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AULA 6

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ENFERMAGEM EM SAÚDE DA FAMÍLIA 
Aula 06: PNAB, NASF e saúde mental 
Prof. Eduardo Freitas
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OBJETIVOS
Explicar a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB);
Reconhecer a importância da PNAB para a Estratégia de Saúde da Família (ESF);
 Reconhecer o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) como relevante para a integralidade das ações na atenção básica. 
PNAB e ESF;
Equipe de Saúde da Família;
Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF);
Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e saúde mental. 
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FINALIDADE PNAB e ESF
A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) é resultado da experiência acumulada de vários atores envolvidos historicamente com o desenvolvimento e a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), como movimentos sociais, usuários, trabalhadores e gestores das três esferas de governo. 
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PRERROGATIVAS PNAB e ESF
A Atenção Básica, de acordo com a PNAB, deve ser desenvolvida: 
Com alto grau de descentralização e próxima da vida das pessoas;
Deve ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e o centro de comunicação com toda a Rede de Atenção em Saúde; 
É fundamental que a Atenção Básica se oriente pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social. 
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PNAB e ESF 
Função da Atenção Básica na rede de atenção à saúde: 
Ser base: ser a modalidade de atenção e de serviço de saúde com o mais elevado grau de descentralização; 
Ser resolutiva: identificar riscos, necessidades e demandas de saúde, utilizando e articulando diferentes tecnologias de cuidado individual e coletivo; 
Ordenar a rede: reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade, contribuindo para que a programação dos serviços de saúde parta das necessidades de saúde dos usuários. 
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PNAB e ESF 
Rede de Atenção à saúde 
As Redes de Atenção à Saúde (RAS) são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas que, integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado (BRASIL, 2010); 
O objetivo da Redes de Atenção à Saúde (RAS) é promover a integração sistêmica, de ações e serviços de saúde com provisão de atenção contínua, integral, de qualidade, responsável e humanizada, bem como incrementar o desempenho do Sistema, em termos de acesso, equidade, eficácia clínica e sanitária; e eficiência econômica. 
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PNAB e ESF 
Atenção Básica: 
Equipes multiprofissionais, composta conforme modalidade das equipes, por médicos, enfermeiros, cirurgiões-dentistas, auxiliar em saúde bucal ou técnico em saúde bucal, auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde, entre outros profissionais em função da realidade epidemiológica, institucional e das necessidades de saúde da população; 
As unidades de Atenção Básica devem estar cadastradas no sistema de cadastro nacional de estabelecimentos de saúde (CNES); 
O cadastro dos profissionais que compõem a equipe de Atenção Básica no CNES deve ser atualizado, de acordo com as normas vigentes e com as cargas horárias de trabalho informadas e exigidas para cada modalidade – CNES. 
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PNAB e ESF 
Atenção Básica: 
Recomenda-se que as unidades de Atenção Básica possuam, conforme orientações e especificações do manual de infraestrutura do Departamento de Atenção Básica: 
Consultório médico/enfermagem; consultório odontológico, consultório com sanitário; sala multiprofissional de acolhimento à demanda espontânea; sala de administração e gerência; e sala de atividades coletivas para os profissionais da atenção básica; 
Área de recepção, local para arquivos e registros; sala de procedimentos; sala de vacinas; área de dispensação de medicamentos e sala de armazenagem de medicamentos (quando há dispensação na UBS); sala de inalação coletiva; sala de procedimentos; sala de coleta; sala de curativos; sala de observação, entre outros. 
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PNAB e ESF 
Atenção Básica:
 Deve ser garantido às unidades de Atenção Básica, pela gestão municipal, acesso ao apoio diagnóstico e laboratorial necessário ao cuidado resolutivo da população (rede para referência);
 A Atenção Básica deve possuir fluxos assistenciais definidos para garantir ao usuário todas às suas necessidades de saúde (linhas de cuidado). 
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PNAB e ESF 
Processo de trabalho das equipes de Atenção Básica 
Definir o território de atuação e a população sob sua responsabilidade; 
Programar e implementar as atividades de atenção à saúde; 
Realizar atenção à saúde na unidade, no domicílio, no território e em outros espaços; 
Desenvolver ações educativas que possam interferir no processo de saúde-doença; 
Desenvolver ações que priorizem os grupos de risco; 
Realizar o acolhimento com escuta qualificada, classificação de risco, avaliação de necessidade de saúde e análise de vulnerabilidade; 
Prover atenção integral, contínua e organizada; 
Desenvolver ações intersetoriais; 
Realizar atenção domiciliar. 
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Atribuições dos membros da equipe de atenção básica 
Enfermeiro 
Realizar atenção à saúde dos indivíduos e famílias cadastradas nas equipes e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários; 
Realizar consulta de enfermagem, procedimentos, atividades em grupo e solicitar exames complementares, prescrever medicações e encaminhar, quando necessário, usuários a outros serviços, conforme protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor; 
Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS em conjunto com os outros membros da equipe; 
Contribuir, participar e realizar atividades de educação permanente da equipe de enfermagem e outros membros da equipe. 
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Auxiliar e do Técnico de Enfermagem 
Participar das atividades de atenção, realizando procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc.); 
Realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea; 
Realizar ações de educação em saúde à população adstrita, conforme planejamento da equipe; 
Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da UBS; 
Contribuir, participar e realizar atividades de educação permanente. 
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Médico 
Realizar atenção à saúde aos indivíduos sob sua responsabilidade; 
Realizar consultas clínicas, pequenos procedimentos cirúrgicos, atividades em grupo na UBS e, quando 
indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc.); 
Realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea; 
Encaminhar, quando necessário, usuários a outros pontos de atenção, respeitando fluxos locais, mantendo sua responsabilidade pelo acompanhamento do plano terapêutico deles; 
Indicar, de forma compartilhada com outros pontos de atenção, a necessidade de internação hospitalar ou domiciliar, mantendo a responsabilização pelo acompanhamento do usuário. 
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Agente Comunitário de Saúde 
Trabalhar com adscrição de famílias em base geográfica definida, a microárea; 
Cadastrar todas as pessoas de sua microárea e manter os cadastros atualizados; 
Orientar as famílias quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis; 
Acompanhar, por meio de visita domiciliar, todas as famílias e indivíduos sob sua responsabilidade; 
Desenvolver
atividades de promoção da saúde, de prevenção das doenças e agravos e de vigilância à saúde, por meio de visitas domiciliares e de ações educativas individuais e coletivas nos domicílios e na comunidade. 
É permitido ao ACS desenvolver outras atividades nas Unidades Básicas de Saúde, desde que vinculadas às atribuições acima. 
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Dentista 
Realizar a atenção em saúde bucal; 
Realizar os procedimentos clínicos da atenção básica em saúde bucal, incluindo atendimento das urgências, pequenas cirurgias ambulatoriais e procedimentos relacionados com a fase clínica da instalação de próteses dentárias elementares; 
Coordenar e participar de ações coletivas voltadas à promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais; 
Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros da equipe, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar; 
Realizar supervisão técnica do técnico em saúde bucal (TSB) e auxiliar em saúde bucal (ASB). 
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Técnico de saúde bucal 
Realizar a atenção à saúde bucal individual e coletiva em todas as famílias, indivíduos e grupos específicos, segundo programação e de acordo com suas competências técnicas e legais; 
Coordenar a manutenção e a conservação dos equipamentos odontológicos; 
Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros da 
equipe, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar; 
Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da UBS; 
Participar das ações educativas atuando na promoção da saúde e na prevenção das doenças bucais. 
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Auxiliar de saúde bucal 
Realizar ações de promoção e prevenção em saúde bucal para as famílias, grupos e indivíduos, mediante planejamento local e protocolos de atenção à saúde; 
Realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea; 
Executar limpeza, assepsia, desinfecção e esterilização do instrumental, dos equipamentos 
odontológicos e do ambiente de trabalho; 
Auxiliar e instrumentar os profissionais nas intervenções clínicas; 
Realizar o acolhimento do paciente nos serviços de saúde bucal; 
Aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, transporte, manuseio e descarte de produtos e resíduos odontológicos. 
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Especificidades da Equipe de Saúde da Família
Equipe multiprofissional (equipe de Saúde da Família) composta por, no mínimo: 
Médico generalista ou especialista em Saúde da Família ou médico de Família e Comunidade; 
Enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família; 
Auxiliar ou técnico de enfermagem; 
Agentes comunitários de saúde. 
Observação: Podem ser acrescentados à equipe multiprofissional os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da Família, auxiliar e/ ou técnico em saúde bucal. 
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Especificidades da Equipe de Saúde da Família 
Cada equipe de Saúde da Família deve ser responsável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a média 
recomendada de 3.000, respeitando critérios de equidade para essa definição; 
O número de ACS deve ser suficiente para cobrir 100% da população cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de Saúde da Família; 
Cada profissional deve está vinculado a apenas uma equipe de Saúde da Família, com exceção do profissional médico que poderá atuar em no máximo duas equipes de saúde da família e com carga horária total de 40 horas. 
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Especificidades da Equipe de Saúde da Família 
Carga horária de 40 horas semanais para todos os profissionais de saúde membros da equipe de Saúde da Família, à exceção do profissional médico que poderá ter carga horária diferenciada de acordo com a necessidade das Unidades de Atenção Básica; 
A jornada de 40 horas dos profissionais deve observar a necessidade de dedicação mínima de 32 horas da carga horária para atividades na equipe de Saúde da Família. 
Por decisão e prévia autorização do gestor, 8 horas das 40 horas disponíveis da carga horária poderão ser utilizadas para prestação de serviços na rede de urgência do município ou para especialização em Saúde da Família, residência multiprofissional e/ou de Medicina de Família e de Comunidade, bem como atividades de educação permanente e apoio matricial. 
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Cálculo do teto das equipes de atenção básica 
Como calcular? 
Quantidade de Equipes de Saúde da Família com ou sem os profissionais de saúde bucal que deverão ser contratadas: 
QUANTIDADE DE ESF = POPULAÇÃO/2000 
Quantidade de Agentes Comunitários de Saúde que deverão ser contratados: 
QUANTIDADE DE ACS = POPULAÇÃO/400 
Observação: Para municípios dos Estados da Região Norte, Maranhão e Mato Grosso, a fórmula será: população da área urbana/400 + população da área rural/280 
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Composição do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) 
 
Poderão compor os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) as seguintes profissões: 
Médico acupunturista; assistente social; profissional/professor de educação física; farmacêutico; fisioterapeuta; fonoaudiólogo; médico ginecologista/obstetra; médico homeopata; nutricionista; médico pediatra; psicólogo; médico psiquiatra; terapeuta ocupacional; médico geriatra; médico internista (clínica médica), médico do trabalho, médico veterinário, profissional com formação em arte e educação (arte educador) e profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional graduado na área de saúde com pós-graduação em saúde pública ou coletiva ou graduado diretamente em uma dessas áreas. 
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Objetivo e constituição 
Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) foram criados com o objetivo de ampliar a abrangência e o escopo das ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade; 
Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) fazem parte da Atenção Básica, mas não se constituem como serviços com unidades físicas independentes ou especiais, e não são de livre acesso para atendimento individual ou coletivo. O acesso ao profissionais que compõem os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) devem ser regulados pelos profissionais da equipe de saúde da família; 
São constituídos por equipes compostas por profissionais de diferentes áreas de conhecimento, que devem atuar de maneira integrada, apoiando os profissionais das equipes de Saúde da Família. 
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Contribuições e ações do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) 
Os NASF devem buscar contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do SUS, principalmente por intermédio da ampliação da clínica, auxiliando no aumento da capacidade de análise e de intervenção sobre problemas e necessidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto sanitários; 
São exemplos de ações de apoio desenvolvidas pelos profissionais dos NASF: discussão de casos, atendimento conjunto ou não, interconsulta, construção conjunta de projetos terapêuticos, educação permanente, intervenções no território e na saúde de grupos populacionais e da coletividade, ações intersetoriais, ações de prevenção e promoção da saúde e discussão do processo de trabalho das equipes de saúde da família. 
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Núcleos de apoio à saúde da família (NASF) e saúde mental 
Princípios comuns entre a atuação das Equipes de Saúde da Família e de Saúde Mental: Atuação a partir do contexto familiar, continuidade do cuidado e organização em rede; 
As Equipes de Saúde da Família e os serviços de Saúde Mental devem trabalhar de forma integrada. O trabalho integrado das Equipes de Saúde da Família e Saúde Mental potencializa o cuidado e as ações em saúde; 
O Núcleo
de Apoio à Saúde da Família (NASF) atua: qualificando as ações desenvolvidas pela Equipe de Saúde da Família para usuários de Saúde Mental; ampliando o escopo de atuação da Equipe de Saúde da Família no contexto da Saúde Mental; e realizando em conjunto com a Equipe de Saúde da Família atividades de promoção e prevenção em Saúde Mental. 
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Núcleos de apoio à saúde da família (NASF) e saúde mental 
A responsabilidade pelo cuidado dos usuários com saúde mental do território devem ser compartilhadas entre as Equipes de Saúde da Família, o NASF e os outros dispositivos de saúde mental, como Centros de Atenção Psicossocial, hospitais gerais, centros de convivência, entre outros; 
O NASF deve contribuir para o planejamento e realização do diagnóstico da situação de saúde mental da população do território, identificando os problemas mais frequentes; 
O NASF deve ajudar a romper com a lógica do encaminhamento e da não responsabilização pós- referência; 
O NASF deve realizar reuniões interdisciplinares periódicas para discussão de casos envolvendo a Saúde Mental dos usuários e educação permanente; 
O NASF deve por meio de consultas conjuntas realizar atendimento dos usuários de saúde mental. 
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Modalidades do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) 
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Referências 
Núcleos de apoio à saúde da família (NASF) e saúde mental 
BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes do NASF: Núcleo de Apoio a Saúde da Família. Brasília: 
Ministério da Saúde, 2010. 
______. Ministério da Saúde. Portaria no 2.488, de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. 
______. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 
______. Ministério da Saúde. Portaria no 2.355, de 10 de outubro de 2013. Altera a fórmula de cálculo do teto máximo das equipes de saúde da família. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

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