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AULA 1 TANATOLOGIA

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ENFERMAGEM EM SAÚDE DA FAMÍLIA 
Aula 01: Da reforma sanitária ao SUS 
Prof. Eduardo Freitas
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Gênese do termo reforma sanitária 
Reforma Sanitária 
O termo “Reforma Sanitária” foi utilizado pela primeira vez no Brasil em função da Reforma Sanitária Italiana; 
Foi proposta em um momento de intensas mudanças e sempre pretendeu ser mais do que apenas uma reforma setorial. Não abarcava, nesse sentido, apenas a saúde e buscava integrar diferentes setores da sociedade; 
Almejava, desde seus primórdios, que pudesse servir à democracia e à consolidação da cidadania no País. 
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Desenvolvimento da reforma sanitária 
Reforma Sanitária 
O movimento da Reforma Sanitária nasceu no contexto da luta contra a ditadura, no início da década de 1970; 
 A expressão ficou esquecida por um tempo até ser recuperada nos debates prévios à 8a Conferência Nacional de Saúde, quando foi usada para se referir ao conjunto de ideias que se tinha em relação às mudanças e transformações necessárias na área da Saúde 
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Desenvolvimento da reforma sanitária 
Reforma Sanitária 
Profissionais da área da Saúde, movimentos sociais organizados, intelectuais e representantes da sociedade civil, preocupados com a saúde pública, começaram um amplo processo de discussão sobre a saúde que contribuiu para elaboração de importantes documentos, como relatórios de plenárias, conferências e entrevistas com atores protagonistas do Movimento da Reforma Sanitária; 
É importante destacar que as mudanças esperadas pela Reforma Sanitária não abarcavam apenas o sistema de saúde, mas todo o setor saúde, introduzindo uma nova ideia na qual o resultado final era entendido como a melhoria das condições de vida da população 
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Desenvolvimento da reforma sanitária 
Proposições do Movimento da Reforma Sanitária: 
Saúde como direito de todo o cidadão; 
Garantia de acesso da população às ações de saúde de cunho preventivo e/ou curativo com integração das ações em um único sistema; 
Descentralização da gestão, tanto administrativa, como financeira; 
Controle social das ações de saúde 
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Desenvolvimento da reforma sanitária 
O médico sanitarista Sérgio Arouca destacou-se na luta pela Reforma Sanitária tornando-se conhecido nacionalmente; 
Sua tese de doutorado, intitulada “O dilema preventivista: contribuição para a compreensão e crítica da medicina preventiva”, forneceu fundamentos teóricos estruturantes para a constituição da base conceitual da saúde; 
Sérgio Arouca costumava dizer que o movimento da reforma sanitária nasceu dentro da perspectiva da luta contra a ditadura. Existia uma ideia clara na área da saúde de que era preciso integrar as duas dimensões: ser médico e lutar contra a ditadura 
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Desenvolvimento da reforma sanitária 
Sérgio Arouca participou de perto de todas as conquistas que envolveu a Reforma Sanitária: 
Apresentou o documento “Saúde e Democracia” (documento com propostas para melhoria da saúde da população); 
Presidiu a 8 Conferência Nacional de Saúde. 
O Movimento da Reforma Sanitária propôs alternativas para um novo sistema de saúde com características democráticas. Os envolvidos com o movimento tiveram a oportunidade de expressar, em 1979, suas insatisfações durante o I Simpósio Nacional de Política de Saúde. Houve elaboração de uma proposta de reorientação do sistema de saúde, tendo como finalidade a estruturação de um Sistema Único de Saúde 
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Desenvolvimento da reforma sanitária 
Resultados do Movimento da Reforma Sanitária: 
A conquista da universalização na saúde (o princípio constitucional que estabelece que todo brasileiro tem direito à saúde), com definição do dever do Estado e a função complementar da rede privada; 
A ideia de que a saúde deve ser planejada com base nas conferências de saúde; 
A formalização dos Conselhos de Saúde como parte do SUS, tendo 50% de usuários na sua composição; 
Formação da Comissão Nacional da Reforma Sanitária, que transformou o texto da constituinte na Lei Orgânica 8080. 
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Gênese do termo reforma sanitária 
No ano de 1986, intensificou-se o Movimento Sanitário, sendo convocada a 8a Conferência Nacional de Saúde (CNS), visando discutir a nova proposta de estruturação da política de saúde para o país. 
O encontro resultou em propostas de reformulação do sistema nacional de saúde que foram documentadas e ficaram conhecidas como Projeto da Reforma Sanitária Brasileira. 
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Desenvolvimento da reforma sanitária 
Esta em curso uma reforma democrática não anunciada ou alardeada na área da saúde. A Reforma Sanitária brasileira nasceu na luta contra a ditadura, com o tema Saúde e Democracia, e estruturou-se nas universidades, no movimento sindical, em experiências regionais de organização de serviços. Esse movimento social consolidou-se na 8 Conferência Nacional de Saúde, em 1986, na qual, pela primeira vez, mais de cinco mil representantes de todos os seguimentos da sociedade civil discutiram um novo modelo de saúde para o Brasil. O resultado foi garantir na Constituição, por meio de emenda popular, que a saúde é um direito do cidadão e um dever do Estado. Sérgio Arouca (1998) 
 
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8a Conferência nacional de saúde 
Aconteceu em março de 1986 em Brasília e foi considerada um dos eventos político-sanitários mais importantes da história da saúde; 
Foi o Marco do Movimento da Reforma Sanitária; 
Reuniu mais de 5.000 pessoas; 
Definiu as estratégias a serem defendidas na Constituinte de 1988; 
Aprovou texto sobre saúde que seria posteriormente incluído na CF 1988. 
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8a Conferência nacional de saúde 
Propostas básicas 
Reconhecimento da saúde como direito de cidadania e dever do Estado; 
Defesa de um sistema único, de acesso universal, igualitário e descentralizado de saúde; 
Descentralização administrativa e financeira para os Estados e Municípios; 
Promoção do Controle social pelo Estado 
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Resultados da 8a Conferência Nacional de Saúde 
Como resultado central da 8a Conferência Nacional de Saúde, tivemos o estabelecimento de um consenso político que permitiu a conformação do projeto da Reforma Sanitária, através de quatro aspectos principais: 
O conceito abrangente de saúde; 
Saúde como direito de cidadania e dever do Estado; 
A instituição de um Sistema Único de Saúde; 
A participação da comunidade exercendo o controle social. 
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O conceito abrangente de saúde 
Saúde 
“Em seu sentido mais abrangente, a saúde é resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio-ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde. É, assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida.” 
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Constituição federal de 1988 
A consagração do Movimento da Reforma Sanitária e das discussões realizadas na 8 Conferência Nacional de Saúde foi possivel com a Constituição Federal de 1988. Nesta, a saúde se tornou um direito inalienável de todos os cidadãos; 
Como está escrito na Carta Magna: "A saúde é direito de direito de todos e dever do Estado
 
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Constituição federal de 1988 
Artigo 196 
“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” 
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Constituição federal de 1988 
Artigo 197 e 198 
Art. 197: “São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos
da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.” 
Art.198: “As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: 
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; 
III - participação da comunidade.” 
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Constituição federal de 1988 
Artigo 199 
“A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. 
§ 1o podem participar de forma complementar do sistema único mediante contrato convênio com preferência para as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. 
§ 2o É vedada a destinação de recursos públicos para às instituições privadas com fins lucrativos. 
§ 3o É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde do País, salvo nos casos previstos em lei.” 
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Constituição federal de 1988 
Artigo 200 
“Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições: 
Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; 
Ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; 
Participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; 
Fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; 
Participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; 
Colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.” 
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TRABALHO REPOSIÇÃO AULA
Vídeo: “O Sistema Único de Saúde no Brasil” 
O vídeo conta a história da construção do Sistema Único de Saúde no Brasil, com ênfase na participação de Sérgio Arouca nesse processo. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Cb-cslNmGnE 
FAZER UM RESUNO DO VIDEO
ENTREGAR NO DIA DA AV1
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Referências 
ANDRADE, L. O. M.; PONTES, R. J. S.; JUNIOR, T. M. A descentralização no marco da Reforma Sanitária no Brasil. Rev. Panam. Salud Pública, v. 8, n. 1, jul./ago., 2000. 
BRASIL. 8a Conferência Nacional de Saúde – relatório final. Brasília: Ministério da Saúde, 1986. ______. 
Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília/DF: Senado, 1988. 
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. A construção do SUS: histórias da Reforma Sanitária e do Processo Participativo/Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

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