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Aula_08

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Tópicos em Libras: Surdez e Inclusão
Gabriela Maffei
Tatiana Palazzo
Aula 8
Reflexão sobre
A escola de surdos
O ensino de língua portuguesa para surdos
Os Intérpretes de Libras e a Inclusão de Surdos
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A escola de surdos
Orientação monolíngue ou bilíngue?
Orientação monolíngue: é privilegiado o uso do português oral ou do português sinalizado com a reprodução de práticas pedagógicas conservadoras que deslegitimam os saberes dos alunos, inclusive seu próprio saber linguístico, a língua de sinais. 
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Escolas especiais
Recebem alunos surdos, geralmente, para os anos iniciais do Ensino Fundamental com o intuito de incluí-los na rede regular de ensino. São mantidas, de forma geral, por instituições religiosas ou por grupos de voluntários. Muitas ainda comungam a visão de surdez enquanto patologia e desenvolvem o currículo da escola regular multiplicando cada ano de escolarização em dois ou mais anos.
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Para Cavalcanti & Silva (2008), salas de aulas só para surdos existem em número ainda reduzido no país e pertencem à rede regular. O modelo de educação bilíngue reivindicado pela comunidade surda é aquele que dê espaço para que a LIBRAS possa ser a língua de instrução da escola e o português (de preferência o escrito) passe a ser ensinado como L2. O conteúdo escolar pode ser ensinado por professores (surdos ou ouvintes) proficientes em LIBRAS.
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O papel do educador surdo não se confunde com o do intérprete. Ele participa do planejamento das aulas, atua em sala de aula orientado pelo professor e em diálogo com ele. Quando o professor ouvinte e o educador surdo atuam como parceiros, importantes pistas sobre o processo de ensinoaprendizagem dos surdos podem ser identificadas, tornando-se objeto de estudo. 
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O educador surdo – por ser proficiente na língua natural dos alunos e estar inserido na comunidade surda compartilhando suas vivências e seus modos específicos de significar o mundo – tem mais condições de observar aspectos da aprendizagem que passam despercebidos aos olhos do professor ouvinte.
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Paradoxo...Os discursos favoráveis à inclusão de surdos em salas de aula junto aos ouvintes defendem a remoção de barreiras e ambientes o menos restritos possível, mas acabam por legitimar espaços em que o aluno, no caso o surdo, sente-se limitado: nem pode compreender por si próprio o que dizem seus colegas e professores nem tem a chance de desenvolver sua língua e cultura em um ambiente que possibilite contato com seus pares.
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O ensino de língua portuguesa para surdos
Ao aprender o português do Brasil como uma nova língua, o aprendiz poderá fazê-lo em duas circunstâncias distintas: português como língua estrangeira ou como segunda língua. 
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Português como língua estrangeira
Trata-se de aprender o português num país em que ele não seja língua nacional ou oficial. Um alemão que aprenda português na Alemanha estará diante de uma língua estrangeira. Se o aprendiz for um dos cidadãos brasileiros que não têm o português como primeira língua, como os índios, alguns imigrantes e os surdos (falantes de LIBRAS), ele aprenderá o português como segunda língua.
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Características dos aluno surdo
O português é a segunda língua, pois a língua de sinais é a sua primeira língua.
O processo não é o de aquisição natural por meio da construção de diálogos espontâneos, mas o de aprendizagem formal na escola. O modo de ensino/aprendizagem da LP será o português por escrito (compreensão e a produção escritas).
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Trabalhar com textos para 
alunos surdos
Usar temas relacionados à experiência dos aprendizes, levando a um maior envolvimento pessoal e provocando reações e manifestações.
 
Usar imagens, que podem ser retiradas de artigos de revistas e jornais, bem como propagandas. 
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É garantido pela legislação brasileira que a comunidade surda utilize a LIBRAS para se comunicar e ter acesso às informações, mas a alfabetização deve ocorrer em língua portuguesa.
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Realidade dos surdos brasileiros
No Brasil, a grande maioria dos surdos adultos não domina a língua portuguesa. Há uma considerável parcela de surdos brasileiros que não têm acesso à língua de sinais, ou por motivo de isolamento social ou, principalmente, pela opção da família por uma escola que não utilize língua de sinais, o que causa, além das defasagens escolares, dificuldades e impedimento no mercado de trabalho (GUARINELLO, 2007).
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Toda dificuldade na aquisição da LP, por parte dos surdos, está centrada na forma como ela é ensinada, muitas vezes da mesma maneira como se ensina para pessoas ouvintes, desconsiderando a ausência da audição. Muitas repetições de palavras e falta de contexto. 
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"a escola tem dificuldade para entender as diferenças no processo educacional do surdo e o surdo, de inserir-se nesse processo. A falta de atividades significativas com a escrita impede que os surdos percebam sua função social e as diferenças entre a língua majoritária e a língua de sinais" (GUARINELLO, 2007, p.55).
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Saberes e práticas da inclusão
 (MEC, 2006)
alfabeto manual
mímica/dramatização
desenhos/ilustrações/fotografias
recursos tecnológicos (vídeo/TV, retroprojetor, computador, slides, entre outros)
língua portuguesa escrita
língua portuguesa oral / leitura labial
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Saberes e práticas da inclusão
 (MEC, 2006)
Para o professor: 
deve utilizar a escrita na interação com o aluno
escolher previamente os textos, de acordo com a competência linguística dos surdos
apresentar referências relevantes (contexto histórico, enredo, personagens, localização geográfica, biografia do autor etc.) sobre o texto por meio da língua de sinais (intérprete), 
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Saberes e práticas da inclusão
 (MEC, 2006)
antes da leitura explorar o vocabulário
estimular a formação de opinião e o pensamento crítico
solicitar a interpretação de textos por meio de material plástico (desenho, pintura e murais) ou cênico (dramatização e mímica)
a avaliação deve ser diferenciada, considerando-se a interferência dos aspectos estruturais da língua de sinais.
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Como as pessoas surdas não adquirem os conhecimentos por meio da fonte auditivo-oral, e sim pelo canal visual-espacial, deve-se pensar que muitas das regras e organização da LP não serão de fácil assimilação pelos surdos, como: acentuação tônica, pontuação, estudos comparativos entre as letras e os fonemas: x com som de z, s, ks... 
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Podemos também ressaltar que a língua de sinais, por ser uma língua com características próprias, irá interferir no texto produzido em LP pelo surdo.
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Existe boa incorporação das regras ortográficas por parte dos alunos surdos, porque sua atenção é visual e não há associação dos sons com a escrita, porém a acentuação é vinculada à oralidade (sílaba átona ou tônica), portanto os alunos com surdez têm maior dificuldade. Ritmo e entonação são a base para a pontuação, o que é dificultado sem a presença dos sinais.
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O uso de artigos, elementos de ligação (preposição, conjunção, pronomes...), gênero (masculino/feminino) e número (singular/plural) é inadequado, pois não existem em língua de sinais ou não há correspondência exata.
O aprendizado da LP pelos alunos surdos necessita que estes, antes da produção textual, tenham compreensão e que antes da escrita haja muitas leituras que ampliem seus horizontes e vocabulários.
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Os Intérpretes de Libras e a
Inclusão de Surdos
Os surdos estão expostos a processos de instrução centrados na língua portuguesa, como qualquer criança ouvinte. As crianças surdas enfrentam demandas adicionais por apresentarem domínio restrito da língua portuguesa e por não terem acesso ao conhecimento do currículo escolar por meio da língua que lhes é mais acessível, a língua de sinais. 
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Não preparando a criança surda para o ensino que se baseia em uma língua que não é a dela, a escola regular não proporciona condições reais de atuação ao professor que deverá ensinar aquela criança.
Diante dessa dificuldade do professor de atingir o aluno surdo, cria-se um “jogo de faz de conta”. É fundamental que
o surdo tenha precocemente acesso à língua de sinais para que possa realmente usufruir da presença dos intérpretes de LIBRAS.
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A presença de intérpretes nas salas de aula das escolas regulares tem sido apontada como solução para a inclusão dos surdos.
No caso de os alunos já serem proficientes em língua de sinais, a presença do intérprete não garante ao aluno surdo o direito de negociar significados com o professor, o que em tese é possível aos estudantes ouvintes. 
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A construção do conhecimento demanda um processo de trocas discursivas entre os participantes (professores e alunos) e, nesse esquema interacional (professor/intérprete/aluno), a participação do aluno surdo está impedida ou sofre muita restrição.
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Referência
Lei nº 10845, de 5 de março de 2004. Institui o Programa de Complementação ao Atendimento Educacional Especializado às Pessoas Portadoras de Deficiência. Brasília. Disponível em: http://www. mec.gov.br/seesp/leis
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Tópicos em Libras: Surdez e Inclusão
Gabriela Maffei
Tatiana Palazzo
Atividade 8
Atividade Prática
Aprendendo LIBRAS, através de figuras. Vamos treinar LIBRAS. Atenção nos sinais e nas figuras!
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