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Transcrição de Direito Administrativo (Poder Hierárquico, Poder Disciplinar e Poder Regulamentar) - Theresa Nóbrega

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Direito Administrativo - Aula 07 
 
Servem de diretriz de orientação para o funcionamento do Estado, com base 
nesses princípios a falta da lei é suprida na aplicação concreta do Direito a cada dia. 
É com base nos poderes que nós vamos ver o Estado usando prerrogativas, ou seja, 
vamos observar o Poder Público utilizando essas prerrogativas para atingir a força 
necessária para impor sua disciplina jurídica a todos aqueles que estão sobre sua 
tutela direta, que são os servidores e fornecedores da administração pública, e 
aqueles que estão sobre tutela indireta do Estado, que somos todos nós, cidadãos, 
sujeitos ao Poder de Polícia do Estado e com isso, sujeitos a uma tutela que 
disciplina nossa liberdade. 
A divisão estabelecida pelo Direito Administrativo, que entende que a 
administração pública não possui um único poder, mas um conjunto de poderes, 
parte da premissa de que dependendo do conteúdo da prerrogativa, é possível 
identificar poderes distintos, ou seja, o Direito encontrou uma forma de classificar o 
uso de poder observando o conteúdo, o fim a ser cumprido pela prerrogativa nas 
situações em concreto em que o Estado atua fazendo uso da sua posição de 
supremacia. As prerrogativas são indispensáveis para o interesse público porque 
coloca o Estado diante da possibilidade de impor sua força, impor sua tutela. Vamos 
perceber que os agentes públicos dotados de prerrogativa de poder não pode 
renunciar esse poder que o foi conferido, razão pela qual os poderes se tornam para 
o gestor público verdadeiros deveres, sendo assim, poderes-deveres. 
A partir das características apresentadas por cada poder, ou seja, a partir do 
conteúdo observado na imposição realizada pelo Estado, seja no conjunto de suas 
relações específicas entre servidores e fornecedores, seja na manutenção de suas 
relações inespecíficas em relação aos particulares, vamos perceber que a doutrina 
faz uma lista de poderes, sendo eles: Poder Hierárquico; Poder Disciplinar; Poder 
Regulamentar e Poder de Polícia. Alguns entendem que os poderes são seis, 
acrescentando: Poder Vinculado e Poder Discricionário. 
Os poderes da Administração Pública são reconhecidos pela doutrina por 
meio do seu conteúdo, ou seja, o efeito promovido pela prerrogativa denota-se do 
Estado. Observando o conteúdo das ações do Estado, baseadas no uso de força e 
desenvolvendo atividades de supremacia jurídica, propõe essas categorias. 
Primeiramente, será observado os poderes que incidem especificamente no 
âmbito interno das instituições, ou seja, esses poderes tornam a atuação daqueles 
agentes que trabalham para o Estado, que são submetidos a uma disciplina jurídica 
específica em função de um vínculo trabalhista, estando falando especificamente 
dos poderes Hierárquico e Disciplinar. 
 
 
 
 
1. Poder Hierárquico 
 
A hierarquia é um pilar fundamental do modelo de gestão burocrático e 
determina que a administração pública tem a obrigação de realizar um processo de 
repartição, divisão, escalonamento de competência de órgãos e agentes públicos. 
Lembram da ideia de racionalidade associada a administração pública? Por meio de 
lei serão criadas instituições públicas, ou seja, por meio de lei serão criadas os 
postos de trabalho, as vagas dos servidores públicos. 
Para que a administração pública consiga conduzir de forma apropriada todas 
as atribuições que a lei imputa a entidades e órgãos, é necessário que as atribuições 
sejam repartidas/escalonadas. A lei atribui competências específicas a cada 
instituição e a cada posto de trabalho que será preenchido pelos servidores 
vinculados. 
O Poder Hierárquico tem como objetivo realizar um processo de organização 
da função administrativa e viabilizar através da criação de laços de subordinação, 
que estarão estabelecidos entre os órgãos, por exemplo Ministério da Justiça é 
órgão superior a Secretaria de Direitos Humanos, onde esses laços de subordinação 
estarão sendo observados no quadro de agentes públicos, onde dentro do quadro de 
pessoal nós teremos, por exemplo, o Diretor de Recursos Materiais de determinada 
instituição como superior hierárquico de um agente de almoxarifado. Estabelecerá 
uma orientação, fiscalização e revisão de órgão para órgão, de servidor para 
servidor, no âmbito dos três poderes (legislativo, executivo e judiciário) que realizam 
esse processo permanente de controle. 
OBS - Sobre a hierarquia no âmbito do executivo e do judiciário: o juiz na sua seção 
é superior hierárquico de todos os serventuários da justiça; a hierarquia não se 
apresenta entre os membros desses poderes, mas se apresentam no gabinete de 
cada membro do poder legislativo e na seção judiciária de cada juiz. Ex: o juiz é 
chefe do analista judiciário. 
Quem exerce o título de chefia, tem a obrigação de dar ordens. O chefe pode 
dar qualquer ordem que esteja vinculada às atribuições do servidor, considerando o 
posto de trabalho que ele está. Nenhuma ordem pode ser desobedecida. A ordem 
impõe a você uma necessidade de sujeição (subordinação). A pessoa que está no 
título de chefe tem a prerrogativa de dar ordens, fiscalizar, ter um monitoramento da 
sua atividade, inclusive indicando metas de produtividade; tem, também, a 
prerrogativa de rever (aprecia algo que você realizou - se for lícito e a autoridade 
quer confirmar tal coisa: ela emite um ato de homologação quando se está de 
acordo com a lei; quando o ato está eivado de vício - sendo o vício insanável, 
quando ocorre desvio de função, haverá uma revogação; quando se é possível 
corrigir o ato eivado de vício - terá convalidação; quando se tem uma proposta 
inexequível - anulação). Cabe ao chefe, ainda, avocar e delegar, ou seja, transferir 1
1 Quando uma obra é orçada pelo Estado em 70x e uma empresa, por meio de licitação, a faz por x. 
Não poderá aceitar essa obra. 
competências. Na avocação, você transfere uma competência de terceiro a você, e 
na delegação, você transfere uma competência sua a alguém. Por meio de ato 
administrativo você pode fazer essa transferência, devendo especificar as 
atribuições, o terceiro, o prazo de tempo que funcionará e o motivo para isso. 
 
 
2. Poder Disciplinar 
 
Todo servidor público, no ato de posse dele é informado de que ingressar no 
serviço público implica sujeição a determinado regime disciplinar, ou seja, existem 
deveres específicos que decorrem da sua posição de agente da administração 
pública. É informado, também, de que é ilícito violar essa disciplina, e sendo violada, 
implica em Processo Administrativo Disciplinar. 
Tem a prerrogativa de punir internamente quando o servidor não segue as 
regras impostas, ou seja, seus deveres. Se um servidor público realiza ato ou 
abstenção que colide contra o estatuto do servidor público, a autoridade que tomar 
ciência por ofício ou por meio de denúncia, tem a obrigação de abrir expediente para 
investigar e punir o servidor. Trata de apuração vinculada, que está relacionada ao 
controle da administração pública. A administraçãopública vai abrir a sindicância 
toda vez que for necessário verificar se realmente aconteceu ilícito e quais são os 
indícios de autoria para sustentar a abertura do Processo Administrativo Disciplinar. 
 
 
3. Poder Regulamentar 
 
A administração pública toda dia se depara com leis que determinam 
expedientes baseados, muitas vezes, em uma carga que não comporta a atuação 
em concreto dos agentes públicos. Por exemplo, em 2002 foi criada uma lei que 
determinava que a administração pública fizesse licitação eletrônica. A lei não 
estabeleceu nenhum critério específico, só sendo feito isso anos depois por meio de 
decreto. O Poder Regulamentar diz respeito a prerrogativa de autoridades públicas 
expedir regulamentos, que tem como objetivo fixar o alcance das leis, indicando 
posições para que o Direito possa ser cumprido. 
O Poder Regulamentar tem a prerrogativa de expedir atos normativos de 
caráter geral complementar a lei, sendo uma função normativa da administração 
pública. 
Os meios pelos quais o Poder Regulamentar podem ser exercidos são os 
regulamentos, que podem ser expedidos pelo Presidente da República, Governador, 
Prefeito, Ministro, Secretário de Governo... 
São os regulamentos: decreto (apenas expedido pelo chefe do Poder 
Executivo), resolução, portaria e instrução normativa.

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