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Introdução
Devido às várias mudanças sócio-políticas e econômico-culturais ocorridas viveram um momento peculiar de transformações. Para melhor entender o que é ser professor nesse contexto é necessário caracterizar o século XXI refletindo sobre as influências das mudanças sociais na prática pedagógica do professor e o que se espera dela. 
Nossa sociedade se transformou com muita rapidez, em meio às modificações do espaço e das vivências a cada dia há necessidade de que os educadores acompanhem estas mudanças, nesse sentido é fundamental que se atentem a velocidade em que elas ocorrem assim à tendência é que os educadores se capacitem constantemente.
Os avanços tecnológicos e as transformações sociais que ocorreram nos últimos tempos aboliram de certa forma as práticas pedagógicas tradicionais, neste novo cenário temos uma concepção educacional fundamentada ao paradigma de aprender, enfatizando o processo pedagógico como uma “ação educativa que resulte em uma formação que possibilite a compreensão da realidade” (SANTOS, 2011, p. 18), uma vez que a construção da aprendizagem se estabelece durante toda a vida.
Os educadores da contemporaneidade tendem a se posicionarem como mediadores no processo de ensino e aprendizagem, estando dispostos a adquirir novos conhecimentos que poderão ser desenvolvidos a partir de constantes pesquisas no intuito de desenvolver uma construção coletiva e autônoma de modo que as decisões sejam tomadas com responsabilidade, neste contexto temos que considerar a importância de um educador crítico e que saiba avaliar suas práticas com frequência.
Os Desafios dos Educadores do Século XXI “fornecer, de algum modo os mapas de um mundo complexo e constantemente agitado, e ao mesmo tempo, a bússola que permite navegar através dele” (DELORS, 2000, p. 89). A Conferência Mundial de Educação para Todos (1990) traz uma concepção de educação inovadora, assinalando a importância de fundamentar o processo de ensino e a aprendizagem aos quatro pilares da educação, pois aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser devem corresponder às finalidades do processo educativo.
Às crianças e jovens não pensam como nós, não sentem como nós, não comunicam como nós e não aprendem como nós. Vivemos um tempo de profunda revolução na aprendizagem: o nosso problema já não é apenas a informação, mas a inteligência (de inter-ligar), a comunicação; o nosso problema já não é apenas o lugar, mas as redes, já não é o consumo passivo de conhecimento, mas a sua criação.
O presente trabalho tem como objetivo levantar algumas reflexões sobre a ação docente na atualidade considerando as transformações sociais ocorridas, contribuindo assim para reflexão das necessidades de implementação nos currículos dos cursos de formação inicial e continuada em serviço.
A sociedade do século XXI
 As novas tecnologias da informação têm impacto significativo nas transformações culturais da atualidade, o acúmulo de informação, a velocidade na transmissão, a superação das limitações espaciais, a utilização de multimídia leva a modificação de conceitos básicos de tempo e espaço, em que até a noção de realidade começa a ser repensada diante da possibilidade da realidade virtual. No esquema Fordista, a educação era vista como instrumento de mobilidade social em que a escolarização de alguns deixaria livres cargos menos qualificados a outros. 
No esquema pós-fordista quem não se qualifica, além das dificuldades de conseguir emprego ainda pode ser excluído do qual já está, sendo relegado a cargos inferiores, ou perder o emprego. Desse modo, há uma constante necessidade de formação continuada, mais pela necessidade de não ficar para traz, do que pelo interesse em se qualificar para o trabalho, o que torna esse mercado de trabalho mais competitivo que antes.
Conforme Tedesco (2000) o século atual é um contexto de crise estrutural em que surgem novas formas de organização social, econômica e política. O conhecimento tornou-se a fonte principal de poder e junto com a informação estão substituindo os recursos naturais e o aumento significativo da desigualdade social nas sociedades que fazem maior uso da informação e do conhecimento em suas atividades produtivas é um dos fenômenos atuais mais importantes. A relação de exploração tende a ser substituída pela exclusão provocada pelas transformações na organização do trabalho.
O impacto significativo nas transformações culturais causados pelas novas tecnologias da informação tem influenciado os padrões de conduta. Tedesco (2000) aponta a necessidade da democratização do acesso ao conhecimento como fundamental para a coesão social, e para tanto, a necessidade de transformação do sistema educacional.
Tecnologias de Comunicação e de Informação 
As tecnologias de comunicação e de informação têm provocado reações e prolações as mais diversas no campo da educação. Cabe a nós formadores de educadores um papel de responsabilidade na preparação de cidadãos para o século XXI, redimensionando o papel da Educação e das tecnologias nesta Sociedade de Comunicação. 
Repensando o século XX que ora termina que nos ofereceu dois modelos educacionais básicos, o tradicional e o moderno, temos de um lado, os que resistem à tecnologias e temem que elas venham a substituir o homem nas mais diversas áreas. Esse modelo tradicional enfoca o professor como emissor do conhecimento para um grupo de alunos receptores, sua competência em saber transmitir bem conteúdos específicos da sua área de conhecimento. Periodicamente, o professor verifica se o ensino foi eficaz por meio de provas.
Nesse caso, as tecnologias de comunicação (seja o quadro-negro, o projetor de slides, o computador multimídia ou a página da WWW) são usadas para amplificar a sua capacidade de transmissão e ilustrar o seu discurso. Muitos administradores, coordenadores e professores lhes dão as costas, apegando-se às tecnologias tradicionais como o livro e o quadro negro, ou sucumbem à sua introdução nas diversas instituições, trabalhando-as como recursos que ampliam ou ilustram a transmissão unidirecional de informação para alunos receptores passivos. 
De outro lado, aqueles que já praticam uma educação construtivista, centrando sua atenção no aluno, colocam as tecnologias, como a multimídia e a telemática como meios para os alunos criarem, simularem e pesquisarem novos conhecimentos.
A construção do saber necessita ser baseados em alicerces sólidos e orientados por professores, educadores, tutores, com quem alunos possam dialogar e trocar suas impressões.
os alunos e professores se apropriam das tecnologias de comunicação, usam as redes de computadores para se comunicar e colaborarem com seus pares, tutores e/ou orientadores e especialistas.
As tecnologias de comunicação devem manter e reforçar os laços entre alunos e professores já constituídos como um grupo ou entre diversos grupos, espacialmente, próximos ou distantes. Considerando a multimídia, os professores devem entendê-la tanto como um instrumento de construção individual do conhecimento (enquanto trabalhando com simulações, que permite a experimentação em um mundo virtual, por exemplo) quanto um instrumento de compartilhamento de sua produção com os outros (quando o aluno "desenha" um novo conhecimento com software de autoria, utilizando som, imagem, texto, integrando-os para comunicar o aprendido. 
Outra característica é a aprendizagem colaborativa, entre alunos e alunos e professores, uma vez que ao se ensinar melhor se aprende. Ao se dar a vez e voz aos alunos, o professor permite-se aprender a partir das competências de seus alunos, o que é muito comum em se tratando das novas tecnologias de comunicação como a informática e a telemática.
Assim, como tecnologias colaborativas, poderão contribuir para a formação de cidadãos colaborativos, solidários, criativos que objetivam a construção de um mundo onde a diversidade seja respeitada e a justiça social realizada.
Conheça as competências para o século 21
As tecnologiasestão cada vez mais presentes em sala de aula, o professor tem que se preocupar em preparar o aluno para ser atuante em um mundo em transformação e ajudá-lo a desenvolver as tão faladas competências específicas para o século 21, certo? Tudo certo, exceto pelo fato que ninguém sabe exatamente que competências são essas – o que é bem desesperador para pais, professores e gestores públicos, que não têm o embasamento necessário para definir o que podem oferecer para que suas crianças e jovens tenham acesso à melhor formação possível.
Intrigado com essa questão, um grupo de fundações pediu que o National Research Council, uma organização norte-americana que faz pesquisas sobre temas importantes da sociedade para ajudar governos a desenharem políticas públicas, reunisse especialistas para definir quais são essas competências. Durante um ano, um comitê formado por educadores, psicólogos e economistas fez pesquisas sobre o que se espera que os estudantes alcancem nos seus ciclos escolares, nos seus futuros trabalhos e em outros aspectos da vida. O resultado, publicado no fim de julho no livro digital “Educação para a Vida e para o Trabalho: Desenvolvendo Transferência de Conhecimento e Habilidades do Século 21“, tenta dar nomes aos bois e ajudar professores e gestores públicos a prepararem os estudantes para o século 21. 
De acordo com o estudo, o aprendizado que tanto se procura está relacionado à capacidade de aplicar o que se aprendeu em situações novas, o que os estudiosos chamaram de “transferência de conhecimento”. Isso significa, exemplifica os autores, que não basta o aluno aprender os conceitos matemáticos de média, moda e mediana, ele precisa conseguir usar o que aprendeu na sua vida. Essa habilidade de transferir o que se sabe, seja em circunstâncias da vida real, seja dividindo conhecimento com outras pessoas, ajuda os estudantes a desenvolverem as competências para o século 21.
Tais competências foram divididas em três grandes domínios. O primeiro deles é o cognitivo, que é aquele que envolve estratégias e processos de aprendizado, criatividade, memória, pensamento crítico; é o que está relacionado à aprendizagem mais tradicional. Segundo os autores, essa é a dimensão em que se tem uma oferta mais farta de pesquisas e, por isso, há claras evidências de que o bom desempenho nessa área traz bons resultados posteriores na vida do alun
Os outros dois domínios, muito menos estudados, são o intrapessoal e o interpessoal. O intrapessoal tem relação com a capacidade de lidar com emoções e moldar comportamentos para atingir objetivos. Já o interpessoal envolve a habilidade de expressar ideias, interpretar e responder aos estímulos de outras pessoas Os três domínios, no entanto, não são estanques. Existe uma interseção entre eles que envolve habilidades que podem estar em mais de um domínio, conforme imagem a seguir. 
Apesar da falta de pesquisas que ajudem a embasar as conclusões, sobretudo nos campos inter e intrapessoais, os especialistas apontaram que características relacionadas à consciência crítica, como ser organizado, responsável e dedicado ao trabalho, trazem resultados desejáveis na educação. Por outro lado, o comportamento antissocial acarreta resultados negativos.
Diante desse contexto, os pesquisadores alertaram para dois grandes desafios que deverão ser enfrentados. O primeiro deles diz respeito à falta de pesquisas, que atrapalha a criação de currículos e avaliações dos alunos. O segundo, que depende de novas abordagens no sistema educacional e políticas públicas específicas, é a oferta de capacitação de professores para que eles sejam capazes de criar ambientes favoráveis à troca de conhecimento.
Apesar de ainda serem necessários alguns estudos para pavimentar esse caminho, os pesquisadores dão seis dicas de atuação em sala de aula para que professores possam preparar o aluno para o século 21.
1)   Procure usar representações variadas, como diagramas, representações numéricas e matemáticas, simulações;
2)   Encoraje uma postura questionadora e proporcione momentos em que os alunos possam expor o que sabem;
3)   Incentive os alunos a participarem de desafios; neste processo, seja um facilitador, dê feedback e os faça compreender seus próprios processos de aprendizagem;
4)   Ensine dando exemplos, citando casos; use, por exemplo, modelos de passo a passo explicando cada etapa;
5)   Prime pela motivação dos alunos, escolhendo temas que se conectem com suas paixões; incentive-os a resolver problemas, preste atenção na evolução de seus conhecimentos, muito mais que em suas notas;
6)   Use avaliações formativas em que o aluno é monitorado continuamente.
O DESAFIO DO EDUCADOR DO SÉCULO XXI
 Ao longo dos anos as concepções teóricas contribuíram significativamente para a formação do educador e a partir do momento em que ele se apossa de competências e de habilidades as dimensões éticas, política e sociais a sua volta sofrem modificações, nesta perspectiva o ato de educar torna-se uma prioridade, bem como o modo pelo qual a educação é transmitida, assim é importante considerar que “o termo educação é marcado por sua característica polissêmica, pois é utilizado com diferentes sentidos para indicar situações distintas” (BRUEL, 2011, p. 15), para tanto, todo educador comprometido com a docência deve ter uma postura crítica e inovadora, para que possa construir e articular propostas de crescimento.
O educador reflexivo e conhecedor desenvolvem seu fazer pedagógico reconstruindo continuamente suas ações, pois, “a formação de professores inclui informações e habilidades desenvolvidas no exercício da profissão, como princípio de interdisciplinaridade, contextualização, democratização, pertinência e relevância social” (FERREIRA; SILVA, 2011, p. 25).
Muitos fatores podem comprometer as práticas pedagógicas, esta tende a ser definida como um “conjunto de ações educativas articuladas aos diferentes componentes curriculares de um curso e aos desafios e necessidades da formação para a cidadania.” (FERREIRA; SILVA, 2011, p. 36), nesse sentido cabe ao educador estabelecer estratégias específicas tendo a intenção de trabalhar os saberes e ações no intuito de propiciar o aprendizado de modo significativo.
Pesquisas realizadas por Abreu (1996), Carrasco e Baignol (1993), Jesus (1996), afirmam que os professores podem utilizar várias estratégias para motivar os alunos nas tarefas escolares, pois a partir dessa motivação os alunos terão possibilidades de se desenvolver melhor, e nesta perspectiva temos que considerar o educando como:
[...] aprendiz é o sujeito protagonista do seu próprio processo de aprendizagem, alguém que vai produzir a transformação que converte informação em conhecimento próprio. Essa construção, pelo aprendiz, não se dá por si mesmo e no vazio, mas a partir de situações nas quais ele possa agir sobre o que é objeto do seu conhecimento, pensar sobre ele, recebendo ajuda, sendo desafiado a refletir, interagindo com outras pessoas (WEIZ, 1999. p. 37).
E ainda que o ato de “[...] ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção […] ensinar inexiste sem aprender” (FREIRE, 1996, p. 22-23). Os educadores devem oportunizar aos alunos momentos onde eles possam desenvolver a criatividade, interpretar e aprender o sentido e o prazer associado à compreensão clara do conteúdo ensinado, desse modo:
Cabe ao professor escolher os modos e recursos didáticos adequados para apresentar as informações, observando sempre a necessidade de introduzir formas artísticas, porque ensinar arte com arte é o caminho mais eficaz. [...] O aluno em situações de aprendizagem, precisa ser convidado a se exercitar nas práticas de aprender a ver, observar, ouvir, atuar, tocar e refletir sobre elas (PCN, 1997, p. 47).
Outro aspecto que deve ser considerado pelo educador é que “[...] por meio do conflito das diferenças, cada participante se reconhece dolorosamente, descobrindo as sementes que os une na construção desse todo, do nós, do grupo” (FREIRE,2008, p. 111), assim, o educador deve propiciar momentos em que os educandos tenham possibilidade de se conhecer, para estes momentos, os trabalhos em grupo são fundamentais.
Existe grande complexidade em meio ao processo educativo, para tanto, faz-se necessário reconhecer que a prática pedagógica tem sua “justificação em parâmetros institucionais, organizativos, tradições metodológica, possibilidades reais dos professores, dos meios e condições físicas existentes” (ZABALLA, 1998, p. 16). 
O relacionamento do professor com os alunos é pautado por respeito, dedicação e amizade, no decorrer das aulas, o educador deve ser dinâmico, e este dinamismo não deve reduzir-se apenas aos momentos nos quais concretiza as intervenções pedagógicas, ao ministrar suas aulas deve se orientar de determinações se posicionando e modelando o seu fazer para que seu profissionalismo venha à tona.
A autonomia deve se fazer presente e também o discernimento deve perpetuar, pois não basta apenas “ter conhecimentos técnicos padronizados, cujos modos operatórios são codificados e conhecidos de antemão, por exemplo, em forma de rotinas, de procedimentos ou mesmo de receitas” (TARDIF, 2002, p. 247), é importante salientar que a graduação possibilita ao educador um momento rico, sendo ainda um processo educativo que se configura na troca de informações sobre o fazer pedagógico se preparando para aturar enquanto facilitador da aprendizagem.
Levar em consideração o momento histórico no qual a sociedade vive é fundamental, pois as práticas pedagógicas estão sujeitas as condições sociais. Atualmente novas problemáticas são inseridas ao processo multicultural visando à integração dos alunos na instituição escolar, diariamente os educadores encontram dificuldades, principalmente no processo de integração, existindo uma dificuldade para aceitar as diferenças, isso se dá, pois existem “determinadas condições que implicam limites e negociações, que ultrapassam o simples ato de planejar e executar o trabalho na escola e na sala de aula” (FERREIRA; SILVA, 2011, p. 42).
Partindo dessa perspectiva o desafio dos educadores na atualidade se constitui em fazer com que as aprendizagens sejam significativas, estimulando experiências que possibilitem o amadurecimento dos educandos de acordo com suas realidades, visando à formação da cidadania.
A didática do século XXI
Nas últimas décadas ocorreram alterações profundas nas sociedades de países ditos em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, numa época caracterizada pela globalização, em que as mudanças se multiplicam pela interinfluência política, econômica, social etc., existente entre as diversas regiões do planeta. Muitas dessas mudanças têm tido impacto na escola e na sala de aula, bem como na forma de conceber os papéis dos professores e dos alunos na relação pedagógica e no processo de ensino e de aprendizagem.
Embora muitos fatores tenham tido a sua influência, como sejam as mudanças ao nível da estrutura das famílias e dos papéis associados ao gênero, o desenvolvimento científico-tecnológico, as alternativas da sociedade de consumo e a emergência de valores sociais essencialmente economicistas, parece-nos que a massificação do ensino foi talvez o aspecto que maior influência direta teve na necessidade da escola mudar para corresponder à nova realidade envolvente. 
No passado, a escola era reclamada como um direito, havendo muitas crianças e jovens que não tiveram oportunidade de estudar por falta de condições socioeconômicas das famílias. As reformas ocorridas nos sistemas educativos, um pouco por todo o mundo, procuraram alterar esta situação, garantindo o direito à educação escolar a todos, através da democratização do ensino. 
No entanto, esta aposta na abertura da escola a todos, levou a que esta comesse a diminuir o seu valor enquanto meio de ascensão social e a que muitos alunos passassem a sentir a escola como uma obrigação o que se tem vindo a traduzir no aumento das situações de desmotivação, com consequências ao nível do insucesso, indisciplina, bullying e violência na escola.
Neste âmbito, as investigações realizadas em diversos países sobre a motivação dos alunos concluem que mais de metade não gosta de estudar. Por seu turno, as investigações também revelam que grandes partes dos professores se encontram na profissão docente por falta de alternativas profissionais e, se pudessem, mudariam de profissão. Assim, verifica-se que é cada vez mais elevada a percentagem de professores desmotivados e insatisfeitos, sendo inclusivamente a profissão docente das profissões com mais situações de estresse (ansiedade) e burnout (esgotamento). 
No entanto, a motivação para a profissão docente é fundamental para a concretização do processo de reforma educativa, para a qualidade do processo de ensino- -aprendizagem, para a motivação dos alunos nas tarefas escolares e para a realização profissional do próprio professor, pelo que a baixa motivação dos professores compromete a concretização dos grandes objetivos da educação escolar na atualidade, os quais não se alcançam por decreto, sendo imprescindível que os professores se sintam envolvidos e empenhados neste processo.
Para isso, seria fundamental algum requisito estarem preenchidos, de acordo com os resultados obtidos em algumas investigações, nomeadamente que os professores se encontrassem na docência com elevada motivação intrínseca, que as condições de trabalho fossem adequadas para realizar aquilo que é exigido aos professores, que a formação preparasse os professores para intervirem de forma eficaz nas situações profissionais que têm de enfrentar, que os professores trabalhassem mais em equipe e que as famílias dos alunos colaborassem mais, e de forma cara e presente.
A motivação dos professores é tanto mais importante na atualidade, pois tem vindo a aumentar o reconhecimento da importância da componente afetiva da relação pedagógica para a aprendizagem dos alunos. Só conseguimos ter alunos motivados e com sucesso escolar, se os professores manifestarem prazer em ensinar.
O professor na sala de aula é um líder, pois procura influenciar os seus alunos para que estes se interessem pelas aulas, estejam atentos e participem, apresentem comportamentos adequados e obtenham bons resultados escolares. Para isso, tem que saber dar o exemplo em termos de motivação e de gosto por ensinar.
No passado, o processo de ensino-aprendizagem era muito normativo, sendo os métodos de ensino iguais para todos os alunos e, sobretudo, centrados no conhecimento. Atualmente, o professor deve procurar ir ao encontro dos interesses e da linguagem dos alunos, sendo flexível (de acordo com o provérbio “professor, se eu não aprendo como tu me ensinas, ensina-me de forma que eu aprenda”) e dando o exemplo (um líder não pode funcionar segundo o princípio “faz o que eu digo e não o que eu faço”).
Para potencializar a criação de “laços” ou “pontes” com os alunos e a motivação destes, os professores devem evitar o distanciamento, a neutralidade afetiva e o autoritarismo, devendo, ao contrário, fomentar uma relação de agrado, caracterizada pelo diálogo, pela negociação e pelo respeito mútuo. Para além da importância de se mostrar entusiasmado pelas atividades realizadas com os alunos, constituindo um modelo ou exemplo de motivação para eles, o professor pode utilizar algumas estratégias de motivação nas suas aulas, nomeadamente:
1) Relação entre a condução pedagógica do professor e a aprendizagem ativa do aluno. Aquele ensino exclusivamente verbalista não subsiste mais. Não quero dizer que deve sumir a aula expositiva. A aula expositiva precisa assumir outra função, ao lado de diversas atividades de classe. O professor precisa fazer o possível para ensinar o aluno a aprender de forma autônoma e crítica. Quer dizer, colocar a cabeça do aluno em ação, ensinar a pensar. O professor tem que colocar problemas, fazer perguntas, tem que dialogar bastante, ouvir mais os alunos, abrir espaço ao aluno para expressar-se e trazer para a sala de aula sua realidadevivida..
	2) Ensinar a pensar criticamente implica a ajuda pedagógica do professor no desenvolvimento de habilidades cognitivas, de estratégias de pensamento, hábitos de estudo, de formação de conceitos, para auxiliar o aluno a interpretar o mundo de forma crítica. Vejam bem, é insuficiente fazer o aluno memorizar definições. Formação de conceitos diz respeito à capacidade que os alunos podem adquirir de trabalhar mentalmente com conhecimentos, habilidades, ou seja, com princípios básicos, com hipóteses. Na verdade, formar conceitos diz respeito muito a aumentar a capacidade de raciocínio. Os conceitos são o alimento do raciocínio.
	3) Ensinar a aprender a aprender tem a ver com a atitude sócio-construtivista de que falei no início. Tem a ver com a sócio-construção do conhecimento. A idéia aqui é de que a criança e o adolescente tenham um papel ativo na construção do seu conhecimento, baseado numa interação viva da criança com seu meio (meio esse que são as pessoas, os objetos, a organização escolar, a organização da sala de aula e, naturalmente, o próprio livro didático).
	4) Prestar atenção ao impacto dos meios de comunicação (tv, vídeo, games, etc.) na sala de aula. A escola vai continuar ainda muito tempo do jeito que está: sala de aula, lousa, giz, cadernos, lápis. Mas as alterações tecnológicas serão cada vez mais familiares nela. Os professores não podem mais ignorar a internet televisão, o celular , o computador, o , que são veículos de informação, de comunicação, de aprendizagem, de lazer. Isso acaba trazendo mudanças no papel da escola e do professor. O professor não é mais a principal fonte do conhecimento. O livro didático não supre mais sozinho as informações e os conteúdos necessários. A fala oral já é insuficiente. Professores, alunos, pais, todos precisamos aprender a ler sons, imagens, movimentos. Muitos dos nossos alunos já vivem estas experiências, estão acostumados a aprender através dos sons, das cores, das imagens, nos programas de televisão, nos filmes, nos games, em que o real é substituído pelo virtual. 
	E importante alertar para os novos desafios da profissão docente. Insistir numa preocupação maior com a comunicação em sala de aula, com o ouvir mais os alunos. Lembrar os professores para quando pensarem em procedimentos didáticos, que procurem aproveitar a riqueza de conhecimentos, imagens, sons e emoções trazidas pelos meios de comunicação.
	5) Atender à diversidade cultural e as diferenças no contexto da escola e da sala de aula. Isso diz respeito à nossa preocupação em juntar o trabalho que se faz na sala de aula com as vidas que os alunos levam fora da escola. Falar da diversidade cultural é falar da realidade concreta da diferença e da vida cotidiana. É levar em conta as experiências do cotidiano que alunos têm enquanto brancos, negros, homem, mulher, homossexuais, pobres, remediados. Coisas que não encontramos diretamente nos livros didáticos.
	6) Domínio e utilização de novos recursos auxiliares de ensino;
	7) Aprender a pensar e a criar o próprio saber;
	8) Desenvolver comportamento ético e saber orientar os alunos em valores e atitudes em relação à vida , ao ambiente, a si próprios, às relações humanas.
Tem-se verificado que estas estratégias podem contribuir para uma maior motivação dos alunos na sala de aula, permitindo aumentar o seu prazer em aprender. 
Sendo a motivação um fenômeno relacional, o prazer em aprender dos alunos vai-se repercutir no prazer em ensinar dos professores, pelo que é importante a criação de um clima de motivação na sala de aula, permitindo construir uma escola de sucesso para as novas gerações do século XXI.
Considerações Finais 
Vivemos em um mundo onde vigora as mudanças que ocorreram com as transformações tecnológicas, neste contexto vemos a educação se expandir de um modo significativo, esta que transforma e gera mudanças tem sido debates em muitas discussões, gerando conflitos que muitas vezes não são resolvidos. Em muitas ocasiões vemos o termo educação ser empregado de modo errôneo, mas é fundamental compreender que a educação deve acontecer de um modo amplo e sem restrições abrangendo toda a sociedade.
Sabe-se que os seres humanos necessitam interagir e conviver com outras pessoas, esta convivência deve ser harmoniosa para tanto, se faz necessário nos apropriarmos de saberes para que possamos nos construir como sujeitos do conhecimento e tal processo só se realizarão por meio de uma educação com qualidade, assim, cabe aos educadores enquanto transmissores do saber, devem estar preparados para levar este conhecimento partindo de metodologias diversificadas e estratégias adequadas
Sendo as escolas instituições voltadas a formação e transmissão de saberes, no intuito de garantir e atualizar a sociedade historicamente, culturalmente e socialmente, a educação deve ser uma ação especificamente humana e deve se manifestar transformando comportamentos, pois o homem se transforma à medida que se relaciona com os demais, nesse sentido os procedimentos de educação devem gerar contínuas mudanças. 
Para que os educandos possam se apropriar do conhecimento é importante que os educadores tenham competência, compromisso e muita responsabilidade mediante o cotidiano escolar, ou seja, em suas práticas pedagógicas, pois neste século o educador se depara a cada dia com um novo desafio. Neste contexto, o compromisso de ministrar aulas criativas recai sobre o educador, uma vez que a educação deve ser contínua e se constituir em meio a uma sociedade desafiadora, assim, visando garantir os objetivos educacionais as aulas deve ser atrativas aos alunos e mobilizar ao aprendizado. 
Diante do exposto, espera-se que a educação alcance a todos os alunos e que os educadores trabalhem com alegria usando e abusando da criatividade para que se possa garantir qualidade no atendimento escolar.
Referências
ABREU, M. V. Pais, professores e psicólogos. Coimbra: Coimbra Editora, 1996.
BARBOSA, L. M. S. Psicopedagogia: um diálogo entre a Psicopedagogia e a Educação. 2 ed. Curitiba: Bolsa Nacional do Livro, 2006.
DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. 4. ed. São Paulo: Cortez; Brasília: DF/MEC/UNESCO,2000.
ESTEVE, J. O mal–estar docente: a sala de aula e a saúde dos professores. Trad. Durley de Carvalho Cavicchia. Bauru, São Paulo: Edusc, 1999. 
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 30 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004
PACHECO, J. A. Formação inicial In: Formação de professores. Porto. Porto Editor: 1999. P. 45-51.
PACHECO, J. A. O Pensamento e a ação do professor. Porto: Porto Editora, 1995. 
PERRENOUD, Ph. As dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
SANTOS, G. J. Organização e gestão educacional. Faculdade Educacional da Lapa – Curitiba: Editora Fael, 2011.
SILVA, R. C. C. M. FERREIRA, S. R. N. Práxis Docente: o sujeito, as possibilidades e a educação. Faculdade Educacional da Lapa, Curitiba: Editora Fael, 2011.
TARDIF, M. Saberes docentes e formação de professores. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.
TEDESCO, Juan Carlos. Educar en la sociedad del conocimiento. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica de Argentina, 2000. 
http://www.boaaula.com.br/iolanda/disciplinas/espp/corte1999. Acesso 11de setembro de 17 as15h 30min.
 http://www.porvir.org/conheca-competencias-para-seculo-21. Acesso 11de setembro de 18 as15h 30min.

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