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A questão do poder O Poder O exercício do poder é um processo social . Ocorre através da possibilidade de interferir, modificar ou alterar o comportamento de outros grupos ou pessoas. O poder intervém em todas as relações sociais, quer sejam econômicas, militares, , culturais, familiares, etc. A origem de todo o poder é a coação. Pode se basear na força ou na autoridade. O Poder Parsons: “Defino o poder como a capacidade de um sistema social para mobilizar recursos para atingir metas coletivas”. Poder político para Bobbio: é baseado na “posse dos instrumentos através dos quais se exerce a força física (armas de todo tipo e grau); é o poder coativo no sentido mais estrito da palavra”. O Poder O poder é a capacidade para afetar o comportamento dos outros. O poder pode ser considerado um meio que o grupo ou indivíduo tem de fazer com que as coisas sejam realizadas por outros grupos ou indivíduos. Weber: poder significa toda probabilidade de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra resistências, seja qual for o fundamento dessa probabilidade. O poder O poder é legítimo quando é aceito e existe a disposição de obediência por parte daqueles que não o detém. Será ilegítimo o poder quando exercido por indivíduo ou grupo social que não é aceito pelos demais e impõe sua vontade mesmo havendo resistência. Fontes do Poder Principais fontes: Força e Autoridade. Força: uso ou ameaça de coerção física, desde um tipo de arma até o porte físico de um indivíduo. Monopólio do uso da força reservado aos Estados. Uma de suas principais características – este monopólio é utilizado para manter a integridade e impor sua vontade sobre o conjunto de seu território. Hoje existem outros componentes que equilibram o poder manifesto pela força, mas é difícil imaginar Estados sem forças armadas mesmo nos dias atuais. Fontes do Poder Autoridade: Direito estabelecido para tomar decisões e ordenar ações de outrem. Dito de outro modo, é a legitimação do poder através da incorporação de conteúdo jurídico e/ou moral, ou seja, normas ritualizadas nos costumes ou codificadas no direito. Essa legitimidade assenta-se sobre o consentimento durável e tendente à unanimidade entre os membros da sociedade ou de um grupo social. Fontes do Poder Sartori: distinguir o poder de coagir do poder de persuasão para que as coisas se cumpram. Autoridade “indica o poder que advém da investidura espontânea e extrai sua força e eficiência do fato de ser reconhecido. Poder, Influência ou Autoridade Poder – uso da violência ou da força. A coação e coerção. (Weber). Influência – Meios e recursos utilizados pelos atores políticos. Há pluralidade de meios de dominância, dentre os quais a força ou a coação. Grau de influência depende dos recursos disponíveis e da vontade de utilizá-los. Poder, Influência ou Autoridade Autoridade – Poder que se faz obedecer voluntariamente (Weber). Capacidade de criar e manter a crença de que as repartições de poder e influência são as mais apropriadas, justas e naturais para essa sociedade. Política: “estudo das relações de autoridade entre os indivíduos e os grupos, da hierarquia de forças que estabelecem no interior de todas as comunidades numerosas e complexas” (Duverger) Poder, Influência ou Autoridade Ciência Política: Ciência do poder →Ciência da autoridade “poder é reconhecido como poder, autoridade é admitida”. Tipos de Autoridade Três tipos: Burocrática ou racional-legal: Baseada no cargo ou posição formalmente instituída. Só tem a autoridade enquanto estiver ocupando um cargo que dê esta autoridade. Autoridade presente nos Estados modernos. Tradicional: baseada na crença, normas e tradições sagradas a que as pessoas obedecem em virtude da tradição. Não há necessidade de legislação. Obediência é baseada na tradição e nos costumes. Ex.: Rei, príncipe, pai, marido, etc. Tipos de Autoridade Carismática: Baseada nas qualidades pessoais excepcionais do indivíduo (líder). Baseada na veneração extracotidiana da santidade, do poder heroico ou do caráter exemplar de uma pessoa e das ordens por ela reveladas ou criadas. Obedece-se através do carisma. Poder Político Em qualquer sistema político surge como forma de autoridade o poder político. Todo agrupamento humano para a realização de fins comuns necessita da direção de uma vontade; esta vontade que irá organizar e dirigir a execução de suas ordens, é o que chamamos poder de associação. O poder da associação tem poder distinto e peculiar daquela de seus membros. Poder Político O que caracteriza o poder político é a exclusividade do uso da força em relação a todos os grupos que agem em um determinado contexto social, um processo que ocorre em toda sociedade organizada na direção da monopolização da posse e do uso dos meios com os quais é possível exercer a coação física. Poder que tem como meio específico a força , constituída em monopólio do Estado, tornando-o poder supremo, ou seja, o poder cuja posse identifica para toda a sociedade o grupo dominante. Os indivíduos se submetem ao poder político e lhe prestam obediência em virtude da crença em sua legitimidade. Obediência às leis. Maquiavel e o poder político Rompe com o pensamento político medieval, a relação de poder dos príncipes e da Igreja. Rompe com a visão da teoria política clássica originada na antiguidade, de que o governo era um instrumento moral, destinado ao aprimoramento dos cidadãos a ele submetidos. Não há na política de Maquiavel as boas intenções presentes na antiguidade. Maquiavel Maquiavel rompe com as visões usuais da atividade política. Na tradição cristã medieval a política era forma de preparar a Cidade de Deus na terra. Na antiguidade era a maneira de promover o “bem comum”. Para Maquiavel o que importa é o poder real, da capacidade de impor-se aos outros. Maquiavel Não bastava ter a palavra, a razão ou mesmo o mandato divino. O fundamental era possuir os meios materiais para a imposição do próprio poder. “Quantos regimentos tem o Papa?” Frase de Stalin. A ascendência moral não possui relevância política, a não ser que se traduza em instrumentos efetivos de poder. Maquiavel Maquiavel está ligado a visão material do poder. Hoje temos visão relacional do poder, fruto da relação que um agente exerce sobre outro. A meta de toda ação política é ampliar o poder em relação ao dos outros. É necessário reduzir o poder dos adversários, semear a discórdia nos territórios conquistados, enfraquecer os fortes e fortalecer os fracos, dividir para reinar. Maquiavel – Reinaldo Dias Questão de Maquiavel não é legitimar o poder, mas mantê-lo baseando-se na força e na astúcia, já que estes são os únicos elementos capazes de explicar a queda de impérios e governos. Força é o único meio para incrementar e manter o poder. Objetivo de seus escritos é a capacidade de impor e de ser reconhecido pelos demais. O príncipe: grande tratado de manipulação de imagem. Dominação Política Depende dos critérios adotados: para os marxistas – critério econômico, na divisão econômica das classes sociais. Para Weber: dominação é a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem. A situação de dominação está ligada à presença efetiva de alguém mandando eficazmente em outros. Probabilidade que tem um ator político de encontrar obediência dentro de um grupo determinado. Dominação busca a legitimidade, o reconhecimento social de sua validade, e a sua institucionalização está baseada na figura da autoridade. Weber e a política Política é o conjunto de esforços feitos com vistas a participar do poder ou influenciar a divisão do poder, seja entre Estados, seja no interior de um único Estado. Poder é a capacidade para afetar o comportamento dos outros. Para Weber: “poder significa toda probabilidade de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra resistências, seja qual for o fundamento desta probabilidade”. Poder é legítimo quando existe a anuência, a disposição de obediência, por parte daqueles que não o detém. Será ilegítimo quando exercido por indivíduo ou grupo social que não é aceito pelos demais e impõe sua vontade mesmo havendo resistência. Autoridade em Weber É um poder que se faz obedecer voluntariamente. Poder é a possibilidade de impor sua vontade a outro, ainda que haja resistência. Ocorre numa relação social e indica situação de desigualdade. Dominação: probabilidade que tem o senhor de contar com a obediência dos que, em teoria, devem obedecê-lo. No poder o comando não é necessariamente legítimo nem a obediência é forçosamente um dever, enquanto que na dominação a obediência se fundamenta no reconhecimento , por aqueles que obedecem, das ordens que lhe são dadas. Tipos de dominação: racional-legal Ocorre em virtude do estatuto e seu tipo mais puro é a dominação burocrática. Baseado no cargo ou posição formalmente instituída. Autoridade investida no cargo ocupado. Só existe esta autoridade enquanto o ocupa. É legítimo por estar de acordo com as regras escritas e leis e as pessoas são governadas através de um processo legal. É o tipo de dominação encontrada nos modernos Estados e organizações. Ex. Funcionário público. Dominação tradicional Baseada na crença, normas, tradições sagradas e que as pessoas obedecem em virtude da tradição. Legitimidade dos que são chamados pela tradição a exercer a autoridade. Dominação patriarcal e patrimonialismo. Senhor e súditos Dominação Carismática Ocorre em virtude de devoção afetiva à pessoa do senhor e a seus dotes sobrenaturais (carisma) e, particularmente: a faculdades mágicas, revelações ou heroísmo, poder intelectual ou de oratória. Obedecer se baseia no carisma. Legitimidade do Poder Político Quem manda possui razões para isso e, portanto, gera a convicção do dever moral de obediência enquanto se respeitem as bases que a fundamentam e que essencialmente consistem nas opiniões, valores, crenças, interesses e necessidades de determinada comunidade. Ideia de obrigação política de obediência. Diversas fontes, na modernidade o poder político é baseado na legalidade. Autorização transforma o poder em autoridade. Democracia: constante renovação da legitimidade. Legitimidade e legalidade Estado moderno assume o caráter de Estado de direito. Legitimidade do poder exercido passa a ser exercido por este, sua fundamentação passa a ser na legalidade. Legitimidade relaciona o poder com determinado sistema de valores, a legalidade o faz em relação a determinado ordenamento legal. A simples submissão à legalidade não é suficiente para tornar um poder legítimo. Teoria das Elites Grupo de indivíduos pouco numeroso, que apresenta características, interesses ou sentimentos comuns que os mantêm unidos, e tem capacidade de se destacar do restante das pessoas devido a uma série de características singulares. Numerosas elites Elite no âmbito político divide quem exerce o poder de quem é governado, uma minoria que detém o poder e uma maioria que o obedece. Há elites não governantes: tem um poder social com força política. Teoria das Elites - Mosca Em todas as sociedades existem duas classes de pessoas: a dos governantes e a dos governados. A governante cumpre todas as funções políticas, monopoliza o poder e goza de todas as vantagens que obtém deste fato. Os governados são dirigidos e regidos pela elite, quer seja através de modo violento ou legal. Classe política obtém sua força através de sua organização em torno de um conjunto de interesses comuns. A classe dirigida é numerosa mas desarticulada, dispersa e desunida. Forte convicção de obediência Teoria das Elites - Pareto Todos os homens são desiguais entre si. Elites são aqueles que se encontram no grau superior. Circulação de elites: há uma elite no poder e a sucessiva substituição que ocorre entre as elites. Há um movimento permanente que eleva os indivíduos até os postos superiores, deslocando outros para os inferiores. Ocorre de forma lenta e gradual. Revoluções. Teoria das Elites – Wright Mills Elite composta por três setores: economia, exército e política. Constituem uma elite no poder porque estão ligados uns aos outros, se sustentam e se reforçam reciprocamente, e tendem cada vez mais a concentrar seus instrumentos de poder em instituições centralizadas e independentes. Elite no poder ocupa posições estratégicas da estrutura social em que estão concentrados os instrumentos do poder, da riqueza e do prestígio. Teoria das Elites – Elementos Comuns Em toda sociedade organizada, as relações entre os indivíduos ou entre grupos são relações de desigualdade; O modo principal da existência da desigualdade está na distribuição desigual do poder, o qual tende a concentrar-se num grupo reduzido de pessoas; Entre as diversas formas de poder, o determinante é o poder político; Os que detém o poder, a classe política, são sempre minoria; Teoria das Elites – Elementos Comuns A classe política, pelo fato de ser reduzida, é mais organizada e seus membros apresentam entre si uma solidariedade motivada pelo fato de apresentarem interesses comuns; O grupo que se contrapõe à elite é a massa, que constitui o conjunto de pessoas que não têm poder relevante e que numericamente são maioria, apresentando pouco nível de organização; O poder pertence sempre a uma minoria, e a única diferença entre um regime e outro se encontra na existência ou não de disputa entre as minorias.
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