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SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 1 Canais Digitais: AZ Home Felipe Rodrigues, Daniel Saraiva, Victor Capovila RESUMO Originalmente, as redes sociais foram concebidas para atender às necessidades de relacionamento das pessoas físicas através da internet. Atividades como a publicação de notícias, exposição de posicionamento político através de textos curtos, postagem de fotos, reação à comentários e outras atividades dos usuários de redes sociais tornaram-se corriqueiras. Porém, ao longo dos últimos 21 anos desde a criação da primeira rede social do mundo, o alcance das redes sociais, sua adesão e sua importância cresceram vertiginosamente, levando à mudanças em sua forma de uso, suas capacidades e seus limites. Gradualmente, as empresas também migraram para este novo meio, o que exigiu-lhes uma nova linguagem de comunicação a fim de adequarem-se a esta nova realidade. Atualmente, as redes sociais são utilizadas por ambas pessoas físicas e pessoas jurídicas, o que ocasiona a divisão de postagens pessoais dividindo espaço com anúncios estáticos e pop-ups. A má utilização das ferramentas para a comunicação de um produto através das redes sociais pode ser fatal empresa. O objetivo deste trabalho é determinar o meio mais eficaz para a disseminação de conhecimento sobre um produto ou serviço, bem como a estratégia a ser utilizada em cada rede, através de um questionário quantitativo. A empresa cuja análise será baseada será uma pequena empresa de automação residencial. Ao fim desta pesquisa, pretende-se utilizar a pesquisa para adequar a estratégia de divulgação dos produtos da empresa à realidade observada. Palavras Chaves – automação, automação residencial, redes sociais, meios digitais, canais digitais, efetividade da comunicação, ABSTRACT Originally, social networks were designed to meet the relationship needs of individuals through the internet. Activities such as news publishing, exposure of political positioning through short texts, posting photos, reaction to comments and other activities of social networking users have become commonplace. SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 2 However, over the last 21 years since the creation of the world's first social network, the reach of social networks, their membership, and their importance have grown dramatically, leading to changes in their use, capabilities and limits. Gradually, companies also migrated to this new medium, which required them a new language of communication in order to adapt to this new reality. Currently, social networks are used by both individuals and legal entities, which causes the sharing of personal posts by sharing space with static ads and pop-ups. The misuse of the tools for communicating a product through social networks can be fatal company. The objective of this work is to determine the most effective way to disseminate knowledge about a product or service, as well as the strategy to be used in each network, through a quantitative questionnaire. The company whose analysis will be based will be a small home automation company. At the end of this research, we intend to use the research to adapt the strategy of disclosure of the company's products to the observed reality. . SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 3 Sumário I- Introdução II- Revisão Teórica III- Metodologia 1) Objetivos da pesquisa 2) Levantamento de campo 3) Amostragem 4) Mensuração 5) Escalas Sociais 6) Questionário 7) Abordagem da Pesquisa 8) Projeto de Pesquisa 9) Amostra 10) Logística de Campo 11) Análise de Dados IV- Conclusão V- Bibliografia SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 4 I – INTRODUÇÃO AZ: Automação industrial e residencial A AZ oferece ao mercado desde 2011 soluções tecnológicas em automação residencial, corporativa e oferecimento de energia limpa através de três empresas dentro da holding: AZ Home, AZ Corp e AZ Energy, respectivamente. O escopo do projeto de pesquisa foi restrito a AZ Home, que oferece produtos super premium para o mercado de automação residencial. Acreditamos esse público alvo mais acessível as novas pesquisas e mais adequado aos propostos da disciplina. Os segmentos em que a AZ Home atua são: Iluminação, Áudio&Vídeo, Climatização, Sistemas de Segurança e Arquitetura de Redes. Os principais produtos da empresa são: ar condicionado, piso aquecido, lâmpadas LED, TV espelho, som “oculto” (caixas de som instaladas dentro do gesso do teto), flaps para embutir TV’s e outros eletrônicos, alarmes, câmeras de segurança, fechaduras inteligentes e aspiração central. Todas as soluções são integradas e permitem novas experiências para os consumidores aproveitarem suas casas. A companhia também se responsabiliza por instalar e implementar tudo que é vendido para garantir máxima performance dos equipamentos. A AZ Home é uma das pioneiras no mercado brasileiro de automação residencial e vem crescendo ano a ano com o oferecimento de novas tecnologias. Trata-se de um segmento high end em que soluções podem custar centenas de milhares de reais, fato impulsionado pela baixa produção tecnológica internamente no Brasil e altos encargos sobre produtos importados Baseada no bairro Jardim América, Zona Oeste de São Paulo, a empresa encaixa-se bem no perfil de uma startup, com apenas 17 colaboradores e 3 sócios. A cultura organizacional é incipiente e não há formalização de missão, visão e valores corporativos. Os principais concorrentes no mercado nacional são Integrahaus, Itechome, RomiTech, ControlTouch e SigmaEnergia. A AZ Home busca se diferenciar através dos seguintes pontos fortes: ▪ Alto grau de conhecimento técnico (instaladores treinados e licenciados pela empresa fornecedora dos aparelhos de automação) SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 5 ▪ Alto nível de comprometimento dos colaboradores da empresa ▪ Ambiente familiar e amistoso, propiciando relações de amizade tanto horizontais quanto verticais na empresa ▪ Por outro lado, foram detectados os seguintes pontos fracos na empresa: ▪ Baixa estruturação dos processos da empresa, dificultando o processo de mensuração da qualidade dos serviços ▪ Baixa formalização dos processos da empresa, como emissão e preenchimento de ordens de serviço. ▪ Cargos e atividades pouco definidas, gerando confusão para os trabalhadores quanto à sua real função na empresa, além de tornar certas avaliações como antiéticas ou inúteis. Por exemplo, funcionário da área técnica executa também funções administrativas e de supervisão de seu próprio trabalho, o que causa conflito. ▪ Tomada de decisão centralizada, engessando os processos e gerando atraso em entregas e visitas para avaliação técnica e instalação. ▪ Inexistência de um plano de carreira para os funcionários, independentemente da área, proporcionando baixa perspectiva para os mesmos e gerando absenteísmo e alta rotatividade. O mercado tecnológico é extremamente dinâmico, exigindo que as organizações deste setor estejam sempre atentas às tendências e rupturasno que se refere a inovações tecnológicas. Além disso, é importante renovar o portfólio constantemente, o que é atingido pela AZ Home através de prospecção perene por novos fornecedores e parcerias estratégicas que possam alavancar as competências organizacionais e gerar valor para os stakeholders. Os consumidores pertencem a elite social brasileira, concentrando-se em cargos de grande prestígio como empresários, advogados, engenheiros, médicos e arquitetos. Esse público é altamente crítico ao escolher bens e serviços, mas também possui uma alta disposição a pagar por aquilo que lhes interessa. O maior valor percebido pelos clientes da AZ Home são: ▪ Elevada qualidade SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 6 ▪ Sofisticação ▪ Realização de suas necessidades com maior praticidade e eficácia. O setor de marketing da empresa segmenta os clientes pela receita média gerada por eles, formando alguns clusters que recebem atenção diferenciada. A seguir, encontra-se uma breve descrição dos departamentos, seus respectivos processos internos e fatores críticos de desempenho na AZ Home: Técnic o Processos internos Execução e acompanhamento de projetos de automação residencial e corporativa; Instalação de carregadores elétricos, placas solares e produtos e bens eletrônicos; Fatores críticos de desempenho Velocidade de construção e implementação do projeto; Conformidade com os requisitos do cliente; Eficácia das visitas para instalação; Comp ras Processos internos Compra de material de escritório, higiene pessoal, limpeza para uso interno; Compra de material de apoio à instalação; Compra de produtos automatizados; Fatores críticos de desempenho Mapeamento detalhado de todos os insumos necessários para execução das atividades internas e das operações da empresa; Confiabilidade na entrega dos produtos no dia requisitado pela área Técnica; Busca dos melhores fornecedores em busca de SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 7 equilibrar qualidade e custo; Finan ceiro Processos internos Cadastramento das notas fiscais de entrada e saída dos produtos e serviços da empresa; Mapeamento dos custos de operação da empresa; Pagamento e recebimento de contas; Gerenciamento das fontes de captação de recursos financeiros; Análise de investimentos e novas oportunidades; Elaboração de relatórios financeiros semanais; Fatores críticos de desempenho Velocidade no cadastramento de notas; Assiduidade no pagamento de contas; Alocação eficaz dos recursos financeiros da empresa; Uso preciso dos recursos de terceiros; Marke ting Processos internos Manutenção do site da empresa; Tratamento dos leads; Relacionamento com clientes ativos e potencias; Criação de valor; Calibração das marcas; Criação das campanhas; Fatores críticos de desempenho Disponibilidade para atendimento do cliente; Eficácia no processo de brainstorm; Segmentação precisa dos clientes e identificação de suas necessidades; Recur sos Huma nos Processos internos Controle horário dos funcionários; Recepção de sugestões e reclamações; Motivação e desenvolvimento dos funcionários; SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 8 Intermediação entre os sócios e os colaboradores; Transmissão de comunicados internos; Avaliação do clima organizacional; Fatores críticos de desempenho Inteligência emocional para entender as necessidade e aspirações dos colaboradores da empresa; Flexibilidade para lidar com gestores e funcionários; Clareza na comunicação; Logíst ica Processos internos Carregamento e escoamento dos produtos da empresa; Separação e registro de todas as peças, ferramentas, bens e outros materiais que estiverem no estoque; Cadastro de todos os produtos na rede da empresa; Fatores críticos de desempenho Alto zelo com os produtos no armazenamento e trânsito; responsável administração do estoque; Elevado nível de especificidade dos materiais de instalação (peças, ferramentas, etc.); Fizemos uma visita para avaliar a situação e os problemas da empresa no ano de 2016, e vimos que a empresa AZ Comércio de Eletrônicos e Serviços Ltda está no meio de um processo analítico para decidir quais são os canais de marketing digital mais adequados para atingir seu público alvo. Diante desse contexto, o presente estudo foi desenvolvido no intuito de suportar tal decisão e foi conduzida em paralelo com a disciplina Sistemas de Informação e Pesquisa de Marketing no curso de Administração de Empresas da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. O tema foi escolhido pelos seguintes quatro motivos: ▪ Aumento da relevância dos canais digitais de marketing; SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 9 ▪ Possibilidade de aplicação de pesquisa a um problema real do mundo corporativo; ▪ Aplicabilidade da recomendação proposta como output da pesquisa; e ▪ Acesso a informações através de um dos pesquisadores do grupo, que faz estágio na AZ. Dado o contexto de falta de recursos da AZ para avaliar e selecionar os quais são os melhores canais de marketing digital - como Facebook, Snapchat, Instagram, LinkedIn, Twitter e também através de ferramentas de busca como Google e Bing - o problema de marketing foi definido como “ineficiência no uso dos canais de marketing digital e dificuldade em se medir qual é mais adequado para anunciar os produtos da empresa”. A partir de tal problema de marketing, foram definidos problema de pesquisa e objetivos de pesquisa, à luz do processo teórico que foi desenvolvido em sala de aula junto aos professores da disciplina e das referências bibliográficas, que serão desenvolvidas na próxima parte deste artigo. O problema de pesquisa foi definido como “identificar os canais de marketing digital e os meios de uso adequados para o desenvolvimento do branding e comunicação de produtos para uma empresa de tecnologia de automação residencial”. Prazo O prazo definido para a entrega da pesquisa segue o cronograma estabelecido pela disciplina de Sistemas de informação de Marketing e Pesquisa de Marketing. Orçamento Consiste na estimativa dos gastos com a pesquisa, considerando os custos referentes a cada etapa, segundo itens de despesa (custos de pessoal, custos de material, e outros). Estipulamos como gasto máximo 60 reais para o projeto, referente a uma doação de 20 reais de cada um dos membros do trabalho. SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 10 II - REVISÃO TEÓRICA A Era tecnológica Nas últimas décadas, passamos pela revolução e crescimento das tecnologias de informação e comunicação (TICs) com a crescente ascensão e popularidade da telefonia móvel através dos smartphones, a democratização dos meios de comunicação especialmente via Internet, e o advento de novas arquiteturas tecnológicas de comunicação em rede (Rosa et al., 2011). O ritmo das inovações tecnológicas é extremamente relevante, principalmente com os avanços da tecnologia móbile de acesso à web, com gadges que operam por meio de diversas plataformas de suporte, com capacidadede transmitir informação em tempo real e de qualquer lugar que o usuário precisar (Rosa et al., 2011). A velocidade e volatilidade de informações ocasionam rápida obsolescência de produtos e processos, fazendo crescer o grau de incerteza e complexidade na escolha de estratégias mercadológicas compatíveis com a perspectiva dos negócios. Nesse ambiente extremamente dinâmico, percebem- se mudanças significativas no comportamento do consumidor, o que torna necessário que se obtenha maior conhecimento das variações de comportamento e do processo de tomada de decisão de consumo (Rosa et al., 2011). A Era do consumidor consolida um mercado em que os consumidores são tidos como “prosumidores”, ou seja, concomitantemente são produtores de conteúdo e consumidores de informações na web. Esse novo consumidor pede um redimensionamento das estratégias mercadológicas para que a comunicação seja dirigida e, ao mesmo tempo, flexível, a ponto de convidar o cliente a interagir e participar do projeto do produto. O resultado é que as estratégias de marketing podem transformar-se em um processo de aprendizado contínuo e de interação entre os clientes e o mercado, e, dessa forma, transmitir uma comunicação mais eficiente (Rosa et al., 2011). Todas as mudanças de paradigmas tecnológicos formaram um diferencial no aumento da comunicação, o que levou à desmassificação dos mercados, à segmentação e ao aumento da individualidade dos consumidores. Portanto, é cada vez mais importante entender as atitudes do consumidor que faz uso de mais tecnologias, tais como o acesso móvel à web, convergência digital, e-commerce, blogs, páginas na Internet e conectividade em redes sociais (McKenna, 2006). SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 11 Pesquisas de institutos sobre o tema Segundo dados do Interactive Advertising Bureau Brasil (IAB Brasil) (2011), “[...]o ano de 2010 foi o da consolidação das redes sociais, do e- commerce, dos aplicativos para equipamentos móveis e também da ascensão dos sites de compras”. A Internet se popularizou, tanto que 52,8% da população que acessa a Internet pertencem às classes C, D e E; e as classes A e B juntas representam 47,2%. De acordo com o instituto Ibope Nielsen Online (2011), em 2008 foram gastos R$ 8,2 bilhões em compras online. Em 2009, a previsão para o primeiro semestre era de R$ 4,5 bilhões, e o faturamento foi de R$ 4,8 bilhões, totalizando 27% a mais em relação ao mesmo período de 2008, o ano fechou em R$ 10,6 bilhões. Em 2010 foram gastos R$ 14,8 bilhões em vendas, o que representou um terço de todas as transações entre varejo e consumidores feitas no Brasil. O Instituto Ibope Nielsen publicou que 58,7% dos internautas entraram nos sites das lojas de varejo em dezembro de 2010, fazendo crescer a audiência dos sites de comércio eletrônico, que pela primeira vez atingiu 29,7 milhões de usuários. Desse número, navegaram em sites de lojas de varejo 25,4 milhões de usuários únicos, ou 52,1% do total de internautas ativos do mês de dezembro. ”Os sites de compras coletivas foram os principais responsáveis pelo crescimento do número de usuários ativos da categoria comércio eletrônico” (IBOPE Nielsen Online, 2011, p. 1). Nessa categoria, o crescimento foi de 7% entre fevereiro e março de 2010, passando de 28,7 milhões de usuários para 30,7 milhões. Outros indicadores do Ibope Nielsen (Juliasz, 2010), revelaram que o acesso à internet em qualquer ambiente (residências, trabalho, escolas, lan houses, bibliotecas e telecentros), considerando os brasileiros de 16 anos ou mais de idade, atingiu 67,5 milhões de pessoas no quarto trimestre de 2009. Isso significou um crescimento de 1,7% em relação ao terceiro trimestre e de 8,2% sobre o primeiro trimestre de 2009. Em 2010, este crescimento se consolidou com a utilização da Internet como mídia de massa, contabilizando o acesso de 73,7 milhões de pessoas. Isso vem se refletindo nos investimentos em comunicação online com as empresas utilizando a Internet como meio para se relacionar com seus clientes. A telefonia móvel atingiu a marca de 212 milhões de celulares em abril de 2010 para uma população de 190,7 milhões (IAB Brasil, 2011, p. 3). O consumo via mobilidade cresce no uso tanto do celular quanto de notebooks e SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 12 tablets. “O crescimento da venda de smartphones com planos de dados mais progressivamente acessíveis oferecido pelas operadoras está popularizando a Internet móvel” (IAB Brasil, 2011, p.33). A Era de busca Com o crescimento da web e a expansão da ubiquidade online estamos sendo conduzidos à era da busca, e que é caracterizada pela inversão do vetor de marketing. Enquanto no marketing tradicional as ações de promoção e comunicação das empresas se davam no sentido empresa/marca para o consumidor, na Era da busca é o consumidor que busca a empresa, a marca. (Gabriel, 2009) Essa inversão do vetor de marketing estabelece que as ações passam a se originar no consumidor em busca da marca e representa uma mudança no relacionamento marca-consumidor. O posicionamento de um site nos resultados de busca da web pode determinar seu sucesso se, efetivamente tiver “presença digital”, que é o fator indispensável para contribuir com a localização, ou “encontrabilidade”, da empresa na web. Por meio de estratégias dirigidas de marketing de busca é possível melhorar o posicionamento de um site, de maneira eficiente e ética (Gabriel, 2009). Marketing de Busca como um conjunto de estratégias que visam atingir o cliente em potencial, no momento em que ele busca um produto, serviço ou qualquer informação na Internet. As estratégias englobam os links patrocinados e a otimização para sites de busca. A Era da Busca inaugura o crescimento e a disseminação exponencial de conteúdo (Gabriel, 2009). O Marketing de Busca pode proporcionar uma audiência extremamente qualificada para o site, maximizar a visibilidade da empresa através da Internet e principalmente aumentar o potencial de conversão de visitantes em clientes” (Teixeira, 2008) . Os mecanismos de busca na web baseiam-se em sistemas de recuperação de informações armazenadas em ambientes digitais. Os buscadores têm como especificidade buscar informações desejadas, de maneira adequada e em tempo útil. (Gabriel, 2009) enfatiza que o sucesso dos buscadores é indiscutível, desde o aparecimento do primeiro mecanismo de busca na web: o Yahoo, em 1994. Em 2005, “a busca” se tornou a segunda atividade mais popular na Internet depois do uso de email. A autora supracitada afirma que 90% dos internautas utilizam mecanismos de busca e 87% declararam que encontraram o que estavam buscando. Entre os hábitos dos buscadores, cerca de 40% SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 13 acreditam que os dez primeiros resultados são os líderes do mercado, mais de 90% dos clicks são nos dez primeiros do ranking e cerca de 70% abandonam a busca depois da primeira página. Por isso, há a necessidade de se melhorar o rankeamento para figurar na primeira página dos resultados. Com o advento da mobilidade e facilidade de acesso à web móvel, via dispositivos portáteis, os buscadores cresceram e se sofisticaram. Os primeiros sites de busca como o Google, Yahoo e MSN alavancaram o marketing debusca e inauguraram uma competição por preferência do público. O Google lidera o ranking de buscadores, oferecendo um amplo portfólio de produtos a ele associados, tais como Gmail, Orkut, Google Earth, Google Accelerator, Google Trends, entre outros. O Google Trends, uma ferramenta que mostra os mais populares termos buscados em um passado recente, permite que se faça uma mensuração relevante entre as campanhas de mídias de marcas e empresas, em um contexto concorrencial. Mudanças causadas pela internet nas empresas: (SCHMIDT, Eric; COHEN, 2013) destacam que “enquanto a conectividade global continua seu avanço sem precedentes, várias antigas instituições e hierarquias precisarão se adaptar ou correrão o risco de se tornarem obsoletas, irrelevantes para a sociedade moderna ”. Na visão destes autores, as tecnologias digitais continuarão a transformar as empresas, sejam elas grandes ou pequenas, por dentro e por fora. Essas organizações terão que se submeter a dois mundos: o físico-offline, corresponde ao espaço geográfico onde estão inseridas e atuando, e o virtual- online, dominado pelos equipamentos e tecnologias digitais. Longo (2014, p. 16) destaca que não há mais fronteiras entre esses dois mundos: “a tecnologia digital foi absorvida e faz parte de todos os aspectos da vida, o tempo todo ”. III - METODOLOGIA 10) Objetivos da pesquisa Após a definição de forma clara da necessidade de informação que temos sobre quais canais digitais seriam mais adequados para a empresa, o grupo identificou e especificou os objetivos da pesquisa que será conduzida para coletar as informações necessárias. Objetivo Geral: SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 14 Definir quais os melhores canais de marketing para a empresa. Objetivos específicos: ▪ Definir qual é o meio social preferido pelo público-alvo da empresa para receber adquirir conhecimento sobre os produtos da empresa. ▪ Avaliar quantitativamente a efetividade e os resultados de marketing viral, orgânico e pago. ▪ Identificar e analisar outros possíveis canais para a empresa. ▪ Coletar dados perante os consumidores sobre cada um dos canais estudados. A escolha dos canais digitais adequados é o fator de maior relevância, uma vez que a AZ Home percebeu essa tendência e se deparou com um cenário de incerteza no que se refere a aceitação dos seus atuais de canais digitais por seu público alvo e da eficiência do capital investido em tais meios de comunicação. Pesquisa quantitativa O grupo optou por seguir com uma pesquisa quantitativa, que pode ser definida como: Diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da pesquisa quantitativa podem ser quantificados. Como as amostras geralmente são grandes e consideradas representativas da população, os resultados são tomados como se constituíssem um retrato real de toda a população alvo da pesquisa. A pesquisa quantitativa se centra na objetividade. Influenciada pelo positivismo, considera que a realidade só pode ser compreendida com base na análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos padronizados e neutros. A pesquisa quantitativa recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc. A utilização conjunta da pesquisa qualitativa e quantitativa permite recolher mais informações do que se poderia conseguir isoladamente (FONSECA, 2002). A pesquisa quantitativa, que tem suas raízes no pensamento positivista lógico, tende a enfatizar o raciocínio dedutivo, as regras da lógica e os atributos mensuráveis da experiência humana. Por outro lado, a pesquisa qualitativa tende a salientar os aspectos dinâmicos, holísticos e individuais da experiência humana, para apreender a totalidade no contexto daqueles que estão vivenciando o fenômeno (POLIT, BECKER E HUNGLER, 2004, p. 201). SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 15 Assim, como visto até aqui, tanto a pesquisa quantitativa quanto a pesquisa qualitativa apresentam diferenças com pontos fracos e fortes. Contudo, os elementos fortes de um complementam as fraquezas do outro, fundamentais ao maior desenvolvimento da Ciência. Pesquisa descritiva As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados (Gil, 2002). A pesquisa descritiva exige do investigador uma série de informações sobre o que deseja pesquisar. Esse tipo de estudo pretende descrever os fatos e fenômenos de determinada realidade (TRIVIÑOS, 1987). Algumas pesquisas descritivas vão além da simples identificação da existência de relações entre variáveis, pretendendo determinar a natureza dessa relação. Neste caso tem-se uma pesquisa descritiva que se aproxima da explicativa. Por outro lado, há pesquisas que, embora definidas como descritivas a partir de seus objetivos, acabam servindo mais para proporcionar uma nova visão do problema, o que as aproxima das pesquisas exploratórias (Gil, 2002). As pesquisas descritivas são, juntamente com as exploratórias, as que habitualmente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuação prática. São também as mais solicitadas por organizações como instituições educacionais, empresas comerciais, partidos políticos etc (Gil, 2002). Procedimentos de pesquisa De acordo com Fonseca (2002), a pesquisa possibilita uma aproximação e um entendimento da realidade a investigar, como um processo permanentemente inacabado. Ela se processa através de aproximações sucessivas da realidade, fornecendo subsídios para uma intervenção no real. Segundo este autor, a pesquisa científica é o resultado de um inquérito ou exame minucioso, realizado com o objetivo de resolver um problema, recorrendo a procedimentos científicos. Investiga-se uma pessoa ou grupo capacitado (sujeito da investigação), abordando um aspecto da realidade (objeto da investigação), no sentido de comprovar experimentalmente SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 16 hipóteses (investigação experimental), ou para descrevê-la (investigação descritiva), ou para explorá-la (investigação exploratória). Para se desenvolver uma pesquisa, é indispensável selecionar o método de pesquisa a utilizar. De acordo com as características da pesquisa, poderão ser escolhidas diferentes modalidades de pesquisa, sendo possível aliar o qualitativo ao quantitativo. 11) Levantamento de campo (survey) É a pesquisa que busca informação diretamente com um grupo de interesse a respeito dos dados que se deseja obter. Trata-se de um procedimento útil, especialmente em pesquisas exploratórias e descritivas (Santos, 1999). A pesquisa com survey pode ser referida como sendo a obtenção de dados ou informações sobre as características ou as opiniões de determinado grupo de pessoas, indicado como representante de uma população-alvo, utilizando um questionário como instrumento de pesquisa (Fonseca, 2002, p. 33). Nesse tipo de pesquisa, o respondente não é identificável, portanto o sigilo é garantido. São exemplos desse tipo de estudo as pesquisas de opinião sobre determinado atributo, a realização de um mapeamento geológicoou botânico. Segundo (Gil, 2002), as pesquisas deste tipo se caracterizam pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para em seguida, mediante análise quantitativa, obter as conclusões correspondentes dos dados coletados. Quando o levantamento recolhe informações de todos os integrantes do universo pesquisado, tem-se um censo. Pelas dificuldades materiais que envolvem sua realização, os censos só podem ser desenvolvidos pelos governos ou por instituições de amplos recursos. São extremamente úteis, pois proporcionam informações gerais acerca das populações, que são indispensáveis em boa parte das investigações sociais. Na maioria dos levantamentos, não são pesquisados todos os integrantes da população estudada. Antes seleciona-se, mediante procedimentos estatísticos, uma amostra significativa de todo o universo, que é tomada como objeto de investigação. As conclusões obtidas a partir desta SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 17 amostra são projetadas para a totalidade do universo, levando em consideração a margem de erro, que é obtida mediante cálculos estatísticos. Os levantamentos por amostragem gozam hoje de grande popularidade entre os pesquisadores sociais, a ponto de muitas pessoas chegarem mesmo a considerar pesquisa e levantamento social a mesma coisa. Na verdade, o levantamento social é um dos muitos tipos de pesquisa social que, como todos os outros, apresenta vantagens e limitações. Dentre as principais vantagens dos levantamentos estão (Gil, 2002): ▪ Conhecimento direto da realidade. À medida que as próprias pessoas informam acerca de seu comportamento, crenças e opiniões, a investigação torna-se mais livre de interpretações calcadas no subjetivismo dos pesquisadores. ▪ Economia e rapidez. Desde que se tenha uma equipe de entrevistadores, codificadores e tabuladores devidamente treinados, torna-se possível a obtenção de grande quantidade de dados em curto espaço de tempo. Por outro lado, quando os dados são obtidos mediante questionários, os custos tornam-se relativamente baixos. ▪ Quantificação. Os dados obtidos mediante levantamentos podem ser agrupados em tabelas, possibilitando a sua análise estatística. As variáveis em estudo podem ser codificadas, permitindo o uso de correlações e outros procedimentos estatísticos. À medida que os levantamentos se valem de amostras probabilísticas, torna-se possível até mesmo conhecer a margem de erro dos resultados obtidos. Dentre as principais limitações dos levantamentos estão (Gil, 2002): ▪ Ênfase nos aspectos perspectivos. Os levantamentos recolhem dados referentes à percepção que as pessoas têm acerca de si mesmas. Ora, a percepção é subjetiva, o que pode resultar em dados distorcidos. Há muita diferença entre o que as pessoas fazem ou sentem e o que elas dizem a esse respeito. Existem alguns recursos para contornar este problema. É possível, em primeiro lugar, omitir as perguntas que sabiamente a maioria das pessoas não sabe ou não quer responder. Também se pode, mediante perguntas indiretas, controlar as respostas dadas pelo informante. Todavia, estes recursos, em muitos dos casos, são insuficientes para sanar os problemas considerados. ▪ Pouca profundidade no estudo da estrutura e dos processos sociais. Mediante levantamentos é possível a obtenção de grande quantidade de dados a respeito dos indivíduos. Como, porém, os fenômenos sociais SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 18 são determinados sobretudo por fatores interpessoais e institucionais, os levantamentos mostram-se pouco adequados para a investigação profunda desses fenômenos. ▪ Limitada apreensão do processo de mudança. O levantamento, de modo geral, proporciona uma visão estática do fenômeno estudado. Oferece, por assim dizer, uma espécie de fotografia de determinado problema, mas não indica suas tendências à variação e muito menos as possíveis mudanças estruturais. Como tentativa de superação dessas limitações, vêm sendo desenvolvidos com frequência crescente os levantamentos do tipo painel, que consistem na coleta de dados da mesma amostra ao longo do tempo. Muitas informações importantes têm sido obtidas mediante esses procedimentos, particularmente em estudos sobre nível de renda e desemprego. Entretanto, os levantamentos do tipo painel apresentam séria limitação, que é a progressiva redução da amostra por causas diversas, tais como mudança de residência e fadiga dos respondentes (Gil, 2002). Considerando as vantagens e limitações expostas, pode-se dizer que os levantamentos se tornam muito mais adequados para estudos descritivos que explicativos. São inapropriados para o aprofundamento dos aspectos psicológicos e psicossociais mais complexos, porém muito eficazes para problemas menos delicados como preferência eleitoral, comportamento do consumidor. São muito úteis para o estudo de opiniões e atitudes, porém pouco indicados no estudo de problemas referentes e estruturas sociais complexas (Gil, 2002). 12) Amostragem De modo geral, as pesquisas sociais abrangem um universo de elementos tão grande que se torna impossível considerá-los em sua totalidade. Por essa razão, nas pesquisas sociais é muito frequente trabalhar com uma amostra, ou seja, com uma pequena parte dos elementos que compõem o universo. É o que ocorre, sobretudo, nas pesquisas designadas como levantamento ou experimentos (Gil, 2002). Quando um pesquisador seleciona uma pequena parte de uma população, espera que ela seja representativa dessa população que pretende estudar. Para tanto necessita observar os procedimentos definidos pela Teoria da Amostragem. A Teoria da Amostragem encontra-se hoje consideravelmente desenvolvida, ficando difícil a qualquer pesquisador justificar a seleção de uma amostra sem recorrer a seus princípios. SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 19 Tipos de amostragem Na pesquisa social são utilizados diversos tipos de amostragem, que podem ser classificados em dois grandes grupos: amostragem probabilística e não-probabilística. Os tipos do primeiro grupo são rigorosamente científicos e se baseiam nas leis consideradas no item anterior. Os do segundo grupo não apresentam fundamentação matemática ou estatística, dependendo unicamente de critérios do pesquisador. Claro que os procedimentos deste último tipo são muito mais críticos em relação à validade de seus resultados, todavia apresentam algumas vantagens, sobretudo no que se refere ao custo e ao tempo despendido. Os tipos de amostragem probabilísticas mais usuais são: ▪ Aleatória simples ▪ Sistemática ▪ Estratificada ▪ Conglomerado ▪ Etapas. Dentre os tipos de amostragem não probabilística, os mais conhecidos são: ▪ Acessibilidade ▪ Tipicidade ▪ Quotas. A seguir, a descrição de cada um dos tipos de amostragem que foram usados no projeto, segundo (Gil, 2002): Amostragem por acessibilidade ou por conveniência Constitui o menos rigoroso de todos os tipos de amostragem. Por isso mesmo é destituída de qualquer rigor estatístico. O pesquisador seleciona os elementos a que tem acesso, admitindo que estes possam, de alguma forma, representar o universo. Aplica-se este tipo de amostragem em estudos exploratórios ou qualitativos,onde não é requerido elevado nível de precisão. Amostragem por tipicidade ou intencional Também constitui um tipo de amostragem não probabilística e consiste em selecionar um subgrupo da população que, com base nas informações disponíveis, possa ser considerado representativo de toda a população. A principal vantagem da amostragem por tipicidade está nos baixos custos de sua seleção. SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 20 Entretanto, requer considerável conhecimento da população e do subgrupo selecionado. Quando esse conhecimento prévio não existe, torna-se necessária a formulação de hipóteses, o que pode comprometer a representatividade da amostra. 13) Mensuração A qualidade de uma pesquisa depende, entre outros aspectos dos processos de mensuração empregados. Uma das principais dificuldades com que se deparam as ciências sociais é a da mensuração de seus objetos. Por essa razão, o pesquisador social deverá estar atento aos problemas de mensuração, se desejar obter resultados significativos (Gil, 2002). A mensuração de uma entidade sempre é feita por comparação. Medir algo consiste em verificar quantas vezes uma unidade de medida cabe no objeto a medir. Quando as variáveis são sociais, a complexidade aumenta. Isto porque as variáveis deste tipo não podem ser mensuradas com escalas tão simples como a linear e, também, porque não existem para comparação padrões de medida universalmente definidos e aceitos (Gil, 2002). Pode-se definir escala como um contínuo de valores ordenados entre um ponto inicial e outro final. Para que uma escala seja adequada para mensurar objetivamente as variáveis, precisa apresentar alguns requisitos, sendo que os mais importantes são a fidedignidade e a validade (Gil, 2002). Existem vários métodos para testar a validade dos instrumentos de medida. Um dos mais utilizados, em virtude de sua simplicidade, é o da validade lógica. Este método avalia apenas, considerando a definição teórica de uma variável, se a medida parece adequada para medi-la. Trata-se, a rigor, da utilização de um método baseado na lógica do senso comum. Embora em muitos estudos tenha se mostrado satisfatório, nem sempre é prudente basear- se apenas neste método. 14) Escalas Sociais Escalas sociais são instrumentos construídos com o objetivo de medir a intensidade das opiniões e atitudes da maneira mais objetiva possível. Embora se apresentem segundo as mais diversas formas, consistem basicamente em solicitar ao indivíduo pesquisado que assinale, dentro de uma série graduada de itens, aqueles que melhor correspondem à sua percepção acerca do fato pesquisado. A construção de escalas sociais envolve diversos problemas, posto que, por serem de natureza quantitativa, constituem instrumentos bastante complexos (Gil, 2002). Escalas sociais mais utilizadas SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 21 Segundo (Gil, 2002), as escalas sociais mais usadas são: ▪ Escalas de ordenação: Estas escalas são constituídas por uma série de palavras ou enunciados que os sujeitos devem ordenar de acordo com sua aceitação ou rejeição. ▪ Escalas de graduação: As escalas de graduação apresentam um contínuo de atitudes possíveis em relação a determinada questão. Os enunciados de atitudes correspondem a graus, que indicam maior ou menor favorabilidade. Modelo: Pergunta? ( ) Totalmente favorável ( ) Favorável com algumas restrições ( ) Nem aprovação nem desaprovação ( ) Desaprovação em muitos aspectos ( ) Totalmente desfavorável Estas escalas apresentam geralmente cinco graus, sendo que o central corresponde a uma posição indefinida. Podem-se, porém, elaborar escalas com três ou quatro graus. Em alguns casos, a escala de quatro pode ser preferida porque evita a tendência central. Escalas com mais de cinco graus geralmente são inconvenientes. ▪ Escalas de distância social: Estas escalas são utilizadas para estabelecer relações de distância entre as atitudes em relação a determinados grupos sociais. A primeira escala de distância social foi elaborada por Bogardus (1925) e teve como objetivo medir a intensidade dos preconceitos raciais. Esta escala é constituída por sete itens indicadores de distância social, numerados de 1 a 7. Para responder, o indivíduo indica sua concordância ou discordância com os enunciados apresentados. ▪ Escala de Thurstone (Intervalar): A escala de Thurstone (1928) constitui a primeira experiência de mensuração de atitudes com base numa escala de intervalos. A despeito das críticas que lhe têm sido formuladas e de ter caído em desuso, esta escala é tomada frequentemente como a base metodológica para os procedimentos de mensuração de atitudes. A elaboração de uma escala deste tipo segue os seguintes passos: SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 22 a) Pede-se a certo número de pessoas que manifestem por escrito suas opiniões acerca do problema a ser estudado. Os enunciados dessas opiniões devem ser claros, breves e em número suficiente para cobrir toda a gama de atitudes possíveis, desde as mais favoráveis até a mais desfavoráveis. b) Depois de elaborada a lista de enunciados (cerca de 100), cada um deles é transcrito em cartões que são entregues a um grupo de pessoas. Estas pessoas (juizes), cujo número se situa em torno de 100, são solicitadas a ordenar os enunciados em onze grupos, de acordo com uma escala de graduação que vai da atitude mais favorável à menos favorável. c) Depois de terem os enunciados recebido uma nota variando de 1 a 11, calcula-se a mediana e o desvio quartílico da distribuição de cada enunciado segundo a ponderação atribuída pelos juízes. Aqueles enunciados que apresentam elevada dispersão são excluídos por sua ambiguidade ou irrelevância. Os demais recebem um valor de acordo com a mediana de sua distribuição. d) Por fim, seleciona-se certo número de enunciados (entre 15 e 30) uniformemente distribuídos ao longo de uma escala de onze pontos separados por intervalos equivalentes. A lista assim obtida constitui a escala que se aplica aos sujeitos cuja atitude se deseja medir. Escalas de Atitudes (Gil, 2002): ▪ Escala de Likert: A escala de Likert baseia-se na de Thurstone. É, porém, de elaboração mais simples e de caráter ordinal, não medindo, portanto, o quanto uma atitude é mais ou menos favorável. A construção de uma escala deste tipo segue os seguintes passos: a) Recolhe-se grande número de enunciados que manifestam opinião ou atitude acerca do problema a ser estudado. b) Pede-se a certo número de pessoas que manifestem sua concordância ou discordância em relação a cada um dos enunciados, segundo a graduação: concorda muito (1), concorda um pouco (2), indeciso (3), discorda um pouco (4), discorda muito (5). c) Procede-se à avaliação dos vários itens, de modo que uma resposta que indica a atitude mais favorável recebe o valor mais alto e a menos favorável o mais baixo. d) Calcula-se o resultado total de cada indivíduo pela soma dos itens. e) Analisam-se as respostas para verificar quais os itens que discriminam mais claramente entre os que obtêm resultados elevados e os que obtêm resultados baixos na escala total. Para tanto, são utilizados testes de correlação. Os itens SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 23 quenão apresentam forte correlação com o resultado total, ou que não provocam respostas diferentes dos que apresentam resultados altos e baixos no resultado total, são eliminados para garantir a coerência interna da escala. Diferencial semântico: O diferencial semântico é uma técnica utilizada para medir o significado atribuído a conceitos, desenvolvida por Osgood, Suei e Tannenbaum (1957). Pode ser considerado uma escala de atitudes, pois permite avaliar qualquer conceito, como, por exemplo, o que as pessoas pensam sobre coisas específicas (roupas, drogas), locais (parques, museus), pessoas (políticos, empresários), ideias (desarmamento, igualdade de gênero) ou comportamentos (usar transporte público, frequentar igreja). A aplicação do diferencial semântico consiste em apresentar às pessoas determinado conceito (por ex.: "socialismo, "feminismo", "árabe", "Hitler, "A Santa Ceia de Leonardo da Vinci" etc.) numa série de escalas bipolares de avaliação de sete pontos. Cada uma dessas escalas apresenta dois conceitos opostos indicadores de valorização, potência ou atividade. Assim, um conceito pode ser avaliado em termos de: justo-injusto, limpo-sujo, valioso-sem valor (valorização); grande pequeno, fraco-forte, pesado-leve (potência); ativo- passivo, rápido-lento e quente-frio (atividade). 15) Questionário Pode-se definir questionário como a técnica de investigação composta por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, aspirações, temores, comportamento presente ou passado etc (Gil, 2002). Os questionários, na maioria das vezes, são propostos por escrito aos respondentes. Costumam, nesse caso, ser designados como questionários auto-aplicados. Quando, porém, as questões são formuladas oralmente pelo pesquisador, podem ser designados como questionários aplicados com entrevista ou formulários (Gil, 2002). Construir um questionário consiste basicamente em traduzir objetivos da pesquisa em questões específicas. As respostas a essas questões é que irão proporcionar os dados requeridos para descrever as características da população pesquisada ou testar as hipóteses que foram construídas durante o planejamento da pesquisa (Gil, 2002). Assim, a construção de um questionário precisa ser reconhecida como um procedimento técnico cuja elaboração requer uma série de cuidados, tais SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 24 como: constatação de sua eficácia para verificação dos objetivos; determinação da forma e do conteúdo das questões; quantidade e ordenação das questões; construção das alternativas; apresentação do questionário e pré-teste do questionário (Gil, 2002). Forma das questões Em relação à forma, podem ser definidos três tipos de questão: fechadas, abertas e dependentes. Nas questões abertas solicita-se aos respondentes para que ofereçam suas próprias respostas. Mas nem sempre as respostas oferecidas são relevantes para as intenções do pesquisador. Há também dificuldades para sua tabulação (Gil, 2002). Nas questões fechadas, pede-se aos respondentes para que escolham uma alternativa dentre as que são apresentadas numa lista. São as mais comumente utilizadas, porque conferem maior uniformidade às respostas e podem ser facilmente processadas. Mas envolvem o risco de não incluírem todas as alternativas relevantes. Por essa razão é que se recomenda proceder à realização de entrevistas individuais ou coletivas antes da construção definitiva das alternativas. Este procedimento contribui não apenas para a definição de um número razoável de alternativas plausíveis, mas também para redigi-las de maneira coerente com o universo discursivo dos respondentes (Gil, 2002). Há perguntas que só fazem sentido para alguns respondentes. Por exemplo, só é conveniente perguntar acerca da opinião acerca do atendimento numa unidade de saúde se a pessoa tiver informado que foi atendida na respectiva unidade. Neste caso, a pesquisa referente à opinião é dependente em relação à outra. Há vários formatos de questões dependentes. Pode-se, após, cada alternativa, escrever o procedimento a ser seguido (Gil, 2002). Também é possível apresentar as questões dependentes em caixas recuadas à direita no questionário, conectadas à pergunta base por setas que se originam da resposta apropriada. Escolha das questões A escolha das questões está condicionada a inúmeros fatores, tais como: a natureza da informação desejada, o nível sociocultural dos interrogados etc. Há, no entanto, algumas regras básicas que devem ser observadas (Gil, 2002): SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 25 ▪ Devem ser incluídas apenas questões relacionadas ao problema pesquisado; ▪ Não devem ser incluídas questões cujas respostas podem ser obtidas de forma mais precisa por outros procedimentos; ▪ Devem-se levar em conta as implicações da questão com os procedimentos de tabulação e análise dos dados; ▪ Devem ser incluídas apenas as questões que possam ser respondidas sem maiores dificuldades; ▪ Devem ser evitadas questões que penetrem na intimidade das pessoas. Formulação das perguntas O conteúdo da resposta relaciona-se diretamente à maneira como foi formulada a pergunta. Algumas normas já consagradas a esse respeito podem ser assinaladas (Gil, 2002): ▪ As perguntas devem ser formuladas de maneira clara, concreta e precisa; ▪ Deve-se levar em consideração o sistema de referência do interrogado, ▪ Bem como o seu nível de informação; ▪ A pergunta deve possibilitar uma única interpretação; ▪ A pergunta não deve sugerir respostas; ▪ As perguntas devem referir-se a uma única ideia de cada vez. Número de questões O número de questões depende da extensão dos objetivos e da complexidade do assunto. Mas é necessário considerar que de modo geral os respondentes não se sentem obrigados a responder ao questionário. Por essa razão convém que sejam incluídas apenas as questões rigorosamente necessárias para atender aos objetivos da pesquisa (Gil, 2002). Ordem das perguntas Como norma geral para ordenação das perguntas, adota-se a "técnica do funil", segundo a qual cada questão deve relacionar-se com a questão antecedente e apresentar maior especificidade (Gil, 2002). Prevenção de deformações Nem todas as pessoas estão motivadas para fornecer as respostas solicitadas. Algumas podem até mesmo se sentir ameaçadas ao serem SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 26 indagadas acerca de determinados assuntos. Por outro lado, há questões que por sua natureza ou forma são capazes de criar constrangimentos nos respondentes. O vocabulário utilizado também pode conduzir a interpretações inadequadas. Há palavras que por serem estereotipadas ou apresentarem conotação negativa tendem a ser evitadas ou rejeitadas. E no caso de questionários que são respondidos com entrevista é possível o estabelecimento de um tipo de relação entre pesquisador e pesquisado que torna a situação altamente desconfortável (Gil, 2002). Por essas razões, muitas pessoas deixam de responder a determinadas questões ou passam a respondê-las de maneira inapropriada. Nessas situações é comum o uso dos mecanismos de defesa que, de forma inconsciente, levam as pessoas a se defenderem contra uma situação que lhesparece ameaçadora. Assim, cabe ao pesquisador utilizar algumas estratégias com vistas à prevenção de deformações (Gil, 2002). Construção das alternativas A maioria dos questionários envolve questões fechadas. Muito de sua eficácia tem a ver, portanto, com as alternativas que são apresentadas em cada questão. Assim, torna-se necessária a observância de uma série de requisitos neste processo. Por isso é que se recomenda que a versão definitiva do questionário seja elaborada somente após um estudo exploratório envolvendo pessoas que poderiam integrar a amostra da pesquisa. Estas pessoas seriam entrevistadas, individualmente ou em grupo, com vistas a obter conhecimento acerca de seu universo de discurso. As alternativas seriam, então, redigidas levando-se em consideração suas falas, que foram identificadas no estudo exploratório (Gil, 2002). Alguns dos mais importantes cuidados a serem tomados na construção das alternativas são apresentados a seguir (Gil, 2002): Mútua exclusividade e exaustividade A construção das alternativas tem como finalidade classificar as pessoas em relação a determinado fator ou característica. Os objetivos da pesquisa ficarão prejudicados se as categorias se sobrepuserem ou se categorias significativas forem omitidas. Assim, as categorias deverão ser exaustivas, ou seja, elaboradas de tal forma que todas as pessoas que compõem o universo das pesquisas sejam incluídas. Número de alternativas Não é possível definir a quantidade ideal de alternativas. Há perguntas que conduzem naturalmente a duas alternativas. O mais recomendável seria SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 27 indicar duas categorias extremas - Totalmente favorável e Totalmente contrária e outras categorias intermediárias, ordenadas num contínuo. Alternativas gerais e específicas Para muitos tipos de questão é possível utilizar alternativas gerais, que são úteis por permitirem - ainda que num nível apenas ordinal - a mensuração do fenômeno. Há, no entanto, questões cujas alternativas não podem seguir uma fórmula geral. Seja, por exemplo, uma questão referente à preferência por gêneros de filmes. Número par ou ímpar de alternativas Muitas pessoas não se sentem à vontade para indicar posições extremas. Assim, numa questão em que apareçam três alternativas como: sim, não e mais ou menos ou sim, não e às vezes, é provável que um grande número de respondentes opte pela alternativa central. Esta situação conduz a uma polêmica: deve-se evitar um número ímpar de alternativas? Não há uma regra definitiva a respeito. O que mais ajuda nestes casos é o estudo exploratório, já que este permite verificar quão sensível pode ser uma questão. Quando se verifica que determinada questão trata de um assunto íntimo ou de alguma forma embaraçoso, pode ser interessante adotar um número ímpar de alternativas. Quando, porém, a pergunta se refere a um assunto "neutro", é mais recomendável um número par de alternativas. A alternativa não sei Alguns pesquisadores evitam colocar a alternativa não sei, temendo a obtenção de respostas evasivas. Trata-se de preocupação justificável, sobretudo quando o que se deseja é obter informações referentes a opiniões e atitudes. Mas em muitas vezes a inclusão desta alternativa é necessária. Apresentação do questionário A apresentação material do questionário merece particular atenção, sobretudo porque as respostas devem ser dadas sem a presença do pesquisador. Como a apresentação material constitui, na maioria dos casos, o mais importante estímulo para a obtenção de respostas, cuidados especiais deverão ser tomados em relação a: ▪ Apresentação gráfica Estes cuidados envolvem o tipo de papel, os caracteres, a diagramação, o espaçamento das questões, a apresentação dos quadros a preencher, dos quadrinhos a assinalar etc. Estes cuidados são importantes para facilitar não SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 28 apenas o preenchimento, mas também as operações de codificação e tabulação. ▪ Instruções para preenchimento O questionário deve conter instruções acerca do correto preenchimento das questões, preferencialmente com caracteres distintos. Quando se passa de uma parte a outra, não se deve hesitar em imprimir fórmulas de transição. ▪ Introdução do questionário O questionário deve conter uma introdução, seja através de carta em separado, ou de uma introdução apresentada em tipos gráficos especiais. Essa introdução deverá conter informações acerca da entidade patrocinadora do estudo e das razões que determinaram sua realização. A introdução deverá ainda servir para explicar por que são importantes as respostas do consultado e para informar acerca do anonimato da pesquisa. ▪ Pré-teste do questionário Depois de redigido o questionário, mas antes de aplicado definitivamente, deverá passar por uma prova preliminar. A finalidade desta prova, geralmente designada como pré-teste, é evidenciar possíveis falhas na redação do questionário, tais como: complexidade das questões, imprecisão na redação, desnecessidade das questões, constrangimentos ao informante, exaustão etc. O pré-teste é realizado mediante a aplicação de alguns questionários (de 10 a 20) a elementos que pertencem à população pesquisada. Para que o pré- teste seja eficaz é necessário que os elementos selecionados sejam típicos em relação ao universo e que aceitem dedicar para responder ao questionário maior tempo que os respondentes definitivos. Isto porque, depois de responderem ao questionário, os respondentes deverão ser entrevistados a fim de se obterem informações acerca das dificuldades encontradas. O pré-teste de um instrumento de coleta de dados tem por objetivo assegurar-lhe validade e precisão. Como é sabido, no caso do questionário, a obtenção desses requisitos é bastante crítica. Todavia, o pré-teste deve assegurar que o questionário esteja bem elaborado, sobretudo no referente a: ▪ Clareza e precisão dos termos; ▪ Forma de questões; ▪ Desmembramento das questões; ▪ Ordem das questões; e ▪ Introdução do questionário. SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 29 Logística de Campo Segundo (Jose e Jose, 2016), todo o trabalho de logística de campo deve ser planejado, os principais pontos a serem considerados são: ▪ Recrutamento, seleção e treinamento de entrevistadores/seleção de fornecedores; ▪ Infra-estrutura: física/ transporte/ comunicação etc.; ▪ Material de escritório/ apoio/ identificação etc. ▪ Deve-se definir cronograma, custos, mobilização e controles. Entrevistadores ▪ Recrutar ▪ Selecionar ▪ Treinar ▪ Apresentação dos objetivos e características da pesquisa ▪ Apresentação do questionário ▪ Discussão sobre o manual do entrevistador ▪ Aplicação monitorada do questionário Logística ▪ Acesso à amostra ▪ Transporte ▪ Alimentação ▪ Estadia ▪ Comunicação 16) Abordagem da Pesquisa Será conduzida uma pesquisa descritiva. A proposta é utilizar-se de dados primários por meio de questionários e ainda, utilizar dados secundários provenientes de pesquisas realizadas por institutos renomados, jornais, artigos, revistas, livros, teses e dissertações para obter insumos quantitativos e qualitativos que possam gerar conclusões de quais canais são mais eficientes no cenário da companhia AZ Home. Assim, será possível obter uma escala maior na pesquisa do que se utilizando apenas dos recursosdisponíveis pelos autores desse artigo e, portanto, espera-se uma conclusão fidedigna e com fins gerenciais para tomada de decisão para a AZ Home. Do ponto de vista do observador, trata-se de um caso não presente em que serão observados os resultados propostos por pesquisas de terceiros. O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 30 grupo emitirá os questionários que serão respondidos sem a presença da equipe de pesquisa e não utilizaremos dados provenientes de observações em campo, pois acreditamos que haveria distorções nos comportamentos apresentados pela nossa amostra, caso houve a presença dos pesquisadores. 17) Projeto de Pesquisa A pesquisa consiste na análise de diversos canais de comunicação com o objetivo definir quais seriam os mais eficientes para a empresa. Desenvolveu- se um questionário (survey) para entender por qual canal nosso público alvo prefere usar para tomar conhecimento da existência dos produtos e serviços, bem como o canal preferencial para se contatar a empresa. Iremos analisar os canais já existentes por meio de uma abordagem quantitativa buscando gerar conclusões acerca da efetividade de cada um deles. A equipe não estará presente nos eventos de análise, iremos apenas observar os resultados e tirar nossas conclusões sobre qual ou quais canais devem ser usados pela empresa. Ressaltamos que nossa base de dados será predominantemente primária. Orçamento: 60 reais 18) Amostra A empresa possui três marcas principais, Az Home, Az Corp e Az Energy. Iremos focar na Az Home, pelo grupo acreditar que teremos maior facilidade para coletar os dados perante esse público alvo. Amostra selecionada será constituída pelo público residencial de São Paulo com elevado poder aquisitivo, pois os projetos de automação doméstica oferecidos pela Az Home são superiores a 100 mil reais (Em média) por isso consideramos com um produto de luxo e somente clientes com elevada renda e/ou património teriam interesse na contratação desse tipo de serviço. Contudo, há também projetos de automação residencial mais reduzidos que possuem custo menor e são acessíveis a toda a classe A. Para quantificar o tamanho da população e definir o tamanho da amostra recorremos a pesquisas provenientes de dados secundários. Segundo um estudo elaborado pela Tendências Consultoria Integrada mostrou que a classe A – famílias com rendimento superior a R$ 14.695 – detém uma fatia ainda maior da massa de renda nacional. O levantamento elaborado pelos economistas Adriano Pitoli, Camila Saito e Ernesto Guedes foi feito com base nos dados da Receita Federal e mostrou que as 2,5 milhões de famílias da classe A são responsáveis por SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 31 37,4% da massa da renda nacional. Nos dados mais conhecidos, obtidos por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), estimava-se que os mais ricos tenham 16,7% da renda nacional. Pela Pnad tradicional, a classes A responde por 2% do total das famílias brasileiras, e a classe B, por 12,6%. Nos dados ajustados pela consultoria, a fatia das classes aumenta para 3,6% e 15%, respectivamente. Sabemos também que, segundo o IBGE, a população brasileira corresponde a 200 milhões de pessoas, 2% disso seria 4 milhões, o que já restringe bastante a parcela da população que corresponde ao público alvo da AZ Home, a nível de Brasil. A nível de São Paulo, segundo o IBGE, a distribuição por classe social na cidade de São Paulo segue a seguinte distribuição: São Paulo (SP) Classe A 13,02 % Classe B 19,43 % Classe C 48,70 % Classe D 10,66 % Classe E 8,07% Com apenas 13,02 % da população São Paulo pertencentes a classe A, e segundo o IBGE, a população da cidade corresponde a um pouco mais de 12 milhões, mais precisamente 12.038.175 (Estimativa IBGE 2016). Sendo assim, a população pertencendo ao público alvo da empresa fica 1.567.370, isso constituí 40 % da população classe A do Brasil inteiro. Devido aos produtos oferecidos, acreditamos que a grande maioria das pessoas que adquirem serviços de automação residencial possuem mais de 30 SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 32 anos de idade. Sendo assim, em um Censo realizado pelo IBGE, a população com mais de 30 anos corresponde a, aproximadamente, 25 % da população. Com isso, a população de 1.567.370 se reduz à 391.843. O que corresponde há 0,2% da população brasileira. Em outra pesquisa realizada pela A PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). O número de domicílios próprios representa 45,8 milhões de residências do total de 61 milhões de domicílios identificados pela pesquisa, logo aproximadamente 75% possuí casa própria, logo 75% de 391.843 dá 293.882 pessoas. Com base nesses dados, acreditamos que focar nesse público reduzirá o orçamento da pesquisa consideravelmente, sem perdas muito significativas. Além disso, como o orçamento do projeto é baixo, o tempo disponível é curto e a população é muito grande, optamos por usar uma abordagem amostral para pesquisas próprias e utilizar dados de censo provenientes de bases secundárias. Por fim, dada as restrições do projeto, acreditamos que uma amostra em 50 e 100 pessoas seria satisfatória, isso corresponde a 0,02% e 0,03% do nosso público alvo. Não é uma porcentagem satisfatória, mas iremos desenvolver formas de tornar essa amostra a mais representável possível da população. Seleção da Amostra Dado os recursos limitados do projeto, tanto pessoal quanto financeiro e a dificuldade de fazer ou conseguir listas da população, utilizamos apenas os tipos de amostragens não aleatórias. Utilizamos duas, divididas em duas fases: 1. Amostragem por acessibilidade ou por conveniência: Apesar de ser o menos rigoroso de todos os tipos de amostragem, acreditamos que para um início de coleta de dados, o mais indicado seria selecionar os elementos a que temos acesso, admitindo que estes possam, de alguma forma, representar o universo e, para evitar que a amostra estivesse fora do nosso público alvo, selecionamos apenas as que pertenciam a população que está no público alvo da empresa e que nós tínhamos acesso. Nessa etapa, o grupo conseguiu 22 pessoas do nosso público alvo. 1) Amostragem por tipicidade ou intencional: Também constitui um tipo de amostragem não probabilística. Selecionamos um subgrupo da população analisada e, com base na pesquisa da revista Exame, que listou os bairros mais caros de São Paulo, selecionamos os três mais SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 33 caros, partindo da hipótese que nesses locais a população estão dentro do nosso público alvo. Os três bairros selecionamos foram: Moema: Com preço do metro quadrado, em média,12.782,00 reais. Pinheiros: Com preço do metro quadrado, em média, 12.285,00 reais Itaim Bibi: Com preço do metro quadrado, em média, 11.797,00 reais Cada um dos integrantes do grupo foi para um bairro diferente, dentre os três selecionados. A grande vantagem desse tipo de amostragem foi o baixo custo de sua seleção da amostra, porém tivemos que partir da hipótese de que esses bairros com o metro quadrado mais caro, possuem muitas pessoas da classe A, com mais de 30 anos e que mora em domicílio próprio. Nesta etapa, conseguimos 29respondentes. 19) Logística de Campo Dada as limitações de recursos do projeto e os dois tipos de amostragem selecionados, planejamos a logística de campo para os dois tipos de amostragem. 1) Na amostragem por acessibilidade, enviamos por meios digitais, como Whatsapp, Facebook e e-mail, e também levamos o questionário pessoalmente para essas pessoas que estavam acessíveis aos membros do grupo e que faziam parte da população da pesquisa. 2) Na amostragem por tipicidade, cada um dos membros se deslocou aos bairros selecionados portando um tablete que continha o questionário e abordou pessoas na rua pedindo a colaboração na pesquisa. Para a segunda etapa, o grupo se reuniu a conversou acerca dos objetivos e características da pesquisa, fizemos alguns testes simulando abordagens de pessoas na rua e aplicação do questionário. Não foi preciso a criação de um manual e os entrevistadores, no caso, os próprios membros do grupo, aplicaram o questionário de modo autônomo e em diferentes bairros da cidade de São Paulo. A meta era cada um conseguir no mínimo 8 respostas. SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 34 O gasto total nessa etapa do projeto foi de 22,8 reais, referente as passagens de ônibus ou metrô/trem. Não foram necessários gastos com estadia ou alimentação. A comunicação foi feita via Whatsapp. Conseguimos realizar a coleta de dados sem muitos problemas, a duração da operação foi de 3 horas e foi considerada um sucesso pelo grupo. 20) Análise dos Dados A escala social utilizada na elaboração do questionário foi a escala de graduação. Como supracitado, esta apresenta um contínuo de atitudes possíveis em relação a determinada questão. Os enunciados de atitudes correspondem a graus, que indicam maior ou menor favorabilidade. Também foi utilizada a escala de distância social, cuja finalidade visa estabelecer relações de distância entre as atitudes em relação a determinados grupos sociais. A graduação utilizada foi de 1 à 5. As questões do questionário seguiram o regime fechado, onde o entrevistado deve escolher uma resposta baseado nas alternativas disponíveis. Porém, duas questões, uma referente aos atributos aferidos automação residencial, e outra referente à moradia do entrevistado, foram contempladas com a opção “Outro”, onde o entrevistado, ao não conseguir expressar sua resposta através das alternativas disponibilizadas, escrevia sua própria resposta. A escolha das questões em si foi orientada pela revisão da literatura previamente descrita neste trabalho. A seguir, será feita uma análise de cada questão a fim de identificar o meio social preferido pelo público-alvo de automação residencial, qual é o melhor modo de exercer a comunicação dentro destes meios e averiguar outros possíveis canais para a empresa. As perguntas de 1 à 3 destinam-se a investigar o interesse e conhecimento dos respondentes em relação aos produtos e serviços da empresa. 1. O quanto você está familiarizado com o conceito de automação residencial? O intuito desta primeira pergunta foi apurar como os potenciais clientes da empresa avaliavam-se quanto ao conhecimento de automação residencial. SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 35 Naturalmente, não seria possível apenas através desta pergunta identificar o real conhecimento deles, porém, ao explicitar sua percepção quanto ao seu conhecimento, os clientes estarão demonstrando sua abertura ao envio de emails e ebooks oferecendo aprofundamento no conhecimento de automação residencial, artigos divulgados no facebook, twitter e instagram. As respostas coletadas para esta pergunta foram: ● 7,1% Tem vasto conhecimento ● 14,3%Tem bom conhecimento ● 30,4% Tem razoável conhecimento ● 25% Reconhecem o termo, apesar de não saberem defini-lo ● 23,2% Desconhecem este conceito Considerou-se necessidade de maior aprendizado para a estimulação do consumo as respostas de nenhum conhecimento até razoável conhecimento Portanto, adotando o viés da abrangência do conhecimento referente a automação, acredita-se que cerca de 79% do nosso público-alvo carece de aprendizado a este conceito. 2. Ao falar de automação residencial, quais dos seguintes conceitos lhe vem a mente? Nesta segunda pergunta, o objetivo era testar os conhecimentos dos entrevistados. Para isso, foram expostas alternativas que estavam relacionadas a automação residencial, juntamente com alternativas que não correspondiam ao tema. A partir das respostas, os esforços de conscientização e aprendizado dos clientes poderão ser direcionados. As respostas coletadas para esta pergunta foram: ● 76,8% Casa inteligente ● 73,2% Tecnologia integrada ● 57,1% Simplificação de atividades rotineiras ● 50,0% Sensores de Movimento ● 48,2% Vigilância à distância ● 46,4% Tecnologia de ponta ● 46,4% Otimização de processos ● 44,6% Alarmes ● 41,1% Aparelhos auto-geridos ● 30,4% Inteligência artificial ● 28,6% Robôs ● 1,8% Outros: Mordomo eletrônico SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 36 As alternativas em negrito correspondem às tarefas que estão ligadas ao conceito de automação residencial, enquanto que as demais correspondem a outros tipos de automação. Pode-se perceber claramente que os entrevistados possuem boa noção de automação residencial, assinalando majoritariamente conceitos que estão compreendidos dentro daqueles ofertados pela empresa. Pode-se aferir que devido ao caráter elitista de nosso público-alvo, há um maior conhecimento geral em relação a assuntos gerais, compreendendo noções sobre automação residencial. 3. Você possui interesse em aprender mais sobre automação? Após obter a auto-avaliação do consumidor e testar seu real conhecimento, procurou-se saber seu interesse por maior aprendizado. O meio e o modo no qual este aprendizado estará sendo transmitido será identificado através das respostas das próximos questões. As respostas coletadas para esta pergunta foram: ● 16,1% Tem muito interesse ● 42,9% Tem interesse ● 23,2% Indiferente ● 16,1% Tem pouco interesse ● 1,8% Não tem interesse Ao analisar as respostas referentes a esta pergunta, percebe-se que apenas 18% tem pouco ou nenhum interesse em nosso produto, o que é um resultado extremamente satisfatório. Pode-se associar o alto número de respostas não-negativas a inibição do potencial cliente em dizer não ao entrevistado ou ao seu produto. Assim, tem-se 59% dos entrevistados com interesse no produto da empresa, o que configura uma situação adequada para a veiculação de ebooks e emails de cunho informativo. 4. Você pretende adquirir produtos de automação residencial nos próximos 12 meses? Esta questão está relacionada a intenção de compra do potencial cliente. O horizonte estabelecido para uma intenção de compra a curto prazo é o de um ano. As respostas coletadas para esta pergunta foram: SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING 2° SEMESTRE 2016 37 ● 5,4% Muito provavelmente ● 21,4% Provavelmente ● 23,2% Indiferente ● 21,4% Dificilmente ● 28,6% Não pretende De acordo com as informações coletadas, os entrevistados possuem interesse significativo na aquisição de produtos de automação residencial. Cerca de
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