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RELAÇÕES CONTRATUAIS

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RELAÇÕES CONTRATUAIS
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Elementos geradores de uma obrigação:
Contratos
As declarações unilaterais de vontade 
Os atos ilícitos (dolosos e culposos)
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Segundo Serpa Lopes: “a vontade humana e a lei exercem influência na obrigação como forças que atuam conjugadamente na determinação do vínculo obrigacional.”
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A origem de uma obrigação sempre será um fato humano, desde que decorrente da lei que o reconhece.
Assim: 
A fonte imediata ou indireta da obrigação é lei.
A fonte direta ou mediata é a vontade ou o fato humano.
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Negócio Jurídico e Contrato
Quando o ser humano usa de sua manifestação de vontade com a intenção precípua de gerar efeitos jurídicos, a expressão dessa vontade constitui-se num negócio jurídico. (Sílvio Venosa)
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Definição 
Contrato é a declaração de vontades destinada a produzir efeitos jurídicos. 
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Há negócios jurídicos que independem de duas vontades, como ocorre no testamento e na promessa de recompensa. 
São negócios jurídicos unilaterais. 
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Histórico dos Contratos
Ver em:
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: contratos. Vol. III. São Paulo : Atlas. 17 ed. p. 1/9.
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A crise do contrato 
	O contrato privado e paritário é aquele avençado entre as partes, onde todas as cláusulas são meticulosamente discutidas e mutuamente resolve-se sobre preço, prazo, condições, forma de pagamento, etc. e, acordando as partes, tem-se a conclusão do contrato. 
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	Nesse contrato sobrepuja-se a autonomia da vontade, ou seja, a igualdade de condições entre os contratantes que podem condescender num ou noutro ponto da relação contratual com o intuito de lograr um fim desejado a ambas as partes. 
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Modernamente temos uma sociedade capitalista de consumo em massa (capitalista consumista sem capital para consumir), então, os contratos passaram a ser “negócios de massa”, não são mais paritários, são repletos cláusulas pré-estabelecidas, sem margem para negociação, onde o contratante faz uma mera adesão, não lhe sendo possível discutir uma cláusula sequer do contrato. 
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Mas não há outra solução para a economia de massa, ser-nos-ia, simplesmente impossível, com a atual explosão demográfica, que se discutisse todos os contratos cláusula a cláusula. 
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O legislador percebeu a necessidade de mudar e o contrato passou a ser visto como um elemento de eficácia social, que não deve ser cumprido tendo em vista somente o interesse do credor, mas também o beneficio para a sociedade. 
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Não se pode alegar que o contrato ou o direito privado estejam em crise.
A crise reside na evolução da sociedade, nas transformações sociais que exigem do jurista respostas mais rápidas 
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Com esta nova realidade em voga o legislador criou o Código Civil de 2002, que operou um avanço na concepção da finalidade jurídica contratual. 
O contrato passou a ser visto como um elemento de eficácia social, que não deve ser cumprido tendo em vista somente o interesse do credor, mas também o beneficio para a sociedade. 
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Em razão desta evolução, a obrigatoriedade do cumprimento dos contratos não ocorre apenas por um dever moral de manter a palavra empenhada, mas para a realização do bem comum e de sua finalidade social.
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Definição
Os contratos são acordos feitos com base na vontade das partes e na autorização legal, capazes de criar, regular, modificar ou extinguir relações jurídicas de conteúdo patrimonial. 
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Condições de Validade do Contrato
Para que o negócio jurídico produza efeitos, possibilitando a aquisição, modificação ou extinção de direitos, deve preencher certos requisitos, apresentados como os de sua validade.
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Requisitos do Contrato
SUBJETIVOS
Sujeitos
Capacidade
Legitimidade
Consentimento
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OBJETIVOS
Objeto
Licitude
Possibilidade física ou jurídica
Determinação
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FORMAIS
Livre
Especial ou solene
Contratual
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Não basta existir o pacto, o consenso ou a convenção para que o direito reconheça eficácia jurídica. 
Além dos elementos de existência do acordo, estes elementos devem apresentar certos predicados para que estejamos diante de um contrato.
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Além de estarem presentes as partes, o objeto e o consenso, como exteriorização da vontade das partes, se faz necessário:
que os sujeitos sejam capazes e legitimados; 
que o objeto seja lícito, possível, determinável e econômico;
 e que a forma de exteriorização das vontades seja a prescrita ou não proibida em lei.
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São os requisitos de validade de todo negócio jurídico (art. 104 e seguintes).
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Capacidade das partes
Dizer que as partes sejam capazes significa exigir que elas não se enquadrem nas hipóteses previstas nos artigos 3º e 4º do CC/2002. 
*VER ALTERAÇÕES PELA Lei 13.146/2015
Esta é a capacidade genérica.
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	A capacidade das partes é o primeiro elemento (art. 104, I).
	O contrato celebrado pelo incapaz é nulo (166, I) e pelo relativamente incapaz é anulável (171, I). 
	
	O menor, embora incapaz, pode adquirir direitos e celebrar contratos, desde que devidamente representados. 
	
	A capacidade de direito é inerente a todo  ser humano (art. 1º), a capacidade de fato é que falta a algumas pessoas (ex: menores) e que por isso precisam ser representadas para celebrar contratos (116). 
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A capacidade específica, ou legitimação decorre da ausência de impedimento específico de realizar certo contrato com certa pessoa. 
Ex: Marcos, legitimamente casado, não pode doar uma casa para sua concubina. 
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Objeto
O objeto corresponde a uma prestação lícita, possível, determinada e de valoração econômica. 
O objeto do contrato deve ser lícito. 
Os requisitos da licitude são amplos, não se restringindo à ideia de legalidade. 
O contrato deve primar, também, pela moral, pela ordem pública e pelos bons costumes. 
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O objeto do contrato deve ser também possível, física e juridicamente. 
O objeto do contrato deve também ser determinado ou, no mínimo, determinável, se indicado pelo gênero, quantidade e qualidade.
 As partes precisam saber a respeito do quê estão se obrigando. 
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É admitida a validade de contrato cujo objeto ainda não exista, desde que haja potencialidade de vir a existir, como nos contratos sobre coisa futura, na forma condicional ou aleatória. 
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O objeto deve ser um bem ou uma prestação patrimonial. 
Fala-se também de idoneidade do objeto, ou seja, sua adequação ao contrato escolhido, sendo inidôneo.
Ex: Um bem consumível ser objeto de comodato.
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Prestação
É uma conduta humana, é um ato ou omissão das partes, é um dar, é um fazer ou é um não-fazer. 
O contrato é uma fonte de obrigação, e toda obrigação tem por objeto uma prestação que corresponde a um dar, fazer ou não-fazer. 
O objeto da prestação de dar será uma coisa, o objeto da prestação de fazer será um serviço e o objeto da prestação de não-fazer será uma omissão. 
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	O conteúdo e objeto do contrato pode ser vistos de forma distinta.
	O conteúdo diz respeito aos direitos e obrigações objeto de regulamentação pelas partes (e/ou pela lei), ou objeto imediato. 
	Como objeto mediato ou objeto propriamente dito, falamos dos bens e das prestações 
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Forma
	A forma é a maneira pela qual a vontade das partes se exterioriza.
	O princípio é o da liberdade da forma, ou princípio do consensualismo, em oposição ao princípio romano do formalismo. 
	Salvo expressa previsão legal, os contratos tem forma livre, é a autonomia da vontade que prevalece. 
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O consenso e o acordo de vontades entre os contratantes, podendo ser expresso (escrito ou verbal) ou tácito, decorrendo de palavras ou do silêncio da parte, de um gesto, como o lance feito em leilão, ou de uma atitude pela qual o contratante da início a execução do contrato, provando assim a sua intenção de cumpri-lo.
Artigos 110 e 111 do CC. 
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	Sendo a forma prescrita por lei, se esta não for obedecida, o contrato
padece de nulidade. 
	
	Não havendo forma prescrita, o contrato pode ser feito por qualquer forma lícita. 
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Princípio da forma livre (art. 104 , 107 , 109 CC/2002).
 
O contrato pode ser verbal ou escrito.
Quando escrito pode ser por instrumento particular ou escritura pública. Ex: a doação de coisas valiosas (541 e § ú) e a compra e venda de imóvel (108). 
Via de regra, para vender uma cada é necessário uma escritura pública. Já para um contrato de locação a forma é livre (pode ser verbal, público ou particular). 
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Segundo o art. 109  CC/2002 se as partes convencionarem que, para a eficácia do contrato é essencial o instrumento público (registro no cartório), este se faz necessário para que aquele tenha validade. 
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Legitimidade
A legitimidade é o interesse ou autorização para agir em certos contratos previstos em lei. 
A pessoa pode ser capaz, mas pode não ter legitimidade para agir naquele caso específico. Ex: o tutor não pode comprar bens do órfão (497, I), o cônjuge não pode vender uma casa sem autorização do outro (1647, I), a amante do testador casado não pode ser sua herdeira (1801, III), o pai não pode vender um terreno a um filho sem a autorização dos outros filhos (496). 
Falta legitimidade e não capacidade às partes. 
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Formação do Contrato
	 Proposta e Aceitação
	
	O contrato como acordo de vontades, portanto, consensual, pressupõe uma proposta, denominada policitação, feita por uma das partes - o policitante ou proponente - à outra - o oblato ou solicitado.
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A comunicação da vontade pode ser expressa ou tácita. 
A comunicação expressa é a mais comum e mais clara, se fazendo de forma escrita ou verbal. 
A comunicação tácita é aquela presumida por certas circunstâncias, como o silêncio da outra parte (111, as pessoas podem receber presentes, mas ninguém precisa aceitá-los, todavia o silêncio do donatário é tido como aceitação,ex: 539; 659). 
Deve-se lembrar que nem todo silêncio deve ser interpretado como aceitação (na assunção de dívida, o silêncio do credor significa a recusa da troca do devedor (299, § ú). 
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Os dois elementos importantes para a formação do contrato são a solicitação ou proposta e a aceitação.
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Sílvio Venosa:
"quem promete dar, fazer ou não fazer algo não pode ficar indefinidamente vinculado. Se não houve prazo na promessa, cujo decurso por si só desobriga o promitente, deve este conceder um prazo para que o interessado se manifeste. Em várias situações práticas a promessa unilateral é utilizada, como, por exemplo, na opção que se dá a um credor, para alienar um determinado bem"
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Negociações preliminares - antes de aceitar, uma das partes pode pretender apenas informações, para saber se interessa ou não o contrato. Indagações, apontamentos, minutas, visitas, contas, trocas de cartas para esclarecimentos não vinculam as partes. 
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Responsabilidade pré-contratual - pode originar do período das negociações, se uma das partes age culposamente causando prejuízo à outra parte (culpa in contraendo). Uma parte agiu contrariamente ao princípio da boa-fé, fazendo a outra supor que o contrato seria assinado. 
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A proposta do contrato obriga o proponente como ocorre com toda declaração unilateral de vontade, a não ser que, se feita sem prazo a pessoa presente não aceita imediatamente ou, se feita a pessoa ausente, esta não responder dentro do prazo estipulado ou de prazo razoável.
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Deixa também de obrigar o proponente a proposta quando, antes ou simultaneamente com ela, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação daquele. 
(artigos 427 e 428)
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É discutível a situação criada se, após a proposta e antes da aceitação, o proponente falecer ou se tornar incapaz, entendendo a doutrina dominante que perdura a proposta posteriormente válida, vinculando a parte e seus sucessores.
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A oferta e o CDC:
"Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciada.
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Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária(...)
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Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:
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I – exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade;
II – aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
III – rescindir o contrato, com direito à restituição da quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.
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Artigo 466. Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob pena de ficar a mesma sem efeito, deverá manifestar-se no prazo nela previsto, ou, inexistindo este, no que lhe for razoavelmente assinado pelo devedor.
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Princípios Gerais do Direito Contratual
 Autonomia vontade
 Força obrigatória dos contratos;
 Princípio da relatividade dos contratos;
 A boa-fé contratual;
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Autonomia da Vontade
Dele decorrem a liberdade de contratar e a liberdade contratual. 
A primeira diz respeito à liberdade de estipular contratos e a segunda, sobre a liberdade de determinar o conteúdo deste.
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Com a intervenção pública nas relações contratuais, chamada por alguns de dirigismo contratual público, questionou-se a crise da autonomia privada. 
Ressalte-se que autonomia da vontade e autonomia privada não têm conteúdo idêntico. 
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Autonomia da vontade: é o princípio do voluntarismo, segundo o qual o fundamento e a força obrigatória dos contratos encontram-se na livre vontade das partes.
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Com a mudança de foco para a autonomia privada, compreende-se que a lei é fundamento do contrato, a vontade conforme a lei gera o vínculo jurídico, não a vontade pura. 
Assim, a lei, a ordem pública, a moral e os bons costumes compõem a autonomia privada, determinam as fronteiras da liberdade contratual. 
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Princípio da força obrigatória dos contratos 
Também chamado de princípio da obrigatoriedade. 
É revelado pela antiga expressão "pacta sunt servanda".
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Ao lado do princípio da obrigatoriedade, devemos mencionar o princípio da intangibilidade dos contratos, segundo o qual o contrato, uma vez formado, não pode ser alterado unilateralmente.
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A teoria da imprevisão não foi tratada no CC de 1916, mas não é uma novidade trazida pelo art. 478 do CC/2002, pois surgiu e se desenvolveu no Brasil a partir da jurisprudência. 
É farto o número de julgados, anteriores ao CC de 2002 que decidem como prevê o art. 478.
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 Princípio da relatividade 
O contrato produz efeitos relativos, ou seja, apenas entre as partes que dele participaram.
 O "contrato faz lei entre as partes" e apenas entre as partes, não podendo atingir terceiros. 
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Esse princípio é próprio do direito das obrigações, em oposição aos direitos reais, que são oponíveis "erga omnes". 
Este princípio encontra exceções e relativizações. 
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A transmissão das obrigações (e créditos) pela sucessão e a estipulação em favor de terceiro. 
A relativização é fruto da função social dos contratos. 
As obrigações, desde que fungíveis e salvo estipulação em contrário, transferem-se aos herdeiros na abertura da sucessão.
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 Quanto aos débitos, contudo, estes não obrigam os herdeiros no que ultrapassar as forças da herança.
A estipulação em favor de terceiro vincula pessoa que não foi parte no momento da formação do contrato, mas apenas em seu benefício, ou seja, este terceiro pode adquirir vantagens, não obrigações. 
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Princípio da boa-fé
Princípio da boa-fé, também chamado de princípio da probidade ou da eticidade dos contratos.
O princípio da boa-fé objetiva encontra-se no artigo. 422.
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boa-fé subjetiva 
boa-fé objetiva 
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 A boa-fé subjetiva diz respeito a certo estado psicológico do sujeito, que desconhece vícios ou impedimentos de determinada situação jurídica na qual está inserido. 
É atinente à intenção do sujeito, ao conhecimento ou desconhecimento de certos detalhes da relação ou situação jurídica.
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A boa-fé objetiva não se liga à subjetividade do agente ou da parte, mas a um padrão genérico de conduta, num determinado lugar e em certo momento. 
Recorrer à boa-fé objetiva não é fazer uma investigação psicológica para concluir se o possuidor sabia ou não que poderia estar com aquele bem, ou se o adquirente conhecia ou não a insolvência do alienante. 
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Recorrer ao princípio da boa-fé objetiva é buscar, em certo contexto social, qual é o padrão de conduta do homem probo, correto, honesto, leal.
O princípio da boa-fé objetiva determina que este padrão médio de probidade, de ética, seja o padrão de conduta a reger o comportamento dos contratantes entre si.
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3 funções do conceito de boa-fé objetiva
Artigo 113 CC/2002-função interpretativa
 do negócio jurídico:
 Naquilo que o título for obscuro deve ser interpretado pela cláusula geral da boa-fé.
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Artigo 187 CC/2002 -função de controle dos limites do exercício de um direito:
 Comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pela boa-fé.
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Artigo 422 CC/2002 – função de integraçãodos negócios jurídicos
Ccriação de deveres laterais de conduta:
	Os contratantes são obrigados a respeitar deveres que não estão escritos, mas vinculam as partes. Há exigência de lealdade e honestidade.
Ex: Dever de sigilo.
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Função Social do Contrato
Artigo 421 CC/2002:
“A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato”. 
É uma cláusula geral.
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“(...) toda vez que o contrato inibe o movimento natural do comércio jurídico, prejudicando os demais integrantes da coletividade na obtenção de bens da vida, descumpre sua função social” (ASSIS, Araken de, Comentários ao CC brasileiro, v. 5).
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Um dos motivos determinantes desse mandamento resulta da Constituição de 1988, a qual, nos incisos XXII e XXIII do Art. 5º, salvaguarda o direito de propriedade que “atenderá a sua função social”. 
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A realização da função social da propriedade somente se dará se igual princípio for estendido aos contratos, cuja conclusão e exercício não interessa somente às partes contratantes, mas a toda a coletividade.
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Deve se atribuir ao contrato uma função social, a fim de que  ele seja concluído em benefício dos contratantes sem conflito com o interesse público. 
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A função social é a prevalência do interesse público sobre o privado, bem como a magnitude do proveito coletivo em detrimento do individual, é fenômeno massivo que inspira todo nosso ordenamento jurídico.
Pretende uma justiça mais distributiva do que retributiva. 
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O contrato não pode ser transformado em um instrumento para atividades abusivas, causando dano à parte contrária ou a terceiros, uma vez que, nos termos do Art. 187, “também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
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Existem diversos institutos jurídicos que asseguram a função social do contrato, entendida como finalidade social, como: 
a lesão, 
a resolução por onerosidade excessiva, 
normas de ordem pública 
a análise do objeto do contrato. 
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Por isso a aplicação do artigo 421 CC é residual, isto é, deve prevalecer nos casos em que não previsto determinado remédio para o problema de má circulação do direito entre as partes.
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Venire contra factum proprium
Proibição de comportamento contraditório com atos próprios anteriores.
Comportamento contraditório = conduta ilícita.
Ex: uma parte faz a outra crer que a forma de determinado ato não é obrigatória e posteriormente alega nulidade pela falta da forma legal.
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