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RESPONSABILIDADE CIVIL

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RESPONSABILIDADE CIVIL / Aula 1 - A Responsabilidade Civil e seus elementos
Introdução
Nesta aula, explicaremos o estudo geral da responsabilidade civil, inicialmente com uma abordagem teórico–conceitual, de maneira que possamos entender a necessidade do tema em nossas vidas sócio-normais.
Desenvolveremos uma breve apresentação das previsões normativas que lhe são pertinentes, considerando, principalmente, o já citado alinhamento normativo.
Desse modo, registraremos uma visão geral da responsabilidade civil através do quadro gráfico da responsabilidade civil, cujo objetivo é ter uma visão espacial dos temas estudados.
conceito de responsabilidade
A palavra responsabilidade é de origem latina e proveniente da raiz do verbo:
respondere = responder
Etimologicamente, significa: indicar alguém como garantidor de alguma coisa.
O ordenamento jurídico tem como principal objetivo o de proteger o lícito e reprimir o ilícito (San Tiago Dantas), reprimindo a conduta ilícita e tutelando a atividade do homem que se comporta de acordo com o direito.
Na visão de Maria Helena Diniz ( autora do curso de direito civil, a responsabilidade civil, nos dias atuais, tem dupla função.
- servir como sanção civil de natureza compensatória.
- Garantir o direito do lesado a segurança.
Dever Jurídico originário e sucessivo
Para atingir o objetivo de uma conduta social reta, proba, o direito estabelece regras que podem ser positivas (dar e fazer) e negativas (não fazer), consubstanciando-se, assim, em um dever jurídico.
Sendo assim, dever jurídico é uma conduta externa de uma pessoa imposta pelo direito positivo (lei) por exigência da convivência social. Divide-se o dever jurídico em:
*Originário: o de não lesar ninguém.
*Sucessivo: caso haja a lesão cria-se a partir deste a obrigação de repará-lo.
Responsabilidade.
É o dever jurídico de reparar, caso haja a violação de uma obrigação. Que poderá ser contratual ou extracontratal que será tratada em momento oportuno. A responsabilidade civil é deferida como a situação de quem sofre consequência da violação de uma norma ou como a obrigação que incumbe a alguém de reparar o prejuízo causado a outrem pela sua atuação ou em virtude de danos provocados por pessoas ou coisas dele dependentes..
X
Obrigação. 
É o dever jurídico originário. Ex. todos tem a obrigação de não causar dano a outrem. Ou se preferir, ninguém tem o direito de causar dano a terceiro.
PREVISÕES NORMATIVAS
Temos in casu, as seguintes previsões normativas pertinentes à responsabilidade civil:
*Constituição Federal de 1988 – art. 5, V e X e outros;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
*Lei 10.406 de 2002 – artigos 927 ao 954 e outros.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 954. A indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no pagamento das perdas e danos que sobrevierem ao ofendido, e se este não puder provar prejuízo, tem aplicação o disposto no parágrafo único do artigo antecedente.
Quadro gráfico da responsabilidade civil
Pelo gráfico a seguir, temos uma visão geral da responsabilidade civil em conjunto com os seus elementos:
Responsabilidade Civil – art. 927 da Lei 10.406 de 2002:
Atos ilícitos. Lei 10. 406/ 2002. Art. 186, 187
Nexo casual. Lei 13.105/2015. Art. 319, 320, 373
Dano. lei 10.406/ 2002 .Art. 944 
Art. 994. A contribuição do sócio participante constitui, com a do sócio ostensivo, patrimônio especial, objeto da conta de participação relativa aos negócios sociais.
ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL
Considerando o estudado, iremos pormenorizar os elementos da responsabilidade civil:
1. Ato ilícito
2. Nexo causal
3. Dano
Ato ilícito
É a conduta necessária para termos o início da possibilidade da responsabilização jurídica de alguém que comete ato que violente o direito de outrem de não ter violado o direito à incolumidade.
Sua expressa previsão está nos artigos 186 e 187 da Lei 10.406 de 2002:
Título III - Dos Atos Ilícitos:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Nexo Causal
Temos no nexo causal um dos pontos mais importantes da responsabilidade civil. Pois é justamente o ponto que irá convergir o ato ilícito e o dano. Sem os quais inexistirá a responsabilidade civil.
Sua previsão legal é o da Lei 13.105 de 2015, principalmente, mas não exclusivamente em seus artigos 319, 320 e 373:
Art. 319. A petição inicial indicará: (...)
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
Existe imposição normativa ao autor que, à título de peticionamento, indique e instrua a petição inicial para a caracterização do seu direito na ação típica de responsabilidade civil. E, em sede de contestação, incumbirá ao reú que prove a ausência de direitos do autor.
Dano
É a consequência do ato ilícito.
Configurado de forma típica (prevista em lei) o dano pode ser, por exemplo moral material, imagem etc. Ou de forma atípica (não prevista em lei), dano pela perda de uma chance, dano reflexo etc.
Sua principal fundamentação é o art. 944 da Lei 10.406 de 2002:
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Questão 1
Devido à indicação de luz vermelha do sinal de trânsito, Ricardo parou seu veículo pouco antes da faixa de pedestres. Sandro, que vinha logo atrás de Ricardo, também parou, guardando razoável distância entre eles. Entretanto, Tatiana, que trafegava na mesma faixa de rolamento, mais atrás, distraiu-se ao redigir mensagem no celular enquanto conduzia seu veículo, vindo a colidir com o veículo de Sandro, o qual, em seguida, atingiu o carro de Ricardo. Diante disso, à luz das normas que disciplinam a responsabilidade civil, assinale a afirmativa correta.
Cada um arcará com seu próprio prejuízo, visto que a responsabilidade pelos danos causados deve ser repartida entre todos os envolvidos.
Caberá a Tatiana indenizar os prejuízos causados ao veículo de Sandro, e este deverá indenizar os prejuízos causados ao veículo de Ricardo.
Correta- Caberá a Tatiana indenizar os prejuízos causados aos veículos de Sandro e Ricardo.
Tatiana e Sandro têm o dever de indenizar Ricardo, na medida de sua culpa.
Não há responsabilidade civil por parte de Tatiana.
Questão 2
João dirigia seu veículo respeitando todas as normas de trânsito, com velocidade inferior à permitida para o local, quando um bêbado atravessou a rua, sem observar as condições de tráfego. João não teve condições de frear o veículo ou desviar‐se dele, atingindo‐o e causando‐lhe graves ferimentos. A partir do caso apresentado, assinale a afirmativa correta.
Houve responsabilidade civil, devendo João ser considerado culpado por sua conduta.
Faltou um dos elementos da responsabilidade civil, qual seja, a condutahumana, não ficando configurada a responsabilidade civil.
Correta- Houve rompimento do nexo de causalidade, em razão da conduta da vítima, não restando configurada a responsabilidade civil.
Inexistiu um dos requisitos essenciais para caracterizar a responsabilidade civil: o dano indenizável e, por isso, não deve ser responsabilizado.
Não há responsabilidade civil.
Questão 3
São pressupostos necessários para aplicação do princípio geral de direito que impõe, a quem causa dano a outrem, o dever de o reparar:
Ação ou omissão do agente; relação obrigatoriamente contratual e relação de causalidade.
Correta- Dano experimentado pela vítima; culpa do agente; relação de causalidade e ação ou omissão do agente.
Dano experimentado pela vítima; dolo do agente causador; inexistência de vínculo contratual.
Concorrência de culpas, existência de nexo de causalidade; dano da vítima.
Nexo de causalidade e ato ilícito.
Questão 4
Quais os pressupostos necessários para a ocorrência da responsabilidade civil?
Ato ilícito – nexo causal – dano. 
A RESPONSABILIDADE CIVIL E SEUS ELEMENTOS	
ATO LÍCITO
Dúvida:	COMO PODE UMA PESSOA INDENIZAR OUTRA, POR UM ATO LÍCITO? NÃO SERIA INDENIZAR POR UM ATO ILÍCITO?
Resposta:	A indenização no âmbito civil se dá com foco no dano e não na causa do dano. O que quero dizer é que o que importa é se ouve dano ou não e se há nexo causar entre o dano e a ação da pessoa. Se esta ação foi lícita ou ilícita não é o foco da análise jurídica, o que interessa é que quem sofreu o dano não pode ficar no prejuízo. Imagine se eu tropeço e esbarro em vc e por isso seu cel quebra, vc teve um prejuízo e eu o causei. foi uma ação ilícita? não apenas falta de cuidado... sou estabanada, mas vc teve um prejuízo e não pode ficar com ele, por isso que eu mesmo tendo tido uma ação lícita, devo te indenizar para repara seu patrimônio, mantendo ele igual era antes do meu ato. o que mais importa é o dano a ser reparado e a ligação deste com a ação, do que se esta ação é lícita ou ilícita. qualquer dúvida volte a me procurar, estou a disposição para esclarece-la
ESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA E RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA
Dúvida:	EXISTE ALGUM TIPO DE DISTINÇÃO ENTRE ESSAS ESPÉCIES DE RESPONSABILIDADES?
Resposta:	SIM. A responsabilidade subjetiva é aquela que depende da existência de dolo ou culpa por parte do agente causador do dano (você lembra qual é a diferença entre dolo e culpa?). Desta forma, a obrigação de indenizar e o direito de ser indenizado surgem apenas se comprovado o dolo ou a culpa do agente causador do dano. Para ser indenizada, a vítima deverá comprovar a existência destes elementos, o dolo ou a culpa, caso contrário não receberá nenhum tipo de indenização. a responsabilidade objetiva não depende da comprovação do dolo ou da culpa do agente causador do dano, apenas do nexo de causalidade entre a sua conduta e o dano causado à vítima, ou seja, mesmo que o agente causador não tenha agido com dolo ou culpa, deverá indenizar a vítima.
Responsabilidade civil objetiva e subjetiva no CC e no CDC
Dúvida:	Código Civil e Código de Defesa do Consumidor possuem a mesma orientação sobre aplicação das responsabilidades subjetiva e objetiva?
Resposta:	Para iniciar, vamos lembrar a diferença entre a responsabilidade subjetiva e a objetiva. A responsabilidade civil subjetiva é aquela que, para ser reconhecida, depende da existência de dolo ou culpa por parte do agente causador do dano. Para ser indenizada, portanto, a vítima deverá comprovar - além da conduta e do dano - a existência dos elementos dolo ou culpa; caso contrário, não receberá nenhum tipo de indenização. A cláusula geral de responsabilidade civil (subjetiva) encontra-se no art. 927, caput, do CC. A responsabilidade civil objetiva, por outro lado, não depende da comprovação do dolo ou da culpa do agente causador do dano; exige apenas o nexo de causalidade entre a conduta do agente e o dano causado à vítima, ou seja, mesmo que o agente causador não tenha agido com dolo ou culpa, deverá indenizar a vítima. A previsão legal da responsabilidade objetiva, no código civil, encontra-se no art. 927, caput, do CC. No Código Civil (CC), o art. 927, caput, constitui cláusula geral de responsabilidade subjetiva. A responsabilidade civil objetiva está também prevista, mas precisa ser expressa quanto à ausência de culpa. A título de exemplo, observe o próprio art. 927 em seu parágrafo único e o art. 931, ambos do CC. No CDC, a regra é de responsabilidade civil objetiva (arts. 12 e 14, do CDC), mas está prevista também a responsabilidade civil subjetiva no caso dos fornecedores profissionais liberais (art. 14, §4º, do CDC).
Conceito de Responsabilidade. Dever jurídico originário e dever jurídico secundário.
Dúvida:	Sabemos que a palavra responsabilidade vem do latim respondere, e significa a obrigação atribuída a uma pessoa de assumir as consequências jurídicas de seu comportamento e reparar os danos causados. Desse modo, a responsabilidade é um dever jurídico originário ou um dever jurídico secundário?
Resposta:	A responsabilidade é um dever jurídico secundário (sucessivo ou posterior) de reparar o dano causado à vítima, que só surge após a violação de um dever jurídico originário previsto na lei (ex. dever geral de cuidado: art. 186, CC/02 ¿ não causar mal a ninguém) ou no contrato (ex. dever positivo de cumprir com as cláusulas contratuais pactuadas).
Responsabilidade
Dúvida:	Qual o conceito de responsabilidade.
Resposta:	Responsabilidade é um dever resultante do inadimplemento das obrigações.
RESPONSABILIDADE CIVIL
Dúvida:	O QUE É A RESPONSABILIDADE CIVIL?
Resposta:	Responsabilidade civil é o dever de reparar os danos provocados numa situação onde determinada pessoa sofre prejuízos jurídicos como consequência de atos ilícitos praticados por outrem. Os pressupostos da responsabilidade civil estão previstos no Código Civil (lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002). Responsabilidade civil é a obrigação de reparar o dano que uma pessoa causa a outra. Em direito, a teoria da responsabilidade civil procura determinar em que condições uma pessoa pode ser considerada responsável pelo dano sofrido por outra pessoa e em que medida está obrigada a repará-lo. A reparação do dano é feita por meio da indenização, que é quase sempre pecuniária. O dano pode ser à integridade física, à honra ou aos bens de uma pessoa. A teoria clássica da responsabilidade civil aponta a culpa como o fundamento da obrigação de reparar o dano. Conforme àquela teoria, não havendo culpa, não há obrigação de reparar o dano, o que faz nascer a necessidade de provar-se o nexo entre o dano e a culpa do agente.
Funções da Responsabilidade Civil.
Dúvida:	Na visão da Doutrinadora Maria Helena Diniz, nos dias atuais, argumenta que Responsabilidade Civil, tem dupla Função:
 A ¿ Servir como sanção civil, de natureza compensatória e garante o direito do lesado à segurança.
Tipos de funções da Responsabilidade Civil.
Dúvida:	Doutrinariamente quais os tipos da dupla função na Responsabilidade Civil, nos dias atuais?
Resposta:	Gabarito. Servir como sanção civil, de natureza compensatória e garante o direito do lesado à segurança.
conceito de Responsabilidade Civil
Dúvida:	O que é Responsabilidade Civil?
Resposta:	Em síntese, podemos compreender a responsabilidade civil como sendo a obrigação de reparar o dano moral e/ou material que uma pessoa causa a outrem.
Responsabilidade Civil Objetiva e Subjetiva
Dúvida:	Qual a diferença entre Responsabilidade Subjetiva e Objetiva?
Resposta:	A principal diferença entre elas se encontra no fato de que a responsabilidade subjetiva é aquela que depende da existência de dolo ou culpa por parte do agente causador do dano, enquanto que na Objetiva não depende da comprovação do dolo ou da culpa do agente causador do dano, tão somente da comprovação do nexo de causalidade entre a conduta do agente e o dano causado à vítima.
Obrigação x Responsabilidade
Dúvida:	Qual a diferença entre Obrigação e Responsabilidade?
Resposta:	Obrigaçãoé o dever jurídico originário. Ex. todos têm a obrigação de não causar dano a outrem. Ou, se preferir ninguém tem o direito de causar dano a terceiro. Já a Responsabilidade é o dever jurídico de reparar caso haja a violação de uma obrigação. Que poderá ser contratual ou extracontratual.
ATO ILÍCITO, NEXO CAUSAL E DANO
Dúvida:	QUAL A DISTINÇÃO ENTRE O ILÍCITO CIVIL E O ILÍCITO PENAL?
Resposta:	O ilícito civil se diferencia do ilícito penal em alguns pontos, entre eles: O ato ilícito civil é cometido por aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, imprudência ou imperícia, viola direito (antijuridicidade) e causa dano a outrem, ainda que este dano seja exclusivamente moral. O ato ilícito penal é praticado por aquele que, por ação ou omissão culpável, viola direito (antijuridicidade) tipificado em lei.
Responsabilidade civil por ato lícito.
Dúvida:	O ato ilícito é indispensável para reconhecer a responsabilidade civil?
Resposta:	Os elementos da responsabilidade civil são ato ilícito, nexo causal e dano. Ainda assim, o legislador previu hipótese excepcional de responsabilidade por ato LÍCITO. Essa hipótese está positivada no art. 929, do CC. Ocorrerá quando o causador do dano agiu em estado de necessidade (art. 188, II, do CC - Não constituem atos ilícitos a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente). Para que não haja desequilíbrios, porém, o legislador estabeleceu também que aquele que indeniza, mesmo tendo praticado um ato lícito, terá direito a promover ação regressiva em face do terceiro culpado. Essa faculdade está prevista no art. 930, do CC.
Excludentes de responsabilidade
Dúvida:	Quais são as excludentes de responsabilidade e como se dividem?
Resposta:	São excludentes de responsabilidade civil: as excludentes de ilicitude e as excludentes de nexo causal. As excludentes de ilicitude são: exercício regular de um direito; legítima defesa e estado de necessidade e estão mencionados de forma expressa no art. 188 do CC. Já as excludentes de nexo causal são: fato exclusivo da vítima; fato de terceiro, caso fortuito e força maior. Nesses casos, o dever de indenizar será afastado.
Elementos da Responsabilidade Civil
Dúvida:	Considerando a definição responsabilidade civil como a situação de quem sofre conseqüência da violação de uma norma, ou como a obrigação que incumbe a alguém de reparar o prejuízo causado a outrem, pela sua atuação ou em virtude de danos provocados por pessoas ou coisas dele dependentes. Aponte os elementos da Responsabilidade Civil: A-	Ato ilícito, Nexo Causal e Dano. B-	Ação ou omissão do agente e relação de causalidade. C-	Ato Ilícito, Nexo Causal e relação causal. D-	Ato ilícito, Ação e Nexo causal. E-	Ato ilícito, relação de causalidade e Nexo Causal.
Resposta:	Gabarito Letra A - Ato ilícito, Nexo Causal e Dano.
Elementos Essenciais da Responsabilidade Civil.
Dúvida:	Considerando a definição responsabilidade civil como a situação de quem sofre conseqüência da violação de uma norma, ou como a obrigação que incumbe a alguém de reparar o prejuízo causado a outrem, pela sua atuação ou em virtude de danos provocados por pessoas ou coisas dele dependentes. Apresente e defina os principais elementos da Responsabilidade Civil.
Resposta:	Gabarito - Ato ilícito, Nexo Causal e Dano. A ilícito - É a conduta necessária para termos o início da possibilidade da responsabilização jurídica de alguém que comete ato que violenta o direito de outrem de não ter violado o direito à incolumidade. Nexo Causal -um dos pontos mais importantes da responsabilidade civil. Pois é justamente o ponto que irá convergir o ato ilícito e o dano. Sem os quais inexistirá a responsabilidade civil. Dano - Configurando deforma típica o dano pode ser, por exemplo, moral , material , imagem etc. Ou de forma atípica, dano pela perda de uma chance, dano reflexo, etc.
Qual o elemento mais importante da Responsabilidade Civil que irá convergir o ato ilícito e o dano? A ¿ Ato ilícito. B ¿ Nexo causal. C- relação causal. D ¿ Omissão do agente. E ¿ Relação de Causalidade.
Resposta:	Gabarito Letra B - - temos nexo causal um dos pontos mais importantes da responsabilidade civil . Temos no nexo causal um dos pontos mais importantes da responsabilidade civil. Pois é justamente o ponto que irá convergir o ato ilícito e o dano. Sem os quais inexistirá a responsabilidade civil.
RESPONSABILIDADE CIVIL / Aula 2 - O Ato Ilícito
Introdução
Nesta aula, examinaremos a necessidade que a responsabilidade civil tem do conceito do ato ilícito.
Explicaremos a correlação entre os artigos 927, 186 e 187, todos da Lei 10.406 de 2002 (CC), suas características e tipificações. Distinguiremos o ato ilícito gênero (art. 186 da Lei 10.406 de 2002) do ato ilícito espécie (art. 187 da Lei 10.406 de 2002).
Em seguida, discutiremos a motivação da imperícia no cenário do ato ilícito. Por fim, definiremos as excludentes de ilicitude (art. 188 do CC) e sua distinção das excludentes de responsabilidade.
Conceito de ato ilícito
Ato ilícito é a conduta necessária para termos o início da possibilidade da responsabilização jurídica de alguém que comete ato que violente o direito de outrem de não ter violado o direito à incolumidade.
Previsões normativas
Considerando o tema, temos nos artigos 186, 187 e 188 da Lei 10.406 de 2002, a previsão legal pertinente ao tema.
TÍTULO III - DOS ATOS ILÍCITOS
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
Tipos de atos ilícitos
Diante da ideia que está presente nos termos do art. 927 da mesma lei, verbis:
Título IX - Da Responsabilidade Civil
Capítulo I - Da Obrigação de Indenizar
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Para o tema, necessitamos da conjugação de tais fundamentações para termos, ainda que de forma estrita, um sentido mais ajustado do ato ilícito.
Primeiro, como alguém indenizará outrem através da responsabilidade pelo fato do ato ser considerado como ilícito?
Segundo, qual o conceito do ato ilícito?
Tais questões serão resolvidas com o entendimento do Título III da Lei 10.406 de 2002 (Código Civil). Pois a responsabilidade civil depende, entre outros (nexo causal e dano), saber justamente o que vem a ser o ato ilícito e seus desdobramentos.		
Ato ilícito gênero (ou puro)
Prevê o art. 186 da Lei 10.406 de 2002:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Tal fundamento gera a responsabilidade civil. É, em regra, o elencado para qualificar o ato ilícito. Decorre de uma conduta humana (comitiva ou omissiva), eivada de culpa (lato sensu), a qual se faz contrária ao ordenamento jurídico (ilicitude), e que causou dano à outrem.
Destaca-se que a conduta humana não exime a pessoa não humana (pessoa jurídica). Ocorre que a pessoa jurídica é uma ficção que resulta da volição (vontade) humana.
De fato, a situação concreta de reparação civil, tem como ponto comum o cenário criado com o preenchimento de sua tipificação.
Vamos fazer uma digressão (Análise pormenorizada). nesta importante fundamentação:
		 Artigo 186
	Comete ato ilícito aquele
	O legisladorpela redação dada ao dispositivo em análise impede outras discussões em torno da definição de ato ilícito para fins civis.
	(..)que por ação (...)
	Ato comissivo, vontade deliberada de causar dano.
	(..)omissão voluntaria (..)
	Ato omissivo, ausência pessoal do dever de cuidar para evitar o dano
	(..) negligencia (..)
	Falta de atenção no momento em que lhe era exigida
	(..) imprudência (...)
	Atitude irrefletida, intempestiva
	(...) e causar dano a outrem (...)
	A inexistência de dano impede a indenização em sentido amplo
	(...) ainda que exclusivamente moral (...)
	Ano extrapatrimonial . CRFB/1988, art.5, Xc/c capitulo II do cc, DIREITOS DA PERSONALIDADE.
	Comete ato ilícito
	Temos então o conceito de ato ilícito.
Ato ilícito espécie (ou equiparado)
Diferentemente do ato ilícito gênero (ou puro), em que a conduta por si é qualificada como ilícita, no ato ilícito espécie (ou equiparado) o agente que causa o dano é parte legítima para o exercício do direito. Que poderia ser exercido sem nenhum tipo de impedimento. Entretanto, ao exercê-lo, ultrapassa os limites tácitos impostos pela lei, no que tange ao seu exercício.
Vamos à leitura de sua fundamentação o art. 187 da Lei 10.406 de 2002:
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Um exemplo simples, e capaz de ilustrar a situação narrada, é o caso do desrespeito ao direito de vizinhança.
O sujeito que está ouvindo músicas em sua residência não comete nenhuma ilicitude, aliás, está ele legitimado à exercer tal ato, posto que não há qualquer previsão legal que o impeça de realizar esta atividade.
Temos portanto, um ato plenamente lícito.
Porém, se este mesmo sujeito pretenda ouvir suas músicas em volume exageradamente alto, em horário impróprio, ele deixou de exercer um ato lícito, pois o modo o qual está executando o ato o torna inadequado.
Assim, a situação mencionada não se amolda como um ato ilícito puro, preconizado no artigo 186, CC, mas sim no ato ilícito equiparado, pois, o agente, praticou seu direito de maneira manifestamente abusiva, capaz de ser considerada intolerável à vizinhança no que se diz respeito à boa-fé, à moralidade, à harmonia nas relações humanas, etc.
Tal qual como no ato ilícito gênero, passemos a sua análise:
	Também comete ato ilícito (...)
	É equiparado ao ato ilícito do art. 186
	(...) o titulo de um direito (...)
	Legitimidade ativa para o pleno exercício de algo que lhe seja garantido pelo direito
	(..) que, ao exercê-lo , excede manifestamente os limites impostos pelo deu fim econômico ou social
	Ultrapassa os limites da razoabilidade econômica (cobrança vexatória) ou social (uso desmesurado do conhecimento técnico sobre algo)
	(..) pela boa-fé (...)
	Confiança na realização contratual ausência de desconfiança na relação extracontratual
	(...) pelos bons costumes (..)
	Aquilo que a sociedade entende como moralmente correto. Aplicável ao tempo, lugar e pessoa.
OBS: Enunciados da Jornada de Direito Civil promovida pelo Centro de Estudos do Conselho da Justiça Federal:
37 – Art. 187: A responsabilidade civil decorrente do abuso do direito independe de culpa e fundamenta-se somente no critério objetivo-finalístico.
412 – Art. 187: As diversas hipóteses de exercício inadmissível de uma situação jurídica subjetiva, tais como supressio, tu quoque, surrectio e venire contra factum proprium, são concreções da boa-fé objetiva.	
Supressio É a extinção de um direito pelo seu não exercício. Dica: Associe a supressão.
tu quoque É um termo latim equivalente em português a “você também”. Quem descumpriu uma normal legal/contratual não pode exigir que o outro a cumpra.
Surrectio Ao contrário da supressio, é o direito que nasce pela prática reiterada de um ato. Dica: A tradução do latim equivaleria a ressurreição, mas é melhor associar com surgimento.
venire contra factum proprium Significa “vir contra um fato próprio”. Ou seja, não é razoável que uma pessoa pratique determinado ato ou conjunto de atos e, em seguida, adote uma conduta diametralmente oposta.
Tais institutos serão utilizados para suprir lacunas dos deveres implícitos nos contratos.
413 – Art. 187: Os bons costumes previstos no art. 187 do CC possuem natureza subjetiva, destinada ao controle da moralidade social de determinada época, e objetiva, para permitir a sindicância da violação dos negócios jurídicos em questões não abrangidas pela função social e pela boa-fé objetiva.
414 – Art. 187: A cláusula geral do art. 187 do Código Civil tem fundamento constitucional nos princípios da solidariedade, devido processo legal e proteção da confiança, e aplica-se a todos os ramos do direito.
Atividade
1) Em relação ao abuso do direito é correto afirmar:
Só se configura nos casos em que os direitos são exercidos com a intenção de prejudicar.
Será abusivo o exercício do direito que exceder manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
O Código Civil não consagrou, nem mesmo indiretamente, a teoria do abuso de direito.
A culpa e o dolo integram necessariamente a noção de ato abusivo.
O titular de um direito pode exigi-lo de forma ilimitada.
A imperícia no cenário do ato ilícito
Questão que merece uma indagação é a que diz respeito à ausência dai mperícia como tipificador do ato ilícito no art. 186 da Lei 10.406.
Imperícia É falta de conhecimento, ignorância, inabilidade.
A imperícia, então, seria causa de não tipificação do ato ilícito?
Cremos que não! Pois o legislador assim não o desejou. E o profissional do Direito não pode criar texto no lugar em que este inexiste. Entretanto, isto não significa que a imperícia não gere responsabilidade civil.
A imperícia no cenário do ato ilícito
Tanto que no art. 951 da Lei 10.406 de 2002 temos:
Lei 10.406 de 2002:
Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.
Logo, considerando o tema, a imperícia é causa de responsabilidade civil do profissional da saúde, quando causa dano ao seu paciente, nos termos do artigo já citado.
Logo, considerando o tema, a imperícia é causa de responsabilidade civil do profissional da saúde, quando causa dano ao seu paciente, nos termos do artigo já citado.
Excludentes de ilicitude
A excludente de ilicitude (diversa de excludente de responsabilidade) visa suprimir a tipificação do primeiro dos requisitos da responsabilidade civil, o ato ilícito. Neste tipo, a conduta ilícita tem uma justificativa que permite, justamente, a sua exclusão.
Neste tema, abordaremos a exclusão do item que dá o início à responsabilidade civil, atentemos ao caput do art. 188, verbis:
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
Logo, em havendo o enquadramento da conduta do agente ao qual se pretende enquadrar a responsabilidade, temos as excludentes das ilicitudes apontadas em seus incisos, vamos apresentá-las:
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
Após a sua apresentação, vamos estudá-las de forma pormenorizada.
Estrito cumprimento do dever legal
O agente que tem o dever proveniente da lei como obrigação de agir, não responderá pelos atos praticados, ainda que constituam um ilícito. Pois o estrito cumprimento de dever legal constitui outra espécie de excludente de ilicitude, ou causajustificante.
Para tal tipificação é necessário que o agente atue dentro da sua esfera de atribuição. E que também não atue de forma abusiva. Pois a incompetência judicial e a abusividade do dever de agir não gerarão tal excludente.
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
Estado de necessidade
Trata-se de uma excludente de ilicitude que constitui o sacrifício de um bem jurídico protegido, visando salvar de perigo atual e inevitável direito próprio do agente ou de terceiro - desde que no momento da ação não seja exigido do agente uma conduta menos lesiva.
A conduta deve ser proporcional ao evento, de maneira que não se ultrapasse um limite considerado razoável. O bem tutelado que é deteriorado, destruído ou removido deve ser inferior em relação ao que é salvo.
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
Legítima defesa
O conceito de legítima defesa está baseado no fato de que os agentes que têm o dever legal de atuar não podem estar presentes em todos os lugares protegendo os direitos dos indivíduos.
Nesse tipo, o agente pode, em situações restritas, defender direito seu ou de terceiro. Nada mais é do que a ação praticada pelo agente para repelir injusta agressão a si ou a terceiro, utilizando-se dos meios necessários com moderação.
Logo, tal excludente deve ser de tal forma que a incolumidade daquele que está em perigo se utiliza de todos os meios necessário para salvaguardá-lo.
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
VOCÊ SABIA?
A legítima defesa ocorre quando, para defender um bem jurídico (no caso acima, a vida), a pessoa faz algo que, em outras circunstâncias, seria considerado um delito. Por exemplo, a legítima defesa ocorre quando alguém, para se proteger, atira no criminoso que o ameaçava com uma arma. Se você atira em alguém em uma situação normal, você cometeu um crime (homicídio), mas se você atira em um criminoso que apontava uma arma contra você, não há o crime, pois você estava protegendo um bem jurídico (sua vida) que estava no mesmo (ou maior) nível do que o bem jurídico ofendido (a vida do outro).
Essa relação entre os bens jurídicos protegido e ofendido é importante. Você não pode alegar legítima defesa se você mata para proteger seu patrimônio durante um furto. Neste caso, o bem jurídico protegido (seu patrimônio) é menos importante que o bem jurídico ofendido (a vida do criminoso). Neste exemplo, se o bandido nao colocou sua vida em perigo, não há legítima defesa pois há uma desproporcionalidade negativa entre o que você ofende (tirar a vida de alguém) e o que você pretende proteger (seu patrimônio).
Atividade
2) O art. 188 do Código Civil prevê três causas de exclusão de ilicitude, que não acarretam no dever de indenizar. São elas:
Legítima defesa, erro substancial e estado de necessidade.
Legítima defesa, estado de necessidade e dolo bilateral.
Exercício regular de direito reconhecido, estado de necessidade e dolo bilateral.
Exercício regular de direito reconhecido, estado de necessidade e erro substancial.
Legítima defesa, exercício regular de direito reconhecido e estado de necessidade.
3) Assinale alternativa correta de acordo com o Código Civil Brasileiro.
O ato ilícito é por natureza doloso.
O dano moral puro é considerado ato ilícito.
Apenas a legítima defesa é considerada causa excludente da prática do ato ilícito.
Todo ato lesivo que violar direito e causar dano a outrem é considerado ato ilícito.
O exercício de um direito com excesso manifesto aos limites impostos pela boa-fé não caracteriza o ato ilícito.
Agora, de acordo com os conhecimentos adquiridos na aula, responda, leia o caso a seguir e responda:
Carlos e seu filho de dez anos caminhavam por uma rua com pouco movimento e muito escura, já de madrugada, quando são surpreendidos com a vinda de um cão pitbull na direção deles. Quando o animal iniciou o ataque contra a criança, Carlos, que estava armado e tinha autorização para assim se encontrar, efetuou um disparo na direção do cão, que não foi atingido, ricocheteando a bala em uma pedra e acabando por atingir o dono do animal, Leandro, que chegava correndo em sua busca, pois notou que ele fugira clandestinamente da casa. A vítima atingida veio a falecer, ficando constatado que Carlos não teria outro modo de agir para evitar o ataque do cão contra o seu filho, não sendo sua conduta tachada de descuidada. Diante desse quadro, responda sobre a opção que apresenta a situação jurídica de Carlos.
GABARITO
Carlos atuou em estado de necessidade e não deve responder pela morte de Leandro. Perfeita situação de exclusão da ilicitude do crime por força do estado de necessidade.
RESPONSABILIDADE CIVIL / Aula 3 - O Nexo Causal
Introdução
O nexo de causalidade ou nexo axiológico é o ponto nevrálgico da responsabilidade civil, pois temos a necessidade do seu preenchimento, por meio das provas, com fins de unir os outros dois requisitos de admissibilidade da responsabilidade civil (o ato ilícito e o dano).
Desse modo, analisaremos seu conceito e teorias, além do instituto da concausa, que se presta para delimitar o que é nexo causal ou não.
Por fim, explicaremos as excludentes de responsabilidade, suas características e tipos.
Conceito de nexo causal
O nexo causal é, também, nominado de nexo de causalidade, nexo etiológico ou relação de causalidade das leis naturais.
Devemos raciocinar que o nexo causal é o liame que une a conduta do agente ao dano.
É por meio do exame da relação causal que concluímos quem foi o causador do dano. Trata-se de um elemento indispensável.

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