Buscar

A Flexibilização dos direitros trabalhistas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL – OAB/MG
20ª SUBSEÇÃO DA OAB/MG -VARGINHA
COMISSÃO DE DIREITO DO TRABALHO
Marcel Vieira Azarias
O CENÁRIO CONTEMPORÂNEO NACIONAL, AS NOVIDADES E AS CELEUMASDO DIREITO DO TRABALHO BRASILEIRO.
A Flexibilização dos Direitos Trabalhistas
VARGINHA – MG
2015
Marcel Vieira Azarais
O CENÁRIO CONTEMPORÂNEO NACIONAL, AS NOVIDADES E AS CELEUMASDO DIREITO DO TRABALHO BRASILEIRO.
A Flexibilização dos Direitos Trabalhistas
Artigo científico apresentado a banca julgadora como requisito de participação do I Congresso Sul Mineiro de Direito e Processo do Trabalho.
VARGINHA – MG
2015
RESUMO
O presente artigo tem por objeto analisar as questões da flexibilização e a apresentação de fatores que proporcionaram a sua realização. A flexibilização deve ser um meio utilizado apenas quando existir interesses convergentes entre empregador e empregado, impedido a prática abusiva do empregador na busca pelo lucro. A metodologia utilizada foi feita através de levantamentos bibliográficos e doutrinário, elencando o contexto histórico. Assim, a flexibilização em determinados casos é aceitável na sustentação da economia da empresa, vedando a obtenção de lucros as custas do empregado, devendo respeitar sempre os direitos sociais previsto na Constituição Federal. Para tanto, o princípio da proteção ao trabalhador deve ser o ponto chave para que haja a realização da flexibilização das normas trabalhistas.
Palavras-Chave: Direito Constitucional. Direito do trabalho. CLT. Flexibilização das normas trabalhista. Direitos sociais Constitucionais.
SUMÁRIO
Introdução.......................................................................................................05
Referencial teórico..........................................................................................06.
A evolução dos Direitos Trabalhistas...................................................06
 A ideia de flexibilização dos direitos trabalhistas frente as questões neoliberais............................................................................................09
A relação de flexibilização x Desregulamentação................................11
Correntes acerca da flexibilização dos direitos trabalhista...................12
A flexibilização no Brasil.......................................................................12
Limites Constitucionais à flexibilização.................................................13
Conclusão........................................................................................................14
Referencial Bibliográfico..................................................................................14
Introdução
O presente artigo visa um assunto de grande discussão entre militantes do direito, empregadores, sindicatos e trabalhadores, pois o trabalho é de grande relevância social, na qual o capitalismo mercantil abraça questões que tende a modificar as regras do direito trabalhista.
	Neste sentido, o objetivo geral do presente artigo é tentar compreender, se é possível criar situações em que o trabalhador possa abra mão de seus direitos assegurados pela legislação e apresentar o risco social que existe nestas flexibilizações.
	Entretanto, discute-se casos em que a própria Constituição Federal autoriza as negociações coletivas, dividindo então, opiniões doutrinárias que tange situações que possa flexibilizar as normas trabalhistas em casos expresso em lei, ou se, em autonomia coletiva, pode-se elencar direitos não autorizados
O presente tema é de suma relevância social, pois apresenta questões de interesse para a sociedade, buscando a discussão de problemas do cotidiano além da necessidade de mudanças no direito do trabalho, desde que não cause prejuízo ao trabalhador.
Ademais, o estudo será útil para entender a respeito do tema, com o objetivo de levantar questões e críticas para uma busca de possíveis soluções ao problema apresentado.
Neste sentido, será apresentado um breve estudo sobre a história e a atualidade do direito do trabalho, além de uma breve apreciação sobre o fenômeno da flexibilização, estudando seu papel nas relações de trabalho.
Dessa forma, serão estudadas várias opiniões a respeito do tema, buscando saber a respeito das negociações coletivas, ou este rol poderá ser ampliado, sendo estudado, ainda, os limites da flexibilidade, pois se tratando de direitos fundamentais, esta autorização não traduz que o direito poderá ser simplesmente descartado pela vontade das partes, devendo respeitar o princípio que garante a dignidade ao trabalhador.
2. REFERÊNCIAL TEÓRICO
2.1) A evolução dos direitos trabalhistas
	Anteriormente a revolução industrial, sabe-se que toda produção era feita de forma manual, gradativa, em pequenas quantidades, com ferramentas rudimentares.
	Com a descoberta de Thomas Newcomen em 1712, o que era produzido de forma lenta, passou a ser produzido de forma ágil e em grande escala com o emprego da máquina à vapor. (CUNHA 2004). Camino acrescenta que a chegada do maquinário em 1812, apregoada por James Watt em 1848, gerou uma expansão industrial na qual modificou com grande relevância a Economia e as relações sociais, em especial o trabalho.
	Tal descoberta da máquina a vapor, teve um atributo especial de não só acelerar a produção, mas também aumentar a produção dos produtos, gerando o fenômeno chamado excedente de produção.
	Com o excedente de produção, a comercialização dos produtos aumentou de forma drástica, que consequentemente aumentou os lucros das indústrias que criou a possibilidade de investir em novas indústrias.
	De forma expansiva, os centros industriais foram se formando aumentando a concentração de operários, sendo muito deles agricultores que largaram suas propriedades buscando um emprego nas fábricas, com intuito de possuir uma qualidade de vida melhor da que possuíam, com base nas facilidades que a vida na cidade ofertava.
	Com a expansão civil, as fábricas não conseguiram consumir a enorme demanda que vieram em busca de emprego. A oferta de trabalho era menor do que a procura, dessa forma, começou a se estabilizar nas periferias de forma precária e desorganizada os desempregados.
	Em contra partida, os donos das fábricas aumentavam seus rendimentos como nunca visto antes, uma vez que possuía mão de obra barata, contratando como “leilão”, ou seja, o contratava o indivíduo que aceitasse trabalhar pelo menor salário.
Cunha menciona a respeito de tal situação:
“A utilização da máquina em escala industrial estimulou o progresso econômico, mas abriu um fosse de desigualdades sociais. Liberto do sistema feudal, viu-se o trabalhador no redemunho da Primeira Revolução Industrial, lançado no jogo do livre mercado, passando a prestar serviços para uma burguesia que fixa regras de expliração do trabalho e a lei da oferta e da procura acaba por se impor como um princípio regulador dessa exploração”[1: CUNHA, Carlos Roberto. Flexibilização de direitos trabalhistas à luz da Constituição Federal. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Ed., 2004. Pag. 30.]
	CUNHA 2004, ressalta uma passagem de Antônio Cesarino Junior, salientando que entre os patrões industriais criaram uma mentalidade de competição meramente mercantil, onde a existência de uma busca implacável dos lucros prega salários vis, jornadas de trabalhos extremamente extensivas, trabalho absurdamente perigosos e insalubres e crianças de 6 a 10 anos em jornadas prolongadas sendo a mulher em idênticas condições, isto sem o mínimo de proteção legislativa.
	A opção pelo trabalho infantil e feminino nas indústrias era mais rentável aos patrões, pois viam a possibilidade de reduzir os salários para 1/3 e 1/6 do que seria pago ao homem adulto, sendo que muitas vezes recebia apenas alojamento e alimentação. (ARRUDA, 1994). 
	A insatisfação social pairava em decorrência de tal situação degradante que vivia o trabalhador. Diante de talsituação, movimentos de rebeldia e violência desencadearam a fim de pressionar o Estado a se pronunciar a respeito da mazela em que vivia o trabalhador.
	No entanto, o Estado permanecia de forma pacifica, aos olhos do liberalismo, na qual seu papel deveria focar apenas na manutenção da ordem pública, podendo os cidadãos, se respeitado esta premissa, estabelecer em pé de igualdade, condições contratuais que bem lhes aprouver.
	Neste diapasão, os empresários industriais não possuíam nenhum arrependimento em obrigar o trabalhador a laborar em condições degradantes, visto que possuíam legitimação no âmbito político e jurídico para agir dessa forma.
	Com base na filosofia liberal, reza o dito popular: “o combinado não sai caro”, ou seja, o que era pactuado entre o empregador e empregado era justo, razão pela qual não podia o empregado discordar de tais situações na qual era submetido perante o Estado, pois tal contrato se deu de forma livre e igualitária.
	GOLDSHIMIDT 2008, ressalta o entendimento de Hespanha a respeito do tema:
“O direito burguês estava a criar a forma mais eficaz de ocultar o facto de que, na realidade, os indivíduos concretos não eram iguais, mas antes inevitavelmente hierarquizados pelas respectivas condições econômicas e políticas. Mas esta função ideológica de ocultamento era completada pela ficção jurídica da liberdade, nomeadamente, da liberdade negocial. Também aqui, o direito construía uma realidade imaginária – a de indivíduos senhores das suas vontades, negociando paritariamente - , totalmente contraditória com a realidade efectiva, que era antes a de indivíduos condicionados pelos constrangimentos econômicos – sociais do capitalismo oitocentista, em que o patrão, economicamente forte e dispondo de uma grande capacidade de escolha entre uma grande oferta de trabalho, se confronta com um assalariado economicamente débil e com escassas possibilidades de encontrar quem o admita.”[2: HESPANHA, António Manuel. Cultura jurídica européia: síntese de um milênio. 3. ed. Portugal: EuropaAmérica, 2003, p. 317.]
	Com os movimentos dos trabalhadores que pregava ideais revolucionários contra a tirania do sistema econômico, este se viu desmoronando paulatinamente. Tais movimentos eram movidos pelo sentimento de solidariedade próprio dos oprimidos, na qual exigiam melhores condições de trabalho e salários mais adequados. Várias foram as formas de luta e de reivindicações da classe trabalhadora sendo a morte de donos de fábricas, depredação das máquinas industriais, greves generalizadas, indústrias fechadas, etc.
Neste sentido, o Estado se viu pressionado não encontrando outro modo a não ser sair da “zona de conforto” para tratar de tais questões com mais liberalidade, em prol de sua subsistência.
	A partir daí, o intervencionismo estatal nas relações de trabalho instalou-se com maior eficácia, pela decorrência dos acontecimentos, na qual sofria influência das críticas de Karl Marx e Engels que visava melhorias na classe operária, além da Rerum Novarum, encíclica do Papa Leão XIII, na qual condenava a exploração do trabalho, a miséria e os baixos salários, em censura a inércia do Estado.
	De forma acanhada, o Estado editou leis de proteção ao trabalhador, inicialmente reduzindo a jornada de trabalho e posteriormente estabelecendo questões referente ao salário mínimo. Tais leis, foram de suma importância, pois originou-se o direito do trabalho, que gerou um sentimento protetivo.
	O Estado passou a intensificar na questão trabalhista após a primeira guerra mundial. Pelo Tratado de Versailles, em 1919, onde foi instituído a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que consagrou princípios universais tais eles, a limitação da jornada de trabalho, a fixação de um salário digno, e a declaração que deixa o trabalho ser meramente um artigo mercantil ou de comércio.
	O pioneirismo a respeito do constitucionalismo social se deu em 1917 com a Constituição Mexicana, tema reconhecido pelo renomado estudioso como Karl Loewstein em seu livro “teoria de la Constituición” e em 1919 pela constituição Alemã (Constituição de Weimar), na qual trouxe várias questões trabalhistas, deixando seu registro mundial como a base das novas democracias sociais. (CUNHA 2004).[3: LOEWENSTEIN. Karl. Teoria de la constituición. Trad. Alfredo Gallego Anabitare. 2. Ed. Barcelona: Ariel. 1970.p.401]
2.2) A ideia de flexibilização dos direitos trabalhistas frente as questões neoliberais 
	A priori, importante compreender algumas questões acerca da globalização, visto que este tema amplia os caminhos para o entendimento da flexibilização dos direitos trabalhista.
	O mundo presenciou no século XX, vários fatos de extrema relevância para contribuição da globalização na qual ensejou uma aproximação das fronteiras, tais como econômicas, políticas, sociais e culturais. Por exemplo, temos o fim da guerra fria, a criação de blocos econômicos, tais como o Euro, Mercosul, a intensificação dos meios de comunicação, etc.
	A soberania estatal perde espaço para a ideia de aldeia global, cujo inexiste fronteiras territoriais. Tal fato é produto do neoliberalismo que prega a livre circulação de capitais. No entanto, este fato gera questão divergente, se por um lado traz excelentes avanços tecnológicos e científicos de outro exagera nas diferenças econômicas e sociais.
	Nas questões econômicas, GOLDSCHIMIDT salienta que os blocos econômicos criam empresas transnacionais, conhecida como multinacionais, que expande sua produção, o comércio e os rendimentos internacionais. Continua ainda que tais empresas não possuem mais nacionalidade, pelo fato de transpassarem os limites territoriais dos estados.
	Neste sentido, os Estados criam uma relação uns com os outros, sendo alguns pouco independentes e grande parte dos países dependentes por necessitar de valores para investimento interno.
	Dessa forma, sem limites territoriais, as empresas possuem plenas condições de instalar suas multinacionais buscando mão de obra barata a fim de elevar suas produções e consequentemente elevar seus lucros, voltando a era passada, mas de uma forma “maquiada”. Cunha menciona Nei Frederico Cano Martins que trata de forma clara tal afirmação: “O ajustamento do Direito do Trabalho às atuais realidades da sociedade capitalista.”[4: MARTINS, Nei Frederico Cano. Os atuais instrumentos da flexibilidade do Direito do Trabalho. Revista da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, v. 1, p. 211, 1997.]
	Ainda, Carlos Roberto Cunha apresenta uma crítica de Valentim Carrion relatando que a flexibilização é uma parasita impregnada que atrapalha a estrutura do Direito do Trabalho, pois resume os interesses empresariais, no que tange a modificação dos laços existentes entre as fontes do direito do trabalho com a finalidade de atender os fins econômicos. [5: CARRION, Valentim. A obsolência do direito do trabalho, como indagação e a flexibilização. Revista Synthesis, v. 11/90 p. 39, São Paulo: Revista dos Tribunais, 1990.]
	A respeito do tema, Orlando Teixeira da Costa apresenta um exímio conceito de flexibilização. Veja-se:
“A flexibilidade laboral é o instrumento ideológico neoliberal e pragmático de que se vêm servindo os países de economia de mercado, para que as empresas possam contar com mecanismos jurídicos capazes de compatibilizar seus interesses e os dos seus trabalhadores, tendo em vista a conjuntura econômica mundial, caracterizada pelas rápidas e contínuas flutuações do sistema econômico, pelo aparecimento de novas tecnologias e outros fatores que exigem ajustes rápidos inadiáveis.”[6: COSTA, Orlando Teixeira da. Direito alternativo ou flexibilização. Revista LTr, v. 56, nº 7, p.56-57/779-780, São Paulo: LTr, 1992.]
	Neste diapasão, entende-se que flexibilização “é o movimento impulsionado pela ideologia neoliberal, que pretende suprir ou relativizar as normas jurídicas que garantem a proteção do empregado na relação contratual com o seu empregador, com vistas a “baratear” a mão de obra e o “custo” da produção, viabilizando pretensamentea competitividade das empresas no mercado globalizado” (GOLDSHIMIDT, 2008).
	2.3) A relação de flexibilização x Desregulamentação
	É importante traçar um comparativo a respeito desses dois institutos, não deixando cair na ideia de semelhança.
	Quanto a desregulamentação, Cassar (2009, p. 33) pressupõe a ideia do Estado Mínimo, ou seja, a ausência do Estado, retirando os direitos impostos pela lei, bem como a proteção legislativa, permitindo a livre manifestação de vontade entre as partes a fim de negociar de forma coletiva ou individual a relação trabalhista.
	Em relação a flexibilização, Cassar apresenta que, há uma intervenção do estado para proteger os direitos trabalhistas garantindo pelo menos os direitos básicos.
	A questão da desregulamentação, traz os princípios do liberalismo, tal qual admite a livre contratualidade, tendo o Estado como mero espectador.
	Quanto ao tema, diversos são os posicionamentos. Alguns entendem que a flexibilização trata-se de uma subdivisão da desregulamentação, outros acreditam que os temas não se confundem, visto que a desregulamentação defende a inexistência de normas de proteção. No entanto, de forma majoritária a doutrina defende a flexibilização e não a desregulamentação.
2.4) Correntes acerca da flexibilização dos direitos trabalhista
Para Amauri Mascaro Nascimento (2007), existe três ideias de flexibilização das leis trabalhista, sendo a ideia flexibilista, antiflexibilista e semiflexibilista, na qual tratar-se-á a respeito de cada uma.
A corrente flexibilista, inicialmente deve-se garantir os direitos trabalhistas já conquistados. Posteriormente vem a aplicação dos direitos trabalhista em face as suas garantias. Por derradeiro, ocorre a adequação dos direitos condizentes com a realidade dos fatos, tratado por meio de convenções coletivas, que visa melhoras nas condições de trabalho ou questões in pejus. (CREPALDI 2003).
A antiflexibilista possui o intuito de diminuir os direitos trabalhistas já garantidos de forma histórica, piorando suas situações, sem qualquer aperfeiçoamento ou fortalecimento das relações de trabalho.
Por último, os defensores da teoria semiflexibilista, a flexibilização deveria iniciar de forma coletiva evitando risco nas negociações. Dessa forma, seria feito de forma coletiva por meio de convenções ou acordos coletivos. 
2.5) A flexibilização no Brasil
	O “start” da flexibilização no brasil se deu através da CF/88 nos arts. 7º, VI, XIII e XIX, e 8º. Neste sentido, houve a permissão para tratar do assunto, mediante o amparo dos sindicatos (CREPALDI, 2003)
	Um exemplo clássico a respeito de flexibilização refere-se a lei 4.923/1965 que tutela a possibilidade da redução da jornada de trabalho, quanto os salários, podendo ser reduzido até o limite de 25%, mediante acordo sindical, e ainda a Lei 5.107/66, que põe fim a estabilidade decenal, dando liberdade ao empregador dispensar seus funcionários regidos pelo programa do FGTS (CREPALDI, 2003).
	Tal questão é um tanto quanto delicado, pois há defensores que acreditam ser benéficos por promover maiores postos de trabalho, diminuindo o nível de desemprego, em contra partida, os contras a flexibilização entendem que haverá precarização nas relações de trabalho beneficiando apenas as empresas por possuírem mão de obra barata, explorando a força de trabalho dos trabalhadores.
	Ferreira (2009) acredita que a tendência no Brasil é ampliar cada vez mais a flexibilização, mediante as leis voltadas para este fim.
	2.6) Limites Constitucionais à flexibilização 
	Para tratar a respeito do tema, duas vertentes devem ser entendidas. A flexibilização quanto à admissibilidade e quanto a proibição. A respeito da admissibilidade, trata-se de utilização por questões atípicas, como questões relacionadas as crises que reduz a carga horária, bem como a redução salarial para garantir o mínimo ao trabalhador, sendo tudo realizado por meio de convenção coletiva.
	Quanto a inadmissibilidade, é estabelecido apenas para reduzir os direitos trabalhista, impossibilitado pela própria lei que veda a flexibilização e a exceção que permite, desde que haja o expresso acordo ou convenção coletiva.
	Na questão Constitucional, os direitos sociais previstos no art. 7º possui o intuito de elevar a melhoria da condição de vida dos trabalhadores, tratando o caso como de ordem pública sendo inviolável pela vontade das partes na relação do trabalho.
	Crepaldi salienta que “a Constituição Federal de 1988, sob a ótica trabalhista, foi um tanto quanto detalhista e flexível, permitindo o processamento da flexibilidade quanto a alguns aspectos laborais, sob a tutela sindical” segundo artigo 7º VI, XIII, e XIV.
	Outro ponto relevante estabelecido na Constituição Federal em seu artigo 8º a respeito da limitação da flexibilidade das leis do trabalho, é a presença do sindicato nas negociações coletivas. A participação é obrigatória do sindicato da categoria, visto que os acordos participam apenas o sindicato da categoria profissional que busca o interesse relevante para a determinada classe.
	Desta forma, a doutrina ressalta que a dignidade da pessoa humana é o bem mais relevante a ser tutelado, não sendo possível flexibilizar normas de higiene e segurança do trabalho, pois é de suma importância a saúde e bem estar do trabalhador.
Conclusão
O Direito do Trabalho foi modificando pouco a pouco no decorrer da história evoluindo e visando o bem estar social do trabalhador, visto as condições precárias que consistia em seu ambiente.
A função essencial do Direito do Trabalho é regular as relações entre empregado e empregadores, para que haja uma igualdade jurídica entre as partes.
Com a globalização e o neoliberalismo, a evolução tecnológica substituiu em partes a mão de obra humana, gerando um aumento nos índices de desemprego, e a forma encontrada para amenizar tal situação foi flexibilizar as normas trabalhistas.
Contudo a flexibilização é um meio de promover os direitos mínimos básicos do trabalhador, não gerando mais empregos, nem combatendo a informalidade.
Neste sentido, o motivo para flexibilizar as normas trabalhista é para manter as condições mínimas garantidas ao trabalhador, em determinados casos. Entretanto, deve-se aplicar de forma criteriosa, a fim de não causar qualquer prejuízo para o empregado.
Desta forma a flexibilização é aceitável quando se trata de questões que envolve situações econômicas de empresas, por exemplo em caso de crise, que por meio de convenções ou acordos coletivos, promovem a flexibilização, por exemplo de jornada de trabalho e redução salarial em prol de interesses da classe.
Assim, a flexibilização será possível se observado dois vieses: o respeito à dignidade do trabalhador, sendo tratado como um princípio fundamental social, que utiliza de seu emprego para promover sua subsistência e em caso de extrema necessidade econômica indispensável à sobrevivência da empresa.
Bibliografia:
ARRUDA, José Jobson de Andrade. A Revolução Industrial. 3. Ed. São Paulo: Editora Ática S/A, 1994.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988.
BRASIL. LEI 4923/1965. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivel_03/Leis/L4923.htm>.acesso em 13 abr 2015.
CAMINO, Carmem. Direito individual do trabalho. 2. ed. Porto Alegre: Síntese, 1999.
CARRION, Valentim. A obsolência do direito do trabalho, como indagação e a flexibilização. Revista Synthesis, v. 11/90 p. 39, São Paulo: Revista dos Tribunais, 1990.
CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 2. Ed. São Paulo: Impetus. 2008
COSTA, Orlando Teixeira da. Direito alternativo ou flexibilização. Revista LTr, v. 56, nº 7, p.56-57/779-780, São Paulo: LTr, 1992.
CREPALDI, Joaquim Donizeti. O princípio de proteção e a flexibilização das normas do direito do trabalho. São Paulo: LTr, 2004
CUNHA, Carlos Roberto. Flexibilização de direitos trabalhistas à luz da Constituição Federal. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Ed., 2004.
FERREIRA, Rubens do Nascimento. Flexibilizaçãoda Jornada do Trabalho: banco de horas. 2009, disponível em <http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=1838> . Acesso em 13 abr 2015.
GOLDSCHIMIDT, Rodrigo. Flexibilização dos direitos trabalhistas: Ações Afirmativas da Dignidade da Pessoa Humana como forma de Resistencia. – Florianópolis: UFSC, 2008.
HESPANHA, António Manuel. Cultura jurídica europeia: síntese de um milênio. 3. ed. Portugal: Europa América, 2003, p. 317.
LOEWENSTEIN. Karl. Teoria de la constituición. Trad. Alfredo Gallego Anabitare. 2. Ed. Barcelona: Ariel. 1970.p.401.
MARTINS, Nei Frederico Cano. Os atuais instrumentos da flexibilidade do Direito do Trabalho. Revista da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, v. 1, p. 211, 1997.
MATTOSO, Jorge. Crise e Trabalho no Brasil. 2ª edição. São Paulo: Scritta, 1996. P. 29
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito de trabalho. 22.ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2007.

Outros materiais