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EAE110 2014 Correntes de Pensamento Econômico Brasil

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 Correntes de Pensamento Econômico 
 no Brasil
Ver “Anotações” abaixo dos slides.
(clique “Exibição”, e depois “Anotações”
*
 NEO-LIBERAIS (ORTODOXOS, MONETARISTAS)
 -Governo é o “Guardião” da moeda. Governo deve cuidar da regulação do mercado (setor financeiro, defesa da concorrência, agencias reguladoras) e investir em bens públicos (justiça, segurança, defesa nacional, educação, saneamento básico, etc), deixando os demais investimentos a cargo do setor privado 
 -Economia de Mercado: o setor privado é mais eficiente
 -Abertura Comercial (Globalização)
 KEYNESIANOS 
 -Governo, além das funções acima, deve também ser condutor do crescimento. Complementa o setor privado, com investimentos em infraestrutura, incentivos fiscais, financiamentos, parcerias público-privadas (PPP), etc. 
 -Estado terceiriza para o setor privado, não estatiza (não cria empresas estatais)
 -Economia de Mercado, mas Governo induzindo investimentos, utilizando principalmente a Política Fiscal (daí também serem chamados de Fiscalistas)
 -Abertura Comercial (Globalização) 
 HETERODOXOS: CORRENTES DE ESQUERDA (SOCIALISTAS, MARXISTAS, ESTRUTURALISTAS )
 -Estatizantes: segundo essa corrente, ”o Estado preocupa-se com o social, enquanto as empresas privadas preocupam-se apenas com o lucro”
 -Protecionistas/Nacionalistas: prioridade ao mercado interno. Barreiras alfandegárias para proteger a indústria nacional.
 -Controles de preços (exemplo: gasolina, tarifas de energia elétrica, transportes públicos, etc ). Os mais radicais também são favoráveis ao controle de juros, câmbio e remessa de lucros. Ou seja, como uma economia de planejamento central, assemelhada à adotada em Cuba e Coréia do Norte. 
 -Críticos da abertura comercial, cujo objetivo real, para eles, seria favorecer empresas multinacionais, principalmente norte-americanas (“Consenso de Washington”)
 
“Mainstream”:
 (duas vertentes econômicas, dentro do sistema capitalista).
 Predomina nos países desenvolvidos e nos principais países emergentes: BRICS, Sudeste da Ásia, Austrália, Nova Zelândia, Chile, México, Colômbia, etc.)
-Monetaristas: FGV-RJ, PUC-RJ,USP,
 IBMEC-RJ,INSPER-SP -Keynesianos: FGV-SP, PUC-RJ, USP
América Latina
(com algumas exceções, como Chile, Perú, Colômbia e México). Forte presença no Brasil (principalmente), Cuba, Bolívia, Venezuela, Equador, Nicarágua, Uruguai). Inclui também a Argentina peronista (estatizante, e sindicalista). Essas correntes incluem a maioria dos economistas do atual Governo, bem como a quase totalidade dos economistas das universidades públicas (exceto USP) e das PUCs (exceto PUC-RJ e PUC-MG), sob liderança da UFRJ e UNICAMP. 
 Correntes de Pensamento Econômico 
 no Brasil
*
“Desenvolvimentistas” 
 Também autodenominados “Heterodoxos”;
 Corrente quase que exclusiva da América Latina, adotada pelos governos de esquerda (exceção Chile);
 Características:
 -Estatizantes: cabe ao Estado direcionar o crescimento e emprego, provendo a infraestrutura necessária, principalmente através de empresas estatais, e estimular intensamente o consumo das famílias, através de políticas expansionistas (isenções tributárias, gastos públicos, políticas assistencialistas, crédito abundante, juros baixos);
 -Acreditam que estímulos à Demanda incentivam automaticamente o setor privado a investir, aumentando assim a Oferta Agregada (o PIB);
 -são críticos de políticas anti-inflacionárias, que chamam de ortodoxas, neoliberais, monetaristas, como as adotadas nos Governos FHC e Lula (primeiro mandato). Argumentavam que o Banco Central preocupava-se exclusivamente com o controle da inflação, e não com o crescimento e emprego. Algumas frases tipicamente “desenvolvimentistas”: “Não há desenvolvimento sem inflação”(Celso Furtado). “Qual o problema com inflação de 15% ao ano?” (Dilma Roussef, 2005);
 Como os keynesianos, também são críticos do monetarismo, mas divergem quanto ao papel do Estado na economia. Os keynesianos não são estatizantes, e seguem princípios capitalistas, como economia de mercado, privatizações, controle da taxa de inflação, etc. Os desenvolvimentistas são em geral socialistas, críticos do capitalismo, estatizantes, avessos tanto a privatizações (tese da “privataria”, de grande apelo eleitoral), como a políticas fiscais restritivas (as quais, segundo eles, sacrificam o crescimento econômico e o emprego); 
 Nem sempre é fácil a distinção, porque tem keynesianos que também se intitulam “heterodoxos”, (por exemplo, Bresser Pereira, da FGV-SP) e economistas de esquerda e desenvolvimentistas (como Guido Mantega), dizendo-se “keynesianos” ou “pós keynesianos”. O que ambos queremé diferenciar-se dos neoliberais monetaristas. 
 NOMES MAIS CONHECIDOS: 
 
 Neoliberais/ortodoxos/monetaristas:
 Affonso Celso Pastore (USP) 
 José Alexandre Scheinkman (Princeton) 
 Pedro Malan (PUC-RJ)
 Gustavo Franco (PUC-RJ) 
 Armínio Fraga (PUC-RJ) 
 Ilan Goldstajn (PUC-RJ)
 Maílson da Nóbrega (CEUB-Brasília)
 Eduardo Giannetti da Fonseca (Ex-USP, INSPER)
 Edmar Bacha (PUC-RJ)
 Persio Arida (USP)
 Alexandre Schwartzman (USP, Ex-Diretor do Banco Central)
 Keynesianos:
 Delfim Netto (USP)
 José Serra (Engenharia USP, Economia UNICAMP)
 Luiz Carlos Bresser Pereira ( FGV-São Paulo)
 Yoshiaki Nakano (FGV-São Paulo)
 Luiz Gonzaga Belluzzo (UNICAMP)
 Luciano Coutinho (Cornell/UNICAMP, Presidente BNDES)
 Luiz Carlos Mendonça de Barros (Engenharia USP, Economia UNICAMP)
 José Roberto Mendonça de Barros (Economia USP)
 Antonio Correia de Lacerda (PUC-SP)
 Socialistas/Marxistas/Estruturalistas(Cepalinos)/desenvolvimentistas
 Dilma Roussef (UFMG,UFRGS, UNICAMP)
 Fernando Pimentel (UFMG, Ministro Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior)
 Guido Mantega (UNICAMP, Ministro da Fazenda)
 Fernando Haddad (USP, Prefeito de São Paulo)
 Marcio Pochmann (UNICAMP)
 Paul Singer (USP, Secretário de Economia Solidária do Governo Federal) 
 Leda Paulani (USP, Secretária do Planejamento da Prefeitura de São Paulo)
 Reinaldo Gonçalves (UFRJ) 
 NOMES MAIS CONHECIDOS: 
 
 Neoliberais/ortodoxos/monetaristas:
 Affonso Celso Pastore (USP) 
 José Alexandre Scheinkman (Princeton) 
 Pedro Malan (PUC-RJ)
 Gustavo Franco (PUC-RJ) 
 Armínio Fraga (PUC-RJ) 
 Ilan Goldstajn (PUC-RJ)
 Maílson da Nóbrega (CEUB-Brasília)
 Eduardo Giannetti da Fonseca (Ex-USP, INSPER)
 Edmar Bacha (PUC-RJ)
 Persio Arida (USP)
 Alexandre Schwartzman (USP, Ex-Diretor do Banco Central)
 Keynesianos:
 Delfim Netto (USP)
 José Serra (Engenharia USP, Economia UNICAMP)
 Luiz Carlos Bresser Pereira ( FGV-São Paulo)
 Yoshiaki Nakano (FGV-São Paulo)Luiz Gonzaga Belluzzo (UNICAMP)
 Luciano Coutinho (Cornell/UNICAMP, Presidente BNDES)
 Luiz Carlos Mendonça de Barros (Engenharia USP, Economia UNICAMP)
 José Roberto Mendonça de Barros (Economia USP)
 Antonio Correia de Lacerda (PUC-SP)
 Socialistas/Marxistas/Estruturalistas(Cepalinos)/desenvolvimentistas
 Dilma Roussef (UFMG,UFRGS, UNICAMP)
 Fernando Pimentel (UFMG, Ministro Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior)
 Guido Mantega (UNICAMP, Ministro da Fazenda)
 Fernando Haddad (USP, Prefeito de São Paulo)
 Marcio Pochmann (UNICAMP)
 Paul Singer (USP, Secretário de Economia Solidária do Governo Federal) 
 Leda Paulani (USP, Secretária do Planejamento da Prefeitura de São Paulo)
 Reinaldo Gonçalves (UFRJ) 
A Presidente Dilma Roussef tem um perfil nitidamente desenvolvimentista, como aliás seus ministros da área econômica (Guido Mantega, Miriam Belchior, Fernando Pimentel), o Ministro da Educação Aloísio Mercadante e o Secretário do Tesouro Arno Augustin. O grau de estatização tem aumentado em seu governo, principalmente no setor financeiro, através dos bancos públicos, e das Agências Reguladoras (ANEEL, ANATEL, etc), criadas no Governo FHC. Essas agências perderam sua autonomia a partir do primeiro mandato do Governo Lula, devido em grande medida à influência da atual presidente, enquanto Ministra de Minas e Energia e posteriormente Ministra da Casa Civil. A justificativa dada pelo Governo na época foi de que “as negociações com setores estratégicos, como energia elétrica, mineração, portos, aeroportos, estradas, etc., deveriam ser tratadas a nível de Ministérios, e não com agências de perfil eminentemente técnico”. Essa postura acabou “politizando” as negociações com grandes projetos de infraestrutura, gerando insegurança (“incertezas regulatórias”) para os investidores. Pelo menos no início do Governo Dilma, o Banco Central nitidamente perdeu a autonomia operacional que gozava nos governos FHC e Lula, o que podia ser percebido pelas constantes declarações da Presidente e do Ministro da Fazenda sobre juros e câmbio, tema sobre o qual apenas o presidente do Banco Central deveria se manifestar. Entretanto, a partir de abril de 2003, em função da pressão inflacionária, o Banco Central parece estar recuperando parte da sua autonomia, como se percebe pelas aumentos da taxa SELIC, que inclusive voltou aos mesmos níveis do início do atual governo (acima de dois dígitos).
Mas a Presidente Dilma foi forçada a repensar sua posição quanto à questão das privatizações, dada a baixa taxa de investimento e consequentemente baixa taxa de crescimento do país (¨pibinhos¨). Percebeu que as privatizações (que o PT prefere chamar de concessões”), ao passar a maior parte dos investimentos em infraestrutura para o setor privado, pode permitir liberar o governo federal para praticar as chamadas políticas sociais, de grande apelo eleitoral. Entretanto, é lamentável que, devido ao viés ideológico estatizante, o Governo do PT deixou de realizar os investimentos requeridos para melhoria da infraestrutura desde 2003, não tirando proveito do período do maior “boom” da economia mundial que se tem notícia (2003/2007). Não fosse esse viés, o Governo Lula poderia praticar suas políticas sociais, e, com a colaboração do setor privado, investir ao mesmo tempo em infraestrutura. O Brasil, mesmo com o fraco desempenho recente da economia mundial, poderia hoje estar crescendo acima de 4% ao ano, como os demais emergentes (BRICS e demais países da América Latina), e não entre 1,0 e 2,5%, como atualmente. Essa é talvez a maior crítica à política econômica do Governo petista, ao não aproveitar devidamente o momento excepcional pelo qual a economia mundial passou antes da crise do Lehman Brothers, em 2008.

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