Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ana Beatriz Coelho As células permanecem unidas graças a junções existentes entre elas ou entre uma célula e a lâmina basal. Num epitélio, o espaço entre as células vizinhas precisa estar bem selado, impedindo que o fluido extracelular extravasasse. É necessário também que a união entre as células suporte tensões sem se romper Importantícimo que haja comunicação e cooperação metabólica entre elas. Junções celulares são áreas especializadas na membrana plasmática que são classificadas em 3 grupos: Junções ocludentes, junções aderentes (ou ancoragem), junções comunicantes Junções ocludentes Também chamadas de tight Zona apical Aderem as células e formam em torno das células um cinturão que impede o vazamento de fluidos e solutos entre elas Obriga praticamente todas as substâncias presentes no tubo digestivo a passar pelo processo seletivo de permeabilidade da bicamada lipídica, ou pelas proteínas transportadoras. Na região onde as membranas de duas células vizinhas se aproximam, existem proteínas transmembrana que formam verdadeiros labirintos em ambas, entrecruzando-se e formando verdadeiros labirintos em ambas, entrecruzando-se e formando uma espécie de costura entre as membranas, o que impede a passagem de substâncias entre esses pontos. As porções da membrana que ficam separadas por essa barreira constituem diferentes domínios de membrana Ana Beatriz Coelho As proteínas correspondentes a junção, não apenas se movem livremente no plano da bicamada lipídica em que se inserem como também não permitem que proteínas inseridas na porção apical passem para a porção basolateral da célula, e vice-versa. O fenômeno de uma célula como a epitelial apresentar diferenças entre uma região e outra é chamado polarização tecidual, e essas células são ditas polarizadas. As células do epitélio intestinal são capazes de abrir transitoriamente as suas junções oclusivas. Isso permite a rápida absorção de uma grande quantidade de aminoácidos e monossacarídeos recém-digeridos. O gradiente de concentração favorece a entrada dessas substâncias. Essa barreira é variável e fisiologicamente regulada é importante que existam proteínas de oclusão diferentes em diferentes tipos de epitélio, pois num tecido como o epitélio da bexiga a passagem paracelular de conteúdo seria um enorme desastre. O cinturão de oclusão não confere ao tecido resistência a suportar tensões. Proteínas presentes: Claudinas: são altamente necessárias e suficientes. Podem interagir com células vizinhas de forma hemofílica (interação entre claudinas do mesmo tipo) e de forma heterofílica (interação entre claudinas de tipos diferentes). Essa heterogeneidade de claudinas expressas em diferentes tecidos é responsável pela diferença de permeabilidade e seletividade paracelular dos diferentes órgãos e tecidos. Ocludinas: não são tão fundamental (componentes facultativos), sua deleção ou ausência em algumas junções tight não interferiram nem com a formação, nem com a função da barreira. São capazes de realizar somente a interação homofílica com ocludinas da célula vizinha. Moléculas de adesão juncional (JAM): pouco se conhece. Apenas a superfície apical possui microvilosidades Transporte transcelular: Pela célula Transporte paracelular: Por entre as células Ana Beatriz Coelho Junções ancoradouras ¦ Abundantes em tecidos submetidos a alto estresse mecânico. ¦ Zona basal ¦ Manutenção da integridade dos epitélios ¦ 3 formas funcionais e estruturalmente diferentes: Cinturão de adesão Desmossomas Hemidesmossomas ¦ 3 tipos de proteína: proteína transmembrana, filamento de citoesqueleto e proteínas adataptadoras que ligam a proteína transmembrana do citoesqueleto. ¦ Algumas junções de adesão ancoram as células entre si, enquanto outras ancoram a célula à matriz extracelular. ¦ As junções de oclusão formam um cinturão na porção lateral superior das células epiteliais. Logo abaixo posiciona-se um cinturão de adesão, formado por proteínas transmembrana da família das caderinas. (dependentes de Ca++, para manter sua estrutura e funcionalidade) ¦ Quando as proteínas se prendem aos filamentos de citoesqueleto, a tensão aplicada a essas proteínas é transmitida a esses “cabos de força”, que respondem deformando aquela região. ¦ Para o lado extracelular, as caderinas fazem um reconhecimento homotípico (se liga somente a outra caderina). Pelo lado intracelular, as caderinas se ligam a proteínas adataptadoras que se ligarão a filamentos de actina. Ana Beatriz Coelho ¦ Os microfilamentos associados ao cinturão de adesão formam feixes contráteis de actina e miosina. Isso é importante para a formação do tubo neural durante a embriogênese. ¦ As células epiteliais ainda contam com numerosos desmossomas, junções pontuais que se distribuem pela porção lateral entre as células epiteliais. Também formados por caderinas, mas ligam- se a filamentos intermediários (como a queratina, nos epitélios e a desmina, no musculo cardíaco), através de proteínas intermediárias adataptadoras. ¦ Na porção basal são encontrados hemi-desmossomas. Ligados sempre na lamina basal. C ¦ Células capazes de migrar estabelecem com o substrato pontos de adesão os contatos focais, onde proteínas transmembrana da família das integrinas se ligam a moléculas da matriz extracelular. ¦ Esse tipo de junção de desfaz em um ponto da célula e se reorganiza mais adiante, permitindo a mudança de forma e de posição da célula. As junções septantes têm o papel do cinturão de adesão em invertebrados. Porém possuem morfologia distinta, são formadas po proteínas pouco caracterizadas dispostas em fileiras paralelas com periodicidade regular unindo as membranas citoplasmáticoas das células vizinhas. Ana Beatriz Coelho Junções comunicantes (em fenda ou em GAP) e (plasmodermata-em plantas) ¦ Necessidade de comunicação e de cooperação metabólica entre células. ¦ Formação logo quando o embrião tem somente 8 células. ¦ São capazes de compartilhar pequenas moléculas (ions inorgânicos, aminoácidos, nucleotídeos e vitaminas), mas não suas macromoléculas. ¦ As junções Gap são distribuídas ao longo das superfícies laterais das células adjacentes e permitem a troca de pequenas moléculas. ¦ Medeiam a passagem de sinais elétricos ou químicos de uma célula para outra. ¦ Conexons, poros moleculares formados por seis conexinas, proteínas específicas das junções comunicantes. ¦ Seis conexinas de uma membrana se ligam a outras seis na membrana adjacente e estabelecem assim o canal de comunicação. ¦ As junções comunicantes tipo fenda mantêm a membrana plasmática a uma distância fixa entre elas. ¦ A permeabilidade dos canais pode variar devido a diferenças nas conexinas que formam as junções. ¦ Os canais tipo fenda não estão constantemente abertos. ¦ A permeabilidade dos canais pode variar devido a diferenças nas conexinas que formam as junções. ¦ Os canais tipo fenda não estão constantemente abertos. A permeabilidade das junções tipo fenda é rápida e pode ser aberta ou fechada através da alteração de pH do citossol ou concentração citosólica de Ca++ livre. Acredita-se que o papel do pH, acredita-se que possa ser uma defesa das células vizinhas para o caso de defesa das células vizinhas para o caso de uma célula romper-se ou sofrer autólise. Ana Beatriz Coelho Plasmodesmatas ¦ As paredes celulares eliminam a necessidade de junções oclusivas para manter as células unidas, mas a necessidade de comunicação direta entre as células permanece. ¦ Ligam-se diretamenteos citoplasmas de células vizinhas ¦ Atravessam as paredes celulares entre duas células adjacentes. ¦ Inibido de forma reversível com o aumento de Ca++ Classificação funcional das Junções • Ancoradouras – Dependentes de actina • Célula-célula (cinturão de adesão) • Célula-matriz (contatos focais) – Dependentes de filamentos intermediários • Célula- célula (desmossomas) • Célula-matriz (hemi-desmossomas) • Junções Ocludentes – Junções tight (em vertebrados) – Junções septadas (em invertebrados) • Junções comunicantes – GAP (em animais) – Plasmodesmata (em plantas) A presença de cálcio no citossol dispara diversos eventos, e serve para propagar um sinal elétrico entre células musculares ou nervosas. O aumento do nível de Ca+2 e Na+, relacionado à abertura de canais iônicos da membrana, também provoca o fechamento das junções Gap. Esse mecanismo evita tanto que a propagação de um sinal elétrico volte no sentido errado quanto protege as células vizinhas caso uma célula danificada seja invadida por íons extracelulares. Dessa forma, as junções tipo fenda causam um efetivo isolamento da célula danificada, fechando os conexons e impedindo a entrada de Ca+2 e outros íons indesejáveis.
Compartilhar