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A VIAGEM 2

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A VIAGEM - II ESTAÇÃO
( Filosofia Geral e Jurídica )
Prof.ª' Ms. Maria das Neves Franca - 2018.1
ATENÇÃO: TEXTOS, NOTAS E APOSTILAS NÃO SUBSTITUEM OS LIVROS! COM BASE NOS ASSUNTOS ABORDADOS EM SALA DE AULA, CONSULTEM A BIBLIOGRAFIA INDICADA.
ROTEIRO/SINTESE PARA ESTUDO 
Aqui vocês encontrarão uma síntese dos esclarecimentos e das discussões já realizadas em sala de aula a respeito da leitura recomendada. O objetivo é abrir os horizontes de compreensão e interpretação da INTRODUÇÃO DO LIVRO CURSO DE FILOSOFIA DO DIREITO DE EDUARDO BITTAR. Abaixo as capas da 10ª. E da 12ª. Edição. O livro se encontra na biblioteca física e na virtual . 
 
A leitura deveria ser orientada para, ao final, conseguir responder três questões: 
1ª. QUAL O TEMA OU ASSUNTO DO TEXTO?
2ª. QUAL A TESE DO AUTOR?
3ª. QUAIS OS ARGUMENTADOS UTILIZADOS PELO AUTOR PARA DAR SUSTENTAÇÃO A SUA TESE? 
1. A FILOSOFIA E O SIMBOLISMO DA SABEDORIA
TEMA DO TEXTO: A ATITUDE FILOSÓFICA - O autor nos esclarece acerca da atitude filosófica a partir do exame de alguns símbolos e metáforas da sabedoria, apresentando como sugestivos a coruja, o mosteiro e a fortaleza. 
“...a coruja ter sido vista como símbolo da atitude desperta (...) que não dorme quando se trata da busca pelo conhecimento”p.1
“ O amor à sabedoria implica uma atitude perante o mundo de busca incessante pelo conhecimento “ p.1
“ a atitude de vigília da coruja é uma atitude que atravessa as sombras” p.1
“O filosofo pratica uma forma de atitude que se ocupa das mesmas atitudes exercidas seja pela sentinela seja pelo monge “ p.3
TESE DO AUTOR: O amor à sabedoria pressupõe uma atitude perante o mundo. Essa atitude assemelha-se àquelas praticadas pela coruja, pelo monge e pelo sentinela, daí a razão de serem considerados símbolos, metáforas da sabedoria. 
ARGUMENTOS UTILIZADOS PELO AUTOR PARA DAR SUPORTE A SUA TESE:
Caracteriza essa atitude de amor a sabedoria, a atitude filosófica, justificando o simbolismo : 
Essa atitude se traduz por um olhar atento à compreensão do mundo, o cultivo da observação e admiração simbolizado pelos grandes olhos da coruja. 
cultivo de uma permanente e incansável curiosidade intelectual, uma busca incessante de saber, uma vontade constante de investigar os diversos horizontes do conhecimento humano (simbolizada pela atitude de vigília permanente da coruja, cuja figura está associada à capacidade de enxergar mesmo no escuro). 
uma forma de interação com o entorno que se nutre da recusa ao acostumamento, do espanto e a admiração, guardando um distanciamento essencial para uma visão mais ampla do mundo(simbolizados pela forma como a coruja interage, distanciando-se para observar mais e melhor. 
uma opção por uma colocação especial diante do mundo, uma tomada de posição diante do mundo. Por essa razão o mosteiro e a fortaleza são considerados também metáforas da atitude filosófica. 
O monge escolhe as alturas, se distancia das coisas para o cultivo da contemplação e da vida do espírito. 
 O filósofo também se distancia das coisas para contemplá-las e observá-las de forma mais ampla, recusando-se a ver o mundo como natural, como uma evidência. Como o sentinela, o filósofo toma posição para manter uma atitude defensiva (contra preconceitos, dogmas, ideologias, hábitos, crenças, opiniões ingênuas, falsas opiniões, aparências etc.), utilizando como instrumento de defesa a razão e a força do pensamento. O filósofo seria o defensor da razão em sociedade, tem a função de garantir o compromisso humano com a sua função racional. 
2. FILOSOFIA: ENTRE REFLEXÃO E AÇÃO. 
TEMA DO TEXTO: A importância da Filosofia COMO ATIVIDADE DE REFLEXÃO
TESE DEFENDIDA PELO AUTOR: A filosofia, enquanto ATIVIDADE RACIONAL E CRÍTICA, é importante pela sua dimensão libertadora. Ela investiga os fundamentos das decisões e retira o homem da cegueira, dos grilhões dos preconceitos e da submissão a poderes estabelecidos. Abre espaços para outros horizontes, introduz novas possibilidades de ser e conviver. 
ARGUMENTOS UTILIZADOS PELO AUTOR PARA DAR SUSTENTAÇÃO A SUA TESE:
Chama atenção para duas capacidades humanas: AÇÃO E PENSAMENTO. 
Aponta a tensão existente na relação entre ação e reflexão. Para responder a necessidade de ação, o homem canaliza esforços , que são direcionados para a reflexão, a fim de que possa entender melhor. A reflexão sustenta a carência e a necessidade de ação.
A reflexão exige distanciamento dos acontecimentos, exige que o homem se isole da atividade para que ele possa analisar e observar. 
Análise – decomposição ou divisão de um todo em suas partes; capacidade racional de separar, desligar, mostrar que fatos ou coisas que aparecem como iguais ou semelhantes são, na verdade, diferentes. O pensamento pode mostrar que sob a aparência da semelhança percebida, estão diferenças .( Os Caras-pintadas de 1992 para destituir Collor não têm o mesmo significado dos cara-pintadas da propaganda do exército para persuadir jovens para a carreira militar)
Síntese – Ato de unir em um todo elementos dados separadamente; capacidade racional de descobrir semelhanças e identidades (gelo é diferente de vapor que é diferente da chuva, que é diferente da correnteza de um rio, o pensamento mostra que é o mesmo elemento – água – passando por diferentes estados – sólido, líquido, gasoso, em decorrência de causas diferentes : condensação, evaporação, liquefação. 
O autor recorre ao exame do termo filosofia que já no seu surgimento mostra essa tensão entre ação/observação, encerra essa dicotomia ação/ pensamento.
Cita a alegoria de Pitágoras e ressalta a importância da observação e, por conseguinte , da filosofia, enquanto capacidade de reflexão e visão privilegiada do todo. 
Mostra então que a ação pode ser vista de dois modos:
Como operosidade técnica, busca de resultado prático imediato extraído da habilidade manual humana 
Como manifestação de práticas humanas já realizadas transmitidas pela tradição e que se transformam em comportamentos mecanizados resultados da acomodação do homem diante de situações que exigem decisões. 
A Ação Humana é : CONSCIENTE – por ser resultante de uma reflexão que analisou e avaliou todos os fatores, razões, fins, motivos e consequências e ponderou os fatores condicionantes. INTENCIONAL – porque o agente tem um propósito a realizar através da ação.VOLUNTÁRIA – porque quer realiza-lo. Esse querer é a manifestação de sua capacidade de escolher o melhor tendo em conta desejos, interesses, necessidades e valores que influenciam o comportamento humano.
AÇÃO IMPLICA POSSE DE CONSCIENCIA E VONTADE E UMA ATITUDE DE ESCOLHA ENTRE PROCEDIMENTOS A REALIZAR. 
A AÇÃO, PORTANTO ESTÁ ESTREITAMENTE VINCULADA À DECISÃO. 
DECISÃO – Pode ser definida como um ato no qual a existência individual humana em vez de seguir perdida nas coisas ou no mundo, se volta sobre si mesma, não para desprender-se das coisas nem para se consagrar à contemplação, mas para escolher a si mesma e, com isso, cumprir sua vocação e seu destino. 
DECISÃO ENVOLVE: ESCOLHA – COMPROMISSO – VOCAÇÃO - DESTINO
A VONTADE NÃO É A POSSIBILIDADE DE SE FAZER O QUE SE DESEJA, MAS É A CAPACIDADE DE DECIDIR, TENDO EM CONTA AS CIRCUNSTANCIAS
Toda ação exige uma decisão. Pode-se 
1. decidir adotar as respostas já dadas
2. decidir buscar os fundamentos, investigar as causas e propor novas respostas. 
A decisão de não aceitar as respostas dadas, prontas, de buscar os fundamentos, de ir às origens, de não aceitar imediatamente as coisas sem maiores considerações, é a atitude tipicamente filosófica. “A decisão de não aceitar como óbvias, naturais, e evidentes as coisas, as idéias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossas existência cotidiana sem antes havê-los investigado e compreendido”. 
O HOMEM PENSA E AGE. A FILOSOFIA NÃO É INIMIGA DA AÇÃO NEM PRESCINDE DA AÇÃO. Ela é COMPROMETIDA COM A AÇÃO NO SENTIDO DE CLARIFICÁ-LA, CONHECÊ-LA MELHOR TENDO EM VISTA O PRÓPRIO HOMEM. A filosofia é aliadada ação na medida em que se propõe a investigar criticamente todos os conhecimentos e práticas humanas com vistas a compreendê-los e iluminá-los. Ela busca libertar o homem por meio do pensamento. Libertar dos preconceitos, do que é facilmente aceito; ela rediscute premissas e princípios, reavalia o que parece sólido e consensual. 
Nesse sentido a reflexão reverte em favor do próprio homem porque se volta para ele e para o mundo por ele instituído com vistas a dar sentido a sua vida. 
A tarefa da filosofia é a investigação dos fundamentos da decisão. Nesse sentido, a filosofia, pela sua dimensão crítica, pode representar o potencial racional de libertação do próprio homem. 
3. A URGÊNCIA DO PENSAR: A INSERÇÃO CONTEXTUAL DA FILOSOFIA NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA.
Tema: A urgente necessidade e utilidade da filosofia no contexto da sociedade contemporânea. 
Tese defendida pelo autor: A filosofia, por ser a mais completa forma de expressão da razão humana, possui uma utilidade contextual: resgatar o humano de dentro do nevoeiro em que se encontra. 
 
ARGUMENTOS UTILIZADOS PELO AUTOR:
CARACTERIZA A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA, ou seja , esclarece o contexto atual em que nos encontramos. Trata-se de uma sociedade que convida
à ANESTESIA REFLEXIVA sobre si mesma, isto é , convida a não pensar sobre si mesma
 
à APATIA POLÍTICA,isto é, à indiferença sobre os destinos da coletividade
a UMA INÉRCIA EXPECTADORA, isto é , a uma falta de expectativas, a acomodação aos padrões estabelecidos, à aceitação passiva do que se apresenta
ao CONSUMO COMPENSADOR, quer dizer, a um consumismo desenfreado com o fim de compensar as carências mais essenciais do homem. 
É uma sociedade em que há o PREDOMÍNIO DA RAZÃO INSTRUMENTAL (razão técnico-científica) E NÃO DA RAZÃO CRÍTICA, emancipadora.
OBS: Referência a uma escola alemã de filosofia, a Escola de Frankfurt, que elaborou a TEORIA CRÍTICA, na qual distingue duas formas de razão: 
a razão instrumental – técnico-científica, que faz das ciência e das técnicas não um meio de libertação dos indivíduos, mas um meio de intimidação , terror e desespero.
razão crítica – analisa e interpreta os limites e perigos do pensamento instrumental e afirma que as mudanças sociais , políticas e culturais só se realizarão se tiverem como finalidade a emancipação do gênero humano e não as idéias de controle e domínio sobre a natureza , a sociedade e acultura. 
QUESTIONA OS PARADOXOS DA SOCIEDADE PÓS-MODERNA:
mais técnica, mais informação, mais desenvolvimento material, menos consciência, menos democracia, menos moralidade, menos desenvolvimento social, menos justiça social. 
Uma sociedade em que os intelectuais são substituídos pelos técnicos e especialistas em assuntos afunilados.
Sociedade marcada pela ausência de autonomia e capacidade de reflexão; apatia intelectual; as consciências são treinadas pelas imagens televisivas, pela sobrecarga de informações, pelo bombardeio dos dados dos meios de comunicação.
Sedução do gosto para objetos de desejo criados para consumo
Anestesia da consciência coletiva; egoísmos;desmobilização político-ideológica.
Preconceitos, indiferença e hostilidade com relação à filosofia.
Falência das instituições; derrocada dos paradigmas do Direito e da política
Predominância da força do mercado. Presença do poder econômico determinando comportamentos através da mídia.
Mecanização da vida. Operosidade inconsciente das atividades cotidianas
Sensualidade na estética das vitrines. 
Pressa por resultados. Imediatismo e eficientismo cobrados pelo mercado de trabalho
Substituição do humano pelo tecnológico
Exigências estéticas determinado a importância das coisas pela aparência
Mais tolerancia à diversidade, pela globalização, mas ao mesmo tempo vítima da padronização do gosto
Escravização da mão de obra assalariada com vistas à conservação do emprego face ao desemprego.
Substituição de projetos educacionais por treinamento/adestramento tecnológico determinado pela lógica do mercado de trabalho. Depreciação da formação humana diante dos imperativos pragmáticos e da exigência de qualificação técnica das profissões
Interdito do pensamento vigorando em todas as coisas. Pois o pensamento autônomo incomoda, desestabiliza.
Questiona se vivemos numa época de esclarecimento na medida em que tudo é controlado pela indústria cultural. 
OBS: Ao perguntar se vivemos numa época de ESCLARECIMENTO, o autor se refere a um texto do filósofo IMMANUEL KANT, que teve grande influência na formação da filosofia contemporânea. O texto se intitula Que é “Esclarecimento”? e foi publicado pela primeira vez em 5 de dezembro de 1783, em resposta à pergunta: proposta pelos editores da publicação. Vejamos um extrato do texto de kantiano para compreendermos a colocação de Bittar: 
Que é “Esclarecimento”?
“Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Sapere aude! Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento. A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma direção estranha, continuem no entanto de bom grado menores durante toda a vida. São também as causas que explicam porque é tão fácil que os outros se constituam em tutores deles. É tão cômodo ser menor. Se tenho um livro que faz as vezes de meu entendimento, um diretor espiritual que por mim tem consciência, um médico que por mim decide a respeito de minha dieta, etc, então não preciso de esforçar-me por mim mesmo. Não tenho necessidade de pensar quando posso simplesmente pagar; outros se encarregarão em meu lugar dos negócios desagradáveis. A imensa maioria da humanidade (...) considera a passagem a maioridade difícil e além do mais perigosa, porque aqueles tutores de bom grado tomaram a supervisão dela. Depois de terem primeiramente embrutecido seu gado doméstico e preservado cuidadosamente estas tranqüilas criaturas a fim de não ousarem dar um passo fora do carrinho para aprender a andar, no qual as encerraram, mostram-lhes em seguida o perigo que as ameaça se tentarem andar sozinhas. Ora, este perigo na verdade não é tão grande, pois aprenderiam muito bem a andar finalmente , depois de algumas quedas. Basta um exemplo deste tipo para tornar tímido o indivíduo e atemorizá-lo em geral para não fazer outras tentativas no futuro. 
	É difícil, portanto, para um homem em particular desvencilhar-se da menoridade que para ele se tornou quase uma natureza. 
 (Extraído de Immanuel Kant: Textos Seletos. Edição Bilíngüe.Petrópolis, Editora Vozes, 1985)
INDUSTRIA CULTURAL – é uma expressão cunhada por Adorno e Horkheimer (da Escola deFrankfurt) para indicar uma cultura baseada na idéia e na prática de consumo de produtos culturais fabricados em série. A arte por exemplo se massifica, é transformada em mercadoria para consumo rápido, é transformada em entretenimento, diversão, lazer, coisa leve. Ela não democratiza, ela massifica, pois divide os bens culturais pelo valor de mercado. Ex: Nos jornais e revistas, o PAPEL, ESTILO DAS LETRAS, TIPO DE MANCHETE E MATÉRIA DEFINEM O CONSUMIDOR. A industria cultural vende cultura por isso inventa figuras como o leitor médio, o espectador médio, o ouvinte médio, para os quais inventa produtos médios. A média é o senso comum cristalizado que a industria cultural mascara e devolve como coisa nova. Define a cultura como lazer e distração e tudo que significa trabalho de crítica e de reflexão não tem interesse porque não vende. 
 NÃO HÁ INDIVÍDUOS AUTÔNOMOS SE NÃO HOUVER ESPAÇO PARA A RAZÃO E PARA A CRÍTICAUMA RAZÃO EMANCIPADORA.FORA DA RAZÃO, OU SE ESTÁ A MERCÊ DO DETERMINISMO NATURAL OUDA PROMESSA TEOLÓGICA. 
impressão de liberdade mas mais opressão e fragilidade pessoal.
Por um lado o pensamento é interditado porque incomoda, por outro lado banalização e indiferença.
Sociedade de controle, hipernormativa, que determina comportamentos; repleta de regras éticas, técnicas, laborais, jurídicas, de etiqueta, de sucesso, de mercado, de marketing, de estética.
Sociedade amorfa, pela inconsistência de valores
Gera ansiedade, pelo ritmo maquinista imposto pelo trânsito das coisas
O medo leva o homem a se enxergar por meio de máscaras e perder a sua subjetividade autônoma. 
Tempo de heteronomia. Longe da autonomia e do esclarecimento compreendido como abandono da menoridade na leitura de Kant. Tempo em que a subjetividade é amesquinhada e não autônoma.
Conclusão (tese do autor) – A filosofia, por ser a mais completa forma de expressão humana, tem uma utilidade contextual: resgatar o humano de dentro do nevoeiro em que se encontra. 
Obs: Zygmunt Bauman, em contraste com a sociedade moderna anterior, por ele chamada de modernidade sólida, sugere a metáfora da liquidez para caracterizar o estado atual da sociedade que, como os líquidos, se caracteriza pela incapacidade de manter a forma. Vivemos o volátil, o fluido, o efêmero. A sociedade líquida designa a fluidez de todas as certezas e afeta todos os aspectos da vida humana. Na modernidade sólida, era possível iniciar como aprendiz numa organização e fazer ali uma longa carreira. Na modernidade líquida, não se tem idéia, dentro de uma empresa, do que lhe pode acontecer daí a poucos meses. No campo afetivo, os relacionamentos humanos são perpassados pelo medo.
 Muitas são as questões: como desenvolver vínculos mais profundos e duradouros, num mundo em constante movimento? Num mundo fluido, como articular um projeto de vida e direcionar nossos esforços para realizá-lo, hora a hora, passo a passo, sem divisar um horizonte a longo prazo? Qual é hoje a profissão de futuro, quando muitas delas desaparecem aos nossos olhos enquanto outras são transformadas em um software? Na urgência desse diálogo com a condição humana a Filosofia adquire importância e faz-se urgente e necessária. 
4. PODEM OS FILÓSOFOS MODIFICAR O MUNDO?
Tema: A influência da Filosofia no mundo
Tese do autor: A filosofia é uma realidade presente e palpável na vida das pessoas e, através do trabalho dos filósofos (com o pensamento, por meio do pensamento, e pelo pensamento) intervém diretamente no mundo, exerce sobre ele uma influência incomensurável, podendo indiretamente modificá-lo. 
Argumentos:
O filósofo age por meio do pensamento e é pelo pensamento que ele intervém no mundo. Ele atua na realidade por meio de idéias, escritos, discursos. Seu distanciamento não significa que vive “fora do mundo”, não significa exclusão, conforme foi visto nos capítulos anteriores. 
Diversos filósofos influenciaram de modo marcante o mundo ocidental
Sócrates – lição de ética.
Aristóteles – Importante contribuição para o pensamento científico (fundador da lógica), para a formação dos teólogos da cristandade a partir do século XIII (como Thomas de Aquino), e ainda no que diz respeito à dialética, à retórica, a ética, a política, (Fundador da Lógica). 
Kant – com o seu criticismo.
Marx e Engels – na Filosofia Política. São pensadores e idealizadores do comunismo. Suas idéias influenciaram os teóricos da revolução russa de 1917, a Guerra Fria e a divisão do mundo em blocos ideológicos, militares e econômicas, a formação da política de massa do século XX, a formação dos partidos de esquerda, a disseminação de idéias sociais. 
Hans Kelsen – Cuja doutrina – normativismo ou Teoria Pura do Direito - influenciou a fundamentação lógica e sistemática do direito e contribuiu para formação de décadas de juristas positivistas no século XX. 
Conclusão: A filosofia tem o poder de intervir no mundo. Ela está enraizada no cotidiano, impregnada nos usos, costumes, linguagem, crenças, orienta comportamentos, revoluções, ainda que as pessoas nem sempre tenham consciência disso. Indiretamente, ela pode modificar o mundo, ainda que os filósofos não tenham essa pretensão. Ela tem o poder de influenciar a história da humanidade bem maior do que se possa imaginar.
5. OS CONHECIMENTOS HUMANOS
tEMA: OS TIPOS DE CONHECIMENTOs HUMANOs
TESE: Os conhecimentos humanos são diversos e expressam o esforço do homem para compreender e interpretar o mundo. a filosofia é uma dentre outras formas de conhecimento. é considerada a mãe de todas as ciências porque nela se encontra a origem do perguntar, do questionar; com ela se inaugura o pensamento racional. 
aRGUMENTOS: 
Identifica alguns desses conhecimentos que ele considera que são as expressões mais evidentes e destacadas da versatilidade do homem na aplicação de sua razão e de sua sensibilidade:
SENSO COMUM: CONJUNTO DE CONCEPÇÕES GERALMENTE ACEITAS COMO VERDADEIRAS EM DETERMINADO MEIO SOCIAL. 
GUIA DO HOMEM PARA O ENFRENTAMENTO DE SUAS NECESSIDADES DIÁRIAS
CONHECIMENTO INGÊNUO
DESPROVIDO DE RIGOR; ALCANÇA UM CONTEÚDO IMPRECISO
ADQUIRIDO SEM BASE CRÍTICA, COERENTE, SISTEMÁTICA
é UMA AGLUTINAÇÃO ACRÍTICA DE JUÍZOS PORQUE FALTA O RECONHECIMENTO EXATO DA ORIGEM DOS ELEMENTOS QUE COMPÕEM ESSAS NOÇÕES OU CONHECIMENTOS.
CONHECIMENTO ESPONtÂNEO, VULGAR, ASSISTEMÁTICO, AMETÓDICO
DITADO PELAS CIRCUNSTÂNCIAS
PERMEADO PELAS EMOÇÕES, VALORES, OPINIÕES DE QUEM O PRODUZ
é LIMITADO E RESTRITO A UMA PEQUENA PARCELA DA REALIDADE
NÃO SE PRESTA A GENERALIZAÇÕES
PONTO DE PARTIDA PARA O CONHECIMENTO CIENTÍFICO 
( CRITICADO, REFORMULADO) 
religião – É a atividade cultural mais antiga e existente em todas as culturas. É uma interpretação do mundo com base na fé. A fé não é pura crença dissociada da preocupação racional. A crença verdadeira e inabalável se solidifica por instrumentos comprobatórios, lógicos e lúcidos e se distancia do fanatismo e da cegueira. A fé esclerecida se alia às expectativas do futuro. “ sua indispensável presença parece residir entre a razão e o fanatismo, a crença e o ritualismo exterior, a honestidade carismática e o charlatanismo vulgar, a responsabilidade e o messianismo descontrolado”. (messianismo: crença na vinda de um messias que instaura uma época de felicidade e justiça)
técnica – Toda atividade humana submetida a regras em vista da fabricação de algo. habilidade para vencer um obstáculo imposto pela natureza. . Ela fornece soluções práticas sem grandes esforços. Hoje o homem se tornou escravo dela. 
obs: Entre os gregos a techné nada tinha a ver com habilidade técnica. era um saber compreensivo, que consistia numa constante disponibilidade para aprender em proximidade com a vida, cuidando e cultivando para penetrar no seu significado.
 a techné ligava-se à teoria, a atenção dispensada ao que aparece para compreendê-lo em seu modo de ser. 
 as coisas se revelavam nesse saber, que consistia não em captar as coisas, mas o sentido das coisas. 
Vinculada a techné, estava a produção, o aparecimento, que os gregos chamavam poiesis. a suprema expressão da produção era a natureza, compreendida como o que surgia e aparecia dela mesma, força , vigor, irrupção da vida que no seu movimento de aparecer e desaparecer, surgir e ressurgir provocava espanto e admiração. 
Por se vincular à teoria, o saber da techné podia ser transmitido aos outros; por se vincular à produção , a poiesis, o saber da techné era poético; o técnico era, nessa medida, o artista. 
arte – É uma interpretação do mu8ndo com base na intuição. 
ciência – CONHECIMENTO CIENTÍFICO: Conhecimento sistemático e seguro de um conjunto de fenômenos que ocorrem de maneira regular e uniforme, segundo padrões invariáveis de relações causais, expresso em leis e teorias gerais, com o objetivo de tornar o mundo inteligível. 
INCLUI EM QUALQUER FORMA OU MEDIDA UMA GARANTIA DE SUA VALIDADE
Características:
objetividade
Linguagem rigorosa, precisa ( para evitar ambigüidades)
Utilização de um método ( procedimentos e meios para obtençõ de umfim) 
Uso de instrumentos ( para ultrapassar a percepção imediata e subjetiva da realidade e fazer uma verificação objetiva)
Funda-se na observação e experimentação
Previsibilidade dos fenômenos ( o que resulta em maior poder sobre a natureza; desenvolvimento da tecnologia; fins e meios são questionados; problemas morais)
O trabalho do cientista:
Situação problema
Guiado por hipóteses preliminares
Observação de fenômenos com características comuns
Verificação da ocorrência de regularidades entre eles
Constatação das regularidades e generalização elas
Elaboração das leis científicas 
capazes de descrever uma série de fenômenos
comprovadas através de observação e experimentação
capazes de predizer acontecimentos futuros
 agrupadas nas teorias científicas
Para construir as teorias se utiliza de raciocínios:
Indução – do particular para o universal, do especial para o geral, dos fatos para as leis.
Dedução – do geral para o particular.
As ciências são particulares: privilegiam setores distintos da realidade
Física – movimento dos corpos
Química – transformação dos corpos
Biologia – ser vivo
O fato científico é um fato abstrato – isolado do conjunto no qual se encontra inserido e elevado a um grau de generalidade.
Ex: dilatação e aquecimento fatos distantes dos dados sensíveis de certo corpo
O MUNDO CONSTRUÍDO PELA CIÊNCIA ASPIRA À OBJETIVIDADE: QUER DESPOJAR-SE DO EMOTIVO, NA MEDIDA DO POSSÍVEL.
“ A CIÊNCIA EXPLICA O MUNDO MAS SE RECUSA A HABITÁ-LO”MERLEAU PONTY
filosofia – não é um corpo de doutrinas dado de uma vez por todas nãoé um saber acabado, com determinado conteúdo é um pensar permanente, que questiona o saber instituído o que marca a filosofia não é a posse mas a procura constante da verdade é exercício de curiosidade.
6. PARTES DA FILOSOFIA
tEMA: oS CAMPOS DE INVESTIGAÇÃO DA FILOSOFIA
tESE: A FILOSOFIA SE ESTENDE POR CAMPOS INFINITOS DO CONHECIMENTO. tUDO PODE SER OBJETO DA FILOSOFIA. 
aRGUMENTOS: aPONTA OS DIVERSOS CAMPOS DE ESTUDO DA FILOSOFIA:
ÉTICA – Estuda o comportamento moral dos homens; questões sobre os valores morais; hábitos, costumes, atitude perante si e perante o outro; limites da ação humana; fins e meios da decisão de agir; o que é o bem, o que é a liberdade. 
LÓGICA – Conhecimento das formas e regras gerais do pensamento correto e verdadeiro. Questiona as condições de coerência e validade do discurso. 
ESTÉTICA – Questões sobre o belo e a arte; estudo das formas de arte, do trabalho artístico, idéia de obra de arte e de criação; relação entre arte e sociedade, arte e política, arte e ética. 
EPISTEMOLOGIA – Questiona o conhecimento científico; investigação do rigor científico, método, procedimentos de pesquisa, a atitude científica, possibilidade de alcance da verdade;
FILOSOFIA POLÍTICA – Estudo da natureza do poder e da autoridade, nascimento e formas do estado;
METAFÍSICA – Conhecimento dos princípios e fundamentos últimos de toda a realidade, de todos os seres. 
HISTÓRIA DA FILOSOFIA – Estudo dos diferentes períodos da filosofia, de grupos de filósofos segundo os temas e problemas que abordam. 
FILOSOFIA DA HISTÓRIA – Estudo sobre a dimensão temporal da existência humana como existência sociopolítica e cultural. 
FILOSOFIA DA LINGUAGEM – Estudo da linguagem como manifestação da humanidade do homem;
FiLOSOFIA DO DIREITO – Questões sobre o fenômeno jurídico no seu aspecto universal. 
A FILOSOFIA DA HISTÓRIA DA FILOSOFIA DO DIREITO
Tema: O pensamento filosófico no tempo. Os sistemas filosóficos que se sucedem no tempo se superam entre si? A noção de justiça entre os antigos é inadequada para avaliar a noção de justiça hoje?
Tese do autor: O conjunto dos sistemas filosóficos é um processo permanente de relação do homem com as ideias. Daí a importância do debate filosófico na formação humana e na abertura de horizontes para se pensar os desafios da vida social. 
ARGUMENTOS: “A história da filosofia não pode ser lida como um processo ascensional, do menos desenvolvido ao mais desenvolvido, mas que ela é toda entrecortada por idéias que se reciclam no tempo, que ganham nova atualização e novas feições, e, mais ainda, refletem contextos cujas necessidades incorporam problemas os mais diferenciados ao longo da própria história da humanidade. Há fluxos de avanço e retrocesso de conservação e restauração, ou de rechaço e abandono, assim como há fluxos de interrupção e ciclos de modismo acadêmico, ao sabor de uma série de variantes contingentes da história e de acordo com cada referencial tomado para avaliação. Como dificilmente um único sistema filosófico consegue expressar a totalidade da verdade – esta pretensão seria demasiada para a própria razão – deve-se admitir que diversas verdades circulam no interior dos sistemas filosóficos, e de superações e retrocessos convivem as filosofias entre si. “Nietzsche relê os pré-socráticos, Foucault incorpora Nietzsche em suas investigações, e Marx é relido permanentemente por diversas correntes do marxismo ocidental ao longo do século XX , de Gramsci a Lukács, de Adorno a Horkheimer, de Pachukanis a Althusser.O que se percebe é que há superações e continuações e, sobretudo, há linhas diversas que permitem leituras também muito diferenciadas dos fenômenos”. “O pensamento novo não é necessariamente melhor do que o pensamento antigo; há muito no novo que já estava no antigo e o novo pressupõe o antigo, para se afirmar Hegel”(p.22)
a fILOSOFIA OCIDENTAL E SUAS RAÍZES ORIENTAIS
Tema: A formação do pensamento ocidental. Se a filosofia é um fato especificamente grego ou dependente de contribuições de outros povos orientais. (Se a filosofia é fruto de um “milagre grego” ou se sua origem é oriental)
TESE: A filosofia tem dívidas com o pensamento oriental mas os gregos imprimiram mudanças profundas no que receberam do oriente. 
Para compreender melhor: Algumas mudanças que mostram a originalidade do pensamento grego: 
Com relação aos mitos, quando comparamos os mitos orientais com os mitos das narrativas de Homero e Hesíodo, vemos que eles retiraram os aspectos apavorantes e monstruosos dos deuses e do início do mundo; eles divinizaram os homens e humanizaram os deuses. Com relação aos conhecimentos, os gregos transformaram em ciência (conhecimento, racional, abstrato e universal) aquilo que entre os orientais eram elementos de uma sabedoria prática, para o uso direito da vida; transformaram , por exemplo, em matemática (aritmética, geometria, harmonia) o que eram expedientes práticos para medir, contar e calcular; transformaram em medicina (conhecimento racional sobre o corpo humano, a saúde e a doença) o que eram práticas de grupos religiosos secretos para a cura misteriosa das doenças. Com relação à organização social e política: os gregos inventaram a política; antes deles, as sociedades conheciam e praticavam a autoridade e o governo, exercidos como autoridade absoluta da vontade pessoal e arbitrária de um chefe ou de alguns chefes que possuíam poder militar, religioso e econômico, e decidiam sobre tudo, sem consultar ou justificar suas decisões a ninguém. Os gregos inventaram a política porque separaram o poder público e privado, distinguiram também o poder público e religioso. Instituíram práticas em que as decisões eram tomadas com base em discussões e debates públicos, e adotadas ou revogadas mediante o voto em assembleias públicas. Os gregos estabeleceram instituições públicas – tribunais, assembleias, separaram autoridade do chefe da família e autoridade pública, autoridade militar e autoridade religiosa), criaram a ideia de lei e de justiça como expressão da vontade coletiva pública e não como imposição da vontade de um só ou de um grupo em nome de divindades. E com relação ao pensamento, diante da herança recebida, os gregos inventaram a ideia ocidental da razão, como um pensamento sistemático que necessariamente segue regras , normas e leis universais (as mesmas em todos os tempos e lugares). 
CONTRIBUIÇÃO DA FILOSOFIA PARA O OCIDENTE EUROPEU:A filosofia, enquanto aspiração ao conhecimento lógico, racional, demonstrativo e sistemático, tornou-se o modo de pensar predominante da cultura ocidental européia e, por conseguinte, da nossa também que fazemos parte da cultura ocidental européia devido à colonização. Ela é grega porque surgiu na Grécia, com características próprias, apresentando uma forma de pensar e de exprimir pensamentos, uma concepção sobre a realidade, a razão, o pensamento, diferente de outros povos e culturas: tendência à racionalidade – a razão é condição do conhecimento verdadeiro e somente ela pode e deve conhecer as leis, regras, normas do conhecimento verdadeiro; recusa de explicações pré-estabelecidas; tendência à discussão, ao debate, para estabelecer repostas conclusivas para os problemas. A solução tem que ser demonstrada; capacidade de análise e síntese. 
A filosofia exerce influência sobre a formação do pensamento e das instituições ocidentais. Os pricípios fundamentais do que chamamos RAZÃO, CIÊNCIA, ÉTICA, POLÍTICA, TÉCNICA, ARTE.Palavras como MONARQUIA, ANARQUIA, DEMOCRACIA, símbolo, alegoria, mito, tragédia, ortopedia, são gregas. 
A filosofia grega também nos legou:
1. A IDÉIA DE QUE UM CONHECIMENTO NÃO É ALGO IMPOSTO A ALGUÉM. Deve ser compreendido por todos através de argumentos, debates e provas racionais, pois a RAZÃO (capacidade de pensar e conhecer) é a mesma em todos os seres humanos. 
2. A ideia de que um conhecimento só é verdadeiro quando explica racionalmente o que é a coisa conhecida, como ela é e por que é. Ex: Ninguém impõe aos outros que um círculo é uma figura geométrica em que todos os pontos são eqüidistantes do centro.
3. Idéia de que A NATUREZA OPERA OBEDECENDO LEIS NECESSÁRIAS E UNIVERSAIS. Essa idéia de uma ordem natural, necessária e universal, está na origem da filosofia, que começa como COSMOLOGIA. 
NECESSÁRIAS – é assim e não pode ser de outro modo.
UNIVERSAIS – Válidas em todos os tempos e lugares.
4. Idéia de que as leis da natureza podem ser conhecidas pelo pensamento, não são conhecimentos revelados por divindades.
5. Idéia de que O NOSSO PENSAMENTO TAMBÉM OPERA OBEDECENDO LEIS, REGRAS, PRINCÍPIOS UNIVERSAIS E NECESSÁRIOS, POR ISSO É CAPAZ E COERENTE. Diferenciamos negação e afirmação, contradição e alternativas. O verdadeiro é algo que se conclui de uma prova, de uma demonstração. EX: Todos os homens são mortais; Sócrates é homem. Logo, Sócrates é mortal. 
6. Idéia de que O AGIR HUMANO EXPRIME A CONDUTA DE UM SER RACIONAL, DOTADO DE VONTADE E LIBERDADE.
7. Idéia de necessidade ( não podemos escolher o que não pode ser senão como é) e contingência (o que pode ser ou não ser , pode ser de modo diferente)
contingente – pode acontecer ou não na natureza ou entre os homens:
ACASO – É A CONTINGÊNCIA NOS ACONTECIMENTOS DA NATUREZA. eX: Não escolho que aconteça uma tempestade. 
POSSÍVEL – É A CONTIGÊNCIA NOS ACONTECIMENTOS HUMANOS. temos o poder de escolher e fazer.
8. Idéia de que os seres humanos aspiram 
ao conhecimento verdadeiro (SÃO DOTADOS DE RAZÃO) , 
à justiça (SÃO DOTADOS DE VONTADE LIVRE) 
E À FELICIDADE (SÃO DOTADOS DE EMOÇÕES E DESEJOS). 
e também INSTITUEM VALORES QUE DÃO SENTIDO À SUA VIDA.
 Para fins de formação na área do Direito, as influências serão marcadamente ocidentais; as práticas, as instituições, e os conceitos fundamentais , a maior parte das influências sofridas pela Filosofia do Direito retira seus fundamentos e influências históricas do pensamento ocidental. 
 Somos devedores dos gregos. Nossa civilização e nossa cultura é legatária da Grécia. Os gregos receberam legados orientais antigos, mas a esses somaram grandes contribuições. 
Principais representantes da filosofia ocidental
Tales, Anaximandro, Anaxímenes, Heráclito, Parmênides, Sócrates, Platão, Aristóteles, Epicuro, Tomás de Aquino, Agostinho, Descartes, Locke, Hume, Rousseau, Kant, Hegel, Marx, Nietzsche, Husserl, Heidegger, Adorno, Sartre, Habermas etc
7. método, ciência, filosofia e senso comum
Tema: A questão do método e a fragmentação do saber. 
tese: a filosofia é a matriz dos conhecimentos, no inicio da história do pensamento ela correspondia ao saber sobre todas as coisas ; esse saber foi paulatinamente se fragmentando em províncias que se chamam ciências. Cada ciência tem seu objeto de estudo específico e seu método próprio. Essa fragmentação teve consequências desastrosas para a compreensão da realidade como um todo. 
argumentos: 
Distingue filosofia, ciência e senso comum:
senso comum – conhecimento ametódico, assistemático, com significativo grau de incertezas, desprovido de rigor. 
ciência – é um saber metódico, sistemático, que nasceu da indagação filosófica e somente no século XVII foi tomando um caminho próprio, que culminou , no século xix, com o espírito positivista e cientificista.
Tem como pretensão um saber dotado de validade universal. 
Surge da interrogação filosófica
Representa um conhecimento testado, organizado, metódico, conhecimento por causas e leis, sistemático (conjunto de verdades certas e lógicamente encadeadas entre si, de modo a formar um sistema coerente)
É um esforço de controle racional, de previsão e de compreensão.
É fruto da contribuição de filósofos, separando-se no século XVII. Descartes propõe um método derivado da razão matemática; o método seria o instrumento para alcançar a verdade. 
Filosofia, ciência e Senso Comum. 
Tema: A dicotomização dos saberes. As relações entre filosofia, ciência e senso comum.
Tese: Propõe um diálogo entre os saberes, que não desconsidere as experiências do senso comum. Que as experiências humanas dos saberes científico, filosófico e do senso comum se conjuguem num diálogo contínuo e informativo. Que filósofos e cientistas não se fechem em preconceitos que descaracterizam a função social do saber. 
Argumentos: 
Denuncia o distanciamento entre filosofia, ciência e senso comum, a tendência a não se dar atenção à experiência pré-científica, pré-filosófica.
Afirma que a distância entre práticas eruditas e populares (estas consideradas ignorância, incompreensão) prejudica a difusão de conhecimentos e informações.
Não se considera que a filosofia e a ciência surgem de evidências banais, experiências frustrantes do cotidiano. É a admiração, a estupefação frente ao desconhecido que é a matriz da filosofia, mas o preconceito bloqueia a aproximação das experiências, divide a sociedade em cultos e incultos. 
Filosofia e ciência passam a ser consideradas práticas restritas aos círculos acadêmicos, distanciadas do saber vulgar. Cria-se uma mentalidade de que tudo o que o senso comum diz deve ser desdito.
Resultado: Crise da comunicação e impossibilidade de intercâmbio de experiências, de trocas efetivas entre os saberes. 
OS ISMOS E A FILOSOFIA
Tema: A filosofia face aos preconceitos e ao academicismo
Tese: O processo de erudição da filosofia tem como conseqüência o abandono de sua real tarefa: criação de um esclarecimento que se converta em bom-senso.O academicismo impede o acesso à filosofia . Fala-se dela como se fosse um conhecimento hermético, incapaz de ser compreendido. Ela é cercada de preconceitos quando, na verdade, tem como pressuposto a vida. 
Argumentos: 
A filosofia já não toca ninguém; distancia-se de sua missão.
O academicismo impede o acesso ao que é filosófico. 
Não se pode aprender filosofia, pode-se aprender a filosofar; ler e entender filosofia não é um exercício de detenção de informações eruditas contidas em manuais. 
A filosofia fica restrita aos limites acadêmicos.
Conclusão: A real tarefa da filosofia é fazer-se um saber compartilhado pelas massas, é a criação de um esclarecimento que se converte em bom-senso, mas os preconceitos e a excessiva carga de erudição cria uma onda de equívocos e de hostilidade contra ela. 
CIÊNCIAS JURÍDICAS COMO CIÊNCIAS HUMANAS
TEMA: A ciência jurídica como uma ciência humana ou social.
TESE: O autor ressalta a importância do papel crítico da filosofia do direito faceà ciência jurídica, que é um saber parcial (direito comercial é a ótica comercialista) , na medida em que está preso às relações estabelecidas em determinada sociedade e em determinada época (o direito comercial, por exemplo, é a visão normativa de relações comerciais em determinada sociedade) 
ARGUMENTOS: A reflexão jurídica foi entravada pela confusão de métodos proposta pelo positivismo. As ciências humanas ou sociais têm uma peculiaridade e não podem ser tratadas com a mesma metodologia das ciências da Natureza, uma vez que envolvem a questão do VALOR. 
Para compreender melhor:
O PROBLEMA DO MÉTODO NAS CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
As ciências da natureza têm como objeto algo que se encontra fora do sujeito cognoscente. As ciências humanas têm como objeto o próprio sujeito cognoscente. 
DIFICULDADES DAS CIÊNCIAS HUMANAS OU SOCIAIS PARA ESTABELECER UM MÉTODO:
COMPLEXIDADE – Os fenômenos humanos são complexos. Em física quando vai se estudar pressão, volume, temperatura, basta simplificar tornando constante esses fenômenos. O comportamento humano não é constante., depende de múltiplos fatores (hereditariedade, desejos, impulsos, ação da consciência e da vontade etc)
EXPERIMENTAÇÃO – é difícil identificar e controlar os aspectos que influenciam os atos humanos, identificar as motivações. Não há repetição porque o ser humano nunca vive uma situação de maneira idêntica a anterior. Por outro lado, nem todos os experimentos podem ser feitos; alguns são moralmente restritos, porque põem em risco a integridade física, psíquica e moral.
IDEAL DE MATEMATIZAÇÃO – Na passagem da física de Aristóteles para a de Galileu houve a transferência de qualidades para quantidades , a ciência tem que ser matematizável e os fenômenos humanos são essencialmente qualitativos. 
SUBJETIVIDADE – as ciências aspiram à objetividade com vistas ao lançamento de hipóteses testadas por todos com instrumento de controle. O sujeito tem que ser descentrado do processo de conhecer. 
DESCENTRAÇÃO DAS EMOÇÕES DO CIENTISTA (NEUTRALIDADE) – O sujeito que conhece e o objeto conhecido são da mesma natureza daí ser impossível contornar a subjetividade. 
DETERMINISMO E LIBERDADE – Na natureza os fenômenos são regidos por rigoroso determinismo. As coisas são de um jeito e não podem ser de outro. No mundo humano há a liberdade, as coisas são de um jeito mas é possível serem de outro. 
DUAS TRADIÇÕES METODOLÓGICAS NAS CIÊNCIAS HUMANAS
1. POSITIVISTA – remonta a Comte e a Stuart Mill(século XIX) . Influencia o surgimento das primeiras ciências humanas, cujos procedimentos pretendiam ser semelhantes aos das ciências da Natureza. Caracteriza-se pelo:
MONISMO METODOLÓGICO – todas as ciências devem se submeter a um único método.
IDEAL REGULADOR METODOLÓGICO – A Física matemática , considerada por Comte como o exemplo da ciência positiva, impõe-se como ideal metodológico. 
EXPLICAÇÃO CAUSAL – recusa as explicações finalistas por serem não científicas. 
2. HERMENÊUTICA – A palavra Hermeneutica ( do grego hermeneuein – interpretar e hermeneia – interpretação) significa interpretação. A palavra remete ao deus-mensageiro-alado Hermes, cujo nome é associado a uma função de transmutação, transformar tudo aquilo que ultrapassa a compreensão humana em algo que essa inteligência possa compreender. REPRESENTA UMA REAÇÃO AO POSITIVISMO (Final do século XIX e início do século XX)Abriga pensadores de diferentes linhas, mas que procuram estabelecer uma metodologia distinta daquela das ciências da Natureza. Seus representantes mais conhecidos são:
William Dilthey (1833-1911)
Georg Simmel – (1848-1918)
Max Weber – (1864-1920)
Dilthey, na sua obra INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS DO ESPÍRITO, distingue COMPREENSÃO E EXPLICAÇÃO. 
A EXPLICAÇÃO é causal. Explica-se um fato indicando suas causas ou estabelecendo as leis causais. A COMPREENSÃO depende da INTERPRETAÇÃO, e está vinculada à INTENCIONALIDADE. “Compreende-se os objetivos e propósitos de um agente , o significado de um signo ou de um símbolo, o sentido de uma instituição social ou de um ritual religioso. A compreensão tem uma dimensão semântica, intencional, que exerce um papel relevante na discussão metodológica mais recente.”(Von Wright)
8. A FILOSOFIA DO DIREITO COMO PARTE DA FILOSOFIA:
A Filosofia do Direito é a própria Filosofia, tendo como objeto de estudo o Direito. 
9. Quando surgiu o pensamento filosófico jurídico
Sempre houve pensamento filosófico-jurídico. No decurso de sua experiência histórica o homem é levado a filosofar sobre todas as suas formas de vida. Onde está o homem está o Direito, assim o Direito se coloca para a indagação filosófica do homem, pois é uma das dimensões essenciais da vida humana. Acepção lata – Numa acepção lata a filosofia do direito é o pensamento filosófico da realidade jurídica. Corresponde ao pensamento filosófico da realidade jurídica, aos discursos filosóficos sobre o Direito desde quando existiu a filosofia, antes mesmo da existência de filósofos do Direito. Nesse sentido podemos falar de uma Filos. do Direito da Antiguidade, Idade Média, da Idade Moderna. Houve discursos filosóficos sobre o Direito antes de surgir a Filosofia do Direito propriamente dita (filósofos, teólogos, moralistas, se voltaram para o Direito. Sendo o Direito uma das dimensões fundamentais da vida humana, o jus-filósofo de hoje pode tratar da filosofia jurídica de Aristóteles, Thomas de Aquino, Hobbes, sem que neles se encontre explicitamente uma Filosofia do Direito. 
Acepção estrita – É o estudo metódico dos pressupostos ou condições da experiência jurídica, considerada em sua unidade sistemática.
Segundo MIGUEL REALE, cabe distinguir então uma filosofia do direito implícita e uma filosofia do direito explicita.
FILOSOFIA DO DIREITO IMPLÍCITA E FILOSOFIA DO DIREITO EXPLÍCITA
Filosofia do Direito implícita (envolvida mas não de modo claro) – Desde os Pré-socráticos até Kant. 
Filosofia do Direito explícita – Compreendida como disciplina autônoma, com um objeto próprio e fronteiras estabelecidas dentro dos domínios do discurso filosófico. Surge na modernidade, final do século XVIII e início do século XIX, inspirada por Kant, fruto da independência do saber humano em face da Teologia medieval. O marco da Filosofia do Direito é a obra de Hegel: FUNDAMENTOS DA FILOSOFIA DO DIREITO (1770-1831). Até o século XIX era chamada Teoria do Direito Natural. 
O LUGAR DA FILOSOFIA NO ESTUDO DO DIREITO 
O DIREITO PODE SER ESTUDADO DE DIFERENTES PERSPECTIVAS
Em relação a sua validade – Esfera normativa, dogmática, do dever-ser. Trata do Direito Positivo , ou seja, do dever-ser jurídico, fixado nas normas jurídicas válidas em determinado momento. É o principal objeto de interesse do operador jurídico e do estudante de Direito, que devem saber o que prevê o Direito em determinado caso concreto. Dimensão legal, abordada pela Ciência do Direito. O intérprete do Direito examina a dimensão normativa ou dogmática do Direito; cuida da dogmática jurídica e estuda os conteúdos do Direito Positivo, com vistas a determinar e reconhecer os critérios de validade da norma. Aqui se dividem os positivistas e os moralistas. Os positivistas, como Hans Kelsen, consideram que a validade de uma norma depende de sua relação com normas superiores que estabelecem o procedimento de criação das inferiores; os moralistas, como Robert Alexy, entendem que a norma válida deve satisfazer também as exigências de justiça. 
Em relação a sua eficácia – Esfera da realidade, fática, sociológica, do ser. Trata das relações entre o Direito e a realidade social. O dever-ser jurídico ordena “não furtar”, mas o sociólogo do Direito descobre por meio de pesquisa empírica que 30% da população cometeu furto nos últimos dois anos. É incumbência do sociólogo pesquisar este ser social que decorre de um dever ser diferente daquele estabelecido pelo Estado. Dimensão fatual, abordada pela Sociologia Jurídica. A Sociologia Jurídica estuda o Direito Positivo sob o prisma da eficácia social das normas jurídicas,ou seja, a dimensão real do fenômeno jurídico, a facticidade do Direito, analisando as relações entre a sociedade e os ordenamentos jurídicos (influências sociais na criação e aplicação das normas, postura dos membros da sociedade perante o Direito, comportamento e mentalidade dos operadores jurídicos. 
Em relação ao caráter justo e adequado dos seus conteúdos – Esfera da idealidade, da legitimidade, axiológica, filosófica, do querer-ser. Trata de um dever-ser diferente do dever-ser jurídico, isto é, do direito vigente. É uma reflexão sobre os regulamentos mais adequados, que deveriam fazer parte do dever-ser jurídico segundo a opinião de um pensador ou de um grupo social. Dimensão ontológica e axiológica do direito, abordada pela filosofia do direito. Os filósofos do Direito examinam a dimensão da idealidade ou legitimidade ou dimensão axiológica do Direito: estudam a adequação do Direito vigente aos ideais democráticos ou anseios sociais, formulam propostas para sua reforma e pesquisam os critérios de justiça e o problema da verdade do Direito. A filosofia do direito busca responder a questão: O que é o Direito? Enquanto a Ciência do Direito esclarece a indagação: O que é de Direito?
Uma formação jurídica equilibrada deve abranger as três dimensões do estudo do Direito a fim de se evitar um utilitarismo tecnocrático que ampute o próprio conhecimento jurídico. 
CONCEITO DE FILOSOFIA DO DIREITO: “A FILOSOFIA DO DIREITO É O ESTUDO CRÍTICO SISTEMÁTICO DOS PRESSUPOSTOS LÓGICOS, AXIOLÓGICOS E HISTÓRICOS DA EXPERIÊNCIA JURÍDICA”. (MIGUEL REALE)
Para Reale, a trama dos assuntos da Filosofia do Direito se compõe de exigências éticas, lógicas e histórico-culturais. Trata dos valores lógicos, dos fundamentos éticos e da adequação entre os esquemas lógicos e as infra-estruturas econômico-sociais.
COM BASE NESSE CONCEITO, QUAIS SÃO OS PROBLEMAS TRATADOS PELA FILOSOFIA DO DIREITO?
Problemas Lógicos – Refere-se ao conceito de Direito; busca oferecer uma definição do Direito. Definir o Direito é reconhecer quais fatos, instituições e formas são reconhecidas como jurídicas. Visa a determinação dos critérios a que o jurista deve se manter fiel para ordenar a experiência social com rigor de ciência.O QUE É O DIREITO?
Problemas Axiológicos – Refere-se à ideia de JUSTIÇA. Busca definir o sentido do JUSTO e os critérios de justiça, verfificar se as considerações axiológicas sobre o direito e a justiça, no interior de uma teoria do direito são pertinentes. Visa a determinação do que é que legitima a ação do jurista, o cumprimento do dever. COMO SE CONCEBE IDEALMENTE A JUSTIÇA?
Problemas Históricos – Refere-se à integração do do conceito de direito e da ideia de justiça no plano histórico. Exame do esforço do jurista e legislador para adequar a ciência do Direito às infra-estruturas histórico-sociais. COMO ESSAS EXIGENCIAS DE ORDEM LÓGICA E ÉTICA SE CONCRETIZAM NA ORDEM SOCIAL E HISTÓRICA DO DIREITO POSITIVO? 
Esses temas se referem ao CONCEITO DE DIREITO, a IDÉIA DE JUSTIÇA e à INTEGRAÇÃO DE AMBOS NO PLANO HISTÓRICO.
Ocupa-se, principalmente, de desenvolver uma reflexão sobre o direito com três preocupações principais:
Oferecer uma definição do Direito. Definir o Direito é delimitar suas fronteiras, apontando quais fatos, instituições e formas são reconhecidas como jurídicas. 
Discutir o sentido do justo e os critérios de justiça ou ainda debater a pertinência de considerações axiológicas sobre o direito e a justiça no interior de uma teoria do direito. 
Definir os limites e formas de interpretação do direito para determinar como encontrar as normas e reconhecer que pertencem à ordem jurídica. 
VALOR E ATUALIDADE DA FILOSOFIA DO DIREITO:
Desperta a dúvida sobre as “verdades” jurídicas , geralmente ideológicas e , como tal, históricas; 
abre a mente para a realidade jurídica imperfeita e, quase sempre, injusta; 
incentiva reformas jurídicas, criando a consciência de a lei ser obra inacabada, em conflito permanente com o direito. (Paulo Dourado de Gusmão)
A VISÃO EQUIVOCADA E INGÊNUA DOS JURISTAS PRÁTICOS
Os juristas práticos se preocupam em vencer suas causas. Esquecem de que não há saber científico sem filosofia. Enclausuram-se no tecnicismo jurídico. 
Presos unicamente à técnica de advogar, restritos à aplicação automática do conjunto de normas em vigor no sistema sob o qual se vive. A técnica é insuficiente para tratar as grandes questões do direito. 
A filosofia do Direito não é uma disciplina jurídica.
É a própria filosofia voltada para a realidade jurídica. 
Ela se preocupa com o Direito enquanto realidade universal, enquanto fenômeno universal, pois “onde quer que exista o homem aí existe o Direito como expressão de vida e de convivência”.
 Ela vai refletir sobre o problema jurídico em suas raízes independente de preocupações imediatas de ordem prática. Penetra na essência do fenômeno jurídico.
Fenômeno – sentido kantiano – é o objeto de nossa experiência sensível. Do mesmo modo que existe uma Filosofia da Arte, Filosofia da história, existe uma filosofia do Direito. 
Tarefa da Filosofia do Direito:
 Indagar criticamente a experiência jurídica, com vistas a determinar as condições que lhe servem de fundamento e a tornam possível . 
Ela vai converter em problema os pressupostos sobre os quais se apoia a ciência do Direito. Toda ciência depende, em seu ponto de partida, de certas afirmações aceitas para que o seu sistema ou a sua ordem de conhecimentos sejam considerados válidos. 
A filosofia tem por objeto indagar dos pressupostos e das condições de possibilidade de todas as ciências. 
A partir de verdades evidenciadas na experiência histórico-social, a filosofia do Direito vai buscar os pressupostos, as condições últimas do Direito. 
A filosofia do direito vai buscar as condições ultimas do Direito; vai indagar criticamente a experiebcia jurídica para determinar as condições que lhe servem de fundamento e a tornam possível. 
SÃO QUESTÕES DA FILOSOFIA DO DIREITO:
O que é o Direito? Qual a sua finalidade?
O juiz deve sempre aplicar a lei ao caso concreto? E quando houver conflito entre suas convicções éticas e o texto da lei? Quais as razões lógicas e morais que levam o juiz a não se revoltar com a lei mesmo quando acha a lei vigente inadequada ou injusta?
Que é que governa a lógica jurídica? Quais as bases da Ciência do Direito? Quais os títulos éticos da atividade do legislador? Qual o fundamento do Direito de punir?
O direito comercial, penal, constitucional, administrativo, não abrange essas questões. Elas ultrapassam o campo restrito de disciplina particular do direito.
Por exemplo: A Geometria é uma ciência que parte do pressuposto do espaço; mas não pode definir o que é o espaço. Seja a geometria euclidiana, ou a não euclidiana parte do pressuposto do espaço. 
Toda ciência depende, em seu ponto de partida, de certas afirmações, aceitas para que o seu sistema ou a sua ordem de conhecimentos sejam considerados válidos.
A filosofia tem por objeto indagar dos pressupostos e das condições de possibilidade de todas as ciências.
Como é que o jurista constrói a sua ciência? Partindo dos pressupostos que são fornecidos pela lei e pelos códigos. 
Para o advogado a LEI é o ponto de partida. Quando ele invoca o texto da lei fica tranqüilo. 
Quando o juiz prolata a sentença também se apóia textos legais, em pontos reconhecidos como obrigatórios. 
Carlos Eduardo Bittar, no seu CURSO DE FILOSOFIA DO DIREITO, cita ainda como metas e tarefas da filosofia do direito:
Proceder a crítica das práticas , das atitudes eatividades dos operadores do direito;
Avaliar e questionar a atividade legiferante, bem como oferecer suporte reflexivo ao legislador;
Proceder a avaliação do papel desempenhado pela ciência jurídica e o próprio comportamento do jurista frente a ela. 
Investigar as causas da desestruturação, do enfraquecimento e da ruina do sistema jurídico;
Depurar a linguagem jurídica, os conceitos filosóficos e científicos do direito, bem como analisar a estruturalógica das proposições jurídicas;
Investigar a eficácia dos institutos jurídicos, sua atuação social e seu compromisso com as questões sociais, seja no que tange a indivíduos, seja no que tange a grupos, seja no que tange a coletividades, seja no que tange a preocupações humanas universais.
Esclarecer e definir a teleologia do direito, seu aspecto valorativo e suas relações com a sociedade e os anseios culturais.
Por meio da crítica conceitual, institucional, valorativa, política, e procedimental auxiliar o juiz no processo decisório.
Insculpir a mentalidade da justiça como fundamento e finalidade do direito;
Estudar, discutir e avaliar criticamente a dimensão aplicativa dos direitos humanos;
Abalar a estrutura de conceitos arcaicos, de hábitos solidificados no passado, de praticas desenraizadas e desconexas com a realidade sócio cultural, na qual se inserem normas desconexas, e que atravacam a melhor e a mais escorreita aplicação do sistema jurídico.
Proceder a discussão das bases axiológicas, econômicas e estruturais que moram atrás das práticas jurídicas; 
Desmascarar as ideologias que orientam a cultura da comunidade jurídica, os preconceitos que orientam as atitudes dos operadores do direito e descortinar as criticas necessárias para reorientação da função ético-social que repousa nas profissões jurídicas. 
Disseminar a cultura do humanismo como forma ético-filosófica de resistência à tecnificação e a pragmatização, à materialização e à alienação próprias da vida moderna. 
Ciências jurídicas e Filosofia do Direito
Ciências jurídicas – Trata do Direito em seu aspecto particular, volta-se para os preceitos já dados.
Filosofia do Direito – Trata do Direito sob o aspecto universal. 
PONTO DE PARTIDA DA FILOSOFIA DO DIREITO
O ponto de partida da filosofia do direito é o pensamento grego. Foi entre os gregos que teve inicio, no ocidente, a reflexão sobre os temas do direito.

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