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Análise sobre a empresa SAP
Filosofia, ética e lógica organizacional
Turma 21
Daniel Saraiva Motta - 8966541
Felipe Ewerton de Oliveira Rodrigues - 8966090
29 de Agosto de 2017
1. Introdução
A ética é um campo do conhecimento que possui uma série de escolas. Dentre elas, quatro foram escolhidas para serem abordadas na pesquisa: Ética das virtudes; utilitarismo; egoísmo ético; e ética do dever. O objetivo deste trabalho será analisar brevemente as ações da empresa SAP com base nessas escolas. Para isso, adotamos como metodologia a análise qualitativa, baseada em uma pesquisa explicativa, utilizando dados secundários.
A filosofia consiste em não aceitar as coisas, ideias, fatos, valores, acontecimentos como naturais, óbvios e evidentes. Ela estimula os seres humanos a não aceitar imediatamente as coisas, sem maiores considerações. A filosofia surge quando os seres humanos começam a exigir provas e justificações racionais que validam ou invalidam as crenças cotidianas (Chaui, 2010). Nesse sentido, o estudo sobre a empresa SAP busca questionar suas ações e intenções com base nas escolas de pensamento abordadas em aula.
As quatros escolas selecionadas pertencem ao campo da ética. Esta última pode ser definida como: estudo dos valores morais ou virtudes, de relações entre diversas esferas, como a relação entre vontade e paixão, vontade e razão; finalidades e valores da ação moral; ideias de liberdade, responsabilidade, dever, obrigação, dentre outras (Chaui, 2010).
A SAP, empresa analisada pelo grupo, é uma empresa que está no centro da revolução tecnológica atual. Na condição de líder de mercado no ramo de softwares aplicativos empresariais, ajuda as organizações a enfrentarem os efeitos danosos da complexidade, além de conseguirem gerar novas oportunidades de inovação e crescimento, fornecendo vantagem competitiva frente à concorrência. Sua visão é melhorar a vida das pessoas através do oferecimento de soluções simples para conectar as pessoas e a tecnologia em tempo real. Sua proposta é repensar os negócios e a vida das pessoas de modo a gerar um impacto global positivo e significativo. Esse impacto ocorre em diversas esferas: econômica, social e ambiental².[0: https://www.sap.com/brazil/about.html² https://www.sap.com/corporate/en/vision-purpose.html]
A parte 1 deste trabalho consiste em uma introdução ao tema e objetivos, com um breve levantamento sobre a teoria usada e algumas informações sobre a empresa. Na parte 2, é apresentada uma breve revisão teórica. Na parte 3 consta a metodologia de pesquisa. Na parte 4 são apresentadas as análises à luz da teoria. Por fim, na parte 5 apresentamos a conclusão da pesquisa, seguida das referência bibliográficas.
2. Revisão Teórica
2.1. Ética das Virtudes
A Ética das Virtudes vem do filósofo Aristóteles, com raízes vindas da Grécia antiga. Aristóteles afirmou que a virtude é um traço de caráter manifestado no agir habitual. O “habitual” é importante. Consiste em uma teoria focada mais no caráter do que nas ações. Com maior interesse nas questão de saber quais ações estão corretas ou erradas e a virtude pensa assim sobre as diversas formas de trabalhar essas questões, pensando assim sobre o gênero de pessoa que deveremos ser, que ações devemos tomar, quais as qualidades que tornam a vida boa e quais os vícios e qualidades negativas que devemos evitar (Anna, 2006).
Existem algumas características gerais da ética das virtudes, que são: (1) uma ação é correta se é feita de acordo com o que o virtuoso faria em uma determinada situação; (2) a ideia de “bondade” precede a concepção de “correção moral”: o que importa é a bondade do caráter; (3) as virtudes são como bens intrínsecos: são boas em si mesmas, tendo valor em si mesmas, não sendo bens meramente instrumentais; (4) alguns bens intrínsecos são próprios do agente: são bons para mim, tendo, consequentemente, valor adicional; (5) agir corretamente não pressupõe a maximização do bem. Ética das virtudes (Oakley, 1996).
2.2. Utilitarismo
O utilitarismo é um tipo de ética normativa com origem nas obras dos filósofos e economistas ingleses do século XVIII e XIX, Jeremy Bentahm e John Stuart Mill. Esta ética prevê que uma ação é moralmente correta se e somente se, tender a promoção da felicidade e, se torna condenável quando tende a produzir a infelicidade. Visto que, considerar-se-á não apenas a felicidade do provocador ou agente da ação, mas também a de todos os indivíduos afetados por ela (Siegler;J., Schulz; A, 2009). Assim, pode-se definir o utilitarismo pelo “Agir sempre de forma a produzir a maior quantidade de bem-estar”.
Para Aristóteles, nossas atividades e nossas obras tendem sempre para um fim, que é o bem. Há uma hierarquia entre os fins; o fim último é o Soberano Bem, que é da alçada da Política, ciência suprema. O fim da Política é o bem da cidade, com o qual se identifica o bem do indivíduo. Tal bem é a felicidade, a mais desejável de todas as coisas. A ética, então, é uma ciência prática, cuja razão de ser é nos tornar melhores (Corbiser, 1991, p. 246).
Portanto, o ser ético deve agir em busca da felicidade, onde seu nível mais alto de realização se dá através da busca do bem-estar coletivo. 
2.3. Egoísmo ético
O egoísmo ético defende que o nosso único dever é fazer o melhor para nós mesmos. Por vezes pode acontecer que o melhor para nós coincida com o melhor para os outros, mas o objetivo é sempre e unicamente a promoção do bem pessoal (James Rachels, 2004).
Enquanto teoria, o egoísmo ético defende que o altruísmo derrota a si mesmo, pois no fundo, o bem que pode ser feito aos outros deve ser apenas um meio para atingir um fim: o bem próprio. Nesse sentido, o filósofo Thomas Hobbes afirma a seguinte regra: devemos ajudar os outros para que eles nos ajudem, ou seja, ajudar os outros na medida em que isso traga vantagens para nós. Contudo, se aceitássemos o egoísmo ético como filosofia de vida, a relação estabelecidas entre o eu e o outros seria interesseira, hipócrita e dissimulada (James Rachels, 2004).
2.4. Ética do dever.
Segundo Kant, a intenção e o dever dependem do eu epistemológico, sendo este um aparelho cognitivo subjetivo e universal. Este mecanismo, possuído por todos os homens, é constituído por razão, entendimento e sensibilidade. Estes fatores levam o homem a sujeitar seu agir à razão prática, conferindo-lhe autonomia e dignidade (Herrero, J. F., 2001).
O imperativo categórico é uma fórmula voluntária racional que supera os interesses e impõe- se o ser moral, o dever. Portanto, uma ação torna-se correta quando é realizada pelo dever. Segundo Chauí (2000) “O imperativo categórico exprime-se numa fórmula geral: Age em conformidade apenas com a máxima que possas querer que se torne uma lei universal. Em outras palavras, o ato moral é aquele que se realiza como acordo entre a vontade e as leis universais que ela dá a si mesma.”
Assim, a moral de Kant é dita denteológica, pois é puramente constituída pela razão (Herrero, J. F., 2001). Dentre todas as coisas boas, a boa vontade, expressa pelo ser humano de acordo com sua capacidade de se autolegislar, apresenta-se como o ápice da moral, pois esta não possui um fator condicionante.
3. Metodologia
A abordagem adotada neste trabalho foi a pesquisa qualitativa, uma vez que não havia uma preocupamos com o aprofundamento na compreensão do grupo social e da organização, etc. (Gil, 1999). O objetivo era apenas salientar os aspectos dinâmicos, holísticos e individuais da experiência humana e das ações da empresa à luz dos conteúdos levantados na pesquisa (Polit, Becker e Hungler, 2004).
Nessa abordagem qualitativa, adotamos uma pesquisa explicativa devido a sua adequação aos objetivos do trabalho. Isso porque ela busca identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos, este tipo de pesquisa visa explicar o porquê das coisas através dos resultados oferecidos (Gil, 2007).
Por fim, neste estudo foram usados unicamente dados secundários. Sendo assim, a principal preocupação foi comrelevância dessas fontes. Contudo, foram levados em consideração os três pontos sugeridos pela literatura ao se coletar material histórico: a utilidade, a origem e o procedimento interpretativo (Gil, 1999).
4. Análise
A ética das virtudes consiste em uma teoria focada mais no caráter do que nas ações. Podemos identificar o caráter por trás das ações a empresa SAP ao oferecer, de forma gratuita, um software para armazenamento e manipulação dos dados das 40 mil pessoas assistidas na Amazônia inseridas em 18 comunidades. O sistema foi batizado de SAP Lumira, que permite mais agilidade e rigor na análise e avaliação de indicadores e métricas, otimizando as ações e aumentando a transparência e melhorando a armazenamento das informações. Com isso, é possível obter maior conectividade entre as pessoas atendidas na Amazônia e as empresas que fornecem o auxílio. Isso permite, por exemplo, que em casos de epidemias, a distribuição dos remédios seja feita de forma mais controlada, prática e rápida, chegando aos locais corretos e na quantidade correta³.[1: http://www.aberje.com.br/revista/uma-solucao-para-viver-melhor-na-amazonia/]
Nesse projeto, possível identificar a convergência com os valores da organização, uma vez que a SAP caminha em busca dos seus valores, da sua visão, que seria oferecer soluções simples para conectar as pessoas e a tecnologia de maneira perfeita, em tempo real. 
Por outro lado, de acordo com a visão do egoísmo ético, esse projeto pode ser visto como uma forma da SAP mostrar toda a eficiência e o potencial dos seus sistemas. Isso pode significar que a SAP está ajudando os ribeirinhos da amazônia para obter benefícios futuros, ou seja, visando apenas o bem próprio. Isso poderia, por exemplo, ocorrer através da venda de sistemas complementares ao projeto inicial, ou até de outras empresas que, ao verem os benefícios de se ter um sistema SAP, podem ficar interessadas em comprar um sistema para melhorar sua eficiência. Tudo isso traria contratos lucrativos para a empresa.
Segundo o viés do utilitarismo, pelo fato da ação da SAP promover a felicidade, sua atitude foi boa. Ainda mais, pelo fato de ter alcançado a comunidade como um todo levando ao bem-estar geral, esta ação deve ser vista como de grande valor moral. Dessa maneira, as intenções e condicionantes que objetivam a prestação de serviço aos ribeirinhos não configura-se importante para a análise do peso moral da ação exercida, nem mesmo para fins de validação. O critério crucial, neste caso, é a promoção da felicidade coletiva da população carente através da doação e prestação de serviços especializados.
Do ponto de vista da ética do dever, a SAP renunciou aos seus interesses intrínsecos, que é a geração do máximo lucro possível e da maximização da renda do acionista, para realizar uma ação benéfica para uma população carente. Assim, foi realizada uma ação correta, pois esta foi racional (objetivo claro de ajudar os ribeirinhos), houve entendimento (compreensão da necessidade da população carente) e foi sensível (colocação dos funcionários da SAP no lugar dos ribeirinhos, comoção pela sua situação).
Porém, ainda segundo a ética do dever, torna-se difícil afirmar que tal ato não possui fatores condicionantes. A ação da SAP foi noticiada e divulgada através de uma associação de comunicação empresarial. Um fator condicionante possível para o auxílio à comunidade carente é a construção de uma imagem de sustentabilidade social por parte dos gestores, tema que tem recebido uma atenção crescente nos últimos anos. De tal forma, é incerto afirmar que a SAP aplicou a boa vontade ao prestar tal ato de caridade.
5. Conclusão
O objetivo da filosofia consiste no constante questionamento das ideias, crenças e valores que permeiam nossa sociedade, de modo a coibir a aceitação imediata sem a devida consideração. Ao longo dos séculos, uma série de escolas de pensamento realizaram tais questionamentos, ora para entender o ser humano em busca de uma definição de moral perfeita, ora para definir um objetivo moral a ser seguido. Frente a uma ação beneficente por parte da SAP, empresa de tecnologia de gigante porte, foram utilizadas quatro escolas do pensamento filosófico para questionar tal acontecimento. 
Em uma sociedade preocupada com a sustentabilidade social e ambiental, uma ação espontânea de benevolência no meio empresarial gera certa desconfiança quanto ao seu fundo altruísta. Segundo o viés da Ética das Virtudes, a SAP agiu de acordo com seus valores organizacionais, validando seu bom caráter. De acordo com o Egoísmo Ético, é impossível conceber que a empresa realizou uma boa ação de modo a beneficiar o outro em detrimento de si. Assim, pode-se aferir que a ação objetivou a exposição da qualidade técnico dos produtos da SAP, como eficiência, capacidade de customização e usabilidade através da publicidade que a mesma geraria. Conforme o utilitarismo, a conduta da SAP promoveu o bem-estar coletivo, caracterizando-se como uma ação moral e louvável. Por fim, segundo o viés da Ética do Dever, a ação da SAP, apesar da aparente renúncia dos benefícios próprios, torna-se difícil de ser julgada, pois envolve também o caráter intencional da mesma.
A atitude benevolente da SAP, de acordo com diferentes escolas, pode ser vista tanto como um ato egoísta a fim de promover a empresa e seus produtos, como uma ação digna, que atua como extensão de seus valores organizacionais. Conclui-se, portanto, que a genuinidade da boa prática realizada pela SAP não é o ponto mais importante desta análise, mas sim o ato em si de questionar este acontecimento, bem como outros similares que ocorrem no meio empresarial. A importância de tal exercício está na não-aceitação dos acontecimentos ao nosso redor como naturais, inibindo a construção da moral por um único setor da sociedade. 
6. Bibliografia
Annas, J. Virtue ethics. In: Copp, D. (Ed.). The Oxford handbook to ethical theory. Oxford: Oxford University Press, 2006.
Aoakley, 1996, p. 129. Oakley, J. Varieties of virtue ethics. Ratio, Oxford, v. 9, 1996.
Chaui, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2010. Unidade 8, cap. 5. pp. 379-390.
Gil, Antonio Carlos. 1999. 264 Journal Of The American Medical Association Métodos E Técnicas de Pesquisa Social.
Gil, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
Herrero, F.J. A Ética de Kant, Revista de Filosofia V. 28 N. 90 pp. 17-36, 2001.
Janaína M. B. Siegler 1 Almiro Schulz. A Teoria ética utilitarista e seu impacto nos processos decisórios das instituições de ensino superior, Revista IDEA, 2009.
Rachels, James. Elementos da Filosofia Moral, Gradiva, 2004. 
Siegler, J., Schulz, A. A Teoria Ética Utilitarista e seu impacto nos processos decisórios das instituições de ensino superior. Revista Idea. V1 n1, 2009
Polit, D. F.; Beck, C. T.; Hungler, B. P. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: métodos, avaliação e utilização. Trad. de Ana Thorell. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.
Uma solução para viver melhor na amazônia. Disponível em: <http://www.aberje.com.br/revista/uma-solucao-para-viver-melhor-na-amazonia/> Acessado 28 de agosto de 2017.
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