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Aula 2 A questão do poder (2)

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A questão do poder
O Poder
O exercício do poder é um processo social . Ocorre através da possibilidade de interferir, modificar ou alterar o comportamento de outros grupos ou pessoas. 
O poder intervém em todas as relações sociais, quer sejam econômicas, militares, , culturais, familiares, etc. 
A origem de todo o poder é a coação. Pode se basear na força ou na autoridade.
O Poder
Parsons: “Defino o poder como a capacidade de um sistema social para mobilizar recursos para atingir metas coletivas”.
Poder político para Bobbio: é baseado na “posse dos instrumentos através dos quais se exerce a força física (armas de todo tipo e grau); é o poder coativo no sentido mais estrito da palavra”.
O Poder
O poder é a capacidade para afetar o comportamento dos outros. O poder pode ser considerado um meio que o grupo ou indivíduo tem de fazer com que as coisas sejam realizadas por outros grupos ou indivíduos.
Weber: poder significa toda probabilidade de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra resistências, seja qual for o fundamento dessa probabilidade.
O poder
O poder é legítimo quando é aceito e existe a disposição de obediência por parte daqueles que não o detém. Será ilegítimo o poder quando exercido por indivíduo ou grupo social que não é aceito pelos demais e impõe sua vontade mesmo havendo resistência.
Fontes do Poder
Principais fontes: Força e Autoridade.
Força: uso ou ameaça de coerção física, desde um tipo de arma até o porte físico de um indivíduo.
Monopólio do uso da força reservado aos Estados. Uma de suas principais características – este monopólio é utilizado para manter a integridade e impor sua vontade sobre o conjunto de seu território.
Hoje existem outros componentes que equilibram o poder manifesto pela força, mas é difícil imaginar Estados sem forças armadas mesmo nos dias atuais.
Fontes do Poder
Autoridade: Direito estabelecido para tomar decisões e ordenar ações de outrem. Dito de outro modo, é a legitimação do poder através da incorporação de conteúdo jurídico e/ou moral, ou seja, normas ritualizadas nos costumes ou codificadas no direito. Essa legitimidade assenta-se sobre o consentimento durável e tendente à unanimidade entre os membros da sociedade ou de um grupo social.
Fontes do Poder
Sartori: distinguir o poder de coagir do poder de persuasão para que as coisas se cumpram. Autoridade “indica o poder que advém da investidura espontânea e extrai sua força e eficiência do fato de ser reconhecido.
Poder, Influência ou Autoridade
Poder – uso da violência ou da força. A coação e coerção. (Weber). 
Influência – Meios e recursos utilizados pelos atores políticos. Há pluralidade de meios de dominância, dentre os quais a força ou a coação.
Grau de influência depende dos recursos disponíveis e da vontade de utilizá-los.
Poder, Influência ou Autoridade
Autoridade – Poder que se faz obedecer voluntariamente (Weber).
Capacidade de criar e manter a crença de que as repartições de poder e influência são as mais apropriadas, justas e naturais para essa sociedade.
Política: “estudo das relações de autoridade entre os indivíduos e os grupos, da hierarquia de forças que estabelecem no interior de todas as comunidades numerosas e complexas” (Duverger)
Poder, Influência ou Autoridade
Ciência Política: Ciência do poder →Ciência da autoridade “poder é reconhecido como poder, autoridade é admitida”.
Tipos de Autoridade
Três tipos:
Burocrática ou racional-legal: Baseada no cargo ou posição formalmente instituída. Só tem a autoridade enquanto estiver ocupando um cargo que dê esta autoridade. Autoridade presente nos Estados modernos.
Tradicional: baseada na crença, normas e tradições sagradas a que as pessoas obedecem em virtude da tradição. Não há necessidade de legislação. Obediência é baseada na tradição e nos costumes. Ex.: Rei, príncipe, pai, marido, etc.
Tipos de Autoridade
Carismática: Baseada nas qualidades pessoais excepcionais do indivíduo (líder).
Baseada na veneração extracotidiana da santidade, do poder heroico ou do caráter exemplar de uma pessoa e das ordens por ela reveladas ou criadas.
Obedece-se através do carisma.
Poder Político
Em qualquer sistema político surge como forma de autoridade o poder político. Todo agrupamento humano para a realização de fins comuns necessita da direção de uma vontade; esta vontade que irá organizar e dirigir a execução de suas ordens, é o que chamamos poder de associação. O poder da associação tem poder distinto e peculiar daquela de seus membros.
Poder Político
O que caracteriza o poder político é a exclusividade do uso da força em relação a todos os grupos que agem em um determinado contexto social, um processo que ocorre em toda sociedade organizada na direção da monopolização da posse e do uso dos meios com os quais é possível exercer a coação física.
Poder que tem como meio específico a força , constituída em monopólio do Estado, tornando-o poder supremo, ou seja, o poder cuja posse identifica para toda a sociedade o grupo dominante.
Os indivíduos se submetem ao poder político e lhe prestam obediência em virtude da crença em sua legitimidade.
Obediência às leis.
Maquiavel e o poder político
Rompe com o pensamento político medieval, a relação de poder dos príncipes e da Igreja.
Rompe com a visão da teoria política clássica originada na antiguidade, de que o governo era um instrumento moral, destinado ao aprimoramento dos cidadãos a ele submetidos. Não há na política de Maquiavel as boas intenções presentes na antiguidade.
Maquiavel
Maquiavel rompe com as visões usuais da atividade política. Na tradição cristã medieval a política era forma de preparar a Cidade de Deus na terra.
Na antiguidade era a maneira de promover o “bem comum”.
Para Maquiavel o que importa é o poder real, da capacidade de impor-se aos outros.
Maquiavel
Não bastava ter a palavra, a razão ou mesmo o mandato divino. O fundamental era possuir os meios materiais para a imposição do próprio poder.
“Quantos regimentos tem o Papa?” Frase de Stalin.
A ascendência moral não possui relevância política, a não ser que se traduza em instrumentos efetivos de poder.
Maquiavel
Maquiavel está ligado a visão material do poder. Hoje temos visão relacional do poder, fruto da relação que um agente exerce sobre outro.
A meta de toda ação política é ampliar o poder em relação ao dos outros. É necessário reduzir o poder dos adversários, semear a discórdia nos territórios conquistados, enfraquecer os fortes e fortalecer os fracos, dividir para reinar.
Maquiavel – Reinaldo Dias
Questão de Maquiavel não é legitimar o poder, mas mantê-lo baseando-se na força e na astúcia, já que estes são os únicos elementos capazes de explicar a queda de impérios e governos.
Força é o único meio para incrementar e manter o poder.
Objetivo de seus escritos é a capacidade de impor e de ser reconhecido pelos demais.
O príncipe: grande tratado de manipulação de imagem.
Dominação Política
Depende dos critérios adotados: para os marxistas – critério econômico, na divisão econômica das classes sociais.
Para Weber: dominação é a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem. A situação de dominação está ligada à presença efetiva de alguém mandando eficazmente em outros.
Probabilidade que tem um ator político de encontrar obediência dentro de um grupo determinado.
Dominação busca a legitimidade, o reconhecimento social de sua validade, e a sua institucionalização está baseada na figura da autoridade.
Weber e a política
Política é o conjunto de esforços feitos com vistas a participar do poder ou influenciar a divisão do poder, seja entre Estados, seja no interior de um único Estado.
Poder é a capacidade para afetar o comportamento dos outros. Para Weber: “poder significa toda probabilidade de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra resistências, seja qual for o fundamento desta probabilidade”.
Poder é legítimo quando existe a anuência, a disposição de obediência, por parte daqueles que não o detém. Será ilegítimo
quando exercido por indivíduo ou grupo social que não é aceito pelos demais e impõe sua vontade mesmo havendo resistência.
Autoridade em Weber
É um poder que se faz obedecer voluntariamente.
Poder é a possibilidade de impor sua vontade a outro, ainda que haja resistência. Ocorre numa relação social e indica situação de desigualdade.
Dominação: probabilidade que tem o senhor de contar com a obediência dos que, em teoria, devem obedecê-lo.
No poder o comando não é necessariamente legítimo nem a obediência é forçosamente um dever, enquanto que na dominação a obediência se fundamenta no reconhecimento , por aqueles que obedecem, das ordens que lhe são dadas.
Tipos de dominação: racional-legal
Ocorre em virtude do estatuto e seu tipo mais puro é a dominação burocrática.
Baseado no cargo ou posição formalmente instituída. Autoridade investida no cargo ocupado. Só existe esta autoridade enquanto o ocupa.
É legítimo por estar de acordo com as regras escritas e leis e as pessoas são governadas através de um processo legal. É o tipo de dominação encontrada nos modernos Estados e organizações. Ex. Funcionário público.
Dominação tradicional
Baseada na crença, normas, tradições sagradas e que as pessoas obedecem em virtude da tradição.
Legitimidade dos que são chamados pela tradição a exercer a autoridade.
Dominação patriarcal e patrimonialismo.
Senhor e súditos
Dominação Carismática
Ocorre em virtude de devoção afetiva à pessoa do senhor e a seus dotes sobrenaturais (carisma) e, particularmente: a faculdades mágicas, revelações ou heroísmo, poder intelectual ou de oratória.
Obedecer se baseia no carisma.
Legitimidade do Poder Político
Quem manda possui razões para isso e, portanto, gera a convicção do dever moral de obediência enquanto se respeitem as bases que a fundamentam e que essencialmente consistem nas opiniões, valores, crenças, interesses e necessidades de determinada comunidade.
Ideia de obrigação política de obediência. Diversas fontes, na modernidade o poder político é baseado na legalidade.
Autorização transforma o poder em autoridade.
Democracia: constante renovação da legitimidade.
Legitimidade e legalidade
Estado moderno assume o caráter de Estado de direito. Legitimidade do poder exercido passa a ser exercido por este, sua fundamentação passa a ser na legalidade.
Legitimidade relaciona o poder com determinado sistema de valores, a legalidade o faz em relação a determinado ordenamento legal.
A simples submissão à legalidade não é suficiente para tornar um poder legítimo.
Teoria das Elites
Grupo de indivíduos pouco numeroso, que apresenta características, interesses ou sentimentos comuns que os mantêm unidos, e tem capacidade de se destacar do restante das pessoas devido a uma série de características singulares.
Numerosas elites
Elite no âmbito político divide quem exerce o poder de quem é governado, uma minoria que detém o poder e uma maioria que o obedece.
Há elites não governantes: tem um poder social com força política.
Teoria das Elites - Mosca
Em todas as sociedades existem duas classes de pessoas: a dos governantes e a dos governados. A governante cumpre todas as funções políticas, monopoliza o poder e goza de todas as vantagens que obtém deste fato. Os governados são dirigidos e regidos pela elite, quer seja através de modo violento ou legal.
Classe política obtém sua força através de sua organização em torno de um conjunto de interesses comuns. A classe dirigida é numerosa mas desarticulada, dispersa e desunida.
Forte convicção de obediência
Teoria das Elites - Pareto
Todos os homens são desiguais entre si. Elites são aqueles que se encontram no grau superior.
Circulação de elites: há uma elite no poder e a sucessiva substituição que ocorre entre as elites. Há um movimento permanente que eleva os indivíduos até os postos superiores, deslocando outros para os inferiores.
Ocorre de forma lenta e gradual.
Revoluções.
Teoria das Elites – Wright Mills
Elite composta por três setores: economia, exército e política. Constituem uma elite no poder porque estão ligados uns aos outros, se sustentam e se reforçam reciprocamente, e tendem cada vez mais a concentrar seus instrumentos de poder em instituições centralizadas e independentes. Elite no poder ocupa posições estratégicas da estrutura social em que estão concentrados os instrumentos do poder, da riqueza e do prestígio.
Teoria das Elites – Elementos Comuns
Em toda sociedade organizada, as relações entre os indivíduos ou entre grupos são relações de desigualdade;
O modo principal da existência da desigualdade está na distribuição desigual do poder, o qual tende a concentrar-se num grupo reduzido de pessoas;
Entre as diversas formas de poder, o determinante é o poder político;
Os que detém o poder, a classe política, são sempre minoria;
Teoria das Elites – Elementos Comuns
A classe política, pelo fato de ser reduzida, é mais organizada e seus membros apresentam entre si uma solidariedade motivada pelo fato de apresentarem interesses comuns;
O grupo que se contrapõe à elite é a massa, que constitui o conjunto de pessoas que não têm poder relevante e que numericamente são maioria, apresentando pouco nível de organização;
O poder pertence sempre a uma minoria, e a única diferença entre um regime e outro se encontra na existência ou não de disputa entre as minorias.

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