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desobedência e desacato trabalho.

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Desobediência
Artigo 330 do Código Penal.
‘’Desobedecer a ordem legal de funcionário público.
Pena- Detenção, de 15 (dias) a 6 (seis) meses, e multa.
O crime de desobediência tem por tema central, o não cumprimento de ordem dada por administrador publico ao indivíduo particular. Desobedecer significa não ceder ou resistir à autoridade de alguém (sem praticar violência). Segundo entendimento do STJ, tal crime apenas se configura se a ordem legal é direcionada diretamente a quem tem o dever legal de cumpri-la. A criminalização de tal ato está prevista na legislação do país desde o Código Criminal de 1830.
Bem Jurídico Tutelado
O bem aqui protegido é a administração pública, sua moralidade e probidade administrativa.
Sujeitos do Crime
 Segundo a doutrina o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, incluindo-se também o funcionário público desde que não esteja no cumprimento de suas funções, o que pode caracterizar crime de prevaricação.
O sujeito passivo neste caso é o Estado, representado pela União, Estado, Distrito Federal e Municípios. 
Tipo Objetivo
Desobedecer quer dizer descumprir ou não atender ordem legal dada por agente público, ou seja, necessário se faz que seja ordem e não apenas um pedido qualquer, e que seja legal, definido por lei, e ainda é preciso que seja feito por funcionário competente para emanar tal ordem, pois se assim não for não se configurará por faltar o elemento da legalidade formal.
A ordem emitida deve ser feita diretamente ao sujeito que tem o dever legal de cumpri-la, pois é preciso que este tenha o dever de obedecer tal comando mesmo sendo legal e feita por agente competente, se a ordem pode ter sido entregue a outra pessoa se enviada por carta ou oficio, não será possível punir o sujeito apenas por que pode ter havido falta de comunicação ou erro na entrega do documento.
É preciso que a ordem seja identificada com detalhe, e ainda que esteja explicita que tal crime acarreta em crime de desobediência.
Tipo Subjetivo
O elemento subjetivo deste crime é o dolo, o qual significa a vontade deliberada e consciente de desobedecer a aquela ordem que foi imposta. Sendo assim não se pode falar em crime se houve engano em relação á ordem estabelecida para o cumprimento.
Ainda segundo Bitencourt se o sujeito pratica o ato na dúvida, fica caracterizado o dolo eventual, não sendo possível a modalidade culposa.
Consumação e Tentativa
A consumação do crime de desobediência consuma-se no exato momento e local em que há a concretização da efetiva ação ou omissão,(fazer ou não fazer algo contra a ordem feita pelo funcionário público) a tentativa somente é admitida na forma comissiva, não sendo possível sua configuração na forma omissiva quando for crime plurissubsistente.
Pena, ação penal e competência
A pena de tal delito é a detenção, que pode ser de 15 dias até 6 meses, e multa,sendo que a ação é pública incondicionada.
Em regra a competência é do Juizado Especial Criminal,já que sua pena máxima não passa dois anos, desde modo também sendo possível a suspensão condicional do processo de acordo coma lei 9.099;95 em seu artigo 89.
Classificação
Trata-se de crime comum em relação ao agente ativo e crime próprio se disser respeito ao sujeito passivo, doloso e livre, comissivo e omisso próprio, unissubsistente ou plurissubsistente se o iter crimes puder ser fracionado e transeunte já que não deixa vestígios.
Peculiaridades
Se a desobediência for sobre decisão judicial sobre perda ou suspensão de algum direito, será adotado o princípio da especialidade e aplicar-se-á o artigo 359 do CP, assim como em caso de desobediência militar,art.301 do CPM.
O STJ já decidiu que só pode ser cometido por particular e não por funcionário público, mas alguns doutrinadores ainda divergem de tal opinião, exemplo disso é que Rogério Greco traz em sua doutrina sobre o delegado de polícia que não tem subordinação em relação ao Promotor de Justiça, não tendo segundo ele nenhuma natureza administrativa, podendo ser configurado assim a desobediência.
Entende-se também que quando tratar-se de exame de alcoolemia, exame de falsificação de documento no caso de ter que produzir provas contra si,ou ainda no caso de indiciado ou acusado que não comparecer em interrogatório tendo seu direito assegurado no inc.LXIII do artigo 5 da Constituição Federal.
Mister se faz trazer em o fato de que o advogado não responderá por tal crime no caso de se negar a prestar informações que acarretem prejuízo a seu cliente ou a si.
O contrário se entende no caso de não se cumprir decisões de Mandados de segurança, o que implica em desobediência segundo a lei 12.016/2009 em seu artigo 26.
Nelson Hungria trouxe o entendimento de que não pode se reconhecer o crime de desobediência se existe penalidade administrativa ou civil, exceto se estar disposto expressamente na lei a aplicação da cumulação com o art.330,como no exemplo do artigo 219 e 458 do CPP.
DESACATO
Art.331. Código Penal
Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:
Pena-detenção, de 6 meses a 2 anos, ou multa.
Os funcionários públicos representam a administração pública, não importando seu cargo ou função.
Dentro da redação podemos encontrar a conduta de desacato ao funcionário público, exercendo a função ou em razão.
Desacatar significa desrespeitar, afrontar, desprezar, segundo Hungria o desacato pode ser qualquer palavra ou atitude que cause vergonha ao funcionário, tais como grosseria, injúria, agressão física, ameaças, escândalos etc.
O desacato deve ser feito na presença do funcionário, não precisa ser exatamente na frente, mas onde ele possa ouvir a ofensa ou agressão, não se configurando via telefone, e-mail ou imprensa.
Ressalte-se também que o funcionário público atingido deve estar no exercício de suas funções ou em função dela, ou seja, o desacato deve estar relacionado ao trabalho realizado por ele (ocasional), mesmo que naquele momento ele não o esteja exercendo (causal).
Classificação
Crime comum em relação ao sujeito ativo e próprio quanto ao agente passivo, doloso, livre, comissivo (através de uma ação),exceto no caso de omissão imprópria,art.13,parágrafo 2 do CP, monossubjetivo, unissubsistente ou plurisubsistente (se o iter criminis puder ser fracionado) e transeunte(não deixa vestígios).
Sujeitos do Crime
O desacato pode ser cometido por qualquer pessoa, inclusive por outro funcionário público (sujeito ativo), independente de ter cargo superior ou inferior já que se atinge da mesma forma a administração pública (vale lembrar que existe divergência entre os doutrinadores). Já o sujeito passivo, é o Estado e subsidiariamente, o funcionário público.
Bem Jurídico e Objeto Material Tutelado
O bem protegido neste delito é a administração pública, representada pelo funcionário público. Sendo este também o objeto material, ou seja o funcionário público que sofre o desacato em seu trabalho ou em função dele.
Tipo Subjetivo
Também é o dolo, sendo que não existe a modalidade culposa, assim o sujeito deve ter a vontade de desacatar, a finalidade de ofender, desrespeitar entre outros o funcionário público, Nucci e Greco divergem entre si em relação ao fato de que o agente deve saber que a qualidade do funcionário público, Greco diz que dependendo do caso concreto pode se afastar o desacato, enquanto que Nucci diz que não se exige o elemento subjetivo do tipo específico.
Consumação e Tentativa
A consumação ocorre no momento no qual o sujeito pratica o ato que classifique o desacato, independente do funcionário ter se sentido desacatado ou não, pois o desacato está relacionado ao desprestígio á função pública e não á pessoa.na maioria da vezes ele é crime monosubsistente, (não pode ser fracionado), em alguns casos dependendo de como o crime é cometido, é possível a tentativa.
O delito poderá ser perpetrado também via omissão imprópria, no caso em que o agente que deveria garantir, não faz nada para evitar o crime, cabendo a aplicação do artigo 13,parágrafo 2 do CP.
Pena, Ação penal e CompetênciaA pena é a de detenção, de 6 meses a 2 anos, ou multa. Sua ação penal é pública incondicionada. A competência também é do Juizado Especial Criminal de acordo com artigo 61 da lei 9.099/95, em alteração pela lei 11.313/2016,sendo possível a proposta de suspensão condicional do processo.
Peculiaridades
No caso de desacato a vários funcionários públicos que estejam juntos Nucci e Greco entendem que existe a prática de apenas um desacato, devendo a quantidade ser levada em conta no momento da aplicação da pena.
Em se tratando de embriaguez, existe divergência se esta retira o dolo do crime ou não, uma corrente diz que sim, que não se configura o delito, e dentre outras uma segunda corrente entende que mesmo nos casos de embriaguez total o agente deve responder por desacato.
Já Rogério Greco dispõe que deve ser analisado o caso concreto, devendo ser levado em consideração a sobriedade do sujeito em relação á quantidade de álcool ingerida.
Em decisão proferida pelo STJ, a indignação do cidadão em uma empresa ou prédio público relacionado a esse momento de insatisfações com o fornecimento dos serviços público, como por exemplo, ruas sem asfalto, hospitais sem médicos, altos impostos, etc, não configura desacato.
O parágrafo 2 do artigo 7 do Estatuto da OAB foi declarado inconstitucional pelo STF, podendo o advogado ser responsabilizado se desprezar ou desrespeitar a administração pública, ainda que exercendo seu trabalho, em juízo ou não.
Bibliografia
Nucci, Guilherme de Souza. Código Penal Comentado: ed.14. Rio de Janeiro: Forense. 2014.
Bitencourt, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: Crimes Praticados Contra a Administração Pública e Crimes Praticados por Prefeitos. ed.8.São Paulo:Editora Saraiva.2014.
Greco, Rogério. Curso de Direito Penal: Parte Especial: ed.11.Rio de Janeiro: Editora Impetus.2015.

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