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Trabalho Fundamentos das Ciências Sociais - Problema Social

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FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
GRUPO T
IZABELLA SOPHIA LIMA DE OLIVEIRA - 10370698
LAURA DE ANDRADE MARQUES - 10416079
MARIANA HOKAMURA - 8971714
A EXCLUSÃO ÉTNICA-RACIAL NOS MEIOS ARTÍSTICOS
COMO PROBLEMA SOCIAL
SÃO PAULO
2017
SUMÁRIO
1. Definição do problema social
Nosso tema busca abordar a exclusão étnica-racial nos meios artísticos, em especial da televisão, e propagandísticos, os quais exercem grande influência no modo de pensar da população sobre a sociedade em que vive. Esse tema é apenas um reflexo de um problema maior da sociedade, com heranças históricas, mas que o reflete com clareza, uma vez que se vê a exclusão por raça, cor ou etnia em programas e propagandas ainda nos últimos anos.
2. Por que é um problema social?
A exclusão étnico-racial na televisão é um reflexo e um fator contribuidor das desigualdades sofridas no cotidiano da população brasileira. Devido à sua grande influência e vasto alcance de suas informações, os meios de comunicação em massa muitas vezes criam uma cultura de massa, apresentando aos telespectadores uma visão distorcida da realidade [1]. Esse fenômeno ocorre com frequência com grandes produções televisivas e propagandas em geral, que muitas vezes tratam as minorias étnico-raciais de forma caricata e estereotipada, além de serem compostas majoritariamente por atores brancos, enquanto mais da metade da população é composta por negros e pardos [4].
De acordo com dados da pesquisa do IBGE, cerca de 63,7% da população brasileira acredita que sua cor ou raça tem influência sobre suas vidas, sendo que 71% acreditam que impactam a busca por trabalho e 65%, o convívio social [4], indicando a importância de haver representatividade e diversidade nas mídias televisivas, grandes disseminadoras de informação e formadoras de opinião.
Em suma, devido à influência da televisão sobre a opinião das pessoas, essa se torna um fator importante na propagação de ideias distorcidas em relação a grupos étnico-raciais. Isso se caracteriza como um problema social na medida em que ameaça a reprodução ideológica da igualdade, pensamento de grande importância na sociedade contemporânea, produzindo ideias equivocadas e perturbando o convívio social entre diferentes grupos étnico-raciais.
3. Contemporaneidade
	A comunidade negra, no Brasil, tem um extenso histórico de luta contra a desigualdade racial e o preconceito, sendo o grupo étnico-racial brasileiro com maior predominância de pessoas pobres e abaixo da linha da pobreza, menor acesso à educação, maior taxa de evasão escolar, entre outros problemas [2]. Na televisão, os negros lutaram muito para ter seu espaço, enfrentando preconceitos e estereótipos, que acabou por dar bastante visibilidade ao assunto da igualdade racial nos meios de comunicação em anos recentes [3]. Apesar da situação ter melhorado nos últimos anos, ainda é possível encontrar situações em que o whitewashing (termo em inglês que significa substituir personagens de outras etnias por atores brancos) acontece, como na propaganda da Caixa Econômica Federal, em que utilizou um ator branco para representar Machado de Assis [7].
	Além da comunidade negra, outros grupos étnicos-raciais considerados minorias, também sofrem do whitewashing. "Caminho das Índias", novela de grande audiência da Rede Globo de 2009, por exemplo, não possuía nenhum ator de origens indianas, nem para papeis coadjuvantes. Assim como a novela "Salve Jorge", de 2012 e de mesma emissora, não possuía nenhum ator com origens no Oriente Médio em papeis de relevância, sendo que seu enredo se passava na Capadócia, Turquia.
	Mais recentemente, grupos de descendentes de orientais (japoneses, chineses e coreanos, especialmente) têm entrado na discussão do preconceito nas mídias. A novela "Sol Nascente" (Rede Globo, 2017) criou polêmica ao elencar Luís Melo e Giovanna Antonelli como personagens principais do núcleo japonês do enredo, além de apresentar uma visão estereotipada do japonês no Brasil, também presente em propagandas como das empresas Frimesa [9] e Embalixo [8]. A comunidade chinesa também se viu mal representada em uma matéria do Globo Esporte de fundo preconceituoso, em que a repórter teve que se desculpar publicamente após polêmica [5]. Assim como um grupo de artistas sul-coreanos que, sem entender a língua portuguesa, foram vítimas de piadas preconceituosas no Programa Raul Gil - depois de fazer piadas semelhantes a um grupo de crianças brasileiras descendentes de asiáticas -, o que acabou por gerar uma discussão entre brasileiros e sul-coreanos na Internet [10]. Grupos a favor da igualdade étnico-racial de asiáticos, como o Yo Ban Boo (canal do YouTube) e o Coletivo Oriente-se (coletivo de atores profissionais brasileiros com ascendência oriental) têm lutado para conquistar o respeito e espaço no Brasil.
4. Grupos sociais envolvidos
4.1. Negros
	A exclusão étnico-racial nas mídias impacta os negros ao afetar a reprodução individual deles, pois os meios televisivos reforçam o preconceito contra esse grupo e sua marginalização, colocando-as muitas vezes em situações precárias de vida.
4.2. Minorias étnico-raciais
A exclusão étnico-racial nas mídias impacta as minorias na medida em que afeta a reprodução ideológica de igualdade, uma vez que pessoas de diferentes grupos étnico-raciais não possuem a mesma taxa de participatividade na televisão.
5. Fatos sociais relacionados
5.1. Marginalização de certos grupos étnico-raciais
Porque: A sociedade possui ideias deturpadas de certos grupos sociais, principalmente dos negros, que são frequentemente associados à bandidagem, à violência e à pobreza, mesmo que inconscientemente (generalidade). Essa ideia não surge do indivíduo, ele passa a pensar de tal maneira ao observar o comportamento e ouvir as ideias propagadas de outras pessoas (exterioridade). A imagem que se tem desse tipo racial está tão enraizada na sociedade que torna o fato natural e o pensamento preconceituoso atua de forma inconsciente (coercitividade).
Relação com o tema: As ideias que associam os negros com o crime e a pobreza são reforçadas pelas mídias, que geralmente tratam-o de tal maneira em filmes, novelas e seriados, ajudando na marginalização dos indivíduos desse tipo racial.
5.2 Estereotipagem relacionada à etnia / raça
Porque: Indivíduos de diversos grupos étnico-raciais sofrem com estereótipos relacionados à sua aparência ou país de origem, assim como possuem ideias estereotipadas de outros grupos étnico-raciais (generalidade). O estereótipo não nasce como ideia individual, a sociedade propaga imagens distorcidas de certos grupos e o indivíduo as absorve (exterioridade). Alguns estereótipos são tratados com tanta naturalidade, como se fosse uma verdade para todos os indivíduos de determinado grupo étnico-racial, que as pessoas acabam incorporando a ideia inconscientemente (coercitividade).
Relação com o tema: As mídias são grandes propagadoras de estereótipos, seja em filmes, novelas e séries ou em propagandas. Dificilmente encontra-se pessoas de determinada etnia / raça em papéis que fogem do estereótipo.
5.3. Casamento entre indivíduos de mesma etnia / raça
Porque: Seguindo a ideia de pertencimento, grande parte da sociedade tende a casar-se ou relacionar-se com indivíduos de mesma etnia / raça (generalidade). A ideia ocorre externamente ao indivíduo, pois a sociedade apresenta um mundo em que, mesmo que teoricamente, pessoas de grupos étnico-raciais diferentes possuem valores, crenças e aspirações diferentes (exterioridade). Essa ideia de pertencimento, então, faz com que as pessoas inconscientemente busquem parceiros de mesma etnia / raça (coercitividade).
Relação com o tema: As mídias televisivas refletem essa "preferência" que as pessoas têm por outros do mesmo grupo étnico-racial, na medida em que se vê em novelas, filmes e seriados núcleos de tipo racial definido. Dificilmente, tem-se um núcleo, familiar especialmente, com variaçãoétnica-racial.
6. Conceitos de Durkheim aplicados
6.1. Anomia
	Nosso problema social está relacionado com a anomia. Visto que, a exclusão étnico-racial na televisão é um reflexo de falhas nas normas em manter a uniformidade, e pressão necessária, em atitudes que deveriam ser consideradas erradas. Ou seja, se um meio de comunicação, como a televisão, que possui influência no modo de pensar da população quebra com regras sociais, como por exemplo o fato em que majoritariamente seus atores são compostos por brancos enquanto mais da metade da população é composta por negros e pardos, o descontentamento espalha-se pela sociedade e produz um estado geral de anomia: falta de clareza, crueldade e desorientação pessoal.
6.2. Consciência coletiva
Há uma relação entre a consciência coletiva e a exclusão étnico-racial atualmente existente. Visto que, a presença do preconceito nas sociedades, remete ao fato de existir uma consciência coletiva comum sobre os indivíduos que apoiam essa inferiorização. Um exemplo disso é o que cita a historiadora Lília Schwarcz, na sua obra Nem preto, nem branco, muito pelo contrário, “Ninguém se diz racista, mas todo mundo conhece alguém que seja. Racismo negado publicamente e praticado na intimidade”. Isto é, o conjunto de crenças e sentimentos de ódio são compartilhados pelos membros do grupo, fazendo com que essa minoria sofra agressões físicas e verbais diariamente.
6.3. Solidariedade mecânica
A solidariedade mecânica está muito ligada ao sentimento de pertencimento a um grupo social específico. No nosso tema, esse sentimento estaria restrito aos grupos de mesma etnia, cor ou raça. Uma vez que as diferenças étnicas-raciais se mostram na sociedade e são intensificadas pelas mídias televisivas, é possível perceber uma divisão por grupos étnicos-raciais, em que os indivíduos, por causa de uma sentimento de pertencimento, se ajudam, se comunicam e interagem entre si de maneira mais intensa.
6.4. Solidariedade orgânica
	A solidariedade orgânica se dá pela interação dos diferentes tipos étnicos e raciais que compõem a sociedade. Devido às diferenças entre os grupos e da intensificação dessas diferenças pelas mídias, há também uma cultura de preconceito em relação a grupos étnicos-raciais distintos. Para que o preconceito racial não atrapalhasse a coesão social, foi necessária a instituição de leis que proíbem ações de cunho preconceituoso e racista. Logo, a convivência entre os diferentes grupos étnico-raciais existe e se dá através de meios jurídicos, constituindo uma sociedade de solidariedade orgânica.
6.5. Normalidade e patologia
	A exclusão étnico-racial, entretanto, não tem sua definição como normal ou patológica definitiva na sociedade. Dependendo do grupo social em questão, o fenômeno da exclusão étnico-racial pode ser normal e para outro pode ser patológico. E, apesar de ser prejudicial para a coesão social na sociedade em geral, as ideias erradas sobre certos grupos étnicos ou raciais que são difundidas, muitas vezes com a ajuda das mídias televisivas, tornam o fenômeno cada vez mais normal e menos patológico - não indicando que essa seria a situação ideal para tal.
7. Aplicação dos conceitos de poder, dominação (tipos) e autoridade
No caso de nosso problema social, o poder das mídias se dá através de uma influência baseada no carisma que a televisão possui, por causa do que ela representa para a sociedade: um meio de entretenimento e informação, que está presente na casa de todos os brasileiros.
8. Aplicação dos tipos de ação social
	Pode-se caracterizar o ato de exclusão étnico-racial na mídias televisivas como uma ação social tradicional, porque essa desigualdade tem origem em costumes históricos, em que pessoas não brancas não têm as mesmas oportunidades que pessoas brancas.
9. Projeto para mitigar/eliminar/administrar o problema social da perspectiva weberiana
No contexto da sociedade brasileira atual, temos o governo como dominação legal, em que a obediência se presta não à pessoa, em virtude de direito próprio, mas à regra, que se conhece competente para designar a quem e em que extensão se há de obedecer, baseada em normas que são criadas e modificadas através de um estatuto sancionado.
Com isso em mente, é possível usufruir da dominação legal para controlar o poder de influência das mídias, que contribui com a desigualdade e a apresentação de uma visão distorcida da realidade das minorias étnico-raciais, estabelecendo normas que garantam uma maior participação de grupos raciais excluídos nas mídias televisivas, como, por exemplo, a implementação de cotas raciais, como aconteceu na universidades do país.
10. Conclusões
O administrador, por sua função na organização, exerce um tipo de autoridade racional-legal, e, por conta disso, é encarregado pela gestão dos grupos de forma responsável. Em outras palavras, ele tem o compromisso de integrar os diferentes indivíduos que constituem sua equipe, independente de suas diferenças étnicas, trabalhando para proporcionar um ambiente mais inclusivo. Entretanto, a inclusão dentro da organização não ocorrerá de forma espontânea, apenas com pessoas diferentes integrando um mesmo grupo [6], mas poderá ser alcançada com o esforço do administrador, na forma de uma ação racional para valores, que, devido a sua autoridade, seria capaz de mobilizar o resto da equipe para criar um ambiente propício à inclusão.
Organizações que fortalecem a integração dos indivíduos acabam por consolidar a coesão social, de forma a contribuir com a coexistência de grupos étnico-raciais distintos [6]. Essa integração está bastante ligada ao conceito de solidariedade orgânica, na medida em que, devido à grande variedade de pessoas que compõem uma instituição, regras e normas se tornam imprescindíveis para um melhor convívio de indivíduos e suas diferenças. O administrador, nesse caso, está incubido de certificar que as regras da corporação serão seguidas.
11. Referências
[1] ALEXANDRE, Marcos. O papel da mídia na difusão das representações sociais. Comum, v. 6, n. 17, p. 111-125, 2001.
[2] CICONELLO, Alexandre et al. O desafio de eliminar o racismo no Brasil: a nova institucionalidade no combate à desigualdade racial. From poverty to power: how active citizens and effective states can change the world. London: Oxfam, 2008.
[3] Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/blogs/intervozes/racismo-na-midia-entre-a-negacao-e-o-reconhecimento-4304.html (acesso em 24 de agosto de 2017).
[4] Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Características Étnico-raciais da População, 2008. Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv49891.pdf (acesso em 24 de agosto de 2017).
[5] Matéria Globo Esporte. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=JxMHrklSC2E (acesso em 24 de agosto de 2017).
[6] PICCININI, Valmiria Carolina et al. Sociologia e administração - Relações sociais nas organizações, 2010. 
[7] Propaganda Caixa Econômica Federal - Bruxo do Cosme Velho. Disponível em: https://youtu.be/2sN2DQX5MNI (acesso em 24 de agosto de 2017).
[8] Propaganda Embalixo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=J-KP1n9zGM4 (acesso em 24 de agosto de 2017).
[9] Propaganda Frimesa. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=CMcR9xlq-D0 (acesso em 24 de agosto de 2017).
[10] Programa Raul Gil - Kard. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=kA_xu8tlePE (acesso em 24 de agosto de 2017).

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