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Administrativo I

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Administrativo – I
Aula 1 (14/02)
Princípios Reitores da Administração 
1) Aspectos Conceituais:
Princípio como Gênese Normativa: a norma jurídica, em sentido estrito, é uma decorrência da base principiológica (é o fundamento de que determina a edição da norma).
Segundo o professor José Hermano da Costa "Os princípios são uma abstração mais geral de uma ciência e que lhe garante uma validade ao próprio sistema da ciência". Um princípio nada mais é do que essência da própria ciência.
Se uma norma não tiver sustentado em uma base não terá validade jurídica e, portanto, tudo que se constrói no Direito deve ser fundamentado de forma principiológica.
Os princípios visam dar substância/sustentação ao contexto jurídico. Deste modo, primeiramente criam-se os princípios de forma a garantir uma sustenção para que a lei possa ter validade.
Antes da existência de qualquer norma ou fundamento jurídico há um princípio.
Um princípio é criado quando os filósofos do direito se deparam com um sistema social e passam a reunir este pensamento coletivo de forma a criar uma nomenclatura iures. Esta nomenclatura, ao aderir uma obra de referência bibliográfica, se torna um princípio.
Uma vez criado um princípio ele passa a ter uma observância obrigatória pelos administradores públicos, ainda de não seja lei.
Os princípios, por serem gerais e abstratos, necessitam serem "traduzidos" de forma a ter uma estrutura mais determinante e específica. A lei surge de modo a trazer os detalhes para o cumprimento dos princípios e que, portanto, a norma decorre do princípio.
Princípio como Fundamento de Interpretação:
Uma vez criada a norma há a necessidade de interpretá-la. Ao realizar a operação de interpretar uma norma e aplicá-la ao caso concreto , há a necessidade de observar os princípios como um fundamento de interpretação da norma.
O princípio estabelece uma base para a interpretação da norma.
Princípio como Elemento de Integração:
As lacunas presentes no ordenamento jurídico devem ser preenchidas e o processo pela qual ocorre este preenchimento é pela integração da norma jurídica. Portanto, o princípio deve ser utilizado como fundamento para o preenchimento de eventuais lacunas existentes no ordenamento jurídico.
Princípio como uma Norma Jurídica de Baixa Densidade Normativa: o princípio é uma norma jurídica de baixa densidade normativa, pois, os comandos da normas são poucos específicos (devido à sua natureza geral e abstrata).
Obs: O princípio, quando já apresentado a uma obra de referência bibliográfica, ele passará a ser uma norma de observância obrigatória (não há a necessidade de se tornar lei). Deste modo, o princípio é uma norma jurídica mesmo que não evidenciado em uma lei posta.
Norma de Alta Densidade Normativa: é uma norma que tem um comando normativo específico.
Obs: Não há hierarquia entre os princípios (o mesmo não ocorre com as normas)!
Para resolver um conflito principiológico há de se realizar uma ponderação principiológica.
Ponderar = fazer incidir em um caso concreto todos os princípios aplicáveis a esta hipótese de forma a selecionar uma que melhor se adeque ao caso.
Constitucionalização dos Princípios da Administração Pública: Os princípios administrativos foram alçados a um patamar constitucional de maior relevância e, portanto, começaram a ser tratados em uma perspectiva mais ampla de forma a trazer maior segurança jurídica ao processo de aplicação principiológica.
Art. 37 da CF: A administração pública obedecerá os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Exemplos de Princípios Administrativos: Lei 9.784, Art. 2º.
Obs: Quando um princípio está positivado ele se denomina norma princípio.
Aula 2 (15/02):
Revisão da Aula Anterior
Princípio como:
Gênese Normativa: o princípio é tido como um nascedouro da norma jurídica.
Uma vez que o princípio está referenciado em uma obra jurídica, ele terá observância obrigatória pelos administradores. 
Interpretação da Norma: criada uma norma, ela deve ser interpretada de acordo com os princípios.
Elemento de Integração da Norma Jurídica: o princípio como um fundamento o preenchimento de eventuais lacunas existentes no ordenamento.
Princípio como uma Norma: o princípio é uma norma de baixa densidade normativa, pois, os comandos da norma são pouco específicos (devido à sua natureza geral e abstrata).
Ponderação Principiológica: como não há hierarquia entre os princípios e, em um mesmo caso concreto, incide dois ou mais princípios, há de se verificar qual princípio irá incidir no caso em específico.
Princípios Constitucionais Reitores da Administração Pública:
Legalidade: Assevera que aos administradores públicos somente poderão agir de acordo com expressa previsão legal e, portanto, somente poderiam realizar algo se a lei expressamente determina ou autoriza. É o dever de agir de acordo com a lei → Ideia de Legalidade Estrita!
Em caso de omissão da lei, o administrador nada poderá fazer.
Juridicidade: agir de acordo com o direito (o direito é maior que a lei).
O princípio da legalidade em sentido stricto visa evitar uma instabilidade jurídica (colidindo com o princípio da segurança jurídica).
O princípio da legalidade está mitigado pelo conceito de juridicidade → Base Legal: Art. 2º, parágrafo único, inciso I da Lei 9.784/99 ("haja de acordo com a lei e o direito").
Impessoalidade: Todos os administrados deverão ser tratados de maneira igualitária/isonômica, devendo manter a todos o mesmo tratamento/atenção do poder público. É um parâmetro que impede distinções de qualquer ordem.
Impessoalidade não é sinônimo de que o tratamento isonômico não possa comportar exceções (que devem estarem designadas explicitamente para todo o conjunto da sociedade e que não faça distinção). Essas exceções não significam uma afronta ao parâmetro de impessoalidade.
Ex: uma fila de atendimento no serviço público em que há um tratamento diferenciado aos idosos ou aos deficientes.
Não há uma quebra da impessoalidade se tratar todos os desiguais de forma desigual (ocorreria se essa norma não alcançasse a todos que estão submetidos a uma mesma situação jurídica).
A impessoalidade visa afastar qualquer possibilidade discriminatória.
Obs: O princípio da impessoalidade afeta as licitações, pois, publica-se um edital de forma que todas as empresas que estejam interessadas em participar mandem a sua proposta.
Aula 3 (21/02)
Princípios Constitucionais Reitores da Administração Pública: Art. 37.
Moralidade: associado ao conceito de probidade, ou seja, agir com honestidade. Portanto, o administrador deve pautar a sua conduta pelo preceito de honestidade.
≠ de Moralismo, pois, o moralismo diz respeito à maneira como a pessoa se enxerga ou como enxerga os outros em um contexto social (esta relacionado ao filtro social).
Consiste no fato de que além de termos que agir em conformidade com a lei, é necessário agir com honestidade, visto que nem sempre tudo que é legal será considerado como honesto.
Lei da Improbidade Administrativa (Lei 8.429) visa traduzir três modalidades improbidade (falta de honestidade; atenta aos princípios da administração pública):
1) Improbidade que gera dano ao patrimônio público (dano ao erário); 
2) Improbidade que gera enriquecimento ilícito; 
3) Improbidade que atenta contra os princípios reitores da administração pública.
Obs: Nem tudo que é legal será honesto, pois, é possível acomodar dentro da dinâmica da lei hipóteses jurídicas que ficam dentro do parâmetro da ilegalidade, mas, que evidentemente é uma situação desonesta.
Outro conceito de Moralidade: Como se trata de um agente da administração pública, ele não somente deve agir de acordo com a lei e agir de forma honesta, mas, como também deve haver uma preocupação de que a sua atuação transpareça honestidade.
Mesmo que a atuação do administrador seja honesta, mas, a sua atuação não transparece honestidade, este ato não será válido, pois, não respeita o princípio da moralidade.
Publicidade: é uma determinaçãona qual o Estado deve explicitar toda a sua atuação para a coletividade.
A publicidade é um princípio que adverte a administração que, pelo fato de se tratar de uma coisa pública e, que o Estado é criado de forma a tutelar questões de ordem coletiva de forma a atuar em favor da sociedade, ele deve ser transparente em relação a sua atuação para com a sociedade.
Por ser uma obrigação do Estado a atuar em favor da sociedade, ele deve prestar contas da sua atuação a coletividade que o criou e o sustenta.
A publicidade comporta exceções, pois, existem questões em se forem dadas a domínio público colocarão em risco a estabilidade do pacto social, sendo eles:
Inquérito Policial.
Segurança Nacional.
Sindicância e Processos Administrativos Disciplinares: visam apurar a responsabilidade dos servidores públicos; é um procedimento que ocorre em sigilo, pois, visa resguardar o investigado pelo fato de todo agente da administração pública está sujeito, sistematicamente, ao processo de investigação da própria administração.
Informações de Caráter Pessoal (sigilo fiscal, da comunicações, bancário, intimidade e privacidade).
A publicidade gera um Duplo Controle, sendo eles:
Controle Social: controle que a sociedade faz em face da atuação do Estado; 
Controle Oficial: as próprias estruturas do aparelho formal do Estado controlam o Estado (ex: CNJ, MP, etc.).
A publicidade depende de cada situação jurídica. Em alguns casos, a lei exige que a publicidade poderá ser promovida por Diário Oficial, o Diário de Grande Circulação, Várias Publicações Sucessivas ou Afixar Edital em um Quadro de Avisos.
Ex: Em alguns casos de licitação, há a obrigatoriedade de publicar o edital no Diário Oficial ou em Jornal de Grande Circulação.
Aula 4 (22/02)
Princípios Constitucionais Reitores da Administração Pública: Art. 37.
Eficiência: Significa o dever de boa administração (o administrador público tem a obrigação de gerir o aparelho público de maneira eficiente), portanto, determina aos agentes do Estado que estes devem atuar sobre o preceito dever de bem gerir, executar, realizar a coisa pública. Se traduz em três elementos:
Características da boa administração:
1) Promover uma atuação do Estado com uma qualidade crescente: a qualidade técnica que a administração pública promove a sociedade precisa estar em constante aperfeiçoamento → Qualidade.
2) Ideia de que deve ocorrer uma constante expansão dos serviços de forma a atender gradativamente a sociedade → Quantidade.
3) Gastar o suficiente e o necessário em frente às despesas → Economia.
Aula 5 (7/3)
Princípios Reitores da Administração 
Motivação: determina que o administrador público exponha as razões de fato e de direito que o levam a agir.
O administrador público não é um senhor de vontades visto que ele deve, necessariamente, manifestar a vontade coletiva antes de agir (manifesta o interesse do Estado na aquisição de determinado bem).
Pelo fato do administrador público somente agir pela vontade coletiva, há uma necessidade de explicitar as razões para a prática do ato.
O preceito de motivação está vinculado ao parâmetro de publicidade, pois, na medida em que há a exposição das circunstâncias de fato e de direito que o levam a agir, a sociedade tem a condição de exercer o papel de controle em relação a essa vontade coletiva. 
A explicitação dos motivos leva a uma estrutura de acompanhamento da gestão do aparelho público.
Circunstâncias de Fato: são as circunstâncias presentes nos casos concreto. São as razões que explicam ou sugerem uma necessidade de atuação do Estado. São os aspectos fáticos que indicam ou apontam uma necessidade de agir do Estado.
Circunstâncias de Direito: são os dispositivos legais ou regulamentais que autorizam/determinam a atuação. Portanto, no ato de motivar, há a necessidade de explicitar quais são os dispositivos legais que permitem a atuação do administrador público.
A necessidade de apontar os dispositivos legais ou de regulamentos que autorizem/determinem a atuação do administrador está relacionado ao princípio da legalidade ou juridicidade.
Este princípio exige que o agente do Estado explicite, de forma a tornar público, as circunstâncias de fato e de direito que o conduzem a agir de determinada maneira por justamente não deter vontade própria.
Diferenças:
Motivos: são as circunstâncias de fato e de direito que levam o administrador público a agir.
Motivação: é a explicitação dos motivos.
A motivação é sempre prévia ou, ao menos, concomitante a prática do ato (no momento de praticar o ato, ocorre a explicitação dos motivos)! Pois, não existe a figura da motivação à posteriori devido o fato do ato já ter sido praticado (fato que caraterizaria uma justificativa).
Existem circunstâncias que autorizam, como no caso da requisição administrativa, que a motivação/justificativa ocorra após o ato (geralmente, nos casos de urgência).
 A motivação sempre deve ocorrer antes de forma que haja um melhor mecanismo de controle.
Os motivos devem constar do ato na qual se está editando, ou seja, os motivos/razões para que ocorra a atuação do administrador devem estar presentes no documento na qual explica a forma de como estava agindo ou este documento deve indicar aonde estão as razões para a atuação.
Portanto, os motivos devem constar do ato ou o ato indica onde estão os motivos.
Obs: Ao motivar o ato se valendo de pareceres anteriores (manifestações técnicas, jurídicas, relatórios, etc), a autoridade que for decidir não precisa escrever, no ato, todos os detalhes que o conduzem a agir de determinada maneira - É possível encampar as razões que foram produzidas por autoridades subalternas (é o acolhimento das razões como se fossem adeque que redigiu o parecer). Não é obrigado inovar em todos os argumentos.
Obs: Tanto aos atos vinculados (em que a motivação poderá ser mais suscita devido a uma vinculação aos dispositivos legais) quanto para os atos discricionários (possibilidade de escolha entre várias soluções) deverá ocorrer a motivação. 
Obs 2: As exceções quanto à necessidade de motivar o ato está expressamente previsto em lei. Como, por exemplo, a nomeação de alguém para o exercício de cargo de confiança ou em comissão (são cargos de livre nomeação e exoneração).
Teoria dos Motivos Determinantes: os motivos que eu alego são determinantes da minha atuação. Ideia de causa e efeito - Se um administrador prática um ato por cause de uma determinada razão, esta razão deve coincidir com a atuação deste (uma coisa deve estar necessariamente ligada à outra). Se os motivos forem inexistentes, falsos ou insubsistente o ato não se sustenta no cenário jurídico.
Deve haver uma coerência dos motivos alegados.
Motivo Inexistente: quando o administrador público agiu e não apontou nenhum razão de fato ou de direito.
Motivo Falso: ocorre quando o administrador apresenta razões de fato e de direito, mas, em sequência, se verificou que foram motivos falsamente alegados. 
Motivo Insubsistente: alega-se um motivo que não é falso, mas, que não apresenta força suficiente para justificar a edição do ato.
Portanto, os motivos, razões e fatos alegados devem ser coerentes com que se faz.
É possível complementar/aditar os motivos até a expedição do ato desde que esta alteração não traga prejuízo - Convalidação do Ato.
Autotutela: é um poder-dever (ao mesmo tempo é uma possibilidade e uma obrigação) que tem a administração de rever os próprios atos que pratica. 
Está relacionado a ideia de autocontrole: a própria administração controlando a sua atuação.
O poder de revisão ocorre por duas maneiras, sendo elas por meio do controle de: 
Mérito: circunstâncias do caso concreto que envolvem avaliações de conveniência e oportunidade.
Conveniência = avaliação entre duas ou mais alternativas de forma a escolher aquela que melhor atende o interesse público (advém da possibilidade de escolha do administrador público dentro dos parâmetros legais).
Oportunidade = o momento adequado para aplicar uma medida.
Legalidade: é a possibilidadede rever um ato do ponto de vista da legalidade 
É um princípio que determina que o aparelho público do Estado tem o poder e a obrigação de rever todos os atos que pratica. Este poder de autotutela se traduz pela possibilidade de revisão da análise de mérito e legalidade.
Aula 6 (8/3)
Princípios Reitores da Administração 
Autotutela: é um poder-dever que tem a administração de rever os próprios atos que pratica, portanto, obrigação do próprio Estado em controlar a sua própria atuação (tendo como fundamento no autocontrole).
A autotutela atua em dois campos:
Controle de Mérito: é a avaliação de conveniência e oportunidade.
Ocorre nos casos em que o administrador público, ao se deparar com duas ou mais oportunidades, sendo todas elas em consonância com a lei, escolhe uma das alternativas (conveniência) para aplicar no melhor momento (oportunidade). 
A escolha do administrador ocorre de forma discricionária, ou seja, 
Exemplo: Nos casos de mudança de unidade de locação. O servidor, ao solicitar a mudança de lotação, terá o seu pedido analisado pelo Estado. O Estado não é obrigado a aceitar este pedido, de forma que este verifica se o pedido está de acordo com os aspectos de conveniência e oportunidade que melhor atender aos interesses da administração pública (acatando ou não o pedido de mudança as duas alternativas são legais). 
Obs: há casos em que o Estado é obrigado a aceitar a mudança de locação (não há margem de liberalidade para qualquer tipo de análise subjetiva), como nos casos de remoção de um dos cônjuges (caso ambos sejam servidores públicos) para uma outra localidade por interesse do serviço. O cônjuge remanescente tem o direito de requerer a remoção para a mesma localidade. Ao realizar este pedido para o Estado, este se vê obrigado a aceitar o pedido - É um ato vinculado!
Uma decisão discricionária não é uma decisão arbitrária! Pois, em ambos os casos devem ser motivados, mas, na decisão discricionária há uma avaliação de conveniência e oportunidade que melhor atende os interesses da administração.
Ato Discricionário: quando existem duas ou mais alternativas e todas elas são legais, fica reservado ao administrador público o poder de avaliar os aspectos de conveniência e oportunidade de forma a escolher aquela que melhor atenda interesse público.
Obs: O ato discricionário não está a margem da lei! Está sempre vinculado à lei, mas, há a possibilidade de escolha de solução dos problemas.
Ato Vinculado: aquele ato que a lei pedestres detalhadamente qual deve ser a decisão do administrador, sem margem para avaliações subjetivas.
Para se desfazer de um ato discricionário há de se realizar uma revogação. 
Revogação = retirada do ato por razões exclusivas de mérito. 
Os efeitos jurídicos da revogação são ex-nunc (não retroage). Os efeitos jurídicos apresentados antes da revogação não são ilegais (pois, o ato foi praticado ocorreu dentro da lei, mas, a razão de sua retirada ocorreu por razões de conveniência e oportunidade).
Obs: um administrador público não poderá ser punido caso, futuramente, a avaliação de conveniência e oportunidade (fundado em laudo técnico ou parecer) for inoportuno.
Controle de Legalidade: verificação se o administrador público agiu ou não de acordo com a lei.
Ao verificar que um ato é ilegal e foi realizado de forma inoportuna/inconveniente, primeiramente, deve-se sempre verificar do ponto de vista da legalidade. Pois, consternado a ilegalidade, conserta-se a conveniência e oportunidade.
A retirada de um ato jurídico que apresenta uma ilegalidade ocorre mediante a invalidação do ato.
Invalidação = retirar do cenário jurídico um ato que está inquinado de vício de legalidade.
A invalidação comporta duas formulação jurídicas, sendo elas:
Ato Nulo: é o ato que contém um vício de legalidade absoluto, ou seja, a ilegalidade se abate em um aspecto essencial/fundamental na emissão do ato. 
Exemplo: Caso o Estado remova um servidor para outra localidade por motivos de punição. Esta remoção será ilegal, pois, este procedimento tem por finalidade a realocação do servidor - Ocorre o Desvio de Finalidade do Ato (o ato admistrativo deve estar voltado ao atendimento de uma finalidade específica, visto que cada ato está pré-ordenado ao atendimento de uma finalidade específica).
Apresenta efeitos ex-tunc, ou seja, visa retirar o ato ilegal do cenário jurídico de forma a restabelecer o status quo ante para desfazer qualquer efeito jurídico que tenha sido operado.
Ato Anulável: ato que possui um vício de ilegalidade como aspectos acessório, ou seja, no aspecto que não macula a própria essência de atuação do ato, ou seja, apresenta vícios relativos.
Caso promova o conserto do ato não ocorre prejuízo à ninguém (prejudicaria a administração se desfizesse do ato).
A forma de corrigir o ato aniversário é pelo o mecanismo da convalidação.
Convalidação = é a supressão retroativa da ilegalidade do ato.
Como consequência da convalidação, retroage os efeitos do ato de forma a não desfazer o ato, mas sim, tornar válido os efeitos que foram produzidos. Ocorre por meio de uma edição de o novo ato que visa sanear o ato vicioso.
Aula 7 (14/3)
Princípios Reitores da Administração 
Igualdade: 
Conceito: a igualdade pressupõe um tratamento igualitário, isonômico, impessoal.
Para alguns autores é o mesmo conceito de impessoalidade.
Mas, o tratar do princípio da igualdade, os autores se dedicam ao tratamento específico que a administração atribui aqueles que pretender ingressar nas fileiras do aparelho público. Significa que estes que pretendem adentrar a administração pública precisam serem tratados de forma igualitária, isonômica, de modo que o Estado não olhe aquém.
Para ser servidor público deve-se passar por um processo seletivo de forma que não se pode impor uma barreira restritiva que não contenha um fundamento jurídico relevante. Ou seja, para adentara a administração pública deve competir em igualdade de condições com os demais.
O princípio da igualdade comporta exceções, como nos casos de determinadas atribuições que exigem determinados padrões (esta restrição deve ser devidamente justificada).
Supremacia do Interesse Público:
Conceito: Orienta que sempre que houver um choque entre interesse coletivo e interesse particular irá sempre prevalecer o interesse público.
O Estado é o guardião do interesse coletivo, pois, ao criar o Estado, por meio do pacto social lhe foi conferida a responsabilidade para gerir as coisas que são de interesse da população. A partir desta determinação coletiva, o Estado passa a ser o guardião do interesse da coletividade.
Obs: O fato de prevalecer o interesse coletivo não significa que o interesse de um particular deve ser atropelado ou que deva sofrer algum prejuízo em razão da prevalências do interesse público. Portanto, caso o Estado provoque algum tipo de prejuízo na esfera dos particulares, há de ser realizar a recomposição deste prejuízo (o Estado não tem interesse em causar prejuízo à alguém, mas sim, fazer valer o interesse da sociedade como um todo).
O direito de propriedade do particular está balizado pelo contexto da função social.
Razoabilidade/Proporcionalidade:
Razoabilidade: Exigência de que o comportamento do administrador público seja de acordo com a lei, de modo a sempre agir dentro do necessário atendimento ao interesse público, segundo os preceitos da moralidade. A sua atuação deve estar dentro da perspectiva da razoabilidade, ou seja, um comportamento equilibrado, com bom-senso.
Não se admitem as condutas desrazoável (condutas desequilibras, exacerbadas, extrapolam a perspectiva do bom-senso). São condutas que não estão harmonizadas no contexto do direito.
Uma conduta desrazoável esbarra em questões que afronta à moralidade.
Ex: Prefeito de um município que pretendia construir um estádio de futebol, mas, apesar de ocorrer o processo licitatório dentro da lei. Mas, apesar disto, o Tribunal de Contas do estado mandou obstar a realização deste procedimento, pois, a capacidade de pessoas quecabem no estádio de futebol é maior que a população do município.
Proporcionalidade: É necessário que a administração tenha um equilíbrio entre os meios que emprega e os fins que pretende atingir. Uma proporcionalidade entre causa e efeito (os meios que se empregam devem ser proporcionais aos fins a serem atingidos).
Finalidade: A finalidade da atuação da administração pública é o atendimento dos interesses da sociedade.
Portanto, tudo que o administrador público fizer deve estar voltado ao atendimento dos interesses públicos (toda máquina do Estado está voltada para solucionar os interesses da coletividade).
Tem por objetivo evitar qualquer tipo de utilização do poder público para realizar outras coisas que não sejam de interesse público.
Ex: Utilização do aparelho do Estado como ferramenta para ganhar as próximas eleições.
Desvio de Finalidade: Ocorre quando não atende os parâmetros de finalidade e, portanto, comete-se um delito de desvio de finalidade. É a utilização da estrutura do aparelho público para atender alguma outra finalidade que não seja de interesse da sociedade.
Obs: Há a possibilidade de haver o desvio de finalidade no sentido stricto. Todo ato administrativo apresenta uma finalidade que lhe é própria e somente poderá ser empregado para o atendimento daquela finalidade em específico. Quando se utiliza um ato que apresenta uma finalidade específica para atingir outra finalidade que não lhe é própria, ainda que pretenda atingir o interesse público, será desvio de finalidade.
Ex: Há um processo licitatório para criar uma escola, mas, ao final, construiu um hospital.
Aula 8 (15/3)
Princípios Reitores da Administração Pública 
Controle Judicial dos Atos Administrativos: 
Na autotutela implica num poder-dever que a administração apresenta de rever os próprios atos (revisor de sua própria atuação). Nesta modalidade, há a possibilidade do Estado controlar sua própria atuação a partir de duas perspectivas: de mérito e de legalidade.
Nesta hipótese, a própria administração se autocontrola em que há um controle administrativo de mérito e de legalidade. Portanto, se o próprio Estado verifica que há uma ilegalidade no ato que praticou ele mesmo irá consertar.
O princípio do controle judicial envolve a mesma perspectiva de controle, ou seja, a de acompanhamento sistemático da atuação do Estado, mas, agora, executado por um órgão externo ao do aparelho público.
Conceito: Por este princípio, toda a atuação da administração pública estará sujeita a um sistema de controle de legalidade a atuação da administração.
O controle externo, realizado pelo poder judiciário, é exclusivamente de legalidade. Portanto, o poder judiciário não controla o mérito da atuação da administração pública (sob pena de invadir a esfera de atuação do administrador público).
Em muitos casos, há discursão judicial sobre o mérito. Ocorre nos casos em que alguém ajuizou uma ação contra a atuação do Estado e está suscitando a aplicação ou não de um incidente sob o aspecto principiológico. Portanto, muitas vezes, o conteúdo que está sendo tratado em juízo nos parece um discursão de mérito, mas, jamais haverá uma decisão que fuja da análise de legalidade.
Qualquer um que se veja afetado por uma decisão administrativa poderá provocar o poder judiciário para que ele promova o papel revisor da atividade da administração pública.
Obs: No autocontrole, como o próprio Estado tem o dever-poder de rever os seus atos, não há a necessidade de provocação (visto que é uma situação corriqueira de sua atuação). Neste sistema de controle administrativo, há uma estrutura de hierarquia, um sistema de controle interno do órgão da administração pública (secretarias de controle interno). Mas, no caso do controle judicial, para ser exercido este controle há a necessidade que o poder judiciário seja provocado para promover a verificação de legalidade da atuação do Estado.
Caso ajuíze no poder judiciário uma questão puramente de mérito este irá rechaçar esta matéria, pois, é competência do administrador público.
Obs: O judiciário é competente para analisar a aplicação de princípios, tendo em vista que os princípios são normas (mas, de baixa densidade normativa).
O princípio da autotutela e o princípio do controle judicial são complementares (são duas esferas de controle do aparelho da atividade pública).
Não há a necessidade de, primeiramente, resolver a questão administrativa para depois poder provocar o poder judiciário (se a parte quiser, ela poderá ajuizar a demanda diretamente no poder judiciário).
Contraditório e Ampla Defesa (Devido Processo Legal): 
O contraditório e a ampla defesa são a estrutura de base do processo de gestão do aparelho público.
É a expressão do devido processo legal, pois, não há gestão administrativa sem a garantia do devido processo legal.
Os processos administrativos estão numa perspectiva mais flexível quando comparado com os processos judiciais, pois, no processo judicial há uma estrutura legislativa que torna o processo inflexível de forma a trazer uma maior segurança jurídica ao ato. Já no processo administrativo, por estar sobre o sistema de controle judicial, comporta uma flexibilidade maior.
Por se tratar de um processo flexível isto não o torna ilegal (não há espaço para o invencionismo).
Marcos Legais: 
Lei 9.784/99: Regula os processos administrativos na esfera federal, no âmbito da União. 
Foi recepcionada por vários regimes jurídicos.
Apresenta um modo de proceder que assegura a segurança jurídica do devido processo legal.
Lei que traz o modo de proceder em relação a qualquer demanda que precisa ser tratada dentro da administração pública (estabelece as formas de processamento, os requisitos para peticionar, o modo de proceder, como recorrer, etc.).
É uma lei genérica, ou seja, ela vale para todos os processos administrativos que não tenham lei especial (específica).
Exemplo de Lei Específica: 
Lei 8.666/93: Há um modo de proceder o processo licitatório. Portanto, há uma previsão legal em relação a cada passo no processo de licitação. Deste modo, não se aplica a Lei 9.784 (pois, a lei especial irá prevalecer sobre a lei geral).
Lei 8.112: Há um processo específico como, por exemplo, o processo administrativo disciplinar. Portanto, para um servidor ser punido na esfera da administração pública é preciso responder pelo devido processo legal. A previsão em relação ao devido processo legal para o servidor público está na Lei 8.112 (e não a lei 9.784, pois, a lei é especial).
Art. 69: Aplicam-se os preceitos da Lei 9.784 apenas subsidiariamente aos processos regidos por lei especial (a lei geral é aplicada para complementar a lei especial naquilo que não for regulado).
Art. 24: Quando não existir norma específica fixando o prazo, o prazo genérico será de 5 dias. 
Este prazo, em situações justificadas, poderá ser dobrado (o prazo poderá ser prorrogado por até 10 dias).
Art. 44: Depois de concluída a instrução processual, há de se fornecer um prazo de 10 dias para que o interessado se manifeste em razões finais antes da decisão pela autoridade.
Pela Lei 8.112, depois de concluída a instrução processual, encerra-se a instrução (não sendo permitida enturma outra manifestação nos autos) e passa o processo para que a autoridade apresente a sua decisão. 
Portanto, um servidor que esteja respondendo um processo administrativo disciplinar pela dinâmica da Lei 8.112, uma vez encerrada a instrução processual, não poderá requerer a manifestação em razões finais, pois, há previsão legal na norma especial quanto ao modo de proceder (a Lei 9.784 somente é aplicado nos casos de omissão da lei especial).
Diferente do prazo para se manifestar, na Lei 8.112 não há um prazo e, portanto, aplica-se subsidiariamente a Lei 9.784 o prazo de 5 dias.
Obs: O simples excesso de prazo não é capaz de gerar nulidade de qualquer feito administrativo desde que tenha justificativa plausível.
Aula 9 (21/03)
Princípios Reitores da Administração 
Continuidade: A atividade estatal não pode ser interrompida,ou seja, deve ser continua/perene, tendo em vista que as necessidades da sociedade não se interrompem.
Remete a estrutura do pacto social, pois, o Estado é criado por uma necessidade coletiva de forma que este tem a obrigação de tutelar questões em que os indivíduos, de forma isolada, não poderiam realizar.
Existem casos em que a atividade exercida não poderá ser interrompida. Ocorre nos serviços de extrema necessidade para a coletividade, sem a qual a sua atividade não poderá ser adiada como, por exemplo, nos casos de serviço de combate incêndio.
Mas, há serviços que se interrompem e não fere o parâmetro de continuidade como ocorrer nos casos de, por exemplo, solicitação de uma alvará de funcionamento (é uma questão não urgente; não é um serviço que carateriza a necessidade permanente e continua).
Há atividades que não podem serem interrompidas. Mas, é possível que haja serviços que podem serem interrompidos de forma que não prejudica este parâmetro de continuidade (são serviços que não caraterizam uma necessidade permanente e continua), pois, no primeiro dia útil subsequente e em horário comercial a administração estará funcionando.
O fato de uma repartição fechar em alguns momentos não significa dizer que houve uma afronta a continuidade.
Como funciona o regime de continuidade em face do direito de greve? Houve um momento que não se permitia aos agentes da administração pública o exercício do direto de greve sob base do princípio da continuidade (pois, a greve paralisaria a atividade do Estado e traria prejuízo à população). Mas, ao longo do tempo, adotaram a ideia de que a prestação de serviços públicos seria uma categoria profissional, mas, que deveria ter um mecanismo de discursão do poder público. Deste modo, passou a incluir a possibilidade do direito de greve por agentes da administração pública (este exercício de greve será praticado sob os mesmos preceitos aplicáveis aos trabalhadores da iniciativa privada).
 Portanto, este princípio estabelece que a atividade da administração não poderá ser interrompida e, em alguns casos, poderá ocorrer está paralisação e retorno. Nas situações que não podem haver interrupção há um regramento jurídico próprio por se tratarem de situações de risco ou segurança. 
Presunção de Legitimidade: Presumem-se legítimos dos atos praticados pela administração e verdadeiros os motivos alegados.
Presume-se que a atuação da administração é legítima e que, portanto, faz valer de imediato a determinação do poder público, de tal modo, que tudo que foi alegado para a prática de tão ato é verdadeiro.
Quando o Estado age, o administrado recebe esta atuação como legítima e, por estar presumida a sua fundamentação em motivos verdadeiros/reais, há a obrigação de cumprir.
Uma das consequências jurídicas da presunção de legitimidade é a chamada autoexecutoriedade. A autoexecutoriedade ocorre quando a administração, ao expedir um ato, se faz cumprir de imediato e, portanto, aos administrados a quem se dirige o ato são obrigados a acatar e o realizar de imediato. 
Se este ato não for cumprido pelo administrado ele estará à margem da lei. Pois, ao expedir um ato, se presume que este esteja em consonância para com os atendimentos dos interesses coletivos.
A presunção de legitimidade é uma presunção relativa (juris tantum), ou seja, é uma presunção que comporta prova em contrário. Portanto, se houver algum motivo fundado para questionar que a atuação do Estado não é adequada/legítima, uma pessoa poderá realizar esta indagação, de tal modo que o Estado será obrigado a apresentar a razões de fato e de direito para a realização do ato.
Esta indagação poderá ocorrer por via administrativa ou jurídica.
Deste modo, a própria coletividade provoca o aparelho público ou judiciário para requerer as estas estruturas que promovam a verificação da adequação de meios e fins para verificar a legalidade do ato.
Este princípio confere aos servidores públicos a fé pública, ou seja, presumem-se legítimos e verdadeiros os fatos alegados.
Segurança Jurídica: Assegura que os processos de discursão e decisão dentro do aparelho público precisam garantir a necessária estabilidade das relações jurídicas. 
O Estado e a administração pública apresentam uma "jurisprudência"/precedentes administrativos (decisões anteriores em relação a uma determinada matéria) que asseguram uma estabilidade das relações jurídicas (visa manter uma determinada linha de coerência dos processos decisórios de atuação do Estado.
A estrutura do ordenamento prevê que as decisões administrativas também se estabilizam, assim como se estabiliza uma sentença judicial com o mecanismo do trânsito em julgado pelo decurso do prazo (visa esgotar a via interna da administração de forma a estabilizar a decisão).
Uma consequência jurídica deste princípio é trazer a razoável duração dos processos.
Aula 10 (22/3)
Atos Administrativos 
Conceito: Os atos administrativos são manifestações de vontade jurídica unilateral da administração.
Por intermédio dos atos administrativos é quando a administração manifesta a sua vontade jurídica para os administrados e para a coletividade.
O Estado atua de diversas formas sendo que nem toda atuação estatal apresenta conteúdo jurídico.
Conteúdo Jurídico = Ato capaz de transformar a realidade do ponto de vista jurídico, ou seja, ele cria direitos, modifica direitos pré-existentes e extingue direitos.
 O ato administrativo é um interferência na configuração jurídica em razão da manifestação de vontade do Estado de modo a criar, modificar ou extinguir direitos (afeta os aspectos jurídicos das relações entre as pessoas com o Estado). É um mecanismo utilizado para lidar com a população de forma a estabelecer mecanismos de gestão, ou seja, cumprir o objetivo para o qual ele foi criado.
Portanto, os atos administrativos são uma manifestação unilateral de vontade da administração pública para os seus processos de gestão administrativa que aparentam contudo jurídico capaz de modificar a realidade jurídica concreta (cria, modifica e extingue direitos de forma a impor restrições/sanções).
Os atos administrativos são uma expressão da supremacia do interesse público sobre o interesse privado no processo de gestão administrativo (a coletividade deve respeitar os atos administrativos impostos pelo Estado).
Fato Administrativo x Ato Administrativo:
Um fato administrativo é uma mera ocorrência sem conteúdo jurídico, portanto, mesmo que envolva uma atuação do Estado, devido esta ausência de transformação da realidade jurídica, não há como se caraterizar como um ato administrativo.
Ex: O Estado, no exercício da sua atividade cotidiana, corta uma árvore sob o risco de cair. Esta atividade é uma mera atuação do Estado no exercício de sua atividade cotidiana de prestação de serviço público e que não apresenta conteúdo jurídico (visto que não transforma a realidade de forma a criar, modificar extinguir direitos). 
Ex 2: Um servidor público que pratica uma infração grave e que por isso reponde a um processo administrativo, há a expedição de um ato administrativo de demissão (extingue o direto da pessoa de ser um servidor). O mesmo ocorre nos atos administrativo que nomeia um servidor para um exercício de um cargo público (cria um direito) ou quando um servidor sofre com uma readaptação.
Portanto, tudo que não implica em uma alteração específica no cenário jurídico de forma direta e imediata não será ato administrativo.
Contrato x Ato Administrativo:
O Estado também estabelece as suas obrigações por intermédio de um contrato administrativo ao realizar uma contratação com um particular. A realizado de um contrato, por envolver uma manifestação jurídica bilateral, não pode ser considerado um ato administrativo, pois este tem como caraterística elementar o fato de serem uma manifestação unilateral.
Ex: Quando o Estado celebra um contrato administrativo com uma empresa para desempenhar uma determinada atividade, por se tratar de uma relação jurídica de natureza bilateral (envolve um acordo negocial)não será considerado um ato administrativo, mas sim, um contrato.
Atos da Administração x Ato Administrativo:
Atos da administração: toda atuação da administração pública é um ato da administração. Mas, um ato administrativo difere de um ato da administração, pois, nem toda atuação da administração pública será uma manifestação de vontade específica de ordem administrativa. 
Dentro do conceito geral de atos da administração há os chamados atos típicos, ou seja, atos que não são manifestações de vontade da administração pública para a gestão do aparelho público (ex: ato típico do legislativo - é um ato da administração para criar a lei; ato típico do judiciário - não se destina a fazer gestão administrativa, mas sim, promover o processo de distribuição da justiça).
Os atos administrativos são uma espécie de atos de administração, mas, é uma espécie relacionada uma gestão administrativo, ou seja, atos expedidos pelas as estruturas do aparelho público para realizar a gestão administrativa no país.
Obs: O poder judiciário e legislativos podem expedir atos administrativos 
Ex: Quando o STF determina a expedição de um ato para o início de um procedimento licitatório para contratar uma empresa para realizar serviços de limpeza será considerado um ato da administração (não há conteúdo jurídico), mas, quando o STF realizar uma deliberação judicial há um ato administrativo. Quando o Poder Legislativo nomeia um servidor que foi aprovado em um concurso público há a prática de um ato administrativo, mas, quando este realiza uma câmara para aprovar um projeto de lei há um ato legislativo (ato da administração).
Requisitos:
Competência: A expedição de atos administrativos envolvem o poder legal de agir (para expedir uma ato administrativo a autoridade da administração pública deve ser detentora de competência para agir).
A competência estabelece a cada agente da administração pública um rol de atribuições, ou seja, uma lista de atividades na qual o administrador poderá ou não realizar, ou seja, uma lista de tarefas de responsabilidade do servidor.
O poder legal de agir dos servidores estão nas atribuições do cargo que ocupa.
O rol de atribuições não é permanente, pois, ele é passível de alterações. 
É possível realizar uma atividade com competência delegada por uma autoridade superior.
 Delegação: ocorre quando a autoridade superior hierárquico tem a possibilidade de delegar uma determinada competência para um determinado subordinado (a competência é da autoridade superior, mas, este delega uma atribuição para um subordinado). Esta delegação deve ser realizada de forma escrita! É um ato administrativo que delega a competência para outra autoridade.
Avocar: possibilidade de uma autoridade de nível superior hierárquico de chamar para si a competência de seu subordinado.
Obs: um superior hierárquico poderá delegar a competência para o seu subordinado, mas, casos queira desfazer este ato de delegação, há de se realizar uma revogação do ato (e não avoca novamente a competência, visto que a competência original era do superior hierárquico).
Aula 11 (28/03)
Requisitos dos Atos Administrativos
Os requisitos de validade dos atos administrativos, uma vez preenchido, poderão produzir os efeitos jurídicos que dele se esperam.
Os atos administrativos são aqueles que apresentam conteúdo jurídico (ou seja, capacidade de transformar a realidade jurídica).
Não são meras ocorrências administrativas, como ocorre nos casos de fatos administrativos.
Também não são ajustes de natureza bilateral, pois, apresentaria conteúdo jurídico na esfera dos contratos. Os atos administrativos configuram de maneira unilateral, ou seja, com a manifestação de vontade única e exclusiva da administração devido a supremacia do Estado em relação aos administrados.
Os requisitos de validade são um crivo de controle dos atos expedidos pela administração, pois, estes atos apresentam auto executoriedade em razão dos agentes da administração pública serem dotados de fé pública. Esta fé gera a presunção de legitimidade dos atos administrativos (presunção iures tantum, ou seja, relativa).
Assim, ao se editar um ato administrativo ele passará a ter validade.
Competência: É o poder legal de agir (nem todo ato administrativo poderá ser realizado por qualquer agente da administração pública).
Para cada ato, há um conjunto de agentes capaz de editá-lo (agentes competentes para realizar determinada atividade).
Finalidade: Apresenta duas definições:
1) Qualquer ato administrativo deverá estar voltado para o atendimento das finalidades públicas, ou seja, não é possível praticar um ato administrativo com a finalidade de atingir qualquer outra satisfação que não seja de interesse público.
Qualquer circunstância que desvie dessa finalidade comete um delito de desvio de finalidade (= ato praticado que não atende aos interesses públicos).
2) Cada ato administrativo há uma qualidade que lhe é própria (não existe atos genéricos) e, portanto, não se pode utilizar um ato que tem uma finalidade específica para se alcançar uma outra finalidade, mesmo que este atenda ao interesse público.
Ex: Não se pode utilizar do instrumento da remoção(que visa alterar a força de trabalho) para punir um servidor que praticou uma falta grave, pois, o correto instrumento para punir um servidor é pelo procedimento disciplinar.
Forma: Os atos administrativos, em regra, deverão serem expedidos por escrito (visa trazer uma maior segurança jurídica devido ao fato de que os atos administrativos são capazes de alterar o mundo jurídico).
: é possível que ocorra a expedição de um ato administrativo de forma oral desde que advenha de um poder de polícia (mas, posteriormente, deverá ser lavrado a ocorrência). As ordens aos subordinados hierárquico. Placas e sinais de trânsito.
Motivo: É a circunstância de fato e de direito que o levam agir.
Ao expedir um ato administrativo deve-se verificar se os motivos são coerentes com a expedição do ato (se os motivos os quais foram apontados para expedir o ato de fato justificam a adoção da medida).
Circunstância de Fato: são as circunstâncias do caso concreto, ou seja, as ocorrências de ordem material referentes ao caso é que são indicativos da necessidade de atuar. 
Ex: A realização de um processo de licitação para a aquisição de novos carros, pelo fato destes estarem apresentando problemas (a expedição do ato decorre de uma construção que conduz a uma necessidade; deve haver um motivo plausível para justificar este ato).
Circunstância de Direito: são circunstâncias relacionadas aos dispositivos legais e regulamentares que determinam ou autorizam a atuação de uma determinada maneira.
Pelo princípio da motivação, não basta existir os motivos, mas, estes deverão serem explicitados.
Teoria dos Motivos Determinantes: Ideia de que os motivos alegados são determinantes da atuação (condição de causa e efeito).
Os motivos não podem ser: inexistentes, falsos ou insubsistentes (são motivos que não tem justificativa suficiente para a prática do ato).
Objeto: é aquilo que o ato prescreve ou dispõe (aquilo que se presta o ato administrativo).
Ex: O objeto da portaria de instauração é iniciar o procedimento de averiguação da conduta do servidor; o objeto da portaria aplicação de penalidade é aplicar uma pena ao servidor; o objeto do ato de nomeação é o preenchimento do cargo público (provimento para o cargo).
Há atos que não apresentam uma especificação adequada do objeto e, portanto, permite avaliações subjetiva.
A administração expede atos normativos (ex: norma que regula o controle ao acesso a administração pública). 
O objeto do ato administrativo necessita ser preciso, claro e atual.
Aula 12 (29/03)
Atributos dos Atos Administrativos
O ordenamento jurídico apresenta determinados requisitos (competência, finalidade, forma, motivo e objeto) para que ocorra a validade dos atos administrativos que, uma vez preenchidos, fará com que os atos apresente todos os seus atributos. 
Caso ocorra a expedição de um ato irregular,o ato não irá se sustentar no cenário jurídico por não gozar destes atributos. Mas, ao mesmo tempo, existem tributos em atos não válidos que deverão serem observados, mesmo que passível de controlo judicial ou administrativo.
Presunção de Legitimidade e Veracidade: os atos administrativos são regidos pela presunção de legitimidade e de veracidade, portanto, as informações que foram considerados em razão do objeto do ato, em atenção aos motivos dispostos, serão presumidos verdadeiros e, consequentemente, gozarão da presunção de legitimidade.
Apenas em caso de questionamento, a administração será obrigada a apresentar as razões de fato e direito que conduziram a decisão.
Deste modo, no momento da emissão do ato, estes gozaram da presunção de legitimidade e, deste modo, presumem-se que os motivos que foram alegados para a expedição de tal ato serão verdadeiros.
A presunção de veracidade é uma presunção iures tantum, portanto, é uma presunção relativa (é possível prova em contrário).
Auto-Executoriedade: atributo que prevê que os atos administrativos não precisa de ordem judicial ou qualquer autorização da administração pública para executar os próprios que edita (são auto-executório, ou seja, quando a administração expede os atos ele os faz cumprir).
A auto-executoriedade não significa dizer alguém não podia recorrer ao judiciário ou a uma autoridade administrativa de nível superior para obstar a realização de determinada medida (controle).
A auto-executoriedade não é sinônimo de arbitrariedade, pois, este é apenas uma dicção da ordem jurídica que estabelece a administração que, ao agir no cumprimento de sua função jurisdicional, irá realizar o ato e fazê-lo cumprir sem a necessidade de autorização de outro ente.
Imperatividade: é a própria expressão da supremacia do interesse público sobre o interesse privado, pois, uma vez expedido o ato, por gozar da imperatividade, obriga os destinatários ao seu cumprimento e a sua observância.
Também é denominado de Poder Extroverso.
O destinatário de um ato administrativo editado pelo Estado será obrigado a cumprir com o que este precede.
A imperatividade é um poder que atribuímos ao Estado para fazer valer a vontade coletiva, ou seja, é o responsável por ser o guardião da responsabilidade coletiva/interesse público (poder este que é controlado pelo sistema de freios e contrapesos).
Tipicidade: não existe ato genérico, pois, cada ato administrativo é típico ou caraterístico para atender uma finalidade específica.
Ideia de que cada ato administrativo apresenta uma finalidade determinada (está relacionado a ideia de finalidade dos atos).
A lei não é um ato administrativo, pois, a edição de lei é uma caraterística típica do poder legislativo. Mas, nada impede dos outros possam regular a atividade da administração.
Classificação dos Atos Administrativos
Quanto a Natureza do Conteúdo: é o que o ato traduz/prescreve.
Concreto: é aquele ato cujo o conteúdo se aplica uma única vez de forma concreta e específica.
O conteúdo somente é válido para uma única finalidade é que poderá ser aplicado uma única vez (visa resolver uma questão de forma específica). Ele esgota o conteúdo com uma única aplicação.
Ex: Ato que aplicar penalidade a um servidor público (o conteúdo do ato é aplicar uma penalidade e, uma vez aplicado, o conteúdo acaba). O ato é nomeação também apresenta uma natureza concreta, pois, uma vez nomeado o servidor, o conteúdo do ato administrativo se esgota.
Abstrato: não trata ou prescreve uma situação específica, mas sim, uma situação hipotética, ou seja, cria-se uma norma que se aplica inúmeras vezes sem que o conteúdo se esgote (aplica-se a todas as hipóteses que se enquadrem no caso).
Também é denominado de Atos Normativos.
Ex: Ato administrativo que normatiza o controle de entrada no órgão público.
Este ato, para deixar de ser aplicado, deverá ser retirado do mundo jurídico.
Quanto aos Destinatários:
Individuais: ocorre quando a administração expede um ato e ela consegue identificar, de forma específica, quem é ou quem são os destinatários do ato (consegue individualizar o destinatário).
O Estado sabe o nome do destinatário e sua qualificação.
Ex: quando um agente da administração pública aplica a penalidade ao servidor.
Singular: o destinatário é uma única pessoa (afeta o cenário jurídico de uma pessoa).
Plural: sabe quem é o destinatário, mas, atinge um grupo de pessoas (o Estado tem conhecimento sobre cada uma das pessoas).
Gerais: são atos que a administração pública não sabe precisar quem é o destinatário.
Ex: placas de trânsito.
Aula 13 (04/04)
Classificação dos Atos Administrativos
Quanto a Formação da Vontade: são os órgãos da administração pública que manifestam a sua vontade jurídica. 
Simples: quando a expedição de um ato decorre da manifestação de vontade de um único órgão da administração, demanda de uma única manifestação de vontade jurídica (quando o órgão da administração expede a sua vontade jurídica está vontade será o suficiente para expedir o ato).
Editado por um único órgão da administração pública sem a necessidade de conjugação de outras vontades.
Ex: o ato de remoção de um servidor; ato de nomeação de um servidor.
Complexo: são os atos que demandam de mais de uma manifestação de vontade, ou seja, é necessário que duas ou mais vontades jurídicas sejam conjugadas para que o ato possa ser conjugado.
São vontades jurídicas de órgãos diversos (há uma exigência do ordenamento jurídico que a conjugação seja posta para que ocorra a edição do ato).
Ex: a nomeação de um Ministro do STJ ou do STF. Para a escolha de um Ministro do STJ, primeiramente, há uma escolha do próprio órgão jurisdicional (listas tríplice) para que, posteriormente, o Presidente da República selecione um dos nomes desta lista para que, em seguida, a Casa Legislativa realize a sabatina. 
Composto: envolve uma única manifestação de vontade jurídica, mas, a norma jurídica exige que haja uma concordância de uma outra autoridade que não manifesta vontade jurídica própria (mas, é necessário que atribua um visto). Sem esta homologação de outra autoridade, este ato não irá produzir efeitos jurídicos.
Não é uma conjugação de vontades (não se discute conteúdo), mas sim, uma chancela (tendo vem vista que a vontade jurídica é de um órgão da administração).
É utilizado para cientificar uma autoridade sobre a expedição de um ato (é um crivo de controle se manifestar uma nova vontade jurídica).
Quanto aos Efeitos: 
Internos: são aqueles cujo efeitos jurídicos da sua expedição se operam apenas interna corporis, ou seja, somente dentro do órgão (irá afetar somente as estruturas de um determinado órgão da administração pública). 
Externos: são aqueles cujo os efeitos se projetam para além da administração pública, ou seja, irá alcançar também aos particulares.
Ex: o ato de publicação de um edital de licitação; horário de funcionamento do órgão.
Quanto Ao Grau de Liberdade para Decidir: significa qual é a margem que tem o administrador para tomar uma decisão (é o campo de avaliação do administrador).
Discricionário: são aqueles atos nas quais o administrador público tem o poder de realizar avaliações subjetivas. A decisão discricionário não significa uma decisão arbitrária, pois, as escolhas de conveniência e oportunidades realizadas pelo administrador devem estar de acordo com o parâmetro da legalidade.
Este poder discricionário decorre da possibilidade do administrador escolher entre duas ou mais alternativas legais aquela que melhor atende ao interesse público.
Ex: mudança na unidade de lotação.
Vinculado: são atos que estão previstos em lei e que, de tal modo, não apresentam margem para avaliação subjetiva (somente verifica se o ato se subsume de maneira integral a hipótese apresentada ao administrador). 
O ato está vinculado ao parâmetro legal, de tal modo que a lei detalha as circunstâncias de enquadramento. Portanto, não cabe ao administrador realizar qualquer avaliação subjetiva.
Ex: ato de aposentadoria.
Quantoao Objeto: aquilo que o ato prescreve ou dispõe.
Constitutivo: são atos cujo o objeto constitui um direito (cria um direito novo).
Modificativo: altera um direito preexistente.
Declaratório: não cria e nem modifica um direito, mas, apenas declara uma situação jurídica já existente. 
Ex: declaração de tempo de serviço.
Extintivo: é o ato de cessar um direito preexistente.
Aula 14 – (05/04)
Extinção dos Atos Administrativo
Extinção: É a sua retirado ato no mundo jurídico. 
Os atos, ao serem editados, traduzem a manifestação de vontade da administração pública de forma a trocarem um impacto jurídico (cria, extingue e modifica direitos). No momento que este ato é retirado, que poderá ocorrer de forma natural ou poderá ser retirado por alguém, este deixará de produzir efeitos.
Invalidação ou Anulação: é quando se retira um ato do cenário jurídico por razões de legalidade, ou seja, o ato foi editado sem a observância do parâmetro legal.
Portanto, todo ato que seja contra a lei, há de retirar o ato do cenário jurídico.
Os efeitos da invalidação são ex-tunc, ou seja, os efeitos deste irão retroagir a data da expedição do ato (impossibilidade de conviver com os efeitos jurídicos gerados a partir de um ato ilegal).
Se há uma ilegalidade e já houve a produção de efeitos jurídicos, há de promover a invalidação do ato e deverá retroagir de modo a desfazer os efeitos danosos que eventualmente foram causados (efeitos estes que foram produzidas de forma ilícita). 
Apesar do ato ser ilegal, há uma preservação dos efeitos jurídicos que afetaram terceiros de boa-fé (são preservados, pois, a retiradas desses efeitos causaria um maior gravame para o particular e a administração).
O procedimento da invalidação não é apenas um prerrogativa, mas sim, uma obrigação da administração para promover a invalidação de um ato (ideia de que a própria administração pública poderá invalidar os atos que esta pratica - ideia de poder e dever de autotutela).
A invalidação poderá ser promovida em juízo! Portanto, todo e qualquer ato administrativo estará sujeito a controle judicial (assim como sempre estará sujeito a controle interno).
Súmula 473/STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Art. 54 da Lei 9.784/99: direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
Decai em 5 anos o direito da administração pública para anular os atos de que decorram efeitos favoráveis aos particulares (é a perda da possibilidade jurídica de promover a invalidação do ato).
Este prazo decadencial de 5 anos somente será válido caso o destinatário dos benefícios decorrentes da expedição do ato estiver de boa-fé.
Aquele que agiu de boa-fé e obteve uma vantagem patrimonial não precisará devolver os valores adquiridos do ato ilícito.
Quando a administração pública for desfazer o ato de que decorram efeitos favoráveis à alguém, há de garantir o contraditório e ampla defesa.
Se o destinatário tiver agido de má-fé, a qualquer tempo poderá ser alcançado pela invalidação do ato expedido pela administração pública (este que deverá apresentar o ônus probandi da presença de má-fé) .
Aquele que agiu de má-fé de forma que obteve uma vantagem patrimonial pela ilicitude do ato deverá devolver os valores arrecadados. 
Obs: O STF afirma que nas situações que implicam a uma afronta direta ao dispositivo constitucional não irá incidir este prazo decadencial de 5 anos.
§ 1: No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
§ 2: Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato.
Ao promover a invalidação de um vício acessório (vício relativo; é anulável) que não operou prejuízos é possível que ocorra a convalidação (suprime retroativamente a ilegalidade de um ato). 
Revogação: é uma análise de conveniência e oportunidade. 
É a revogação de atos administrativos em razão de mérito.
Ao editar um ato, no momento em que se realiza a análise de conveniência e oportunidade, o ato seria plenamente oportuno. Mas, ao promover uma nova avaliação, se verifica inconveniente a permanência do ato no cenário jurídico (o ato não apresenta nenhum vício de legalidade, porém, da forma em que foi editado, não mais atende aos interesses públicos de modo a se fazer necessário a sua retirada do âmbito jurídico).
Os efeitos jurídicos que foram produzidos serão preservados (não há um desfazimento, pois, os efeitos são decorrentes de um ato editado sob a observância legal).
Apresenta efeitos jurídicos ex-nunc (os efeitos se projetam para o futuro).
Nem todos os atos são passíveis de revogação, como ocorre nos casos de atos vinculados atos de conteúdo de aplicação única (mas, se este ato vinculado foi utilizado de forma ilegal, há de se aplicar a invalidação deste). 
Revoga-se um ato administrativo por questões de mérito (o ato respeita a previsão legal, mas, que após algum tempo, verifica-se que não é mais oportuno manter o ato).
Uma vez que o ato foi lícito, sendo este revogado, seus efeitos jurídicos praticados serão mantidos.
Apresenta efeitos jurídicos ex-nunc.
Não é possível desfazer um ato administrativo determinado pelo ordenamento.
Há atos que não podem serem revogados, ora exemplo: Atos praticados num processo administrativo, atos cujo o conteúdo é de efeitos únicos.
Aula 15 (11/04)
Extinção dos Atos Administrativos 
Extinção Natural: Não há intervenção do Estado e, portanto, o desaparecimento do ato ocorre de forma natural. Há três formas de extinção dos atos, sendo eles: 
Pelo Cumprimento dos Seus Efeitos: aquilo que um ato prescreve/dispõe já se realizou, de tal modo que o ato irá se extinguir naturalmente por ter cumprido o seu efeito. 
Ex: A expedição de um ato administrativo para se aplicar uma penalidade disciplinar a um servidor. Uma vez que a punição foi aplicada, este ato terá atingido a sua finalidade, de tal modo que este será extinto do cenário jurídico. 
Cumprido com os efeitos da penalidade aplicada, a lei estabelece que ao aplicar uma penalidade para um servidor há de anotar esta punição nos assentamentos funcionais deste. Se este servidor não cometer uma nova penalidade durante um período de 3 anos, será retirado em definitivo a anotação e, portanto, será considerado como efeito jurídico da expedição do ato.
Ex 2: Ato de nomeação - Uma vez que a pessoa for nomeada de modo a ocupar o cargo, o ato irá se extinguir pelo cumprimento de seus efeitos. Mas, este ato de nomeação irá gerar como efeitos jurídicos o direito de ocupar o cargo público (efeito jurídico da nomeação). 
Obs: Os atos que possuem natureza normativa abstrata (ou seja, atos que não se esgotam em uma única aplicação) não são passíveis de extinguir naturalmente! Este ato somente será retirado do mundo jurídico por atuação do Estado.
Desaparecimento do Sujeito: 
Sujeito: aquele a quem o ato se destina. 
Ex: O destinatário de um ato que permite a utilização de um determinado local público. Uma vez que este falece, o ato será extinto naturalmente, pois, somente este destinatário poderá realizar o ato. 
Desaparecimento do Objeto: o desaparecimento de um objeto que estava prescrito no ato, por este não mais existir, não haverá a necessidade de que alguém externalize que não produz mais efeitos tendo em vista que a extinção ocorrerá de forma natural.
Objeto: diz respeito aquilo que o ato indica como configuração de transformação jurídica.
Ex: O prédio do INSS, que é uma área de objeto de permissão de uso para um particular, uma vez que ocorre o desmoronamento deste, há o desaparecimento do objeto. Portanto, não se faz necessárioque alguém afirme que o ato administrativo que permitia a utilização do local por um particular está extinto.
Cassação: Retira do cenário jurídico o ato em razão de descumprimento em razão de um requisito que era necessário para a continuidade do desfrute. Há a interveniência do Estado.
Ex: Para que se abra uma escola há requisitos básicos a serem atendidos para que seja permitido o exercício desta atividade. O não preenchimento desses requisitos a (a depender da gravidade) poderá ensejar na cassação do ato administrativo que autorizou a realização para exercer a atividade. 
A cassação retira do cenário jurídico o ato que autorizava o funcionamento de um estabelecimento de determinada natureza.
Uma vez que o Estado verifica que o estabelecimento encontra-se seguro para que retorne as suas atividades sem prejuízo à população, haverá a autorização para que este possa retornar a exercer as suas atividades (o ato jurídico foi retirado de forma que, posteriormente, foi expedido um outro ato permitindo a realização das atividades).
Apresenta um caráter punitivo, pois, é uma sanção pelo fato de o destinatário do ato não ter cumprido com o requisito necessário para que continuasse desfrutando do benefício do ato.
Nem todos os descumprimentos ensejam em cassação, visto ser um instrumento utilizado para situações extremas em que o descumprimento comprometa um valor relevante para a sociedade.
Caducidade: Ocorre quando o ato foi editado com base numa estrutura do ordenamento jurídico e este ordenamento foi modificado.
Um ato administrativo é sempre expedido fundado em uma lei (os requisitos para a expedição de um ato administrativo sempre estará em uma norma legal).
Ex: Há uma lei que obriga os estabelecimentos à terem instalados extintores de incêndio do tipo A e B e, portanto, expede-se um ato obrigado a utilização desses extintores. Posteriormente, cria-se uma nova lei estabelecendo que será obrigado a utilização dos extintores de incêndio do tipo A, B e C e, deste modo, o ato administrativo não abrange mais os requisitos por ser fundamentado em lei anterior (opera-se a caducidade) - o ato não está mais harmonizado com a norma jurídica vigente no presente.
O fato de um ato está caduco não significa que ele estará fora do ordenamento jurídico, geralmente, a administração regula um prazo para que os estabelecimentos possam se adequar a nova medida.
O ato é extinto pela caducidade por não ter mais sustentação jurídica na norma vigente.
Derrubada/Contraposição: Ocorre quando há um novo ato administrativo que trata de uma mesma situação de modo diverso.
Ex: Roupas para frequentar determinados estabelecimentos do órgão da administração - o órgão determina que para adentar no estabelecimento deverá usar uma blusa vermelha e, meses depois, estabelece ser obrigatório o uso de blusa azul (ou seja, dispõe da mesma coisa, mas de forma diversa). 
Deste modo, o ato anterior será retirado do cenário jurídico pelo fenômeno da derrubada.
Poderia ser considerado como uma revogação, pois, ao estabelecer o ato de forma diversa uma mesma situação houve uma análise de conveniência e oportunidade.
Se houver uma irregularidade no ato, não poderá ser aplicado o instituto da derrubada, mas sim, deverá ocorrer invalidação do ato (deve dispor sobre os efeitos judiciosa pretéritos).
Aula 16 (12/04)
Direito Administrativo
Direito Público: O Direito Administrativo é um ramo do direito público, pois, está relacionado a normas e princípios acerca da estrutura de gestão administrativa do Estado. Estes princípios e normas apresentam uma ideia distinta do direito privado, pois, não há a ideia de equilíbrio entre os indivíduos contratantes devido ao princípio da supremacia do interesse público em relação ao particular.
O direito público é regido por regras diferenciadas devido a estrutura do pacto social, pois, a criação do Estado ocorre quando a coletividade atribui a este ente responsabilidades e poderes para que possa exercer a sua atuação.
Princípios e Regras: são administrativista, pois, são destinadas para a realização da função administrativa do Estado, ou seja, a função de gerir este aparelho criado para a satisfação dos interesses coletivos .
Função Administrativa: é a função operativa do Estado Brasileiro, ou seja, de aplicar a lei.
A função administrativa é uma função típica do poder Executivo, pois, a este incumbe a aplicação da lei.
Poder Administrativo - é o poder de supremacia do Estado sobre os administrados (poder do Estado para se impor diante a coletividade), que é dividida em três funções: Executiva (administrativa/gerencial), Jurisdicional (distribuição de justiça) e Legislativa (estabelece as regras de convivência social).
O Judiciário e o Legislativo também exerce poder administrativo, mas, de forma atípica.
A Função Administrativa está Sujeito a Controle Judicial, ou seja, se faz necessário que ocorra e provocação do estado-juiz para se pronunciar a respeito da legalidade/ilegalidade do ato jurídico (não há um controle do poder judiciário em relação ao mérito da atuação administrativo).
Não há uma Codificação Administrativista, fato que dificulta o conhecimento das normas jurídicas que estão associadas ao sistema de gestão da administração pública; não há um sistema organizado; traz um dinamismo para das demandas administrativas.
A Função Administrativa tem por objetivo:
Regular as Estruturas (entes e órgãos da administração pública).
Ex: O BB e a Caixa Econômica (apesar de serem bancos, cada um apresenta uma configuração jurídica diferente, pois, o primeiro é uma sociedade de economia mista e o segundo é público). A criação do Da Hora (que são estruturas desconcentradas da administração, ou seja, não cria uma nova personalidade jurídica).
Gerencia os Agentes.
Ex: estabelece o regime jurídico de vinculação, como se adentra, como se retira, como é o sistema de permanência, regime de responsabilidade.
Atividades das Estruturas Estatais.
Ex: prestação de serviço público ou privado. 
Obs: Todos estes fatos ocorre, via de regra, pelo Regime Jurídico Administrativo, ou seja, tudo aquilo que está regulado pelo direito administrativo. Nem toda atuação do Estado estará regido por este regime, pois, há fatos que são regidos pelo regime privado.
Ex: Quando a administração compra um carro, será realizado uma licitação, de tal modo que o Estado precisa realizar um seguro de sua quota de veículos. Para isto, este precisa fazer um contrato com um particular de modo a não ser aplicado o regime jurídico de direito público. 
Interesse Público: todas as atividades exercidas pela administração servem em prol da coletividade.
Administração Pública: é a estrutura do aparelho público; administração pública: é a atividade pública em si.
Fontes: fundamentos para se decidir.
Primárias: 
Lei/Princípios (são normas de baixa densidade normativa; são base de sustentação).
Súmula Vinculante: os seus reflexos dentro do aparelho público ocorrem de forma que obriga toda a estrutura da Administração Pública brasileira (age como se lei fosse) - Lei 9.784.
Secundárias: 
Costumes: Aspetos da prática coitada da administração pública 
Jurisprudência/Doutrina.
Aula 17 (18/04)
Poderes Administrativos
O Poder é uno e indivisível. O que ocorre é a divisão das nuanças deste poder. Este poder é aquele em que o Estado apresenta em face dos administrados (ideia da supremacia do poder público; poder de determinação; poder de ascendência do Estado em relação aos seus agentes).
Pela estrutura do pacto social, nós, enquanto sociedade, atribuímos poderes ao Estado para que este possa ser capaz a manter a ordem. Mas, para que este fato ocorra, se faz necessário atribuir poderes/condições para tal.
Exercício Regular do Poder Administrativo: é a atitude que se espera do Estado, de forma que este é até capaz de se utilizar da força para manter a ordem.
Excesso de Poder: ocorre quando se extrapola/sai da expectativa do que se espera do comportamento agente público. É caraterizada quando o poder é exercido deforma inadequada (o poder deve seguir os parâmetros de execução). 
Nesta modalidade, não irá se analisar o poder discricionário ou o poder vinculativo.
1) Poder Hierárquico: se projeta para um cenário interno da administração (interna corporis). É o poder que tem a administração de estabelecer escalões de ascendência e subordinação. É o poder de estruturar órgãos e agentes para viabilizar o funcionamento do aparelho público.
"Manda quem pode obedece quem tem juízo".
É necessário a presença de uma estrutura em que direcione e que o outro obedeça. Portanto, o poder hierárquico é a possibilidade do poder de escalonar as suas estruturas e agentes em ascendência e subordinação.
Aqueles que estão nos patamares hierárquicos superiores apresentam o dever de mando, enquanto aqueles que estão em patamar hierárquico inferior se veem submetidos ao mando daqueles que estão em patamares superiores.
Os hierárquicos superiores apresentam ascendência funcional em face dos demais.
É uma subordinação funcional e, portanto, é uma subordinação que se relaciona ao exercício do cargo público. É válido tanto para estruturas quanto às pessoas que ocupam cargos na administração.
É diferente da subordinação pessoal!
Como consequência do poder hierárquico, as entidades estão em patamares superiores apresentam o poder e a possibilidade de rever os atos de seus subordinados (poderá ocorrer de forma por provocação específica ou de forma espontânea).
Exemplos:
Art. 106 da Lei 8.112: Cabe pedido de reconsideração a autoridade que estiver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado.
Caso a administração pública tenha tomado uma decisão que contraria os interesses do agente, há como pedir para a mesma autoridade que tomou a decisão inicial para que reconsidere a sua decisão.
Art. 107 da Lei 8.112: se não for aceito o pedido de reconsideração é possível que haja o recurso hierárquico (decisão será analisada por um agente hierárquico superior).
Caso aceite o pedido, a autoridade poderá de forma motivada reformar a decisão de seu subordinado (ideia que advém de seu poder hierárquico).
Art. 168 da Lei 8.112: o julgamento acatará o relatório da decisão (a autoridade hierárquica superior poderá julgar de forma a contrariar as provas, desde que ocorra de forma motivada).
Portanto, o exercício do poder hierárquico não significa o exercício da arbitrariedade (possibilidade de agir de forma diversa desde que seja motivado).
A estrutura de controle da administração pública ocorre por conta da estrutura de hierarquia. Portanto, esta estrutura de auto-controle não necessita de provocação da parte para rever as decisões. 
Por conta da estrutura hierárquica é possível delegar (atribuir a uma autoridade hierárquica de nível inferior uma tomada de decisão) ou avocar (competência é da autoridade inferior, mas, é possível que o superior hierárquico chame para si a esta responsabilidade) uma atribuição.
2) Poder Disciplinar: o poder que tem o Estado ou Administração de aplicar penalidade aos seus agentes. 
É um poder correcional, ou seja, é uma estrutura de correção. Visa disciplinar a atuação dos Agentes do Estado.
Ao exigir um comportamento, há de se corrigir quando este comportamento deixa de ser observado.
Quando os administradores adentram ao aparelho do Estado, estes deverão agir em conformidade ao Código de Conduta. Violando estas leis, haverá uma apuração da conduta por intermédio do processo de sindicância ou processo administrativo disciplinar (instrumentos que visam respeitar o devido processo legal) de modo que, ao final do processo, poderá ensejar na aplicação de uma penalidade.
Além de punir os servidores, há um caráter também de disciplinar o agente.
Art. 116 (deveres do servidor; coisas que este deverá fazer), 117 (proibições; coisas que não se deve fazer) e 132 (hipóteses de demissão).
Aula 18 (19/04)
3) Poder Regulamentar: é o poder que tem o administrador de estabelecer os regramentos necessários ao desenvolvimento das atividades públicas, bem como, desenvolver a lei de modo que ela tenha condições de aplicabilidade no mundo jurídico.
A norma jurídica é própria e decorrente do ato Legislativo e, portanto, não incumbe ao administrador legislar (não é sua competência). Mas, nem todos os elementos relacionados à gestão pública será coberto pelo ato Legislativo.
Existem fatos que estão relacionados aos aspetos operacionais da prática administrativa que ensejam em normatização, de modo a haver uma necessidade de regulamentar questões relacionadas à gestão do aparelho público (necessidade de editar normas para além do sentido estrito).
Mesmo aqueles fatos que estão previstos em lei, em muitos casos, não apresenta o nível de detalhes necessários para a sua operalização e, portanto, há muitas leis que necessitam de mais detalhes se forma a apresentar aplicabilidade no mundo jurídico.
É uma das nuanças do Poder Regulamentar: desenvolver a lei (regulamentar os dispositivos legais para que ocorra a devida aplicabilidade).
O poder Executivo, na sua função atípica, edita atos para a gestão do aparelho público de modo a regulamentar suas atividades (estes atos poderão ter uma dimensão interna ou externa).
O exercício do Poder Regulamentar como sistema de desenvolvimento da lei. O ato legislativo, muitas vezes, é suscito em algumas questões, de modo a se tornar necessário estabelecer os aspectos detalhadas que permita para que a lei tenha condições de aplicabilidade. Deste modo, transfere ao administrador público o poder e a possibilidade de regulamentar a lei para que tenha condições de aplicação fática.
Este regulamento editado para desenvolver a lei terá força de lei (deste modo, o administrador público tem o poder de editar regulamentos que deverá ser observado pelo texto legal).
Ex: Lei 8.666 - Trouxe uma nova modalidade de licitação, chamado de pregão presencial, mas, caberá ao administrador público regulamentar esta lei para que haja condições de ser aplicado pelo pregão eletrônico (e, portanto, este edita um decreto de forma a regular o pregão eletrônico).
Uma vez que o administrador desenvolve a lei, se faz necessário seguir uma forma específica, que será escrito + na forma de decreto.
Modalidades de Controle:
Lei: o ato regulamentar não poderá ultrapassar os próprios limites da lei, pois, incumbe ao administrador criar a lei e, a administração, apenas a desenvolver (não poderá estender o que foi estabelecido na lei).
Ex: uma lei que permite acesso gratuito aos universitários, não poderá um decreto permitir que se estenda para os alunos do ensino médio.
Constitucional: existem atos que até estejam dentro dos parâmetros legais, mas, que não seguem o parâmetro constitucional. 
Ex: não se pode criar cargo público por lei.
Juridicidade: é observar se o ato regulamentar está dentro da lei, mas, se está harmonizado com os outros aspectos do direito (como os princípios reitores da administração pública).
Ex: a lei obriga que os empregadores insiram um sistema de ponto que imprima para os empregados o horários de chegada e saída destes, no prazo de 30 dias sob pena de multa, mas, este sistema está em falta no Brasil. Este prazo se mostra não razoável para adquirir o equipamento (fere o princípio da razoabilidade), de tal modo que o Legislativo poderá sustar o decreto.
Obs: Se o administrador público extrapola o seu poder regulamentar, estará sujeito a ser controlado pelo Estado. O sistema de controle funcional tripartido é regido pelo sistema de freios e contrapesos, de tal modo que o Legislativo tem o poder de controlar a atividade administrativa regulamentar. Deste modo, o Legislativo apresenta o poder de sustar os efeitos dos atos normativos do chefe do poder executivo, ou seja, paralisa a produção de efeitos jurídicos dos atos normativos do poder executivo.
Obs 2: Somente o chefe do poder executivo poderá editar decreto regulamentando a lei.
Portanto, o poder regulamentar apresenta duas nuanças:
De natureza mais geral: editar atos normativos de maneira geral (poderá

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