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Aula 04 Direito Constitucional p/ OAB 1ª Fase XXIV Exame - Com videoaulas Professores: Diego Cerqueira, Ricardo Vale Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 1 de 43 DIREITO CONSTITUCIONAL P/ OAB - 1ª FASE XXIV EXAME DE ORDEM Ol, meus amigos, tudo bem? Preparados para mais um encontro? O tema de hoje ÒAdministrao PblicaÓ. Confesso que a FGV no tem o costume de cobrar esse tema, at porque ele melhor explorado em Direito Administrativo. Mas, vamos ao menos fazer um Òpente finoÓ dos pontos primordiais, combinado? Um abrao a todos e bons estudos! Diego e Ricardo Facebook do Prof. Diego Cerqueira: https://www.facebook.com/coachdiegocerqueira Periscope: @dcdiegocerqueira Instagram: @coachdiegocerqueira Facebook do Prof. Ricardo Vale: https://www.facebook.com/profricardovale Canal do YouTube do Ricardo Vale: https://www.youtube.com/channel/UC32LlMyS96biplI715yzS9Q Periscope do Prof. Ricardo Vale: @profricardovale SUMçRIO PçGINA 1. Administrao Pblica 2-7 1.1. Princpios Explcitos da Administrao Pblica 2-7 1.2. Princpios Implcitos da Administrao Pblica 7-11 1.3. Agentes Pblicos 11-30 1.4. Obrigatoriedade de Licitao 30 1.5. Responsabilidade Civil 31-32 5 Ð Caderno de prova 38-43 6 Ð Gabarito 43 Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 2 de 43 1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1.1. Princpios Explcitos da Administrao Pblica A Administrao Pblica, em todos os seus nveis, dever observar certos princpios constitucionais em sua atuao. Nas lies do art. 37, CRFB/88, temos que: Art. 37. A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia e, tambm, ao seguinte: (...) So 5 (cinco) os princpios constitucionais da Administrao Pblica: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia. Esses princpios vinculam toda a Administrao Pblica (seja a direta ou indireta), dos trs Poderes (Executivo, Legislativo e Judicirio) e de todas as esferas da federao (Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios). a) Princpio da legalidade A legalidade princpio essencial dentro de um Estado democrtico de direito, representando a submisso do Estado lei. por meio da observncia das leis que se concretiza a vontade do povo e, assim, atendido o interesse pblico. Ressalte-se que, ao falarmos em ÒleiÓ, no estamos nos referindo apenas lei formal, elaborada pelo Poder Legislativo. Pelo princpio da legalidade, devem ser observar as normas em geral, inclusive os atos infralegais. A Administrao Pblica somente pode fazer o que est expressamente previsto em normas jurdicas. Assim, a Administrao s pode agir segundo a lei (Òsecundum legemÓ), jamais contra a lei (Òcontra legemÓ) ou alm da lei (Òpraeter legemÓ) com base apenas nos costumes. ÒLIMPE" LEGALIDADE IMPESSOALIDADE MORALIDADE PUBLICIDADE EFICIæNCIA Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 3 de 43 claro, s vezes, as normas deixam certa liberdade de escolha para o administrador pblico; dizemos que, nesse caso, h discricionariedade da Administrao. Por exemplo, a concesso de licena a um servidor, para tratar de interesse particular, discricionariedade da Administrao. *J para os particulares, o princpio da legalidade tem uma conotao diferente: a eles, lcito fazer tudo aquilo que a lei no probe. Aqui, os particulares tm maior liberdade de atuao e s no podem fazer o que a lei lhes probe. b) Princpio da impessoalidade O princpio da impessoalidade tambm conhecido como princpio da finalidade ou, ainda, princpio da isonomia. Para compreender o exato alcance desse princpio, necessrio analis-lo em suas 4 (quatro) diferentes acepes. Na primeira acepo, de finalidade, o princpio da impessoalidade traduz a ideia de que toda atuao da Administrao deve buscar a satisfao do interesse pblico. Quando um ato praticado com objetivo diverso, nulo, por desvio de finalidade. O administrador mero executor do ato, que serve para manifestar a vontade do Estado. Pode-se dizer, portanto, que o princpio da impessoalidade decorre do princpio da supremacia do interesse pblico. Segundo a doutrina, em sentido amplo, o princpio da impessoalidade busca o atendimento do interesse pblico, enquanto em sentido estrito, visa a atender a finalidade especfica prevista em lei para o ato administrativo. Ressalta-se que, sempre que o ato administrativo satisfizer sua finalidade especfica, a finalidade em sentido amplo tambm ter sido atendida. Nesse sentido, destaca-se a lio de Hely Lopes Meirelles: Na segunda acepo, o princpio da impessoalidade traz a ideia de vedao promoo pessoal. O agente pblico no pode utilizar as realizaes da Administrao Pblica para promoo pessoal. Olha s art. 37, ¤ 1¼, da CF/88: ¤ 1¼ - A publicidade dos atos, programas, obras, servios e campanhas dos rgos pblicos dever ter carter educativo, informativo ou de orientao social, dela no podendo constar Ò(É) o princpio da impessoalidade, referido na Constituio de 1988 (art. 37, ÒcaputÓ), nada mais que o clssico princpio da finalidade, o qual impe ao administrador pblico que s pratique o ato para o seu fim legal. E o fim legal unicamente aquele que a norma de direito indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoalÓ. 1 Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 4 de 43 nomes, smbolos ou imagens que caracterizem promoo pessoal de autoridades ou servidores pblicos. Uma terceira acepo do princpio da impessoalidade aquela que o relaciona isonomia. o que se verifica na exigncia de concurso pblico para o acesso aos cargos pblicos. A oportunidade de se ter acesso a esses cargos igual para todos. Outro exemplo dessa acepo do princpio da impessoalidade diz respeito ao pagamento das dvidas do Estado, que dever observar, em regra, a ordem cronolgica de apresentao dos precatrios (art. 100, CF/88). Finalmente, a quarta acepo do princpio da impessoalidade a que considera que os atos praticados pelo agente pblico no so imputveis a ele, mas ao rgo ou entidade em nome do qual ele age. A ao dos agentes , portanto, impessoal. Essa regra extrada do art. 37, ¤ 6¼, da CF/88: ¤ 6¼ - As pessoas jurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadoras de servios pblicos respondero pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsvel nos casos de dolo ou culpa. Destaca-se, ainda, que uma importante aplicao do princpio da impessoalidade diz respeito considerao dos atos praticados por agente de fato (putativo) como vlidos. Agente de fato aquele indivduo que ingressa na Administrao Pblica irregularmente. Devido teoria daaparncia (o agente parece ser servidor pblico Òde direitoÓ), seus atos so mantidos quando atingem terceiros de boa-f, pois a Administrao impessoal. Extrai-se tambm do art. 37, CF, alguns incisos importantes que se relacionam com o princpio da impessoalidade, a exemplo dos incisos I e II, que tratam da acessibilidade dos cargos e empregos pblicos, de acordo com requisitos legais (e no apenas pessoais), alm claro a obrigatoriedade do procedimento licitatrio de modo imparcial e impessoal nos termos da lei, regra que deve ser observncia obrigatria para as aquisies do Poder Pblico (art. 37, XXI). c) Princpio da moralidade Impe aos agentes pblicos a atuao tica e honesta na gesto da coisa pblica. No basta que o administrador pblico atue segundo a Lei; ele deve agir segundo os princpios da probidade e boa f. Assim, perfeitamente possvel que um ato administrativo esteja em conformidade com a lei, mas contrarie o princpio da moralidade, podendo, ento, ser anulado. Como instrumento de controle da moralidade administrativa, o art. 5¼, LXXIII, previu a ao popular, que pode ser proposta por qualquer cidado: LXXIII - qualquer cidado parte legtima para propor ao popular que vise a anular ato lesivo ao patrimnio pblico ou de entidade de que o Estado participe, moralidade administrativa, ao meio Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 5 de 43 ambiente e ao patrimnio histrico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada m-f, isento de custas judiciais e do nus da sucumbncia. O art. 37, ¤ 4¼, CF/88, por sua vez, prev a responsabilizao por atos de improbidade administrativa. Os atos de improbidade administrativa podero ensejar a suspenso dos direitos polticos, a perda da funo pblica, a indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao Errio. Tudo isso sem prejuzo da ao penal cabvel, que tambm poder ser proposta. Mnemnico: ÒSUPER REIÓ bastante comum assertivas como a seguinte: ÒAtos de improbidade administrativa importaro a perda da funo pblica e dos direitos polticosÓ. ERRADA, pois a improbidade administrativa gera suspenso dos direitos polticos. (art. 15, V, CF) d) Princpio da publicidade O princpio da publicidade deve ser analisado em duas acepes diferentes: Exigncia de publicao em rgo oficial como requisito de eficcia dos atos administrativos gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o patrimnio pblico; Exigncia de transparncia da Administrao em sua atuao, de forma a possibilitar o controle pelos administrados. Na primeira acepo, deve ficar claro que a Administrao tem a obrigao de tornar pblicos os seus atos. A publicidade dos atos administrativos requisito de eficcia dos atos administrativos gerais e de efeitos externos ou, ainda, daqueles que onerem o patrimnio pblico. Ex: Portaria: somente produzir seus efeitos (ser eficaz) aps a publicao no Dirio Oficial da Unio. Na segunda acepo, a Administrao Pblica tem a obrigao de dar conhecimento aos administrados (cidados) da conduta interna de seus agentes. Segundo o art. 5¼, XXXIII, Òtodos os cidados tm o direito de receber dos rgos pblicos informaes de interesse particular, de interesse coletivo ou SU SUspensão dos direitos políticos PER PERda da função pública REI REssarcimento ao erário + Indisponibilidade dos bens Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 6 de 43 de interesse geral, que sero prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindvel segurana da sociedade e do EstadoÓ. A partir da leitura do dispositivo supratranscrito, possvel concluir que os rgos pblicos no precisam fornecer aos cidados toda e qualquer informao de que disponham. As informaes cujo sigilo seja imprescindvel segurana da sociedade e do Estado no precisam ser fornecidas. Cabe destacar, ainda, que somente com a publicidade dos atos administrativos que se torna vivel o exerccio do controle da Administrao, seja este controle realizado pelos prprios cidados (controle social) ou pelos chamados rgos de controle (CGU e TCU). Nesse sentido, o STF entendeu ser vlida a divulgao da remunerao bruta, cargos e funes titularizados por servidores pblicos, bem como dos rgos de sua formal lotao. Isso porque, sendo essas informaes de interesse coletivo ou geral, esto expostas divulgao oficial. No cabe, de acordo com a Corte: Òfalar de intimidade ou de vida privada nesse caso, pois os dados objeto da divulgao em causa dizem respeito a agentes pblicos enquanto agentes pblicos mesmos; ou, na linguagem da prpria Constituio, agentes estatais agindo Ònessa qualidadeÓ (¤6¼ do art. 37)Ó. 1 e) Princpio da eficincia O princpio da eficincia passou a estar expresso na Constituio a partir da EC n¼ 19/98, que o introduziu com o objetivo de promover uma quebra de paradigma na Administrao Pblica, substituindo a antiga administrao burocrtica pelo novo modelo: a administrao gerencial. A administrao gerencial tem nfase na obteno de resultados e na participao do cidado, que visto como cliente dos servios pblicos. O art. 37, CF/88 impe verdadeiro dever de eficincia Administrao Pblica. No basta que os agentes pblicos atuem em conformidade com os ditames da legalidade. necessrio que sua desempenhem suas atribuies da melhor forma possvel, a fim de obter os melhores resultados. Busca-se a melhoria da qualidade dos servios pblicos e a racionalidade dos gastos pblicos. A Administrao deve observar o princpio da economicidade, que determina que seja avaliado o custo versus benefcio dos gastos. O princpio da eficincia se manifesta em diversos dispositivos constitucionais: O art. 41, ¤ 4¼, estabelece que a avaliao especial de desempenho por comisso instituda com essa finalidade condio para aquisio de estabilidade por servidor pblico. 1 Pleno, SS 3902 AgR-segundo / SP - SÌO PAULO, Rel. Min. Ayres Britto, j. 09.06.2011, DJe-189 DIVULG 30-09-2011 PUBLIC 03-10-2011. Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 7 de 43 O art. 41, ¤ 1¼, III, estabelece a possibilidade de perda do cargo por servidor pblico mediante procedimento de avaliao peridica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. O art. 37, ¤ 8¼, estabelece a possibilidade de que a Administrao Pblica celebre contratos de gesto com rgos e entidades da administrao direta e indireta, fixando metas de desempenho para o rgo ou entidade. O art. 37, ¤ 3¼, prev que a lei disciplinar as formas de participao do usurio na administrao pblica direta e indireta. Esse dispositivo busca promover a gesto participativa. O art. 39, ¤ 2¼, dispe que a Unio, os Estados e o Distrito Federal mantero escolas de governo para a formao e o aperfeioamento dos servidores pblicos, constituindo-se a participao nos cursos um dos requisitos para a promoo na carreira, facultada, para isso, a celebrao de convnios ou contratos entre os entes federados. O art. 39, ¤ 7¼,estabelece que Òlei da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios disciplinar a aplicao de recursos oramentrios provenientes da economia com despesas correntes em cada rgo, autarquia e fundao, para aplicao no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernizao, reaparelhamento e racionalizao do servio pblico, inclusive sob a forma de adicional ou prmio de produtividade.Ó Essa a previso de adicional ou prmio de produtividade, como forma de estimular a excelncia no servio pblico e dar concretude ao princpio da eficincia. O art. 70, caput, prev que o controle da Administrao Pblica dever, dentre outros parmetros, observar a economicidade. 1.2. Princpios Implcitos da Administrao Pblica Alm dos princpios explcitos no texto constitucional, h tambm em nosso ordenamento jurdico os princpios implcitos da Administrao Pblica. Para prova de Constitucional, basta sabermos o seguinte: a) Controle judicial dos atos administrativos: No Brasil, adota-se o sistema ingls de jurisdio nica, no qual o Poder Judicirio pode efetuar o controle dos atos administrativos. Decorre do princpio da inafastabilidade de jurisdio, segundo o qual Òa lei no excluir da apreciao do Poder Judicirio leso ou ameaa a direitoÓ (art. 5¼, XXXV). b) Princpio da autotutela: Segundo esse princpio, a Administrao Pblica tem competncia para controlar seus prprios atos, anulando-os (quando ilegais) ou revogando-os (convenincia e oportunidade). Nesse sentido, a Smula n¼ 473 do STF, dispe que: Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 8 de 43 c) Presuno da segurana jurdica: Trata-se de princpio implcito que encontra previso no art. 2¼ da Lei n¼ 9.784/99. Esse princpio impe que as normas sejam interpretadas de forma a garantir o atendimento do fim pblico a que se dirigem, vedada a aplicao retroativa de nova interpretao. d) Princpio da motivao: Um dos requisitos dos atos administrativos o motivo, que a situao de fato ou de direito que autoriza a edio do ato. A motivao consiste na declarao dos motivos que fundamentaram o ato. e) Princpio da razoabilidade e da proporcionalidade: Os princpios da razoabilidade e da proporcionalidade esto intimamente relacionados. A doutrina majoritria considera, inclusive, que o princpio da proporcionalidade est contido no princpio da razoabilidade. O princpio da proporcionalidade consiste na adequao entre os meios e os fins almejados; caso o ato administrativo no respeite essa relao, ser desproporcional e, portanto, passvel de invalidao pelo Poder Judicirio. O princpio da razoabilidade possui trs aspectos: i) adequao; ii) necessidade e; iii) proporcionalidade em sentido estrito. Assim, esses trs aspectos devem ser observados para a aferio da razoabilidade de um determinado ato. A adequao consiste em observar se o meio escolhido o mais adequado para se alcanar o fim perseguido. A necessidade, por sua vez, consiste em analisar se o meio utilizado o melhor ou menos oneroso para alcanar o objetivo do ato. Por ltimo, a proporcionalidade, conforme j comentamos, a aferio da relao entre os meios e os fins almejados. f) Princpio da continuidade do servio pblico: Os servios pblicos no podem sofrer soluo de continuidade, isto , no podem ser paralisados. em razo desse princpio que podem ser impostas restries ao direito de greve dos servidores pblicos (art. 37, VII). Recorde-se que o direito de greve dos servidores pblicos norma constitucional de eficcia limitada. 1.! (FGV/PREFEITURA NITEROI Ð 2015) De acordo com o texto Constitucional, sem prejuzo da ao penal cabvel, os atos de improbidade administrativa importaro, na forma e gradao previstas em lei: ÒA Administrao pode anular seus prprios atos, quando eivados de vcios que os tornam ilegais, porque deles no se originam direitos; ou revog-los, por motivo de convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciao judicial.Ó Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 9 de 43 a) a cassao dos direitos polticos, a suspenso da funo pblica, o arresto dos bens e a devoluo em dobro do valor do dano ao errio; b) a multa civil, a proibio de contratar com o poder pblico, o ressarcimento ao errio e a cassao dos direitos polticos; c) a suspenso dos direitos polticos, a perda da funo pblica, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao errio; d) a inelegibilidade, a suspenso do cadastro de pessoa fsica ou do cadastro nacional de pessoa jurdica e o ressarcimento ao errio; e) a devoluo em dobro do valor do dano ao errio, a suspenso dos direitos administrativos e o sequestro dos bens adquiridos ilicitamente. Comentrios: Questo tranquila, meus amigos. Acabamos de ver no estudo da parte terica. Trata-se da literalidade do art. 37, ¤ 4¼, CF. Os atos de improbidade administrativa importaro a suspenso dos direitos polticos, a perda da funo pblica, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao errio, na forma e gradao previstas em lei, sem prejuzo da ao penal cabvel. Gabarito letra C. 2.! (FGV/TCM-SP Ð 2015) Membros da comisso permanente de licitao de determinado Municpio fraudaram um certame, para favorecer sociedade empresria cujo scio administrador amigo ntimo de um dos membros da citada comisso. No caso em tela, os agentes pblicos envolvidos afrontaram diretamente o princpio administrativo expresso no art. 37, caput, da Constituio da Repblica. Trata-se do princpio da: a) Razoabilidade b) Competitividade c) Economicidade d) Isonomia e) Impessoalidade Comentrios: Mais uma questo simples. o princpio da impessoalidade que est expresso no art. 37, CF. Bastava saber o mnemmico ÒLIMPEÓ (rs). Vejam, meus amigos, que a FGV sempre cobra nas provas de Constitucional uma questozinha sobre princpios. Fundamental levar esse artigo para prova! Gabarito letra E. 3.! (FGV/FUNARTE Ð 2014) A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios deve obedecer aos seguintes princpios expressos no Art. 37, da Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988: a) formalidade, isonomia, competitividade, razoabilidade e eficcia; b) produtividade, razoabilidade, celeridade, publicidade e eficcia; c) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia; d) formalidade, igualdade, pessoalidade, moralidade e eficincia; e) igualdade, pessoalidade, legalidade, produtividade e publicidade. Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 10 de 43 Comentrios: Os princpios expressos da Administrao Pblica esto previstos no ÒcaputÓ do art. 37 da Constituio. So eles: a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia. A letra C o gabarito da questo. 4.! (FGV/SUDENE Ð 2013) Quanto aos princpios constitucionais relativos Administrao Pblica, analise as afirmativas a seguir e assinale V para a verdadeira e F para a falsa. ( )A Constituio estabelece que a Administrao Pblica obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia. ( ) A obedincia ao princpio da eficincia pelos rgos da Administrao Pblica, por ter sido o ltimo princpio acrescentado Constituio Federal, facultativa. ( ) O princpio da eficincia est voltado para a ao idnea, a ao econmica e a ao satisfatria na Administrao Pblica. As afirmativas so respectivamente: a) V, F e V. b) V, V e F. c) F, V e F. d) V, F e F. e) F, F e V. Comentrios: A primeira assertiva verdadeira. So esses os princpios expressos da Administrao Pblica, previstos no ÒcaputÓ do art. 37 da Constituio. A segunda assertiva falsa. A obedincia ao princpio da eficincia obrigatria. A terceira assertiva verdadeira. De fato, esses so objetivos do princpio da eficincia. O gabarito a letra A. 5.! (FGV / MEC Ð 2009) A Constituio da Repblica Federativa do Brasil, ao dispor sobre a Administrao Pblica, estabeleceu o respeito a determinados princpios. Assinale a alternativa que apresenta todos os princpios mencionados no art. 37, da Constituio. a) Legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade. b) Moralidade, disponibilidade da ao penal pblica e legalidade. c) Impessoalidade, eficincia, legalidade, publicidade e moralidade. d) Liberdade, igualdade e fraternidade. Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 11 de 43 e)Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficincia, alternatividade e irretroatividade. Comentrios: Os princpios da Administrao Pblica que esto explcitos no art. 37 so a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia. A resposta , portanto, a letra C. 6.! (FGV/INDITA Ð 2017) A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unio tambm obedecer aos princpios Constitucionais implcitos, dentre eles: a) legalidade, impessoalidade, autotutela b) impessoalidade, publicidade, eficincia c) motivao, legalidade, moralidade d) autotutela, motivao, razoabilidade e) eficincia, legalidade, segurana jurdica Comentrios: Como trabalhamos em aula, dentre alguns dos princpios implcitos da Administrao Pblica (aqueles no contidos expressamente no art. 37, CF), temos o princpio da segurana jurdica, da motivao, da autotutela e da razoabilidade. Gabarito a letra D. 1.3. Agentes Pblicos 1.3.1- Acesso aos cargos, empregos e funes pblicas Segundo o art. 37, inciso I, CF/88, Òos cargos, empregos e funes pblicas so acessveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da leiÓ. Os brasileiros, para que possam ter acesso aos cargos, empregos e funes pblicas, devem cumprir os requisitos definidos em lei. Assim, somente a lei que pode definir os requisitos para acesso a cargos pblicos. E, aqui, o Supremo j se manifestou vrias vezes seguindo esse entendimento: a) Smula Vinculante n¼ 44 (STF): "S por lei se pode sujeitar a exame psicotcnico a habilitao de candidato a cargo pblico." Em outras palavras, um edital de concurso pblico s pode trazer a exigncia de exame psicotcnico se a lei que criou o cargo assim o tiver estabelecido. b) Smula n¼ 14 (STF): ÒNo admissvel, por ato administrativo, restringir, em razo da idade, inscrio em concurso para cargo pblico." Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 12 de 43 c) ÒA exigncia de experincia profissional prevista apenas em edital importa em ofensa constitucional.Ó2 d) ÒA fixao do limite de idade via edital no tem o condo de suprir a exigncia constitucional de que tal requisito seja estabelecido por lei.Ó3. e) Smula n¼. 683 (STF): ÒO limite de idade para a inscrio em concurso pblico s se legitima em face do art. 7¼, XXX, da Constituio, quando possa ser justificado pela natureza das atribuies do cargo a ser preenchidoÓ. (Inclusive foi objeto do XXII Exame de Ordem). f) ÒEditais de concurso pblico no podem estabelecer restrio a pessoas com tatuagem, salvo situaes excepcionais em razo de contedo que viole valores constitucionaisÓ4 Um detalhe. Os estrangeiros tambm podem ter acesso a cargos, empregos e funes pblicas, mas somente quando a lei assim o autorizar. H necessidade de que exista uma lei definindo essas hipteses. Destaca-se que essa lei no poder estabelecer distines arbitrrias e abusivas, privilegiando determinados estrangeiros em detrimento de outros, em funo do pas de origem. Ressalta-se, ainda, que essa previso constitucional se aplica igualmente aos estrangeiros residentes ou no no pas, permitindo, por exemplo, que, aps a edio da referida lei, estes tenham acesso a cargos, empregos ou funes pblicas em reparties brasileiras no exterior. Percebe-se, dessa maneira, que o acesso de brasileiros a cargos pblicos norma de eficcia contida. Todos os brasileiros tm direito a ocupar cargos pblicos, podendo a lei estabelecer requisitos, restringindo esse acesso. Por outro lado, o acesso de estrangeiros a cargos pblicos norma de eficcia limitada. Assim, para que estrangeiros possam ocupar cargos na Administrao, ser necessria a edio de lei autorizadora. 1.3.2. Concurso Pblico O art. 37, inciso II, CF/88, dispe que Òa investidura em cargo ou emprego pblico depende de aprovao prvia em concurso pblico de provas ou de 2 RE 558.833-AgR. Rel. Min. Ellen Gracie. Julgamento em 08.09.2009. 3 RE 559.823-AgR. Rel. Min. Joaquim Barbosa. Julgamento em 27.11.2007. 4 RE 898450/SP, Rel. Min. Luiz Fux, 17.8.2016. ACESSO AOS CARGOS PÚBLICOS BRASILEIROS: DEVEM CUMPRIR REQUISITOS LEGAIS ESTRANGEIROS: É NECESSÁRIO LEI AUTORIZADORA Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 13 de 43 provas e ttulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeaes para cargo em comisso declarado em lei de livre nomeao e exoneraoÓ. Desse dispositivo, podemos extrair vrias regras importantes: a) O acesso aos cargos e empregos pblicos depende de prvia aprovao em concurso pblico. Nesse sentido, o STF editou a Smula Vinculante n¼ 43, que diz: Ò inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prvia aprovao em concurso pblico destinado ao seu provimento, em cargo que no integra a carreira na qual anteriormente investidoÓ. b) O concurso pblico deve ser de provas ou de provas e ttulos. Desse modo, no se admite a realizao de concurso pblico com base unicamente em avaliao de ttulos. c) A exigncia de concurso pblico vale para o provimento de cargos e empregos na administrao pblica direta e indireta, inclusive para empregos em sociedades de economia mista e empresas pblica. d) A exigncia de concurso pblico s vale para o provimento de cargos efetivos. Os cargos em comisso independem de concurso pblico. A definio do prazo de validade do concurso definida pelo edital. Segundo oart. 37, III, CF/88, o prazo de validade ser de at 2 (dois) anos, prorrogvel uma vez por igual perodo. A contagem do prazo de validade feita a partir da homologao, que o ato administrativo que atesta a concluso do concurso pblico. Dentro do prazo de validade do concurso que podero ser nomeados ou contratados os aprovados. H vasta jurisprudncia do STF acerca do tema Òconcursos pblicosÓ. Mas, para fins de prova em Constitucional, peo ateno especial para 02 entendimentos: a) Segundo o STF, a aprovao em concurso dentro do nmero de vagas previsto no edital garante direito subjetivo do candidato nomeao5. Se o edital prev 30 vagas para o cargo de Procurador, os 30 primeiros colocados tero direito subjetivo a serem nomeados. Em outras palavras, a Administrao no poder deixar de nome-los. ÒE pode a Administrao nomear um candidato fora da ordem de classificao? Nomear o 26¼ antes do 1¼, por exemplo?Ó No pode. A Administrao dever nomear os candidatos aprovados observando a ordem de classificao. Mas isso j aconteceu no passado... Tanto que o STF chegou a editar a Smula n¼ 15 para evitar que algum candidato melhor classificado fosse preterido: ÒDentro do prazo de 5 RE 598.099. Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgamento em 10.08.2011. Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 14 de 43 validade do concurso, o candidato aprovado tem o direito nomeao, quando o cargo for preenchido sem observncia da classificaoÓ. Assim, se o 15¼ colocado de um concurso for nomeado, por bvio, todos aqueles que esto sua frente tambm o devero ser. O STF tambm deixou consignado que possvel que, em situao excepcionalssima, a Administrao deixe de nomear os candidatos aprovados dentro do nmero de vagas. No entanto, essa situao dever ser caracterizada pela supervenincia, imprevisibilidade e gravidade. b) Outro Ponto. Deciso fresquinha Òsaindo do fornoÓ. No final de 2015, o STF no curso no RE 837.311 fixou a tese de repercusso geral sobre nomeao de candidatos fora das vagas de edital antes da convocao dos aprovados em concurso posterior. Estabeleceu-se, ento, que: ÒO surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do certame anterior, no gera automaticamente o direito nomeao dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital, ressalvadas as hipteses de preterio arbitrria e imotivada por parte da administrao, caracterizada por comportamento tcito ou expresso do Poder Pblico capaz de revelar a inequvoca necessidade de nomeao do aprovado durante o perodo de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidatoÓ. Percebam que no basta apenas o surgimento de novas vagas ou abertura de novo concurso. preciso que haja preterio de candidato por parte da administrao. E essa preterio deve ser arbitrria e imotivada, caracterizada por comportamento tcito ou expresso do Poder Pblico capaz de revelar a inequvoca necessidade de nomeao do aprovado durante o perodo de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal. Portanto, pessoal, importante ficar atento a esse novo posicionamento do STF, pois de acordo com o Supremo, o direito subjetivo nomeao do candidato aprovado surgir quando ocorrer as seguintes condies: Quando a aprovao ocorrer dentro do nmero de vagas do edital; Quando houver preterio na nomeao por no observncia da ordem de classificao; Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a preterio de candidatos de forma arbitrria e imotivada por parte da administrao. Continuando o estudo do tema dos concursos pblicos. Vejamos o que dispe o art. 37, IV, CF/88: Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 15 de 43 IV - durante o prazo improrrogvel previsto no edital de convocao, aquele aprovado em concurso pblico de provas ou de provas e ttulos ser convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; H muita confuso quanto ao significado do termo Òprazo improrrogvelÓ. Ora, sabemos que o prazo de validade do concurso pblico de at 2 anos, prorrogvel uma vez por igual perodo. Devemos considerar que findo esse perodo que o prazo se torna improrrogvel. A CF/88 no impede que, no prazo de validade de um concurso, a Administrao realize novo concurso para o mesmo cargo. No entanto, o art. 37, IV, estabelece a prioridade de nomeao para os aprovados no concurso anterior sobre os novos aprovados. O art. 37, VIII, CF/88, assegura um percentual dos cargos e empregos pblicos para portadores de deficincia: VIII - a lei reservar percentual dos cargos e empregos pblicos para as pessoas portadoras de deficincia e definir os critrios de sua admisso; Note que a lei que definir os critrios de admisso das pessoas portadoras de deficincia, jamais o administrador pblico. Tambm importante ressaltar que, de acordo com as atribuies do cargo, esta poder prever que no haver reserva de vagas a essas pessoas. Nesse sentido, a Lei 8.112/90 prev, em seu art. 5¼, ¤ 2¼, que: ¤ 2¼ Ës pessoas portadoras de deficincia assegurado o direito de se inscrever em concurso pblico para provimento de cargo cujas atribuies sejam compatveis com a deficincia de que so portadoras; para tais pessoas sero reservadas at 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso. Ainda na anlise do art. 37 da CF/88, determina o texto constitucional que: IX - a lei estabelecer os casos de contratao por tempo determinado para atender a necessidade temporria de excepcional interesse pblico; Esse dispositivo prev a contratao de pessoal sem concurso pblico, por tempo determinado. Esse pessoal no ocupa cargo pblico, no est sujeito ao regime estatutrio a que se submetem os servidores pblicos titulares de cargo efetivo e em comisso. Em outras palavras, no esto sujeitos Lei n¼ 8.112/90. Tambm no esto sujeitos Consolidao das Leis do Trabalho (CLT), a no ser nos termos em que a lei especfica que os rege define. Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 16 de 43 Agora, esses agentes pblicos possuem um estatuto de regncia, que define seu regime jurdico. Exercem funo pblica remunerada temporria, tendo vnculo jurdico-administrativo com a Administrao Pblica. Sujeitam-se ao regime geral de previdncia social (RGPS) e suas lides com o Poder Pblico contratante so de competncia da Justia comum, federal ou estadual (ou do Distrito Federal), conforme o caso. Para a utilizao do instituto da contratao temporria, temos: A lei mencionada como requisito ser editada pela entidade contratadora, podendo ser federal, estadual, distrital ou municipal, conforme a respectiva competncia constitucional. Contudo, no ser possvel, segundo o STF, a contratao temporria por lei que fixe Òhipteses abrangentes e genricas de contratao, sem definir qual a contingncia ftica emergencial apta a ensej-laÓ, bem como para Òo exerccio de servios tpicos de carreira e de cargos permanentes deEstado, sem concurso ou motivao de excepcional relevnciaÓ que o justifique (STF, Pleno, ADI 3116/AP, deciso 14.02.2011). 3.3. Cargos em comisso e funes de confiana No art. 37, inciso V, a Carta da Repblica trata das funes de confiana e dos cargos em comisso: V - as funes de confiana, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comisso, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condies e percentuais mnimos previstos em lei, destinam-se apenas s atribuies de direo, chefia e assessoramento; importante que voc no confunda cargos em comisso com funes de confiana. So coisas diferentes. As funes de confiana so exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, regra introduzida pela EC n¼ 19/98. Os cargos em comisso, por sua vez, so de livre nomeao e exonerao. Todavia, existe previso em lei de um percentual mnimo dos cargos em comisso que devem ser ocupados por servidores de carreira. Tanto os cargos em comisso quanto as funes de confiana destinam-se apenas s atribuies de direo, chefia e assessoramento. Nesse sentido, 03 requisitos: Excepcional interesse pblico Temporariedade da contratao Hipteses expressamente previstas em lei Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 17 de 43 o STF j declarou a inconstitucionalidade de lei estadual que criou cargos em comisso com atribuies de natureza tcnica. Em relao s nomeaes para cargos em comisso, importante trazer o entendimento do STF sobre o nepotismo. A Corte considera ofensiva essa prtica, vedando inclusive o Ònepotismo cruzadoÓ, que ocorre quando dois agentes pblicos nomeiam parentes um do outro, para mascarar a contratao. O STF entende que a prtica do nepotismo ofende os princpios da moralidade e da impessoalidade, devendo a vedao a esta prtica ser observada por todos os Poderes da Repblica e por todos os entes da Federao, independentemente de lei formal. Olha s Smula Vinculante no 13 do STF: ÒA nomeao de cnjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, at o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurdica, investido em cargo de direo, chefia ou assessoramento, para o exerccio de cargo em comisso ou de confiana, ou, ainda, de funo gratificada na administrao pblica direta e indireta, em qualquer dos poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, compreendido o ajuste mediante designaes recprocas, viola a Constituio Federal.Ó Detalhe, pessoal. Vale destacar que a vedao ao nepotismo no alcana a nomeao para cargos polticos. Ex: Um Governador de um Estado pode nomear seu irmo para o cargo de secretrio estadual. Funções de confiança e cargos em comissão Destinam-se exclusivamente às atribuições de direção, chefia e assessoramento. Funções de confiança Ocupadas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo Cargos em comissão Podem ser preenchidos por pessoas com ingresso sem concurso público. Entretanto, a Lei deve estabelecer percentuais mínimo de vagas a serem preenchidas por servidores de carreira, que ingressaram no serviço público mediante concurso Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 18 de 43 Todavia, importante destacar que em 2016 o Supremo Tribunal Federal firmou uma nova posio de que ÒNomeao para cargo poltico no afasta (por si s) aplicao da smula sobre nepotismoÓ. A anlise deve ser caso a caso. Tanto que cita at a possibilidade de verificar a eventual ocorrncia de Ònepotismo cruzadoÓ ou outra modalidade de fraude lei e descumprimento dos princpios administrativos. ÒNessa seara, tem-se que a nomeao de agente para exerccio de cargo na administrao pblica, em qualquer nvel, fundada apenas e to somente no grau de parentesco com a autoridade nomeante, sem levar em conta a capacidade tcnica para o seu desempenho de forma eficiente, alm de violar o interesse pblico, mostra-se contrria ao princpio republicanoÓ. Para a Corte, importante observar se o agente nomeado possui a qualificao tcnica necessria ao seu desempenho e se no h nada que desabone sua conduta. 1.3.4. Direitos Sociais dos servidores pblicos Nesse tpico, estudaremos sobre os direitos sociais dos servidores pblicos. Inicialmente, comentamos sobre o direito associao sindical, o qual assegurado pelo art. 37, VI, CF/88: VI - garantido ao servidor pblico civil o direito livre associao sindical O servidor pblico tem, portanto, o poder de se associar a um sindicato. Entretanto, destaca-se que a Smula 679 do STF probe a conveno coletiva para fixao de vencimentos dos servidores pblicos. Destaca-se, ainda, que aos militares so vedadas a sindicalizao e a greve (art. 142, IV, CF), sem exceo. Os servidores pblicos civis tambm tm o direito de greve (art.37, VII): VII - o direito de greve ser exercido nos termos e nos limites estabelecidos em lei especfica. Observe que, ao contrrio do direito associao sindical, que uma norma constitucional de eficcia plena, o direito de greve do servidor pblico uma norma constitucional de eficcia limitada. Em tese, necessria uma lei para que os servidores pblicos possam usufruir do direito de greve. Como tal lei ainda no foi editada, o STF, no julgamento de trs mandados de injuno, adotando a posio concretista geral, determinou a aplicao ao setor pblico, no que couber, da lei de greve vigente no setor privado (Lei no 7.783/1989) at a edio da lei regulamentadora. Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 19 de 43 Destaca-se, porm, que a Corte decidiu pela inaplicabilidade do direito de greve a determinados servidores pblicos, como, por exemplo, s foras policiais, devido ndole de sua atividade. Segundo o Pretrio Excelso: Uma outra novidade em relao ao direito de greve e que agora em outubro de 2016, o Plenrio do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 693456, com repercusso geral reconhecida, acabou decidindo que a administrao pblica deve fazer o corte do ponto dos grevistas, mas admitiu a possibilidade de compensao dos dias parados mediante acordo. Tambm foi decidido que o desconto no poder ser feito caso o movimento grevista tenha sido motivado por conduta ilcita do prprio Poder Pblico. Vejamos: "A administrao pblica deve proceder ao desconto dos dias de paralisao decorrentes do exerccio do direito de greve pelos servidores pblicos, em virtude da suspenso do vnculo funcional que dela decorre, permitida a compensao em caso de acordo. O desconto ser, contudo, incabvel se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilcita do Poder Pblico". ! 1.3.5. Remunerao dos servidores pblicos O artigo 37, inciso X, CF/88 estabelece o seguinte sobre a remunerao dos servidores pblicos: X - a remunerao dos servidores pblicos e o subsdio de que trata o ¤ 4¼ do art. 39 somente podero ser fixados ou alterados por lei especfica, observadaa iniciativa privativa em cada caso, assegurada reviso geral anual, sempre na mesma data e sem distino de ndices; A remunerao dos servidores pblicos pode se dar por meio de subsdios, vencimentos ou salrios. A primeira delas, o subsdio, uma forma de remunerao fixada em parcela nica, sem acrscimo de qualquer servidores pblicos que exercem atividades relacionadas manuteno da ordem pblica e segurana pblica, administrao da Justia Ð a os integrados nas chamadas carreiras de Estado, que exercem atividades indelegveis, inclusive as de exao tributria Ð e sade pblicaÓ esto privados do direito de greve (STF, Rcl. 6568-SP, Rel. Min. Eros Grau). Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 20 de 43 gratificao, adicional, abono, prmio, verba de representao ou outra espcie remuneratria. remunerao obrigatria para os agentes polticos e para servidores pblicos de determinadas carreiras (Advocacia-Geral da Unio, Defensoria Pblica, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, procuradorias dos estados e do DF, Polcia Federal, Polcia Rodoviria Federal, polcias civis, polcias militares e bombeiros militares). Alm disso, pode ser facultativamente adotado, a critrio do legislador ordinrio, para servidores pblicos organizados em carreira (art. 39, ¤ 8¼, CF). o caso dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil, por exemplo. Vejamos o que diz o art. 39, ¤ 4¼, CF/88 sobre o subsdio dos agentes polticos: ¤ 4¼ - O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretrios Estaduais e Municipais sero remunerados exclusivamente por subsdio fixado em parcela nica, vedado o acrscimo de qualquer gratificao, adicional, abono, prmio, verba de representao ou outra espcie remuneratria, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. J os vencimentos compreendem a remunerao em sentido estrito, percebida pelos servidores pblicos. O artigo 41 da Lei 8.112/90 estabelece que remunerao o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecunirias permanentes estabelecidas em lei. Finalmente, o salrio a forma remuneratria paga aos empregados pblicos, contratados sob regime celetista. o caso do Presidente de uma empresa pblica, por exemplo. A alterao da redao do dispositivo, promovida pela EC no 19/98 garantiu expressamente ao servidor pblico o princpio da periodicidade, ou seja, no mnimo, uma reviso geral anual da remunerao. Nesse sentido, entendeu o STF que se trata de Ònorma constitucional que impe ao Presidente da Repblica o dever de desencadear o processo de elaborao da lei anual de reviso geral da remunerao dos servidores da UnioÓ, concluindo que Òseu atraso configurou-se desde junho/1999, quando transcorridos os primeiros doze meses da data da edio da referida EC no. 19/98Ó. A iniciativa das leis que fixam a remunerao e o subsdio dos agentes pblicos depende do cargo a que se refiram. As principais esto previstas na tabela a seguir: Cargos Iniciativa Cargos da estrutura do Executivo federal Presidente da Repblica Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 21 de 43 Cargos da estrutura da Cmara dos Deputados Cmara dos Deputados Cargos da estrutura do Senado Federal Senado Federal Cargos da estrutura do Poder Judicirio Competncia privativa de cada tribunal Ministros do STF STF Deputados federais, senadores, Presidente e Vice-Presidente da Repblica e ministros de Estado Congresso Nacional O art. 37, XI, CF/88 estabelece o denominado teto constitucional de remunerao dos servidores pblicos. Vamos l-lo na ntegra? XI - a remunerao e o subsdio dos ocupantes de cargos, funes e empregos pblicos da administrao direta, autrquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes polticos e os proventos, penses ou outra espcie remuneratria, percebidos cumulativamente ou no, includas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, no podero exceder o subsdio mensal, em espcie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municpios, o subsdio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsdio mensal do Governador no mbito do Poder Executivo, o subsdio dos Deputados Estaduais e Distritais no mbito do Poder Legislativo e o subsdio dos Desembargadores do Tribunal de Justia, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centsimos por cento do subsdio mensal, em espcie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no mbito do Poder Judicirio, aplicvel este limite aos membros do Ministrio Pblico, aos Procuradores e aos Defensores Pblicos; Desse dispositivo, cuja redao longa e complexa, possvel extrair o seguinte: A remunerao de todos os servidores e empregados pblicos est sujeita a um teto remuneratrio geral do funcionalismo pblico, que o subsdio dos Ministros do STF. O texto constitucional prev a existncia de subtetos remuneratrios nos Municpios, Estados e Distrito Federal. Nos Municpios, a remunerao de todos os servidores e empregados pblicos tm como limite o subsdio do Prefeito. Esse o subteto remuneratrio nos Municpios. Nos Estados e no Distrito Federal, o subteto varivel por Poder. No Poder Executivo, o limite o subsdio do Governador. No Poder Legislativo, o limite o subsdio dos deputados estaduais e Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 22 de 43 distritais. No Poder Judicirio, o limite o subsdio dos desembargadores do Tribunal de Justia (esse limite tambm se aplica aos membros do Ministrio Pblico, aos Procuradores e aos Defensores Pblicos). A literalidade da CF/88 prev que o subsdio dos desembargadores do Tribunal de Justia est limitado a 90,25% do subsdio dos Ministros do STF. A Associao dos Magistrados Brasileiros (AMB) ingressou com Ao Direta de Inconstitucionalidade (ADIn) no STF com o objetivo de impedir que os magistrados estaduais tivessem seu subsdio limitado a esse montante. Como consequncia, o STF decidiu que esse limite no se aplica aos membros da magistratura estadual, mas apenas aos servidores do Poder Judicirio.6 Isso se deve ao carter nacional e unitrio do Poder Judicirio, considerando-se uma violao isonomia estabelecer limites remuneratrios diferentes entre magistrados federais e estaduais. A EC n¼. 47/2005 estabeleceu, ainda, a possibilidade de que os Estados e o Distrito Federal, mediante emenda Constituio Estadual, fixem um subteto nico, ao invs de termos subtetos especficos por Poder (art. 37, ¤ 12). Quando isso ocorrer, o subteto nico dever ser o subsdio dos desembargadores do Tribunal de Justia. Destaque-se que esse limite no ser aplicvel aos parlamentares (deputados estaduais, distritais e vereadores). Novamente, para facilitar a memorizao do dispositivo, sintetizaremos as principais regras referentes ao teto constitucional na tabela a seguir: Teto Cargos Subsdio dos Ministros do STF Todos, em qualquer esfera da Federao Subsdio do Prefeito Todos os cargos municipaisSubsdio do Governador Todos os cargos do Executivo estadual Subsdio dos deputados estaduais e distritais Todos os cargos do Legislativo estadual Subsdio dos desembargadores do Tribunal de Justia Teto obrigatrio para os servidores do Judicirio estadual (exceto juzes, por determinao do STF*) Subsdio dos desembargadores do Tribunal de Justia (at 90,25% do subsdio dos Ministros do STF) Teto facultativo para os Estados e Distrito Federal (no se aplica a deputados estaduais e a distritais, nem a vereadores) Excetuam-se dos limites remuneratrios constitucionais as parcelas indenizatrias fixadas em lei. Os limites incluem, entretanto, o somatrio das remuneraes, subsdios, proventos e penses percebidos pelos agentes pblicos. No que se refere ao salrio dos empregados pblicos das empresas pblicas e sociedades de economia mista e suas subsidirias, os tetos s se aplicam s 6 ADIN 3.854/DF, Rel. Min. Cezar Peluso. Julgamento em 28.02.2007. Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 23 de 43 que receberem recursos da U, E, DF e M para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral (CF, art. 37, ¤9¼). Ainda sobre o sistema remuneratrio dos servidores pblicos, vejamos o que dispe o art. 37, XII: XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judicirio no podero ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo; Esse dispositivo consagra que os vencimentos pagos aos servidores do Poder Executivo so um limite aos valores pagos pelos outros Poderes a seus servidores. claro que isso vale para cargos cujas atribuies sejam semelhantes. O art. 37, XIII, CF/88, busca impedir que o legislador ordinrio estabelea reajustes automticos de remunerao ou aumentos em cascata: XIII - vedada a vinculao ou equiparao de quaisquer espcies remuneratrias para o efeito de remunerao de pessoal do servio pblico; Sobre o assunto, o STF j declarou a inconstitucionalidade de lei estadual que estabelecia vinculao entre o reajuste dos subsdios do Governador ao reajuste concedido aos servidores pblicos estaduais. 7 Destacamos, ainda, o que dispe a Smula Vinculante n¼ 42, do STF: Ò inconstitucional a vinculao do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a ndices federais de correo monetria.Ó O art. 37, XIV, da CF/88 determina que os Òacrscimos pecunirios percebidos por servidor pblico no sero computados nem acumulados para fins de concesso de acrscimos ulterioresÓ. Com esse dispositivo, busca-se impedir uma situao bastante comum no passado. Depois de exercer durante certo perodo uma funo gratificada, o servidor a incorporava a seu vencimento. Ao assumir uma nova funo, o valor desta seria calculado levando-se em considerao o seu vencimento j acrescido da gratificao anterior. Com essa incidncia cumulativa, havia servidores ganhando valores totais de remunerao bastante elevados. Assim, atualmente, o entendimento que se tem o de que qualquer gratificao ou adicional ter como base de clculo o vencimento bsico do servidor pblico. O art. 37, garante a irredutibilidade dos vencimentos dos cargos pblicos: XV - o subsdio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos pblicos so irredutveis, ressalvado o 7 ADI. 3.491/RS, Rel. Min Carlos Ayres Britto. Julgamento em 27.09.2006. Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 24 de 43 disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, ¤ 4¼, 150, II, 153, III, e 153, ¤ 2¼, I; Segundo o STF, essa garantia no impede a criao ou majorao de tributos incidentes sobre os subsdios, os vencimentos, a aposentadoria e a penso. Alm disso, a forma de clculo dos vencimentos pode ser modificada, apenas o valor destes que no. 1.3.6. Acumulao remunerada de cargos, empregos e funes pblicas: A CF/88 prev, como regra geral, a vedao acumulao remunerada de cargos, empregos e funes pblicas. Essa proibio de acumular tambm se estende queles que ocupam empregos e funes em autarquias, fundaes, empresas pblicas, sociedades de economia mista, suas subsidirias e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder pblico. A proibio de acumular ampla, alcanando todas as esferas de governo (U, E, DF, M) todos os Poderes (Legislativo, Executivo e Judicirio) e toda a Administrao Pblica (direta ou indireta). Assim, uma pessoa que ocupe cargo pblico federal (qualquer que seja o Poder) no poder, em regra, acumul-lo com um cargo pblico em outra esfera de governo. A Constituio Federal de 1988 estabelece excees regra geral de proibio de acumulao de cargos. Vejamos o que dispe o art. 37, XVI: XVI - vedada a acumulao remunerada de cargos pblicos, exceto, quando houver compatibilidade de horrios, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro tcnico ou cientfico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de sade, com profisses regulamentadas; XVII - a proibio de acumular estende-se a empregos e funes e abrange autarquias, fundaes, empresas pblicas, sociedades de economia mista, suas subsidirias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder pblico; Assim, possvel a acumulao de cargos pblicos em certos casos, mas mesmo assim necessrio que exista compatibilidade de horrios. So admissveis a acumulao de: •É possível, por exemplo, que uma pessoa atue como professor em duas universidadespúblicas.2 cargos de professor. •É possível que um servidor ocupante de “cargo técnico ou científico” seja, simultaneamente, professor em uma universidade pública. 1 cargo de professor com outro técnico ou científico. •É possível, por exemplo, que um indivíduo tenha 2 cargos públicos de médico, em órgãos diferentes. 2 cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde. Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 25 de 43 Segundo o STF, o art. 37, XVI, ÒcÓ, da Constituio Federal autoriza a acumulao de dois cargos de mdico, no sendo compatvel interpretao ampliativa para abrigar no conceito o cargo de perito criminal com especialidade em medicina veterinria. Vale frisar que a vedao acumulao remunerada de cargos diz respeito apenas a atribuies pblicas. Ela no alcana atividades privadas. O servidor pblico poder, ento, exercer atividades privadas, desde que no sejam incompatveis com o regime jurdico prprio do cargo. Por exemplo, a Lei n¼ 8.112/90 probe que servidores pblicos participem da gerncia ou administrao de sociedade privada. A Constituio estabelece, ainda, outras possibilidades de acumulao de cargos. Destaque-se, porm, que, em todo e qualquer caso de acumulao, haver necessidade de compatibilidade de horrios. Vejamos a tabela abaixo: Artigo da CF Permisso Art. 38, III Acmulo do cargo de vereador e outro cargo, emprego ou funo, sem prejuzo da remunerao do cargo eletivo Art. 95, pargrafo nico, I Permisso paraque juzes exeram o magistrio Art. 125, ¤ 5¼, II, ÒdÓ Permisso para que membros do Ministrio Pblico exeram o magistrio relevante destacar que, havendo acumulao lcita de cargos, ser necessrio que seja observado o teto remuneratrio do funcionalismo pblico. o que se depreende da leitura da parte final do art. 37, XVI, quando se diz que dever ser Òobservado em qualquer caso o disposto no inciso XIÓ. Ressalto que esse um tema controverso no mbito do Direito Administrativo. Na doutrina, h quem defenda que o teto constitucional deve ser observado em relao soma da remunerao dos cargos; por outro lado, h autores que consideram que o teto deve ser considerado para cada cargo, isoladamente. Na jurisprudncia, agora em 2017 o Plenrio do Supremo pacificou entendimento de que o teto remuneratrio constitucional deve ser aplicado de forma isolada para cada cargo pblico acumulado. Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 26 de 43 Segundo o STF, ÒNos casos autorizados, constitucionalmente, de acumulao de cargos, empregos e funes, a incidncia do artigo 37, inciso XI, da Constituio Federal, pressupe considerao de cada um dos vnculos formalizados, afastada a observncia do teto remuneratrio quanto ao somatrio dos ganhos do agente pblicoÓ. No menos importante, o art. 37, ¤10, CF/88 estabelece importante regra sobre os proventos de aposentadoria. Como regra geral, vedada a acumulao de proventos de aposentadoria pago pelo regime prprio de previdncia social (RPPS) com a remunerao do cargo em atividade. Suponha, por exemplo, que Joo se aposente como Analista Judicirio. Depois de aposentado, ele aprovado e toma posse no cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil. Poder ele acumular a aposentadoria com a remunerao do cargo de Auditor? A resposta no, nos termos do art. 37, ¤10, CF/88. ¤ 10 - vedada a percepo simultnea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remunerao de cargo, emprego ou funo pblica, ressalvados os cargos acumulveis na forma desta Constituio, os cargos eletivos e os cargos em comisso declarados em lei de livre nomeao e exonerao. H 3 (trs) excees vedao de percepo simultnea de proventos de aposentadoria do RPPS com a remunerao do cargo em atividade: Cargos acumulveis: Um Analista Judicirio aposentado no pode receber os proventos de sua aposentadoria com a remunerao do cargo de Auditor-Fiscal RFB. No entanto, possvel que um Analista Judicirio receba os proventos de sua aposentadoria e, alm disso, a remunerao de um cargo pblico de professor. Isso ser possvel porque os dois cargos (Analista Judicirio e professor) so acumulveis. Cargos eletivos: Um Analista Judicirio aposentado pode receber os proventos de sua aposentadoria e a remunerao do cargo de Deputado Federal, para o qual foi eleito. Cargos em comisso: Suponha que um Delegado da Polcia Federal se aposente e, aps isso, seja nomeado Diretor-Geral da Agncia Brasileira de Inteligncia (ABIN). Como trata-se de cargo em comisso, ele poder acumular a remunerao do cargo com os proventos de aposentadoria no cargo de Delegado da Polcia Federal. 1.3.7. Servidores Pblicos e Mandato Eletivo O art. 38, da Carta Magna traz as regras aplicveis aos servidores que estiverem no exerccio de mandato eletivo: Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 27 de 43 Art. 38. Ao servidor pblico da administrao direta, autrquica e fundacional, no exerccio de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposies: I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficar afastado de seu cargo, emprego ou funo; II - investido no mandato de Prefeito, ser afastado do cargo, emprego ou funo, sendo-lhe facultado optar pela sua remunerao; III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horrios, perceber as vantagens de seu cargo, emprego ou funo, sem prejuzo da remunerao do cargo eletivo, e, no havendo compatibilidade, ser aplicada a norma do inciso anterior; IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exerccio de mandato eletivo, seu tempo de servio ser contado para todos os efeitos legais, exceto para promoo por merecimento; V - para efeito de benefcio previdencirio, no caso de afastamento, os valores sero determinados como se no exerccio estivesse. Qualquer que seja o mandato eletivo federal, estadual ou distrital, o servidor ficar afastado do seu cargo, emprego ou funo (art.38, I). No importa se ele est ocupando um cargo no Poder Executivo (Presidente ou Governador) ou no Poder Legislativo (Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual ou Deputado Distrital). Se ele estiver exercendo mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ocorrer o afastamento do cargo. Destaque-se que essa regra de afastamento vale tanto para os servidores ocupantes de cargo efetivo quanto para os ocupantes de cargo em comisso. E qual remunerao ser recebida pelo servidor afastado para exercer mandato eletivo federal, estadual ou distrital? Boa pergunta. Ele receber a remunerao do mandato eletivo, obrigatoriamente. E se o for investido em mandato eletivo municipal? Nesse caso, temos regras diferentes. O servidor que for investido no mandato de Prefeito, ser afastado do cargo e poder optar pela remunerao do seu cargo ou pela remunerao do mandato eletivo. Por outro lado, o servidor investido no mandato de Vereador poder acumular os dois cargos (mandato eletivo e cargo pblico), desde que haja compatibilidade de horrios. Receber, nesse caso, as duas remuneraes. Se no houver compatibilidade de horrios, o servidor investido no mandato de Vereador ser afastado do cargo, podendo optar pela remunerao. Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 28 de 43 Cargo Eletivo Regra Cargos do Executivo ou do Legislativo Federal, Estadual ou Distrital Afastamento do cargo efetivo ou em comisso, funo ou emprego pblico. A remunerao percebida ser a do cargo eletivo. Prefeito Afastamento do cargo efetivo ou em comisso, funo ou emprego pblico. A remunerao poder ser a do cargo eletivo ou a do cargo efetivo ou em comisso, funo ou emprego pblico, de acordo com a opo do servidor. Vereador Poder, caso haja compatibilidade de horrios, acumular o cargo poltico com o cargo efetivo ou em comisso, funo ou emprego pblico. Nesse caso, receber as duas remuneraes. Caso no haja compatibilidade, ser afastado do cargo efetivo ou em comisso, funo ou emprego pblico, podendo optar pela remunerao de qualquer um deles. O art. 38, IV, da CF/88 determina, ainda, que nos casos de afastamento do servidor, seu tempo de exerccio no mandato eletivo ser contado como tempo de servio para todos os efeitos legais, exceto para promoo por merecimento. Para efeito de benefcio previdencirio, no caso de afastamento, os valores sero determinados como se no exerccio estivesse. 1.3.8. Regime Jurdico dos Servidores Pblicos: O art. 39, da CF/88 estabelece que cada um dos entes federativos dever instituir regime jurdico nico e planos de carreirapara os servidores da administrao direta, das autarquias e das fundaes pblicas. No mbito federal, o regime jurdico dos servidores pblicos a Lei n¼ 8.112/90. Diz-se que os servidores pblicos esto submetidos a um regime estatutrio. Art. 39. A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios instituiro, no mbito de sua competncia, regime jurdico nico e planos de carreira para os servidores da administrao pblica direta, das autarquias e das fundaes pblicas. ¤ 1¼ A fixao dos padres de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratrio observar: I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira; II - os requisitos para a investidura; III - as peculiaridades dos cargos. Assim, em cada nvel federativo, os servidores pblicos devero ter sua vida funcional disciplinas pelas mesmas regras, contidas em lei. Destaque-se que essa lei dever ser de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo. No menos importante, o art. 41, da CF/88 traz regras acerca da estabilidade dos servidores pblicos e sobre hipteses de perda do cargo. Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 29 de 43 Art. 41. So estveis aps trs anos de efetivo exerccio os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso pblico. ¤ 1¼ O servidor pblico estvel s perder o cargo: I - em virtude de sentena judicial transitada em julgado; II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; III - mediante procedimento de avaliao peridica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. ¤ 2¼ Invalidada por sentena judicial a demisso do servidor estvel, ser ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estvel, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenizao, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remunerao proporcional ao tempo de servio. ¤ 3¼ Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estvel ficar em disponibilidade, com remunerao proporcional ao tempo de servio, at seu adequado aproveitamento em outro cargo. ¤ 4¼ Como condio para a aquisio da estabilidade, obrigatria a avaliao especial de desempenho por comisso instituda para essa finalidade. Primeiro ponto. A estabilidade se aplica aos servidores pblicos estatutrios ocupantes de cargos efetivos. No cabe falar em estabilidade para servidores ocupantes de cargos em comisso. Para aquisio da estabilidade, so necessrios quatro requisitos: Outro ponto importante. O servidor estvel somente poder perder o cargo nas hipteses do art. 41, ¤ 1¼ e do art. 169, ¤ 3¼: Sentena judicial transitada em julgado. Suponha que uma deciso judicial transitada em julgada condene o servidor por improbidade administrativa. Uma das consequncias ser a perda do cargo pblico. Processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa. Aps um processo administrativo regular, o servidor pblico que cometeu alguma falta grave poder ser demitido, perdendo o cargo pblico. Procedimento de avaliao peridica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. O servidor tambm poder perder o cargo por insuficincia de desempenho. E S T A B IL ID A D E CONCURSO PòBLICO NOMEAÌO PARA CARGO PòBLICO EFETIVO TRæS ANOS DE EFETIVO EXERCêCIO DO CARGO AVALIAÌO ESPECIAL DE DESEMPENHO POR COMISSÌO INSTITUêDA PARA ESSE FIM Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 30 de 43 Excesso de despesa com pessoal (art. 169, ¤ 3¼).As despesas com pessoal esto limitadas pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LC n¼ 101/2000). Caso esses limites sejam descumpridos, o Poder Executivo dever adotar certas medidas: i) reduo em pelo menos 20% das despesas com cargos em comisso e funes de confiana; ii) exonerao de servidores no-estveis. Se essas medidas no forem suficientes, o servidor estvel pode vir a perder o cargo. 1.4. Obrigatoriedade de Licitao A Constituio, como forma de proteger os princpios da legalidade, impessoalidade, moralidade e probidade e indisponibilidade do interesse pblico determinou, como regra, a obrigatoriedade de licitao. Trata-se de procedimento formal, disciplinado em lei, de observncia obrigatria para as aquisies do Poder Pblico (obras, servios, compras). O art. 37, XXI, da Constituio Federal, determina que: XXI - ressalvados os casos especificados na legislao, as obras, servios, compras e alienaes sero contratados mediante processo de licitao pblica que assegure igualdade de condies a todos os concorrentes, com clusulas que estabeleam obrigaes de pagamento, mantidas as condies efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitir as exigncias de qualificao tcnica e econmica indispensveis garantia do cumprimento das obrigaes. A obrigatoriedade da licitao, decorrente do princpio da indisponibilidade do interesse pblico, visa garantir Administrao a proposta mais vantajosa, possibilitando que todos ofeream seus bens e servios aos rgos estatais. Busca-se, com isso, impedir conluios entre agentes pblicos e terceiros, que acarretam negcios desfavorveis para a Administrao, ou, ainda, favoritismos ou perseguies, que no se coadunam com o princpio da igualdade. Destaca-se, porm, que a Carta Magna permite que alguns casos excepcionais sofram ressalva na legislao. Como se trata de situaes excepcionais, as hipteses em que a licitao afastada compem um rol taxativo na legislao, em respeito ao carter finalstico da norma constitucional. 1.5. Responsabilidade Civil do Estado A responsabilidade do Estado extracontratual e de natureza civil. extracontratual porque no tem amparo em um contrato; civil porque consiste em uma obrigao de indenizar por um dano causado. A responsabilidade civil do Estado objetiva, o que quer dizer que este ter a obrigao de indenizar os danos que seus agentes, atuando nessa qualidade, Direito Constitucional 1» Fase - XXIV Exame da OAB Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale www.estrategiaoab.com.br Página 31 de 43 produzirem independentemente de terem agido com dolo ou culpa. exatamente isso o que dispe o art. 37, ¤ 6¼, CF/88: ¤ 6¼ - As pessoas jurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadoras de servios pblicos respondero pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsvel nos casos de dolo ou culpa. A regra da responsabilidade civil objetiva bastante abrangente, alcanando: as pessoas jurdicas de direito pblico (rgos pblicos, autarquias e fundaes de direito pblico). as pessoas jurdicas de direito privado prestadoras de servios pblicos (como exemplo, as empresas pblicas e as sociedades de economia mista prestadoras de servio pblico). Observe que a responsabilidade civil objetiva no alcana as empresas pblicas e sociedades de economia mista que exploram atividades econmicas. as pessoas jurdicas de direito privado que no integram a Administrao Pblica, mas que prestam servios pblicos. o caso das concessionrias e permissionrias
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