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Apostila - Insetos

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Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA 
Instituto de Saúde e Produção Animal - ISPA 
Disciplina: Zoologia Geral 
Profª: Andréa Bezerra de Castro 
 
CLASSE INSECTA 
 
Introdução 
Os Insecta (L. insectus, cortado, segmentado) são o mais diverso e mais abundante 
grupo de artrópodes. Existem mais espécies de insetos do que de todas as outras classes de 
animais em conjunto. O número total de espécies de insetos foi estimado em 10 milhões. 
Também existem evidências marcantes de que os insetos continuam evoluindo no presente, 
mesmo que o registro fóssil indique que o grupo como um todo seja estável. 
É difícil apreciar completamente o significado desse enorme grupo e de seu papel no 
padrão biológico da vida animal. O estudo dos insetos (entomologia) ocupa o tempo e os 
recursos de homens e mulheres experientes em todo o mundo. A batalha entre os seres 
humanos e seus competidores-insetos parece ser interminável, embora, paradoxalmente, os 
insetos tenham se entremeado na economia da natureza em tantos papéis tão úteis que 
teríamos muitos problemas sem eles. 
Os insetos diferem dos outros artrópodes por possuírem três pares de pernas e, 
geralmente, dois pares de asas na região torácica do corpo, embora alguns possuam apenas um 
par ou nenhum. O tamanho dos insetos varia desde menos de 1 mm até 20 cm de comprimento, 
e a maioria é menor do que 2,5 cm de comprimento. Geralmente, os insetos maiores vivem nas 
áreas tropicais. 
 
Características Gerais 
Apesar da enorme diversidade de formas que este filo apresenta, existem algumas 
características que são comuns a todos os seus membros: 
• o corpo é sempre revestido por um exoesqueleto endurecido contendo quitina (um 
polissacarídeo), que é trocado periodicamente, permitindo o crescimento do animal; 
• são segmentados, mas a metameria é mais evidente na fase embrionária, pois no adulto há 
tendência à fusão de segmentos, originando partes definidas do corpo, como cabeça, tórax e 
abdome (entretanto, a segmentação do adulto aparece claramente nos apêndices, na 
musculatura e no sistema nervoso); 
• apresentam patas e outros apêndices articulados (daí o nome do filo), formados por vários 
segmentos ou artículos, unidos por juntas moveis, facilitando bastante a locomoção; 
• são dotados de simetria bilateral, adaptativa para animais que exploram seu ambiente; 
• possuem uma cavidade corpórea, o celoma, mas extremamente reduzido; 
• apresentam, em sua maioria, alto grau de concentração e desenvolvimento do sistema 
nervoso central e dos órgãos sensitivos, o que permitiu, em alguns grupos, a existência de 
padrões de comportamento complexos, inclusive organizações sociais. 
Distribuição 
Os insetos estão entre os animais terrestres mais abundantes e amplamente 
distribuídos. Espalharam-se por praticamente todos os habitais que conseguem suportar a 
vida, com exceção da maior parte dos mares. Relativamente, poucos insetos são marinhos. 
Hemípteros marinhos, que vivem sobre a superfície dos oceanos, são os únicos invertebrados 
marinhos que vivem na interface entre o ar e a água do mar. Os insetos são comuns em água 
salobra, em alagados salgados e em praias arenosas. São abundantes em água doce, no solo, em 
florestas (especialmente no dossel das florestas tropicais), e sobre vegetais, e são 
encontrados até mesmo em desertos e regiões devastadas, no topo das montanhas, e como 
parasitas em plantas e animais. 
Sua ampla distribuição foi possibilitada por seu poder de voo e por sua natureza 
amplamente adaptativa. Na maioria dos casos, podem ultrapassar facilmente barreiras que são 
virtualmente impossíveis de serem ultrapassadas por muitos outros animais. Seu tamanho 
reduzido possibilita que sejam carregados pelas correntes de ar e de água para regiões 
distantes. Seus ovos bem protegidos podem resistir a condições rigorosas e podem ser 
carregados por longas distâncias por aves e outros animais. Suas agilidade e agressividade 
permitem que lutem por qualquer nicho disponível em um dado habitat. Nenhum padrão simples 
de adaptação biológica pode ser aplicado aos insetos. 
 
Adaptabilidade 
Durante sua evolução, os insetos mostraram uma adaptabilidade inacreditável, o que 
pode ser evidenciado pela sua ampla distribuição e enorme diversidade de espécies. A maioria 
das suas modificações estruturais ocorreu nas asas, pernas, antenas, peças bucais e trato 
digestivo. Essa tamanha diversidade permite que esse grupo vigoroso tire proveito de todo 
alimento e abrigo disponível. Alguns são parasitas, alguns sugam a seiva de plantas, outros 
mastigam a folhagem vegetal, alguns são predadores, e alguns vivem do sangue de vários 
animais. Dentre esses diferentes grupos, ocorrem especializações, de forma que um tipo 
particular de insetos venha a comer, por exemplo, as folhas de um só tipo de vegetal. Essa 
especificidade de hábitos alimentares diminuiu a competição com outras espécies e contribuiu 
sobremaneira para sua diversidade biológica. 
Os insetos estão bem adaptados a regiões áridas e desérticas. A proteção de seu 
esqueleto rígido ajuda a prevenir a evaporação. Alguns insetos também extraem a maior parte 
da água dos alimentos que ingerem, da matéria fecal e de subprodutos do metabolismo celular. 
Como em outros artrópodes, o exoesqueleto é composto por um sistema complexo de placas 
conhecidas como escleritos, que se conectam através de articulações laminares flexíveis e 
escondidas. Os músculos que conectam os escleritos permitem que os insetos executem 
movimentos precisos. A rigidez de seu exoesqueleto é atribuída à presença de 
escleroproteínas únicas e não à sua composição de quitina. Sua leveza possibilita o vôo. Ao 
contrário, a cutícula dos crustáceos é endurecida principalmente por minerais. 
 
 
 
Morfologia Externa e Função 
Os insetos apresentam uma variedade marcante de características morfológicas, mas 
são muito mais homogêneos quando consideramos a tagmose do que os crustáceos. Alguns 
insetos possuem a estrutura do corpo bastante generalizada, enquanto outros são altamente 
especializados. Os gafanhotos são um tipo generalizado frequentemente utilizado em 
laboratórios para demonstrar as características gerais dos insetos. 
Os tagmas dos insetos são cabeça, tórax e abdômen. A cutícula de cada somito do corpo 
é composta tipicamente por quatro placas (escleritos), um noto (tergito) dorsal, um esternito 
ventral e um par de pleuritos laterais. Os pleuritos dos segmentos abdominais são 
membranosos em vez de esclerotizados. 
A cabeça geralmente possui um par de olhos compostos relativamente grandes, um par 
de antenas e, usualmente, três ocelos. As antenas, que podem variar amplamente em forma e 
tamanho, atuam como órgãos táteis, olfativos e, em alguns casos, auditivos. 
 
Estrutura de uma antena típica 
 
Tipos de antenas 
Tipos de 
antenas 
Representantes Figuras 
Filiforme esperanças e baratas 
 
Setácea 
 
gafanhotos e serra paus 
 
Clavada 
 
borboletas 
 
Furcada 
 
machos de alguns microimenópteros 
 
Fusiforme 
 
família Hesperiidae 
 
Moniliforme cupins e algumas espécies de 
besouros 
 
Capitada besouros na broca-do-café 
 
Imbricada besouros da espécie Calosoma 
 
Serreada besouros da família Bupestiadae 
 
Denteada espécies de vagalumes 
 
Pectinada mariposas, principalmente machos 
 
Flabelada 
 
espécies de microimenópteras 
 
Plumosa 
 
machos de pernilongos 
 
Geniculada 
 
formigas, abelhas, vespas e 
mamangavas 
 
Lamelada 
 
besouros da família Scarabaeidae 
 
As peças bucais, formadas por uma cutícula especialmente endurecida, consistem 
tipicamente em um labro, um par de mandíbulas e um de maxilas, um lábio e uma hipofaringe 
com forma de língua. O tipo das peças bucais que um inseto possui vai determinar como ele se 
alimenta. 
 
 
 
Classificaçãodos aparelhos bucais 
 
Tipo de 
aparelho bucal 
Triturador ou 
mastigador 
Sugador labial 
ou picador 
sugador 
Sugador 
maxilar 
 
Lambedor 
 
Representantes maioria das 
ordens (barata, 
gafanhoto). 
pernilongos, 
mutucas e 
borrachudos 
borboletas e 
mariposas. 
 
abelhas e 
mamangavas 
 
Figura 
 
 
 
 
Direção das peças bucais 
Direção do Hipognatas Prognata Opistognatas 
Representantes gafanhotos e baratas; cupins e tesourinhas cigarras, percevejos e 
pulgas 
Figura 
 
 
O tórax é composto por três somitos: protórax, mesotórax e metatórax, e cada um 
deles apresenta um par de pernas. Na maioria dos insetos, o mesotórax e o metatórax 
apresentam um par de asas em cada. 
 
 
 
As asas são prolongamentos cuticulares formados pela epiderme. Consistem em uma 
dupla membrana que contém veias compostas por uma cutícula mais grossa, que servem para 
dar maior resistência às asas. Embora os padrões dessas veias variem entre os diferentes 
táxons, são constantes dentro de uma mesma família, gênero ou espécie, e servem para a 
classificação e identificação. 
 
Quanto a presença de Asas 
• Aptésicos: mariposas do bicho da seda; 
• Ápteros sem asas (piolhos e pulgas); 
• Dípteros: duas asas (moscas e mosquitos ); 
• Tetrápteros: quatro asas - maioria das espécies. 
 
Tipos de asas 
Tipos de asas Representantes Figura 
Membranosa borboletas e libélulas 
 
Tégmina baratas, louva-a-deus, 
gafanhotos, grilos etc 
 
Hemiélitro asa anterior de 
percevejos 
 
Élitro 
 
besouros e tesourinhas 
 
Pseudo-halteres 
 
machos da ordem 
Strepsiptera 
 
Franjada 
 
microlepidópteros, 
microimenópteros, 
tripés 
Balancins ou 
halteres 
moscas, borrachudos, 
mutucas, verejeiras 
 
 
 
As pernas dos insetos são frequentemente modificadas para propósitos especiais. 
Formas terrestres possuem pernas locomotoras terminando com almofadas e garras, como nos 
besouros. Essas almofadas podem ser adesivas, permitindo que caminhem de ponta cabeça, 
como nas moscas domésticas. As pernas posteriores dos gafanhotos e grilos estão adaptadas 
para o salto. As paquinhas possuem o primeiro par de pernas modificado para escavar o solo. 
Vários hemípteros e besouros aquáticos possuem apêndices em forma de remo para natação. 
Para a captura de presas, as pernas anteriores dos louva-a-deus são longas e fortes. As pernas 
das abelhas apresentam adaptações complexas para a coleta de pólen. 
 
Tipos de Pernas 
Tipos de 
Pernas 
Representantes Figura 
Ambulatórias baratas, moscas, besouros, 
borboletas, mariposas formigas 
 
Saltatórias gafanhotos, esperanças, pulgas e 
alguns besouros. 
 
Natatórias baratas d’água e besouros 
aquáticos 
 
Preensoras baratas d’água 
 
Raptatórias louva-a-deus 
 
Escavadoras paquinhas 
 
Escansoriais piolhos hematófagos 
 
Coletoras abelhas 
 
Adesivas besouros aquáticos 
durante a cópula 
 
 
O abdômen dos insetos é composto por 9 a 11 segmentos; o décimo primeiro, quando 
presente, está reduzido a um par de cercos (apêndices da porção terminal do corpo). Formas 
larvais ou ninfais possuem uma grande variedade de apêndices abdominais, mas esses 
apêndices não existem nos adultos. O final do abdômen apresenta uma genitália externa. 
 
 
 
 
 
 
Existem inumeráveis variações na forma do corpo dos insetos. Os besouros são 
geralmente grossos e arredondados; libélulas, formigas-leão e bichos-pau são longos e 
delgados; muitos insetos aquáticos são hidrodinâmicos; e baratas são achatadas, adaptadas 
para viver em fendas. 
 
Tipos de abdome 
Tipos de abdome Representantes Figura 
Séssil ou aderente barata, gafanhotos, besouros 
 
Livre moscas, abelhas e borboletas 
 
Pedunculado formigas e vespas 
 
 
 
O ovipositor da fêmea das vespas icneumonídeas é extremamente longo. Os cercos 
formam pinças duras nas tesourinhas e são alongados e multiarticulados nas efêmeras e 
plecópteros. As antenas são longas nas baratas e nas esperanças, curtas nas libélulas e na 
maioria dos besouros, clavadas em borboletas, e plumosas na maioria das mariposas. 
 
Tesourinha 
 
ORGANIZAÇÃO 
A organização morfofisiológica dos insetos é extremamente diversificada. 
 
Exoesqueleto 
A existência de um esqueleto externo duro formado por um polissacarídeo denominado 
quitina é uma das razões do sucesso alcançado pelos insetos. Ao contrário da cutícula fina e 
flexível dos anelídeos, os insetos possuem o exoesqueleto composto por uma cutícula grossa, 
responsável pela rigidez do corpo. Sua porção externa é impermeável, sendo composta de 
proteínas e cera. A porção interna, mais espessa, é formada por camadas de quitina e contém 
ainda pigmentos e carbonato de cálcio. É totalmente acelular e secretado pela epiderme 
subjacente, estando ligado a ela. 
A quitina que compõe o exoesqueleto é um material extraordinário. Pode constituir uma 
verdadeira armadura, mas se mantém fina e flexível nas juntas e articulações, facilitando os 
movimentos. Como a quitina é rígida e impermeável, proporciona sustentação, proteção 
mecânica e atua contra a desidratação, o que representa uma importante adaptação à vida em 
meio terrestre. A quitina também é componente das peças bucais, das asas, de partes de 
vários órgãos sensoriais, e até mesmo da lente do olho do artrópode. Entretanto, o 
exoesqueleto é inflexível, constituído por material não-vivo, e reveste completamente todo o 
corpo. Isso limita o crescimento do animal. Para que um artrópode possa crescer, o esqueleto 
antigo deve ser periodicamente eliminado e substituído por outro mais novo e maior. A 
eliminação do velho esqueleto e formação de um novo é conhecida como muda ou ecdise. Neste 
processo, o animal secreta uma nova cutícula, bastante mole, e, depois de romper a velha 
cutícula através de uma fenda, sai de dentro dela. Enquanto a nova cutícula estiver mole e 
expansível, o animal cresce bombeando ar para seu interior. Quando finalmente a cutícula 
endurece, o ar é substituído por um real crescimento de tecidos. A muda é perigosa, pois o 
animal que acabou de realizá-la torna-se vulnerável a predadores e também à perda de água, 
no caso dos animais terrestres. Assim, muitos artrópodes buscam refúgio até que a nova 
cutícula tenha endurecido. 
O período entre duas mudas sucessivas é conhecido como intermuda, durante o qual o 
crescimento do animal é muito lento, feito à custa de proteínas e outros compostos orgânicos 
sintetizados, repondo os fluidos absorvidos após a ecdise. O grande aumento de tamanho e 
peso ocorre no período imediatamente seguinte à muda, quando a cutícula mole pode ainda ser 
distendida. Assim, o crescimento dos artrópodes tem certa continuidade, embora com 
variações de intensidade. A duração das intermudas torna-se maior à medida que o animal 
envelhece. Os insetos cessam as mudas quando atingem a maturidade sexual. A muda é 
controlada por hormônios, como a ecdisona, secretada por glândulas especiais, e que circulam 
pela corrente sangüínea, atuando diretamente sobre as células epidérmicas. Há inclusive 
hormônios encarregados de regular a produção de ecdisona. 
 
Músculos 
A utilidade do exoesqueleto se estende à locomoção. Enquanto o movimento dos 
anelídeos depende dos músculos que atuam sobre o liquido celomático, nos insetos os músculos 
atuam sobre unidades esqueléticas rígidas adjacentes, funcionando como um sistema de 
alavancas. O exoesqueleto é que fornece os pontos para a inserção muscular, com a ação 
antagônica, ou seja, cada estrutura corporal que se contrai sob ação de um músculo, distende-
se pela ação de outro. Isso permite movimentos elaborados que facilitam a exploração do 
ambiente. A ação do esqueleto, servindode apoio à musculatura, lembra o que ocorre nos 
vertebrados; a diferença é que as peças esqueléticas são externas e não internas. Um 
exoesqueleto é muito útil para animais pequenos, como os insetos. Para animais grandes, como 
os vertebrados, o esqueleto interno é mais eficiente, uma vez que um exoesqueleto seria muito 
pesado e de difícil locomoção. 
 
Respiração 
Os insetos respiram através das traquéias que formam um sistema de tubos aéreos, 
revestidos por quitina, que conduzem o ar diretamente aos tecidos do corpo. O fluxo do ar é 
regulado pela abertura e pelo fechamento de poros especiais situados no exoesqueleto, 
denominados estigmas. Existem em insetos, aracnídeos, quilópodes e diplópodes. Na respiração 
traqueal, o sangue não participa; todo o transporte gasoso é feito pelas traquéias. 
 
 
Nutrição e Digestão 
De forma geral, o tubo digestivo dos insetos é completo. Algumas variações podem 
surgir, dependendo do animal. O tubo digestivo é formado por: boca; faringe muscular; 
esôfago curto, associado a glândulas salivares, produtoras de secreções que umedecem o 
alimento; papo grande para armazenamento; moela ou proventrículo para trituração mecânica; 
estômago, ligado a cecos gástricos glandulares, que secretam sucos para a digestão química; 
intestino, área de maior absorção alimentar; reto, onde é feita a absorção final de água; e 
ânus. 
 
Insetos segundo os hábitos alimentares 
• Atróficos: não se alimentam na fase adulta; 
• Monófagos: um só tipo de alimento; 
• Polífagos: come + de um tipo de alimento; 
• Pantófagos: onívoros, comem tudo. 
 
Quanto ao tipo de alimento 
• Fitófagos: plantas; 
• Zoófagos: animais; 
• Necrófagos: cadáveres; 
• Saprófagos: restos de animais ou vegetais em decomposição. 
Circulação 
O sistema circulatório dos artrópodes é do tipo aberto, no qual o sangue deixa os vasos 
e passa a fluir por espaços livres entre os tecidos, as lacunas ou hemoceles. O coração 
muscular fica situado dorsalmente e bombeia o sangue para todo o corpo. Os insetos possuem 
o sangue totalmente incolor, denominado hemolinfa, desprovido de pigmentos e responsável 
apenas pelo transporte alimentar, uma vez que o oxigênio chega diretamente aos tecidos pelo 
sistema traqueal. Isso pode explicar o fato de, apesar da circulação aberta, com menor 
pressão sangüínea e fluxo mais lento, os movimentos serem rápidos. Há uma completa 
independência entre respiração e circulação nos insetos. 
 
Excreção 
Insetos possuem um sistema excretor único, que consiste em túbulos de Malpighi que 
operam em conjunto com glândulas especializadas localizadas na parede do reto. Os túbulos de 
Malpighi, que ocorrem em número variável, são túbulos finos, elásticos, de fundo cego ligados à 
junção entre o mesênteron e o proctodeu. Eles retiram os excretas da hemocele e 
descarregam-nos no interior do intestino, de onde são eliminados com as fezes. O principal 
produto de excreção nos insetos é o ácido úrico que é um material de baixa toxidade e requer 
pouca água para sua eliminação. Isso representa uma economia de água para o animal, 
constituindo-se em outra adaptação à vida em meio terrestre. 
 
 
Sistemas: Digestivo – Reprodutor – Excretor – Circulatório – Nervoso 
 
Reprodução 
Os artrópodes, em geral são dióicos. As formas terrestres têm fecundação interna, 
utilizando apêndices modificados na copulação. Já as formas aquáticas podem realizar 
externas ou internas. A maioria das formas apresenta estágio larval, sendo o estágio adulto 
atingido através de metamorfose. Mecanismos de corte precedem a copulação em diversas 
formas. 
 
 
Processos reprodutivos 
 
Partenogênese- Desenvolvimento de ovos sem fecundação: 
 Telítoca - Origina apenas fêmeas 
 Arrenótoca - Origina apenas machos 
 Anfítoca - Origina machos e fêmeas 
 
Oviparidade- a fêmea deposita ovos que dão origem a larvas ou ninfas; 
 
Viviparidade- a fêmea deposita larva ou ninfa -> vivípara; 
 Ovoviviparidade: ovos contém embriões em adiantado estádio de desenvolvimento ou 
mesmo larvas recém-eclodidas. Ex. mosca da família Tachinidae. 
 
 Viviparidade adenotrófica: as larvas são retidas no corpo das fêmeas, onde se alimentam de 
secreções de glândulas. Ex. mosca tsé tsé (Glossina). 
 
 Viviparidade no hemocele: os ovos no hemocele, onde se desenvolvem, no final do 
desenvolvimento as larvas jovens escapam, devorando a fêmea. Ex. Strepsiptera. 
 
Desenvolvimento 
 
Neotenia- Retenção dos caracteres imaturos no estádio adulto. 
Poliembrionia. Produção de dois ou mais embriões a partir de um único ovo. Às vezes, centenas 
de indivíduos podem ser originados de um mesmo ovo. 
Hermafroditismo. Os dois sexos acham-se presentes no mesmo indivíduo. O hermafroditismo 
funcional é extremamente raro em insetos. Ex. Icerya purchasi. 
 
Metamorfose 
Ametabolia Holometabolia 
 
 
Hemimetabolia 
 
 
Sensibilidade 
Há um alto grau de cefalização nos artrópodes, com um cérebro mais avantajado em 
relação aos celenterados, por exemplo. Há também um grande desenvolvimento dos órgãos 
sensoriais, levando a padrões de comportamento mais complexos. A estrutura do sistema 
nervoso é semelhante àquela encontrada nos anelídeos, ou seja, é ganglionar ventral. Há um 
par de gânglios cerebrais situados dorsalmente, de onde parte uma dupla cadeia ganglionar 
ventral, com pequenos gânglios segmentares. Estes controlam muitas atividades do animal e 
várias funções podem ser realizadas sem a presença do "cérebro". Um caso extremo, mas 
muito ilustrativo, é o dos louva-a-deus. São insetos carnívoros entre os quais pode ocorrer 
canibalismo. A fêmea, geralmente maior, captura o macho que se aproxima para a corte e 
começa a degluti-lo, iniciando pela cabeça. O macho decapitado passa a ter fortes atividades 
motoras, escapa da fêmea e acasala-se com ela. Pesquisas demonstram que o macho decapitado 
é mais propenso a copular que o macho intacto. Depois do acasalamento, a fêmea pode 
completar a refeição. 
Os receptores sensitivos dos artrópodes estão associados a modificação do 
exoesqueleto que, de outra maneira, serviria como barreira à detecção dos estímulos 
ambientais. São comuns os pêlos sensitivos e cerdas que, quando se movem, estimulam 
receptores na sua base, estando colocado tanto no corpo quanto nas patas e antenas. 
Cavidades do exoesqueleto podem conter quimioreceptores ou estarem cobertas por 
membranas que captam vibrações. As antenas contem quimioreceptores e desempenham 
função olfativa e acústica. 
Os insetos possuem olhos compostos que é formado por várias 
unidades denominadas omatídios, cada qual contendo uma pequena 
lente derivada da cutícula exoesquelética. A superfície exterior da 
lente é uma faceta geralmente hexagonal. Cada lente funciona como 
unidade fotorreceptora e forma um ponto da imagem. Assim, a 
imagem total formada pelo olho composto resulta da soma das 
imagens formadas pelos omatídios excitados. Seria análoga àquela 
produzida em uma tela de televisão, onde é uma rede formada por 
pontos de luz. Um olho composto forma a chamada imagem em mosaico, na qual a imagem total 
resulta de pequenas peças colocadas umas ao lado das outras. 
A vantagem do olho composto é a sua facilidade em detectar movimentos, uma vez que 
um ligeiro deslocamento, em um ponto de luz leva a um deslocamento correspondente nos 
omatídios estimulados. Além disso, a disposição dos omatídios e o posicionamento dos olhos, 
nas laterais da cabeça, ampliam o campo visual.

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