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Processo Civil II

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UNIDADE I – DO PROCESSO E DO PROCEDIMENTO
Processo: é a seqüência ordenada de atos que tem por objetivo a composição da lide ou a efetivação do direito já acertado, incluindo tutela definitiva e, se necessária, tutela provisória de urgência (antecipada ou cautelar) ou da evidência. É o instrumento de que se vale o Estado-juiz para prestar tutela jurisdicional efetiva e justa. 
procedimento: é a maneira pela qual o processo se forma e se movimenta em cada caso concreto. É o modo de materialização, movimentação e exteriorização, em cada caso concreto, da seqüência ordenada de atos que formam o processo (procedimento comum e procedimento especial.
- PROCESSO DE CONHECIMENTO
 “Se a lide é de pretensão contestada e há necessidade de definir a vontade concreta da lei para solucioná-la, o processo aplicável é o de conhecimento ou cognição, que deve culminar por uma sentença de mérito que contenha a resposta definitiva ao pedido formulado pelo autor” (Humberto Theodoro Júnior). 
- PROCEDIMENTO COMUM
Introdução: é aquele que se aplica a todas as demandas para as quais a lei não haja criado um rito específico ou próprio (artigo 318 do CPC).
Fases do Procedimento Comum: As fases do procedimento comum não estão sediadas em compartimentos estanques, portanto, uma permeia a outra. Desse modo, atos tidos como pertencentes a uma fase podem ser praticados em outra sem qualquer prejuízo para a relação processual (exemplo: sentença de mérito proferida na fase saneadora). Destarte, cada uma das fases tem seu momento preponderante, oportunidade em que é realizada a maior parte de seus atos. 
Fase postulatória: inicia-se com a petição inicial e vai até a resposta do réu ou a do autor reconvindo. Compreende-se, portanto, a petição inicial, a citação e a resposta do réu, incluindo também, no caso de existência de resposta reconvencional, a petição desta e sua contestação.
Fase saneadora (fase intermediária de ordenamento do processo): desde o início da relação jurídica processual, com o recebimento da petição inicial, até o início da fase de instrução, o magistrado exerce uma função tendente a verificar a regularidade do processo, mediante a decretação das nulidades insanáveis e promoção da correção daquelas que forem sanáveis. Buscando, assim, alcançar à fase de instrução com o processo apto a desafiar uma decisão de mérito. Todavia, preponderam as atividades saneadoras a partir das providências preliminares até o saneamento e organização do processo (artigos 347/357 do CPC).
Fase instrutória (probatória): consiste esta fase na colheita das provas que darão suporte à decisão de mérito. As partes começam suas atividades probatórias com a inicial e a contestação, oportunidade em que, em regra, deve ser produzida a prova documental (artigos 320 e 434 do CPC). Todavia, saneado o processo, surge um momento em que os atos probatórios são mais vigorosos, o qual está compreendido entre a decisão de saneamento e a primeira parte da audiência de instrução e julgamento. Nesta fase realizam-se perícias (se for o caso) e colhem-se depoimentos das partes, das testemunhas, do perito e dos assistentes técnicos (se for o caso). O juiz, em regra, ao encerrar o saneamento decidirá sobre as provas a produzir, determinando a realização de exame pericial, quando necessário; e designará audiência de instrução e julgamento, definindo as provas que nela hão de se produzir (artigo 357, II e V, do CPC).
Fase decisória: é a fase destinada à prolação da sentença de mérito. Realiza-se após o encerramento da instrução que, em regra, ocorre dentro da própria audiência, quando o juiz encerra a coleta das provas orais e permite às partes a produção de alegações finais (artigo 364 do CPC). A sentença pode ser proferida oralmente, ao final da audiência de instrução e julgamento, ou ser elaborada por escrito no prazo de 30 (trinta) dias (artigo 366 do CPC).
UNIDADE II
PROCEDIMENTO COMUM: PETIÇÃO INICIAL
conceito: é o instrumento pelo qual se materializa o direito de ação, ou seja, é o veiculo formal de manifestação da demanda.
requisitos (artigos 106, I, § 1º, e 319 do CPC): a petição inicial indicará (artigo 319 do CPC): 
I-o juízo a que é dirigida: será endereçada ao juízo que, segundo a lei, for o competente para conhecer da ação. Se o autor “escolhe” juízo que, relativamente, é incompetente, este pode tornar-se competente, caso o réu não se insurja, ou seja, à incompetência não se oponha, mediante o meio processual a isto disponível. Indica-se o órgão judiciário e não o nome da pessoa física do juiz.
II-os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu (qualificação das partes): A indicação e a qualificação são indispensáveis para que as partes sejam identificadas. Nenhuma dificuldade existirá em relação ao autor, mas é possível que o réu, no momento da propositura, não esteja identificado ou seja incerto. Isso não impedirá o recebimento da inicial caso o juiz verifique que não há meios para tal identificação. A citação será, então, feita por edital, na forma do CPC, art. 256,I
III-o fato e os fundamentos jurídicos do pedido (causa de pedir): é requisito atinente ao mérito da causa. O autor deverá expor na inicial o fato e os fundamentos jurídicos de sua pretensão, de modo que resulte claro o pedido. Na narração do fato e dos fundamentos do pedido, isto é, na causa de pedir, de onde advém o pedido, deve restar claro as condições da ação, ou seja, a “legitimatio ad causam” (legitimidade para agir) e o interesse processual (interesse de agir).
V-o pedido com as suas especificações: consiste o pedido naquilo que, em razão da causa de pedir, postula-se ao órgão julgador. É a revelação da ação e do processo. É o objeto da demanda. Uma vez exposto o fato e os fundamentos jurídicos do pedido, a causa de pedir, formula-se o pedido que daí resulta. O pedido apresenta dois aspectos: 1- pedido imediato: é aquele que está vinculado à providência jurisdicional pretendida (sentença declaratória; sentença constitutiva; sentença condenatória; sentença executiva; sentença mandamental), assim, fala-se em pedido declaratório; pedido constitutivo; pedido condenatório; pedido executivo e pedido mandamental; 2- pedido mediato: é aquele que está vinculado ao bem da vida pretendido pelo autor. Assim, por exemplo, na ação reivindicatória, pede-se seja o réu condenado (sentença condenatória: pedido imediato) a entregar o imóvel demandado (pedido mediato).
V-o valor da causa: “A toda causa será atribuído um valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediatamente aferível” (artigo 291 do CPC). “O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção” (artigo 292 do CPC).
VI-as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados: o autor tem o ônus de provar suas alegações (artigo 373, I, do CPC). Assim, incumbe-lhe, desde logo, comunicar ao juiz e ao réu quais são os meios que serão utilizados para demonstrar a verdade de suas alegações. Não há necessidade de individualizar-se a prova, bastando ao autor a indicação genérica de todos os meios de prova em direito admitidos para que o requisito seja considerado atendido.
VII-a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação: incumbe ao autor, na petição inicial, manifestar, com clareza solar, se tem ou não interesse na realização de audiência de conciliação ou de mediação. Assim, a petição inicial é o ambiente adequado para o autor manifestar seu interesse ou desinteresse pela realização ou não da audiência de conciliação ou de mediação, que o juiz, salvo quando a demanda não admitir a autocomposição, designará ao despachar a petição inicial (artigo 334 do CPC) e que só não será realizada se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual (artigo 334, § 4º, I e II, do CPC).
endereço doadvogado: na petição inicial, além dos requisitos delineados no artigo 319 do CPC, incumbe ao advogado, quando postular em causa própria, declarar o endereço, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para o recebimento de intimações (artigo 106, I, do CPC), sob pena de indeferimento, caso não seja suprida essa omissão no prazo de 05 (cinco) dias (artigo 106, § 1º, do CPC).
documentos: a petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação (artigo 320 do CPC). Documentos indispensáveis à propositura da ação compreendem não somente os substanciais à propositura da ação, ou seja, aqueles que a lei expressamente exige para que a ação possa ser proposta, mas também os fundamentais, ou seja, os necessários, na espécie, não porque expressamente a lei exija e sim porque o autor a eles se referiu na ação como fundamento do seu pedido ou pretensão (artigo 434 do CPC).
- DESPACHO DA PETIÇÃO INICIAL 
Deferimento da petição inicial: “Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência” (artigo 334 do CPC). A petição inicial, uma vez elaborada de acordo com os sobreditos requisitos, está apta para ser apresentada em juízo, e conseqüentemente, para desencadear a propositura da ação. “Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois que for validamente citado” (artigo 312 do CPC).
da audiência de conciliação ou de mediação: a audiência de conciliação ou de mediação é ato processual onde o juiz, auxiliado por um conciliador ou mediador (onde houver), busca a solução consensual da demanda no limiar do processo. O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de mediação, observando o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de organização judiciária. Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes. A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado. A audiência não será realizada: I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; II - quando não se admitir a autocomposição. O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência. Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes. A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei. O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte” (artigo 334, §§ 1º/12, do CPC).
- SANEAMENTO DA PETIÇÃO INICIAL
O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado” (artigo 321 do CPC). Todavia, se a petição inicial carecer do endereço do advogado, no caso de postulação em causa própria, o prazo para o saneamento é de 05 (cinco) dias (artigo 106, § 1º, do CPC). O indeferimento só ocorrerá se não for atendida a diligência no prazo assinalado (artigo 321, parágrafo único, CPC).
- INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL
Ocorre o indeferimento quando o juiz ao analisar a inicial encontra vícios insanáveis ou quando o autor não cumpre as diligências consignadas nos artigos 106 e 321, ou ainda quando as referidas diligências são cumpridas de forma deficitária, assim, o juiz é levado a proferir uma decisão de caráter negativo, ou seja, o indeferimento da inicial. A referida decisão é de natureza apenas processual e impede a formação da relação processual trilateral. Trata-se de decisão meramente formal (processual), logo, o indeferimento da inicial não impede que o autor volte a propor a mesma ação, evitando, evidentemente, os vícios que a inutilizaram quando do primeiro aforamento. 
hipóteses de indeferimento da petição inicial: os casos de indeferimento da inicial estão alinhados no artigo 330, incisos e parágrafos, do CPC, cujos enunciados dispõem que: “A petição inicial será indeferida quando: I - for inepta; II - a parte for manifestamente ilegítima; III - o autor carecer de interesse processual; IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321. Considera-se inepta a petição inicial quando: I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.
decisão de indeferimento da petição inicial: a decisão que indefere a petição inicial é sentença sem resolução do mérito (485, I, do CPC), cabendo, portanto, recurso de apelação. Porém, se o juiz, no caso de cumulação de pedidos, indefere a petição inicial apenas no que tange a um ou alguns dos pedidos, a decisão é interlocutória, visto que não encerra a relação processual, logo, o recurso cabível contra ela é o agravo de instrumento (artigo 354, parágrafo único, do CPC).
apelação contra sentença de indeferimento da petição inicial: o artigo 331 do CPC preceitua que: "indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se". Permitindo, assim, o juízo de retratação em sede de recurso de apelação.
- IMPROCEDENCIA LIMINAR DO PEDIDO
É o julgamento liminar de improcedência do pedido do autor, independentemente de citação do réu, quando a demanda dispensar a fase probatória e o pedido formulado na petição inicial esteja em rota de colisão com jurisprudência de tribunal superior, de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal nas hipóteses previstas no artigo 332, I a IV, do CPC, ou quando o juiz verificar a ocorrência de prescrição ou decadência (artigo 332, § 1º, do CPC).
 Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição. Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241. Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com acitação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias”(artigo 332, I a IV, §§ 1º, 2º, 3º e 4º, do CPC).
- DO PEDIDO
O pedido, núcleo da petição inicial, é a revelação da pretensão do autor e exprime aquilo que ele pretende do Estado frente ao réu. O Novo CPC, dada a importância do pedido, dedicou a ele uma seção especial (artigos 322/329 do CPC).
pedido certo: “O pedido deve ser certo. Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios” (artigo 322, § 1º, do CPC). Certo no sentido de ser expresso, visto que, em regra, não se admite pedido implícito. “A certeza é exigida tanto no aspecto processual quanto no aspecto material do pedido. No pedido imediato o autor deve indicar de forma precisa e clara qual a espécie de tutela jurisdicional pretendida, enquanto que, no pedido mediato, deve indicar o gênero do bem da vida pleiteado. O direito brasileiro não admite pedido incerto, sendo a certeza do pedido o mínimo exigível em todo e qualquer pedido” (Daniel Amorim Assumpção Neves).
pedido determinado: “O pedido deve ser determinado” (artigo 324 do CPC). Determinado no sentido de delimitação da pretensão do autor (qualidade e quantidade), visto que ele deve ser claro naquilo que se espera obter do Poder Judiciário. “A determinação só se refere ao pedido mediato, significando a liquidez do pedido, ou seja, a quantidade e a qualidade do bem da vida pretendido” (Daniel Amorim Assumpção Neves).
interpretação do pedido: “A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio da boa-fé” (artigo 322, §2º, do CPC). Na interpretação do pedido deverá ser considerado o conjunto da postulação, ou seja, deve-se realizar uma interpretação lógico-sistemática do pedido, de modo a extrair o que se pretende com a instauração do processo da integralidade da petição inicial e não apenas de sua conclusão. Não se pode também perder de vista, na interpretação do pedido, o princípio da boa-fé.
pedido genérico: “Pedido genérico, que também pode ser chamado de ilíquido ou indeterminado, portanto, é o que deixa de indicar a quantidade de bens da vida pretendida (quantum debeatur) pelo autor, sendo admitido somente quando houver permissão legal em lei. Mesmo no pedido genérico, cabe ao autor fazer o pedido certo, ou seja, deve determinar a espécie de tutela e o gênero do bem da vida” (Daniel Amorim Assumpção Neves).
pedido alternativo: “O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo” (artigo 325, parágrafo único, do CPC). Denomina-se alternativo porque o autor, em virtude da natureza da relação jurídica de direito material, pede a efetivação do seu direito por mais de uma maneira, cada uma suficiente para satisfação de sua pretensão, pede o cumprimento de uma ou outra prestação.
pedido em ordem subsidiária: possuem a característica de conter pelo menos dois pedidos, um chamado principal e outro acessório, já que se o primeiro não puder ser deferido, o juiz passa a analisar o outro. É a permissão legal conferida ao autor para formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do posterior, não sendo possível acolher o anterior (exemplo: pede-se rescisão do contrato com perdas e danos ou, caso não reste configurada razão para tanto, a condenação do réu ao pagamento da prestação vencida). “Na cumulação subsidiária/eventual, prevista no art. 326, caput do Novo CPC, o autor estabelece uma ordem de preferência entre os pedidos, deixando claro na petição inicial que prefere o acolhimento do pedido anterior, e que somente na eventualidade de esse pedido ser rejeitado ficará satisfeito com o acolhimento do pedido posterior” (Daniel Amorim Assumpção Neves).
Cumulação de pedidos: “É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. São requisitos de admissibilidade da cumulação que: I - os pedidos sejam compatíveis entre si; II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum. O inciso I do § 1o não se aplica às cumulações de pedidos de que trata o art. 326” (artigo 327, § 1º, I a III, e § 2º, do CPC).
aditamento ou alteração do pedido ou da causa de pedir: “O autor poderá: I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu; II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir” (artigo 329, I e II, e parágrafo único, do CPC). Assim, é lícito ao autor aditar ou alterar o pedido ou causa de pedir, independentemente da anuência do réu, antes da citação. Depois da citação e até o saneamento do processo que é materializado através de decisão interlocutória (decisão de saneamento), o aditamento ou a alteração do pedido ou da causa de pedir só é possível com a concordância do réu, assegurando-lhe o contraditório mediante a possibilidade de manifestação no prazo mínimo de 15 (quinze) dias. Dessa forma, fica afastada a possibilidade de aditamento ou alteração do pedido ou da causa de pedir depois da decisão de saneamento, ainda que haja consentimento do réu. Dessa forma, “são três os momentos a serem considerados no tocante à estabilidade objetiva da demanda: (a) antes da citação não há qualquer estabilização, podendo o autor modificar livremente seu pedido e sua causa de pedir; (b) da citação ao saneamento do processo, haverá uma estabilidade condicionada, podendo o autor modificar o pedido e a causa de pedir, desde que conte com a anuência do réu; (c) após o saneamento do processo, ocorre a estabilização objetiva definitiva, sendo proibidas em qualquer hipótese as alterações objetivas da demanda” (Daniel Amorim Assumpção Neves).
UNIDADE III 
- TUTELA PROVISÓRIA
introdução: O Poder Judiciário pode ser acionado para prestar tutela definitiva, entendida como aquela que deve ser precedida de cognição exauriente, onde se assegura o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa, com profundo debate a respeito do objeto da decisão, e tutela provisória, fundada em cognição sumária, isto é, alicerçada em juízo de probabilidade, de natureza satisfativa (tutela de urgência antecipada e tutela da evidência) e de natureza preventiva (tutela de urgência cautelar).
TUTELA DE URGÊNCIA (ARTIGOS 300/310 DO CPC): é o instrumento processual que permite ao Juiz, a requerimento da parte, prestar, de forma antecedente ou incidental, liminarmente ou após justificação prévia, quando evidenciado a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, a tutela antecipada (tutela satisfativa) ou a tutela cautelar (tutela preventiva).
Concessão da tutela provisória de urgência liminarmente ou após justificação prévia: a tutela provisória de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia (artigo 300, § 2º, do CPC). “Prevê o art. 300, § 2º, a possibilidade de concessão liminar, ou após justificação, da medida de urgência. A regra geral, no entanto, é a ouvidaprévia da parte contrária. A liminar inaudita altera parte se justifica quando o risco de dano é imediato e sua coibição não permite aguardar o contraditório. Mesmo nesses casos excepcionais, não se elimina totalmente o contraditório, mas apenas o posterga. Deferida a liminar, a defesa será assegurada ao requerido e, uma vez produzida e instruída, o juiz manterá, revogará ou modificará o provimento de urgência conforme aquilo que do contraditório emergiu” (Humberto Theodoro Júnior).
requisitos para a concessão da tutela de urgência: a concessão da tutela de urgência desafia a existência de elementos capaz de evidenciar a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo (artigo 300 do CPC). Assim, exige-se, para a concessão da tutela de urgência, a convergência dos seguintes requisitos: a) probabilidade do direito (fumaça do bom direito): a tutela de urgência, qualquer que seja o fundamento, tem por pressuposto a probabilidade do direito, ou seja, a existência de convicção judicial formatada a partir de uma cognição sumária das alegações da parte, ou seja, o magistrado, para conceder a tutela de urgência, tem que se convencer, em cognição sumária, de que é provável o direito do interessado. Trata-se de um juízo provisório, portanto, basta que, no momento da análise do pedido de tutela de urgência, todos os elementos convirjam no sentido de aparentar a probabilidade do direito alegado pela parte. O legislador atribuiu ao conceito de probabilidade uma “função programática: autorizar o juiz a conceder tutelas provisórias com base em cognição sumária, isto é, ouvindo apenas uma das partes ou então fundado em quadros probatórios incompletos (vale dizer, sem que tenham sido colhidas todas as provas para o esclarecimento das alegações de fato). A probabilidade do direito que autoriza o emprego da técnica antecipatória para a tutela dos direitos é a probabilidade lógica-que é aquela que surge da confrontação das alegações e das provas com os elementos disponíveis nos autos, sendo provável a hipótese que encontra maior grau de confirmação e menor grau de refutação nesses elementos. O juiz tem que se convencer de que o direito é provável para conceder tutela provisória” (Luiz Guilherme Marinoni; Sérgio Cruz Arenhart). b) perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo (perigo da demora): “A fim de caracterizar a urgência capaz de justificar a concessão de tutela provisória, o legislador falou em perigo de dano (provavelmente querendo se referir à tutela antecipada) e risco ao resultado útil do processo (provavelmente querendo se referir à tutela cautelar)” (Teresa Arruda Alvim Wamber; Fredie Didier Jr.; Eduardo Talamini; Bruno Dantas).
c) reversibilidade da medida: a tutela de urgência, de natureza antecipada, só pode ser concedida se for possível a reversibilidade dos efeitos da decisão. “A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão” (artigo 300, § 3º, do CPC). A tutela antecipada, por ser medida precária e provisória, sujeita a modificação ou revogação a qualquer tempo, só pode ser concedida se houver possibilidade de reversão do provimento antecipado, caso o requerente não seja exitoso na demanda; d) caução (contracautela): “Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la” (artigo 300, § 1º, do CPC).
TUTELA DA EVIDÊNCIA (ARTIGO 311 DO CPC): A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente” (artigo 311, I a IV, parágrafo único, do CPC).
momento da concessão da tutela da evidência: “Como regra, a concessão da tutela da evidência depende do cotejo entre as posições jurídicas do autor e do réu no processo: é dessa comparação que será oriunda a noção de evidência. Isso porque a base da tutela da evidência está ligada ao oferecimento de defesa inconsistente – que normalmente pressupõe o seu exercício. Ocorre que em algumas situações o legislador desde logo presume que a defesa será inconsistente (art. 311, II e III). Nesses casos, em que a defesa provavelmente será inconsistente, o legislador permite a concessão de tutela da evidência liminarmente (art. 311, parágrafo único). Nos demais casos a concessão de tutela da evidência só pode ocorrer depois da contestação” (Teresa Arruda Alvim Wamber; Fredie Didier Jr.; Eduardo Talamini; Bruno Dantas). 
-TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA
A tutela de urgência satisfativa (antecipada) antecedente é aquela requerida dentro do processo em que se pretende pedir a tutela definitiva, no intuito de adiantar seus efeitos, mas antes da formulação do pedido de tutela final. O legislador prevê, para sua concessão, um procedimento próprio, disciplinado no art. 303 e seguintes do CPC, a ser aqui analisado. A situação de urgência, já existente no momento da propositura da ação, justifica que, na petição inicial, limite-se o autor a: a) requerer a tutela antecipada; b) indicar o pedido de tutela definitiva – que será formulado no prazo previsto em lei para o aditamento; c) expor a lide, o direito que se busca realizar (e sua probabilidade), e o perigo da demora (art. 303, caput, CPC); d) indicar o valor da causa considerando o pedido de tutela definitiva que pretende formular (art. 303, § 4º, CPC); e, em fim, e) explicitar que pretende valer-se do benefício da formulação do requerimento de tutela antecipada em caráter antecedente, nos moldes do caput do art. 303,CPC (art. 303, § 5º, CPC)” (Fredie Didier JR., Paulo Sarno Braga e Rafael Alexandria de Oliveira). A petição inicial, além dos requisitos específicos previstos no artigo 303, § 5º, do CPC, deve observar também, no que couber, os requisitos consignados no artigo 319 do CPC.
- TUTELA DE URGÊNCIA CAUTELAR 
Segundo Fredie Didier, tutela cautelar pode ser conceituada a que “não visa à satisfação de um direito (ressalvada, obviamente, o próprio direito à cautela), mas, sim, a assegurar a sua futura satisfação, protegendo-o No atual CPC, a tutela cautelar possui livro próprio, disciplinado a partir do art. 796, intitulado do “Processo Cautelar”. Todavia, na legislação novel, o livro do processo cautelar deixa de existir, mas a tutela cautelar permanece em plena aplicabilidade, sendo apenas remanejada para as chamadas tutelas de urgência, disciplinada de maneira conjunta com a tutela antecipada.
- TUTELA DA EVIDÊNCIA
hipóteses de cabimento da tutela da evidência: a tutela da evidência está delineada no artigo 311, I a IV, do CPC, vazado nos seguintes termos: “A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entregado objeto custodiado, sob cominação de multa; IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável”.

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