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Introdução à Matemática Financeira v 1.0, pg. 1 5 PERPETUIDADES PERPETUIDADE SEM CRESCIMENTO Há um caso especial de série de fluxo constante que ocorre quando o prazo não é determina- do, ou seja, o fluxo não tem data para terminar. A indeterminação do prazo do fluxo é mode- lada soba forma de fluxo de caixa infinito. O caso básico é aquele em que há uma série infinita de recebimentos constantes, como apresentado no diagrama de fluxo de caixa do Objeto 1. Objeto 1. Série infinita de pagamentos constantes. Prazos indefinidos usualmente são modelados como infinitos. Esse tipo de fluxo, em que o prazo é modelado como infinito, recebe o nome de perpetuidade. Se todos os fluxos forem iguais, é uma perpetuidade constante (ou homogênea, ou uniforme). A pergunta geralmente feita é qual o valor presente de uma perpetuidade. Muitas vezes, esse valor presente também é chamado de perpetuidade (a nomenclatura pode ficar confusa). Ape- sar do prazo da perpetuidade constante ser infinito, o seu valor presente é finito: (1) Demonstrações Há três formas de mostrar que essa expressão é válida. A primeira, e mais direta, é o limite da equação (Erro! Fonte de referência não encontrada.) para o prazo tendendo ao infinito: ( ) (2) A segunda, e mais simples, parte da ideia de que alguém possa fazer um investimento por pra- zo indeterminado, para viver da renda desse investimento. Um valor é investido no presente (VP) a uma dada taxa de juros (i). Enquanto houver um mercado financeiro, a taxa ficar a mesma e permanecer o interesse do investidor, esse investimento gerará um rendimento (PGTO) equivalente à multiplicação de VP por i: Introdução à Matemática Financeira v 1.0, pg. 2 (3) Abordagem Numérica A terceira forma de mostrar a validade da equação (1) é numérica e mais extensa. Suponha uma série de pagamentos anuais e constantes de 1.200, a serem trazidos a valor presente por uma taxa de 15% a.a.. O Objeto 2 traz os valores presentes dessas parcelas. O valor presente de infinitas parcelas é 8.000 (=PGTO/i). Objeto 2. Valores presentes das parcelas de $ 1.200 @ 15% a.a.. VP da parcela do ano: valor presente VP(15%; n; 0; 1.000). VP das parcelas até o ano: VP(15%; n; 1.000; 0). % do VP do conjunto das parcelas: VP(15%; n; 1.000; 0) / 8.000. ano VP da parcela do ano VP das parcelas até o ano % do VP do conjunto das parcelas 1 1.043 1.043 13,0% 2 907 1.951 24,4% 3 789 2.740 34,2% 4 686 3.426 42,8% 5 597 4.023 50,3% 6 519 4.541 56,8% 7 451 4.993 62,4% 8 392 5.385 67,3% 9 341 5.726 71,6% 10 297 6.023 75,3% 11 258 6.280 78,5% 12 224 6.505 81,3% 13 195 6.700 83,7% 14 170 6.869 85,9% 15 147 7.017 87,7% 16 128 7.145 89,3% 17 112 7.257 90,7% 18 97 7.354 91,9% 19 84 7.438 93,0% 20 73 7.511 93,9% ... ... ... ... 30 18 7.879 98,5% ... ... ... ... 40 4 7.970 99,6% ... ... ... ... 50 1 7.993 99,9% ... ... ... ... 60 0 7.998 100,0% ... ... ... ... 70 0 8.000 100,0% ... ... ... ... 80 0 8.000 100,0% ... ... ... ... 90 0 8.000 100,0% ... ... ... ... 100 0 8.000 100,0% Introdução à Matemática Financeira v 1.0, pg. 3 Note-se que a soma dos valores presentes tende assintoticamente ao seu limite, como era de esperar, o que ilustra a equação (1). Aproximação do limite A pergunta ainda a responder é qual o conceito de infinito utilizado. Em uma concepção puris- ta, um prazo infinito é todo o tempo até o fim do mundo e além. Em uma visão pragmática, um prazo torna-se equivalente ao infinito quando aquilo que ocorre depois dele deixa de ser relevante. Note-se que o valor presente das parcelas no ano 60 é 100,0% (que continua sendo um núme- ro aproximado equivalente á totalidade) do valor presente total. Como 99% do total é atingido pouco antes do 40º ano e quase sempre é irrelevante desprezar os 1% restantes, 40 anos po- dem equivaler a um tempo infinito. A essa taxa, 90% de todo o valor presente ocorre até o 17º ano, que pode ser considerado um prazo infinito, para todos os fins práticos. A precisa na estimação de muitos fluxos de caixa é relativamente baixa, gerando imprecisões bem superiores a 10%. Levando o conceito ao ex- tremo, 50% do valor presente ocorre até o ano 5. Em outras palavras, do ponto de vista do va- lor presente a essa taxa, o tempo se divide em duas metades: até o 5º ano e depois dele até a eternidade. Dito de outra forma, o infinito é uma aproximação útil, que simplifica alguns cálculos sem tra- zer grande imprecisão. A velocidade de aproximação do limite do valor presente depende da taxa, como mostrado no gráfico do Objeto 3. Note-se que tanto os limites de valor presente como a velocidade de convergência assintótica se tornam menores com a taxa. Introdução à Matemática Financeira v 1.0, pg. 4 Objeto 3. Valores presentes de uma perpetuidade uniforme a várias taxas. Valores presentes de uma série de pa- gamentos uniformes de $ 1.200, como função do número de anos a várias taxas. Em tracejado: os respectivos VP(n∞). Aplicações As perpetuidades têm várias aplicações importantes: Na estimação por múltiplos do valor de empresas e do VPL de projetos de investimento. No valor terminal de fluxos de caixa, tanto na avaliação de empresas como de projetos de investimento. Para uma discussão sobre como as perpetuidades são usadas nem lau- dos no mercado de capitais brasileiro, ver Serra (2013). Na estimação do custo de capital implícito das empresas. Uma aplicação importante no Brasil é Noda (2013). Na apresentação e discussão de conceitos de finanças corporativas baseados em mode- los rápidos porém conceitualmente completos. PERPETUIDADE COM CRESCIMENTO CONSTANTE Em muitos casos, a perpetuidade não tem um fluxo de caixa constante, e sim exponencialmen- te crescente a uma taxa g, como no gráfico do Objeto 4. Introdução à Matemática Financeira v 1.0, pg. 5 Objeto 4. Série infinita de pagamentos com crescimento constante. Os fluxos de caixa crescem a uma taxa cons- tante g. Nesse caso, a equação (1) transforma-se na equação (4), que é demonstrada no Objeto 5. ( ) (4) Demonstração Objeto 5. Demonstração da fórmula do valor presente de uma perpetuidade crescente. Crescimento exponencial com taxa constante. Partimos da soma dos valores presentes dos fluxos ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) (5) Dividimos ambos os lados de (1) por (1+i) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) (6) Subtraímos (6) de (5) e rearranjamos ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) No limite ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) (c.q.d.) Note-se que a equação (4) torna-se instável, e o resultado gritantemente impreciso, quando g se aproxima de i. Aproximação do limite O Objeto 6 mostra que tanto o valor presente no limite quanto o tempo que o valor presente leva para se aproximar desse limite são maiores com elevadas taxas de crescimento. Esse é o mesmo efeito de uma taxa de juros baixa. A diferença i – g pode ser entendida como uma taxa de juros (ou custo de capital) ajustada pelo crescimento. Introdução à Matemática Financeirav 1.0, pg. 6 Objeto 6. Valores presentes de uma perpetuidade em crescimento. Valores presentes de uma série de pagamen- tos de $ 1.200 a uma taxa de 15%, com várias taxas de crescimento, como função do número de anos. Em traceja- do: os respectivos VP(n∞). PERPETUIDADE COM CRESCIMENTO CONSTANTE E EXPLICITAÇÃO DO REINVESTIMENTO No caso geral, o crescimento do lucro das empresas o dos seus projetos de investimento é via- bilizado (e antecipado) por investimentos em capacidade operacional. Para tal, uma parte do caixa gerado deve ser reinvestida e, enquanto o crescimento for muito grande, capital externo (dívidas, emissão de ações) pode ter de ser aportado. Para modelar essa realidade, é necessário definir mais claramente algumas variáveis: O lucro proveniente das operações, independente de como são financiadas, já após os tributos sobre a renda, é o NOPAT (net operating profit after taxes). O reinvestimento necessário para repor os ativos depreciados é considerado equivalente à depreciação, o que torna o NOPAT equivalente ao fluxo de caixa gerado pelas operações (Desafio 1: mostre que esta última afirmação é verdadeira). O ativo relevante às operações da empresa, já descontados os passivos operacionais, é o AOL (ativo operacional líquido). É nele que a empresa investe para crescer e aumentar seu NOPAT. O investimento se dá no ano anterior à entrada dos novos ativos em opera- ção. A taxa r é o retorno operacional (NOPAT/AOL) dos investimentos futuros e é constante. Portanto, a taxa g o crescimento do NOPAT será a mesma do AOL. Desafio 2: mostre que esta última afirmação é verdadeira. Introdução à Matemática Financeira v 1.0, pg. 7 O custo de capital k é constante no tempo. Essa é a taxa, até agora chamada de i, utili- zada para trazer o fluxo de caixa a valor presente. O valor presente de uma perpetuidade em crescimento constante com reinvestimento é dado pela equação (7) e demonstrada no Objeto 7. ( ) (7) Demonstração Objeto 7. Demonstração da fórmula do valor presente de uma perpetuidade crescente com reinvestimento. Cres- cimento exponencial com taxa constante e uso de caixa como investimento. NOPAT é a rentabilidade do AOL: (8) Tanto NOPAT quanto AOL crescem à taxa g: ( ) ( ) (9) ( ) O investimento em expansão (Inv) é o acréscimo de AOL, que, com (8) e (9), se torna: O fluxo de caixa de um período é a entrada de caixa (NOPAT) menos a saída (Inv): ( ) ( ) ( ) O valor da empresa ou do projeto de investimento é o valor presente do fluxo de caixa até o infinito: ∑ ( ) ∑ ( ) ( ) ( ) ( ) ∑ ( ) ( ) No limite, da mesma forma como foi feito em (): ( ) ( ) ( ) (c.q.d.) Como ocorre com (4), a equação (7) é inviavelmente imprecisa quando g se aproxima de k. Aplicação Essa equação é importante, pois permite compreender alguns aspectos importantes da criação de valor nas empresas e nos seus projetos de investimento. Três condições são destacadas: Não há qualquer investimento. A equação (7) torna-se igual à (1), pois, se não há cres- cimento, não há necessidade de investimento em expansão. Se g=0, O investimento em expansão gera um retorno igual ao custo de capital. Nesse caso, a equação (7) também se torna igual à (1). Se o crescimento não é capaz de gerar valor, Introdução à Matemática Financeira v 1.0, pg. 8 pois rende o mesmo que o capital custa, é como se ele não existisse. Desafio 3: mostre que esta última afirmação é verdadeira. Se r=k, O investimento em expansão é feito a uma taxa de retorno infinita. Uma aproximação convincente dessa situação pode ocorrer em setores de serviços pessoais (escritórios de consultoria, advocacia, engenharia, consultórios médicos, serviços de limpeza, de vigi- lância, etc.), em que o capital necessário é ínfimo. Desta vez, a equação (7) se torna igual à (4). Se , EXERCÍCIOS, PROBLEMAS E CASOS Mesmo quando o capítulo tem um conteúdo relativamente mais conceitual, são apresenta- dos casos reais relevantes. Exercícios A tabela a seguir contém uma série de exercí- cios, referentes a perpetuidades uniformes. Pa- ra cada um dos exercícios, calcule o dado fal- tante (indicado com ???). # VP FC i 189. ??? 400 14,1% 190. 4.000.000 350.000 ??? 191. 100.000 ??? 10,50% 192. ??? 300.000 17,8% 193. 1.000.000 70.000 ??? 194. 2.000.000 ??? 0,50% A tabela a seguir contém uma série de exercí- cios, referentes a perpetuidades com cresci- mento uniforme. Para cada um dos exercícios, calcule o dado faltante (indicado com ???). # VP FC i g 195. ??? 400 14,1% 3,80% 196. 4.000.000 350.000 ??? 1,00% 197. 100.000 ??? 10,50% 3,00% 198. ??? 300.000 17,8% 8,17% 199. 1.000.000 70.000 ??? 2,10% 200. 2.000.000 ??? 1,00% 0,50% Problemas Um título de $1.000 rende $100 anuais. 201. De quanto é sua taxa de juros? Não é ób- vio que essa deve ser a taxa? Projeta-se que um fluxo de caixa será de 202. $200 por 4 anos e de $300 daí em diante (sem crescimento e sem data para aca- bar). Qual o valor presente desse fluxo de caixa a uma taxa de 8,5% a.a.? Um recém-aposentado juntou $350.000, 203. de cujo rendimento pretende viver. Co- mo ele não quer apostar contra si mes- mo, ele prefere que esse montante seja suficiente para sustenta-lo por um núme- ro indeterminado de anos. Qual a renda mensal que ele terá se o mercado finan- ceiro lhe trouxer uma rentabilidade de 0,5% a.a. líquida real(após os impostos e acima da inflação)? Uma empresa gerou um fluxo de caixa de 204. $4,5 milhões no ano que terminou. Não há previsão de término da vida da em- presa (considera-se perpétua) e o cres- cimento do fluxo de caixa é de 3% a.a.. A um custo de capital de 14,4% a.a., qual o valor da empresa. Estima-se que uma empresa gere um flu-205. xo de caixa de $4,5 milhões no ano que vem. Não há previsão de término da vida da empresa (considera-se perpétua) e o crescimento do fluxo de caixa é de 3% a.a.. A um custo de capital de 14,4% a.a., qual o valor da empresa. Introdução à Matemática Financeira v 1.0, pg. 9 Casos Bônus perpétuos. Em novembro de 2007, a BRMalls (investidora e operadora de shopping centers) emitiu títulos de dívida no valor de US$175 milhões. Esses bônus são perpétuos (nunca vencem) e rendem 9,75% a.a. em dólares. Esses juros expressavam a precifica- ção que o mercado financeiro fazia na época para a taxa bá- sica de juros, o risco da operação, os tributos e alguns custos transacionais. Um investidor (ne- cessariamente domiciliado nos EUA) comprou um lote de US$100.000. De quanto são os juros pagos anualmen-206. te (em dólares) por esse lote de bônus? O mercado mudou e, em outubro de 207. 2012, a empresa foi capaz de emitir $175 milhões adicionais, desta vez à taxa de 8,5% a.a. Qual o valor presente, à nova taxa de mercado, do fluxo de caixa per- pétuo calculado no item anterior? Como os bônus antigos e os novos têm 208. características idênticas (inclusive o prazo e o risco) a taxa de remuneração deve ser idêntica. Portanto, o valor presente cal- culado no item anterior é o novo valor de mercado dos bônus antigos. Qual foi o ganho do investidor? Quanto vale a padaria. O padrão de mercado para o valor de uma padaria é um múltiplo de 6a 12 receitas mensais, a depender da sua lucra- tividade (lucro/receita) e do seu crescimento de vendas. Mostre que esse múltiplo é apenas a in-209. teração entre a margem de lucro (lu- cro/receita) e do valor de uma perpetui- dade. A lucratividade de uma padaria é algo en-210. tre 20% (bem trabalhada) e 10% (medío- cre). Essa variabilidade é suficiente para explicar a variabilidade do múltiplo de re- ceita? Qual deve ser a taxa de retorno esperada 211. pelo mercado para uma padaria que te- nha valor de mercado de 9 meses de re- ceita, lucratividade de 15% e crescimento de 1% a.a.. Expresse a taxa de retorno como função 212. das demais variáveis mencionadas. Introdução à Matemática Financeira v 1.0, pg. 10 BIBLIOGRAFIA ----------. (1990). Código de Defesa do Consumidor (Lei Nº 8.078). Allen, F., Myers, S. C., & Brealey, R. A. (2013). Princípios de Finanças Corporativas. MsGraw-Hill (10ª ed.). Assaf Nº, A. (2010). Finanças Corporativas e Valor. São Paulo: Atlas (5ª ed.). BIS. (2014). Debt securities statistics. Acesso em 2014, disponível em BIS: www.bis.org/statistics/secstats.htm BNDES. (n/d). tjlp.pdf. 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