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Descrever as estruturas, os tipos e os valores nutricionais dos produtos cárneos (carnes, aves e peixes). Carne Tipos Bovina Suína Caprina Carcaça Classificação: peso, sexo, conformação e graus de maturidade e de acabamento (cobertura de gordura). Carcaça boa para assegurar a qualidade do manuseio e do paladar: pelo menos 3 mm de gordura na cobertura, gordura intramuscular, muito músculo e pouco osso. Grau de acabamento das carcaças: Magra (não apresenta gordura aparente) Gordura escassa (1 a 3 mm de espessura) Gordura mediana (3 a 6 mm) Gordura uniforme (6 a 10 mm) Gordura excessiva (acima de 10 mm) A quantidade e deposição de gordura é maior em animais já adultos do que em fase de crescimento. Depende do potencial genético e do nível energético na alimentação. Áreas de deposição de gordura: Primeira: deposição de gordura interna (visceral), ao redor dos rins, pélvis e coração; Segunda: Entre os músculos; Terceira: subcutânea; Quarta: intramuscular, entre as fibras dos músculos (confere sabor e pode influenciar na maciez) Estrutura da carne: O tecido muscular é composto de fibras microscópicas, essas fibras variam em tamanho, tem em média 2,5 a 5cm de comprimento. Existem fatores que determinam a textura da carne, são eles: o tamanho dos feixes musculares e a quantidade de tecido conjuntivo, espécie, a alimentação e a atividade física do animal O tecido conjuntivo - forma as paredes das fibras musculares, ligando essas fibras em feixes, envolvendo os músculos, formando tendões e ligamentos. Este tecido pode ser branco ou amarelo. Tecido conjuntivo branco - endurece a carne, Exemplos: pé de galinha e pele de peixe. Tecido conjuntivo amarelo - É encontrado em abundancia nos ligamentos que unem os ossos e os órgãos, mas não é amaciado na cocção. A gordura - encontrada nas carnes geralmente se localiza entre as células do tecido conjuntivo. Os principais depósitos de gordura estão situados ao redor dos órgãos internos, entre e em volta dos músculos, e também diretamente sob a pele. Exemplos: cupim, costela, picanha e vísceras. Muitos feixes de fibra constituem o musculo, que se encontra envolvido por tecido conjuntivo condensado, formando uma membrana muscular O tecido adiposo encontra-se em maior ou menor quantidade, quando se trata de animal gordo ou magro. Pode distribuir-se nos espaços entre as fibras ou entre os feixes, constituindo uma camada de tecido adiposo subcutâneo. Cortes: Quarto dianteiro Paleta Músculo Acém Pescoço Peito Costela dianteira Quarto traseiro A) Ponta da agulha Costela do traseiro Vazio (fraldinha) B) Traseiro serrote Contrafilé Capa do filé Filé-mignon Aba de filé Picanha Alcatra Maminha da alcatra Coxão mole Lagarto Coxão duro Patinho Músculo Meia carcaça Proveniente da separação da carcaça inteira em duas meias carcaças, por meio de um corte ao longo da coluna vertebral e do esterno. Quartos dianteiro e traseiro Subdivisão da meia carcaça entre a quinta e a sexta costelas alcançando a região esternal e a coluna vertebral. Parte do crânio - dianteira, parte da calda - traseiro. Quarto dianteiro Paleta: peça obtida por secção dos músculos em torno das regiões escapular e braquial. Pá Raquete Peixinho Miolo de paleta Músculo do dianteiro. Dianteiro sem paleta: grande peça correspondente ao dianteiro, menos a paleta. Pescoço Acém Costela do dianteiro Peito Cupim Quarto traseiro Ponta de agulha: Parte inferior da caixa torácica do bovino, tem ossos mais finos e muita cartilagem entremeada com gordura. Costela do traseiro Vazio: Bife do vazio, fralda, diafragma Traseiro serrote ou traseiro especial Lombo: contrafilé (filé de costela), filé de lombo (capa do filé, filé-mignon, bisteca, tibone). Alcatra Coxão: coxão mole, coxão duro, lagarto, patinho, músculo mole, músculo duro. Cortes diferenciados: ex. medalhão Valores nutricionais O grande mérito nutricional da carne é a quantidade e qualidade dos aminoácidos constituintes dos músculos, dos ácidos graxos essenciais e das vitaminas do complexo B presentes, além da importância do teor de ferro e de zinco. Proteínas A proteína da carne bovina possui elevado valor biológico todos os aminoácidos essenciais em quantidades similares às exigidas pelo corpo humano, além de sua alta digestibilidade e capacidade de absorção. A digestibilidade proteica da carne bovina é maior do que a dos vegetais. Lipídeos O valor biológico da carne bovina se deve em grande parte ao teor de gordura. A gordura da carne é importante devido à presença de ácidos graxos essenciais, colesterol e vitaminas lipossolúveis. Auxilia nos aspectos organolépticos de sabor e uso culinário A gordura é o aspecto mais variável da carne, pois sofre com ação de raça, sexo, manejo alimentar e região anatômica do corte. A carne suína é a que menos tem ag. saturado sendo uma boa fonte de gordura por possuir mais acg insaturado Vitaminas A carne bovina apresenta todas as vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e as hidrossolúveis do complexo B (tiamina, riboflavina, nicotinamida, piridoxina, ácido pantotênico, ácido fólico, niacina, cobalamina e biotina). Existem variações do teor vitamínico em relação à idade do animal (aumento da B12) e ao acabamento da carcaça (mais lipossolúveis). O grande mérito da carne como fonte de vitaminas é sua disponibilidade de vitaminas do complexo B, que exercem funções indispensáveis ao crescimento e desenvolvimento do corpo humano. Minerais A carne bovina é importante fonte de minerais (ferro, fósforo, potássio, sódio, magnésio e zinco). Apresenta como fonte expressiva de ferro, sendo que 40% a 60% desse nutriente são biodisponíveis. Água Cerca de 70% a 75% do músculo são constituídos de água. Em animais jovens, essa proporção é maior, enquanto que a de gordura é menor. A importância da água da carne está relacionada à sua interferência nas características organolépticas. Frango A qualidade da carne está ligada diretamente aos cuidados durante a vida do animal como manejo e alimentação Tipos de aves O frango, galinha e galo sempre foram os mais comuns, por não voarem e se reproduzirem de forma rápida e de fácil criação. Aves destinadas para consumo: Frango: aves adultas jovens Galinha: aves adultas maduras Galeto: engordado a partir do 15° dia e abatido com 500g Frango capão Peru Chester Pato Ganso Marreco Avestruz Galinha-d’angola Pombo Faisão Perdiz Codorna Tetraz A coloração da carne varia de espécie e devido a atividade física do animal. Quanto maior e mais atividade muscular, mais escura vai ser a carne. Idade, sexo, alimentação e habitat também podem influenciar na coloração. Valor nutricional Comparado aos mamíferos tem melhor digestibilidade (principalmente mais jovens) Composição lipídica é diferenciada de acordo com o tecido: muscular ou adiposo A gordura insaturada está presente em maior quantidade do que nos mamíferos As carnes de aves são mais ricas em proteínas e com menos gordura saturada do que as carnes vermelhas. excelente fonte de proteína de alta qualidade Vitaminas e minerais semelhantes aos mamíferos Vitaminas: maior concentração de niacina (B3) e piridoxina (B6) Minerais presentes: cálcio, cobre, ferro, fósforo, potássio e zinco. Minerais: menor concentração de ferro Proteínas, lipídios, vitaminas e minerais encontrados na composição da carne de aves variam de acordo com a raça, idade e condições higiênicas do animal. Pescados Local de pesca Fluvial: Bagre, dourada, lambari, mapará, pintado, pirarucu, surubim, tambaqui, tilápia, traíra, truta, tucunaré, salgada. Marítimo: Anchova, atum, bacalhau, badejo, bonito, cavala, congro, dourado, garoupa, linguado, merluza, namorado, pargo, pescada, robalo, sardinha, salmão. Coloração Carne clara: menor irrigação sanguínea, sabor suave Carne escura: maior irrigação sanguínea, saborforte Rigidez Firme: maior resistência ao cozimento, ideal para ensopados Macia: menor resistência, ideal para cocções rápidas Formato (influencia na limpeza e porcionamento) Peixes redondos: espinha ao longo da extremidade superior, dois filés, um olho de cada lado. (badejo, truta e salmão) Peixes achatados: espinha no centro, quatro filés e olhos do mesmo lado da cabeça. (linguado) Utilização Popular: sardinha, corvina, bagre, pescadinha Sofisticada: Namorado, badejo, robalo, truta, salmão Estrutura Devido a necessidade de flexionar seu corpo na água, a organização da fibras musculares dos pescados é diferente das aves e mamíferos. Nos peixes existem dois tipos de tecido muscular: o branco ou claro e o vermelho ou escuro. O músculo escuro localiza-se abaixo da pele e está relacionado à sustentação na natação. Há também diferenças na composição química: o músculo escuro destaca-se pelo maior conteúdo de gordura mioglobina e glicogênio. Tais fatores interferem na qualidade sensorial do produto. As diferenças na composição e na estrutura muscular influenciam na textura do alimento. As proteínas musculares do pescado apresentam a vantagem de possuírem elevado valor biológico, decorrente da sensibilidade à hidrólise, o que torna mais digerível, e de composição balanceada em aminoácidos, particularmente daqueles que costumam ser os limitantes em proteínas de origem vegetal (metionina e cisteína). Valor nutricional Proteína Branco ou claro Vermelho ou escuro Lipídio Teor de gordura Segundo abreu Magros: até 2% de gordura Meio gordos: 2% a 5% de gordura Gordos: mais de 5% de gordura Segundo alquimia Magro: até 6% (pescadinha, robalo, linguado, bonito, truta, namorado. Gordo: mais de 6% (salmão, cavala, atum, tainha, merluza, sardinha, arenque) ricos em ômega 3 Teor de lipídico e proteico (nessa ordem) Pouca gordura e muita proteína: menor que 5% | 15 % a 20% Gordura media e muita proteína: 5% a 15% | 15% a 20% Pouca gordura e muitíssima proteína: menor que 5% | maior que 20% Pouca gordura e pouca proteína: menor que 5 % | menor que 15% Carboidrato Os principais carboidratos do pescado são glicogênio e mucopolissacarídeos, mas também existem açúcares livres e fosfossacarídeos. O conteúdo de carboidratos em peixes é de 0,3% a 1,0%. Vitaminas Os pescados são boas fontes de vitaminas. Mas no processos de conservação, podem ocorrer perdas devido à lixiviação pela luz, calor, O2 e enzimas. lipossolúveis. Podem existir nas formas de A1 (retinol) e A2 (3,4 desidroretinol). D2 e D3. As formas D2 (ergoclaciferol) e D3 (colecalciferol) Minerais Nos peixes, podem ocorrer variações nos conteúdos de Na, Ca e Fe entre as espécies, enquanto P e K mostram menos variações. Quanto a presença de Na, faz-se representar mais do sangue do que no músculo, inversamente ao que ocorre com o K. O primeiro elemento está contido no líquido extracelular, enquanto o último, no intracelular. Explicar a transformação do músculo em carne (bioquímica ante-mortem e pós-mortem). Período ante mortem Influencia diretamente: retenção de água cor e firmeza da carne fresca maciez, o sabor e a suculência da carne preparada para consumo capacidade de emulsificação das matérias primas os rendimentos do processo cor dos produtos processados. Estresse ante mortem transporte jejum prolongado condições climáticas O estresse exerce maior influencia em suínos do que bovinos. Bovinos sob estresse Esgota ou parcialmente a reserva de glicogênio dos músculos O rigor mortis ocorre na primeira hora Reserva energética insuficiente para o metabolismo anaeróbio e produção de ácido lático para baixar o Ph a 5,5 Carnes com Ph mais elevado são mais escuras e vida de prateleira mais curta Na ausência de ácido lático e de glicose livre as bactérias utilizam os aminoácidos produzindo um odor desagradável Alto ph faz com que a carne apresente uma descoloração esverdeada causada por bactérias que produzem H2S (dark cutting beef) As concentrações de glicogênio antes do abate definem as alterações post mortem Período post mortem Transformação Sangria Cessa a oxigenação e aporte de energia muscular Libera substancias provenientes dos metabolitos celulares Glicólise anaeróbia Degradação de reservas bioquímicas Os prótons produzidos durante a glicólise provocam a diminuição do Ph (aproximadamente 5,5) Acumulo de ácido lático Desnaturação de proteínas (por conta da acidez) Ph final dependente das reservas de glicogênio na sangria Pré rigor Alta capacidade de retenção de água pelas proteínas (carnes mais suculentas) Rigor mortis Pode ser influenciado pela idade, espécie, raça, etc. Diminuição na capacidade de reter água Inicia-se a rigidez quando o Ph atinge valores de 5,9 a 5,5 Velocidade de queda do ph e valor após 24-48h variável (influenciado por estresse (temperatura, luz, ruído), herança genética, manejo, nutrição, temperatura post mostem) Interação permanente entre os filamentos de actina e miosina Redução do espaço interfibrilar Expulsão da água livre das miofibrilas Perda da elasticidade, extensibilidade, encurtamento e aumento da tensão do músculo Carne rígida até o início da ação de enzimas Enzimas começam a ser liberadas por causa da perda de integridade das membranas Degradação da estrutura proteica Redução do Ph Amaciamento da carne Sem grandes comprometimentos nutricionais Perda por exsudação de aminoácidos (principalmente complexo B) Pós rigor mortis Alta capacidade de retenção de água Reorganização da estrutura das miofibrilas sem alteração de ph Maturação Complementação da transformação do musculo em carne Acentua o sabor e maciez Manter a carne em temperaturas próximas a 15ºC e em umidade controlada por de 2 a 3 dias Reações bioquímicas mediadas por catepsinas, calpaínas e outras proteínas endógenas. Chama-se carne resfriada ou refrigerada (dependendo da temperatura) Carnes maturadas Amaciamento progressivo da carne durante longos períodos de armazenamento em refrigeração Tem como finalidade tornar a carne mais macia e melhorar atributos organolépticos como o sabor e diminuir as diferenças qualitativas entre os diferentes tipos de carne Consistem em manter carcaças ou cortes selecionados em câmaras refrigeradas com controle de umidade por de 7 a 21 dias (depende da espécie do animal) O abate segue os procedimentos convencionais Corte Embalagem a vácuo em sacos plásticos devidamente lacrados Pescados As transformações por morte são menos intensas que nos animais terrestres, por não saberem a exatidão do momento da morte, com exceção dos criados em currais. Descrever as etapas de conservação e deterioração dos produtos cárneos. Carnes em geral A qualidade da carne depende da temperatura do tecido muscular e da velocidade de resfriamento após o abate, sendo que a velocidade das reações bioquímicas é reduzida em baixas temperaturas. Identifica-se a qualidade através de parâmetros físico-químicos, tais como: aparência, textura, suculência, pH, sabor, entre outros. Carnes Carne refrigerada A refrigeração permite conservar o valor nutricional dos alimentos sem causar grandes alterações. As características sensoriais também são mantidas, devendo-se mencionar apenas a solidificação de óleos e gorduras. O processo consiste em resfriar rapidamente a carcaça, logo após o abate, em temperatura de -1°C a 2°C, até atingir 4°C internamente. Este processo requer de 18 a 24 horas. O resfriamento super-rápido utiliza nas duas primeiras horas a temperatura de -3°C a -5°C no bovino e de -5°C a -8°C no suíno, e em seguida continua o resfriamento em temperatura de 0°C a 2°C este processo requer de 12 a 18 horas para bovino e de 10 a 16 horas para suínos para atingir 4°C. Os sistemas de refrigeração rápida conservam o tecido muscular porque retardam o desenvolvimento de micro-organismos e diminuem as reações químicas e enzimáticas, mas promovem a redução de peso por evaporação da água e podem causar o encurtamento das fibras musculares(encurtamento pelo frio) em carnes resfriadas em temperaturas entre 0°C e 5°C e que não passaram pelo rigor mortis, o que compromete a textura da carne, tornando-a rígida e diminuindo sua capacidade de retenção de água. A vida útil da carne refrigerada pode ser de duas semanas, dependendo da qualidade microbiana original, da temperatura de armazenamento, do ph e da pressão de oxigênio. Carne congelada O congelamento (-18°C) conserva a qualidade da carne por longos períodos porque reduz a atividade microbiana e as alterações bioquímicas. Os tipos de congelamento também influem na qualidade da carne. No congelamento lento, devido a velocidade, formam-se, primeiramente, cristais de gelo no espaço extracelular, e parte da água intracelular migra para o exterior da fibra, formando grandes cristais. Estes provocam rupturas mecânicas nas células, diminuindo a capacidade de retenção de água. No congelamento rápido, forma-se grande número de pequenos cristais de gelo bem distribuídos intra e extracelularmente. Nele, o tamanho dos cristais não causa rupturas nas células e favorece a reabsorção da água pelas proteínas no descongelamento. Durante o processo de congelamento há o desenvolvimento de uma tonalidade parda que compromete a pigmentação. Isso ocorre devido à dificuldade da penetração do oxigeno e ao acumulo de eletrólitos, o que favorece a formação da metamioglobina (castanho-claro). A velocidade do processo também influi na cor do tecido animal. O congelamento rápido provoca a palidez nos tecidos, não sendo desejável para carnes vermelhas, mas sim para ave Deterioração das carnes vermelhas A porcentagem lipídica da carne limita seu tempo de armazenamento. Isso se deve á grande quantidade de ácidos graxos insaturados que, se oxidados, provocam alterações na gordura, sendo responsáveis pelo aparecimento de sabores e aromas próprios da rancificação. Existem duas fases de oxidação lipídica na carne congelada. A primeira se dá durante os três primeiros meses de armazenamento, quando ocorre, principalmente, a oxidação de moléculas de fosfolípideos presentes nas membranas celulares. A segunda fase, no quinto e no sexto mês, compreende a oxidação dos triglicerídeos. Os ácidos graxos insaturados componentes da membrana celular são mais suscetíveis à oxidação devido a operações como picar ou moer, pois, facilitam a exposição ao oxigênio, a pigmentos heme e íons metálicos. Por isso se recomenda picar ou moer a carne apenas no momento da preparação. A carne congelada também sofre lipólise enzimática devido à ação das enzimas lípases e fosfolipases, que formam ácidos graxos livres suscetíveis ao processo de auto-oxidação. Outro aspecto que diminuem a qualidade das carnes é a dessecação da superfície – ou queimadura pelo frio – das peças e/ou das carcaças que ficam armazenadas por longos períodos sem a devida proteção. Aves Uma ave de boa qualidade tem crista vermelha ou rosada, olhos brilhantes, pele lisa, úmida e homogênea, nunca pegajosa, de cor amarelada, pernas e pés lisos e moles, sem esporos, peito roliço, com o esterno reto, firme e flexível, coxas bem desenvolvidas,juntas das asas flexíveis e pouca penugem. Como grande parte das aves é vendida com a pele, elas podem se deteriorar devido à presença das bactérias que ficam na superfície e na cavidade após o processamento. Se for mantida a 4°C, a pele do frango se torna viscosa em cerca de seis dias, aumentando em 10 mil vezes a quantidade de bactérias. Todas as aves cruas devem ser lavadas em água corrente. Devem-se lavar as mãos durante o preparo, bem como todas as facas e tabuas de corte com bastante sabão e água quente. As carcaças, os cortes e os despojos podem ser frescos, resfriados e congelados. Frescos: são aqueles que receberam arejamento natural e rápida refrigeração, tendo prazo de validade reduzido; devem ser comercializados no seu local de origem. Resfriados: submetidos à ação do frio até alcançar, no centro geométrico, temperatura de 0°C, por até 24 horas, com um teor de umidade de 85% no ar circulante- Congelados: submetidos à ação do frio até alcançar 18°C negativos (-18°C), no centro geométrico. A ave congelada não deve apresentar cristais de gelo, que são um indicativo de descongelamento anterior. As aves devem ser armazenadas de acordo com a forma comercializada: Frescas: armazenar de 0°C a 2°C, por até 48 horas. Resfriadas: armazenar sob refrigeração (de 0°C a 2°C), por até quatro dias. Congeladas: devem ser armazenadas inteiras, no freezer, em temperatura de congelamento (-18°C) por até 12 meses. Adurabilidade pode varias de acordo com o corte e o teor de gordura. O descongelamento ideal de aves é efetuado no refrigerador, a 4°C, por três a cinco horas para cada 450g. Carnes congeladas, quando forem utilizadas para ensopados ou refogados, podem sofrer cocção ainda congeladas; já as grelhadas e fritas devem aguardar o descongelamento. Descongelamento de aves no refrigerador: 2 ½ kg – 24 horas 3 ½ kg – 34 horas 4 ½ kg – 48 horas 5 ½ kg – 58 horas 7 kg – 72 horas As carnes de aves são facilmente deterioráveis. Cruas ou cozidas, devem ser acondicionadas sob refrigeração ou congelamento. As aves cozidas devem ser armazenadas em refrigerador, em recipientes tampados, para evitar ressecamento. Depois de cozidas ou assadas, conservar sob refrigeração por tempo inferior a 48 horas. Alterações como desnaturação proteica, diminuição de água livre e formação de cristais de gelo podem ocorrer no período de congelamento. Pescados A qualidade do pescado congelado depende, do seu teor de lipídeos, da utilização de antioxidantes e da velocidade do congelamento. Conservação dos pescados Fresco: É o produto que é levado ao consumo sem ter sofrido nenhum processo de conservação, a não ser a permanência em gelo. Resfriado: É o produto devidamente acondicionado mantido em temperatura de no máximo 2°C por três dias. Congelado: É o produto tratado por processo adequado de congelamento, em temperatura de 0°C a -18°C, seguindo este critério para estocagem: De 0°C a -5°C: 10 dias De -6°C a -10°C: 20 dias De -11°C a -18°C: 30 dias Abaixo de – 18°C: 90 dias. Descongelamento O descongelamento seguro pode ser realizado em equipamento refrigerado até 4°C em câmara frigorífica ou refrigerador ou outro equipamento especifico; em forno de convecção ou micro-ondas; em água corrente com água e temperatura inferior a 21°C, por quatro horas, com alimento protegido em embalagem adequada (convém monitorar a temperatura na superfície do alimento para não ultrapassar 4°C); em temperatura ambiente, sob controle; protegido da contaminação ambiental. O descongelamento do pescado deve completar-se no dia do consumo (24 horas). Descrever as alterações nutricionais e organolépticas decorrentes da cocção, armazenamento e processamento dos produtos cárneos. Carne Efeito do frio Resfriamento Ocorre o processo de maturação onde a estrutura muscular vai sendo degradada, amaciando a carne Congelamento Problemas comuns no congelamento lento Pode ocorrer o rompimento celular pela formação de cristais de gelo Injúria celular pelo aumento da pressão osmótica Desnaturação dos constituintes coloidais da célula Exsudação é intensa, como a consequente perda de nutrientes e fortes lesões de tecidos. Descongelamento Descongelamento rápido: não tem tempo para os tecidos absorverem parte do liquido extravasado, ocorrendo maior perda de liquido. Por causa dos efeitos prejudiciais à estrutura celular e aspectos higiênicos-sanitários, não se deve ocorrer o recongelamento da carne. Quando o tempo de congelamento é prolongado (maior que seis meses), é possível haver a oxidação da gordura (principalmente da camada superficial) alterando o sabor e o aroma. Efeito da salga O cloreto de sódio é utilizado como palatabilizante ou como conservante. Dependendo da concentração salina e da temperatura, a adição de sal à carne faz com que esta ganhe ou perca água. Quanto maior a concentração de sal, maior será a perda deágua. O sal é um elemento pró oxidante da gordura. Efeito da cocção O êxito do cozimento depende do tempo e da temperatura e dos diferentes componentes da carne. Os efeitos do método de cozimento são importantes e é possível saber que método foi utilizado mediante os diferentes compostos liberados que determinam o sabor e aroma da carne preparada. Calor seco: compostos liberados da superfície Carne cozida: Compostos provenientes do interior do músculo Proteínas Com o calor desnaturam-se, coagulando. Quando a carne é bem cozida ela endurece (endurecimento proteico). Em torno de 64ºC as proteínas miofibrilares tornam-se menos tenras e passam a perder a capacidade de reter água. Já o colágeno após 64ºC solubiliza-se na presença de água formando gelatina melhorando a digestibilidade da carne já que o colágeno é pouco digestível. A cor proveniente da carne cozida está relacionada a reações entre proteínas e açúcares naturais do músculo, originando a coloração acastanhada em decorrência do aquecimento. O tratamento termico deve ser moderado para que não haja alterações como diminuição da digestibilidade proteica e disponibilidade de aminoácidos essenciais. Gordura Aquecimento exagerado pode levar a formação de acroleína, tornando o consumo da carne impróprio. Vitaminas Reduzir o quanto possível a temperatura de cocção, pois o calor é prejudicial a qualidade vitamínica da carne. Pescado Cor O pescado apresenta coloração própria em relação ao músculo, líquido corporal, gônadas, vísceras e, sobretudo, à pele e ao couro. Essa diversificação de cor se deve à presença de vários pigmentos, tais como mioglobina, hemoglobina, bilinas, hemocianina, carotenóides, melaninas. Sabor O ácido glutâmico e os nucleotídeos têm papel importante na formação do componente “umami”, além da contribuição da arginina e dos componentes inorgânicos, o que torna o paladar do pescado complexo. A arginina, possuindo sabor amargo e se apresentando em grande quantidade, não confere gosto acre, contribuindo de maneira similar ao ácido glutâmico e nucleotídeos. Aroma As principais aminas presentes na carne de peixe são a amônia (NH3) e a trimetilamina (TMA). A primeira é produzida no peixe fresco em pequenas quantidades. Com a redução da qualidade da carne, há formação de grandes quantidades de NH3, a partir da desaminação de radicais aminos contidos nos aminoácidos e proteínas.
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