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PROCESSO CIVIL II RECURSOS NCPC 2018

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL II
RECURSOS 
Weslley Aguiar
DEFINIÇÃO:
Instrumento processual voluntariamente utilizado pelo legitimado que sofreu prejuízo decorrente da decisão judicial, ou seja, diante de uma decisão que não agrada, o sucumbente pretende uma nova análise da matéria, percorrendo um novo caminho no judiciário, geralmente em outra instância dita superior, objetivando que uma nova decisão seja proferida que pode ou não substituir o pronunciamento hostilizado.
FINALIDADES DO RECURSO:
REFORMAR: Diante do “error in judicando”, ou seja, quando o juiz decidiu mal aquela questão, quando ele errou no julgamento do mérito, o que pode causar a reforma daquela decisão judicial.
INVALIDAR: Diante do “error in procedendo”, ou seja, quando a um erro formal na decisão, ou que não obedeça requisitos formais, deixando a decisão sem fundamentação, com vicio, o que pode levar a invalidação da decisão.
ESCLARECER OU INTEGRAR: Diante de uma decisão incompleta, contraditória, omissiva e obscura, o que pode causar embargo a declaração proferida.
JUIZOS PARA INTERPOSIÇÃO DE RECURSOS: 
Existe via de regra dois juízos para a interposição de recursos, um juízo prévio chamado de JUIZO DE ADMISSIBILIDADE que tem dois grupos de requisitos denominados de intrínsecos e extrínsecos, e um no final que é o JUIZO DE MÉRITO.
1) Juízo de Admissibilidade:
1.1 Intrínsecos: Os requisitos intrínsecos dizem respeito ao direito de recorrer bem como ao exercício deste direito e serão avaliados a seguir.
Recurso cabível: Ao serem previstos pela lei processual, os recursos possuem regime jurídico próprio que determinam as hipóteses de sua interposição e sobre qual espécie de decisão determinado recurso é cabível. Analisa-se a previsão de certo recurso como sendo hábil a atacar determinada decisão judicial ou qualquer vício que ela apresente. 
Interesse Recursal: É necessário que o interessado na impugnação da decisão possa almejar alguma utilidade na interposição do recurso, ao esperar do julgamento do recurso resultado mais vantajoso que o posto na decisão impugnada. Outrossim, o recurso só será admissível se houver necessidade de sua proposição para que o objetivo específico seja alcançado. Explicitando de outra forma, o interessado deve vislumbrar, na veiculação do recurso, alguma utilidade que somente pode ser obtida através de via recursal, fazendo-se necessário para tanto que a parte interessada em recorrer tenha sofrido algum prejuízo jurídico em decorrência da decisão judicial a ser atacada ou tenha ficado insatisfeita com tal decisão.
c) Legitimidade para recorrer: De acordo com o art. 499 do CPC, caput “o recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público”. A parte vencida mencionada na lei não se refere apenas ao autor ou réu, mas também ao assistente, ao denunciado, ao chamado e outros, como é o caso do juiz, na exceção de suspeição. O terceiro prejudicado é aquele que até então não tinha participado do processo, passando a fazer parte deste a partir da interposição do recurso. Ele há de ser juridicamente prejudicado para que seu recurso seja admitido (art. 499, § 1, do CPC). No que diz respeito ao Ministério Público, ele tem legitimidade para recorrer, seja na qualidade de parte, ou como custos legis ou fiscal da lei (art. 499, § 2.°, do CPC). A Súmula 99 do STJ é bem elucidativa a este respeito: “O ministério Público tem legitimidade para recorrer no processo em que oficiou como fiscal da lei, ainda que haja recurso da parte”.
d) Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito do recurso: Diz respeito à renúncia, à desistência do direito de recorrer ou à aceitação do ato decisório. Uma vez praticado o ato, opera-se a preclusão lógica, o que por si só impede o direito de recorrer. 
A renúncia ao direito de recorrer é a manifestação da parte vencida no sentido de não interpor o recurso; caso ela venha a ser feita por procurador, este deve ter poderes especiais para renunciar. Pode ser expressa, quando a parte declara que abre mão do direito de impugná-la, após a decisão que lhe é desfavorável; ou tácita, quando deixa o prazo do recurso se exaurir.
A desistência do recurso pressupõe recurso já interposto e pode se fazer sem a anuência da parte adversária. Em caso de litisconsorte unitário, a desistência só será eficaz se todos os litisconsortes desistirem. Esta manifestação de vontade pode ser expressa por escrito ou oralmente até a prolação da decisão. Não precisa ser ratificada por termo nos autos nem depende de homologação judicial.
 Aceitação do ato decisório ocorre quando a parte se conformar com o julgamento desfavorável. Manifesta-se expressa ou tacitamente, ao praticar ato incompatível com o direito de recorrer (art. 503 do CPC).
- 2.1 Extrínsecos: São os requisitos que se referem ao modo de exercício do direito de recorrer.
Regularidade formal: Por este requisito, o recurso só será admitido se o procedimento utilizado para sua interposição pautar-se nos critérios descritos em lei.
Tempestividade: Pelo requisitoda tempestividade, o prazo para a interposição do recurso cabível deve obedecer ao previsto em lei, já que os prazos são em regra peremptórios, sob pena de a não obediência de tal pressuposto ensejar a preclusão temporal.
Preparo: O preparo consiste no adiantamento dos valores necessários à tramitação do recurso, inclusive à baixa dos autos. O art. 511 do CPC estabelece que: “No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.” A deserção é uma sanção que significa o perecimento ou não seguimento do recurso, por falta de preparo. Em outras palavras, a deserção denota que o recurso fica impedido de ir adiante, enquanto não forem pagas as custas respectivas. Trata-se de causa de inadmissibilidade que independe de qualquer inquirição quanto à vontade do omisso. Assim, para a interposição do recurso, é necessário que o interessado deposite o preparo já na interposição do recurso, anexando à peça recursal a guia de recolhimento.
Existência de fato impeditivo do direito de recorrer ou do seguimento do recurso: Existem duas hipóteses que inibem o exercício do direito de recorrer. São elas: a desistência e o não pagamento de multas previstas no CPC, como ocorrem nas previsões dos arts. 538, parágrafo único, e 557, § 2º. Desta forma, não basta que o interessado tenha o direito de recorrer, é necessário que esse direito não esteja obstado.

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