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APOSTILAS AuxíiIio Acidente Doença Reclusão Pen. Morte 2017

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1 
AUXÍLIO ACIDENTE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO ( 2º semestre de 2017) 
 
 
Um dos benefícios pagos pela Previdência Social é o Auxílio-acidente. 
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, com o segurado 
empregado, trabalhador avulso, médicAo residente, bem como com o segurado especial, no exercício de suas 
atividades, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, 
temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho. 
 
O acidente do trabalho será caracterizado tecnicamente pela perícia médica do INSS, mediante a 
identificação do nexo entre o trabalho e o agravo. 
. Considera-se estabelecido o nexo entre o trabalho e o agravo quando se verificar nexo técnico 
epidemiológico entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade (doença, 
lesão,etc) elencada na Classificação Internacional de Doenças (CID). 
 
Considera-se agravo para fins de caracterização técnica pela perícia médica do INSS a lesão, doença, 
transtorno de saúde, distúrbio, disfunção ou síndrome de evolução aguda, subaguda ou crônica, de natureza 
clínica ou subclínica, inclusive morte, independentemente do tempo de latência. 
 
Reconhecidos pela perícia médica do INSS a incapacidade para o trabalho e o nexo entre o 
trabalho e o agravo, serão devidas as prestações acidentárias a que o beneficiário tenha direito, caso 
contrário, não serão devidas as prestações. 
 
Esse benefício é confundido muitas vezes com o Auxílio-doença. Mas, como já visto anteriormente, o 
Auxílio-doença é um benefício que é pago quando o segurado fica doente ou se acidenta (podendo ou não ser 
decorrente do trabalho) e dura enquanto ele permanecer nesta condição. 
 
Assim, quando se diz que o Auxílio-doença, tanto o Previdenciário como o por acidente de Trabalho – 
Auxílio-doença-acidentário, possuem caráter temporário, significa que a pessoa receberá o benefício enquanto 
estiver impossibilitada de voltar ao trabalho, mas que exista a possibilidade de recuperar sua higidez. 
 
A partir do momento em que a perícia médica concluir que, apesar de ainda estar em tratamento, não 
será mais possível recuperar a capacidade para um trabalho que lhe garanta a subsistência, deverá o segurado 
ser Aposentado por invalidez, benefício que veremos mais adiante. 
 
Portanto, após o tratamento médico três situações podem se apresentar: 
 
1) o acidentado pode ser considerado capaz de voltar ao trabalho (nenhuma invalidez); 
2) o acidentado não tem mais condições de voltar a exercer um trabalho que lhe garanta a subsistência 
(invalidez total e permanente) ou; 
3) o acidentado pode voltar ao trabalho, seja ao mesmo trabalho que exercia antes do sinistro ou outro 
que lhe garanta a subsistência, porém, ficando com seqüelas que reduzem a capacidade para exercer o 
mesmo trabalho da época do acidente (invalidez parcial e permanente). 
Na primeira hipótese, o acidentado que é considerado capaz e apto para trabalhar na função que 
exercia, o Auxílio-doença deverá ser cessado e o acidentado deverá voltar ao seu trabalho. Se tratando de 
Auxílio-doença “por Acidente de Trabalho”, haverá estabilidade de emprego por um ano e o empregador 
deverá depositar o FGTS durante o período de afastamento do empregado. 
No segundo caso, em que o acidentado não tem mais condições de voltar a exercer um trabalho 
que lhe garanta a subsistência e está recebendo o benefício do Auxílio-doença, este benefício será 
revertido na Aposentadoria por Invalidez prevista no artigo 42 da Lei 8.213/91. 
No terceiro caso, objeto da aula de hoje, a vítima de um acidente de qualquer natureza, após a 
consolidação das lesões, fica com seqüelas que impliquem em redução para exercer o trabalho que 
habitualmente exercia na data do acidente, faz jus ao referido benefício. 
Porém, raramente o INSS concede administrativamente o benefício cabível que é O Auxílio-acidente e 
que corresponderá a 50% do valor que receberia se aposentado por invalidez fosse. 
 
 2 
 
Em sua redação original, a Lei 8.213 de 24.07.91 estabelecia que o Auxílio-acidente seria pago 
apenas no caso de acidente de trabalho, o que foi mudado a partir da Lei 9.032 de 28.04.95, quando 
passou a ser aplicável a qualquer espécie de acidente, ou seja, de trabalho, em casa, no trânsito, na prática 
de esportes, etc. 
 
Essa mudança é de grande importância por ter alargado o leque de pessoas que podem usufruir desse 
benefício, entretanto, foi pouco divulgada e ainda hoje, muitas pessoas acreditam que somente as vítimas de 
acidente de trabalho podem receber o Auxílio-acidente. 
 
O parágrafo segundo do artigo 86 da Lei 8.213/91 estabelece que o Auxílio-acidente será devido a 
partir do “dia seguinte ao da cessação do Auxílio-Doença”, portanto, na seara administrativa, quando a 
perícia médica do INSS entende que deve cortar o Auxílio-doença, deveria automaticamente conceder o Auxílio-
acidente, sempre que verificasse seqüela que reduza a capacidade de trabalho, em qualquer grau que seja. 
Infelizmente, não é isso que acontece. Apesar de o artigo 86 da Lei 8.213/91 não fazer nenhuma 
enumeração das hipóteses de cabimento, o Decreto 3.048/99, descreveu os casos para sua concessão, 
incorrendo numa grave ilegalidade ao fazer uma restrição não prevista na lei, extrapolando seu âmbito de 
atuação ao dizer que o Auxílio-acidente será cabível apenas nos casos previstos na tabela constante em seu 
Anexo III. 
 
Portanto, duas situações têm sido usualmente verificadas. Em primeiro lugar, existem muitas 
hipóteses de seqüelas que diminuem a capacidade de trabalho de um acidentado, mas que não estão 
previstas no referido anexo III do Decreto 3.048/99. 
 
Em segundo lugar, e principalmente, ao cortarem o Auxílio-doença do acidentado, os médicos 
peritos do INSS simplesmente se “esquecem” de avaliar se é o caso, ou não, de conceder o Auxílio-
acidente, limitando-se a fazê-lo apenas nos casos mais evidentes e graves, como quando ocorre a perda 
de um membro. 
 
É do conhecimento geral que na esfera administrativa o ente segurador concede altas médicas 
indevidas ao acidentado, com a suspensão dos pagamentos do auxílio-doença, obrigando-o a novo pedido de 
perícia. 
 
A alta que ilegalmente a autarquia conceder ao acidentado pode ser objeto de medida judicial 
(tutela antecipada da lide - art. 273 do CPC, por exemplo), desde que o interessado disponha de meios 
razoáveis de prova da conduta precipitada ou ilegal do INSS. 
Se for recepcionada a ação de tutela antecipada, o Juiz da causa determinará que o segurado se 
submeta de imediato a uma perícia judicial, que dirá a respeito da existência ou não de incapacidade total e 
temporária, para então decidir pelo deferimento ou não da tutela, concedendo ou não o retorno do interessado 
ao auxílio-doença-acidentário. Deferida a tutela, deverão ser pagas as prestações continuadas a partir da 
data em que o Instituto cessou o pagamento ao segurado. 
 
 3 
Entretanto, se o benefício for deferido após nova perícia, os pagamentos reiniciam a partir da 
segunda perícia e não da data da suspensão do benefício, o que acarreta grave prejuízo ao segurado. Se 
a segunda, terceira ou outras perícias determinarem o reingresso do segurado ao benefício, é claro que os 
pagamentos devem contar-se do dia imediato ao da primeira suspensão, pois a interrupção indevida da 
continuidade do pagamento das prestações se deu por culpa do serviço médico do INSS e não da alegada 
ausência de incapacidade do infortunado. 
 
Assim, se o acidentado ficar com seqüela que implique numa redução da capacidade para o 
trabalho que exercia, não importando nem ao menos o grau dessa diminuição da capacidade, podendo 
ser mínima, terá direito ao Auxílio-acidente. Note que a Lei não exige nem mesmo a mudança de funçãoou atividade, basta o dispêndio de maior esforço. 
 
Ele será pago após esse período do recebimento do Auxílio-doença, porém, somente quando 
ainda perdurar uma incapacidade que é parcial e permanente, ou seja, vai durar para sempre, mas, o 
segurado poderá retornar ao trabalho (embora tenha a sua capacidade de trabalhar - diminuída por conta 
da sequela). 
 
Para entender melhor, imagine o seguinte exemplo. O segurado se acidenta trabalhando ou jogando 
bola. Submete-se a cirurgia para colocação de “parafusos” na perna. 
 
Neste momento, está incapacitado total e temporariamente, pois ficará afastado do trabalho por 90 dias 
recebendo Auxílio-doença. Após os 90 dias, pode voltar ao serviço, mas a lesão resultou em uma seqüela (por 
exemplo, diminuição da força da perna), possibilitando que ele receba o Auxílio-acidente (eis que a capacidade 
é parcial e permanente). 
 
O Auxílio-acidente é pago até a véspera da aposentadoria (seja por idade ou tempo de 
contribuição) já que este benefício não pode ser acumulado com nenhum tipo de aposentadoria. A 
legislação anterior dizia que o auxílio-acidente era vitalício, ou seja, o segurado receberia até depois de 
aposentado. A mudança, ocasionada com a Lei n.º 9528/97 não permite a cumulação, mas há um somatório 
com o salário para a apuração da aposentadoria 
 
Ele corresponde a 50% do valor do salário-de-benefício do Auxílio-doença. O segurado que recebe 
o Auxílio-acidente pode trabalhar e receber o benefício e, quando for se aposentar, terá computado tais valores 
no cálculo. 
 
Vejamos o exemplo: se o segurado recebeu um auxílio-doença de R$ 910,00, receberá R$ 500,00 de 
auxílio-acidente. Se ele estiver trabalhando, recebe o seu salário (ex. R$ 1.000,00) mais o auxílio-acidente. 
Então, quando for se aposentar, o valor computado a título de salário-de-contribuição será de R$ 1.500,00 
(salário + auxílio-acidente). 
 
Assim, o Auxílio-acidente será recebido até a aposentadoria de seu beneficiário, quando seu valor será 
incluído no cálculo do salário de contribuição. O recebimento de qualquer outro benefício do INSS, salvo 
aposentadoria, não prejudica a percepção do Auxílio-acidente, não havendo que se falar em qualquer tipo de 
compensação (par. 3º do artigo 86 da Lei 8.213/91). 
 
Se após a concessão do Auxílio-acidente, o acidentado precisar receber novamente o Auxílio-
doença pelo mesmo problema que ensejou o Auxílio-acidente, haverá sua suspensão até a cessação do 
Auxílio-doença (par. 6º, do art. 104 do Dec. 3048/99 – Reabertura do Auxílio-Doença). 
 
O Auxílio acidente será cortado com o óbito de seu beneficiário, não ensejando pensão por morte 
aos eventuais dependentes. 
 
Outra característica relevante do Auxílio-acidente diz respeito aos seus possíveis beneficiários. O 
artigo 86 da Lei 8.213/91 diz que o Auxílio-acidente será concedido ao “segurado”. E o artigo 18 § 1º do mesmo 
diploma, esclarece que somente o segurado empregado, o trabalhador avulso e o segurado especial poderão 
beneficiar-se do auxílio-acidente. 
 
Chama a atenção o caso do segurado que está no “período de graça”, normalmente o desempregado. 
Quando o artigo 18 da Lei 8.213/91, em sua redação original, limitou o Auxílio-acidente ao empregado, ao 
avulso e ao segurado especial, esse benefício somente era possível de ser concedido ao tratar-se de acidente 
de trabalho, excetuando-se os demais acidentes.. 
 
Mas a partir da Lei 9.032/95, passou a ser aplicável aos acidentes de qualquer natureza, de 
maneira que se torna injustificável tirar dos segurados que estão no período de graça a possibilidade de receber 
 4 
o Auxílio-acidente, mesmo porque o parágrafo 3º do artigo 15 da Lei 8.213/91 garante que durante o período 
de graça o segurado conservará “todos” os seus direitos. 
 
Outra característica relevante é o fato de que o recebimento do Auxílio-acidente não impede o 
acidentado de continuar trabalhando normalmente, não prejudicando em nada seu salário. Também não 
impede que sejam dispensados, que sejam contratados em outra empresa, em outra função, que façam 
concurso público, que contribuam como autônomo etc., ou seja, a vida profissional do trabalhador 
beneficiário do Auxílio-acidente continua sem qualquer prejuízo. 
 
Igualmente como ocorre com a Pensão por Morte, o Auxílio-Reclusão e o Salário-Família, a lei não 
exige carência mínima para a concessão do Auxílio-Acidente. Assim, por exemplo, se o acidente de 
qualquer natureza ocorrer logo no primeiro dia de trabalho, o haverá direito ao benefício em comento (art. 26, I, 
da Lei 8.213/91). 
 
Também é relevante lembrar que os trabalhadores acometidos de doença profissional e de doença do 
trabalho podem receber o Auxílio-acidente, por força do artigo 20 da Lei 8.213/91, que considera acidente de 
trabalho essas doenças. 
 
Doença profissional é diretamente relacionada a uma condição de trabalho, específica, e estão todas 
elas definidas no decreto regulamentar 06 de 2001. 
 
Ex: A asbestose, a silicose, etc. Observação: Não é necessário comprovar o nexo causal entre a doença 
e o trabalho realizado. 
 
As doenças do trabalho, também são relacionadas a exercício da atividade profissional, porém, como 
não estão regulamentadas, cabe a comprovação de que realmente foram ocasionadas pelo trabalho. Ex: stress. 
 
Os trabalhadores acometidos de LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos), pois quando 
reconhecido o nexo, ou seja, a origem laboral dessa enfermidade, o evento passa a ser considerado Acidente 
de Trabalho, mesmo que não se possa apontar uma data inicial certa, determinada, abrupta e repentina como 
nos casos de acidente de trânsito, desportivo ou doméstico. 
 
Desse modo, as vítimas da LER/DORT também têm direito de receber o Auxílio-Acidente caso fiquem 
com limitações para seu trabalho habitual. Aliás, essa restrição, ou invalidez parcial, normalmente acontece, 
pois, após o tratamento, ficam impedidas de continuar exercendo movimentos manuais e repetitivos, tal como a 
digitação. 
 
No que se refere à Reabilitação Profissional, trata-se de obrigação prevista no art. 62, bem como 
89 e seguintes da lei 8.213/91, que prevê que o acidentado pode exigi-la a qualquer tempo, administrativa 
ou judicialmente, não havendo que se falar em preclusão. 
 5 
 
A Reabilitação Profissional é serviço de grande valor que tem por finalidade colocar o acidentado no 
limite de sua possibilidade física, dando ao infortunado condições de retornar validamente ao mercado de 
trabalho, passando a ser cidadão útil à sociedade. 
 
O art. 90 da lei 8.213/91 estabelece que a prestação relativa à Reabilitação Profissional é devida em 
caráter obrigatório aos segurados, inclusive aos aposentados. 
 
Concluído o processo de reabilitação, prevê o art. 92 que a autarquia deve emitir certificado individual, 
indicando as atividades que poderão ser exercidas pelo beneficiário, norma legal, aliás, geralmente descumprida 
pelo Instituto Nacional do Seguro Social-INSS. 
 
REFERÊNCIAS LEGISLATIVAS 
 
Enfim, em linhas gerais a Lei 8213/91 no seu art. 86 prevê que “O Auxílio-acidente será concedido, 
como indenização, ao segurado quando, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de 
qualquer natureza, resultarem seqüelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que 
habitualmente exercia. 
§ 1º O auxílio-acidente mensal corresponderá a cinqüenta por cento do salário-de-benefício e será devido, 
observado o disposto no § 5º, até a véspera do início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do 
segurado. 
§ 2º O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença, 
independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado, vedada sua acumulação 
com qualquer aposentadoria. 
§ 3º O recebimento de salário ou concessãode outro benefício, exceto de aposentadoria, observado o disposto 
no § 5º, não prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio-acidente. 
§ 4º A perda da audição, em qualquer grau, somente proporcionará a concessão do auxílio-acidente, quando, 
além do reconhecimento de causalidade entre o trabalho e a doença, resultar, comprovadamente, na redução 
ou perda da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.” 
 
Decreto 3.048/99 - Art. 104. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado 
empregado, exceto o doméstico, ao trabalhador avulso e ao segurado especial quando, após a consolidação 
das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar seqüela definitiva, conforme as situações 
discriminadas no anexo III, que implique: 
I - redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exerciam; 
II - redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exerciam e exija maior 
esforço para o desempenho da mesma atividade que exerciam à época do acidente; ou 
III - impossibilidade de desempenho da atividade que exerciam à época do acidente, porém permita o 
desempenho de outra, após processo de reabilitação profissional, nos casos indicados pela perícia médica do 
Instituto Nacional do Seguro Social. 
§ 1º O auxílio-acidente mensal corresponderá a cinqüenta por cento do salário-de-benefício que deu origem ao 
auxílio-doença do segurado, corrigido até o mês anterior ao do início do auxílio-acidente e será devido até a 
véspera de início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado. 
§ 2º O auxílio-acidente será devido a contar do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença, 
independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado, vedada sua acumulação 
com qualquer aposentadoria. 
§ 3º O recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exceto de aposentadoria, não prejudicará a 
continuidade do recebimento do auxílio-acidente. 
§ 4º Não dará ensejo ao benefício a que se refere este artigo o caso: 
I - que apresente danos funcionais ou redução da capacidade funcional sem repercussão na capacidade 
laborativa; e 
II - de mudança de função, mediante readaptação profissional promovida pela empresa, como medida 
preventiva, em decorrência de inadequação do local de trabalho. 
§ 5º A perda da audição, em qualquer grau, somente proporcionará a concessão do auxílio-acidente, quando, 
além do reconhecimento do nexo de causa entre o trabalho e a doença, resultar, comprovadamente, na redução 
ou perda da capacidade para o trabalho que o segurado habitualmente exercia. 
§ 6º No caso de reabertura de auxílio-doença por acidente de qualquer natureza que tenha dado origem a 
auxílio-acidente, este será suspenso até a cessação do auxílio-doença reaberto, quando será reativado. 
§ 7º Não cabe a concessão de auxílio-acidente quando o segurado estiver desempregado, 
podendo ser concedido o auxílio-doença previdenciário, desde que atendidas as condições inerentes à espécie. 
§ 8º Para fins do disposto no caput considerar-se-á a atividade exercida na data do acidente. 
 
QUESTÕES POLÊMICAS 
 
1) Inexistência de prévio pleito Administrativo: 
 6 
Freqüentemente existe a situação onde o segurado demandante não chegou a requerer o benefício na via 
administrativa. Em tais circunstâncias, o INSS costuma alegar ser o segurado carente de ação, fundamentando 
sua posição com o enunciado da Súmula nº 89 do STJ, segundo o qual: A ação acidentária prescinde do 
exaurimento da via administrativa. 
Mas, vários Tribunais repelem esta argüição preliminar, conforme pode se confirmar nos seguintes julgados: 
 
”Acidente do trabalho. Carência de ação. Pela falta de postulação na via administrativa. Desnecessária, pois é 
de presumir-se que a parte só recorra a Justiça quando sabe, de antemão, que seu pleito irá ser rejeitado, o que 
no caso, é comprovado pelos termos da contestação oferecida. Apelo improvido (Ap. nº 599118833, Rel. Des. 
Luiz Ary Vessini de Lima, julgada em 08.04.99).” 
 
”Ação acidentária. Ausência de pedido administrativo. Carência de ação. Inocorrência. Não impede o exercício 
da ação acidentária o fato de o laborador não ter formulado o pedido do benefício pela via administrativa, 
mormente quando o INSS nega efusivamente o direito. Súmula 89, STJ. CF., art. 5º, XXXV (Ap. nº 598141133, 
Rel. Des. Paulo Antônio Kretzmann, julgada em 10.09.98).” 
 
 
2) Obrigatoriedade de CAT e casos de Inexistência do CAT: 
A Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT foi prevista inicialmente na Lei nº 5.316/67, com todas 
as alterações ocorridas posteriormente até a Lei nº 9.032/95, regulamentada pelo Decreto nº 2.172/97. 
A Lei nº 8.213/91 determina no seu artigo 22 que todo acidente do trabalho ou doença profissional 
deverá ser comunicado pela empresa ao INSS, sob pena de multa em caso de omissão. 
Cabe ressaltar a importância da comunicação, principalmente o completo e exato preenchimento do 
formulário, tendo em vista as informações nele contidas, não apenas do ponto de vista previdenciário, estatístico 
e epidemiológico, mas também trabalhista e social. 
A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte 
ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o 
limite mínimo e o limite máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, 
aplicada e cobrada pela Previdência Social. 
Desta comunicação receberão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato a 
que corresponda a sua categoria. Deverá ser comunicado os acidentes ocorridos com o segurado empregado 
(exceto o doméstico), o trabalhador avulso, o segurado especial e o médico-residente. 
Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus 
dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não 
prevalecendo nestes casos o prazo de apenas um dia útil. 
Nesta hipótese, a empresa permanecerá responsável pela falta de cumprimento da legislação. Caberá 
ao setor de benefícios do INSS comunicar a ocorrência ao setor de fiscalização, para a aplicação e cobrança da 
multa devida. Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobrança, pela 
Previdência Social, das multas previstas para o descumprimento desta obrigatoriedade. 
Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início da 
incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em 
que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro. 
Mas, às vezes ainda, o INSS costuma arguir a não-emissão do Comunicado de Acidente do 
Trabalho (CAT), baseando-se no teor do inc. II, do art. 129 da Lei nº 8.213/91. 
Mas, esta argumentação também e desconsiderada pelos Tribunais conforme a Ap. nº 598141133, nos 
seguintes termos: 
 
“A notificação do evento, pela comunicação de acidente do trabalho à previdência (CAT) não é elemento 
essencial ao desenvolvimento da ação acidentária, já que diligência que cabe ao empregador - art. 22. Princípio 
da substanciação (art. 282, III, CPC). Baseando-se o pedido no fato (acidente/doença) que determina a 
incapacidade, ou a redução da capacidade (causa de pedir remota), pode ser este comprovado inclusive através 
de testemunhas. Não pode o trabalhador ser prejudicado pela desídia ou desorganização da empresa, 
mormente quando o dever de fiscalização não é cumprido pelo Estado.” 
 
 7 
3) Nexo de causalidade e grau de incapacitação 
 
A autarquia federal – INSS - freqüentemente também contesta a configuração do nexo entre a doença e 
a atividade profissional desempenhada, especialmente naqueles casos nos quais, a redução da capacidade 
laborativa é gerada por causa nãoaparente - nas hipóteses de redução da audição, por exemplo. Em tais 
hipóteses, o INSS costuma buscar apoio nas conclusões do laudo pericial, quando neste é consignada a 
presença de possível causa paralela, apta a ocasionar ou agravar a alegada deficiência. 
 
 Mas, o próprio laudo já fornece elementos no sentido de propiciar ao julgador uma avaliação sobre o grau 
de importância da possível causa extra-laboral. A apreciação de exames, que normalmente são levados aos 
autos, também pode resolver estas dúvidas. 
 
Em certas situações, a solução pode vir a ser encontrada com a realização de perícia no local de 
trabalho. Nos casos em que se trata de deficiência auditiva, essa diligência assume relevante importância, 
porque, caso constatada a flagrante insalubridade na qual as funções laborais eram exercidas, fatalmente 
deverá ser desprezada a circunstância de existir fator estranho, apto a contribuir para a deficiência. 
 
Quanto ao grau de diminuição da capacidade laborativa, mesmo que este seja mínimo, o segurado fará 
jus ao benefício. Assim também entendem os Tribunais: 
“Auxílio-acidente. Mesmo que em grau mínimo, a redução da capacidade laborativa impõe a concessão do 
benefício. Interpretação da antiga e da atual redação do art. 86, da Lei nº 8.213/91. Percentual do benefício. 
Correção da sentença, para estabelecer, a partir da vigência da Lei nº 9.032/95, o percentual de 50% por ela 
instituído. Apelo improvido. (Ap. nº 197110711, de 10.09.98, Rel. Des. Luiz Lúcio Merg).” 
 
 
4) Percentual do benefício 
 
Lembro que a Lei nº 9.032/95 modificou substancialmente o art. 86 da Lei nº 8.213/95, unificando os 
percentuais referentes ao auxílio-acidente, os quais, até então, eram de 30, 40 ou 60%, conforme o grau de 
redução da capacidade laborativa. 
A nova lei estabeleceu o percentual único de 50%, incidente sobre o salário-de-benefício do segurado, 
qualquer que seja o caso. Destarte, este será o índice aplicável nos casos de infortúnios acontecidos a partir de 
29.05.95 (advento da Lei nº 9.032/95). 
 
5) Termo inicial do benefício 
 
Neste tópico, duas situações podem surgir: 
a) o segurado, após ter alta do auxílio-doença, vem a Juízo postular o auxílio-acidente, alegando a permanência 
da incapacidade; 
b) o segurado não chegou a gozar de auxílio-doença, por falta de postulação na via administrativa (tal muitas 
vezes ocorre por omissão do empregador) e, conseqüentemente, inexistem dados ou subsídios seguros e 
concludentes sobre constatação da patologia. Observo, desde logo, que costumeiramente é nos casos de 
deficiência auditiva que este ponto exige maiores discussões. 
 
 Na primeira hipótese, não há maior dificuldade aplica-se o disposto no § 2º do art. 86 da Lei nº 8.213/91. 
Veja-se, a propósito, o seguinte aresto do STJ: 
"Previdenciário. Recurso especial. Acidente do trabalho. Benefício. Auxílio-acidente. Termo inicial. Lei regente. 
Em tema de concessão de benefício previdenciário permanente, decorrente de acidente do trabalho - auxílio-
acidente - o mesmo se torna devido, em regra, a partir da cessação do auxílio-doença, em razão de perícia 
médica que ateste a incapacidade permanente ou a consolidação das lesões conseqüentes do infortúnio (Resp. 
nº 58.513, de 23.03.98, Relator Min. Anselmo Santiago)". 
 
 Já no caso da segunda hipótese, por analogia, as diretrizes traçadas no art. 23 do mesmo diploma, onde 
estão alinhadas três opções para eleição do presumido "dia do acidente", para fins de auxílio-doença: a data do 
início da incapacidade para o exercício da atividade habitual, o dia do afastamento do trabalho ou a data do 
diagnóstico. O inss, porém, em seus recursos, sustenta que o termo inicial deva ser a data do laudo 
correspondente à perícia realizada no curso da ação. 
 
6)Sucumbência 
 
O INSS, quando perde nas ações acidentárias, costuma incluir, em seus recursos, a isenção na 
condenação em custas e honorários, sustentando-se, para tanto, no disposto pelo parágrafo único do art. 129 da 
Lei nº 8.213/91. 
 
 Relativamente aos ônus de sucumbência, há de se ter presente os conteúdos das Súmulas do STF de 
 8 
nºs 236 (Em acidente do trabalho, autarquia seguradora não tem isenção de custas) e 234 (São devidos 
honorários de advogado em ação de acidente do trabalho julgada procedente). 
Igualmente no caso é a Súmula nº 178 do STJ: O INSS não goza de isenção de custas e emolumentos, nas 
ações acidentárias e de benefícios propostas na Justiça Estadual. 
 
 Assim, tem-se decidido que o INSS deve responder pela integralidade da verba honorária, mas, quanto 
às custas, somente por 50%. A autarquia não pode escapar das custas processuais prevista em lei federal. Isto 
porque não prevalece na justiça estadual o privilégio que gozam os órgãos federais na justiça federal, pois não 
pode a União instituir isenção de tributos da competência dos Estados (art. 115, III, CF). 
A legislação previdenciária tem o escopo de proteger o segurado, não o INSS. 
 
 Especificamente quanto aos honorários advocatícios, existe o enunciado da Súmula nº 111 do STJ: Os 
honorários advocatícios, nas ações previdenciárias, não incidem sobre prestações vincendas. Impõe-se esta 
observação porque em vários recursos já se reformou sentenças neste particular (ex.: Ap. nº 197078728, de 
01.10.98, Rel. Des. Luiz Lúcio Merg; Ap. nº 599102894, de 13.05.99, Rel. Des. Luiz Ary Vessini de Lima). 
 
7) Estabilidade provisória do acidentado 
O segurado que sofreu acidente de trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de 12 meses, a manutenção do 
seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente da 
percepção de auxílio-acidente. 
O segurado que sofreu acidente de trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de 12 meses, a manutenção do 
seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente da 
percepção de auxílio-acidente. 
 
RESUMO 
 
AUXÍLIO-ACIDENTE (artigo 86, da Lei 8.213/91): 
Cabimento: será devido, como indenização, ao segurado quando, após consolidação das lesões decorrentes 
de acidente de qualquer natureza, resultarem seqüelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho 
que habitualmente exercia. 
Beneficiários: apenas o segurado empregado, o trabalhador avulso e o segurado especial (art. 18, §1º, da Lei 
8.213/91). 
Carência: não há. 
Valor: 50% do salário de benefício. 
Outras informações: 
A) É o único benefício previdenciário exclusivamente indenizatório, sendo sucessor do antigo auxílio-
suplementar que já existiu anteriormente. 
B) O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença, 
independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado, vedada sua acumulação 
com qualquer aposentadoria. 
C) A perda da audição, em qualquer grau, somente proporcionará a concessão do auxílio-acidente, quando, 
além do reconhecimento de causalidade entre o trabalho e a doença, resultar, comprovadamente, na redução 
ou perda da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia. 
D) Antes da Lei 9.032/95, o valor era de 30%, 40% ou 60% do salário de benefício, a depender do grau da 
seqüela, entendendo o STJ ser cabível a revisão para mais ante a natureza indenizatória do auxílio-acidente 
(AgRg no REsp 1077546, de 25.11.2008, 6ª Turma e AgRg no REsp 981309, de 25.09.2008, 5ª Turma), apesar 
do entendimento análogo do STF sobre a impossibilidade de revisão pensão por morte, no RE 415.454 e 
416.827. 
 9 
GUIA DE ESTUDOS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO II ( 2º semestre de 2017) 
AUXÍLIO DOENÇA Profª Ms. Brígida 
Paiva 
 
1- BENEFÍCIOS INDENIZATÓRIOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os portadores dasíndrome de Talidomida (lei 7.070 de 20/12/1982, modificada pela lei 10.877 de 18/06 2004. 
 
Esse benefício pode ser acumulado com outro benefício previdenciário de qualquer regime jurídico, pois tem 
natureza indenizatória. 
Pode ser cumulado ainda com indenização por dano moral de acordo com a Lei 12.190/2010. 
A renda mensal será calculada de acordo com o grau de deformidade, mas nunca inferior a um salário mínimo. 
 
Se necessita de assistência permanente, poderá haver um adicional de 25%. 
Cessa com a morte do beneficiário, não se estendendo aos seus dependentes. 
As vítimas da Hemodiálise de Caruaru, pela contaminação de hepatite tóxica em fevereiro e março de 1996. 
 
Benefício destinado aos dependentes: conjuge, companheiro, descendente, ascendente e colaterais até 2º grau 
de vítima fatal de hepatite tóxica. 
Valor: um salário mínimo; 
Termo inicial: data do óbito da vítima; 
Termo final:com a morte do último beneficiário (dependente). 
 
Para alguns doutrinadores esse benefício é de caráter assistencial. 
Pensão às vítimas do acidente nuclear de Goiânia (Césio 137). 
Lei 9.425 de 24/12/1996 concedeu pensão vitalícia, a título de indenização especial. 
Não gera pensão por morte. 
O valor varia de acordo com o grau de incapacidade, exposição e contaminação. 
 
 
BENEFÍCIOS PRVEIDENCIÁRIOS: 
 
 
AUXÍLIO DOENÇA 
 
O auxílio doença tem sua origem na Alemanha, com Bismarck, sendo o primeiro benefício implantado naquele 
país. 
 
A Constituição de 1946 estabeleceu a instituição de benefício contra as consequências da doença. 
 
A Constituição de 1967 explicitava que a Previdência Social deveria proteger a pessoa no caso de doença. A EC 
1 de 1969, dispunha que a Previdência Social visava amparar os casos de doença. O art. 476 da CLT, que 
 10 
ainda tem sua redação original, reza que: “ Em caso se seguro-doença ou auxílio-enfermidade, o empregado 
é considerado em licença não remunerada, durante o prazo desse benefício. Eram empregadas as 
denominações seguro-doença e auxílio enfermidade, tanto que são encontradas nessa redação original do 476 
da CLT. 
 
Porém, a partir da vigência da Lei 3.807 a denominação usada passou a ser auxílio-doença. A Constituição de 
1988 mostra que os planos de previdência social, devem atender, mediante contribuição, cobertura de evento de 
doença. 
 
Assim, a doença está prevista no art. 201, I, da CRFB/88 como um evento que enseja uma cobertura 
previdenciária.O auxílio está ainda nos artigos: 59 a 63 da Lei 8.213/91 e nos artigos 71 a 80 do Decreto 
3.048/99. 
 
CONCEITO 
Auxílio-doença deve ser um benefício previdenciário, de curta duração e renovável a cada oportunidade em que 
o segurado dele necessite. É o benefício previdenciário de prazo indeterminado com revisão periódica 
determinada pelo médico do INSS. 
 
Auxílio-doença é o benefício previdenciário de prazo indeterminado com revisão periódica determinada pelo 
médico do INSS. Este só é devido ao segurado que se encontra incapacitado para o exercício de suas 
atividades habituais, por mais de 15 dias consecutivos, com possibilidade de recuperação. 
 
É um benefício devido ao segurado que, após cumprir a carência (quando for o caso) ficar incapacitado para o 
trabalho ou atividade habitual, por motivo de doença, nos casos de segurado(a) empregado(a) por mais de 15 
dias consecutivos, e para as demais categorias a partir da data do início da incapacidade. (Art. 59, Caput, Lei 
8.213/91) 
 
Havendo relação de emprego o contrato de trabalho fica suspenso. A empresa não tem obrigação de contar o 
tempo de serviço, e nem de pagar o salário à partir do 16º dia do afastamento. Só terá compromisso com os 
primeiros 15 dias. 
 
Nos primeiros 15 dias de afastamento da atividade por motivo de doença, caberá à empresa pagar o salário 
integral do empregado. Na relação de emprego, o contrato fica interrompido, tendo a empresa que contar os 
primeiros 15 dias de afastamento e pagar o salário correspondente. Se passar de 30 dias do afastamento para 
requerer, a data de concessão será à partir do requerimento, se for o caso. 
 
O artigo 59 não destigue entre incapacidade total ou parcial, mas apenas menciona: “ficar incapacitado”. 
Entretanto, se a incapacidade da pessoa for total, será concedido o benefício de aposentadoria por invalidez. 
 
INCAPACIDADE LABORAL 
O fato gerador do risco coberto é a incapacidade total e temporária, e não a doença em si. Esta é apenas um 
dos possíveis efeitos para a concessão de tal benefício. 
Assim, a incapacidade temporária não corresponde ao simples fato da doença existir. Esta doença deve causar 
a incapacidade laborativa. 
Para melhor compreensão, dizemos sinteticamente que o benefício será devido, somente, quando forem 
conjugados os seguintes fatores: 
 Incapacidade total do segurado; 
 Incapacidade para sua atividade laborativa habitual; 
 Incapacidade temporária, com possibilidade de recuperação; 
 Incapacidade perdurar por mais de 15 dias. 
 
“A incapacidade para o trabalho deve ser comprovada através de exame realizado pela perícia médica da 
Previdência Social”. 
 
O segurado que estiver recebendo Auxílio-Doença, independente de sua idade e sob pena de suspensão do 
benefício, está obrigado a submeter-se à perícia médica da Previdência Social. 
 
Essa necessidade de submissão a exame médico a cargo da Previdência Social é para verificar a permanência 
do fato gerador do benefício (incapacidade laborativa), já que o auxílio doença é um benefício de caráter 
provisório, mantido apenas enquanto o segurado estiver incapaz para o trabalho ou atividade habitual. 
 
 
NECESSIDADE DE PERÍCIA 
“A incapacidade para o trabalho deve ser comprovada através de exame realizado pela perícia médica da 
Previdência Social”. 
 11 
O segurado que estiver recebendo Auxílio-Doença, independente de sua idade e sob pena de suspensão do 
benefício, está obrigado a submeter-se à perícia médica da Previdência Social. 
Essa necessidade de submissão a exame médico a cargo da Previdência Social é para verificar a permanência 
do fato gerador do benefício (incapacidade laborativa), já que o auxílio doença é um benefício de caráter 
provisório, mantido apenas enquanto o segurado estiver incapaz para o trabalho ou atividade habitual. 
 
DEMAIS OBRIGAÇÕES DO BENEFICIÁRIO 
O segurado em gozo de auxílio-doença está obrigado, independentemente de sua idade e sob pena de 
suspensão do benefício, a submeter-se além da perícia médica do INSS, a processo de reabilitação por ela 
prescrito e custeado e a demais tratamentos dispensados gratuitamente, exceto o cirúrgico e transfusão de 
sangue que são facultativos. 
 
EXIGÊNCIAS CUMULATIVAS PARA RECEBIMENTO DESTE TIPO DE BENEFÍCIO 
 1. Parecer da Perícia Médica atestando a incapacidade física e/ou mental para o trabalho ou para 
atividades pessoais (Art. 59, Lei nº 8.213/91); 
 2. Comprovação da qualidade de segurado (Art.15 da Lei nº 8.213/91 e Art. 13 e 14 do Regulamento 
aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, e 
 3. Carência de no mínimo 12 contribuições mensais (Arts. 24 a 26 da Lei nº 8.213/91 e Arts. 26 a 30 
do Regulamento citado no item anterior). 
 
AUXÍLIO DOENÇA: CARÊNCIA 
 
A Concessão de coberturas previdenciárias prevista no plano de benefícios (Lei 8.213) estão submetidas às 
regras gerais e às regras específicas conforme art. 18. A carência deve ser analisada sob estes dois enfoques. 
 
Se o sistema previdenciário é contributivo, é justificável então um determinado período de carência para a 
obtenção de determinas prestações, bem como, a dispensa da carência em outras, em razão da necessidade de 
manutenção do equilíbrio financeiro e atuarial. 
 
A carência está então definida legalmente no art. 24 da lei 8.213 e no art. 26 do Decreto 3.048. 
 
A carência é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao 
benefício, considera à partirdo transcurso do primeiro dia dos meses de sua competências. 
 
Ex: se o segurado paga a contribuição de competência do mês de julho em agosto, conta-se o período de 
carência à partir de 1º de julho. 
Os prazos de carência estão arrolados no art. 25 da Lei 8.213. No art. 26 da Lei 8.213 e art. 30 do Decreto 3.048 
estão as exceções ao cumprimento de carência. 
 
O art. 25, inc. I, da Lei 8.213/91 exige o cumprimento de 12 meses de contribuições para fins de carência para 
a concessão do Auxílio-doença. Mas, se a incapacidade temporária para o trabalho for decorrente de acidente 
de qualquer natureza ou causa de doença profissional ou do trabalho, ou ainda nos casos de segurado que, 
após filiar-se ao RGPS, for acometido de algumas das doenças e afecções especificadas na Portaria MPAS/MS 
2.998/01 – MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL/ MINISTÉRIO DA SAÚDE - não se exige 
cumprimento do período de carência. (Art 26, inc II – Lei 8.213/91). 
A lista de doenças do art. 26, II deve obedecer aos critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência, ou 
outro fator que lhes de especificidade e gravidade que exijam tratamento particularizado. 
 
 
LISTA DE DOENÇAS PARA CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA SEM CARÊNCIA 
 
Independem de carência a concessão de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez ao segurado que, após 
filiar-se ao for acometido das seguintes doenças: 
 (a) Tuberculose ativa; 
 (b) Hanseníase (lepra); 
 (c) Alienação mental (loucura); 
 (d) Neoplasia maligna (câncer); 
 (e) Cegueira; 
 (f) Paralisia irreversível e incapacitante; 
 (g) Cardiopatia grave (doença grave do coração); 
 (h) Doença de Parkinson (doença nervosa caracterizada por tremores e rigidez facial); 
 (i) Espondiloartrose anquilosante (artrose aguda nas vértebras); 
 (j) Nefropatia grave (mau funcionamento ou insuficiência dos rins); 
 (k) Estado avançado da doença de Paget (inflamação que deforma os ossos); 
 (l) Síndrome da deficiência imunológica adquirida – AIDS; 
 12 
 (m) Contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada; e 
 (n) Hepatopatia grave (mau funcionamento ou insuficiência do fígado). 
 
O art. 151, traz algumas das doenças que devem compor a lista, além de outras que poderão ser acrescidas a 
cada três anos. 
 
Independe também de carência para a concessão do auxílio-doença para os segurados especiais (pescador 
artesanal, marisqueiro, arrendatário rural, extrativista vegetal, etc) desde que comprovem o exercício de 
atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do 
benefício, por pelo menos 12 meses. 
 
Dicas importantes: 
 
Os primeiros quinze dias de afastamento por doença, serão pagos pelo empregador, sendo que o empregado 
receberá de forma integral. 
 
Do 16º dia em diante, o benefício será pago pelo INSS, porém a renda mensal corresponderá a 91% do salário 
de benefício, não podendo ser inferior a um salário mínimo, nem superior ao limite previsto, que atualmente é o 
salário de contribuição no valor de R$ 4.390,24 conforme a portaria interministerial de 13 de janeiro de 2014. 
 
Exceção da qualidade de segurado 
 
Período de graça; 
Excepcionalmente ainda, quando o indivíduo não ostenta mais a qualidade de segurado, desde que a perda 
dessa condição estiver ligada a própria doença incapacitante (Súmula 26 da AGU). 
 Ex: Sara trabalhou de 2001 até 2006. 
 Em 2006 Sara adoece e se torna incapaz para o trabalho; 
 Sara para de trabalhar e de contribuir e por desconhecimento, não requer o auxílio doença; 
 Em 2012 ainda com a mesma doença que adquiriu em 2006 vai requerer o auxílio-doença; 
 O benefício deverá ser concedido. (Súmula 26 AGU) 
 
 
 
 
CASO DE PREEXISTÊNCIA 
Porém, quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença, poderá 
haver o pagamento do benefício. 
 
PERÍODO INFERIOR A 15 DIAS 
Se a incapacidade do segurado é por período inferior ou igual a quinze dias, não há direito à concessão de 
auxílio doença. 
Presume a lei que essa incapacidade em período igual ou inferior a quinze dias não chega a comprometer a 
subsistência do segurado, não sendo caso de proteção previdenciária. 
 13 
Quem paga a remuneração do(a) empregado(a), nos primeiros quinze dias do afastamento por doença ? A 
empresa 
 
ATENÇÃO: Em se tratando de segurado empregado doméstico, contribuinte individual, especial ou facultativo, o 
benefício será pago pelo INSS a partir do primeiro dia de incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz. 
 
EXERCÍCIO DE DUAS ATIVIDADES 
Ex: Resfriado que causou inflamação nas cordas vocais. Se eu exerço duas profissões, a de advogado e a de 
professor. Como professor, posso receber tal benefício, mas como advogado pode ser que não receba, pois 
poderei ficar no meu escritório, peticionando. 
Assim, se a incapacidade laborativa por mais de quinze dias é para apenas uma das atividades, o benefício 
auxílio-doença será concedido e calculado somente me relação a essa atividade, no qual está incapacitado e 
será considerado para efeito de carência somente as contribuições relativas a essa atividade. (Art. 73 do 
Decreto 3.048/99) 
Quando o segurado que exerce mais de uma atividade, se incapacitar definitivamente para uma de suas 
atividades, deverá o auxílio-doença ser mantido indefinidamente, não cabendo sua transformação em 
aposentadoria por invalidez, enquanto essa incapacidade não se estender às demais atividades. (Art. 74 do 
Decreto 3.048/99) 
 
DOENÇA PROFISSIONAL x DOENÇA DO TRABALHO 
A doença profissional ou ocupacional é aquela decorrente de exposição a substâncias ou condições perigosas 
inerentes a processos e atividades profissionais ou ocupacionais. 
 
É então produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar à determinada atividade e constante da 
respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e o da Previdência Social (no decreto 
regulamentar 06 de 2001 - (NR-18). 
 
 Não é necessário comprovar o nexo causal entre a doença e o trabalho realizado. 
 Ex: Saturnismo (intoxicação provocada pelo chumbo) e Silicose (sílica), etc. 
 
Já doenças do trabalho, também são relacionadas a exercício da atividade profissional, porém, como não estão 
regulamentadas, cabe a comprovação de que realmente foram ocasionadas pelo trabalho em face de condições 
inadequadas. 
 
É então aquela doença adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é 
realizado e com ele se relacione diretamente. 
Ex: stress, disacusia (surdez) em trabalho realizado em local extremamente ruidoso, dores de coluna em 
motorista que trabalha em condições inadequadas. 
Assim, uma abestose em um mineiro será sempre caracterizada como doença profissional, dando ao 
trabalhador os seus direitos legais. Já um trabalhador com stress terá que provar que sua doença foi originária 
do seu trabalho. 
 
Ressalte-se que ambas são aplicadas aos casos de auxílio-acidente e aposentadoria por invalidez. 
 
Porém, a doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao RGPS não lhe conferirá direito ao 
auxílio-doença, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa 
doença. 
 
Se a incapacidade do segurado é por período inferior ou igual a quinze dias, não há direito à concessão de 
auxílio doença. Presume a lei que essa incapacidade em período igual ou inferior a quinze dias não chega a 
comprometer a subsistência do segurado, não sendo caso de proteção previdenciária. 
 
INCAPACIDADE DEFINITIVA, MAS NÃO SUBSTANCIAL 
 É definitiva a incapacidade porque não tem previsão de recuperação. 
 Não é substancial, porque não incapacita para o exercício de toda e qualquer atividade que lhe garanta 
a subsistência. 
 Diante dessa incapacidade definitiva para uma das atividades e em face da capacidade de exercer 
outrasatividades, mantém-se indefinidamente o auxílio-doença em ralação à atividade para qual há a 
incapacitação. 
 
VALOR DO AUXÍLIO-DOENÇA PARA O(A) SEGURADO(A) 
 Será de 91% do salário-de-benefício. 
 Nota: Estas regras também se aplicam ao Auxílio-Doença Acidentário. 
 14 
 Para o segurado especial que não tenha optado por contribuir facultativamente sobre o salário de 
contribuição, na forma do art. 25 § 1º da Lei 8.212/91, o valor do auxílio-doença será de um salário 
mínimo. 
 Art. 39 da Lei 8.213/99. 
 
O QUE É SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO? 
Para os inscritos até 28/11/99 - o salário-de-benefício corresponderá à média aritmética simples dos 80% 
maiores salários-de-contribuição, corrigidos monetariamente, a partir do mês 07/94. 
Para os inscritos a partir de 29/11/99 - o salário-de-benefício corresponderá à média aritmética simples dos 
maiores salários-de-contribuição, corrigidos monetariamente, correspondentes a 80% de todo o período 
contributivo. 
Nota: Estas regras também se aplicam ao Auxílio-Doença Acidentário. 
 
SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO: EXCEÇÃO 
O art. 73, § 4º do Decreto 3.048/99, prevê a possibilidade de pagamento de auxílio-doença em valor inferior ao 
salário mínimo na hipótese do segurado exercer mais de uma atividade e o benefício for concedido somente me 
relação a uma delas, o valor do auxílio-doença poderá ser inferior, desde que somado às demais remunerações 
recebidas, resultar valor superior a este. 
 
É PERMITIDO ACUMULAR OS BENEFÍCIOS DE AUXÍLIO-DOENÇA COM AUXÍLIO-ACIDENTE? 
Sim, nos casos em que a nova incapacidade for consequência de outro acidente. 
Se o requerente estiver trabalhando em mais de uma empresa, o Auxílio-Doença deve ser requerido nas 
Agências da Previdência Social. 
No caso de Auxílio-Doença Acidentário de segurado(a) empregado(a), a empresa deverá comunicar o acidente 
a Previdência Social, através do módulo Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT. 
 
QUANDO ESSE BENEFÍCIO DEIXA DE SER PAGO? 
 Quando o segurado recupera a capacidade para o trabalho; 
 Quando esse benefício se transforma em aposentadoria por invalidez, aposentadoria por idade; 
 Quando o segurado solicita alta médica e tem a concordância da perícia médica da Previdência Social. 
 Quando o segurado volta voluntariamente ao trabalho. 
 Quando o segurado vier a falecer; 
 
Nota: Estas regras também se aplicam ao Auxílio-Doença Acidentário. 
 
QUAIS OS DOCUMENTOS EXIGIDOS PARA A CONCESSÃO DO AUXÍLIO-DOENÇA ? 
-Documento de identificação do segurado (carteira de identidade, carteira de trabalho ou outro qualquer); 
-Procuração se for o caso; 
-Cadastro de Pessoa Física (CPF)- obrigatório .; 
-Carteira de trabalho ou outro documento que comprove o exercício de atividade anterior a julho/94; 
-PIS/PASEP; 
-Requerimento de benefício por incapacidade, preenchido pela empresa, com as informações referentes ao 
afastamento do trabalho e de dependentes para fins de salário família, somente para empregado. 
 
REQUERIMENTO DE AUXÍLIO DOENÇA 
Você pode requerer o auxílio-doença e escolher a Agência da Previdência Social onde deverá comparecer para 
fazer a avaliação médico-pericial. 
 
Para efetuar o requerimento você deve informar: 
-NIT - Número de Identificação do Trabalhador (PIS/PASEP/CICI),- 
-Nome completo do(a) requerente, nome completo da mãe e data do nascimento; 
-Indicar a categoria do trabalhador, se contribuinte individual, facultativo, trabalhador avulso, segurado especial 
(trabalhador rural), empregado(a) doméstico(a), empregado(a) e desempregado(a); 
-Data do último dia de trabalho no caso do (a) empregado(a), CID constante do atestado médico que gerou o 
afastamento e CNPJ da Empresa; 
-CPF e Nome do Empregador no caso de Empregado(a) Doméstico(a). 
 
Atenção: verifique se o endereço que consta em nosso banco de dados está correto. Caso contrário, ligue para 
a Central 135 e atualize seu cadastro antes de requerer seu benefício, pois toda documentação será enviada no 
endereço cadastral que consta em nosso banco de dados. 
 
CARÊNCIA 
Sem exigência de contribuições para os segurados especiais, desde que comprovem o exercício de atividade 
rural no período de doze meses imediatamente anteriores à data de início da incapacidade. 
 
 15 
 13º SALÁRIO 
 O 13º salário é devido integralmente ao empregado afastado sendo responsável pelo pagamento, a empresa, 
referente ao período trabalhado incluindo os 15 (quinze) dias e a Previdência Social, referente ao período de 
afastamento. 
 
FÉRIAS 
 O empregado que se afastar por auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses no decorrer do período aquisitivo, 
perderá o direito à estas férias, iniciando novo período aquisitivo quando da data de retorno ao trabalho. 
 
Se o segurado, ao se inscrever na Previdência Social, tiver alguma doença ou lesão, terá direito ao 
auxílio-doença em decorrência dessa doença ou lesão? 
Não. Entretanto, se houver agravamento dessa doença ou lesão em decorrência do trabalho realizado, o 
segurado terá direito ao auxílio-doença. 
 
A partir de quando é devido o auxílio-doença ? 
A contar do 16o dia do afastamento da atividade, para o segurado empregado, exceto o doméstico; 
A contar da data de início da incapacidade, para os demais segurados; 
A contar da data de entrada do requerimento, quando requerido após o 30o dia do afastamento da atividade, 
para todos os segurados. 
 
SEQUELAS 
Ficando alguma seqüela decorrente de acidente de qualquer natureza ou causa, que reduza a capacidade para 
o trabalho que o segurado exercia habitualmente, o auxílio-doença é transformado em auxílio-acidente. Esta 
hipótese somente se aplica ao segurado empregado, exceto o doméstico, ao trabalhador avulso, ao segurado 
especial e ao médico-residente. 
 
 
 
AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO 
 
Benefício pago ao empregado que ficar incapacitado para exercer sua profissão, em decorrência de acidente de 
trabalho ocorrido dentro da empresa ou nos trajetos trabalho-residência, residência-trabalho e viagem a serviço. 
O benefício será pago a partir do 16º dia do acidente. 
 
Como Obter: 
No primeiro dia de afastamento, o empregado ou um familiar (no caso do empregado estar impossibilitado de 
comparecer) deverá comunicar sua ausência à chefia e dirigir-se ao Serviço Social para registrar o acidente, 
munido dos seguintes dados: 
 
-Data, hora e local do acidente; 
-Endereço, telefone e CEP residencial; 
-Estado civil; 
 16 
-Número e data de emissão da carteira de identidade; 
-Número e data de emissão da última carteira de trabalho; 
-Número do PIS / PASEP; 
-Profissão ou Código Brasileiro de Ocupação (CBO); 
-Atestado Médico do local onde foi realizado o atendimento, constando os seguintes itens: 
- Unidade de atendimento; 
- Data e hora do atendimento; 
- Duração do tratamento; 
- Código Internacional de Doenças (CID); 
- Descrição da natureza da lesão e da parte do corpo atingida; e 
- CRM do médico que prestou o atendimento. 
 
No 16º dia de afastamento, o empregado deverá comparecer ao Posto do INSS mais próximo de sua residência 
para requerer o benefício, apresentando os seguintes documentos: 
 
Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT (3 vias); 
Todas as carteiras de trabalho; 
CPF / CIC (original e cópia); 
Relação e discriminação dos salários de contribuição apurados nos últimos 12 meses (2 vias); 
Atestado médico; e 
Comprovante de residência (conta de luz ou telefone) 
Importante: Enquanto estiver oficialmente afastado, o empregado não poderá voltar ao trabalho. 
 
AUXÍLIO RECLUSÃO - DIREITO PREVIDENCIÁRIO ( 2º semestre de 2017) 
 Profª Ms. Brígida Paiva 
O Auxílio-reclusão 
A relação jurídica entre os dependentes e a Previdência Social (INSS) só se forma quando o segurado já não 
tem direito a nenhumacobertura previdenciária. 
 
Só entram em cena os dependentes quando sai de cena o segurado. E isso acontece apenas em 2 situações: 
na morte ou no recolhimento à prisão. 
 
Ocorrendo um desses eventos, a proteção social previdenciária é dada aos que dependiam economicamente 
do segurado e que, com sua morte ou prisão, se vêm desprovidos de seu sustento. 
 
Quem são os dependentes? 
De acordo com o artigo 16, da Lei nº 8.213/91, “são beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na 
condição de dependentes do segurado as seguintes pessoas abaixo descritas e separadas por classe”. 
 
Classe 1: 
· Cônjuge: 
a) casado civilmente 
b) em união estável 
c) em união homo afetiva 
d) cônjuge separado de fato (que não convivam juntos, mas que não formalizaram a separação ou divórcio). 
· Filho não emancipado, até 21 anos de idade, 
· Filho inválido ou deficiente mental ou intelectual, de qualquer idade 
· Equiparados a filhos, que são o enteado e o menor tutelado. 
 
Classe 2 
· Pai e mãe 
 
Classe 3 
· Irmão não emancipado, de qualquer condição, até de 21 anos de idade; 
· Irmão inválido, deficiente mental ou intelectual de qualquer idade. 
 
 17 
Na classe 1 há uma dispensa de comprovação de dependência econômica, a lei presume a dependência 
econômica de determinados dependentes nesta classe. É uma presunção denominada “pro dependente”. 
 
Porém, no caso do enteado, do menor tutelado e do cônjuge separado de fato, estes precisam comprovar 
dependência econômica em relação ao segurado. 
 
 
Vale ressaltar que, se houver dependentes na classe 1, as pessoas das demais classes não terão direito ao 
benefício. Ou seja, dependentes da classe 1 exclui os dependentes da classe 2 e 3. Ou, se não houver 
dependentes na classe 1 e houver na classe 2, os dependentes da classe 3 não farão jus ao auxílio. 
 
Importante ressaltar que, a habilitação posterior de outro possível dependente que importe na exclusão ou 
inclusão de dependentes somente produzirá efeito a contar da data da habilitação. 
Justificando o Benefício 
O sistema previdenciário brasileiro (responsável pelos benefícios decorrentes de risco social, dentre os quais se 
elencam todas as aposentadorias, auxílio-doença, pensão por acidente do trabalho, além do próprio auxílio-
reclusão) é financiado pelas empresas, pelos empregados e pelo Estado, pois o legislador constituinte atribuiu à 
sociedade em geral o financiamento da seguridade social, conforme previsto no artigo 195 da Constituição 
Federal. 
 
O benefício é pago com orçamento da Previdência Social, que é obtido através das contribuições dos 
filiados ao INSS. Ou seja, quem paga o auxílio-reclusão são os contribuintes do INSS e não todos os 
brasileiros, através de tributos. 
 
Além disso, o valor do auxílio-reclusão varia de acordo com as contribuições de cada segurado, o que implica 
dizer que somente os familiares de pessoa presa que tenha contribuído para a Previdência Social (seja por ter 
carteira assinada ou por ter contribuído como autônomo) terão direito a receber o auxílio. 
 
Portanto, trata-se de pagamento de benefício para o qual o preso contribuiu com seu trabalho enquanto 
se encontrava em liberdade, não havendo que se falar em contribuinte não preso sustentando 
“vagabundo não contribuinte”. 
 
Auxílio-reclusão é um benefício devido apenas aos dependentes do segurado do INSS (ou seja, que contribui 
regularmente) preso em regime fechado ou semiaberto, durante o período de reclusão ou detenção. 
 
O princípio condutor é o da proteção à família já que, estando o segurado recluso e impedido de trabalhar, a 
família não pode também ser punida deixando de receber o benefício para o qual contribuiu a pessoa que se 
encontra momentaneamente encarcerada. 
 
Esse benefício foi instituído pela Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 e pelo Decreto nº 3.048, de 06 de maio 
de 1999. 
 
Desde 1º de janeiro de 2016, para que os dependentes tenham direito ao auxílio reclusão, é necessário que o 
último salário recebido pelo segurado esteja dentro do limite máximo previsto pela legislação (atualmente, R$ 
1.212,64), independente de número de contratos e atividades exercidas. Caso o último salário do segurado 
esteja acima deste valor, não há direito ao benefício. Assim, o benefício é exclusivo para segurados de baixa 
renda. 
 
A regra é válida igualmente para os segurados individuais avulsos, facultativos, empregados domésticos e 
professor. Em cada caso, o segurado, através de seus dependentes, deverá fazer prova de que é contribuinte 
da Previdência Social. 
Se o segurado, embora mantendo essa qualidade, não estiver em atividade no mês da reclusão, ou nos meses 
anteriores, será considerado como remuneração o seu último salário de contribuição. 
Fundamentação: "caput" e inciso IV do art. 201 da Constituição Federal de 1988; arts. 1º e 2º do Decreto nº 
8.618/2015; art. 381 da Instrução Normativa INSS nº 77/2015; art. 3º, inciso I e art. 5º da Portaria Interministerial 
MF/MPS nº 1/2016. 
 
Perda da qualidade de segurado 
 18 
Não é devida a concessão de auxílio-reclusão quando o recolhimento à prisão ocorrer após a perda da 
qualidade de segurado. 
Cabe a concessão do auxílio-reclusão aos dependentes mesmo que o fato gerador tenha ocorrido após a perda 
qualidade de segurado, desde que fique reconhecido o direito a auxílio-doença que garanta a qualidade de 
segurado na data da reclusão, o qual deve ser verificado por meio de parecer médico-pericial do Instituto 
Nacional do Seguro Social (INSS). 
Neste contexto, o parecer médico-pericial deve ser fundamentado em atestados ou relatórios médicos, exames 
complementares, prontuários ou outros documentos equivalentes, referentes ao segurado, que confirmem a 
existência de incapacidade permanente ou temporária. 
Fundamentação: art. 392 da Instrução Normativa INSS nº 77/2015. 
Segurados menores 
Equipara-se à condição de recolhido à prisão, a situação do maior de 16 (dezesseis) e menor de 18 (dezoito) 
anos de idade que se encontre internado em estabelecimento educacional ou congênere, sob custódia do 
Juizado da Infância e da Juventude. 
- a partir de 16 de dezembro de 1998, data da vigência da Emenda Constitucional nº 20, de 1998, 16 (dezesseis) 
anos, exceto para menor aprendiz, que é de 14 (quatorze) anos, por força do art. 1º da referida Emenda que 
alterou o inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal de 1988 
Fundamentação: art. 7º da Constituição Federal de 1988; art. 7º, § 1º, "caput" e § 2º do art. 381 Instrução 
Normativa INSS nº 77/2015. 
Carência 
A concessão do auxílio-reclusão ao dependente ou conjunto de dependentes do segurado recluso independe do 
cumprimento de carência. Entretanto, exige-se que o recolhimento à prisão tenha ocorrido enquanto o segurado 
mantiver a qualidade de segurado. 
Fundamentação: arts. 15 e 24 da Lei nº 8.213/1991; "caput" e inciso I do art. 30 do Decreto nº 3.048/1999. 
Valor do benefício 
O valor mensal do auxílio-reclusão é de 100% (cem por cento) do valor da aposentadoria que o segurado 
recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento. 
Para os segurados especiais é garantida a concessão de auxílio-reclusão no valor de um salário mínimo. 
Desde 1º de janeiro de 2016 o auxílio-reclusão não pode ser inferior a R$ 880,00 (oitocentos e oitenta reais 
Fundamentação: "caput", §§ 2º e 3º do art. 39 do Decreto nº 3.048/1999; art 1º e 2º do Decreto nº 
8.618/2015; Portaria Interministerial MF/MPS nº 1/2016. 
Principais requisitos 
Em relação ao segurado recluso: 
- Possuir qualidade de segurado na data da prisão; 
- Estar recluso em regime fechado ou semiaberto; 
- Possuir o último salário-de-contribuição abaixo do valor previsto na legislação, conforme a época da prisão, 
que atualmente é de R$ 1.212,64 
 
 19 
Emrelação aos dependentes: 
Para cônjuge ou companheira: 
comprovar casamento ou união estável anteriores a data em que o segurado foi preso; 
 
Para filho, pessoa a ele equiparada ou irmão (desde que comprove a dependência), de ambos os 
sexos: possuir menos de 21 anos de idade, salvo se for inválido ou com deficiência; 
Documentos necessários: 
- Declaração expedida pela autoridade carcerária, informando a data da prisão e o regime carcerário do 
segurado recluso (secretaria criminal) 
- Documento de identificação do requerente. O documento deve ser válido, oficial, legível e com foto; 
- Documento de identificação do segurado recluso. O documento deve ser válido, oficial, legível e com foto; (não 
será preciso se a certidão criminal estiver completa e com os dados corretos.) 
- Número do CPF do requerente; 
- Verificar necessidade de documentos para comprovação de dependência, se for para dependentes de 2 ou 3ª 
classe, ou tutelado ou enteado. 
- Documentos para comprovação de tempo de contribuição, já que desde 2015 existe a carência de dois anos a 
ser verificada. 
 
Cessação do benefício 
 
O auxílio-reclusão cessa: 
 
a) com a extinção da última cota individual; 
b) se o segurado, ainda que privado de sua liberdade ou recluso, passar a receber aposentadoria; 
c) pelo óbito do segurado ou beneficiário; 
d) na data da soltura; 
e) pela ocorrência de qualquer das seguintes situações, no caso de filho ou equiparado ou irmão, de ambos os 
sexos: 
 
e.1) completar 21 (vinte e um) anos de idade; 
e.2) casamento; 
e.3) início do exercício de emprego público efetivo; 
e.4) constituição de estabelecimento civil ou comercial ou da existência de relação de emprego, desde que, em 
função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria; 
e.5) da concessão de emancipação, pelos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, 
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 16 
(dezesseis) anos completos. 
f) em se tratando de dependente inválido, pela cessação da invalidez, verificada em exame médico pericial a 
cargo do INSS; 
g) pela adoção, para o filho adotado que receba auxílio-reclusão dos pais biológicos, exceto quando o cônjuge 
ou o companheiro(a) adota o filho do outro. 
h) pela fuga do recluso; 
i) quando o segurado deixar a prisão por livramento condicional ou por cumprimento da pena em regime aberto. 
 
Nas hipóteses dos itens "h" e "i", o benefício não poderá ser reativado, caracterizando-se a nova captura ou 
regressão de regime como novo fato gerador para requerimento de benefício. 
 
Fundamentação: arts. 131, III e 394 da Instrução Normativa INSS nº 77/2015. 
 
Suspensão do benefício 
Os pagamentos do auxílio-reclusão serão suspensos: 
 
 20 
a) na hipótese da opção pelo auxílio-doença; 
c) se o dependente deixar de apresentar atestado trimestral, firmado pela autoridade competente, para prova de 
que o segurado permanece recolhido à prisão; 
d) se o segurado recluso possuir, mesmo que nesta condição, vínculo empregatício de trabalho empregado, 
doméstico ou avulso. 
Nas hipóteses das linhas "a" e "c", o benefício será restabelecido, respectivamente, no dia seguinte à cessação 
do auxílio-doença ou no dia posterior ao encerramento do vínculo empregatício. 
 
Se houver exercício de atividade dentro do período de fuga, livramento condicional, cumprimento de pena em 
regime aberto ou prisão albergue, este será considerado para verificação de manutenção da qualidade de 
segurado. 
 
Fundamentação: "caput", §§ 2º e 3º do art. 117 do Decreto nº 3.048/1999; art. 395 da Instrução Normativa INSS 
nº 77/2015. 
 
Para o cônjuge inválido ou com deficiência: 
- O benefício será devido enquanto durar a deficiência ou invalidez,. 
Para os filhos, equiparados ou irmãos do segurado recluso (desde que comprovem o direito): 
- O benefício é devido até os 21 (vinte e um) anos de idade, salvo em caso de invalidez ou deficiência. 
 
Outras informações 
- Se a declaração carcerária apresentada no requerimento do benefício permitir a identificação plena do 
segurado recluso, não é necessária a apresentação dos documentos de identificação do recluso. Entretanto, se 
for necessário o acerto de dados cadastrais do recluso, se faz necessária a apresentação do documento de 
identificação. 
- A cada três meses deverá ser apresentada nova declaração de cárcere, emitida pela unidade prisional. 
- Equipara-se à condição de recolhido à prisão a situação do segurado com idade entre 16 e 18 anos que tenha 
sido internado em estabelecimento educacional ou congênere, sob custódia do Juizado de Infância e da 
Juventude. 
- Assim que o segurado recluso for posto em liberdade, o dependente ou responsável deverá apresentar 
imediatamente o alvará de soltura, para que não ocorra recebimento indevido do benefício. 
- Em caso de fuga, liberdade condicional, transferência para prisão albergue ou cumprimento da pena em 
regime aberto, o dependente ou responsável também deverá procurar a Agência do INSS para solicitar o 
encerramento imediata do benefício e, no caso de nova prisão posterior, deverá requerer um novo benefício, 
mesmo nos casos de fuga com posterior recaptura. 
- O Auxílio-reclusão será devido a contar da data do efetivo recolhimento do segurado à prisão, se requerido até 
trinta dias depois desta, ou da data do requerimento, se posterior. 
- Em caso de morte do segurado na cadeia, o Auxílio-reclusão é convertido para pensão. 
- A cota do Auxílio-reclusão será dividida em partes iguais a todos os dependentes habilitados. 
Casamento durante recolhimento do segurado à prisão: e a realização do casamento ou constituição de 
união estável ocorrer durante o recolhimento do segurado à prisão, o auxílio-reclusão não será devido, 
considerando a dependência superveniente ao fato gerador. 
 21 
Fundamentação: art. 388 da Instrução Normativa INSS nº 77/2015. 
 
Preconceito e desinformação 
 
De tempos em tempos, circulam nas redes sociais mensagens sarcásticas e revoltosas a respeito do que os 
remetentes chamam de “bolsa-bandido”. Referem-se, na verdade, a esse benefício previdenciário chamado 
auxílio-reclusão. 
 
Há uma grande disseminação de informações incorretas e preconceituosas a respeito desse benefício, a 
exemplo da Proposta de Emenda Constitucional 304, proposta em 2013, que tem por objetivo extinguir o 
auxílio-reclusão, convertendo-o em benefício das vítimas de crimes. 
 
Segundo a justificativa da PEC, o pagamento do benefício aos familiares de presos seria uma política 
assistencialista e demagógica, e ainda incentivadora da prática de crimes para obtenção do pagamento. 
 
A ideia, cheia de incorreções, vem sendo fomentada, reproduzida e perpetuada, fortalecendo preconceitos tão 
inúteis quanto prejudiciais a efetivas transformações sociais. 
 
PENSÃO POR MORTE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO ( 2º SEMESTRE 2017) 
 
Base legal: 
A pensão por morte é um benefício que encontra respaldo nos: 
- artigos 201, I e V da CRFB/88 e 
- artigos 74 a 79 da Lei 8.213/91 e 
- artigos 105 a 115 do Decreto 3.048/99. 
 
Ela é um benefício exclusivo do dependente do segurado que sofre desfalque econômico por ocasião do óbito 
do segurado, visto que os dependentes necessitam de meios de subsistência, que possam substituir os salários 
do segurado falecido. 
 
Requisitos legais para concessão: 
- qualidade de dependente; 
- óbito do segurado; 
- qualidade de segurado do de cujos, que é o segurado instituidor. 
 
 
Atenção: 
A pensão por morte não dependia de carência até a MP 664/2015. 
Assim, antes dela, ainda que o segurado viesse a falecer no primeiro dia de trabalho, seria devida a concessão 
do benefício. 
 
Dentre as mudanças que atingiram os benefícios previdenciários no corrente ano, semdúvida nenhuma 
a pensão por morte foi alvo das mudanças mais profundas e que merecem total atenção e estudo, pois afeta a 
muita gente. 
 
Com certeza uma das mudanças mais sentidas estão relacionadas à carência. 
 
Além de inclusão de carência, que antes dispensada, as novas regras ainda incluíram pensionamento 
temporário e inclusão de tempo mínimo de união/casamento para gerar direito à pensão. 
 
Pela lei a carência foi criada apenas para o dependente cônjuge/companheiro(a), não atingindo os 
filhos. Assim, a carência de 18 meses de contribuição está prevista no art. 77, pp2.o V, b, da Lei 8.213/91: 
 
Art.77. …………………………………………………………………………………………………………………………
…… 
2o O direito à percepção de cada cota individual cessará: 
V – para cônjuge ou companheiro: 
… 
b) em 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais 
ou se o casamento ou a união estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes do óbito do 
segurado; 
 22 
 
Dessa forma, o artigo cita e seu incisos programaram 2 tipos de carência, a de contribuições do segurado 
(18 meses) e a do Casamento/União (24 meses). 
 
A justificativa para as alterações é evitar fraudes em casamentos arranjados e outros golpes, mas na verdade 
estamos assistindo a implosão de um pilar básico da Previdência, qual seja a imprevisibilidade e a cobertura 
social para a morte do segurado. 
 
Ao invés de melhor fiscalizar, nos casos objetivos de pouco tempo de casamento/união, presume-se fraude e 
nega-se a cobertura. 
 
E para não parecer “drástica” demais, a nova norma prevê que quando não forem preenchidas as carências da 
alínea “b”, receberá o(a) pensionista somente o valor de 4 pensões, ou seja, uma espécie de “esmola”. 
 
A exceção para dispensar as duas carências: as das contribuições e/ou a do tempo de casamento é em 
caso de cônjuge inválido ou com deficiência (art. 77, V, a) e para mortes originárias de acidente de 
qualquer natureza ou de doença profissional ou do trabalho (art. 77, §2.º-A) Nesses casos não há 
carência. 
 
Outra observação importante: 
 
Há a possibilidade de cômputo para carência de contribuições vertidas em Regimes Próprios de Previdência 
(RPPS), a serem somados com as do RGPS. 
 
 
Nem todas as pessoas que falecem geram pensão por morte! 
 
Em regra, apenas o segurado da Previdência Social pode instituir o benefício. 
 
O art. 102 da Lei 8.213 diz que a perda da qualidade de segurado implica na caducidade dos direitos inerentes a 
essa qualidade. 
 
Quem ostenta a qualidade de segurado é quem está contribuindo ou está em período de graça – art. 15 da 
Lei 8.213. 
 
Exceção: 
Admite-se em caráter de exceção que a pensão por morte seja concedida mesmo quando o de cujus não 
ostenta mais a qualidade de segurado. 
Súmula 416 do STJ e art. 102 § 2º da Lei 8.213. 
 
*Se o óbito ocorrer após a perda da qualidade de segurado, os dependentes 
terão direito a pensão desde que o trabalhador tenha cumprido, até o dia da morte, os requisitos para obtenção 
de aposentadoria pela Previdência Social, ou que fique reconhecido o direito à aposentadoria por invalidez para 
o segurado falecido, dentro do período de manutenção da qualidade do segurado. 
 
Exemplo 1 
- José possui tempo de contribuição desde 1973 até 2008. 
- Em 2008 parou de contribuir. 
- José morreu em 2012. 
- Seus dependentes tem direito a pensão por morte? 
 
Como José parou de contribuir em 2008, à época do óbito em 2012, ele não mais ostentava a qualidade de 
segurado, já que o período de graça atinge no máximo 36 meses. 
Mas, mesmo assim, a pensão deverá ser concedida, pois embora ele tenha pedido a qualidade de segurado, 
José preencheu todos os requisitos do benefício da Aposentadoria por Tempo de contribuição que são 35 anos 
de contribuição e 180 meses de carência. 
 
No caso da Aposentadoria por invalidez, a incapacidade deverá ser verificada por meio de parecer da perícia 
médica do INSS com base em atestados ou relatórios médicos, exames complementares, prontuários ou 
documentos equivalentes existentes à época da vida do segurado. Mesmo postumamente poderá se pedir 
perícia, se houver laudos e exames da época. 
 
Súmula 52 do TNU – Turma Nacional de Uniformização: Para fins de concessão de Pensão por Morte, é 
incabível a regularização do recolhimento de contribuições de segurado contribuinte individual posteriormente ao 
seu óbito, exceto quando as contribuições devam ser arrecadadas por empresa tomadora de serviço. 
 23 
 
Quando o CI – Contribuinte Individual exerce atividade por conta própria, ele é responsável pelo recolhimento da 
própria contribuição. Assim, se na época do seu óbito ele estiver inadimplente, não será possível a regularização 
do débito pelos dependentes, sob pena de incentivo à sonegação fiscal das contribuições. 
 
Mas, situação diversa ocorre quando o CI presta serviço para uma pessoa jurídica. Nesse, caso a 
responsabilidade pelo recolhimento da contribuição recai sobre a empresa tomadora de serviço – Lei 10.666. 
Nesse caso seria injusto que o segurado e seus dependentes ficassem prejudicados pelo descumprimento de 
obrigação legal de terceiro, especialmente em virtude da presunção de desconto do art. 33 § 5º da Lei 8.212. 
 
Exemplo 2 
- CI por conta própria – Um médico de consultório. 
- Pessoa física (paciente) que recebe tratamento. 
- Caberá ao médico o recolhimento da própria contribuição. 
- Se nunca recolheu ou está em débito e vier a falecer, os dependentes não terão como receber nada ou 
regularizar posteriormente a situação. 
 
Exemplo 3 
- CI por conta própria – Um médico de consultório. 
- Trabalha atendendo pacientes num plantão de um hospital. 
- Caberá ao hospital realizar o desconto e o sequencial recolhimento da contribuição, mas, a empresa não 
contribui. 
- Médico morre: seus dependentes terão direito de receber a pensão, pois a obrigação de pagar ao INSS recaía 
sobre um terceiro. 
- Os dependentes não podem ser penalizados por essa omissão de terceiro. 
 
Beneficiários: 
A pensão será devida as dependentes na seguinte ordem: 
a) cônjuge, companheiro(a), filhos não emancipados menores de 21 anos ou inválidos de qualquer idade; 
b) pais; 
c) irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos idade ou inválido de qualquer idade. 
 
A qualidade do dependente está no art. 16 da Lei 8.213. 
De acordo com o art. 17, § 1º, incumbe ao próprio dependente promover a sua inscrição quando do 
requerimento do benefício a que estiver habilitado. 
A qualidade do dependente está no art. 16 da Lei 8.213. 
De acordo com o art. 17, § 1º, incumbe ao próprio dependente promover a sua inscrição quando do 
requerimento do benefício a que estiver habilitado. 
 
A existência de dependente numa classe exclui o direito dos dependentes da classe seguinte. 
Havendo mais de um pensionista na mesma classe, a pensão por morte será rateada entre todos, em partes 
iguais. 
 
A parte daquele cujo direito à pensão cessar será revertida em favor dos demais dependentes. 
No caso do dependente cônjuge, ele recebe o benefício sem data definida para encerramento. 
 
Mas, não esquecer que houve em 2015 uma agressiva modificação na vitaliciedade do benefício para o cônjuge. 
Apenas os conjuges com idade igual ou superior a 44 anos de idade, receberam indefinidamente. 
Tudo conforme regras do mesmo art. 77, alínea “c”: 
 
Art. 77, c) 
Transcorridos os seguintes períodos, estabelecidos de acordo com a idade do beneficiário na data de óbito do 
segurado, se o óbito ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos 
após o início do casamento ou da união estável: 
 1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; 
 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; 
 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete)

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