3[Fe(CN)6](aq) – 0,1 mol/L) Solução de ferrocianeto de potássio (K4[Fe(CN)6](aq) – 0,1 mol/L) Solução de hidróxido de sódio (NaOH(aq) – 5% e 0,1 mol/L) Goma de amido (folha de papel) Solução de iodeto de potássio (KI(aq) – mol/L) Solução de peróxido de hidrogênio (H2O2(aq) – mol/L) Solução de permanganato de potássio (KMnO4(aq) – 0,1 mol/L) Solução de sulfato cúprico (CuSO4.5H2O(aq) – 0,1 mol/L) Solução de sulfato ferroso amoniacal (0,10 mol/L) Sulfito de Sódio (Na2SO3(s)) Solução de tiocianato de potássio (KSCN(aq) – 0,1 mol/L) Vidrarias e Equipamentos Bico de Bunsen Cadinho Espátula Pinça metálica Pinça de Madeira Pipeta graduada 1,0 mL e 5.0 mL Proveta 2L Tubos de ensaio Vidro de relógio PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Estudo do Crômio Redução do íon dicromato Em um tubo de ensaio, adicionou-se aproximadamente 1,0 mL de solução de dicromato de potássio e 2,0 mL de ácido sulfúrico 0,10 mol/L. Para outro tubo seco, foi transferido alguns cristais de sulfito de sódio e, em seguida, despejou-se a mistura do primeiro tubo no tubo que continha sulfito de sódio. Anfoterismo do hidróxido de crômio III Adicionou-se a dois tubos de ensaio 1,0 mL de cloreto de cromo III. Em seguida, foi adicionado aos dois tubos uma solução de hidróxido de sódio 5% até ser observado a formação de precipitado. Posteriormente, a um dos tubos, adicionou-se certa quantidade de ácido clorídrico. Ao outro tubo, foi adicionado excesso de hidróxido de sódio 5%. Observou-se os resultados. Oxidação ao íon cromato Transferiu-se cerca de 2,0 mL do conteúdo do tubo de ensaio da experiência II para outro tubo. Em seguida, a este tudo, adicionou-se algumas gotas de peróxido de hidrogênio. Estudo do Manganês Numero de oxidação do manganês (demonstrativo) Adicionou-se a um cadinho uma pequena porção de permanganato de potássio e em seguida, iniciou-se o aquecimento, continuou até que houvesse liberação gasosa. Em seguida, verteu-se o sal aquecido em uma proveta de 2 L contendo água.. Observou-se as mudanças ocorridas. Formação do íon manganato Adicionou-se a um tubo de ensaio, aproximadamente 2,0 mL de solução de permanganato de potássio e 3,0 mL de hidróxido de sódio 5%. Em seguida, a um dos tubos, foram adicionados alguns cristais de sulfito de sódio. Poder oxidante do íon permanganato Em um tubo de ensaio, adicionou-se 2,0 mL de solução de permanganato de potássio e 1,0 mL de uma solução de ácido sulfúrico 0,10 mol/L. Em seguida, transferiu-se 1,0 mL de uma solução de iodeto de potássio 0,1 mol/L para o tubo. Em seguida, foi imerso um pedaço de folha na solução. O procedimento acima foi repetido, trocando apenas a solução de ácido sulfúrico por uma solução de hidróxido de sódio 5%. Em seguida, foi imerso um pedaço de folha na solução. Em seguida, foi imerso um pedaço de folha na solução. Estudo do Ferro Identificação do ferro II Em quatro tubos de ensaio contendo 2,0 mL de sulfato ferroso amoniacal, adicionou-se algumas gotas das soluções (uma em cada tubo) de: ferricianeto de potássio, tiocianato de potássio, ferrocianato de potássio e hidróxido de sódio (todas de mesma concentração: 0,1 mol/L). Observou-se os resultados. Identificação do ferro III Em quatro tubos de ensaio contendo 2,0 mL de cloreto férrico, adicionou-se algumas gotas das soluções (uma em cada tubo) de: ferricianeto de potássio, tiocianato de potássio, ferrocianato de potássio e hidróxido de sódio (todas de mesma concentração: 0,1 mol/L). Observou-se os resultados. Oxidação do íon ferro II a íon ferro III A um tubo de ensaio, foram adicionados 1,0 mL de solução de sulfato ferroso amoniacal e 1,0 mL de ácido sulfúrico diluído. Em seguida, adicionou-se ao tubo algumas gotas de permanganato de potássio. Após, foi feito o teste para que fosse identificado Fe2+ e Fe3+ para determinação da espécie presente após a reação. Oxidação de ferro metálico A um tubo de ensaio contendo 5,0 mL de uma solução 5% de ácido clorídrico foi adicionado uma pequena porção de ferro metálico e aqueceu-se o tubo. Em seguida, realizou-se o teste para identificação de Fe2+ e Fe3+ para a caracterização da espécie presente após a reação. Estudo do Cobalto Oxidação do íon cobalto II A um tubo de ensaio contendo 2,0 mL de uma solução de Co2+, foi adicionado 2,0 mL de uma solução de NaOH. Em seguida, ao produto formado, adicionou-se algumas gotas de peróxido de hidrogênio. Estudo do Cobre Redução do íon cobre II ao íon cobre I Em um tudo de ensaio contendo 2,0 mL de uma solução de sulfato de cobre II, foi adicionado algumas gotas de solução de iodeto de potássio até ser observado a formação de precipitado. Observou-se as mudanças ocorridas. Em seguida, foi imerso um pedaço de folha na solução. Redução do íon cobre II a cobre metálico Em um tubo de ensaio contendo 3,0 mL de uma solução de sulfato de cobre II, foi introduzido um pedaço de ferro metálico (sem sinais de oxidação). Oxidação do cobre metálico a cobre II Na capela, adicionou-se a um tubo de ensaio um pedaço de cobre metálico e 2,0 mL de ácido nítrico concentrado. RESULTADO E DISCUSSÃO Estudo do crômio Redução do íon dicromato No tubo contendo dicromato de potássio (K2Cr2O7(aq)) e ácido sulfúrico (H2SO4), adicionou-se alguns cristais de sulfito de sódio (Na2SO3(aq)), alterando a cor da solução que, inicialmente era laranja e ficou verde escuro. O íon dicromato, em presença do H+ do ácido, se reduz a íon Cr3+ (reações 1 e 2) dando a solução coloração verde, que é característica do íon Cr3+ (Atkins, 2006, pág. 701 e VOGEL, 1981, pág. 393). Cr2O72-(aq) + 14H+(aq) ⇄ 2Cr3+(aq) + 3SO42-(aq) + 7H2O(l) (1) Cr2O72-(aq) ⇄ Cr3+(aq) E0 = +1,33V (2) Anfoterismo do hidróxido de crômio III Ao adicionar hidróxido de sódio (NaOH) nos tubos contendo cloreto de cromo III (CrCl3), houve a formação do precipitado de coloração verde (VOGEL, 1981, pág. 282) (reação 3). Cr3+(aq) + 3OH-(aq) ⇄ Cr(OH)3↓ (3) Em um dos tubos, foi adicionado ácido clorídrico, havendo então a dissolução do precipitado, voltando ao estado de cloreto de cromo III. Esta reação é reversível por adição de ácido, pois, este dissolve o precipitado (VOGEL, 1981, pág. 283) No outro tubo, onde foi adicionado excesso de hidróxido de sódio, é formado um complexo, o tetrahidroxicromato (III) (reação 4). O complexo é formado pelo excesso de base adicionada e, em excesso da mesma, se dissolve, formando íons de tetrahidroxicromato (III) ou íons cromito (VOGEL, 1981, pág.283). Cr(OH)3(aq) + OH-(aq) ⇄ [Cr(OH)4]-(aq) (4) As reações 3 e 4 evidenciam o caráter anfótero do hidróxido de cromo, agindo ora como ácido, ora como base. Oxidação ao íon cromato Ao adicionar peróxido de hidrogênio a uma solução alcalina de tetrahidroxicromato (III), obtém-se uma solução de coloração amarela devido a oxidação do Cr3+ (Reação 5 e 6). 2[Cr(OH)4]-(aq) + 3H2O2(aq) + 2OH-(aq) → 2CrO42-(aq)+ 8H2O(l) (5) Cr3+(aq) → CrO42- E0= -0,13V (6) Estudo do manganês Número de oxidação do manganês (demonstrativo) Ao verter o permanganato de potássio aquecido, na água e no meio ligeiramente ácido, verificou-se que inicialmente que a coloração ficou verde, mas logo em seguida começou a tornar-se violeta (cor de origem), com pouco precipitado preto. Isso se dá, devido às mudanças de nox sofridas pelo manganês. Já em caráter básico, a solução ficou totalmente verde, com mais precipitados marrons do que em caráter ácido e neutro. Isso mostra que os menores estados de oxidação são mais estáveis em meio básico e os mais elevados em meio ácido, tendo em vista que o Mn3+ tem cor característica preta e Mn7+ coloração rosa pálido. (LEE, J.D, 1999, págs. 373,374,375).De acordo com as reações 7 e 8 a seguir. MnO4-(aq) + 8H+(aq) → Mn2+(aq) + 4H2O(l) E0 = +1,51 (7) MnO4-(aq) + 4OH-(aq) →MnO2(aq) + 2H2O(l) E0 = +0,59 (8) Formação do íon maganato Ao adicionar o permanganato de potássio, com hidróxido de sódio e alguns sulfitos de sódio obteve-se uma coloração marrom. Como será visto no 4.5.1 em caráter básico, as espécies do manganês são os mais baixos. Contudo, o íon com nox +5 é encontrado no meio básico, com a presença do sulfito porque que este irá sofrer oxidação pelo permanganato e este, acabar se reduzindo, de acordo com a reação abaixo. (VOGEL, 1905, pág. 333) KMnO4(aq) + Na2SO3(aq) ⇌ MnO-2(aq) + Na2SO4(aq) (9) Poder oxidante do íon permanganato Ao adicionar permanganato com o ácido sulfúrico e iodeto de potássio, obteve-se uma cor marrom, com precipitado azul. Isso mostra que o permanganato, desta vez, é reduzido pelo iodo, ficando com nox 2+, com formação do mesmo (precipitado), que por sua vez será depositado no pedaço de papel, como citado no item 4.5.1 (reação 10). (QUAGLIANO, J.V, 1973, página 478) 2MnO4-(aq) + 10I-(aq) + 16H+(aq) ⇌ 5I2(aq) + 2Mn2+(aq) + 8H20(l) E0 = -0,54V (10) Ao trocar o ácido sulfúrico por hidróxido de sódio e em seguida imergir uma tira de papel na solução, foi possível observar que a solução deixa de possuir uma coloração roxa e assume uma coloração verde com presença de corpo de fundo de coloração castanha. Isso se da pois, em meio alcalino, há a formação de dióxido de manganês (MnO2) de acordo com a reação 11 (LEE, 1999, p.378). MnO4-(aq) + 2H2O(l) + 3e- → MnO2↓ + 4OH-(aq) E0 = +1,23V (11) Estudo do ferro Identificação do ferro II A um dos tubos contendo solução de sulfato ferroso amoniacal – (NH4)2Fe(SO4)2.6H2O – (solução incolor) foi adicionado algumas gotas de ferricianeto de potássio (K3[Fe(CN)6]), formando um complexo de coloração azul intensa e a formação de um precipitado de mesma cor, conhecido como Azul de Turnbull. (RUSSELL, 1994, pág. 1151), como pode ser vido na reação 12 (sem os íons espectadores): 3Fe2+(aq) +2[Fe(CN)6]3+(aq) ⇄ Fe3[Fe(CN)6]2↓ (12) Em soluções aquosas, o íon Fe2+ não é o íon mais estável do ferro, pois, em um ambiente com grande presença de oxigênio, este tende a se converter em sua forma mais oxidada, ou seja, o Fe3+, sendo, portanto, um grande agente redutor (VOGEL, 1981, pág. 268). No segundo tubo, foram adicionadas algumas gotas de tiocianato de potássio (KSCN), dando uma coloração amarelo pálido, formando o complexo [Fe(SCN)4]2- como é mostrado na reação (13) a seguir: Fe2+(aq) + 4SCN-(aq) ⇄ [Fe(SCN)4]2-(aq) (13) Ao terceiro tubo, foi adicionado ferrocianato de potássio (K4[Fe(CN)6]), dando origem a – em condições atmosféricas normais – uma solução de coloração azul e precipitado azul-pálido (VOGEL, 1981, pág. 269).como na reação 14: 4Fe2+(aq) + 2[Fe(CN)6]4+(aq) ⇄ Fe4[Fe(CN)6]2↓ (14) No quarto tubo contendo a solução de sulfato ferroso amoniacal (NH4)2Fe(SO4)2.6H2O, ao adicionar hidróxido de sódio (NaOH), formou-se uma solução verde e um precipitado de coloração verde musgo. Isso ocorre, pois, ao adicionar o hidróxido, houve a formação do hidróxido ferroso [Fe(OH)2] que é ligeiramente anfótero e quando puro, aparece como um precipitado branco, mas que aparece quase sempre como um precipitado verde devido a existência de um intermediário na oxidação razoavelmente rápida a Fe3+ ( RUSSEL, 1994, pág. 1150 e VOGEL, 1981, pág. 268) como é mostrado na reação 15. Fe2+(aq) + 2OH-(aq) ⇄ Fe(OH)2↓ (15) Identificação de ferro III A um dos tubos contendo solução de cloreto férrico (FeCl3) – solução de coloração amarela intensa – foi adicionado algumas gotas de ferricianeto de potássio [(K3[Fe(CN)6])], formando um complexo (reação 16) verde musgo com precipitado marrom escuro devido a formação do hexacianoferrato (III) de ferro (III) (VOGEL, 1981, pág. 353) : Fe3+(aq) + [Fe(CN)6]3-(aq) ⇄ Fe[Fe(CN)6]2↓ (16) No segundo tubo contendo a solução de cloreto férrico, foram adicionadas algumas gotas de tiocianato de potássio (KSCN), formando um complexo de coloração vermelho-sangue (VOGEL, 1981, pág. 348) como pode ser observado nas reações (17 E 18) a seguir: 3SCN-(aq) + Fe3+(aq) ⇄ Fe(SCN)3(aq) (17) [Fe(H2O)5(OH)]2+(aq) + SCN-(aq) ⇄ [Fe(H2O)(NCS)]2+(aq) (18) Ao terceiro tubo, adicionou-se algumas gotas de uma solução de ferrocianato de potássio (K4[Fe(CN)6]), resultando na formação de um complexo de coloração azul intensa e um precipitado de mesma cor conhecido como Azul da Prússia (RUSSEL, 1994, pág. 1151 e VOGEL, 1981, pág.273) como pode ser observado na reação 19: 4Fe3+(aq) + 3[Fe(CN)6]4-(aq) ⇄ Fe4[Fe(CN)6]3↓ (19) Atualmente, sabe-se que o Azul da Prússia e o Azul de Turnbull são idênticos. Estes possuem um imenso reticulo com os íons de Fe2+ e Fe3+ se alternando na ligação com –C≡N–, e com íons K+ e moléculas de água ocupando outras posições do reticulo (RUSSEL, 1994, pág. 1152 e VOGEL 269, 270). No quarto tubo, ao adicionar algumas gotas de hidróxido de sódio (NaOH), a assumiu uma coloração laranja com presença de precipitado de cor vermelha amarronzada, este, é conhecido como hidróxido férrico [Fe(OH)3] porém, na verdade trata-se de um óxido hidratado (Fe2O3. xH2O), insolúvel em excesso de reagente porém solúvel em ácidos (RUSSEL, 1994, pág. 1151 e VOGEL, 1981, pág. 271) como pode ser visto na reação 20: [Fe(H2O)5(OH)]2+(aq) + 2OH-(aq) ⇄ [Fe(H2O)3(OH)3]↓ (20) Oxidação do íon ferro II a íon ferro III No tubo de ensaio contendo solução de sulfato ferroso amoniacal e ácido sulfúrico diluído, foi adicionado permanganato de potássio (KMnO4), fazendo com que o sistema assumisse uma coloração vermelha como pode ser observado na reação 21. Com base nos resultados obtidos nos ensaios VII e VIII foi possível indicar respectivamente, as colorações de Fe2+ e de Fe3+. Ao adicionar hidróxido de sódio (NaOH), pode-se comprovar a existência dos íons Fe2+ e Fe3+, visto que a mesma apresentou precipitado de coloração verde musgo (indicando a presença de Fe2+) e solução de coloração assumiu uma coloração laranja (indicando a presença de Fe3+) (VOGEL, 1981, pág. 276). 5Fe2+(aq) + MnO4-(aq) + 8H+(aq) ⇄ 5Fe3+(aq) + Mn2+(aq) + 4H2O(l) (21) Oxidação de ferro metálico Ao adicionar um pedaço de ferro metálico (bombril) ao tubo contendo ácido clorídrico, foi possível observar liberação gasosa. O potencial de redução do ferro é igual a -0,44V, logo, este irá se oxidar na presença do ácido (VOGEL, 1981, pág. 267 e RUSSEL, 1994, pág. 14 (apêndice 1)), como pode ser visto nas reações 22 e 23 a seguir: Fe(s) → Fe2+(aq) + 2e- E0= -0,44 V (22) 2H+(aq) + 2e- → H2(g) E0= 0 V (23)Para fazer o teste de identificação dos íons Fe2+ e Fe3+ presentes no meio foram utilizados os dados dos ensaios VII e VIII. Assim, na primeira alíquota, adicionaram-se algumas gotas de tiocianato de potássio e, a solução que era incolor, assumiu uma coloração vermelho pálido, indicando que havia mais Fe3+ do que Fe2+. Para confirmar tal resultado, em outra alíquota, adicionou-se algumas gotas de NaOH e houve o aparecimento de um precipitado laranja, caracterizando, assim, uma quantidade maior de íons Fe3+ após a reação, o que não indica que não havia nenhuma quantidade de Fe2+. Estudo do Cobalto Oxidação do íon cobalto II Ao adicionar hidróxido de sódio a solução de Co2+, a solução adquiriu cor azul (REAÇÃO X). Contudo, por ter sido adicionado excesso de reagente, a solução passou a ter coloração rosa, formando hidróxido de cobalto (II) (reações 24 e 25). (VOGEL, 1905, página. 287). Co2+(aq) + OH-(aq) + NO3-(aq) → Co(OH)NO3↓ (24) Co(OH)NO3↓ + OH-(aq) → Co(OH)2↓ + NO3-(aq) E0= -0,28V (25) Ao ser inserido peróxido de hidrogênio ao tubo, o precipitado foi transformado em hidróxido de cobalto (III), de coloração marrom-escura (reação 26). O peróxido foi adicionado ao tubo apenas para acelerar a reação, pois esta aconteceria de qualquer forma, espontaneamente, através da exposição do ar. (VOGEL, 1905, página. 287). 2Co(OH)2↓ + H2O2 → 2Co(OH)3↓ (26) Estudo do Cobre Redução do íon cobre II a íon cobre I Ao ser adicionado iodeto de potássio no tubo contendo sulfato de cobre, a solução apresentou forte coloração marrom, devido à formação de íons triiodeto. No pedaço de papel, verificou-se que depois de um tempo, este ficou de cor azul, reagindo com a celulose, depositando iodo livre no papel, de forma parecida à goma de amido, pois ambas possuem semelhanças na sua estrutura (reação 27). (VOGEL, 1905, página, 242). 2Cu2+(aq) + 5I-(aq) → 2CuI↓ + I3-(aq) E0 = +0,337 (27) Redução do íon cobre II a cobre metálico Ao introduzir um pedaço de ferro, na solução de sulfato de cobre, foi observado que parte do ferro começou a se desfazer. A outra parte, ainda presente na solução, começou a ter ficar avermelhada, resultado de depósito de Cu0 (reação 28). Isso se dá devido ao potencial de eletrodo ser mais positivo do que o do ferro (VOGEL, 1905, página. 243). Cu2+(aq) + Fe0 → Fe2+(aq) + Cu0 E0 = +0,771 (28) Oxidação do cobre metálico ao íon cobre II O cobre metálico, ao ser introduzido no tubo contendo ácido nítrico, foi totalmente dissolvido e oxidado pelo ácido, produzindo Cu2+ e liberando gás castanho (NO2). Quando o cobre foi oxidado, o Cu2+ como produto, é inicialmente coordenado pelos íons nitrato do ácido nítrico, dando a solução, primeiramente, uma coloração verde, e, em seguida, uma coloração verde-acastanhada. Ao adicionar água a solução, esta é diluída e, as moléculas de água deslocam os íons nitrato nos locais de coordenadas em torno dos íons de cobre, fazendo com que a solução mude para uma coloração de tom azul. Essa mudança de coloração se dá devido à água ser um ligante de campo fraco mais forte do que o nitrato. Resultando em uma melhor atração entre o metal e o ligante num complexo. A cor deste complexo [Cu(H2O)4]2+ é resultante quando este absorve a luz de um comprimento de onda (energia) adequado para promover um elétron do nível t2g para o nível eg. (LEE, J.D, 1999, página 105, 106; VOGEL, 1905, página. 240; COTTON E GEOFFREY, 1988, páginas. 769-771), como pode ser obsevado na equação 29. Cu0 + 4HNO3(aq) → Cu(NO3)2(aq) + 2NO2(g) + 2H2O(l) E0 = +0,337V (29) CONCLUSÃO Pode ser observado, através dos experimentos realizados, que o meio pode influenciar no estado de oxidação de um elemento, como este pode ser encontrado em soluções aquosas. Conclui-se também, que é possível aferir se há presença de um determinado metal com um número de oxidação (nox) específico, através de testes com reagentes com outro nox do mesmo metal e também pôde ser visto que os ligantes do metal interfere na cor da solução devido à sua força e formação de complexos. REFERÊNCIAS BINLIOGRÁFICAS LIDE, D. Handbook of chemistry and physics. 87ª edição. Boca Raton (FL): Taylor and Francis; 2007. VOGEL, A. Química Analítica Qualitativa. 5ª edição. São Paulo: Mestre Jou; 1981. LEE, J. D.; Química Inorgânica não tão concisa. 5ª edição. São Paulo: Blucher; 1999. LEE, J. D.; Química Inorgânica um novo texto conciso. 3ª edição. São Paulo: Edgard Blucher Ltda.; 1980. ALEXÈEV, J.; Química Inorgânica. 1982 QUAGLIANO, J. V. Química. 3ª edição. 2001. ATKINS, P.; SHRIVER, D. F. Química Inorgânica. 3ª edição. Bookman; 2003. ATKINS. P.; Princípios da Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 3ª edição. Porto Alegre: Bookman 2006. COTTON, F. A.; LYNCH, L. D.; MACEDO, H. Curso de Química. Fórum. Rio/ São Paulo; 1968. ANEXO I – PROPRIEDADES FÍSICAS Tabela 1: Propriedades físicas dos reagentes utilizados Compostos Massa Atômica Densidade Ponto de Ebulição (ºC) Ponto de Fusão (ºC) Constante Dielétrica Flash Point Estado Físico H2O 1.000 kg/m3 100ºC 0ºC 80.100 Solução Incolor HCL 36,46 g/mol 1,18 g/cm3 - -15,35 ºC - - Solução incolor HNO3 63,01 g/mol 1,51 g/cm3 83ºC -42 ºC - - Solução Incolor H2SO4 98,79 g/mol 1,84 g/cm3 337 ºC 10 ºC - - Solução incolor Cu 63,546 g/mol - - 1.085 ºC - - Sólido avermelhado CoCl2 129,84 g/mol 3,36 g/cm3 1049 ºC 87 ºC - - Solução magenta CrCl3 158,36 g/mol 2,87 g/cm3 1.300 ºC 1.152 ºC - - Solução verde FeCl3 162,20 g/mol 2,9 g/cm3 315 ºC 306 ºC - - Solução amarela K2Cr2O7 294,18 g/mol 2,68 g/cm3 500 ºC 398 ºC - - Solução laranja Fe 55,845 g/mol - 2.862 ºC 1.538 ºC - - Sólido metálico K3[Fe(CN)6] 329,24 g/mol 1,85 g/cm3 dec 300 ºC - - Solução verde lima K4[Fe(CN)6] 368,34 g/mol - 400 ºC - - - Solução amarelo-pálido NaOH 39,98 g/mol 2,13 g/cm3 1.388 ºC 318 ºC - - Solução incolor Cr(OH)3 102,9 g/mol 3,11 g/cm3 - - - - Solução verde musgo KI 166,0 g/mol 3,12 g/cm3 1.330 ºC 681 ºC - - Solução incolor H2O2 34,0 g/mol 1,45 g/cm3 151,4 ºC - 0,89 ºC 76.6 - Solução incolor KMnO4 158,03 g/mol 2,7 g/cm3 - 240 ºC - - Solução roxa CuSO4.5h2O 249,685 g/mol 2,286 g/cm3 - 110 ºC - - Solução azul (NH4)2Fe(SO4)2.6H2O - - - - - - Solução incolor Na2SO3 126,0 g/mol 2,63 g/cm3 - 33,4 ºC - - Sólido Branco KSCN 97,2 g/mol 1,89 g/cm3 500 ºC 172,3 ºC - - Solução Incolor LIDE, D. Handbook of chemistry and physics. 87ª edição. Boca Raton (FL): Taylor and Francis; 2007.
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