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IMPLEMENTAÇÃO DO 
ESTATUTO DO DESARMAMENTO:
DO PAPEL PARA A PRÁTICA
Apoio:
Realização:
Em dezembro de 2003, após intensa pressão e mobilização 
popular, o Congresso Nacional aprovou a Lei 10.826, conhecida 
como Estatuto do Desarmamento, para aumentar o controle 
sobre as armas de fogo em circulação no Brasil. Os resultados 
foram imediatos: 5 mil vidas salvas apenas no primeiro ano de 
vigência da lei, o que significou a queda, pela primeira vez em 
mais de uma década, dos homicídios no país. Seis anos depois, o 
Instituto Sou da Paz apresenta pesquisa inédita que avalia a 
implementação das medidas previstas no Estatuto e traz 
recomendações para aprimorar sua implementação pelos órgãos 
responsáveis, garantindo que a lei seja colocada em prática na 
sua totalidade e evitando a morte de milhares de brasileiros.
Apoio:
Realização:
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ESTATUTO DO DESARMAMENTO:
DO PAPEL PARA A PRÁTICA
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AGRADECIMENTOS
Ford Foundation, Ana Toni, Gleice Sanches, Rede Desarma Brasil, Shelley Simis 
de Botton, Patrícia Henzell, Cel. Luiz Brenner Guimarães, Serguem Jessui 
Machado, Ademir Soares de Oliveira, Eduardo Teodósio Quadros, Everardo 
Aguiar, Irmã Marie Henriqueta, José Luis Ventura Leal.
Cel. Clóvis E. Godoy Ilha, Edsom Ortega, Fernando Duran, General Pedroza 
Rêgo, Marcus Vinícius Dantas, Pedro Abramovay, Túlio Kahn, Diretoria de 
Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC) do Exército Brasileiro, Diretoria 
de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal (DCOR) / Divisão de 
Repressão ao Tráfico Ilícito de Armas da Polícia Federal (DARM)/ Sistema 
Nacional de Registro de Armas (SINARM), DELEARM/PF da Bahia, DELEARM/
PF do Ceará, DELEARM/PF de Espírito Santo, DELEARM/PF de Minas 
Gerais, DELEARM/PF do Pará, DELEARM/PF do Paraná, Polícia Federal 
de Pernambuco, DELEARM/PF do Rio Grande do Sul, DELEARM/PF de São 
Paulo, DELESP/PF de São Paulo, Guarda Civil Metropolitana de São Paulo, 
Guarda Civil Municipal de Barueri, Polícia Civil do Ceará - DAME, Polícia Civil 
do Distrito Federal - DAME, Polícia Civil do Espírito Santo - DAME e Divisão 
de Homicídios, Polícia Judiciária Civil do Mato Grosso, Polícia Civil de Minas 
Gerais, Polícia Civil do Pará, Polícia Civil do Paraná - DEAM, Polícia Civil de 
Pernambuco, Polícia Civil do Rio Grande do Sul - DAME, Polícia Civil do Rio de 
Janeiro - DFAE, Polícia Civil de São Paulo – DPC, Polícia Militar do Espírito 
Santo, Polícia Militar de Minas Gerais, Polícia Militar de Pernambuco, Brigada 
Militar do Rio Grande do Sul, Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais, 
Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo, Secretaria de Segurança 
Pública do Rio Grande do Sul, Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, 
Sindicato das Empresas de Segurança e Transporte de Valores do Paraná, 
SFPC da 10ª Região Militar (Ceará e Piauí), SFPC da 7ª Região Militar (Rio 
Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas), SFPC da 1ª Região Militar 
(Espírito Santo).
Este relatório é dedicado ao saudoso Pablo Gabriel 
Dreyfus, figura chave em todos os estudos relevantes 
sobre controle de armas no país e um dos mais 
respeitados profissionais do mundo no tema. 
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ÍNDICE
 INTRODUÇÃO | 070
Apresentação | 080
O Estatuto do Desarmamento | 090
Metodologia da pesquisa | 110
1. O QUE DIZ A LEI? | 170
1.1 Quem é responsável? Atribuições estatais no controle de armas | 180
1.2 Fluxo das armas e pontos de controle definidos no Estatuto | 240
2. COMO ESTÁ SENDO IMPLEMENTADO O | 630
ESTATUTO DO DESARMAMENTO? 
2.1 Medidas e indicadores da implementação do Estatuto do Desarmamento | 640
2.2 O Estatuto do Desarmamento na prática | 6503. PRINCIPAIS OBSTÁCULOS PARA A | 129
 PLENA IMPLEMENTAÇÃO DO ESTATUTO 
3.1 O que não saiu do papel | 130
3.2 Informações não disponíveis ou inconsistentes | 136
3.3 Relação entre os órgãos de controle e fiscalização | 138
3.4 Inconsistência legislativa e jurídica: mudanças na lei | 141
4. O QUE FAZER – RECOMENDAÇÕES | 147
CONCLUSÕES | 161
REFERÊNCIAS | 181
GLOSSÁRIO | 193
ANEXOS | 199
1. O que diz a lei | 200
2. Atribuições determinadas pelo Estatuto | 203
3. Armas entregues na primeira campanha de recolhimento, por estado | 205 
4. Resultados da Caravana da Polícia Federal em 2009 | 206
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INTRODUÇÃO 
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IMPLEMENTAÇÃO DO
ESTATUTO DO DESARMAMENTO:
DO PAPEL PARA A PRÁTICA
Apresentação
Como resultado de um processo histórico – após intenso diálogo entre Estado e organizações da 
sociedade civil –, o Congresso Nacional aprovou, em dezembro de 2003, o Estatuto do Desar-
mamento, legislação com 37 artigos que prevê controle rigoroso de todas as fases do processo 
de circulação de armas e munição no Brasil – da produção até a destruição de armas recolhidas, 
passando pelos requisitos para posse e porte. Em meados de 2004, após a regulamentação da lei, 
as medidas previstas no Estatuto começaram a ser colocadas em prática e, em seu primeiro ano 
de vigência, estima-se que a lei evitou a morte de cinco mil pessoas (UNESCO, 2005, p. 15). 
Algumas das medidas previstas no Estatuto do Desarmamento, como a campanha de entrega vo-
luntária de armas e o referendo popular, tiveram maior visibilidade, enquanto outras permanece-
ram pouco conhecidas pela maioria da população. Tendo participado ativamente do processo que 
resultou na aprovação do Estatuto e lutado para defendê-lo no Congresso, o Instituto Sou da Paz 
percebeu a discrepância entre a letra da lei e a sua prática. Alguns artigos do Estatuto estavam 
sendo implementados, mas outros ainda não saíam do papel; em certos casos, a implementação 
parecia variar de um Estado para outro, em que pese o fato de a lei ser federal. 
Percebia-se, assim, que a aprovação do Estatuto e de seu rigoroso decreto regulamentador não 
bastou para que o sistema de controle de armas previsto por estes documentos vigorasse integral-
mente. Para se ter uma exata noção de como está o controle de armas de fogo no Brasil, é preciso 
saber se os órgãos responsáveis pelas medidas previstas na lei e na sua regulamentação estão 
cumprindo com suas obrigações. O Estatuto é uma lei de aplicação e monitoramento difíceis, uma 
vez que suas normas determinam obrigações tanto para vários órgãos públicos (Polícias Federal, 
Civil e Militar, Poder Judiciário, Exército) como para pessoas jurídicas de direito privado (lojas 
e indústrias de armas e munição, empresas de segurança e clubes de tiro, por exemplo). Avaliar 
se o Estatuto está sendo respeitado em todo o país é uma tarefa de evidente dificuldade, mas 
imprescindível para que o Brasil se torne uma nação mais segura.
Por estes motivos, em 2008 e 2009, o Instituto Sou da Paz se propôs a realizar uma pesquisa na-
cional sobre a situação da implementação do Estatuto do Desarmamento e construir um conjunto 
de recomendações que ajudariam as instituições e instâncias responsáveis a efetuarem a imple-
mentação da lei de forma mais eficaz. Nesse trabalho, foi importante a colaboração das organi-
zações da Rede Desarma Brasil,1 que conhecem melhor as realidades e dinâmicas específicas dos 
órgãos envolvidos em cada Estado e podem constituir uma rede local de monitoramento. Assim, 
o Instituto Sou da Paz definiu a metodologia da pesquisa e realizou entrevistas com os principais 
atores responsáveis pela implementação do Estatuto do Desarmamento em dez Estados, sempre 
procurando envolver os parceiros da Rede Desarma Brasil. Esperamos, portanto, que o presente 
relatório não seja somente mais uma importanteferramenta de participação da população nas ro-
tinas de um assunto que lhe é tão caro, mas que também ajude na elaboração de políticas públicas 
que visem tornar o controle de armas no país cada vez mais eficiente.
1 A Rede Desarma Brasil – Segurança, Justiça e Paz foi criada em 2005 com o objetivo de ampliar e melhorar a Cam-
panha de Desarmamento no Brasil. Participam dela mais de 70 organizações que trabalham com temas relacionados à 
segurança pública, ao enfrentamento da violência e à promoção da cultura de paz. A Rede busca consolidar o Estatuto 
do Desarmamento informando a sociedade sobre o seu conteúdo e fiscalizando sua implementação. Para maiores infor-
mações, ver <www.deolhonoestatuto.org.br>.
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2 A “bancada da bala” é o grupo de parlamentares contrários a um maior controle das armas de fogo no país. 
O Estatuto do Desarmamento
Em nenhum país do mundo morrem mais pessoas vítimas das armas de fogo do que no Brasil. 
Apesar de abrigar somente 2,8% da população global, o Brasil é responsável por 13% das mortes 
por violência armada no mundo, com aproximadamente uma vítima fatal a cada 15 minutos. Na 
maior parte destas mortes, o perfil tanto da vítima como do homicida corresponde a jovens entre 
15 e 24 anos, pobres e negros, que vivem nas favelas e periferias dos grandes centros urbanos 
brasileiros. De acordo com o Mapa da violência dos municípios brasileiros, mais de meio milhão 
de brasileiros perderam a vida por homicídios entre 1996 e 2006 (WAISELFISZ, 2008, p. 94). O 
fácil acesso às armas de fogo, uma legislação de controle deficiente e uma sequência de medidas 
pouco eficazes agravaram o quadro. Para se ter uma ideia, em 2003, cerca de 40 mil brasileiros 
morreram vítimas de armas de fogo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007).
Indignada com esta situação, a sociedade brasileira começou a se organizar intensamente, de-
senvolvendo projetos e exigindo mudanças concretas do poder público. Em 1999, o Ministério da 
Justiça introduziu projeto de legislação no Congresso Nacional, visando banir a venda e o porte 
de armas de fogo no país, num esforço embriônico do que mais tarde viria a ser o Estatuto do 
Desarmamento. Nos anos seguintes, a sociedade civil teve papel fundamental em mobilizar par-
lamentares para a causa do controle de armas, provendo o Congresso com um fluxo constante 
de pesquisas que confirmam que leis mais rígidas de controle de armas constituem componente 
essencial para diminuição dos níveis de mortalidade. Marchas e demonstrações aconteceram em 
todo o Brasil, mostrando que o acachapante apoio popular pelo controle de armas era mais pode-
roso do que a pressão exercida pela chamada “bancada da bala” no Congresso Nacional.2 
Em dezembro de 2003, este esforço conjunto trouxe resultados, com o Congresso Nacional apro-
vando o Estatuto do Desarmamento, uma grande conquista da sociedade brasileira que tem dado 
importantes contribuições para a segurança pública. Trata-se de legislação que comprovadamen-
te acarretou a diminuição do número de homicídios no Brasil e é elogiada internacionalmente 
por especialistas em segurança pública. O sucesso da campanha de entrega voluntária de armas 
– responsável por tirar de circulação quase 470 mil armas de fogo entre 2004 e 2005 –, aliada 
a outras medidas como a proibição do porte de armas, levou à primeira redução, em 13 anos, do 
número de mortes por armas de fogo no país (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007, p. 9). Segundo 
pesquisa do Ministério da Saúde (2007, p. 8), o “primeiro fator apontado pelas análises como 
significativo na redução dos homicídios no Brasil foi o impacto da criação do Estatuto do Desar-
mamento e das ações de recolhimento de armas nos óbitos por arma de fogo”. 
O relativo sucesso da legislação, porém, não é suficiente. Menos de seis anos após a aprovação do 
Estatuto do Desarmamento, há um novo desafio: a defesa do seu espírito de controle efetivo de 
armas e munições e a implementação integral de todos os seus artigos, pois, apesar da melhoria 
recente, a situação do controle de armas no Brasil é crítica. De acordo com um detalhado estudo 
de 2005, aproximadamente 17 milhões de armas circulam no Brasil, entre as Forças de Segu-
rança e Armadas, donos legais, civis sem registro e criminosos (FERNANDES, 2005, p. 123). 
Aproximadamente 90% destas armas estão em mãos de civis. 
| 09 | 
 INTRODUÇÃO
IMPLEMENTAÇÃO DO
ESTATUTO DO DESARMAMENTO:
DO PAPEL PARA A PRÁTICA
3 O SINARM mudou recentemente de nome para SENARM– Serviço Nacional de Armas, mas nesta pesquisa será 
utilizada a nomenclatura antiga.
4 A maior campanha de recolhimento de armas do mundo acconteceu na Austrália, entre maio de 1996 e outubro de 
1997, e recolheu 643.000 armas (THE ADVERTISER, 23/04/07). 
| 10 | 
O Brasil conta com uma considerável indústria de armas pequenas e leves, a qual, estima-se, 
produz cerca de 250.000 armas por ano. Das armas apreendidas pelas polícias no Brasil, mais de 
70% são fabricadas no nosso país, muitas vezes compradas legalmente, mas eventualmente rou-
badas dos seus donos ou desviadas dos arsenais das polícias ou Forças Armadas. Por exemplo, no 
Estado de São Paulo, 52% das armas apreendidas entre 2000 e 2003 haviam sido compradas e 
registradas legalmente (FERNANDES, 2005, p. 164). Além disso, um estudo feito sobre as armas 
apreendidas no Estado do Rio de Janeiro, entre 1950 e 2003, mostrou que 80% eram pistolas e 
revólveres, sendo a vasta maioria produzida no Brasil, especialmente pela Taurus e Rossi (BAN-
DEIRA; BOURGOIS, 2005, p. 169). É exatamente este tipo de arma – “made in Brazil”, de ca-
libre pequeno, “fornecido” ao mercado ilegal após venda legal – que é usado na maior parte dos 
homícidios no Brasil. Portanto, uma das tarefas mais importantes do Estatuto é melhor controlar 
esta sorte de armamento e seus efeitos nocivos. 
> Conteúdo do Estatuto 
Mas, afinal, o que dispõe o Estatuto? Algumas das medidas mais relevantes da lei são: 
sete requisitos mínimos para a compra de arma, incluindo aumento da idade mínima para com-•	
pra de armas, de 21 para 25 anos, estabelecimento de testes obrigatórios psicológico e de tiro 
(técnico), comprovação de legítima necessidade e ausência de antecedentes criminais; 
concentração dos registros, porte e autorização de compra com a Polícia Federal e melhoria •	
do SINARM - Sistema Nacional de Armas da Polícia Federal,3 uma base de dados nacional 
sob a tutela da Polícia Federal, que deve conter informações sobre todas as armas e donos 
de arma registradas no país;
mais controle sobre a venda de munições, que só pode ser efetuada por lojistas registrados •	
e em caixas com código de barras para identificação de produtor e no limite máximo de 50 
munições por ano para civis registrados; 
mais controle sobre as munições recebidas pelas forças de segurança pública, que devem •	
estar marcadas no culote, identificando a corporação que as usa; 
e o mais importante, a proibição do porte de armas para civis. A posse registrada e autori-•	
zada – ou seja, manter uma arma legalmente em sua residência – continua permitida, mas 
não se permite mais sair à rua armado. 
O Estatuto do Desarmamento também definiu dois processos que receberam atenção da opinião 
pública e da mídia: a campanha de entrega voluntária de armas e o referendo popular sobre a 
proibição do comércio de armas para civis. Durante a campanha do desarmamento, entre julho 
de 2004 e outubro de 2005, quase 470.000 armas foram entregues, com indenização de R$ 100 
a R$ 300 por arma. Esse esforço conjunto de diversas instâncias governamentais e da sociedade 
civil organizada constituiu a segunda maior campanha de recolhimento de armas do mundo.4 
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O resultado do referendo, por sua vez, foi uma derrota dos proponentes de mais rígido controle 
de armas, pois mais de 60% da população brasileira votou no dia 23 de outubro de 2005 pela 
continuação da venda legalde armas de fogo para civis. Entretanto, o impacto prático da manu-
tenção do status quo não foi nem de perto tão desanimador quanto o resultado. Ao contrário, com 
os novos requisitos e medidas de controle do Estatuto, a venda legal de armas no Brasil sofreu 
abrupta queda, de mais de 90% – incluindo a falência da maioria das lojas deste comércio (CAM-
POS, 12/03/2006).
> O Estatuto do Desarmamento seis anos depois... 
O Estatuto do Desarmamento não foi desenvolvido para resolver sozinho o gravíssimo problema 
da violência armada no Brasil. A legislação de controle de armas, porém, tem provado ser fator 
importante na diminuição dos homicídios por armas de fogo. De acordo com o Ministério da Saúde 
(2007), entre 2003 (ano da promulgação do Estatuto) e 2006, os homicídios no país apresenta-
ram uma queda histórica de 12%. Mesmo com este impacto tangível, o Estatuto ainda não atingiu 
todo o seu potencial de legislação modelo em matéria de controle de armas. 
Esta performance aquém do ideal não provém de limitações da lei em si, mas sim de sua imple-
mentação na prática, ainda incompleta e imperfeita. Neste caso, usa-se “implementação” no 
sentido mais básico: todas as ações do poder público para fazer cumprir a lei. Infelizmente, com a 
tradição da “lei que pega” – ou não – no Brasil, nem sempre boas intenções e medidas acertadas 
saem do papel e impactam a realidade prática que dada legislação tenta melhorar. Esta situação 
é especialmente preocupante quando se considera que são justamente diversas instâncias do go-
verno brasileiro, como o Comando do Exército, a Polícia Federal e as polícias estaduais, que têm 
deixado de cumprir alguns aspectos que a lei determina. 
É com o intuito de esclarecer as ações e responsabilidades determinadas pela lei – e trazer à tona 
quais não estão sendo devidamente cumpridas, para que a situação seja retificada – que o Institu-
to Sou da Paz enveredou-se neste estudo sobre a implementação do Estatuto do Desarmamento. 
E foi com este objetivo que se definiu a metodologia do presente estudo.
Metodologia da pesquisa
Para definir a metodologia de pesquisa, foram estabelecidos os aspectos centrais da implementa-
ção do Estatuto a serem enfocados, considerando-se o tempo previsto para realização do estudo e 
o fato de que certas áreas do controle de armas no Brasil ainda são pouco transparentes. Iniciou-
se o trabalho com a análise de todos os artigos do Estatuto do Desarmamento – assim como de sua 
regulamentação – para identificar as atribuições de cada instituição e instância governamental e 
privada na implementação da legislação de controle de armas. 
Em seguida, foi feito levantamento detalhado dos dados básicos para análise da implementação 
– inclusive com informações da Polícia Federal –, identificando as informações existentes sobre 
o controle de armas no país e quais seriam necessárias conseguir por meio de pesquisa primária 
 INTRODUÇÃO
IMPLEMENTAÇÃO DO
ESTATUTO DO DESARMAMENTO:
DO PAPEL PARA A PRÁTICA
| 12 | 
(entrevistas com funcionários responsáveis, relatórios, informações oficiais, etc.) e secundária (le-
vantamento de dados na imprensa e publicações). A partir destas informações, em grande parte 
quantitativas, pôde-se proceder à análise qualitativa da implementação do Estatuto. 
Para efetuar as entrevistas com os funcionários governamentais responsáveis pelas diversas fa-
cetas do controle de armas no país, foram elaborados questionários com perguntas gerais e ou-
tras específicas, dependendo do entrevistado (polícias estaduais, Polícia Federal, Exército, etc.), 
garantindo uniformidade e coerência às entrevistas, mesmo considerando-se que nem sempre os 
entrevistados forneceram respostas completas sobre determinados temas. As instâncias mais 
citadas neste relatório, a DFPC – Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados do exército e 
o SINARM, receberam uma primeira versão do relatório com o intuito de providenciar esclareci-
mentos ou enviar comentários em relação às informações publicadas aqui. Os comentários foram 
levados em consideração no relatório final.
Com o aspecto metodológico definido em suas linhas mestras (possibilitando pequenas correções 
de rumo no desenrolar das entrevistas), passou-se à definição dos Estados nos quais seriam re-
alizadas as entrevistas. Para tal escolha, foram utilizados dois critérios: importância da unidade 
federal no cenário atual de segurança pública; e disponibilidade dos parceiros da Rede Desarma 
Brasil nos Estados. Adicionando-se a esses fatores aspectos de logística e custo, além de equilí-
brio regional, chegou-se a dez Estados, que apresentavam maior probabilidade de lograr bons e 
expressivos resultados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Es-
pírito Santo, Ceará, Pernambuco, Pará e Distrito Federal. Evidentemente, o ideal seria promover 
a pesquisa em todas as unidades da federação, mas limites financeiros e de potencial retorno (já 
que em muitos Estados não seria possível colher dados aproveitáveis para a pesquisa) levaram a 
este foco. 
> Parceria com a Rede Desarma Brasil
Desde o princípio, definiu-se-se que o envolvimento das organizações da sociedade civil local, que 
coletivamente formam a Rede Desarma Brasil, seria um alicerce central da pesquisa. Assim, ao 
escolher os dez Estados a serem abordados, identificamos os parceiros aptos a participar do pro-
jeto. Estes realizaram trabalhos de preparação para as entrevistas, identificando os atores, mar-
cando entrevistas e preenchendo um formulário de diagnóstico básico sobre a situação de controle 
de armas nos seus Estados, com dados sobre homicídios por arma de fogo, armas apreendidas, 
recolhidas, registradas e destruídas. 
Para garantir a coerência e homogeneidade das entrevistas e do relatório final, além do questio-
nário padrão, seria importante que os questionários fossem aplicados sempre da mesma maneira 
e, por isso, todas as entrevistas foram conduzidas pela equipe do Instituto Sou da Paz, com apoio 
e acompanhamento das organizações da Rede. 
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Quadro 1 - Parceiros da Rede Desarma Brasil na pesquisa 
RJ Shelley de Botton
Jornalista do site Comunidade Segura
ES Patricia Henzel
Coordenadoria de Segurança Urbana e Guarda Municipal de Vitória
RS Cel.Luiz Brenner Guimarães
Guayí - Democracia, Participação e Solidariedade
MG Serguem Jessui Machado
ACODES - Agência de Cooperação e Desenvolvimento Social
PE Ademir Soares de Oliveira
Delegados pela Cidadania
CE Duda Quadros
Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza
DF Everardo Aguiar
Amigos da Paz
PA Irmã Henriqueta
CNBB - Comissão de Justiça e Paz
PR José Luis Ventura Leal 
IDDEHA - Instituto de Defesa dos Direitos Humanos
> Realização de Entrevistas
Entre agosto e dezembro de 2008, foram visitados os seguintes Estados: São Paulo, Paraná, Rio 
Grande do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Ceará, Pará e o Distrito Federal. Em 
2009, o roteiro foi concluído com novas visitas a São Paulo, Rio Grande do Sul e Distrito Federal 
e visita ao Rio de Janeiro. Em cada Estado, tentou-se realizar entrevistas com todos os órgãos 
relevantes ao controle de armas, a saber: Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Comando 
do Exército (por meio dos SFPC – Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados). Dada a im-
portância do nexo central destas instâncias, também foram realizadas entrevistas com autorida-
des federais em Brasília, como os responsáveis pelo SINARM na Polícia Federal e pela Diretoria 
de Fiscalização de Produtos Controlados do Comando do Exército, assim como figuras centrais no 
âmbito da segurança pública do Ministério da Justiça.5 
Como esperado, diante das dificuldades que certas instâncias governamentais ainda têm em 
dialogar de maneira produtiva e transparente com a sociedade civil brasileira, raro foi o Estado 
no qual se conseguiu falar comtodos os atores mencionados anteriormente e/ou que todos os 
entrevistados tenham respondido de maneira aberta a todos os questionamentos levantados. 
Dessa forma, um esforço comparativo Estado por Estado – ou uma apresentação de todos os 
dados considerados essenciais dos dez Estados – mostrou-se impossível. A análise, portanto, 
busca demonstrar as tendências globais da implementação do Estatuto sem jamais dar-se a 
generalizar por completo, já que a ausência de informações muitas vezes é debilitante neste 
sentido. Infelizmente, no Rio de Janeiro, as polícias se negaram sistematicamente a receber os 
pesquisadores do Instituto Sou da Paz. No entanto, recebemos um questionário respondido pela 
Polícia Civil daquele Estado e ainda contamos com informações levantadas pelo parceiro local, 
5 Ver referências para detalhes das visitas e entrevistas realizadas e questionários enviados. 
 INTRODUÇÃO
IMPLEMENTAÇÃO DO
ESTATUTO DO DESARMAMENTO:
DO PAPEL PARA A PRÁTICA
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o que ajudou a ter uma noção da situação do controle de armas ali, certamente menos completa 
do que em outros Estados pesquisados. 
Tendo demonstrado a importância do Estatuto do Desarmamento e de uma melhor compreensão 
de como a lei vem sendo implementada no país – assim como os aspectos centrais da metodologia 
e logística da pesquisa –, apresenta-se, a seguir, um panorama da legislação. Primeiramente, será 
explicitado, em detalhes, o conteúdo do Estatuto, mostrando todas as instâncias responsáveis pelo 
controle de armas no Brasil e os diferentes “percursos” das armas de fogo entre sua produção e 
os diferentes usuários finais. 
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ESTATUTO DO DESARMAMENTOESTATUTO DO DESARMAMENTO
ESTATUTO DO DESARMAMENTOESTATUTO DO DESARMAMENTO
ESTATUTO DO DESARMAMENTOESTATUTO DO DESARMAMENTO
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1. O QUE DIZ A LEI? 
ESTATUTO DO DESARMAMENTOESTATUTO DO DESARMAMENTO
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ESTATUTO DO DESARMAMENTOESTATUTO DO DESARMAMENTO
IMPLEMENTAÇÃO DO
ESTATUTO DO DESARMAMENTO:
DO PAPEL PARA A PRÁTICA
A apresentação pormenorizada do que define a legislação de controle de armas, ou seja, o deta-
lhamento de todas as possibilidades de fluxo – e portanto pontos de controle – de armas de fogo 
no Brasil, de acordo com as categorias que as possam obter legalmente, constitui um mapeamen-
to imprescindível para – após comparação da letra da lei com a realidade prática descoberta pela 
presente pesquisa – discernir quais aspectos do Estatuto estão sendo devidamente implementados 
pelas autoridades responsáveis e quais estão sendo, parcial ou totalmente, ignorados. 
Vale ressaltar que a legislação de controle de armas inclui, além do Estatuto, seu decreto regula-
mentador e dezenas de portarias, decretos, instruções normativas e outras normas legais, que em 
muitas instâncias determinam detalhes práticos não abarcados na legislação principal. 
De maneira simplista, pode-se dizer que leis determinam o que deve ser feito e quem é respon-
sável por estas ações e por sua fiscalização. Assim, antes de adentrar na arena do que “pode ser 
feito” pelos diversos atores, serão apresentados os atores governamentais envolvidos no sistema 
de controle de armas e as atribuições que eles devem por lei implementar independentemente (e 
na maioria das vezes antes) de qualquer fluxo de armas.6 
1.1 Quem é responsável? Atribuições estatais 
no controle de armas 
Além das concessões e responsabilidades outorgadas a pessoas físicas e jurídicas pelo Estatuto do 
Desarmamento e sua legislação complementar, para aferir a real implementação da lei de contro-
le de armas é essencial analisar também aquelas atribuições de responsabilidade do Estado que 
impactam o fluxo de armas no Brasil. Entre as responsabilidades dos órgãos de controle, a maioria 
recai sobre o Executivo federal, notadamente Exército Brasileiro e Polícia Federal. 
> Exército 
O Exército pode ser descrito como o principal ator no sistema de controle de armas nacional. Vá-
rios aspectos primordiais para assegurar que armas não entrem na ilegalidade – ou para permitir 
seu rastreamento se caírem em mãos erradas – sãode responsabilidade exclusiva do Comando do 
Exército. Por exemplo:
destruição de armas entregues e apreendidas. O Comando do Exército deve receber as ar-•	
mas apreendidas em até 48 horas da apreensão, após laudo pericial e se não interessarem 
a processo judicial;7 
6 Ver anexo 5. 
7 As determinações técnicas de como devem ser feitas as destruições constam no R-105 (Decreto nº 3.665, de 2000 - 
Regulamento para Fiscalização de Produtos Controlados), que também estabelece que a “destruição de armas deverá 
ter prioridade sobre as outras destinações”.
| 18 | 
8 Os procedimentos das atividades de vistoria do Comando do Exército são detalhados em anexos à Portaria n°. 05 
(2006) do D Log (“Normas Reguladoras para Vistorias em Atividades com Produtos Controlados pelo Exército”), dis-
ponível em: <http://www.2rm.eb.mil.br/sfpc/legislacao/normas_reguladoras_vistorias/Port%2005-DLog,%202%20
Mar%2006%20-%20Vistorias.pdf>. Entre os mais relevantes estão o Anexo D (Termo de Vistoria de Fábricas de 
Armas e Munições), o Anexo L (Termo de Vistoria de Empresas que exercem atividades com Armas e Munições) e o 
Anexo N (Termo de Vistoria de Colecionadores, Atiradores e Caçadores).
transporte de armas das fábricas até revendedores, polícias e portos para exportação, além •	
de ser responsável por autorizar e fiscalizar toda a produção e comércio de armas e muni-
ções, bem como categorias que têm suas armas registradas no SIGMA – Sistema de Geren-
ciamento Militar de Armas;8 
processo de importação de armas e munições de uso restrito e uso permitido, seja para for-•	
ças de segurança pública, seja para colecionadores, atiradores e caçadores; 
exportações de armas e munições. •	
Rastreamento de armas e munições
Entre as atribuições do Exército, uma das mais relevantes é assegurar a marcação de armas 
e munições conforme determinado pela lei, medida primordial para controle e rastreamento de 
armas desviadas ou usadas criminalmente. A marcação obrigatoriamente deve ser feita pelas fá-
bricas de armamentos, mas é o Exército que verifica o cumprimento da lei. 
A Portaria n°. 07 (2006) do D Log rege as “Normas Reguladoras para Definição de Dispositivos 
de Segurança e Identificação das Armas de Fogo Fabricadas no País, Exportadas ou Importa-
das”, determinando como deve ser a marcação das armas fabricadas no país (para detalhes sobre 
este processo, consultar a seção Regulamentação da fabricação de armas e munições).
No caso da marcação de munições (embalagens e cartucho/culote), o Comando do Exército é 
responsável pelo estabelecimento de normas para que todas as munições entregues às forças de 
segurança pública no país estejam marcadas com o nome do fabricante, lote de venda e adqui-
rente. O Exército também determinou que fabricantes e importadores devem criar e manter um 
banco de dados com informações que permitam o rastreamento das armas. 
Para controle das vendas e estoque de munições, a Portaria Normativa 581 (2006) do Ministério 
de Defesa definiu o Sistema de Controle de Venda e Estoque de Munições (SICOVEM), que deve 
possibilitar o “controle eletrônico e informatizado de vendas do fabricante para os estabelecimen-
tos comerciais e, destes, para o consumidor final, que será controlado”. O SICOVEM, que deve ter 
sido implementado pelo Comando do Exército até 180 dias após a publicação da portaria, deve 
incluir todas as munições de uso permitido e restrito, para armas curtas e longas. O Departamento 
de Polícia Federal, por sua vez, somente tem acesso ao SICOVEM como usuário.
Os poderes do Exército na arena do controle de armas são extensos. O R-105 (Decreto nº 3.665, 
de 20/11/2000, Regulamento para a Fiscalização de Produtos Controlados) garante ao Exército 
as seguintes “atribuições privativas”, entre muitas outras: fiscalizar a fabricação, a recuperação, 
a manutenção, a utilização industrial, o manuseio, a exportação, a importação, o desembaraço al-
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1. O QUE DIZ A LEI? 
IMPLEMENTAÇÃO DO
ESTATUTO DO DESARMAMENTO:
DO PAPEL PARA A PRÁTICA
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O Estatuto do Desarmamento e o Decreto 5.123, que o regulamenta, transferem para a Polícia Federal a 
responsabilidade de registrar e fiscalizar posse e porte de armas de civis (excluindo as categorias de CAC), 
de empresas de segurança privada, da Polícia Civil e Federal e das Guardas Municipais. Porém, o Decreto 
regulamentador do Estatuto mantém a maioria das atribuições do Exército conforme detalhadas no R-105. De-
termina, por exemplo, que o Comando do Exército seja responsável pela fiscalização das lojas e indústrias de 
armamento, bem como pela aquisição de armas direto da fábrica e importação e exportação de armamento. 
O Comando do Exército continua sendo responsável pela autorização e registro (no SIGMA) de armas de uso 
restrito, bem como todas as armas de fogo dos integrantes das Forças Armadas, da Agência Brasileira de Inte-
ligência e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, das Polícias Militares e Corpos 
de Bombeiros Militares, bem como as categorias de CAC (mais detalhes no Quadro 2).
Assim, a definição de quão bem está sendo implementado o Estatuto do Desarmamento na prática 
passa, inexoravelmente, pela análise da eficiência do Exército na execução de suas responsabili-
dades, determinadas por lei. 
> Polícia Federal
O outro principal órgão do sistema de controle de armas no Brasil é a Polícia Federal. Mesmo 
sem jurisdição sobre uma série de aspectos importantes do controle de armas, a Polícia Federal 
tem a primazia no que diz respeito a todo o fluxo e controle de armas nas mãos da população 
brasileira. É de sua competência, por meio do SINARM, a emissão de autorizações de compra, 
porte e registro de armas para civis – alicerce central do sistema de controle. Vale dizer que, antes 
do Estatuto do Desarmamento, isso era feito de forma descentralizada pelas Polícias Civis dos 
Estados brasileiros. A centralização e unificação do processo junto à Polícia Federal certamente 
constituem um avanço trazido pelo Estatuto. 
Além de registrar e autorizar posse e porte para o cidadão comum, a Polícia Federal é responsá-
vel por registrar os acervos das Polícias Civil e Federal e Guardas Municipais no SINARM e pela 
autorização de porte para as Guardas Municipais. 
A PF também é responsável pelo registro das armas e funcionários das empresas de segurança 
privada, bem como pela sua fiscalização e autorização de porte e compras. Hoje as informações 
das armas e funcionários autorizados a portar armas de fogo estão registradas no SINARM, sendo 
fandegário, o armazenamento, o comércio e o tráfego de produtos controlados (incluindo armas e 
munições);9 decidir sobre armas e munições e outros produtos controlados que devam ser conside-
rados de uso permitido ou de uso restrito; fixar as quantidades máximas de produtos controlados 
que as empresas registradas podem manter em seus depósitos; decidir sobre a exportação de pro-
dutos controlados; decidir sobre as quantidades máximas, que pessoas físicas e jurídicas possam 
possuir em armas e munições e outros produtos controlados, para uso próprio; e regulamentar 
as atividades de atiradores, colecionadores, caçadores ou de qualquer outra atividade envolvendo 
armas ou produtos controlados. 
9 No caso do comércio, a PF tem algumas atribuições de âmbito fiscalizatório – vide artigos 20 e 21 do Decreto 
5.123/04 –, mas não com a abrangência do Exército.
| 21 | 
que o registro e a fiscalização das empresas são realizados pela DELESP - Delegacia de Seguran-
ça Privada da Polícia Federal. 
Finalmente, com o advento do Estatuto do Desarmamento e para estimular a retirada de circu-
lação de milhares de armas de fogo, o governo federal criou as já mencionadas campanhas de 
entrega voluntária de armas. Nesse processo, a Polícia Federal assumiu um papel central, sendo 
a responsável por receber e cadastrar as armas entregues(em alguns casos, em parceria com 
polícias estaduais ou guardas municipais), além de encaminhar ao Ministério da Justiça os dados 
para o pagamento da indenização prevista para os cidadãos que entregaram armas. 
Porém, como visto anteriormente, todos os aspectos de fiscalização da indústria e de importação 
são de competência do Exército, como determinado no artigo 24 do Estatuto do Desarmamento, 
“Compete ao Comando do Exército autorizar e fiscalizar a produção, exportação, importação, de-
sembaraço alfandegário e o comércio de armas de fogo e demais produtos controlados, inclusive o 
registro e o porte de trânsito de arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.” 
> Polícias estaduais e Secretarias de Segurança Pública
Apesar de não mais contarem com a primazia no sistema do controle de armas – agora federali-
zado –, as polícias e autoridades de segurança pública estaduais mantêm papel fundamental em 
alguns aspectos, especialmente aqueles que ocorrem após a apreensão de armas ilícitas. Espe-
cificamente, as polícias têm o dever de informar as características e circunstâncias de todas as 
armas retiradas de circulação, ou seja, alimentar o SINARM com dados destas armas, conforme 
determinado pelo Estatuto. Esta obrigação é primordial, pois, somente com um banco de dados 
constantemente atualizado, as investigações sobre a origem e o potencial uso criminoso das armas 
podem acontecer de maneira eficiente. 
Além disso, o R-105 estabelece que as Secretarias de Segurança Pública “prestarão aos ór-
gãos de fiscalização do Exército toda a colaboração necessária”. Existe uma série de atribui-
ções genericamente expressas com “deve colaborar com o Exército”, tais como fiscalização 
do comércio de produtos controlados, identificação de pessoas físicas e jurídicas que estejam 
exercendo qualquer atividade com produtos controlados sem registro, assim como a elaboração 
de inquéritos ou perícias em caso de acidentes ou explosões provocadas por armazenagem ou 
manuseio de produtos controlados. 
 
> Judiciário
As atribuições do Judiciário em relação ao controle de armas ocorrem a partir da apreensão de 
arma em situação ilegal. De acordo com o artigo 25 do Estatuto, “quando não mais interessarem 
à persecução penal serão encaminhadas pelo juiz” ao Comando do Exército em no máximo 48 
horas. Se houver decisão para doar a arma aos órgãos de segurança (dependendo de critérios 
do Ministério da Justiça e opinião do Exército) – mudança ao Estatuto determinada pela 
Lei n. 11.706 de 2008 –, o juiz competente também “determinará seu perdimento em favor da 
instituição beneficiada”. 
1. O QUE DIZ A LEI? 
IMPLEMENTAÇÃO DO
ESTATUTO DO DESARMAMENTO:
DO PAPEL PARA A PRÁTICA
| 22 | 
É também atribuição do Poder Judiciário instituir “instrumentos para o encaminhamento ao SI-
NARM ou ao SIGMA semestralmente, da relação de armas acauteladas em juízo, mencionando 
suas características e o local onde se encontram”. 
Além daquelas atribuídas a órgãos específicos, a legislação prevê responsabilidades compartidas 
entre os principais atores, partilha que, por vezes, acarreta dificuldades na implementação da lei. 
Quadro 2 - Resumo das atribuições dos órgãos de controle
Órgãos Atribuições
Exército
Destruição de armas entregues e apreendidas: o Comando do Exército deve receber as ar-•	
mas apreendidas em até 48 horas da apreensão, após laudo pericial e se não interessarem 
a processo judicial. 
Transporte de armas das fábricas até revendedores, polícias, portos para exportação. •	
Autorizar e fiscalizar toda a produção e comércio de armas e munições.•	
Autorizar e fiscalizar as categorias que têm suas armas registradas no SIGMA.•	
Autorizar a compra de armas direto das fábricas (inclusive para as polícias, Guardas Muni-•	
cipais e C.A.C.).
Todas as atividades de vistoria: em atividades com produtos controlados pelo Exército; em-•	
presas que exercem atividades com armas e munições; em colecionadores; atiradores e 
caçadores. 
Controlar o processo de importação de armas e munições de uso restrito e uso permitido, •	
seja para forças de segurança pública, seja, para colecionadores, atiradores e caçadores. 
Decidir e controlar as exportações de armas de fogo. •	
Assegurar a marcação de armas e munições conforme determinado pela lei. •	
Fiscalizar a fabricação, a recuperação, a manutenção, a utilização industrial, o manuseio, a •	
exportação, a importação, o desembaraço alfandegário, o armazenamento, o comércio e o 
tráfego de armas e munições.
Decidir sobre armas e munições que devam ser consideradas como de uso permitido ou de •	
uso restrito.
Fixar as quantidades máximas de armas e munições que as empresas registradas podem •	
manter em seus depósitos. 
Decidir sobre as quantidades máximas que pessoas físicas e jurídicas possam possuir em •	
armas e munições, para uso próprio.
Regulamentar as atividades de atiradores, colecionadores, caçadores ou de qualquer outra •	
atividade envolvendo armas.
| 23 | 
Polícia 
Federal
Responsável por todo o fluxo e controle de armas nas mãos da população brasileira: emis-•	
são de autorizações de compra, porte e registro de armas para civis.
Integrar no SINARM os acervos das Polícias Civis e Guardas Municipais.•	
Além de autorizar porte de armas de fogo para as Guardas Municipais, a Polícia Federal •	
deve: fiscalizar cursos, fiscalizar armamento e munição utilizados. 
Autorização de porte e compras das empresas de segurança privada, bem como sua fisca-•	
lização e registro das armas e funcionários.
Responsável junto às polícias estaduais pelo registro, no SINARM, de armas apreendidas •	
e roubadas.
Autorizar e registrar a comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre •	
pessoas físicas.
Certificar psicólogos e instrutores de tiro autorizados para realizar testes. •	
Cadastramento de impressões de raiamento do projétil em cada arma de fogo produzida, •	
conforme marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo fabricante.
Cadastrar os produtores, atacadistas, varejistas, exportadores e importadores autorizados •	
de armas de fogo, acessórios e munições.
Repressão do porte, posse e tráfico ilícito de armas de fogo e assesórios.•	
Responsável pelas campanhas de entrega voluntária de armas: implementação, cadastro •	
das armas entregues, envio ao Exército para destruição e pagamento de indenização.
Polícias 
estaduais
Informar as características e circunstâncias de todas as armas retiradas de circulação, ou •	
seja, alimentar o SINARM com os dados destas armas. 
Prestar aos órgãos de fiscalização do Exército toda a colaboração necessária, como na fis-•	
calização do comércio de armas e munições, na identificação de pessoas físicas e jurídicas 
que estejam exercendo qualquer atividade com armas sem registro, assim como efetuar 
inquéritos ou perícias em caso de acidentes ou explosões provocadas por armazenagem ou 
manuseio de armas de fogo.
Apreender armas envolvidas em crimes ou situações ilegais e encaminhar para o judiciário •	
ou destruição.
Judiciário
Julgar casos de porte, posse, venda, compra ilegal e aplicar as penas previstas na lei.•	
Encaminhar ao Comando do Exército armas que não mais interessarem à persecu-•	
ção ao penal. 
Semestralmente, fazer relação de armas acauteladas em juízo, mencionando suas carac-•	
terísticas e onde se encontram.
1. O QUE DIZ A LEI? 
IMPLEMENTAÇÃO DO
ESTATUTO DO DESARMAMENTO:
DO PAPEL PARA A PRÁTICA
| 24 | 
10 Estas categorias são as mais relevantes no que concerne o controle de armas, mas não constituem lista exaustiva da-
queles que podem possuir ou portar armas legalmente no Brasil. Por exemplo, entre os casos não contemplados, estão 
agentes da Abin, fiscais da Receita Federal, juízes e procuradores, agentes e escoltas prisionais, guardas portuários, 
entre outras categorias, numericamente pequenas.11 Essa classificação segue as especificações técnicas determinadas pelo R- 105.
1.2 Fluxo das armas e pontos de controle 
definidos no Estatuto
Tendo delineado as responsabilidades das diversas instâncias do Estado, apresentam-se, agora, os 
procedimentos que devem ser adotados de acordo com cada categoria interessada em comprar, 
possuir ou portar armas. As categorias definidas originalmente pelo Estatuto ou agregadas duran-
te os seus seis anos de vigência são as seguintes:10 
Cidadão•	
Polícia Militar (institucional e pessoal)•	
Polícia Civil (institucional e pessoal)•	
Polícia Federal (institucional e pessoal)•	
Guarda Civil Metropolitana (institucional e pessoal)•	
Forças Armadas (institucional e pessoal)•	
Empresas de Segurança Privada•	
Colecionador•	
Atirador •	
Caçador Desportivo•	
Para cada uma destas categorias, o fluxo foi determinado analisando-se as seguintes ações e 
possibilidades: 
Compra e registro•	
Renovação do registro e recadastramento da arma •	
Posse ou porte •	
Aquisição de munição•	
Casos de venda, roubo, perda •	
Paradeiro final: posse legal, entrega, ilegalidade (apreensão e destruição)•	
Antes de abordar cada categoria, cabe esclarecer uma importante diferenciação determinada 
pela lei:11 a classificação de armas de “uso permitido” e de “uso restrito”. 
As armas e munições de uso restrito são: aquelas iguais ou semelhantes ao material 
bélico usado pelas Forças Armadas ou que tenham características que só as façam aptas 
para emprego militar ou policial: armas de fogo automáticas de qualquer calibre; armas 
curtas (como, por exemplo, os calibres .357 Magnum, 9 Luger, .38 Super Auto, .40 S&W, 
.44 SPL, .44 Magnum, .45 Colt e .45 Auto); armas longas raiadas (por exemplo, .22-250, 
.223 Remington, .243 Winchester, .270 Winchester, 7 Mauser, .30-06, .308 Winchester, 
7,62 x 39, .357 Magnum, .375 Winchester e .44 Magnum); e armas de alma lisa de calibre 
superior ao 12. 
| 25 | 
As armas de uso permitido para civis no Brasil são: armas de fogo curtas, de repetição 
ou semi-automáticas (como por exemplo, os calibres .22 LR, .25 Auto, .32 Auto, .32 S&W, 
.38 SPL e .380 Auto); armas de fogo longas raiadas, de repetição ou semi-automáticas 
(como por exemplo, os calibres .22 LR, .32-20, .38-40 e .44-40); e armas de fogo de alma 
lisa, de repetição ou semi-automáticas, calibre 12 ou menor.
Vale ressaltar que, no Brasil, a quase totalidade das armas em circulação inicia sua vida útil 
como produtos legais, em fábricas regularizadas e monitoradas pelas autoridades. Assim, um 
eficiente controle de todas as etapas da “vida” de uma arma, de seu “nascimento” (fabricação) 
até sua “morte” (destruição ou obsolescência), pode evitar a maioria das possibilidades de mau 
uso ou desvios (durante transporte, de fóruns judiciais, dos estoques das polícias e das Forças 
Armadas, etc.). 
> Regulamentação da fabricação e marcação de armas e munições
O número de fábricas de armas e munições no país é reduzido (com destaque quase monopólico 
para a Forjas Taurus e a Companhia Brasileira de Cartuchos em seus segmentos), mas o volume 
de produção é considerável, fazendo do Brasil o sexto maior produtor de armas pequenas e leves 
no mundo (SMALL ARMS SURVEY, 2004, p. 21-22). Obrigações como marcação, fiscalização 
pelo Exército e outras responsabilidades das fábricas foram mencionadas anteriormente, mas é 
importante ressaltar que fábricas precisam ser autorizadas e registradas pelo Exército e tal regu-
lamentação é estabelecida em detalhes no R-105. 
A importação constitui outra fonte importante de armas no Brasil, sobretudo para as forças 
de segurança, mas, como esta não é diretamente regulada pelo Estatuto, foge do escopo 
deste relatório. 
A Portaria n. 07 (2006) do D Log rege as “Normas Reguladoras para Definição de Dispositivos 
de Segurança e Identificação das Armas de Fogo Fabricadas no País, Exportadas ou Importadas” 
e determina que as armas devem apresentar as seguintes marcações: nome ou marca do fabri-
cante; nome ou sigla do país; calibre; número de série impresso na armação, no cano e na culatra, 
quando móvel; e o ano de fabricação (quando não incluído no sistema de numeração). 
Outras determinações técnicas também fazem parte da normativa: a marcação de armas pode ser 
feita a laser (“com exceção do número de série nas armas fabricadas com materiais metálicos 
e nas armações feitas em polímero o sistema de marcação deverá ser previamente submetido 
à aprovação da fiscalização militar”); as marcações devem ter profundidade entre 0,08mm e 
0,12mm; e o número de série deve ser impresso nos componentes metálicos por deformação me-
cânica, com profundidade entre 0,08mm e 0,12mm. 
1. O QUE DIZ A LEI? 
IMPLEMENTAÇÃO DO
ESTATUTO DO DESARMAMENTO:
DO PAPEL PARA A PRÁTICA
| 26 | 
Marcação das armas
A norma prevê marcações distintas de acordo com quem irá utilizar as armas. 
Armas adquiridas por órgãos públicos (Forças Armadas, Departamento de Polícia Federal, Departamen-
to de Polícia Rodoviária Federal, Polícias Militares, Corpos de Bombeiros Militares e outros órgãos 
públicos federais) devem ser marcadas com as Armas da República e com o nome por extenso do órgão 
adquirente, ou por sua sigla, quando o espaço não for suficiente.
Armas adquiridas pelas Polícias Civis e outros órgãos públicos estaduais devem ser marcadas com bra-
são do Estado ou do Distrito Federal e com o nome do órgão adquirente.
Armas adquiridas pelas prefeituras para equipar as Guardas Municipais devem ser marcadas com o 
“nome por extenso do órgão adquirente, ou por sua sigla, quando o espaço disponível não for suficiente, sendo 
facultativa a marcação do brasão municipal”.
Armas de uso permitido para venda, importadas por empresas registradas no Comando do Exército, 
devem ser marcadas pelos fabricantes com o nome do importador. Se a vistoria determinar descumprimento 
desta norma, o armamento deve ser reexportado ao país de origem. A marcação pode ser feita também no 
Brasil, “desde que solicitado e justificado previamente pelo importador ao Departamento Logístico e o serviço 
seja executado em empresa autorizada”.
Armas importadas por órgãos de segurança pública e Forças Armadas devem receber, no país de origem, 
as mesmas marcações que receberiam se fabricadas no Brasil, também com descumprimento causando devolu-
ção ao país produtor e a possibilidade de marcação justificada no Brasil – neste caso, a liberação alfandegária 
depende de verificação pela fiscalização militar.
A Portaria n. 16 (2004) do D Log estabelece a “Norma Reguladora da Marcação de Embalagens 
e Cartuchos de Munição” e determina que toda munição comercializada no Brasil, por fabricante 
ou importador, deve estar “acondicionada em embalagens marcadas com sistema de código de 
barras, gravado na caixa, que permita identificar de maneira unívoca, a partir da caixa de en-
trega, o fabricante, o comerciante-adquirente, o produto e o lote de entrega, não sendo aceitas 
etiquetas ou rótulos adicionados”. A norma também determina que toda a munição para armas de 
alma raiada (dos calibres .380, .38, .357, 9mm, .40, .45, 5,56mm, .30, 7,62mm e .50) e de alma 
lisa (calibre 12) destinada às forças de segurança pública deve ser gravada na base dos estojos 
(culote) com a identificação do lote da munição e do adquirente. 
A lei prevê que tanto os fabricantes quanto os importadores devem criar e manter banco de dados 
para rastreamento de munições, com as seguintes informações mínimas: nome do adquirente; 
autorização de venda pelo Comando do Exército; código do produto; descrição da munição; lote 
de entrega; nota fiscal (número, série, data e quantidade); e guia de tráfego (número e data). O 
lote padrão de comercialização para pessoas jurídicas é de 10 mil cartuchos. A normativa legal 
estipulou que estes bancos de dados fossem disponibilizados à DFPC, para acessoem tempo real 
(somente leitura), a partir de janeiro de 2005, e seus dados mantidos por dez anos. Igualmente, 
determinou o acesso em tempo real (somente leitura) do Departamento de Polícia Federal aos 
bancos de dados com informações sobre munições dos órgãos de segurança pública. 
| 27 | 
> Regulamentação do comércio de armas e munições
Como a continuidade do comércio de armas de fogo para civis seria decidida no referendo popular 
de 2005 (previsto no próprio Estatuto), o Estatuto do Desarmamento não especifica as diretrizes 
para a comercialização de armas em lojas. 
O R-105 determina que as empresas devem ser autorizadas e registradas pelo Exército a co-
mercializar armas. Para obter o registro, é exigida uma extensa documentação.12 O registro é 
concedido pelo comandante da Região Militar de vinculação, sendo arquivado no SFPC, que, 
por sua vez, deve manter atualizado o catálogo das empresas registradas na área de jurisdição 
da Região Militar.
O registro das lojas tem validade de três anos e pode ser revalidado, bastando que o interessado 
reenvie um requerimento (Anexo XVI) ao comandante da Região Militar, com uma série de do-
cumentos (os mesmos listados para obter o registro). Lojas especializadas também devem estar 
de acordo com uma série de determinações do R-105 em relação à armazenagem, construção dos 
depósitos, segurança do local e exposição dos mostruários de armas e munições. A fiscalização 
das lojas de armas e munições é de responsabilidade do Exército. 
Os estabelecimentos que comercializam armas de fogo respondem legalmente pelas mercadorias, 
que ficam registradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas. As lojas são obriga-
das a comunicar ao SINARM, mensalmente, as vendas que efetuarem e a quantidade de armas em 
estoque. Cada loja é obrigada a manter um banco de dados com todas as características da arma 
vendida e cópia dos documentos, pelo período de cinco anos, para eventual consulta da Polícia 
Federal ou Comando do Exército.
> Fluxo das armas: cidadão
Compra e registro
Os cidadãos brasileiros têm o direito de possuir armas de fogo. Porém, dada a extrema pe-
riculosidade destes artefatos, a lei prevê uma série de restrições e regulamentações para 
assegurar que somente aqueles com capacidade comprovada e em circunstâncias adequadas 
possam comprar armas. 
Segundo o artigo 5º da portaria 36-DMB (1999), do Departamento de Material Bélico do 
Exército, cada cidadão pode possuir no máximo seis armas de fogo, sendo duas armas cur-
tas (revólver ou pistola), duas de caça de alma raiada (como fuzil) e duas de caça de alma 
12 É necessário enviar requerimento para concessão de certificado de registro (Anexo XVI ao R-105) ao comandante 
da Região Militar, qualificando a pessoa física ou jurídica interessada e especificando as atividades pretendidas; decla-
ração de idoneidade do diretor que representa a empresa judicial e extrajudicialmente, quando se tratar de sociedade 
anônima ou limitada; cópia da licença para localização, fornecida pela autoridade estadual ou municipal competente, 
se for o caso; prova de inscrição no CNPJ; ato de constituição da pessoa jurídica (cópia do contrato social, no caso de 
firma limitada; publicação da ata que elegeu a diretoria, no caso de sociedade anônima e outras empresas; cópia do 
registro da firma na junta comercial, no caso de firma individual; e ata da reunião que elegeu a Diretoria, registrada 
em cartório); plantas das edificações e fotografias elucidativas das dependências, para o caso de depósitos de fábricas 
que utilizem industrialmente produtos controlados; compromisso para obtenção de registro, Anexo VI, e aceitação e 
obediência a todas as disposições do R-105 e sua legislação complementar, bem como subordinar-se à fiscalização do 
Exército; e questionário, corretamente preenchido (Anexo XIX). 
1. O QUE DIZ A LEI? 
IMPLEMENTAÇÃO DO
ESTATUTO DO DESARMAMENTO:
DO PAPEL PARA A PRÁTICA
| 28 | 
lisa (espingarda). Dentro deste limite, o cidadão poderá adquirir o máximo de três armas no 
período de um ano. Para uma pessoa adquirir uma arma de fogo de uso permitido para civis, 
a lei prevê o seguinte procedimento:
o interessado pede autorização da Polícia Federal para a aquisição (“Autorização para •	
Aquisição de Arma de Fogo de uso Permitido por Pessoa Física”), por meio de pre-
enchimento do formulário SINARM com a opção “aquisição”, incluindo os seguintes 
documentos e condições: 
> declarar efetiva necessidade, explicitando os fatos e circunstâncias justificadoras 
do pedido, que serão examinados pela Polícia Federal;
> ter, no mínimo, 25 anos;
> apresentar cópia autenticada da carteira de identidade;
> comprovar idoneidade e inexistência de inquérito policial ou processo criminal; 
> apresentar documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa;
> comprovar a capacidade técnica para o manuseio de arma de fogo atestada por 
empresa de instrução de tiro registrada no Comando do Exército por instrutor de 
armamento e tiro das Forças Armadas, das Forças Auxiliares ou do quadro da Po-
lícia Federal, ou por esta habilitado;13 
> comprovar aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestada em 
laudo conclusivo fornecido por psicólogo do quadro da, ou credenciado pela, Po-
lícia Federal; 
após a apresentação dos documentos, a autorização para aquisição da arma de fogo é •	
expedida pelo SINARM em nome do interessado (e intransferível), no prazo máximo 
de 30 dias; 
com a Autorização em mãos, o interessado pode adquirir a arma de fogo. A loja deve, •	
em 48 horas, encaminhar os dados que identifiquem a arma e o comprador à Polícia 
Federal (e deve manter a documentação sobre a venda, para eventuais consultas da PF 
ou do Exército). 
13 A capacidade técnica deve necessariamente incluir: conhecimento dos conceitos e normas de segurança sobre armas 
de fogo; conhecimento básico dos componentes e partes da arma de fogo; e habilidade de uso demonstrada em estande 
de tiro credenciado pelo Comando do Exército. 
Importante: o cidadão tem direito à POSSE de uma arma de fogo, mas não ao PORTE.
Todas as armas de fogo no Brasil devem ser registradas com as autoridades competentes; no caso 
de civis, o registro da arma junto à Policia Federal é obrigatório, tem validade em todo o territó-
rio nacional e autoriza o proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua 
residência ou no seu local de trabalho, desde que seja ele o responsável legal do estabelecimento 
ou empresa. Após a compra, com a nota fiscal em mãos, o cidadão vai à PF para fazer o registro, 
e só retira a arma da loja com o CRAF (Certificado de Registro da Arma de Fogo) e uma Guia de 
Trânsito que o autoriza a transportar sua arma até a residência ou local de trabalho.
| 29 | 
1. O QUE DIZ A LEI? 
1º PASSO:
Ir até a PF para pedir 
autorização (preencher 
formulário, entregar 
documentos exigidos e 
pagar taxa).
2º PASSO: 
Em 30 dias - Se o cidadão 
tiver preenchido todos os 
requisitos, a autorização é 
expedida pelo SINARM.
3º PASSO: 
Com a autorização em 
mãos: O cidadão vai até a 
loja comprar sua arma, 
mas não retira.
LOJA:
Tem 48 horas, após a compra, para 
enviar os dados da arma e do comprador 
para PF.
A loja deve:
manter por 5 
anos os dados 
da arma e do 
comprador para 
consulta da PF 
ou do Exército.
4º PASSO: 
ANTES DE RETIRAR A ARMA: 
O cidadão deve ir à PF com nota fiscal 
da arma, registrar sua arma e retirar 
uma guia de trânsito.
Com o registro 
e a guia de 
trânsito: 
O cidadão volta 
à loja para 
retirar a arma.
CIDADÃO INTERESSADO EM COMPRAR UMA ARMA
Para ter uma arma,
é preciso cumprir os 
requisitos legais.
IMPLEMENTAÇÃO DO
ESTATUTO DO DESARMAMENTO:
DO PAPEL PARA A PRÁTICA
| 30 | 
O cadastro no SINARM contém as seguintes informações: 
Do interessado:

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