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Resumo para a P1 de Fundamentos das Ciências Sociais O conhecimento científico sobre a sociedade: surgimento, condições históricas e evolução O homem e os fenômenos naturais e sociais O ser humano é um ser que vive e cria relações, em relação aos fenômenos naturais e sociais (problemas). O homem como produtor de conhecimento O ser humano é um ser que conhece. O que é conhecimento? ® Novas interpretações/explicações sobre a realidade. Por que produzir conhecimento? ® Racionalismo: se produz conhecimento para buscar os melhores meios para atingir determinados fins, como conforto, sobrevivência, superar/evitar problemas, satisfazer necessidades. Diferentes tipos de conhecimento e ciência O ser humano é um ser em busca de sentido. Senso comum (o que todo mundo sabe: intuição, tradição), bom senso (o que os “melhores” sabem: tradição, autoridade), religião (o que os representantes de Deus sabem: fé, autoridade), filosofia (o que deve ser a melhor conduta: retórica, lógica) e ciência (o que é racionalmente comprovado: comprovação empírica). Como esses conhecimentos explicam os problemas sociais? (Fenômenos sociais que afetam a (re)produção de grupos sociais) As demandas por uma ciência sobre o fenômeno social Sociologia = forma que a sociedade tem de produzir significados sobre si mesma por meio da ciência. Estudo do comportamento social, dos grupos e das interações humanas: influência da sociedade no comportamento, dinâmica social, estabilidade social, mudança social, aparência e essência dos fatos sociais, foças e pressões sociais. A sociedade torna-se melhor quando há uma melhor imaginação sociológica: qual a estrutura em que vivo? Qual a posição dessa sociedade na história humana? Quais variedades de homens e condutas desta sociedade? Por que um fenômeno se torna objeto de ciência? ® O fenômeno é um problema para o grupo social. O problema é claramente identificado pelo grupo. O grupo social acredita que tem condições de produzir explicação científica. (Consciência social) Condições históricas econômicas e sociais: Revoluções (Industrial, Agrícola e Urbana) trazem o fenômeno social como problema social; Capitalismo, socialmente sensível, depende da administração do conflito e cooperação; Estado, gestor da sociedade, precisa conhecer para gerir. Condições históricas teóricas e culturais: Racionalismo, Humanismo e Iluminismo; Evolução do sistema de ciências, mentalidade média (senso comum), predomínio do secular sobre o sagrado. Condições para que um corpo de conhecimentos seja considerado uma ciência: objeto claramente definido; método específico; elementos teóricos conceituais. O positivismo de Augusto Comte “Ordem por base, progresso por fim”. O que é o homem? ® Ser vivo (função de produção individual e reprodução da espécie); humano (busca conhecer, interpretando a realidade); ser social (relaciona-se com outros). Objeto de estudo: sociedade/humanidade como um todo; preocupação com a sociedade em mudança. Método: uso da razão (premissa de que há leis gerais na natureza). Teoria básica: estática (estrutura; família, empresa, sindicato, escola) e dinâmica social (processo; família de hoje em comparação ao passado, processo industrial, greve, aula). Lei dos três estágios: teológico, metafísico e científico. Altruísmo universal: utopia ® conhecimento gera respeito. Física social: metodologia das ciências naturais, utilizada na sociologia. Durkheim O pensamento de Durkheim – Fato Social O objeto da sociologia: fato social O fato ou fenômeno social Maneira de fazer (padrão de comportamento; fisiologia) x maneira de ser (componentes e papeis; morfologia). Exterioridade (existe fora da consciência individual), impessoalidade, objetividade, coercitividade, anterioridade (correntes ou movimento sociais não são fatos sociais), generalidade. Aforismos, regras jurídicas, morais, artigos de fé, seitas demonstram o fato social. Fatos sociais são “coisas”. São maneiras de agir, pensar e sentir exteriores ao indivíduo e dotadas de um poder coercitivo. Não podem ser confundidos com os fenômenos orgânicos, nem com os psíquicos, constituem uma espécie nova de fatos. – Durkheim O método sociológico: objetividade Objetividade: estuda um objeto, uma “coisa”, com vida própria. Neutralidade: não deve haver posicionamento. Funcionalidade: se funcionar, é bom, se não, é ruim. A dinâmica da sociedade e o papel da coerção Suicídio Suicídio egoísta: indivíduo não se sente parte do grupo social que regula as ações (família, religião, trabalho), apresentam desejos que não podem satisfazer. Suicídio altruísta: indivíduo se identifica com uma causa nobre, com a coletividade. Suicídio anômico: ocorre após mudança na vida do indivíduo (divórcio, perda do emprego), causando desregramento social e desorganização dos sentimentos do indivíduo em relação ao grupo que não possui normas ou no qual estas perderam o sentido. Suicídio fatalista: ocorre em decorrência de pressão social excessiva sobre os membros do grupo, em que o indivíduo não suporta mais viver naquela sociedade e não vê outra opção além da de tirar a própria vida. Divisão do trabalho Cria a civilização, não só no sentido econômico, mas de distribuição de especialidades. Define o padrão ou tipo de solidariedade de um determinado grupo ou sociedade. Quanto maior a divisão do trabalho, mais intensa é a solidariedade orgânica. Tipo de organizações sociais (em ordem crescente de divisão do trabalho, territorialismo e organização): hordas, clãs, tribos, comunidades e sociedade. Anomia Durkheim define o termo anomia como uma condição em que as normas sociais e morais são confundidas, pouco esclarecidas ou simplesmente ausentes. Isto é, a ausência ou enfraquecimento das regras, faz com que os indivíduos deixem de sentir a pressão necessária sobre eles, consequentemente, ocorre o afrouxamento dos laços morais e a diminuição da coesão social. Solidariedade mecânica Segundo Durkheim, em uma sociedade de solidariedade mecânica, o indivíduo está diretamente ligado ao grupo social em que vive, prezando pela consciência coletiva, acima de seus desejos individuais. Quanto maior a consciência coletiva, maior a intensidade da solidariedade mecânica, proporcionando maior coesão e harmonia social. Solidariedade orgânica A solidariedade orgânica, de forma distinta da solidariedade mecânica, atua sobre sociedades complexas, ou seja, sociedades em que há grande diferenciação entre os indivíduos. Nessa forma de solidariedade, os indivíduos possuem diferentes crenças, valores e interesses, exigindo que a coesão social se forme a partir de regras e normas, direitos e deveres. Max Weber Examinou o papel do protestantismo no desenvolvimento do capitalismo. Desenvolveu o conceito de burocracia: “poder da pessoa que trabalha no escritório”. Burocracia e a questão do poder A teoria burocrática de Max Weber é uma espécie de organização humana baseada na racionalidade, ou seja, os meios devem ser analisados e estabelecidos de maneira totalmente formal e impessoal, a fim de alcançarem os fins pretendidos. Dessa forma, na teoria burocrática há grande ênfase na eficiência. O grande crescimento pelo qual passaram as organizações do período de Weber fez com que a Teoria Clássica e a das Relações Humanas não fossem mais capazes de suprir suas necessidades. Era imperioso que algo fornecesse mais formalidade, impessoalidade e eficiência ao processo. A relações burocráticas são tipicamente autoritárias. Os subordinados aceitam as ordens deseus superiores por admitirem a ideia de que tais ordens estão amparadas por normas e preceitos legais. Dessa maneira, a obediência não deriva de nenhuma pessoa em si, mas sim do conjunto de normas e regulamentos estabelecidos e aceitos como legítimos por todos. Principais características: autoridade; hierarquia e divisão do trabalho; formalidade no atos e comunicações; especialização dos funcionários; impessoalidade nas relações. Destaques • Importância para a administração • Contexto social alemão • Foco na mudança social • Importância da interação e não da estrutura • Introduz a reflexão sobre o poder • Primeira teoria da burocracia • Uma ética específica – a do capitalismo: acúmulo do dinheiro; não se trabalha para gastar, mas para acumular cada vez mais dinheiro. Ação social: o objeto da ciência Não é necessariamente consciente; sempre tem um sentido; só pode ser entendida na relação com o outro; sentido é dado pelas ideias e representações (racional para fins, racional para valores, afetiva e tradicional). Poder Para Max Weber, “poder significa toda probabilidade de impor a própria vontade em uma relação social, mesmo contra resistências, seja qual for o fundamento dessa probabilidade”. ® Força, autoridade, influência. Dominação “é a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem”, é o exercício do poder. Tipos de dominação: força, autoridade e influência. Tipos de autoridade: racional/legal (Temer), tradicional (Kim Jong-Un), carismática (Trump). Elite Minoria presente em todas as sociedades e que, de várias formas, é detentora de autoridade ou poder, em oposição a uma maioria que dele está privada. Instituições políticas Na sua estrutura, está definido a quem, em que condições, quando e como será concedido o poder, e qual nível de poder do governo. Estado Uma associação política é denominada “Estado” quando e na medida em que seu quadro administrativo reivindica com êxito o monopólio legítimo da coação física para realizar as ordens vigentes. Questões do método Sociologia da compreensão; busca do sentido; neutralidade; tipo ideal. Karl Marx Levar novamente para o Estado de igualdade que antes ele se encontrava. Contexto Foco no capitalismo industrial, na Inglaterra: os trabalhadores vivendo em condições horríveis. O capitalismo tem uma contradição inerente a ele, pois ele precisa de trabalho e ao mesmo tempo capital. Economia política Estudo da produção de bens. Não tem relação das trocas que estão sendo feitas, em como produz os bens. Relaciona com Poder de Weber, pois quem tem mais poder garante maior porte de riquezas. O que explica como a sociedade está estruturada é na maneira de produzir bens (relação do homem com a natureza). Só o trabalho adiciona valor a uma matéria-prima, sem trabalho não existe riqueza; a única função do trabalho é criar valor; a riqueza é transformada em capital. Riqueza (posse de valor em si) x capital (meio de produção) Uma riqueza vira capital quando utilizada para trabalho. Ex: casa (riqueza) à casa em que se fabrica doces (capital). Como o capital mobiliza o trabalho para gerar riqueza? à Comprar o trabalho e os instrumentos de trabalho (força produtiva) à transformar natureza com o uso de tecnologia (instrumentos), a relação de emprego (pagar trabalhador, contratar...), organização do trabalho. A maneira de fazer valor irá depender da maneira que as forças produtivas estão alocadas (como a sociedade produz os bens que fazem essa sociedade crescer) – para entender como se organiza a sociedade, deve-se entender como ela produz. Materialismo histórico A cultura, forma de pensar de uma sociedade, estão determinadas pela forma que a sociedade produz. Só mudando o jeito de uma sociedade produzir bens que se muda a sociedade. Verdade, classe social e história Cria-se a necessidade de ter alguém que tem a posse da riqueza e outra que não tem; formam-se duas classes sociais que estão em cooperação (uma não existe sem a outra) e conflito (como fica a repartição da riqueza). Não dá para resolver esse conflito sem questionar o ciclo inteiro do capitalismo (ou muda o jeito de produzir bens, ou a sociedade não mudará), então gera-se uma reação radical, ou tudo permanecerá igual. A neutralidade impossível Não existe mudança sem algum tipo de violência, pois, como o proprietário não “abre mão”, a violência é necessária. As pessoas sempre ficam do lado de alguma classe, não existe neutralidade (Durkheim à ver objeto como “coisa”; Weber à importância da neutralidade). Contradição e progresso social Contradição provoca mudança social; para desenvolver a sociedade, é preciso acirrar a contradição, para promover o processo de mudança. Progresso social aponta para uma sociedade igualitária. Dialética (lógica) Entende que as coisas existem porque elas são diferentes da não existência. Só consegue explicar uma coisa se explicar o oposto dessa coisa. Ex.: explicar que o proprietário precisa do trabalhador. Para explicar que um precisa do outro. O capitalismo é e já cria o seu contrário. Contribuições para a administração • Importância das condições materiais • Conflito é tão natural como cooperação • Valorização do conflito ou contradição = inovação • Impossibilidade da verdade absoluta • Visão sistêmica com complexidade
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