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Direito Tributário
Noções históricas – autonomia – fontes - conceito
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@professorpalomares
Noções históricas
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Antigamente, o Estado, para fazer face às despesas necessárias ao cumprimento de suas finalidades, valia-se de vários meios universalmente conhecidos, tais como guerras de conquistas, extorsões de outros povos, doações voluntárias, fabricação de moedas metálicas ou de papel, exigência de empréstimos, rendas produzidas por seus bens e suas empresas, imposição de penalidades etc.
Com a gradativa evolução das despesas públicas, para atender às mais diversas necessidades coletivas, tornou-se imprescindível ao Estado lançar mão de uma fonte regular e permanente de recursos financeiros. Assim, assentou-se sua força coercitiva para a retirada parcial das riquezas dos particulares, sem qualquer contraprestação. Dessa forma, o tributo passou a ser a principal fonte dos ingressos públicos, necessários ao financiamento das atividades estatais.
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Noções históricas
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A exacerbação do fenômeno tributário acabou por provocar a luta dos povos contra a tributação não consentida. São conhecidos os movimentos nesse sentido nas três grandes civilizações. Na Espanha, as Cortes de Leão, de 1188, estabeleceram o princípio de que os impostos deveriam ser votados pelos delegados dos contribuintes. Portugal convocava as Cortes de Lamengo, em 1413, para obter os impostos necessários. Na França, representantes da nobreza, clero e povo reuniam-se em États Généraux e nos “Estados Provinciais” quase sempre para obtenção de tributos, desde o início do século XVI, até que os monarcas absolutistas (Francisco I, Henrique IV e Luís XIV) prescindiram dessas assembleias. Na Inglaterra, a luta dos barões contra “João sem Terra” culminou com o advento da Carta Magna de 1215, na qual ficou consignado o princípio de que nenhum tributo ou Scutage1 poderia ser cobrado sem o consentimento do conselho do reino, salvo os de costume, para resgate do rei, elevação de seu filho mais velho a cavalheiro ou dote da filha mais velha.
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Noções históricas
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O estudo histórico não deixa dúvida de que a tributação foi a causa direta ou indireta de grandes revoluções ou grandes transformações sociais, como a Revolução Francesa, a Independência das Colônias Americanas e, entre nós, a Inconfidência Mineira, o mais genuíno e idealista dos movimentos de afirmação da nacionalidade, que teve como fundamental motivação a sangria econômica provocada pela metrópole por meio do aumento da derrama, como esclarece Paulo Roberto Cabra Nogueira.
Hoje, o princípio de que a receita tributária deve ser previamente aprovada pelos representantes do povo acha-se inscrito nas Cartas Políticas de quase todos os países. Entre nós, o princípio da legalidade tributária vem sendo consignado desde a primeira Constituição Republicana de 1891 (art. 72, § 3o). A própria Carta outorgada de 1824, em seu art. 36, § 1o, prescrevia a iniciativa privativa da Câmara dos Deputados em matéria de impostos.
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Autonomia
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O Direito Tributário possui princípios jurídicos próprios, não aplicáveis aos demais ramos da ciência jurídica, tais como o da imunidade recíproca, imunidade genérica, da capacidade contributiva, da discriminação de rendas tributárias, da vedação de efeitos confiscatórios etc.
Logo, trata-se de ramo autônomo do direito que limita-se a regular as relações jurídicas entre o fisco e o contribuinte, conforme veremos adiante.
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Autonomia
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O Direito Tributário possui princípios jurídicos próprios, não aplicáveis aos demais ramos da ciência jurídica, tais como o da imunidade recíproca, imunidade genérica, da capacidade contributiva, da discriminação de rendas tributárias, da vedação de efeitos confiscatórios etc.
Logo, trata-se de ramo autônomo do direito que limita-se a regular as relações jurídicas entre o fisco e o contribuinte, conforme veremos adiante.
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Fontes
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Fontes materiais
As fontes materiais ou fontes reais do Direito Tributário são os pressupostos fáticos da tributação. São as riquezas ou os bens em geral, utilizados pelo legislador como veículos de incidência tributária, como o patrimônio, a renda e os serviços. Esses bens, por servirem de suporte fático do fenômeno tributário, são conhecidos como fatos imponíveis. Esses fatos, em geral, exteriorizadores de riquezas, uma vez emprestados efeitos jurídicos, tornam-se fatos jurídicos. Um acontecimento que ocorre no mundo fenomênico, enquanto não juridicizado, é irrelevante juridicamente. Entretanto, no momento em que a lei passar a conferir-lhe eficácia jurídica, tem-se que ele foi juridicizado, tornando-o passível de gerar direitos e obrigações.
Fonte real, portanto, é o pressuposto de fato que compõe a norma jurídica definidora do fato gerador da obrigação tributária. É, como diz o art. 114 do CTN, a situação definida em lei como necessária e suficiente a sua ocorrência. A situação é sempre um fato, descrito de forma abstrata e genérica na norma legal, que, uma vez ocorrido em concreto opera-se o fenômeno da subsunção do fato à hipótese legal prevista, isto é, gera a obrigação de pagar tributo.
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Fontes
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Fontes formais
As fontes formais são constituídas pelas normas constitucionais e pelos atos normativos referidos no art. 59 da CF, quais sejam: emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções. Incluem-se, também, os tratados e as convenções internacionais, além dos decretos.
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Fontes
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Normas constitucionais e emendas constitucionais
Em matéria de fonte formal do Direito Tributário, as mais importantes são as normas constitucionais, quer pela posição hierárquica que ocupam, quer pela quantidade de princípios tributários por elas expressas. Essas normas regulam o exercício do poder tributário por meio de princípios limitadores; preveem as diversas espécies tributárias; procedem à discriminação de rendas tributárias nominando os impostos cabentes a cada entidade política etc.
As emendas são propostas e discutidas segundo o processo legislativo previsto no art. 60 da CF e, uma vez aprovadas, incorporam-se à Constituição tendo, portanto, a mesma natureza desta, muito embora sejam frutos do poder constituinte derivado e não do poder constituinte originário. O § 4o do art. 60 proíbe a deliberação de propostas de emendas aí especificadas.
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Fontes
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Leis complementares
As leis complementares apareceram no Brasil com o advento da Emenda no 18/65 e vêm sendo mantidas até os dias atuais.
A ideia que norteou sua criação foi a necessidade de uma lei que extravasasse do âmbito de interesses da União, abrangendo os interesses nacionais. Para sua aprovação, exige qualificado previsto no art. 69 da CF, ou seja, a maioria absoluta dos membros de cada uma das Casas do Congresso Nacional. As leis complementares não formam uma categoria legislativa unitária.
Algumas delas atuam no campo privativo da União (arts. 148, 153, VII, 154, I e 195, § 4o) e outras no âmbito nacional (arts. 146, I a III, 155, § 2o XII, 156, III e § 3o) funcionando como leis sobre leis de tributação. Não são hierarquicamente superiores às leis ordinárias, que extraem sua validade diretamente da Constituição Federal com total prescindência das leis complementares. A Constituição enumera as matérias que devem ser reguladas por lei complementar5 e, por exclusão, as demais matérias cabentes ao legislador ordinário.
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Fontes
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Leis ordinárias
As leis ordinárias são aqueles atos normativos que prescindem da maioria absoluta para sua aprovação e que, de forma geral, correspondem às normas que criam e majoram os tributos. Constituem fontes por excelência não só do Direito Tributário, como também do próprio Direito como Ciência Jurídica. Como se sabe, a Constituição não cria tributos, apenas outorga competência
impositiva. As leis ordinárias de cada entidade tributante é que instituem os tributos. Excepcionalmente, a Constituição impõe a criação de tributos por meio de lei complementar, como é o caso do imposto sobre grandes fortunas (art. 153, VII), daquele imposto decretado, pela União, no exercício de sua competência residual (art. 154, I), do empréstimo compulsório (art. 148) e das contribuições sociais previstas no § 4o, do art. 195.
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Fontes
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Leis delegadas
As leis delegadas só diferem das ordinárias por seu processo legislativo. São elaboradas pelo Presidente da República após obtida a delegação do Congresso Nacional, na forma do art. 68 da CF. Ocupam a mesma posição hierárquica das leis ordinárias.
O Congresso Nacional, ao autorizar o Chefe do Executivo a baixar uma lei, deverá, por meio de Resolução, especificar seu conteúdo e as condições de seu exercício (§ 2o, do art. 68). As matérias arroladas no § 1o, do art. 68, não comportam delegação. 
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Fontes
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Emendas Constitucionais
As emendas constitucionais podem modificar as regras tributárias contidas no Texto Constitucional, até mesmo inserindo novos comandos ou suprimindo os já existentes, desde que sem violar as cláusulas pétreas.
Observação: Não será objeto de deliberação a proposta de emenda constitucional tendente a suprimir ou reduzir princípios e imunidades tributárias (art. 60, § 4º, IV, da CF).
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Fontes
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Decretos legislativos
São instrumentos normativos de igual hierarquia de lei ordinária, editados privativamente pelo Congresso Nacional para aprovação de tratados e convenções internacionais (art. 49, I, da CF). São instrumentos idôneos, também, para sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitam do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. Servem, outrossim, para fixar, a cada exercício financeiro, a remuneração do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado. 
Para o Direito Tributário interessa mais de perto os decretos legislativos aprovando convenções internacionais para evitar dupla tributação do imposto sobre a renda, ou para estatuir isenções recíprocas de impostos federais, estaduais e municipais em determinadas circunstâncias.
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Fontes
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Decretos legislativos
São instrumentos normativos de igual hierarquia de lei ordinária, editados privativamente pelo Congresso Nacional para aprovação de tratados e convenções internacionais (art. 49, I, da CF). São instrumentos idôneos, também, para sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitam do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. Servem, outrossim, para fixar, a cada exercício financeiro, a remuneração do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado. 
Para o Direito Tributário interessa mais de perto os decretos legislativos aprovando convenções internacionais para evitar dupla tributação do imposto sobre a renda, ou para estatuir isenções recíprocas de impostos federais, estaduais e municipais em determinadas circunstâncias.
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Fontes
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Resoluções
As resoluções são atos normativos de competência exclusiva do Congresso Nacional, bem como de cada uma de suas Casas.
Interessa de perto ao Direito Tributário as Resoluções do Senado da República que detêm a competência para: fixação de alíquotas de ICMS nas operações e prestações interestaduais e de exportação, nos termos do inciso IV, do § 2o do art. 155 da CF, sendo-lhe facultada, também, a fixação de alíquotas mínimas e máximas nas operações internas, nas condições estabelecidas nas letras a e b do inciso V do citado parágrafo; fixação de alíquota máxima do imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos (art. 155, § 1o, IV, da CF).
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Conceitos
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Rubens Gomes de Souza “Direito Tributário é o ramo do direito público que rege as relações jurídicas entre o Estado e os particulares, decorrentes da atividade financeira do estado no que se refere à obtenção de receitas que correspondam ao conceito de tributos”.
Hugo de Brito Machado “é o ramo do Direito que se ocupa das relações entre o fisco e as pessoas sujeitas a imposições tributárias de qualquer espécie, limitando o poder de tributar e protegendo o cidadão contra os abusos desse poder”.
Ricardo Lobo Torres “Direito Tributário é o conjunto de normas e princípios que regulam a atividade financeira relacionada com a instituição e cobrança de tributos: impostos, taxas, contribuições e empréstimos compulsórios”.
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Conceitos
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Paulo de barros Carvalho “direito tributário positivo é o ramo didaticamente autônomo do direito, integrado pelo conjunto de proposições jurídico-normativas que correspondam, direta ou indiretamente, à instituição, arrecadação e fiscalização de tributos”.
Alexandre Mazza “Direito Tributário é o ramo do direito público que estuda princípios e normas disciplinadores do exercício das atividades de instituição, cobrança e fiscalização de tributos.
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Bibliografia		
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Manual de Direito Tributário, 2017, Alexandre Mazza, 3ª ed.
Harada, Kiyoshi, Direito financeiro e tributário / Kiyoshi Harada. – 26. ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Atlas, 2017.
Manual de Direito Tributário, 2017, Eduardo Sabag, 9ª Edição. 
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