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Audiência de custódia e o pacto de São José da Costa Rica
A Audiência de custódia, é um Projeto implantando em São Paulo através do Provimento Conjunto 3/2015, da presidência do Tribunal de Justiça do estado, em conjunto com o Conselho Nacional de Justiça e do Ministério da Justiça. É a garantia que o preso em flagrante tem de contato com o juiz após 24 horas depois da prisão. A lei brasileira, somente prevê que o encaminhamento do auto de prisão ao juiz, que após analisar o auto, decide se a prisão é mantida ou não. 
Devido a tais procedimentos, o individuo só tem contato com o juiz depois de meses após ser preso, no dia de sua audiência ou julgamento. É considerado um mecanismo de prevenção e combate á tortura, prevendo a humanização e garantir o controle judicial das prisões provisórias.
Vejamos alguns pontos positivos da Audiência de custódia:
1) Combate a superlotação carcerária: Ao apresentada imediatamente ao juiz, possibilita a avaliação da legalidade ou não da prisão, fazendo com que diminua a ilegalidade.
2) Inibe a execução de atos de tortura, tratamento cruel, desumano e degradante em interrogatórios policiais: Nos dias de hoje, ainda são comuns as torturas em interrogatórios, mesmo sendo a constituição federal defendendo os direitos do cidadão (Art. 5°, III CF).
3) Viabiliza o respeito às garantias constitucionais: A Audiência de custódia, respeitará o Artigo 5°, LV da CF
4) É demanda social expressa em iniciativa legislativa: O projeto de Lei 554/2011, apresentada pelo senador Antônio Carlos Valadares, altera o paragrafo 1° do artigo 306 do CPP incluindo a obrigatoriedade da audiência de custodia no processo penal brasileiro.
5) Reforça o compromisso do Brasil na proteção dos Direitos Humanos: A constituição brasileira é compromissada com a proteção dos Direitos Humanos, e a audiência de custódia reforça esse compromisso.
6) Renova as credenciais do Brasil no cenário internacional: Organizações internacionais já se pronunciaram sobre a importância desse processo, por exemplo, a ONU (Organização das Nações Unidas)
7) Adequa o ordenamento jurídico interno para cumprimento de obrigações internacionais: O artigo 2° da Convenção Americana de Direitos Humanos (CADH) prevê que é dever dos Estados-parte adotarem medidas que se adequem no devido tratado.
8) Reforça a integração jurídica latino-americana: Diversos países adotam a Audiência de custódia, por exemplo, Peru, México, Argentina, Chile e Equador.
Nos países em que se adota a Audiência de Custódia, o preso é levado diretamente a um juiz (que não é o juiz do caso, mas sim, um juiz especial) para que conte a ele diretamente a sua versão dos fatos, este juiz atua apenas na fase de investigação policial. Esse “juiz especial” é de extrema essencialidade nesses países, pois, tudo o que o preso em flagrante disser, sem ter havido conhecimento das provas contra ele, dirigindo-se diretamente ao seu julgador, poderá ser usado contra ele pela acusação.
No momento, em São Paulo, o preso será apresentado ao delegado de polícia e dará sua versão dos fatos, logo depois, será levado ao fórum e tratará de questões objetivas a sua prisão. Até onde se sabe, o Brasil é o único país a apresentar a figura do delegado de polícia. Nos outros países é o Ministério Público que apura os fatos e o preso é levado diretamente ao juiz.
O pacto de San José da Costa Rica
No dia 22 de novembro de 1969, em San José da Costa Rica, durante a Conferência Especializada Interamericana sobre Direitos Humanos, foi assinado o tratado chamado Convenção Americana dos Direitos Humanos, mais conhecido como o pacto de San José da Costa Rica, entrado em vigor a 18 de julho de 1978. 
O documento contém 81 artigos que tem por objetivo estabelecer os direitos fundamentais da pessoa humana, como o direito à vida, à liberdade, à dignidade, à integridade pessoal e moral, à educação, entre outros similares. A convenção proíbe ainda a escravidão e a servidão humana, trata das garantias judiciais, da liberdade de consciência e religião, de pensamento e expressão, bem como da liberdade de associação e da proteção a família.
O objetivo da constituição deste tratado internacional é a busca da consolidação entre os países americanos de um regime de liberdade pessoal e de justiça social, fundado no respeito aos direitos humanos essenciais, independentemente do país onde a pessoa viva ou tenha nascido. O pacto tem influência marcante da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que compreende o ideal do ser humano livre, isento do temor e da miséria e sob condições que lhe permitam gozar dos seus direitos econômicos, sociais e culturais, bem como dos seus direitos civis e políticos.
Um dos principais legados do Pacto de São José é sem dúvida a criação do sistema Comissão Interamericana de Direitos Humanos/Corte Interamericana de Direitos Humanos, destinada a avaliar casos de violação dos direitos humanos ocorridos em países que integram a Organização dos Estados Americanos (OEA), que reconheçam sua competência. Quando ocorre um abuso referente à matéria de Direitos Humanos em qualquer um dos países, e o governo deste permaneça inerte, é dada a oportunidade ao ofendido de fazer sua denúncia à comissão, que levará o caso à corte, para que seja julgado. Decreto 678/1992
Vejamos o que nos impõe, como norma supralegal, o art. 7º., 5, do Pacto de São Jose da Costa Rica ou a Convenção Americana sobre Direitos Humanos:
"Toda pessoa presa, detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou outra autoridade autorizada por lei a exercer funções judiciais e tem o direito de ser julgada em prazo razoável ou de ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo. Sua liberdade pode ser condicionada a garantias que assegurem o seu comparecimento em juízo." 
O art. 9º., 3 do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos de Nova Yorque:
"Qualquer pessoa presa ou encarcerada em virtude de infração penal deverá ser conduzida, sem demora, à presença do juiz ou de outra autoridade habilitada por lei a exercer funções judiciais e terá o direito de ser julgada em prazo razoável ou de ser posta em liberdade. A prisão preventiva de pessoas que aguardam julgamento não deverá constituir a regra geral, mas a soltura poderá estar condicionada a garantias que assegurem o comparecimento da pessoa em questão à audiência, a todos os atos do processo e, se necessário for, para a execução da sentença."
Semelhantemente a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), dispõe no item 05 do art. 07, vejamos:
“5. Toda pessoa detida ou retira deve ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou outra autoridade autorizada pela lei a exercer funções judiciais e tem direito [...] a ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo. Sua liberdade pode ser condicionada a garantias que assegurem o seu comparecimento em juízo. ”
Essas normas internacionais, estão incorporadas em nosso ordenamento jurídico, tramita no Congresso o Projeto de Lei do Senado nº. 554/2011, dando a seguinte redação ao art. 306 do Código de Processo Penal:
"(...)"§ 1º No prazo máximo de vinte e quatro horas após a prisão em flagrante, o preso será conduzido à presença do juiz para ser ouvido, com vistas às medidas previstas no art. 310 e para que se verifique se estão sendo respeitados seus direitos fundamentais, devendo a autoridade judicial tomar as medidas cabíveis para preservá-los e para apurar eventual violação.
 § 2º Na audiência de custódia de que trata o parágrafo 1º, o Juiz ouvirá o Ministério Público, que poderá, caso entenda necessária, requerer a prisão preventiva ou outra medida cautelar alternativa à prisão, em seguida ouvirá o preso e, após manifestação da defesa técnica, decidirá fundamentadamente, nos termos art. 310.
 § 3º A oitiva a que se refere parágrafo anterior será registrada em autos apartados, não poderá ser utilizada como meio de prova contra o depoente e versará, exclusivamente, sobre a legalidade e necessidade da prisão;a prevenção da ocorrência de tortura ou de maus-tratos; e os direitos assegurados ao preso e ao acusado. 
§ 4º A apresentação do preso em juízo deverá ser acompanhada do auto de prisão em flagrante e da nota de culpa que lhe foi entregue, mediante recibo, assinada pela autoridade policial, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os nomes das testemunhas. § 5º A oitiva do preso em juízo sempre se dará na presença de seu advogado, ou, se não o tiver ou não o indicar, na de Defensor Público, e na do membro do Ministério Público, que poderão inquirir o preso sobre os temas previstos no parágrafo 3º, bem como se manifestar previamente à decisão judicial de que trata o art. 310 deste Código.”
Não há qualquer tipo de inconstitucionalidade da iniciativa do Conselho Nacional de Justiça, pois não fere nenhum ordenamento jurídico. 
Artigos da Declaração Universal dos Direitos humanos, que baseiam a Audiência de Custódia:
Artigo 1.º Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.
Artigo 3.º Todas as pessoas têm direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo 5.º Ninguém será submetido a tortura nem a punição ou tratamento cruéis, desumanos ou degradantes.
Artigo 7.º Todos são iguais perante a lei e, sem qualquer discriminação, têm direito a igual proteção da lei. Todos têm direito a proteção igual contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo 9.º Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado
Artigo 10.º Todas as pessoas têm direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública julgada por um tribunal independente e imparcial em determinação dos seus direitos e obrigações e de qualquer acusação criminal contra elas.
Fontes:
Direitonet.com
Jusbrasil.com
Infoescola.com
Terra.com
G1.globo.com
Brasilescola.com
Wikipedia.org

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