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Resenha Crítica_ Doc.: A revolução não será televisionada

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RESENHA CRÍTICA: A REVOLUÇÃO NÃO SERÁ TELEVISIONADA 
O documentário, A revolução não será televisionada (Chavez: Inside the cup, 
2003, Irlanda) dos diretores Kim Bartley e Donnacha O’Briain, mostra o processo do 
golpe presidencial na Venezuela em 2002. Exibe os dois lados envolvidos na disputa 
política e o papel da mídia na condução dos acontecimentos. 
O documentário exibe o encadeamento dos fatos ocorridos em abril de 2002, 
indo do início do confronto entre as duas partes envolvidas, passando pelo golpe ao 
governo (deposição e prisão do presidente sem resistência por parte dele) e 
culminado na volta de Hugo Chávez ao poder. A obra evidencia o apoio das massas 
ao chavismo. Graças à ação popular, o controle do Estado foi recuperado. 
No momento em que eclodiu o golpe, os cineastas irlandeses Kim Bartley e 
Donnacha O’Briain, filmavam um documentário sobre o presidente da Venezuela. 
Tiveram o acaso como balizador do surgimento dessa obra, mudando o foco do vídeo, 
segundo as novas circunstâncias. 
O discurso de cada pessoa que aparece falando no vídeo mostra com qual lado 
ela está comprometida, e quais seus interesses por trás desse apoio. As opiniões dos 
envolvidos na discussão política reflete a realidade social de cada parte. Os 
defensores do chavismo aparecem como indivíduos da classe mais popular, enquanto 
os contestadores do governo são integrantes das classes mais altas. Essa abordagem 
de duas visões divergentes, sugere equilíbrio e imparcialidade da produção. 
As relações de poder são evidenciadas pelos vários agentes no processo, 
exibindo a participação dos políticos, da imprensa, dos militares, dos militantes, dos 
Estados Unidos da América, de empresas e também dos cidadãos, expondo 
associações e a articulação desses grupos. 
A ação da mídia no processo mostrou-se partidária e defensora de interesses 
particulares. As redes televisivas refletiam o lado que defendiam e, segundo o filme, 
distorciam as notícias para aumentar a desaprovação da popular frente ao governo. 
Ainda em relação a tal temática, aparecem também como atuantes no processo os 
Estados Unidos, os quais se mostraram contra o governo Chávez, defendendo um 
ponto de vista semelhante aos dos canais privados. 
O documentário é recomendável principalmente a estudiosos políticos, e a 
pessoas que estudam comunicação e mídias. Não se pode dizer que ele é imparcial 
ou neutro em suas considerações e ângulos mostrados, porém ainda assim é uma 
obra que traz à tona o pensamento crítico acerca das relações de poder e da 
comunicação social. 
Firma-se principalmente na relação política x imprensa, trazendo assim, 
discussões sobre imparcialidade, neutralidade e influência das mídias sociais. Este 
último ponto, interfere em grande escala na opinião popular, e de acordo com a 
linguagem usada cria verdades “irrefutáveis”, como a própria produção apresentou, 
no episódio do ataque aos militantes. No caso da Venezuela, o consumo de conteúdo 
midiático é maior no âmbito privado, como as TVs mais importantes também eram as 
que mais se expressavam contra o governo, mobilizando um grande público. 
 
Clenilda Afonsa Lopes, graduanda em Arquitetura e Urbanismo, 6º período, 
Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). 
Disciplina: Ciências da Linguagem do Curso de Comunicação Social (UFSJ).

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