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Dor
109Prática Hospitalar • Ano XI • Nº 65 • Set-Out/2009
A redução ou abolição da ingesta oral, a dificuldade de acesso venoso e o ema-grecimento com consequente distrofia 
muscular são problemas frequentemente ob-
servados nos pacientes em cuidados paliativos. 
Estes pacientes apresentam diversos sintomas 
que necessitam de intervenções farmacológicas 
e da administração de fluidos. Entretanto, devido 
à dificuldade e impossibilidade de administração 
pelas vias oral, intravenosa e intramuscular, além 
do desconforto e sofrimento associados à admi-
nistração, principalmente pela via intramuscular, 
faz-se necessária a utilização de outras vias, tais 
como a subcutânea e a hipodermóclise.
A administração de medicamentos e líquidos 
pelas vias subcutânea e hipodermóclise está 
em concordância com os princípios dos Cui-
dados Paliativos, que estão baseados em um 
atendimento multidisciplinar que visa melhorar a 
qualidade de vida do paciente e família frente aos 
problemas associados a doenças que ameaçam 
a vida, através da comunicação eficaz, apoio à 
família e prevenção e alívio do sofrimento con-
seguidos pela identificação precoce, avaliação 
precisa e tratamento da dor e outros sintomas 
físicos, emocionais e espirituais.(1)
O tratamento dos pacientes em cuidados 
paliativos deve incluir uma via de administração 
de fármacos que seja de fácil utilização, eficácia 
demonstrada, pouco agressiva e com o mínimo 
de efeito secundário e que 
priorize o conforto do pacien-
te. A via oral certamente seria 
a que mais atenderia a todos 
esses critérios.(2) Contudo, 
existem várias situações nas 
quais não há disponibilidade 
desta via, sendo a subcutâ-
nea e a hipodermóclise al-
ternativas efetivas e seguras.
A via subcutânea (SC) é 
preferida em relação à EV, 
podendo ser utilizada para administração con-
tínua ou intermitente de fármacos (ex.: morfina) 
e/ou fluidos.(4) A administração de medicações 
no SC tem duas denominações: administração 
intermitente (intermittent SC injection - ISCI) 
e contínua (continuous SC injection- CSCI). A 
administração de grande volume de fluidos é 
denominada hipodermóclise (HDC).(4)
A hipodermóclise é uma técnica antiga que 
vem sendo utilizada desde 1913. A partir das 
décadas de 40 e 50 observou-se um abandono 
Hipodermóclise e Administração 
de Medicamentos por Via 
Subcutânea: Uma Técnica do 
Passado com Futuro
Profa. Dra. Karine Azevedo São Leão Ferreira1 • Enfa. Ana Cláudia Santos2
Profa. Dra. Karine Ferreira 
(à esq,) e a Enfa. Ana 
Cláudia Santos.
1 - Enfermeira. Doutorado em Enfermagem. Especialista em Dor. Coordenadora de 
Enfermagem da Liga de Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da 
Universidade de São Paulo (FMUSP). Instrutora dO CETO-ICESP. Professora do Mestrado em 
Enfermagem da Universidade de Guarulhos - UnG.
2 - Enfermeira. Especialista em Oncologia e Administração Hospitalar. Gerente do “Centro de 
Educação e Treinamento em Oncologia - CETO” do Instituto do Câncer do Estado de São 
Paulo “Octávio Frias de Oliveira” da FMUSP (ICESP).
110 Prática Hospitalar • Ano XI • Nº 65 • Set-Out/2009
e/ou redução significativa no uso devido ao 
aumento da utilização da via endovenosa 
e a indicação inadequada da via subcu-
tânea, a exemplo da administração de 
grandes volumes de soluções em locais 
inapropriados, como braço, nos casos de 
choque hipovolêmico e na administração 
concomitante de soluções hipertônicas, 
resultando em colapso circulatório e con-
sequente morte.(5) Atualmente, com o au-
mento dos serviços de Cuidados Paliativos 
e da divulgação da sua filosofia, o uso da 
hipodermóclise vem aumentando.(3)
A hipodermóclise vem sendo utilizada 
no Instituto do Câncer do Estado de São 
Paulo - ICESP - para infusão intermitente 
e contínua de fármacos, principalmente 
analgésicos e adjuvantes no controle da 
dor, e para hidratação ambulatorial, em pa-
cientes internados e em pré-quimioterapia 
para facilitar a punção venosa.
INDICAÇÃO E 
CONTRAINDICAÇÃO
O uso da via subcutânea e a hipo-
dermóclise para infusão de fármacos e 
fluidos inclui: alterações gastrointestinais, 
tais como disfagia grave e odinofagia, 
lesões na cavidade oral, náuseas e vô-
mitos persistentes e intratáveis, fístula 
traqueobrônquica e broncoesofágica, 
oclusão intestinal, intolerância gástrica, má 
absorção no trato gastrointestinal (ex.: pa-
cientes com ileostomia), etc.; alteração do 
nível de consciência devido a sonolência, 
coma, inconsciência, diminuição do nível 
de consciência, fase de agonia e síndrome 
delírio-confusional; e debilidade extrema. 
Nestas situações, a administração de 
fármacos e fluidos pelas vias subcutânea 
e hipodermóclise seria indicada.(6,7)
A indicação das vias subcutânea e 
hipodermóclise também inclui a hidra-
tação, o alívio parcial ou ausente da dor 
após administração de analgésicos por 
via oral, pacientes com grande número de 
medicações por via oral e impossibilidade 
ou dificuldade de acesso venoso.(2,7)
As contraindicações à técnica podem 
ser absolutas ou relativas. As absolutas 
incluem: áreas edemaciadas com presen-
ça de lesões, hematomas, presença de 
comprometimento da circulação linfática 
por procedimentos cirúrgicos com lesão 
ganglionar devido à dissecção, e estado 
avançado de caquexia por hipotrofia do 
tecido subcutâneo. As contraindicações 
relativas incluem a administração em área 
com capacidade reduzida de absorção, 
por exemplo áreas irradiadas, podendo 
ser utilizadas para administração de vo-
lumes menores.(3,8,9)
PRINCÍPIOS
A via subcutânea é conceitualmente 
indicada para administração de substân-
cias aquosas não irritantes e de volumes 
de até 2 ml e com locais de aplicação 
previamente estabelecidos que incluam: 
terço médio da face lateral do braço, terço 
médio da face lateral da coxa e abdome. (10) 
Entretanto, esta via vem sendo utilizada 
para a infusão de grande volume de flui-
dos, passando a ser denominada de via 
hipodermóclise.
A absorção de grandes volumes de 
soluções administradas por via hipoder-
móclise é mediada por forças hidrostáticas 
e osmóticas que permitem que a solução 
atinja o espaço intravascular. Algumas lo-
calizações admitem um volume bem acima 
do tolerado na administração subcutânea, 
tais como o abdome na região perium-
bilical. Nestes locais a administração do 
medicamento se dá no tecido conjuntivo, 
ou seja, por baixo da derme.(6)
A hipodermóclise também pode ser 
utilizada para infusão contínua de medica-
mentos por bombas eletrônicas (com ou 
sem patient controled analgesia – PCA), 
elastoméricas, mecânicas, de pressão 
positiva e negativa. Em alguns fármacos, 
a exemplo da morfina, a biodisponibilidade 
após administração por via subcutânea é 
maior que pela oral.(11)
A vascularização do tecido subcutâneo 
é similar ao muscular e permite boa ab-
sorção e difusão dos fármacos. Os níveis 
plasmáticos são semelhantes aos alcan-
çados com administração intramuscular 
(IM), oral, retal, sublingual e endovenosa 
(EV).(12,13) As doses dos medicamentos são 
semelhantes às utilizadas por via EV, mas 
o início de ação é geralmente similar ao da 
via oral (15 a 30 minutos).
A meia-vida de eliminação da morfi-
na é semelhante por via EV e SC (1,7 ± 
0,7 vs. 1,9 ± 0,4 horas pela via SC, p > 
0,05). (11) A biodisponibilidade e taxa de 
absorção da morfina administrada por 
via SC e retal (supositório de liberação 
controlada), na taxa de 2,5:1, após admi-
nistração a cada 4 horas foi semelhante. 
Entretanto, o pico e o tempo para atingir o 
pico da concentração foram maiores com 
a administração por via SC.(12)
PROCEDImENTOS 
 DE ADmINISTRAÇÃO DE 
fáRmACOS, SOluÇõES 
E fluIDOS
O sucesso da técnica depende das 
condições do paciente, da indicação do 
procedimento, da escolha do local de 
punção e do volume a ser infundido.O 
sistema linfático retorna para a circulação 
geralmente 2 a 4 litros de linfa em 24 ho-
ras,(8) o que poderia justificar a infusão de 
grandes volumes de soluções.
A absorção de grandes 
volumes de soluções 
administradas por via 
hipodermóclise é mediada 
por forças hidrostáticas e 
osmóticas que permitem 
que a solução atinja o 
espaço intravascular
Dor
111Prática Hospitalar • Ano XI • Nº 65 • Set-Out/2009
O volume infundido depende do tipo 
de solução e fármaco. De modo geral, 
na infusão em bolus o volume máximo 
é de 2 a 3 ml, por via subcutânea, e na 
hipodermóclise (HDC) a taxa de infusão 
máxima é de 500 ml/h, sendo geralmente 
utilizado um volume médio de 80 a 100 
ml/h.(4) Na infusão contínua, o volume 
diário não deverá ultrapassar 2.000 ml, 
tendo sido administrado até 1.000 ml em 
6 horas. (14)
A punção pode ser realizada com ca-
teter agulhado ou não agulhado. Dentre os 
agulhados deve ser utilizado um escalpe 
(butterfly) e entre os cateteres intraveno-
sos periférico não agulhados incluem-se 
o Jelco™, Abocath™ e saf-T-Intima™. O 
calibre pode variar de 18 a 25G, a depen-
der da quantidade de tecido subcutâneo 
do paciente e do volume a ser infundido. 
O uso dos cateteres flexíveis é preferível ao 
de metais como o escalpe.(4,7,15)
O cateter intravenoso periférico deve 
ser conectado a uma extensão com lock 
e uma seringa de 5 ml. O cateter deve ser 
inserido com o bisel para cima e em um 
ângulo de 30º a 45º em relação à pele. O 
ângulo de punção dependerá da espessu-
ra do tecido subcutâneo. O local da inser-
ção deverá ser mantido, preferencialmente, 
coberto com película de filme transparente 
(ex.: Tegaderme™) com data da punção 
e iniciais do profissional. Se após punção 
houver retorno de sangue, o dispositivo 
deve ser removido e o procedimento re-
petido, utilizando um novo cateter em uma 
área próxima. A punção deve ser realizada 
com o cateter direcionado da periferia para 
o centro do corpo.(4,7,15)
A extensão e o cateter devem ser man-
tidos preenchidos com solução salina (SF 
0,9%), devendo ser administrados 5 ml e 
mantido fechado com o lock da extensão.
Não é necessário lavar a extensão da 
via subcutânea se a mesma medicação 
está sendo administrada, mas deve-
se considerar a extensão do tubo, e a 
necessidade de lavar a extensão com 
SF 0,9% para assegurar que o volume 
completo do fármaco foi administrado. 
Deve-se utilizar diferentes locais de pun-
ção e atentar para as medicações que 
são incompatíveis.(4)
lOCAIS DE PuNÇÃO
Os principais locais de punção incluem 
face anterior do antebraço; tórax superior 
ou região infraescapular (logo acima da 
mama), se o paciente está muito ansioso 
ou agitado; face anterior da coxa; e pare-
de abdominal, na região mesogástrica ou 
periumbilical.(4,7,15)
Deve-se evitar a administração direta-
mente sobre o local do tumor; em mem-
bros com linfoedema, pois a absorção 
pode ser reduzida; em proeminências 
ósseas, devido a pequena quantidade de 
tecido subcutâneo; em pele previamente 
irradiada, pois o suprimento sanguíneo po-
de estar reduzido; em locais com infecção, 
fissuras e hematomas; e na parede abdo-
minal se houver presença de ascite.(4,7,15)
Os locais de punção devem ser mo-
dificados, sendo realizado rodízio a cada 
sete dias. Na presença de sinais flogísticos, 
o cateter deve ser retirado mais precoce-
mente e puncionado um novo local. Deve-
se utilizar diferentes locais de punção.(4)
TEmPO DE PERmANêNCIA
O cateter agulhado (ex.: escalpe) 
ou não agulhado (ex.: Jelco®) pode ser 
mantido por um período entre 72 horas 
ou 4 a 7 dias desde que não haja sinais 
de inflamação ou infecção local, deman-
dando menor carga de trabalho da equipe 
de enfermagem em comparação à via 
oral.(4,7,15) Alguns fármacos infundidos em 
dispositivos fechados de infusão contínua, 
tais como bombas elastoméricas e serin-
gas injetoras, mostraram boa estabilidade 
e segurança quando mantidos por cinco 
a sete dias.(16,17)
O tramadol (100 a 400 mg/dia) e a 
dexametasona (4 a 40 mg/dia) diluídos 
em solução salina e administrados por 
via SC por sistemas de infusão contínua 
têm estabilidade por cinco dias quando 
mantidos à temperatura de 25º C.(17) O 
tramadol quando administrado em solução 
com a hioscina mantém-se estável por 
sete dias. (16)
mEDICAmENTOS 
ADmINISTRADOS POR 
hIPODERmóClISE
Diversos medicamentos têm sido 
administrados por hipodermóclise. En-
tretanto, nem todos foram submetidos a 
estudos de farmacocinética e segurança. 
Desse modo, antes de administrar medica-
mentos por via SC, deve-se destacar que 
a administração é mais lenta que pela via 
IM, drogas irritantes podem causar reação 
inflamatória que pela via IM e que a absor-
ção pode ser significativamente limitada se 
o paciente está em choque hipovolêmico 
ou edemaciado.(7)
Algumas medicações podem causar 
necrose tecidual se administradas por via 
subcutânea, devendo ser proibidas. Estas 
incluem: antibióticos (exceto ampicilina, 
cefepima, ceftazidima, cefotaxima, cef-
triaxona e tobramicina), fenitoína, diaze-
pam, clorpromazina e pamidronato.(4,7) Os 
fármacos que podem ser administrados 
por via SC ou hipodermóclise estão apre-
sentados na tabela 1.
A administração de alguns medica-
Os locais de punção devem 
ser modificados, sendo 
realizado rodízio a cada 
sete dias. Na presença 
de sinais flogísticos, o 
cateter deve ser retirado 
mais precocemente e 
puncionado um 
novo local
112 Prática Hospitalar • Ano XI • Nº 65 • Set-Out/2009
Tabela 1. Fármacos administrados por via subcutânea e hipodermóclise
Medicamentos Indicação Dose Diluente Tempo de infusão e observação
Atropina - 1,2 mg/24 horas - -
Cetorolaco(18) Dor intensa 30 a 60 mg/dia
30 a 90 mg/dia
SF 0,9% Pode ser nefrotóxico. 
Administrar isolado. Não misturar com 
outros medicamentos.
Ciclizina Náusea e vômito 25 a 50 mg/8/8 h 
(máximo = 150 mg/24h)
·	Água para injeção (se em 
infusão contínua)
·	Bolus: não precisa ser diluída
Não é compatível com SF-0,9%
Clodronato(19) Hipercalcemia 1.500 mg 5000 a 1000 ml de SF 0,9% 4 a 6 horas.
Clonazepam Ansiedade, agitação e dor 
neuropática
0,5 a 8 mg/24 horas SF 0,9% (ou água para injeção) É menos solúvel em água que o 
Midazolam. É irritante. Diluir o máximo 
possível.
Dexametasona(20) a) Aumento da pressão 
intracraniana
b) Redução de edema 
peritumoral
c) Dispneia
d) Náuseas e vômitos
e) Estimulante do apetite
f) Compressão medular
a) 4 a 16 mg/dia (administrar, de 
preferência, após as 15 horas e em 
bolus 1 a 2 vezes/dia
·	5 a 20 mg/dia (hipertensão 
intracraniana)
b) 4 a 40 mg/dia (infusão contínua) (40)
c) 8-24 mg/dia
d) 8-20 mg/dia
e) 2- 6 mg/dia
f) 16-32 mg/dia
SF 0,9% ou água para injeção Geralmente incompatível com a maioria 
das drogas
Diclofenaco Dor (principalmente dor 
óssea)
150 mg/24 h
75 a 150 mg/dia
SF 0,9% Pode ser irritante. Não administrar em 
bolus. Diluir o máximo possível. Não 
misturar com outros medicamentos.
Dipirona Dor 1 g até 6/6h – volume: 10 ml SF 0,9% -
Fenobarbital Confusão 200 mg/dia Água para injeção Não pode ser administrada com outros 
medicamentos.
Furosemida Dispneia devido congestão 
pulmonar
20 a 40 mg(19) SF 0,9%
Fentanil Dor 100 a 1.000 microgramas/dia 
(raramente 2000 microgramas)
Taxa de infusão: 1 ml/h = 5 
microgramas/hora (solução 500 
microgramas + 100 ml de diluente) 
para infusão contínua
Dose resgate: 10 microgramas (2 ml) a 
cada 1 hora, se necessário(19)
SF 0,9%
Granisetrona(21) Náuseas e vômitos 3 a 9 mg/dia 50 ml SF 0,9% Infundir em 10 minutos a dose de 3 mg.
Haloperidol Náuseas e vômitos, 
sedação, alucinação e 
agitação
Usualmente 2,5 a 10 mg/dia (dose 
máxima = 30 mg para agitação).
Pode ser administrado em bolus 1 vez/
dia.
A concentraçãomáxima deve ser de 
2 mg/ml
Água para injeção Pode precipitar se administrar com solução 
fisiológica.
Hioscina, 
butilbrometo 
(Buscopan)
Cólicas intestinais
Vômitos decorrentes de 
obstrução intestinal
·	60 a 180 mg/24 horas
·	20 a 120 mg/dia(18)
·	4 a 40 mg/dia (infusão contínua) (16)
Água para injeção Até 7 dias
Incompatível com ciclizina
Hioscina, 
hidrobrometo 
(escopolamina)
a) Reduzir produção 
de secreção em vias 
respiratórias
b) Cólicas 
c) Sialorreia
Náuseas e vômitos
Sedação
·	Doses: 0,8 a 2,4 mg/dia ou 3,2 mg/
dia(18)
·	a) 1,2-2,4 mg/dia
·	b) 0,8-1,2 mg/dia
·	c) 0,2-0,8 mg/dia
SF 0,9% ou água para injeção Pode causar mais sedação que o 
Buscopan, pois cruza barreira hemato-
encefálica. Evento adverso: boca seca e 
confusão.
Dor
113Prática Hospitalar • Ano XI • Nº 65 • Set-Out/2009
Cetamina** Dor (principalmente de 
origem neuropática)
100 a 150 mg/dia (infusão contínua). 
Aumentar a dose gradativamente (100 
mg/dia) até 500 a 700 mg
A dose pode ser aumentada até 2,4 
g/dia
SF 0,9% Monitorar freqüência respiratória e 
cardíaca nas primeiras 2 horas após iniciar 
terapia.
Rotação da punção para evitar necrose. 
Pode administrar com dexametasona 0,5-1 
mg para reduzir irritação.
Levomepromazina Náuseas e vômitos intensos, 
sedação e agitação
·	5 a 25 mg/24 horas a depender do 
nível de sedação conseguido (dose 
máxima = 200 mg para agitação)
·	25 a 100 mg
SF 0,9% (ou água para injeção) Pode ser irritante. Diluir o máximo possível.
É comum a ocorrência de reação no local 
da aplicação.
Metadona Dor intensa Deve ser administrada 50% da dose 
por via oral
SF 0,9% Após a dose bolus SEMPRE lavar com SF-
0,9% (60 mL/h em hipodermóclise).(22)
Administração em bolus de por causar 
vermelhidão em enduração local.(23)
A rotação do local da punção a cada 24 
horas pode ser alternativa a irritação.(24)
Metoclopramida Náuseas e vômitos 30 a 120 mg/24 horas (raramente 
180 mg/dia)
Água para injeção É irritante. Diluir o máximo possível. 
Monitorar distonia devido probabilidade de 
efeitos extrapiramidais.
Midazolam a) Agitação e confusão em 
pacientes terminais.
b) Mioclônus multifocal
c) Soluços intratáveis
d) Sedação
a) 10 a 60 mg/24 h
b) 10 a 30 mg/dia
c) 30 a 60 mg/dia (máximo = 
100-120 mg)
d) Para sedação: iniciar infusão contínua 
de 1 mg/h e aumentar até 4 mg/h(19)
10 a 100 mg/24 horas (comumente 
prescritos na dose de 10 a 30 mg/dia)
Água para injeção Pode ser irritante. Diluir o máximo possível. 
Preferir diluir com SF.
Morfina Dor
Dispneia
·	Pacientes sem uso prévio: 5 a 10
mg/dia
·	A dose de morfina para administração 
subcutânea é a metade da dose oral 
(SC dose = dose VO/2. Exemplo: 30 
mg VO = 15 mg SC = 10 mg EV)(4)
·	A dose de 10 mg/ml é bem tolerada e 
pode ser administrada a cada 4 horas 
associada a dose resgate de 6 mg 
(0,6 ml) a cada 1 hora, se necessário
SF 0,9% (ou água para injeção)
Naproxeno Dor ·	550 a 600 mg/dia Precipita facilmente se administrado junto 
com morfina.
Octreotida a) Reduzir secreção 
gastrointestinal, motilidade 
gástrica e vômitos e diarreia 
em grandes volumes
b) Obstrução intestinal ou 
gástrica
c) Diarreia intratável
a) 300-600 microgramas/dia (dose 
máxima de 1.500 microgramas)
b) 250-500 mcg (máximo = 750 mcg)
c) 50-500 mcg (máximo = 1.500 mcg)
50 a 100 microgramas 8/8 horas
SF 0,9% Pode ser irritante. Diluir o máximo possível. 
Preferir diluir com SF.
Atentar para compatibilidade com outras 
drogas.
Ondansetrona Náuseas e vômitos
Causas químicas (ex.: 
uremia)
8 a 24 mg/dia SF 0,9% ou água para injeção
Ranitidina Protetor gástrico 50 a 150 mg/24h (máxima = 
300 mg/24h)
Água para injeção *Não precisa ser diluída.
compatível com midazolam, ciclizina e 
morfina.
Tramadol(25)*, (17) Dor 100 a 400 mg/dia
60 a 600 mg/dia
SF 0,9% Até 7 dias(18)
Notas: * Uso SC comparado a via EV foi associado a menor frequência de náuseas e vômitos; ** Compatibilidade da cetamina: pode ser administrada junto com dexametasona, 
haloperidol, metoclopramida e midazolam.
Dor
114 Prática Hospitalar • Ano XI • Nº 65 • Set-Out/2009
mentos por via subcutânea/hipodermócli-
se pode estar associada a complicações 
leves e autolimitadas. Estas deverão de-
saparecer em no máximo 1 hora e incluem 
a formação de uma pequena vesícula e 
vermelhidão. Se a vesícula permanecer 
por mais de 1 hora e for pequena, deve-se 
massagear gentilmente o local ou aplicar 
uma compressa quente. Se o edema 
persistir ou aumentar, deve-se descon-
tinuar a administração e reiniciar em um 
novo local.(4,7)
Deve-se atentar para as medicações 
que são incompatíveis.(4) O haloperidol e 
o midazolam não devem ser administra-
dos com a dexametasona e a ranitidina, 
a metoclopramida e o midazolam com a 
ranitidina.
CONCluSÃO
A administração de medicamentos e 
soluções pela via subcutânea e hipoder-
móclise é uma alternativa segura e eficaz, 
devendo ser utilizada sempre que houver 
impossibilidade do uso da via oral ou a ne-
cessidade de hidratação e administração 
de grandes volumes de forma intermitente 
ou contínua, visando assegurar o conforto 
do paciente. Além disso, também pode 
ser utilizada como recurso de suporte 
para melhoria mínima do estado de hidra-
tação mesmo de pacientes que não estão 
na condição de cuidados paliativos para 
uma maior chance de sucesso na punção 
venosa, seja ela periférica ou central.
Há diversos medicamentos que podem 
ser administrados pela via subcutânea ou 
hipodermóclise, mas ainda é necessária a 
realização de novos estudos para avaliar 
a segurança e a efetividade de outros 
grupos farmacológicos e assegurar uma 
prática baseada em evidência. Não exis-
tem estudos conclusivos em relação a 
diversos fármacos, o que limita a utilização 
de cada vez mais classes de fármacos por 
essa técnica.
A indicação da hipodermóclise deve 
ser criteriosa, evitando-se a banalização e 
reduzindo o risco de ocorrência de iatroge-
nias, pois estes fatores podem contribuir 
para o insucesso da técnica. Com certeza 
podemos afirmar que a hipodermóclise é 
uma técnica do passado com futuro. t
REfERêNCIAS
1. Sepulveda C, Marlin A, Yoshida T, Ullrich A. 
Palliative care: the World Health Organization’s 
global perspective. J Pain Symptom Manage 
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Endereço para correspondência:
R. Coronel Camisão, 409 - apto 72 - Butantã 
CEP 05509-120 - São Paulo - SP.
Há diversos medicamentos 
que podem ser administrados 
pela via subcutânea ou 
hipodermóclise, mas ainda 
é necessária a realização de 
novos estudos para avaliar a 
segurança e a efetividade de 
outros grupos farmacológicos

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