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Aula4 Apostila1 Z3396K082W

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Aula 04
Direito Constitucional p/ OAB 1ª Fase XXIV Exame - Com videoaulas 
Professores: Diego Cerqueira, Ricardo Vale
Direito Constitucional 
1» Fase - XXIV Exame da OAB 
Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 
 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale														www.estrategiaoab.com.br																								Página	1	de	43 
DIREITO	CONSTITUCIONAL	P/	
OAB	-	1ª	FASE	
XXIV	EXAME	DE	ORDEM	
 
Ol‡, meus amigos, tudo bem? 
Preparados para mais um encontro? O tema de hoje Ž ÒAdministra‹o 
PœblicaÓ. Confesso que a FGV n‹o tem o costume de cobrar esse tema, atŽ 
porque ele Ž melhor explorado em Direito Administrativo. Mas, vamos ao menos 
fazer um Òpente finoÓ dos pontos primordiais, combinado? 
Um abrao a todos e bons estudos! 
Diego e Ricardo 
 
 
 
Facebook do Prof. Diego Cerqueira: 
https://www.facebook.com/coachdiegocerqueira 
Periscope: @dcdiegocerqueira 
Instagram: @coachdiegocerqueira 
 
Facebook do Prof. Ricardo Vale: 
https://www.facebook.com/profricardovale 
Canal do YouTube do Ricardo Vale: 
https://www.youtube.com/channel/UC32LlMyS96biplI715yzS9Q 
Periscope do Prof. Ricardo Vale: @profricardovale 
SUMçRIO PçGINA 
1. Administra‹o Pœblica 2-7 
1.1. Princ’pios Expl’citos da Administra‹o Pœblica 2-7 
1.2. Princ’pios Impl’citos da Administra‹o Pœblica 7-11 
1.3. Agentes Pœblicos 11-30 
1.4. Obrigatoriedade de Licita‹o 30 
1.5. Responsabilidade Civil 31-32 
5 Ð Caderno de prova 38-43 
6 Ð Gabarito 43 
Direito Constitucional 
1» Fase - XXIV Exame da OAB 
Profs. Diego Cerqueira e Ricardo Vale - Aula 04 
 
 
 
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale														www.estrategiaoab.com.br																								Página	2	de	43 
	
1.	ADMINISTRAÇÃO	PÚBLICA	
1.1. Princ’pios Expl’citos da Administra‹o Pœblica 
A Administra‹o Pœblica, em todos os seus n’veis, dever‡ observar certos 
princ’pios constitucionais em sua atua‹o. Nas li›es do art. 37, CRFB/88, 
temos que: 
Art. 37. A administra‹o pœblica direta e indireta de 
qualquer dos Poderes da Uni‹o, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Munic’pios obedecer‡ aos princ’pios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficincia e, tambŽm, ao seguinte: (...) 
S‹o 5 (cinco) os princ’pios constitucionais da Administra‹o Pœblica: 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia. Esses 
princ’pios vinculam toda a Administra‹o Pœblica (seja a direta ou indireta), dos 
trs Poderes (Executivo, Legislativo e Judici‡rio) e de todas as esferas da 
federa‹o (Uni‹o, Estados, Distrito Federal e Munic’pios). 
 
 
 
 
 
a) Princ’pio da legalidade 
A legalidade Ž princ’pio essencial dentro de um Estado democr‡tico de direito, 
representando a submiss‹o do Estado ˆ lei. ƒ por meio da observ‰ncia das 
leis que se concretiza a vontade do povo e, assim, atendido o interesse 
pœblico. Ressalte-se que, ao falarmos em ÒleiÓ, n‹o estamos nos referindo 
apenas ˆ lei formal, elaborada pelo Poder Legislativo. Pelo princ’pio da 
legalidade, devem ser observar as normas em geral, inclusive os atos infralegais. 
A Administra‹o Pœblica somente pode fazer o que est‡ expressamente 
previsto em normas jur’dicas. Assim, a Administra‹o s— pode agir segundo 
a lei (Òsecundum legemÓ), jamais contra a lei (Òcontra legemÓ) ou alŽm da lei 
(Òpraeter legemÓ) com base apenas nos costumes. 
ÒLIMPE"
LEGALIDADE IMPESSOALIDADE MORALIDADE PUBLICIDADE EFICIæNCIA
Direito Constitucional 
1» Fase - XXIV Exame da OAB 
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Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale														www.estrategiaoab.com.br																								Página	3	de	43 
ƒ claro, ˆs vezes, as normas deixam certa liberdade de escolha para o 
administrador pœblico; dizemos que, nesse caso, h‡ discricionariedade da 
Administra‹o. Por exemplo, a concess‹o de licena a um servidor, para tratar 
de interesse particular, Ž discricionariedade da Administra‹o. 
 *J‡ para os particulares, o princ’pio da legalidade 
tem uma conota‹o diferente: a eles, Ž l’cito fazer 
tudo aquilo que a lei n‹o pro’be. Aqui, os 
particulares tm maior liberdade de atua‹o e s— 
n‹o podem fazer o que a lei lhes pro’be. 
b) Princ’pio da impessoalidade 
O princ’pio da impessoalidade Ž tambŽm conhecido como princ’pio da finalidade 
ou, ainda, princ’pio da isonomia. Para compreender o exato alcance desse 
princ’pio, Ž necess‡rio analis‡-lo em suas 4 (quatro) diferentes acep›es. 
Na primeira acep‹o, de finalidade, o princ’pio da impessoalidade traduz a ideia 
de que toda atua‹o da Administra‹o deve buscar a satisfa‹o do interesse 
pœblico. Quando um ato Ž praticado com objetivo diverso, Ž nulo, por desvio 
de finalidade. O administrador Ž mero executor do ato, que serve para 
manifestar a vontade do Estado. Pode-se dizer, portanto, que o princ’pio da 
impessoalidade decorre do princ’pio da supremacia do interesse pœblico. 
Segundo a doutrina, em sentido amplo, o princ’pio da impessoalidade busca o 
atendimento do interesse pœblico, enquanto em sentido estrito, visa a 
atender a finalidade espec’fica prevista em lei para o ato administrativo. 
Ressalta-se que, sempre que o ato administrativo satisfizer sua finalidade 
espec’fica, a finalidade em sentido amplo tambŽm ter‡ sido atendida. Nesse 
sentido, destaca-se a li‹o de Hely Lopes Meirelles: 
 
 
 
 
Na segunda acep‹o, o princ’pio da impessoalidade traz a ideia de veda‹o ˆ 
promo‹o pessoal. O agente pœblico n‹o pode utilizar as realiza›es da 
Administra‹o Pœblica para promo‹o pessoal. Olha s— art. 37, ¤ 1¼, da CF/88: 
¤ 1¼ - A publicidade dos atos, programas, obras, servios e 
campanhas dos —rg‹os pœblicos dever‡ ter car‡ter educativo, 
informativo ou de orienta‹o social, dela n‹o podendo constar 
Ò(É) o princ’pio da impessoalidade, referido na Constitui‹o de 
1988 (art. 37, ÒcaputÓ), nada mais Ž que o cl‡ssico princ’pio 
da finalidade, o qual imp›e ao administrador pœblico que s— 
pratique o ato para o seu fim legal. E o fim legal Ž unicamente 
aquele que a norma de direito indica expressa ou virtualmente 
como objetivo do ato, de forma impessoalÓ. 1 
Direito Constitucional 
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nomes, s’mbolos ou imagens que caracterizem promo‹o 
pessoal de autoridades ou servidores pœblicos. 
Uma terceira acep‹o do princ’pio da impessoalidade Ž aquela que o relaciona ˆ 
isonomia. ƒ o que se verifica na exigncia de concurso pœblico para o acesso 
aos cargos pœblicos. A oportunidade de se ter acesso a esses cargos Ž igual para 
todos. Outro exemplo dessa acep‹o do princ’pio da impessoalidade diz respeito 
ao pagamento das d’vidas do Estado, que dever‡ observar, em regra, a 
ordem cronol—gica de apresenta‹o dos precat—rios (art. 100, CF/88). 
Finalmente, a quarta acep‹o do princ’pio da impessoalidade Ž a que considera 
que os atos praticados pelo agente pœblico n‹o s‹o imput‡veis a ele, mas 
ao —rg‹o ou entidade em nome do qual ele age. A a‹o dos agentes Ž, 
portanto, impessoal. Essa regra Ž extra’da do art. 37, ¤ 6¼, da CF/88: 
¤ 6¼ - As pessoas jur’dicas de direito pœblico e as de direito privado 
prestadoras de servios pœblicos responder‹o pelos danos que seus 
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o 
direito de regresso contra o respons‡vel nos casos de dolo ou culpa. 
Destaca-se, ainda, que uma importante aplica‹o do princ’pio da impessoalidade 
diz respeito ˆ considera‹o dos atos praticados por agente de fato (putativo) 
como v‡lidos. Agente de fato Ž aquele indiv’duo que ingressa na 
Administra‹o Pœblica irregularmente. Devido ˆ teoria daaparncia (o 
agente parece ser servidor pœblico Òde direitoÓ), seus atos s‹o mantidos quando 
atingem terceiros de boa-fŽ, pois a Administra‹o Ž impessoal. 
Extrai-se tambŽm do art. 37, CF, alguns incisos importantes que se relacionam 
com o princ’pio da impessoalidade, a exemplo dos incisos I e II, que tratam da 
acessibilidade dos cargos e empregos pœblicos, de acordo com requisitos legais 
(e n‹o apenas pessoais), alŽm Ž claro a obrigatoriedade do procedimento 
licitat—rio de modo imparcial e impessoal nos termos da lei, regra que deve ser 
observ‰ncia obrigat—ria para as aquisi›es do Poder Pœblico (art. 37, XXI). 
c) Princ’pio da moralidade 
Imp›e aos agentes pœblicos a atua‹o Žtica e honesta na gest‹o da coisa 
pœblica. N‹o basta que o administrador pœblico atue segundo a Lei; ele deve agir 
segundo os princ’pios da probidade e boa fŽ. Assim, Ž perfeitamente poss’vel 
que um ato administrativo esteja em conformidade com a lei, mas contrarie o 
princ’pio da moralidade, podendo, ent‹o, ser anulado. Como instrumento de 
controle da moralidade administrativa, o art. 5¼, LXXIII, previu a a‹o 
popular, que pode ser proposta por qualquer cidad‹o: 
LXXIII - qualquer cidad‹o Ž parte leg’tima para propor a‹o popular 
que vise a anular ato lesivo ao patrim™nio pœblico ou de entidade de 
que o Estado participe, ˆ moralidade administrativa, ao meio 
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ambiente e ao patrim™nio hist—rico e cultural, ficando o autor, salvo 
comprovada m‡-fŽ, isento de custas judiciais e do ™nus da 
sucumbncia. 
O art. 37, ¤ 4¼, CF/88, por sua vez, prev a responsabiliza‹o por atos de 
improbidade administrativa. Os atos de improbidade administrativa poder‹o 
ensejar a suspens‹o dos direitos pol’ticos, a perda da fun‹o pœblica, a 
indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao Er‡rio. Tudo isso sem 
preju’zo da a‹o penal cab’vel, que tambŽm poder‡ ser proposta. 
 
Mnem™nico: ÒSUPER REIÓ 
 
 
 
 ƒ bastante comum assertivas como a seguinte: 
ÒAtos de improbidade administrativa importar‹o 
a perda da fun‹o pœblica e dos direitos pol’ticosÓ. 
ERRADA, pois a improbidade administrativa gera 
suspens‹o dos direitos pol’ticos. (art. 15, V, CF) 
d) Princ’pio da publicidade 
O princ’pio da publicidade deve ser analisado em duas acep›es diferentes: 
 Exigncia de publica‹o em —rg‹o oficial como requisito de efic‡cia 
dos atos administrativos gerais que devam produzir efeitos externos 
ou onerem o patrim™nio pœblico; 
 Exigncia de transparncia da Administra‹o em sua atua‹o, de 
forma a possibilitar o controle pelos administrados. 
Na primeira acep‹o, deve ficar claro que a Administra‹o tem a obriga‹o de 
tornar pœblicos os seus atos. A publicidade dos atos administrativos Ž 
requisito de efic‡cia dos atos administrativos gerais e de efeitos externos ou, 
ainda, daqueles que onerem o patrim™nio pœblico. Ex: Portaria: somente 
produzir‡ seus efeitos (ser‡ eficaz) ap—s a publica‹o no Di‡rio Oficial da Uni‹o. 
Na segunda acep‹o, a Administra‹o Pœblica tem a obriga‹o de dar 
conhecimento aos administrados (cidad‹os) da conduta interna de seus 
agentes. Segundo o art. 5¼, XXXIII, Òtodos os cidad‹os tm o direito de receber 
dos —rg‹os pœblicos informa›es de interesse particular, de interesse coletivo ou 
SU
SUspensão	dos	
direitos	políticos
PER
PERda	da	função	
pública
REI
REssarcimento	ao	
erário	+	
Indisponibilidade	
dos	bens	
Direito Constitucional 
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de interesse geral, que ser‹o prestadas no prazo da lei, sob pena de 
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescind’vel ˆ 
segurana da sociedade e do EstadoÓ. 
A partir da leitura do dispositivo supratranscrito, Ž poss’vel concluir que os 
—rg‹os pœblicos n‹o precisam fornecer aos cidad‹os toda e qualquer informa‹o 
de que disponham. As informa›es cujo sigilo seja imprescind’vel ˆ 
segurana da sociedade e do Estado n‹o precisam ser fornecidas. 
Cabe destacar, ainda, que somente com a publicidade dos atos administrativos 
Ž que se torna vi‡vel o exerc’cio do controle da Administra‹o, seja este controle 
realizado pelos pr—prios cidad‹os (controle social) ou pelos chamados —rg‹os de 
controle (CGU e TCU). 
Nesse sentido, o STF entendeu ser v‡lida a divulga‹o da remunera‹o 
bruta, cargos e fun›es titularizados por servidores pœblicos, bem como 
dos —rg‹os de sua formal lota‹o. Isso porque, sendo essas informa›es de 
interesse coletivo ou geral, est‹o expostas ˆ divulga‹o oficial. N‹o cabe, de 
acordo com a Corte: Òfalar de intimidade ou de vida privada nesse caso, pois os 
dados objeto da divulga‹o em causa dizem respeito a agentes pœblicos 
enquanto agentes pœblicos mesmos; ou, na linguagem da pr—pria Constitui‹o, 
agentes estatais agindo Ònessa qualidadeÓ (¤6¼ do art. 37)Ó. 1 
e) Princ’pio da eficincia 
O princ’pio da eficincia passou a estar expresso na Constitui‹o a partir da EC 
n¼ 19/98, que o introduziu com o objetivo de promover uma quebra de 
paradigma na Administra‹o Pœblica, substituindo a antiga administra‹o 
burocr‡tica pelo novo modelo: a administra‹o gerencial. A administra‹o 
gerencial tem nfase na obten‹o de resultados e na participa‹o do cidad‹o, 
que Ž visto como cliente dos servios pœblicos. 
O art. 37, CF/88 imp›e verdadeiro dever de eficincia ˆ Administra‹o Pœblica. 
N‹o basta que os agentes pœblicos atuem em conformidade com os ditames da 
legalidade. ƒ necess‡rio que sua desempenhem suas atribui›es da melhor 
forma poss’vel, a fim de obter os melhores resultados. Busca-se a melhoria da 
qualidade dos servios pœblicos e a racionalidade dos gastos pœblicos. A 
Administra‹o deve observar o princ’pio da economicidade, que determina 
que seja avaliado o custo versus benef’cio dos gastos. 
O princ’pio da eficincia se manifesta em diversos dispositivos constitucionais: 
 O art. 41, ¤ 4¼, estabelece que a avalia‹o especial de desempenho 
por comiss‹o institu’da com essa finalidade Ž condi‹o para 
aquisi‹o de estabilidade por servidor pœblico. 
 
1	Pleno, SS 3902 AgR-segundo / SP - SÌO PAULO, Rel. Min. Ayres Britto, j. 09.06.2011, DJe-189 DIVULG 30-09-2011 PUBLIC 
03-10-2011. 	
Direito Constitucional 
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 O art. 41, ¤ 1¼, III, estabelece a possibilidade de perda do cargo por 
servidor pœblico mediante procedimento de avalia‹o peri—dica de 
desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla 
defesa. 
 O art. 37, ¤ 8¼, estabelece a possibilidade de que a Administra‹o 
Pœblica celebre contratos de gest‹o com —rg‹os e entidades da 
administra‹o direta e indireta, fixando metas de desempenho para 
o —rg‹o ou entidade. 
 O art. 37, ¤ 3¼, prev que a lei disciplinar‡ as formas de participa‹o 
do usu‡rio na administra‹o pœblica direta e indireta. Esse 
dispositivo busca promover a gest‹o participativa. 
 O art. 39, ¤ 2¼, disp›e que a Uni‹o, os Estados e o Distrito Federal 
manter‹o escolas de governo para a forma‹o e o aperfeioamento 
dos servidores pœblicos, constituindo-se a participa‹o nos cursos 
um dos requisitos para a promo‹o na carreira, facultada, para isso, 
a celebra‹o de convnios ou contratos entre os entes federados. 
 O art. 39, ¤ 7¼,estabelece que Òlei da Uni‹o, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Munic’pios disciplinar‡ a aplica‹o de recursos 
orament‡rios provenientes da economia com despesas correntes 
em cada —rg‹o, autarquia e funda‹o, para aplica‹o no 
desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, 
treinamento e desenvolvimento, moderniza‹o, reaparelhamento e 
racionaliza‹o do servio pœblico, inclusive sob a forma de adicional 
ou prmio de produtividade.Ó Essa Ž a previs‹o de adicional ou 
prmio de produtividade, como forma de estimular a excelncia no 
servio pœblico e dar concretude ao princ’pio da eficincia. 
 O art. 70, caput, prev que o controle da Administra‹o Pœblica 
dever‡, dentre outros par‰metros, observar a economicidade. 
 
1.2. Princ’pios Impl’citos da Administra‹o Pœblica 
AlŽm dos princ’pios expl’citos no texto constitucional, h‡ tambŽm em nosso 
ordenamento jur’dico os princ’pios impl’citos da Administra‹o Pœblica. Para 
prova de Constitucional, basta sabermos o seguinte: 
a) Controle judicial dos atos administrativos: No Brasil, adota-se o sistema 
ingls de jurisdi‹o œnica, no qual o Poder Judici‡rio pode efetuar o controle 
dos atos administrativos. Decorre do princ’pio da inafastabilidade de jurisdi‹o, 
segundo o qual Òa lei n‹o excluir‡ da aprecia‹o do Poder Judici‡rio les‹o ou 
ameaa a direitoÓ (art. 5¼, XXXV). 
b) Princ’pio da autotutela: Segundo esse princ’pio, a Administra‹o Pœblica 
tem competncia para controlar seus pr—prios atos, anulando-os (quando 
ilegais) ou revogando-os (convenincia e oportunidade). Nesse sentido, a 
Sœmula n¼ 473 do STF, disp›e que: 
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c) Presun‹o da segurana jur’dica: Trata-se de princ’pio impl’cito que 
encontra previs‹o no art. 2¼ da Lei n¼ 9.784/99. Esse princ’pio imp›e que as 
normas sejam interpretadas de forma a garantir o atendimento do fim pœblico a 
que se dirigem, vedada a aplica‹o retroativa de nova interpreta‹o. 
d) Princ’pio da motiva‹o: Um dos requisitos dos atos administrativos Ž o 
motivo, que Ž a situa‹o de fato ou de direito que autoriza a edi‹o do ato. A 
motiva‹o consiste na declara‹o dos motivos que fundamentaram o ato. 
e) Princ’pio da razoabilidade e da proporcionalidade: Os princ’pios da 
razoabilidade e da proporcionalidade est‹o intimamente relacionados. A doutrina 
majorit‡ria considera, inclusive, que o princ’pio da proporcionalidade est‡ 
contido no princ’pio da razoabilidade. 
O princ’pio da proporcionalidade consiste na adequa‹o entre os meios e os 
fins almejados; caso o ato administrativo n‹o respeite essa rela‹o, ser‡ 
desproporcional e, portanto, pass’vel de invalida‹o pelo Poder Judici‡rio. 
O princ’pio da razoabilidade possui trs aspectos: i) adequa‹o; ii) necessidade 
e; iii) proporcionalidade em sentido estrito. Assim, esses trs aspectos devem 
ser observados para a aferi‹o da razoabilidade de um determinado ato. 
A adequa‹o consiste em observar se o meio escolhido Ž o mais adequado para 
se alcanar o fim perseguido. A necessidade, por sua vez, consiste em analisar 
se o meio utilizado Ž o melhor ou menos oneroso para alcanar o objetivo do 
ato. Por œltimo, a proporcionalidade, conforme j‡ comentamos, Ž a aferi‹o 
da rela‹o entre os meios e os fins almejados. 
f) Princ’pio da continuidade do servio pœblico: Os servios pœblicos n‹o 
podem sofrer solu‹o de continuidade, isto Ž, n‹o podem ser paralisados. ƒ em 
raz‹o desse princ’pio que podem ser impostas restri›es ao direito de greve dos 
servidores pœblicos (art. 37, VII). Recorde-se que o direito de greve dos 
servidores pœblicos Ž norma constitucional de efic‡cia limitada. 
 
 
 
 
1.! (FGV/PREFEITURA NITEROI Ð 2015) De acordo com o texto 
Constitucional, sem preju’zo da a‹o penal cab’vel, os atos de 
improbidade administrativa importar‹o, na forma e grada‹o previstas 
em lei: 
ÒA Administra‹o pode anular seus pr—prios atos, quando
eivados de v’cios que os tornam ilegais, porque deles
n‹o se originam direitos; ou revog‡-los, por motivo de
convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
aprecia‹o judicial.Ó
Direito Constitucional 
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a) a cassa‹o dos direitos pol’ticos, a suspens‹o da fun‹o pœblica, o arresto dos 
bens e a devolu‹o em dobro do valor do dano ao er‡rio; 
b) a multa civil, a proibi‹o de contratar com o poder pœblico, o ressarcimento ao 
er‡rio e a cassa‹o dos direitos pol’ticos; 
c) a suspens‹o dos direitos pol’ticos, a perda da fun‹o pœblica, a indisponibilidade 
dos bens e o ressarcimento ao er‡rio; 
d) a inelegibilidade, a suspens‹o do cadastro de pessoa f’sica ou do cadastro 
nacional de pessoa jur’dica e o ressarcimento ao er‡rio; 
e) a devolu‹o em dobro do valor do dano ao er‡rio, a suspens‹o dos direitos 
administrativos e o sequestro dos bens adquiridos ilicitamente. 
Coment‡rios: 
Quest‹o tranquila, meus amigos. Acabamos de ver no estudo da parte te—rica. 
Trata-se da literalidade do art. 37, ¤ 4¼, CF. Os atos de improbidade 
administrativa importar‹o a suspens‹o dos direitos pol’ticos, a perda da fun‹o 
pœblica, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao er‡rio, na forma e 
grada‹o previstas em lei, sem preju’zo da a‹o penal cab’vel. Gabarito letra C. 
 
2.! (FGV/TCM-SP Ð 2015) Membros da comiss‹o permanente de 
licita‹o de determinado Munic’pio fraudaram um certame, para 
favorecer sociedade empres‡ria cujo s—cio administrador Ž amigo ’ntimo 
de um dos membros da citada comiss‹o. No caso em tela, os agentes 
pœblicos envolvidos afrontaram diretamente o princ’pio administrativo 
expresso no art. 37, caput, da Constitui‹o da Repœblica. Trata-se do 
princ’pio da: 
a) Razoabilidade 
b) Competitividade 
c) Economicidade 
d) Isonomia 
e) Impessoalidade 
Coment‡rios: 
Mais uma quest‹o simples. ƒ o princ’pio da impessoalidade que est‡ expresso no 
art. 37, CF. Bastava saber o mnem™mico ÒLIMPEÓ (rs). Vejam, meus amigos, que 
a FGV sempre cobra nas provas de Constitucional uma quest‹ozinha sobre 
princ’pios. Fundamental levar esse artigo para prova! Gabarito letra E. 
 
3.! (FGV/FUNARTE Ð 2014) A administra‹o pœblica direta e indireta de 
qualquer dos Poderes da Uni‹o, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Munic’pios deve obedecer aos seguintes princ’pios expressos no Art. 37, da 
Constitui‹o da Repœblica Federativa do Brasil de 1988: 
a) formalidade, isonomia, competitividade, razoabilidade e efic‡cia; 
b) produtividade, razoabilidade, celeridade, publicidade e efic‡cia; 
c) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia; 
d) formalidade, igualdade, pessoalidade, moralidade e eficincia; 
e) igualdade, pessoalidade, legalidade, produtividade e publicidade. 
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Coment‡rios: 
Os princ’pios expressos da Administra‹o Pœblica est‹o previstos no ÒcaputÓ do 
art. 37 da Constitui‹o. S‹o eles: a legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficincia. A letra C Ž o gabarito da quest‹o. 
 
4.! (FGV/SUDENE Ð 2013) Quanto aos princ’pios constitucionais relativos 
ˆ Administra‹o Pœblica, analise as afirmativas a seguir e assinale V para 
a verdadeira e F para a falsa. 
( )A Constitui‹o estabelece que a Administra‹o Pœblica obedecer‡ aos princ’pios 
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia. 
( ) A obedincia ao princ’pio da eficincia pelos —rg‹os da Administra‹o Pœblica, 
por ter sido o œltimo princ’pio acrescentado ˆ Constitui‹o Federal, Ž facultativa. 
( ) O princ’pio da eficincia est‡ voltado para a a‹o id™nea, a a‹o econ™mica e a 
a‹o satisfat—ria na Administra‹o Pœblica. 
As afirmativas s‹o respectivamente: 
a) V, F e V. 
b) V, V e F. 
c) F, V e F. 
d) V, F e F. 
e) F, F e V. 
Coment‡rios: 
A primeira assertiva Ž verdadeira. S‹o esses os princ’pios expressos da 
Administra‹o Pœblica, previstos no ÒcaputÓ do art. 37 da Constitui‹o. 
A segunda assertiva Ž falsa. A obedincia ao princ’pio da eficincia Ž obrigat—ria. 
A terceira assertiva Ž verdadeira. De fato, esses s‹o objetivos do princ’pio da 
eficincia. 
O gabarito Ž a letra A. 
 
5.! (FGV / MEC Ð 2009) A Constitui‹o da Repœblica Federativa do Brasil, 
ao dispor sobre a Administra‹o Pœblica, estabeleceu o respeito a 
determinados princ’pios. Assinale a alternativa que apresenta todos os 
princ’pios mencionados no art. 37, da Constitui‹o. 
a) Legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade. 
b) Moralidade, disponibilidade da a‹o penal pœblica e legalidade. 
c) Impessoalidade, eficincia, legalidade, publicidade e moralidade. 
d) Liberdade, igualdade e fraternidade. 
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e)Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficincia, alternatividade e 
irretroatividade. 
Coment‡rios: 
Os princ’pios da Administra‹o Pœblica que est‹o expl’citos no art. 37 s‹o a 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia. A resposta Ž, 
portanto, a letra C. 
 
6.! (FGV/INƒDITA Ð 2017) A administra‹o pœblica direta e indireta de 
qualquer dos Poderes da Uni‹o tambŽm obedecer‡ aos princ’pios 
Constitucionais impl’citos, dentre eles: 
a) legalidade, impessoalidade, autotutela 
b) impessoalidade, publicidade, eficincia 
c) motiva‹o, legalidade, moralidade 
d) autotutela, motiva‹o, razoabilidade 
e) eficincia, legalidade, segurana jur’dica 
Coment‡rios: 
Como trabalhamos em aula, dentre alguns dos princ’pios impl’citos da 
Administra‹o Pœblica (aqueles n‹o contidos expressamente no art. 37, CF), 
temos o princ’pio da segurana jur’dica, da motiva‹o, da autotutela e da 
razoabilidade. Gabarito Ž a letra D. 
 
1.3. Agentes Pœblicos 
1.3.1- Acesso aos cargos, empregos e fun›es pœblicas 
Segundo o art. 37, inciso I, CF/88, Òos cargos, empregos e fun›es pœblicas s‹o 
acess’veis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, 
assim como aos estrangeiros, na forma da leiÓ. 
Os brasileiros, para que possam ter acesso aos cargos, empregos e 
fun›es pœblicas, devem cumprir os requisitos definidos em lei. Assim, 
somente a lei Ž que pode definir os requisitos para acesso a cargos pœblicos. E, 
aqui, o Supremo j‡ se manifestou v‡rias vezes seguindo esse entendimento: 
a) Sœmula Vinculante n¼ 44 (STF): "S— por lei se pode sujeitar a exame 
psicotŽcnico a habilita‹o de candidato a cargo pœblico." Em outras palavras, 
um edital de concurso pœblico s— pode trazer a exigncia de exame 
psicotŽcnico se a lei que criou o cargo assim o tiver estabelecido. 
b) Sœmula n¼ 14 (STF): ÒN‹o Ž admiss’vel, por ato administrativo, 
restringir, em raz‹o da idade, inscri‹o em concurso para cargo pœblico." 
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c) ÒA exigncia de experincia profissional prevista apenas em edital importa 
em ofensa constitucional.Ó2 
d) ÒA fixa‹o do limite de idade via edital n‹o tem o cond‹o de suprir a 
exigncia constitucional de que tal requisito seja estabelecido por lei.Ó3. 
e) Sœmula n¼. 683 (STF): ÒO limite de idade para a inscri‹o em concurso 
pœblico s— se legitima em face do art. 7¼, XXX, da Constitui‹o, quando possa 
ser justificado pela natureza das atribui›es do cargo a ser preenchidoÓ. 
(Inclusive foi objeto do XXII Exame de Ordem). 
f) ÒEditais de concurso pœblico n‹o podem estabelecer restri‹o a pessoas 
com tatuagem, salvo situa›es excepcionais em raz‹o de conteœdo que viole 
valores constitucionaisÓ4
 
 
Um detalhe. Os estrangeiros tambŽm podem ter acesso a cargos, empregos 
e fun›es pœblicas, mas somente quando a lei assim o autorizar. H‡ necessidade 
de que exista uma lei definindo essas hip—teses. 
Destaca-se que essa lei n‹o poder‡ estabelecer distin›es arbitr‡rias e 
abusivas, privilegiando determinados estrangeiros em detrimento de outros, 
em fun‹o do pa’s de origem. Ressalta-se, ainda, que essa previs‹o 
constitucional se aplica igualmente aos estrangeiros residentes ou n‹o no pa’s, 
permitindo, por exemplo, que, ap—s a edi‹o da referida lei, estes tenham acesso 
a cargos, empregos ou fun›es pœblicas em reparti›es brasileiras no exterior. 
Percebe-se, dessa maneira, que o acesso de brasileiros a cargos pœblicos Ž 
norma de efic‡cia contida. Todos os brasileiros tm direito a ocupar cargos 
pœblicos, podendo a lei estabelecer requisitos, restringindo esse acesso. Por 
outro lado, o acesso de estrangeiros a cargos pœblicos Ž norma de efic‡cia 
limitada. Assim, para que estrangeiros possam ocupar cargos na 
Administra‹o, ser‡ necess‡ria a edi‹o de lei autorizadora. 
 
 
 
 
 
1.3.2. Concurso Pœblico 
O art. 37, inciso II, CF/88, disp›e que Òa investidura em cargo ou emprego 
pœblico depende de aprova‹o prŽvia em concurso pœblico de provas ou de 
 
2 RE 558.833-AgR. Rel. Min. Ellen Gracie. Julgamento em 08.09.2009. 
3 RE 559.823-AgR. Rel. Min. Joaquim Barbosa. Julgamento em 27.11.2007. 
4
 RE 898450/SP, Rel. Min. Luiz Fux, 17.8.2016. 
ACESSO	AOS	CARGOS	
PÚBLICOS
BRASILEIROS:	DEVEM	
CUMPRIR	REQUISITOS	
LEGAIS
ESTRANGEIROS:	É	
NECESSÁRIO	LEI	
AUTORIZADORA
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provas e t’tulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou 
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomea›es para cargo 
em comiss‹o declarado em lei de livre nomea‹o e exonera‹oÓ. 
Desse dispositivo, podemos extrair v‡rias regras importantes: 
a) O acesso aos cargos e empregos pœblicos depende de prŽvia 
aprova‹o em concurso pœblico. Nesse sentido, o STF editou a Sœmula 
Vinculante n¼ 43, que diz: Ҏ inconstitucional toda modalidade de 
provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prŽvia aprova‹o em 
concurso pœblico destinado ao seu provimento, em cargo que n‹o integra 
a carreira na qual anteriormente investidoÓ. 
b) O concurso pœblico deve ser de provas ou de provas e t’tulos. Desse 
modo, n‹o se admite a realiza‹o de concurso pœblico com base 
unicamente em avalia‹o de t’tulos. 
c) A exigncia de concurso pœblico vale para o provimento de cargos e 
empregos na administra‹o pœblica direta e indireta, inclusive para 
empregos em sociedades de economia mista e empresas pœblica. 
d) A exigncia de concurso pœblico s— vale para o provimento de cargos 
efetivos. Os cargos em comiss‹o independem de concurso pœblico. 
A defini‹o do prazo de validade do concurso Ž definida pelo edital. Segundo 
oart. 37, III, CF/88, o prazo de validade ser‡ de atŽ 2 (dois) anos, prorrog‡vel 
uma vez por igual per’odo. A contagem do prazo de validade Ž feita a partir da 
homologa‹o, que Ž o ato administrativo que atesta a conclus‹o do concurso 
pœblico. Dentro do prazo de validade do concurso Ž que poder‹o ser nomeados 
ou contratados os aprovados. 
H‡ vasta jurisprudncia do STF acerca do tema Òconcursos pœblicosÓ. Mas, para 
fins de prova em Constitucional, peo aten‹o especial para 02 entendimentos: 
a) Segundo o STF, a aprova‹o em concurso dentro do nœmero de 
vagas previsto no edital garante direito subjetivo do candidato ˆ 
nomea‹o5. Se o edital prev 30 vagas para o cargo de Procurador, os 30 
primeiros colocados ter‹o direito subjetivo a serem nomeados. Em outras 
palavras, a Administra‹o n‹o poder‡ deixar de nome‡-los. 
ÒE pode a Administra‹o nomear um candidato fora da ordem de 
classifica‹o? Nomear o 26¼ antes do 1¼, por exemplo?Ó 
N‹o pode. A Administra‹o dever‡ nomear os candidatos aprovados 
observando a ordem de classifica‹o. Mas isso j‡ aconteceu no passado... 
Tanto Ž que o STF chegou a editar a Sœmula n¼ 15 para evitar que algum 
candidato melhor classificado fosse preterido: ÒDentro do prazo de 
 
5 RE 598.099. Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgamento em 10.08.2011. 
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validade do concurso, o candidato aprovado tem o direito ˆ 
nomea‹o, quando o cargo for preenchido sem observ‰ncia da 
classifica‹oÓ. Assim, se o 15¼ colocado de um concurso for nomeado, 
por —bvio, todos aqueles que est‹o ˆ sua frente tambŽm o dever‹o ser. 
O STF tambŽm deixou consignado que Ž poss’vel que, em situa‹o 
excepcional’ssima, a Administra‹o deixe de nomear os candidatos 
aprovados dentro do nœmero de vagas. No entanto, essa situa‹o dever‡ 
ser caracterizada pela supervenincia, imprevisibilidade e gravidade. 
b) Outro Ponto. Decis‹o fresquinha Òsaindo do fornoÓ. No final de 2015, o 
STF no curso no RE 837.311 fixou a tese de repercuss‹o geral sobre 
nomea‹o de candidatos fora das vagas de edital antes da 
convoca‹o dos aprovados em concurso posterior. Estabeleceu-se, 
ent‹o, que: 
 ÒO surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para 
o mesmo cargo, durante o prazo de validade do certame anterior, 
n‹o gera automaticamente o direito ˆ nomea‹o dos candidatos 
aprovados fora das vagas previstas no edital, ressalvadas as 
hip—teses de preteri‹o arbitr‡ria e imotivada por parte da 
administra‹o, caracterizada por comportamento t‡cito ou expresso 
do Poder Pœblico capaz de revelar a inequ’voca necessidade de 
nomea‹o do aprovado durante o per’odo de validade do certame, 
a ser demonstrada de forma cabal pelo candidatoÓ. 
Percebam que n‹o basta apenas o surgimento de novas vagas ou abertura de 
novo concurso. ƒ preciso que haja preteri‹o de candidato por parte da 
administra‹o. E essa preteri‹o deve ser arbitr‡ria e imotivada, caracterizada 
por comportamento t‡cito ou expresso do Poder Pœblico capaz de revelar a 
inequ’voca necessidade de nomea‹o do aprovado durante o per’odo de validade 
do certame, a ser demonstrada de forma cabal. 
Portanto, pessoal, importante ficar atento a esse novo posicionamento do STF, 
pois de acordo com o Supremo, o direito subjetivo ˆ nomea‹o do candidato 
aprovado surgir‡ quando ocorrer as seguintes condi›es: 
 Quando a aprova‹o ocorrer dentro do nœmero de vagas do edital; 
 Quando houver preteri‹o na nomea‹o por n‹o observ‰ncia da ordem 
de classifica‹o; 
 Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante 
a validade do certame anterior, e ocorrer a preteri‹o de candidatos 
de forma arbitr‡ria e imotivada por parte da administra‹o. 
Continuando o estudo do tema dos concursos pœblicos. Vejamos o que disp›e o 
art. 37, IV, CF/88: 
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IV - durante o prazo improrrog‡vel previsto no edital de convoca‹o, 
aquele aprovado em concurso pœblico de provas ou de provas e 
t’tulos ser‡ convocado com prioridade sobre novos concursados para 
assumir cargo ou emprego, na carreira; 
H‡ muita confus‹o quanto ao significado do termo Òprazo improrrog‡velÓ. Ora, 
sabemos que o prazo de validade do concurso pœblico Ž de atŽ 2 anos, 
prorrog‡vel uma vez por igual per’odo. Devemos considerar que findo esse 
per’odo Ž que o prazo se torna improrrog‡vel. 
A CF/88 n‹o impede que, no prazo de validade de um concurso, a Administra‹o 
realize novo concurso para o mesmo cargo. No entanto, o art. 37, IV, estabelece 
a prioridade de nomea‹o para os aprovados no concurso anterior sobre 
os novos aprovados. 
O art. 37, VIII, CF/88, assegura um percentual dos cargos e empregos pœblicos 
para portadores de deficincia: 
VIII - a lei reservar‡ percentual dos cargos e empregos pœblicos 
para as pessoas portadoras de deficincia e definir‡ os critŽrios de 
sua admiss‹o; 
Note que Ž a lei que definir‡ os critŽrios de admiss‹o das pessoas 
portadoras de deficincia, jamais o administrador pœblico. TambŽm Ž 
importante ressaltar que, de acordo com as atribui›es do cargo, esta poder‡ 
prever que n‹o haver‡ reserva de vagas a essas pessoas. Nesse sentido, a Lei 
8.112/90 prev, em seu art. 5¼, ¤ 2¼, que: 
¤ 2¼ Ës pessoas portadoras de deficincia Ž assegurado o direito de 
se inscrever em concurso pœblico para provimento de cargo cujas 
atribui›es sejam compat’veis com a deficincia de que s‹o 
portadoras; para tais pessoas ser‹o reservadas atŽ 20% (vinte por 
cento) das vagas oferecidas no concurso. 
Ainda na an‡lise do art. 37 da CF/88, determina o texto constitucional que: 
IX - a lei estabelecer‡ os casos de contrata‹o por tempo 
determinado para atender a necessidade tempor‡ria de excepcional 
interesse pœblico; 
Esse dispositivo prev a contrata‹o de pessoal sem concurso pœblico, por 
tempo determinado. Esse pessoal n‹o ocupa cargo pœblico, n‹o est‡ sujeito 
ao regime estatut‡rio a que se submetem os servidores pœblicos titulares de 
cargo efetivo e em comiss‹o. Em outras palavras, n‹o est‹o sujeitos ˆ Lei n¼ 
8.112/90. TambŽm n‹o est‹o sujeitos ˆ Consolida‹o das Leis do Trabalho 
(CLT), a n‹o ser nos termos em que a lei espec’fica que os rege define. 
Direito Constitucional 
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Agora, esses agentes pœblicos possuem um estatuto de regncia, que define seu 
regime jur’dico. Exercem fun‹o pœblica remunerada tempor‡ria, tendo 
v’nculo jur’dico-administrativo com a Administra‹o Pœblica. Sujeitam-se ao 
regime geral de previdncia social (RGPS) e suas lides com o Poder Pœblico 
contratante s‹o de competncia da Justia comum, federal ou estadual (ou do 
Distrito Federal), conforme o caso. 
Para a utiliza‹o do instituto da contrata‹o tempor‡ria, temos: 
 
 
 
A lei mencionada como requisito ser‡ editada pela entidade contratadora, 
podendo ser federal, estadual, distrital ou municipal, conforme a respectiva 
competncia constitucional. Contudo, n‹o ser‡ poss’vel, segundo o STF, a 
contrata‹o tempor‡ria por lei que fixe Òhip—teses abrangentes e genŽricas 
de contrata‹o, sem definir qual a contingncia f‡tica emergencial apta a 
ensej‡-laÓ, bem como para Òo exerc’cio de servios t’picos de carreira e de 
cargos permanentes deEstado, sem concurso ou motiva‹o de excepcional 
relev‰nciaÓ que o justifique (STF, Pleno, ADI 3116/AP, decis‹o 14.02.2011). 
3.3. Cargos em comiss‹o e fun›es de confiana 
No art. 37, inciso V, a Carta da Repœblica trata das fun›es de confiana e dos 
cargos em comiss‹o: 
V - as fun›es de confiana, exercidas exclusivamente por 
servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comiss‹o, a 
serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condi›es 
e percentuais m’nimos previstos em lei, destinam-se apenas ˆs 
atribui›es de dire‹o, chefia e assessoramento; 
ƒ importante que voc n‹o confunda cargos em comiss‹o com fun›es de 
confiana. S‹o coisas diferentes. 
As fun›es de confiana s‹o exercidas exclusivamente por servidores 
ocupantes de cargo efetivo, regra introduzida pela EC n¼ 19/98. Os cargos 
em comiss‹o, por sua vez, s‹o de livre nomea‹o e exonera‹o. Todavia, 
existe previs‹o em lei de um percentual m’nimo dos cargos em comiss‹o que 
devem ser ocupados por servidores de carreira. 
Tanto os cargos em comiss‹o quanto as fun›es de confiana destinam-se 
apenas ˆs atribui›es de dire‹o, chefia e assessoramento. Nesse sentido, 
03 
requisitos:
Excepcional interesse pœblico
Temporariedade da contrata‹o
Hip—teses expressamente previstas em lei
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o STF j‡ declarou a inconstitucionalidade de lei estadual que criou cargos em 
comiss‹o com atribui›es de natureza tŽcnica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em rela‹o ˆs nomea›es para cargos em comiss‹o, importante trazer o 
entendimento do STF sobre o nepotismo. A Corte considera ofensiva essa 
pr‡tica, vedando inclusive o Ònepotismo cruzadoÓ, que ocorre quando dois 
agentes pœblicos nomeiam parentes um do outro, para mascarar a contrata‹o. 
O STF entende que a pr‡tica do nepotismo ofende os princ’pios da 
moralidade e da impessoalidade, devendo a veda‹o a esta pr‡tica ser 
observada por todos os Poderes da Repœblica e por todos os entes da Federa‹o, 
independentemente de lei formal. Olha s— Sœmula Vinculante no 13 do STF: 
 ÒA nomea‹o de c™njuge, companheiro ou parente em linha 
reta, colateral ou por afinidade, atŽ o terceiro grau, 
inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da 
mesma pessoa jur’dica, investido em cargo de dire‹o, 
chefia ou assessoramento, para o exerc’cio de cargo em 
comiss‹o ou de confiana, ou, ainda, de fun‹o gratificada 
na administra‹o pœblica direta e indireta, em qualquer dos 
poderes da Uni‹o, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Munic’pios, compreendido o ajuste mediante designa›es 
rec’procas, viola a Constitui‹o Federal.Ó 
Detalhe, pessoal. Vale destacar que a veda‹o ao nepotismo n‹o alcana a 
nomea‹o para cargos pol’ticos. Ex: Um Governador de um Estado pode 
nomear seu irm‹o para o cargo de secret‡rio estadual. 
 
 
Funções	de	confiança	
e	cargos	em	comissão
Destinam-se	
exclusivamente	às	
atribuições	de	direção,	
chefia	e	
assessoramento.
Funções	de	confiança
Ocupadas	
exclusivamente	por	
servidores	ocupantes	de	
cargo	efetivo
Cargos	em	comissão
Podem	ser	preenchidos	
por	pessoas	com	ingresso	
sem	concurso	público.	
Entretanto,	a	Lei	deve	
estabelecer	percentuais	
mínimo	de	vagas	a	serem	
preenchidas	por	
servidores	de	carreira,	
que	ingressaram	no	
serviço	público	mediante	
concurso
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Todavia, importante destacar que em 2016 o Supremo Tribunal Federal firmou 
uma nova posi‹o de que ÒNomea‹o para cargo pol’tico n‹o afasta (por 
si s—) aplica‹o da sœmula sobre nepotismoÓ. A an‡lise deve ser caso a 
caso. Tanto que cita atŽ a possibilidade de verificar a eventual ocorrncia de 
Ònepotismo cruzadoÓ ou outra modalidade de fraude ˆ lei e descumprimento dos 
princ’pios administrativos. 
ÒNessa seara, tem-se que a nomea‹o de agente para exerc’cio 
de cargo na administra‹o pœblica, em qualquer n’vel, fundada 
apenas e t‹o somente no grau de parentesco com a autoridade 
nomeante, sem levar em conta a capacidade tŽcnica para o seu 
desempenho de forma eficiente, alŽm de violar o interesse 
pœblico, mostra-se contr‡ria ao princ’pio republicanoÓ. 
Para a Corte, Ž importante observar se o agente nomeado possui a 
qualifica‹o tŽcnica necess‡ria ao seu desempenho e se n‹o h‡ nada 
que desabone sua conduta. 
1.3.4. Direitos Sociais dos servidores pœblicos 
Nesse t—pico, estudaremos sobre os direitos sociais dos servidores pœblicos. 
Inicialmente, comentamos sobre o direito ˆ associa‹o sindical, o qual Ž 
assegurado pelo art. 37, VI, CF/88: 
VI - Ž garantido ao servidor pœblico civil o direito ˆ livre associa‹o 
sindical 
O servidor pœblico tem, portanto, o poder de se associar a um sindicato. 
Entretanto, destaca-se que a Sœmula 679 do STF pro’be a conven‹o coletiva 
para fixa‹o de vencimentos dos servidores pœblicos. Destaca-se, ainda, 
que aos militares s‹o vedadas a sindicaliza‹o e a greve (art. 142, IV, CF), 
sem exce‹o. 
Os servidores pœblicos civis tambŽm tm o direito de greve (art.37, VII): 
VII - o direito de greve ser‡ exercido nos termos e nos limites 
estabelecidos em lei espec’fica. 
Observe que, ao contr‡rio do direito ˆ associa‹o sindical, que Ž uma norma 
constitucional de efic‡cia plena, o direito de greve do servidor pœblico Ž uma 
norma constitucional de efic‡cia limitada. Em tese, Ž necess‡ria uma lei 
para que os servidores pœblicos possam usufruir do direito de greve. 
Como tal lei ainda n‹o foi editada, o STF, no julgamento de trs mandados de 
injun‹o, adotando a posi‹o concretista geral, determinou a aplica‹o ao 
setor pœblico, no que couber, da lei de greve vigente no setor privado 
(Lei no 7.783/1989) atŽ a edi‹o da lei regulamentadora. 
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Destaca-se, porŽm, que a Corte decidiu pela inaplicabilidade do direito de 
greve a determinados servidores pœblicos, como, por exemplo, ˆs foras 
policiais, devido ˆ ’ndole de sua atividade. Segundo o Pret—rio Excelso: 
 
 
 
 
Uma outra novidade em rela‹o ao direito de greve e que agora em outubro de 
2016, o Plen‡rio do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 693456, 
com repercuss‹o geral reconhecida, acabou decidindo que a administra‹o 
pœblica deve fazer o corte do ponto dos grevistas, mas admitiu a 
possibilidade de compensa‹o dos dias parados mediante acordo. TambŽm foi 
decidido que o desconto n‹o poder‡ ser feito caso o movimento grevista 
tenha sido motivado por conduta il’cita do pr—prio Poder Pœblico. 
Vejamos: 
 
 
"A administra‹o pœblica deve proceder ao desconto dos dias de 
paralisa‹o decorrentes do exerc’cio do direito de greve pelos 
servidores pœblicos, em virtude da suspens‹o do v’nculo funcional que dela 
decorre, permitida a compensa‹o em caso de acordo. O desconto ser‡, 
contudo, incab’vel se ficar demonstrado que a greve foi provocada por 
conduta il’cita do Poder Pœblico". !
 
1.3.5. Remunera‹o dos servidores pœblicos 
O artigo 37, inciso X, CF/88 estabelece o seguinte sobre a remunera‹o dos 
servidores pœblicos: 
X - a remunera‹o dos servidores pœblicos e o subs’dio de 
que trata o ¤ 4¼ do art. 39 somente poder‹o ser fixados 
ou alterados por lei espec’fica, observadaa iniciativa 
privativa em cada caso, assegurada revis‹o geral anual, 
sempre na mesma data e sem distin‹o de ’ndices; 
A remunera‹o dos servidores pœblicos pode se dar por meio de subs’dios, 
vencimentos ou sal‡rios. A primeira delas, o subs’dio, Ž uma forma de 
remunera‹o fixada em parcela œnica, sem acrŽscimo de qualquer 
servidores pœblicos que exercem atividades relacionadas ˆ
manuten‹o da ordem pœblica e ˆ segurana pœblica, ˆ
administra‹o da Justia Ð a’ os integrados nas chamadas carreiras
de Estado, que exercem atividades indeleg‡veis, inclusive as de
exa‹o tribut‡ria Ð e ˆ saœde pœblicaÓ est‹o privados do direito
de greve (STF, Rcl. 6568-SP, Rel. Min. Eros Grau).
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gratifica‹o, adicional, abono, prmio, verba de representa‹o ou outra 
espŽcie remunerat—ria. 
ƒ remunera‹o obrigat—ria para os agentes pol’ticos e para servidores 
pœblicos de determinadas carreiras (Advocacia-Geral da Uni‹o, Defensoria 
Pœblica, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, procuradorias dos estados e 
do DF, Pol’cia Federal, Pol’cia Rodovi‡ria Federal, pol’cias civis, pol’cias militares 
e bombeiros militares). 
AlŽm disso, pode ser facultativamente adotado, a critŽrio do legislador ordin‡rio, 
para servidores pœblicos organizados em carreira (art. 39, ¤ 8¼, CF). ƒ o caso 
dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil, por exemplo. 
Vejamos o que diz o art. 39, ¤ 4¼, CF/88 sobre o subs’dio dos agentes pol’ticos: 
¤ 4¼ - O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, 
os Ministros de Estado e os Secret‡rios Estaduais e 
Municipais ser‹o remunerados exclusivamente por 
subs’dio fixado em parcela œnica, vedado o acrŽscimo de 
qualquer gratifica‹o, adicional, abono, prmio, verba de 
representa‹o ou outra espŽcie remunerat—ria, 
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. 
J‡ os vencimentos compreendem a remunera‹o em sentido estrito, 
percebida pelos servidores pœblicos. O artigo 41 da Lei 8.112/90 estabelece que 
remunera‹o Ž o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens 
pecuni‡rias permanentes estabelecidas em lei. 
Finalmente, o sal‡rio Ž a forma remunerat—ria paga aos empregados 
pœblicos, contratados sob regime celetista. ƒ o caso do Presidente de uma 
empresa pœblica, por exemplo. 
A altera‹o da reda‹o do dispositivo, promovida pela EC no 19/98 garantiu 
expressamente ao servidor pœblico o princ’pio da periodicidade, ou seja, no 
m’nimo, uma revis‹o geral anual da remunera‹o. Nesse sentido, entendeu 
o STF que se trata de Ònorma constitucional que imp›e ao Presidente da 
Repœblica o dever de desencadear o processo de elabora‹o da lei anual de 
revis‹o geral da remunera‹o dos servidores da Uni‹oÓ, concluindo que Òseu 
atraso configurou-se desde junho/1999, quando transcorridos os primeiros doze 
meses da data da edi‹o da referida EC no. 19/98Ó. 
A iniciativa das leis que fixam a remunera‹o e o subs’dio dos agentes 
pœblicos depende do cargo a que se refiram. As principais est‹o previstas na 
tabela a seguir: 
Cargos Iniciativa 
Cargos da estrutura do Executivo 
federal 
Presidente da Repœblica 
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Cargos da estrutura da C‰mara dos 
Deputados 
C‰mara dos Deputados 
Cargos da estrutura do Senado Federal Senado Federal 
Cargos da estrutura do Poder 
Judici‡rio 
Competncia privativa de cada tribunal 
Ministros do STF STF 
Deputados federais, senadores, 
Presidente e Vice-Presidente da 
Repœblica e ministros de Estado 
 
Congresso Nacional 
O art. 37, XI, CF/88 estabelece o denominado teto constitucional de 
remunera‹o dos servidores pœblicos. Vamos l-lo na ’ntegra? 
XI - a remunera‹o e o subs’dio dos ocupantes de cargos, 
fun›es e empregos pœblicos da administra‹o direta, 
aut‡rquica e fundacional, dos membros de qualquer dos 
Poderes da Uni‹o, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Munic’pios, dos detentores de mandato eletivo e dos 
demais agentes pol’ticos e os proventos, pens›es ou outra 
espŽcie remunerat—ria, percebidos cumulativamente ou 
n‹o, inclu’das as vantagens pessoais ou de qualquer outra 
natureza, n‹o poder‹o exceder o subs’dio mensal, em 
espŽcie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, 
aplicando-se como limite, nos Munic’pios, o subs’dio do 
Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subs’dio 
mensal do Governador no ‰mbito do Poder Executivo, o 
subs’dio dos Deputados Estaduais e Distritais no ‰mbito 
do Poder Legislativo e o subs’dio dos Desembargadores do 
Tribunal de Justia, limitado a noventa inteiros e vinte e 
cinco centŽsimos por cento do subs’dio mensal, em 
espŽcie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no 
‰mbito do Poder Judici‡rio, aplic‡vel este limite aos 
membros do MinistŽrio Pœblico, aos Procuradores e aos 
Defensores Pœblicos; 
Desse dispositivo, cuja reda‹o Ž longa e complexa, Ž poss’vel extrair o 
seguinte: 
 A remunera‹o de todos os servidores e empregados pœblicos est‡ 
sujeita a um teto remunerat—rio geral do funcionalismo 
pœblico, que Ž o subs’dio dos Ministros do STF. 
 O texto constitucional prev a existncia de subtetos 
remunerat—rios nos Munic’pios, Estados e Distrito Federal. 
 Nos Munic’pios, a remunera‹o de todos os servidores e 
empregados pœblicos tm como limite o subs’dio do Prefeito. Esse 
Ž o subteto remunerat—rio nos Munic’pios. 
 Nos Estados e no Distrito Federal, o subteto Ž vari‡vel por 
Poder. No Poder Executivo, o limite Ž o subs’dio do Governador. No 
Poder Legislativo, o limite Ž o subs’dio dos deputados estaduais e 
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distritais. No Poder Judici‡rio, o limite Ž o subs’dio dos 
desembargadores do Tribunal de Justia (esse limite tambŽm se 
aplica aos membros do MinistŽrio Pœblico, aos Procuradores e aos 
Defensores Pœblicos). 
A literalidade da CF/88 prev que o subs’dio dos desembargadores do Tribunal 
de Justia est‡ limitado a 90,25% do subs’dio dos Ministros do STF. A 
Associa‹o dos Magistrados Brasileiros (AMB) ingressou com A‹o Direta de 
Inconstitucionalidade (ADIn) no STF com o objetivo de impedir que os 
magistrados estaduais tivessem seu subs’dio limitado a esse montante. Como 
consequncia, o STF decidiu que esse limite n‹o se aplica aos membros da 
magistratura estadual, mas apenas aos servidores do Poder Judici‡rio.6 
Isso se deve ao car‡ter nacional e unit‡rio do Poder Judici‡rio, considerando-se 
uma viola‹o ˆ isonomia estabelecer limites remunerat—rios diferentes entre 
magistrados federais e estaduais. 
A EC n¼. 47/2005 estabeleceu, ainda, a possibilidade de que os Estados e o 
Distrito Federal, mediante emenda ˆ Constitui‹o Estadual, fixem um 
subteto œnico, ao invŽs de termos subtetos espec’ficos por Poder (art. 37, ¤ 
12). Quando isso ocorrer, o subteto œnico dever‡ ser o subs’dio dos 
desembargadores do Tribunal de Justia. Destaque-se que esse limite n‹o ser‡ 
aplic‡vel aos parlamentares (deputados estaduais, distritais e vereadores). 
Novamente, para facilitar a memoriza‹o do dispositivo, sintetizaremos as 
principais regras referentes ao teto constitucional na tabela a seguir: 
Teto Cargos 
Subs’dio dos Ministros do STF Todos, em qualquer esfera da Federa‹o 
Subs’dio do Prefeito Todos os cargos municipaisSubs’dio do Governador Todos os cargos do Executivo estadual 
Subs’dio dos deputados estaduais e 
distritais 
Todos os cargos do Legislativo estadual 
Subs’dio dos desembargadores do 
Tribunal de Justia 
Teto obrigat—rio para os servidores do 
Judici‡rio estadual (exceto ju’zes, por 
determina‹o do STF*) 
Subs’dio dos desembargadores do 
Tribunal de Justia (atŽ 90,25% do 
subs’dio dos Ministros do STF) 
Teto facultativo para os Estados e Distrito 
Federal (n‹o se aplica a deputados 
estaduais e a distritais, nem a vereadores) 
Excetuam-se dos limites remunerat—rios constitucionais as parcelas 
indenizat—rias fixadas em lei. Os limites incluem, entretanto, o somat—rio das 
remunera›es, subs’dios, proventos e pens›es percebidos pelos agentes 
pœblicos. 
No que se refere ao sal‡rio dos empregados pœblicos das empresas pœblicas 
e sociedades de economia mista e suas subsidi‡rias, os tetos s— se aplicam ˆs 
 
6 ADIN 3.854/DF, Rel. Min. Cezar Peluso. Julgamento em 28.02.2007. 
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que receberem recursos da U, E, DF e M para pagamento de despesas de 
pessoal ou de custeio em geral (CF, art. 37, ¤9¼). 
Ainda sobre o sistema remunerat—rio dos servidores pœblicos, vejamos o que 
disp›e o art. 37, XII: XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do 
Poder Judici‡rio n‹o poder‹o ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo; 
Esse dispositivo consagra que os vencimentos pagos aos servidores do Poder 
Executivo s‹o um limite aos valores pagos pelos outros Poderes a seus 
servidores. ƒ claro que isso vale para cargos cujas atribui›es sejam 
semelhantes. 
O art. 37, XIII, CF/88, busca impedir que o legislador ordin‡rio estabelea 
reajustes autom‡ticos de remunera‹o ou aumentos em cascata: 
XIII - Ž vedada a vincula‹o ou equipara‹o de quaisquer 
espŽcies remunerat—rias para o efeito de remunera‹o de 
pessoal do servio pœblico; 
Sobre o assunto, o STF j‡ declarou a inconstitucionalidade de lei estadual que 
estabelecia vincula‹o entre o reajuste dos subs’dios do Governador ao 
reajuste concedido aos servidores pœblicos estaduais. 7 Destacamos, 
ainda, o que disp›e a Sœmula Vinculante n¼ 42, do STF: ҃ inconstitucional a 
vincula‹o do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a 
’ndices federais de corre‹o monet‡ria.Ó 
O art. 37, XIV, da CF/88 determina que os ÒacrŽscimos pecuni‡rios percebidos 
por servidor pœblico n‹o ser‹o computados nem acumulados para fins de 
concess‹o de acrŽscimos ulterioresÓ. 
Com esse dispositivo, busca-se impedir uma situa‹o bastante comum no 
passado. Depois de exercer durante certo per’odo uma fun‹o gratificada, o 
servidor a incorporava a seu vencimento. Ao assumir uma nova fun‹o, o 
valor desta seria calculado levando-se em considera‹o o seu vencimento j‡ 
acrescido da gratifica‹o anterior. Com essa incidncia cumulativa, havia 
servidores ganhando valores totais de remunera‹o bastante elevados. 
Assim, atualmente, o entendimento que se tem Ž o de que qualquer 
gratifica‹o ou adicional ter‡ como base de c‡lculo o vencimento b‡sico 
do servidor pœblico. 
O art. 37, garante a irredutibilidade dos vencimentos dos cargos pœblicos: 
XV - o subs’dio e os vencimentos dos ocupantes de cargos 
e empregos pœblicos s‹o irredut’veis, ressalvado o 
 
7 ADI. 3.491/RS, Rel. Min Carlos Ayres Britto. Julgamento em 27.09.2006. 
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disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, 
¤ 4¼, 150, II, 153, III, e 153, ¤ 2¼, I; 
Segundo o STF, essa garantia n‹o impede a cria‹o ou majora‹o de 
tributos incidentes sobre os subs’dios, os vencimentos, a aposentadoria e a 
pens‹o. AlŽm disso, a forma de c‡lculo dos vencimentos pode ser modificada, 
apenas o valor destes Ž que n‹o. 
1.3.6. Acumula‹o remunerada de cargos, empregos e fun›es pœblicas: 
A CF/88 prev, como regra geral, a veda‹o ˆ acumula‹o remunerada de 
cargos, empregos e fun›es pœblicas. Essa proibi‹o de acumular tambŽm se 
estende ˆqueles que ocupam empregos e fun›es em autarquias, funda›es, 
empresas pœblicas, sociedades de economia mista, suas subsidi‡rias e 
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder pœblico. 
A proibi‹o de acumular Ž ampla, alcanando todas as esferas de governo (U, 
E, DF, M) todos os Poderes (Legislativo, Executivo e Judici‡rio) e toda a 
Administra‹o Pœblica (direta ou indireta). Assim, uma pessoa que ocupe cargo 
pœblico federal (qualquer que seja o Poder) n‹o poder‡, em regra, acumul‡-lo 
com um cargo pœblico em outra esfera de governo. 
A Constitui‹o Federal de 1988 estabelece exce›es ˆ regra geral de proibi‹o 
de acumula‹o de cargos. Vejamos o que disp›e o art. 37, XVI: 
XVI - Ž vedada a acumula‹o remunerada de cargos pœblicos, 
exceto, quando houver compatibilidade de hor‡rios, observado 
em qualquer caso o disposto no inciso XI: 
a) a de dois cargos de professor; 
b) a de um cargo de professor com outro tŽcnico ou cient’fico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de 
saœde, com profiss›es regulamentadas; 
XVII - a proibi‹o de acumular estende-se a empregos e fun›es 
e abrange autarquias, funda›es, empresas pœblicas, sociedades 
de economia mista, suas subsidi‡rias, e sociedades controladas, 
direta ou indiretamente, pelo poder pœblico; 
Assim, Ž poss’vel a acumula‹o de cargos pœblicos em certos casos, mas mesmo 
assim Ž necess‡rio que exista compatibilidade de hor‡rios. S‹o 
admiss’veis a acumula‹o de: 
 
 
 
 
•É possível, por exemplo, que uma pessoa atue como
professor em duas universidadespúblicas.2	cargos	de	professor.	
•É possível que um servidor ocupante de “cargo técnico ou
científico” seja, simultaneamente, professor em uma
universidade pública.
1	cargo	de	professor	com	outro	
técnico	ou	científico.	
•É possível, por exemplo, que um indivíduo tenha 2 cargos
públicos de médico, em órgãos diferentes.
2	cargos	ou	empregos	privativos	
de	profissionais	de	saúde.	
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 Segundo o STF, o art. 37, XVI, ÒcÓ, da Constitui‹o 
Federal autoriza a acumula‹o de dois cargos de mŽdico, 
n‹o sendo compat’vel interpreta‹o ampliativa para 
abrigar no conceito o cargo de perito criminal com 
especialidade em medicina veterin‡ria. 
Vale frisar que a veda‹o ˆ acumula‹o remunerada de cargos diz respeito 
apenas a atribui›es pœblicas. Ela n‹o alcana atividades privadas. O servidor 
pœblico poder‡, ent‹o, exercer atividades privadas, desde que n‹o sejam 
incompat’veis com o regime jur’dico pr—prio do cargo. Por exemplo, a Lei n¼ 
8.112/90 pro’be que servidores pœblicos participem da gerncia ou 
administra‹o de sociedade privada. 
A Constitui‹o estabelece, ainda, outras possibilidades de acumula‹o de 
cargos. Destaque-se, porŽm, que, em todo e qualquer caso de acumula‹o, 
haver‡ necessidade de compatibilidade de hor‡rios. 
Vejamos a tabela abaixo: 
Artigo da CF Permiss‹o 
Art. 38, III Acœmulo do cargo de vereador e outro cargo, emprego ou 
fun‹o, sem preju’zo da remunera‹o do cargo eletivo 
Art. 95, par‡grafo 
œnico, I 
Permiss‹o paraque ju’zes exeram o magistŽrio 
Art. 125, ¤ 5¼, II, 
ÒdÓ 
Permiss‹o para que membros do MinistŽrio Pœblico exeram o 
magistŽrio 
ƒ relevante destacar que, havendo acumula‹o l’cita de cargos, ser‡ 
necess‡rio que seja observado o teto remunerat—rio do funcionalismo 
pœblico. ƒ o que se depreende da leitura da parte final do art. 37, XVI, quando 
se diz que dever‡ ser Òobservado em qualquer caso o disposto no inciso XIÓ. 
Ressalto que esse Ž um tema controverso no ‰mbito do Direito Administrativo. 
Na doutrina, h‡ quem defenda que o teto constitucional deve ser observado em 
rela‹o ˆ soma da remunera‹o dos cargos; por outro lado, h‡ autores que 
consideram que o teto deve ser considerado para cada cargo, isoladamente. 
Na jurisprudncia, agora em 2017 o Plen‡rio do Supremo pacificou 
entendimento de que o teto remunerat—rio constitucional deve ser aplicado 
de forma isolada para cada cargo pœblico acumulado. 
 
 
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 Segundo o STF, ÒNos casos autorizados, 
constitucionalmente, de acumula‹o de cargos, empregos 
e fun›es, a incidncia do artigo 37, inciso XI, da 
Constitui‹o Federal, pressup›e considera‹o de cada 
um dos v’nculos formalizados, afastada a observ‰ncia 
do teto remunerat—rio quanto ao somat—rio dos ganhos 
do agente pœblicoÓ. 
N‹o menos importante, o art. 37, ¤10, CF/88 estabelece importante regra sobre 
os proventos de aposentadoria. Como regra geral, Ž vedada a acumula‹o de 
proventos de aposentadoria pago pelo regime pr—prio de previdncia social 
(RPPS) com a remunera‹o do cargo em atividade. Suponha, por exemplo, 
que Jo‹o se aposente como Analista Judici‡rio. Depois de aposentado, ele Ž 
aprovado e toma posse no cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil. 
Poder‡ ele acumular a aposentadoria com a remunera‹o do cargo de Auditor? 
A resposta Ž n‹o, nos termos do art. 37, ¤10, CF/88. 
¤ 10 - ƒ vedada a percep‹o simult‰nea de proventos de 
aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 
com a remunera‹o de cargo, emprego ou fun‹o pœblica, 
ressalvados os cargos acumul‡veis na forma desta 
Constitui‹o, os cargos eletivos e os cargos em comiss‹o 
declarados em lei de livre nomea‹o e exonera‹o. 
H‡ 3 (trs) exce›es ˆ veda‹o de percep‹o simult‰nea de proventos de 
aposentadoria do RPPS com a remunera‹o do cargo em atividade: 
 Cargos acumul‡veis: Um Analista Judici‡rio aposentado n‹o pode 
receber os proventos de sua aposentadoria com a remunera‹o do cargo 
de Auditor-Fiscal RFB. No entanto, Ž poss’vel que um Analista Judici‡rio 
receba os proventos de sua aposentadoria e, alŽm disso, a remunera‹o 
de um cargo pœblico de professor. Isso ser‡ poss’vel porque os dois 
cargos (Analista Judici‡rio e professor) s‹o acumul‡veis. 
 Cargos eletivos: Um Analista Judici‡rio aposentado pode receber os 
proventos de sua aposentadoria e a remunera‹o do cargo de Deputado 
Federal, para o qual foi eleito. 
 Cargos em comiss‹o: Suponha que um Delegado da Pol’cia Federal se 
aposente e, ap—s isso, seja nomeado Diretor-Geral da Agncia Brasileira 
de Inteligncia (ABIN). Como trata-se de cargo em comiss‹o, ele poder‡ 
acumular a remunera‹o do cargo com os proventos de aposentadoria 
no cargo de Delegado da Pol’cia Federal. 
1.3.7. Servidores Pœblicos e Mandato Eletivo 
O art. 38, da Carta Magna traz as regras aplic‡veis aos servidores que estiverem 
no exerc’cio de mandato eletivo: 
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Art. 38. Ao servidor pœblico da administra‹o 
direta, aut‡rquica e fundacional, no exerc’cio de 
mandato eletivo, aplicam-se as seguintes 
disposi›es: 
I - tratando-se de mandato eletivo federal, 
estadual ou distrital, ficar‡ afastado de seu cargo, 
emprego ou fun‹o; 
II - investido no mandato de Prefeito, ser‡ afastado 
do cargo, emprego ou fun‹o, sendo-lhe facultado 
optar pela sua remunera‹o; 
III - investido no mandato de Vereador, havendo 
compatibilidade de hor‡rios, perceber‡ as 
vantagens de seu cargo, emprego ou fun‹o, sem 
preju’zo da remunera‹o do cargo eletivo, e, n‹o 
havendo compatibilidade, ser‡ aplicada a norma 
do inciso anterior; 
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para 
o exerc’cio de mandato eletivo, seu tempo de 
servio ser‡ contado para todos os efeitos legais, 
exceto para promo‹o por merecimento; 
V - para efeito de benef’cio previdenci‡rio, no caso de 
afastamento, os valores ser‹o determinados como se no 
exerc’cio estivesse. 
Qualquer que seja o mandato eletivo federal, estadual ou distrital, o servidor 
ficar‡ afastado do seu cargo, emprego ou fun‹o (art.38, I). N‹o importa se 
ele est‡ ocupando um cargo no Poder Executivo (Presidente ou Governador) 
ou no Poder Legislativo (Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual ou 
Deputado Distrital). Se ele estiver exercendo mandato eletivo federal, 
estadual ou distrital, ocorrer‡ o afastamento do cargo. Destaque-se que 
essa regra de afastamento vale tanto para os servidores ocupantes de cargo 
efetivo quanto para os ocupantes de cargo em comiss‹o. 
E qual remunera‹o ser‡ recebida pelo servidor afastado para exercer mandato 
eletivo federal, estadual ou distrital? Boa pergunta. Ele receber‡ a remunera‹o 
do mandato eletivo, obrigatoriamente. E se o for investido em mandato eletivo 
municipal? 
Nesse caso, temos regras diferentes. O servidor que for investido no mandato 
de Prefeito, ser‡ afastado do cargo e poder‡ optar pela remunera‹o do 
seu cargo ou pela remunera‹o do mandato eletivo. 
Por outro lado, o servidor investido no mandato de Vereador poder‡ acumular 
os dois cargos (mandato eletivo e cargo pœblico), desde que haja 
compatibilidade de hor‡rios. Receber‡, nesse caso, as duas remunera›es. 
Se n‹o houver compatibilidade de hor‡rios, o servidor investido no mandato de 
Vereador ser‡ afastado do cargo, podendo optar pela remunera‹o. 
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Cargo Eletivo Regra 
Cargos do Executivo ou 
do Legislativo Federal, 
Estadual ou Distrital 
Afastamento do cargo efetivo ou em comiss‹o, fun‹o 
ou emprego pœblico. A remunera‹o percebida ser‡ a do 
cargo eletivo. 
Prefeito Afastamento do cargo efetivo ou em comiss‹o, fun‹o 
ou emprego pœblico. A remunera‹o poder‡ ser a do cargo 
eletivo ou a do cargo efetivo ou em comiss‹o, fun‹o ou 
emprego pœblico, de acordo com a op‹o do servidor. 
Vereador Poder‡, caso haja compatibilidade de hor‡rios, acumular 
o cargo pol’tico com o cargo efetivo ou em comiss‹o, 
fun‹o ou emprego pœblico. Nesse caso, receber‡ as duas 
remunera›es. Caso n‹o haja compatibilidade, ser‡ 
afastado do cargo efetivo ou em comiss‹o, fun‹o ou 
emprego pœblico, podendo optar pela remunera‹o de 
qualquer um deles. 
O art. 38, IV, da CF/88 determina, ainda, que nos casos de afastamento do 
servidor, seu tempo de exerc’cio no mandato eletivo ser‡ contado como tempo 
de servio para todos os efeitos legais, exceto para promo‹o por merecimento. 
Para efeito de benef’cio previdenci‡rio, no caso de afastamento, os valores ser‹o 
determinados como se no exerc’cio estivesse. 
1.3.8. Regime Jur’dico dos Servidores Pœblicos: 
O art. 39, da CF/88 estabelece que cada um dos entes federativos dever‡ 
instituir regime jur’dico œnico e planos de carreirapara os servidores da 
administra‹o direta, das autarquias e das funda›es pœblicas. No ‰mbito 
federal, o regime jur’dico dos servidores pœblicos Ž a Lei n¼ 8.112/90. Diz-se 
que os servidores pœblicos est‹o submetidos a um regime estatut‡rio. 
Art. 39. A Uni‹o, os Estados, o Distrito Federal e os 
Munic’pios instituir‹o, no ‰mbito de sua competncia, 
regime jur’dico œnico e planos de carreira para os 
servidores da administra‹o pœblica direta, das 
autarquias e das funda›es pœblicas. 
¤ 1¼ A fixa‹o dos padr›es de vencimento e dos demais 
componentes do sistema remunerat—rio observar‡: 
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a 
complexidade dos cargos componentes de cada carreira; 
II - os requisitos para a investidura; 
III - as peculiaridades dos cargos. 
Assim, em cada n’vel federativo, os servidores pœblicos dever‹o ter sua vida 
funcional disciplinas pelas mesmas regras, contidas em lei. Destaque-se que 
essa lei dever‡ ser de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo. 
N‹o menos importante, o art. 41, da CF/88 traz regras acerca da estabilidade 
dos servidores pœblicos e sobre hip—teses de perda do cargo. 
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Art. 41. S‹o est‡veis ap—s trs anos de efetivo exerc’cio os 
servidores nomeados para cargo de provimento efetivo 
em virtude de concurso pœblico. 
¤ 1¼ O servidor pœblico est‡vel s— perder‡ o cargo: 
I - em virtude de sentena judicial transitada em julgado; 
II - mediante processo administrativo em que lhe seja 
assegurada ampla defesa; 
III - mediante procedimento de avalia‹o peri—dica de 
desempenho, na forma de lei complementar, assegurada 
ampla defesa. 
¤ 2¼ Invalidada por sentena judicial a demiss‹o do 
servidor est‡vel, ser‡ ele reintegrado, e o eventual 
ocupante da vaga, se est‡vel, reconduzido ao cargo de 
origem, sem direito a indeniza‹o, aproveitado em outro 
cargo ou posto em disponibilidade com remunera‹o 
proporcional ao tempo de servio. 
¤ 3¼ Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o 
servidor est‡vel ficar‡ em disponibilidade, com 
remunera‹o proporcional ao tempo de servio, atŽ seu 
adequado aproveitamento em outro cargo. 
¤ 4¼ Como condi‹o para a aquisi‹o da estabilidade, Ž 
obrigat—ria a avalia‹o especial de desempenho por 
comiss‹o institu’da para essa finalidade. 
Primeiro ponto. A estabilidade se aplica aos servidores pœblicos estatut‡rios 
ocupantes de cargos efetivos. N‹o cabe falar em estabilidade para servidores 
ocupantes de cargos em comiss‹o. Para aquisi‹o da estabilidade, s‹o 
necess‡rios quatro requisitos: 
 
 
 
Outro ponto importante. O servidor est‡vel somente poder‡ perder o cargo 
nas hip—teses do art. 41, ¤ 1¼ e do art. 169, ¤ 3¼: 
 Sentena judicial transitada em julgado. Suponha que uma 
decis‹o judicial transitada em julgada condene o servidor por 
improbidade administrativa. Uma das consequncias ser‡ a perda do 
cargo pœblico. 
 Processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla 
defesa. Ap—s um processo administrativo regular, o servidor pœblico 
que cometeu alguma falta grave poder‡ ser demitido, perdendo o 
cargo pœblico. 
 Procedimento de avalia‹o peri—dica de desempenho, na 
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. O servidor 
tambŽm poder‡ perder o cargo por insuficincia de desempenho. 
E
S
T
A
B
IL
ID
A
D
E
CONCURSO PòBLICO
NOMEA‚ÌO PARA CARGO PòBLICO 
EFETIVO
TRæS ANOS DE EFETIVO EXERCêCIO DO 
CARGO
AVALIA‚ÌO ESPECIAL DE DESEMPENHO 
POR COMISSÌO INSTITUêDA PARA ESSE 
FIM
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 Excesso de despesa com pessoal (art. 169, ¤ 3¼).As despesas 
com pessoal est‹o limitadas pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 
n¼ 101/2000). Caso esses limites sejam descumpridos, o Poder 
Executivo dever‡ adotar certas medidas: i) redu‹o em pelo menos 
20% das despesas com cargos em comiss‹o e fun›es de confiana; 
ii) exonera‹o de servidores n‹o-est‡veis. Se essas medidas n‹o 
forem suficientes, o servidor est‡vel pode vir a perder o cargo. 
 
1.4. Obrigatoriedade de Licita‹o 
A Constitui‹o, como forma de proteger os princ’pios da legalidade, 
impessoalidade, moralidade e probidade e indisponibilidade do interesse pœblico 
determinou, como regra, a obrigatoriedade de licita‹o. Trata-se de 
procedimento formal, disciplinado em lei, de observ‰ncia obrigat—ria para as 
aquisi›es do Poder Pœblico (obras, servios, compras). O art. 37, XXI, da 
Constitui‹o Federal, determina que: 
XXI - ressalvados os casos especificados na legisla‹o, as 
obras, servios, compras e aliena›es ser‹o contratados 
mediante processo de licita‹o pœblica que assegure 
igualdade de condi›es a todos os concorrentes, com 
cl‡usulas que estabeleam obriga›es de pagamento, 
mantidas as condi›es efetivas da proposta, nos termos 
da lei, o qual somente permitir‡ as exigncias de 
qualifica‹o tŽcnica e econ™mica indispens‡veis ˆ 
garantia do cumprimento das obriga›es. 
A obrigatoriedade da licita‹o, decorrente do princ’pio da indisponibilidade do 
interesse pœblico, visa garantir ˆ Administra‹o a proposta mais vantajosa, 
possibilitando que todos ofeream seus bens e servios aos —rg‹os estatais. 
Busca-se, com isso, impedir conluios entre agentes pœblicos e terceiros, que 
acarretam neg—cios desfavor‡veis para a Administra‹o, ou, ainda, favoritismos 
ou persegui›es, que n‹o se coadunam com o princ’pio da igualdade. 
Destaca-se, porŽm, que a Carta Magna permite que alguns casos excepcionais 
sofram ressalva na legisla‹o. Como se trata de situa›es excepcionais, as 
hip—teses em que a licita‹o Ž afastada comp›em um rol taxativo na legisla‹o, 
em respeito ao car‡ter final’stico da norma constitucional. 
1.5. Responsabilidade Civil do Estado 
A responsabilidade do Estado Ž extracontratual e de natureza civil. ƒ 
extracontratual porque n‹o tem amparo em um contrato; Ž civil porque 
consiste em uma obriga‹o de indenizar por um dano causado. 
A responsabilidade civil do Estado Ž objetiva, o que quer dizer que este ter‡ a 
obriga‹o de indenizar os danos que seus agentes, atuando nessa qualidade, 
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produzirem independentemente de terem agido com dolo ou culpa. ƒ 
exatamente isso o que disp›e o art. 37, ¤ 6¼, CF/88: 
¤ 6¼ - As pessoas jur’dicas de direito pœblico e as de direito 
privado prestadoras de servios pœblicos responder‹o 
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem 
a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o 
respons‡vel nos casos de dolo ou culpa. 
A regra da responsabilidade civil objetiva Ž bastante abrangente, alcanando: 
 as pessoas jur’dicas de direito pœblico (—rg‹os pœblicos, 
autarquias e funda›es de direito pœblico). 
 as pessoas jur’dicas de direito privado prestadoras de 
servios pœblicos (como exemplo, as empresas pœblicas e as 
sociedades de economia mista prestadoras de servio pœblico). 
Observe que a responsabilidade civil objetiva n‹o alcana as 
empresas pœblicas e sociedades de economia mista que exploram 
atividades econ™micas. 
 as pessoas jur’dicas de direito privado que n‹o integram a 
Administra‹o Pœblica, mas que prestam servios pœblicos. ƒ 
o caso das concession‡rias e permission‡rias

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