Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL SI/UEMS - 2013 Acadêmico: Fábio Goulart de Matos RGM: 017707 Acadêmico: Cassiano Rogério da Silva RGM: 23876 GQS – Gerência e Qualidade de Software Tema – Técnicas de Gerenciamento de Equipes Introdução Inovação é a regra do jogo. Os profissionais da era da informação são ambiciosos empreendedores, conhecem o âmbito gerencial e organizacional das empresas. Para gerenciar esses profissionais as empresas precisão inovar. Modelos atrativos de gerenciamento, organizacional e pessoal, são essenciais para esse novo mercado de profissionais. A Gestão eficiente de TI Atualmente, administrar uma organização de TI exige a adoção de vários padrões (CobiT, ITIL, CMM, PMI, etc), o que causa uma certa confusão entre alguns gestores. São essenciais aos CIO’s (Chief Information Officer) ter plenos domínios da organização, e para simplificar a gestão da TI, devem focar em quadro dimensões: Pessoas, Projetos, Processos e Métricas. Para que uma organização consiga desenvolver e operar novas tecnologias são necessários especialistas, um contínuo aperfeiçoamento da equipe e um controle absoluto dos processos. Uma gestão competente é importante para garantir que os investimentos atinjam o ROI (Retorno Sobre Investimento) prometido, a confiabilidade e disponibilidade das informações. Organizações internacionais criaram vários padrões de gestão de TI, que fomentam a governança de TI. A partir do modelo de governança corporativa – COSO – desenvolveu-se um conjunto de padrões que ajudam as organizações de TI a desenhar modelos de gestão. Os principais modelos de gestão de TI são: CobiT, ITIL, CMM e o PMI para controle de projetos (Fagundes, 2009). Esses padrões devem ser adotados pelas organizações de TI em maior ou menor escala, dependendo da complexidade do negócio. Quanto mais complexo o negócio mais formal devem ser a implantação dos processos e seu controle. A adoção de padrões requer um controle efetivo que avalie continuamente o desempenho das práticas e das pessoas, garantindo a eficiência da organização. Um método UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL SI/UEMS - 2013 de acompanhamento das metas pré-definidas pela organização é o Balance Scorecard 1 . Esse processo permite criar sinergia entre as pessoas, assegurar que a estratégia seja implantada e avaliar o desempenho da organização. Para que haja uma gestão eficiente de TI, o CIO precisa focar em quatro dimensões: Pessoas (CobiT), Projetos (PMI), Processos (ITIL) e Métricas (CMM). Cada dimensão já possui um conjunto de práticas e técnicas para assegurar a eficiência da gestão. A dimensão mais importante no processo é a que envolve as pessoas. Nessa dimensão é onde se investe mais tempo, procurando alinhar cada membro da equipe aos objetivos da organização e no aperfeiçoamento das habilidades técnicas e de comportamento. Além, de administrar os conflitos internos. Equipes flexíveis e Competitivas Criar equipes flexíveis e de alta competitividade é um desafio para as organizações, pois não basta contratar pessoas qualificadas e desenvolver os melhores profissionais da empresa, construir uma equipe onde as habilidades individuais criem a sustentabilidade da organização e que seja capaz de aprender continuamente e enfrentar crises inesperadas, não é fácil. Grandes empresas possuem uma cultura que promove flexibilidade e criam “empowerment” 2(autonomia de decisão e responsabilidades) nas pessoas e equipes para que os objetivos empresariais sejam atingidos. A Toyota é um caso exemplar não apenas de flexibilidade, mas do poder do Kaizen 3 (Mudança), uma eficiente prática de melhoria continua (Fagundes, 2009). Equipes flexíveis seguem os seguintes princípios: Objetivos empresariais alinhados de forma clara e mensurável; Todos os empregados são envolvidos nas decisões de prioridade; 1 Balanced Scorecard: é uma técnica que visa a integração e balanceamento de todos os principais indicadores de desempenho existentes em uma empresa, desde os financeiros/administrativos até os relativos aos processos internos, estabelecendo objetivos da qualidade (indicadores) para funções e níveis relevantes dentro da organização, ou seja, desdobramento dos indicadores corporativos em setores, com metas claramente definidas. 2 Empowerment é um conceito de Administração de Empresas que significa "descentralização de poderes", ou seja, sugere uma maior participação dos trabalhadores nas atividades da empresa dando-lhes maior autonomia de decisão e responsabilidades. 3 Kaizen significa mudança para melhor, e é uma palavra de origem japonesa e tem o significado de melhoria contínua na vida em geral, seja ela pessoal, familiar, social e no trabalho. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL SI/UEMS - 2013 Defina como as pessoas trabalharão uns com os outros; Promova a ideia da importância das pessoas no trabalho; Reconheça os riscos assumidos para atingir uma melhoria; Impulsione o desempenho através do aprendizado. Para que esses princípios possam ser implantados é necessária uma forte liderança, assim os lideres devem: Compartilhar e educar os empregados dos objetivos empresariais; Desenvolver uma estrutura organizacional orientada a resultados e não orientada a controles; Liderar e convidar a todos a criar lideranças em todos os níveis da organização; Encorajar o envolvimento de todos no processo; Assegurar que o processo é sustentado por tempo, recursos financeiros e pessoas; Ter pessoas prontas e dispostas a assumir desafios. Se não tiver assuma isso como seu primeiro desafio. O sucesso organizacional é caracterizado por flexibilidade cultural, espírito de melhoria continua e autonomia (empowerment). Recursos Humanos Empresas tradicionais estão enfrentando problemas para capturar novos talentos, aumentando assim a competitividade entre as empresas da velha e nova economia. A única opção para as empresas da velha economia é a transformação para um modelo de negócio ágil e competitivo dentro dos novos padrões de mercado (Fagundes, 2009). As empresas precisam entender as novas perspectivas dos jovens talentos e implantar um modelo de gestão que os façam estar sempre próximos das empresas. Os mais importantes anseios dos jovens talentos: Estarem envolvidos em constantes desafios profissionais; Rápido crescimento profissional, trabalhando duro no início da carreira para ter condições financeiras de fazer o que gosta ainda na juventude. Ter autonomia para tomadas de decisão; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL SI/UEMS - 2013 Ser bem remunerado por sua contribuição direta à empresa; Desenvolver o aprendizado de duas ou mais línguas; Possuir um alto nível de empregabilidade; Ter coaching4 para o desenvolvimento da carreira profissional; Criar um ambiente que propicie essas condições para a atuação do talento é o real desafio do gestor de recursos humanos, assim ele pode tentar atender os anseios desses profissionais, canalizando essa energia para o crescimento e competitividade da empresa. Gestão de Conflitos A experiência mostra que o fracasso em muitos projetos deve-se a fatores comportamentais das equipes do projeto e dos conflitos com os stakeholders 5 , os principais interessados com os resultados dos projetos. O gerenciamento do relacionamento é fundamental para manter o projeto dentro de um escopo que venha a satisfazer as expectativas do patrocinador. Além disso, potencializa o relacionamento entre os membros da equipe,traz motivação, cria uma espiral positiva nos relacionamentos interpessoais e aumento de produtividade. O gerente de projeto neste contexto deve possuir habilidade de comunicação e negociação, inteligência emocional, capacidade de resolver conflitos e desenvolver equipes. No relacionamento com os stakeholders, o gerente de projeto deve elaborar um plano que deve conter os seguintes elementos: identificação dos interessados no projeto; assegurar que o escopo do projeto seja entendido pelos stakeholders e pela equipe do projeto, incluindo os pontos que estão fora do escopo; manter uma documentação de fácil entendimento e que reflita a realidade do projeto, evitando colocar muitos dados e correlações que só especialistas conhecem; definir a matriz de responsabilidades para dimensionar e especializar a equipe de projeto e o suporte das áreas interessadas (Fagundes, 2009). O ponto central no gerenciamento do relacionamento é o conflito, que por definição é a divergência de ideias, objetivos e relacionamento interpessoais negativos. Isso acontece em todos os níveis de um projeto. Pontos de discordância vão desde a escolha de uma metodologia e práticas utilizadas no processo até atritos por falta de empatia entre pessoas. Os conflitos pessoais, talvez os mais desgastantes, podem ser causados por diferentes expectativas e objetivos pessoais no projeto. A melhor forma de controlar esses conflitos é 4 Coaching: (treinador) tem o objetivo de encorajar e motivar o seu cliente a atingir um objetivo, ensinando novas técnicas que facilitem seu aprendizado. 5 Stakeholder: público estratégico, interessados, interveniente. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL SI/UEMS - 2013 adotar uma metodologia com técnicas adequadas para resolvê-los, procurando sempre focar nos processos do que nas pessoas. A atuação do gerente de projeto para o gerenciamento de conflitos deve combinar a habilidade técnica, capacidade de comunicação e técnicas de mitigação de conflitos. Esses elementos combinados devem identificar soluções para os conflitos. A missão de um gerente de projeto é complexa e requer o desenvolvimento de várias habilidades comportamentais, buscando o equilíbrio entre o conhecimento técnico e a gestão de pessoas (Fagundes, 2009). A Metodologia 5S A metodologia 5s é utilizada para melhorar a produtividade das pessoas e organizações. Tem foco na redução do tempo de acesso as coisas necessárias para o trabalho, na redução de despesas com materiais e equipamentos, na melhoria de qualidade de produtos e serviços e na satisfação das pessoas com o trabalho. O 5S pode ser aplicado em qualquer ambiente de trabalho, nos setores de serviços, manufatura e primário (Fagundes, 2009). Os 5S são: Seiri: Senso de Utilização; Seiton: Senso de ordenação; Seiso: Senso de limpeza; Seiketsu: Senso de saúde ou de limpeza organizada; Shitsuke: Senso de autodisciplina. As organizações de TI estão envolvidas em processos de melhoria da eficiência de gestão através a partir de frameworks de mercados como o CobiT, ITIL, PMI, CMMI, ISO 2000, e outros. O objetivo é o compliance com a governança corporativa, principalmente em empresas que pretendem fazer IPO (oferta pública de ações) e empresas que já operam no mercado de ações e possuem baixa maturidade organizacional em TI. A adoção de forma UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL SI/UEMS - 2013 orquestrada desses padrões de mercado acelera o deslocamento da organização de TI para níveis de maturidade mais elevados. Cada organização de TI deve desenvolver seu projeto de governança. A fase inicial do projeto é “limpar a casa” e iniciar um programa de mudança cultural e comportamental da equipe. A partir da fase inicial do projeto o 5S pode ser aplicado como princípio na definição de processos das próximas fases. Os cinco propósitos da metodologia: Seiri. Senso de Utilização. Refere-se à prática de avaliar se todos os recursos estão disponíveis para a execução das atividades do executante. Verificar se todos os softwares necessários estão instalados corretamente; se o hardware tem desempenho suficiente, para extrair o máximo de produtividade de uso; se os níveis de acesso são compatíveis com a função do executante; se as informações estão disponíveis no momento que são necessárias para desenvolver uma atividade; se a documentação está atualizada para a execução da atividade; etc. Isso requer processos e descrição de cargos bem definidos e documentados. Seiton: Senso de Ordenação. Enfoca a necessidade de um ambiente bem organizado. Um bom layout ajuda no fluxo de informações e decisões. Em ambientes de desenvolvimento e controle é importante baixo nível de ruído e aspectos que possam tirar a concentração dos analistas. Interrupções tiram a produtividade das pessoas. Seiso: Senso de Limpeza. Refere-se à necessidade de manter o mais limpo possível o espaço/ambiente de trabalho. Tanto no aspecto físico como no aspecto lógico. Por exemplo, devemos eliminar códigos desnecessários nos programas. Isso reduz o número de linhas de código, facilita a manutenção e elimina riscos de uso mal intencionado. Seiketsu: Senso de Saúde ou de limpeza organizada. Enfoca a padronização das práticas de trabalho. A regularidade e a institucionalização da manutenção das coisas limpas e organizadas como parte de “gerência visual” é um meio eficaz na busca da melhoria continua. O sucesso de implantação de qualquer metodologia está associado a sua incorporação nas práticas das pessoas no seu dia-a-dia. Na área de TI temos várias oportunidades. Evitar papéis em cima da mesa mitiga o risco de alguém mal intencionado use informações reservadas para fraudar os sistemas. Em implantações de CobiT, ITIL, PMI e outros frameworks de gestão de TI o senso de organização é UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL SI/UEMS - 2013 fundamental para o sucesso. Lembrando que a implantação de um modelo de governança de TI é um projeto de transformação cultural e de comportamento. Esse senso pode ser associado também à saúde pessoal e ao relacionamento de equipes. Uma vida organizada reduz o stress e o trabalho em ambientes onde as pessoas têm os mesmos objetivos o senso de equipe é potencializado (Fagundes, 2009). Shitsuke: Senso de Autodisciplina. Refere-se à manutenção e revisão dos padrões estabelecidos nos 4s anteriores. Essa prática transforma a maneira de trabalhar, evitando o retorno às práticas antigas. Os frameworks de gestão como CobiT, ITIL, CMMI e PMI incorporam essa prática. No CobiT na dimensão “Controlar” foi introduzido práticas de melhoria contínua. O nível 5 CMMI requer práticas de melhoria contínua incorporadas às atividades das pessoas. No PMI, as sessões de “lições aprendidas” enfocam a melhoria contínua. A padronização das práticas e a institucionalização do 5S e de frameworks de gestão torna mais fácil para todos na organização, incluindo os recém-chegados, continuar melhorando e se expandindo. A implantação de qualquer programa de melhoria contínua requer uma liderança forte e inspiradora. O sucesso de programas de 5S e de outros frameworks de TI está diretamente ligado a capacidade de liderança dos gestores. Disciplina, Coaching, reconhecimento e punição estão associados ao sucesso do projeto. O 5S está incorporado ao Kaizen, uma filosofia de transformação para o bem. Os elementos do kaizen são: qualidade, esforço, disposição para mudar e comunicações. O kaizen ressoa bem com a velocidade da mudança em níveis operacionais na organização. A simplicidade torna a implementaçãofácil, embora algumas vezes seja prejudicada pelos aspectos culturais que não sejam receptivas a autodisciplina. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL SI/UEMS - 2013 A metodologia 5S é útil como apoio para a transformação cultural das organizações que buscam melhoria contínua. A metodologia está alinhada com os principais frameworks de gestão de TI e seu uso combinado com as metodologias de implantação ajuda no sucesso do projeto e sua continuidade (Fagundes, 2009). Conclusão Sem o dogma da mudança, profissionais cada vez mais jovens, senso empreendedor e vontade de crescer, esse é o novo perfil dos profissionais de TI. São jovens inovadores, criativos e que não se adaptam a modelos conservadores e hierarquizados de rotinas. Esses profissionais usufruem do direito da escolha, pois podem escolher em qual empresa iram atuar. As empresas precisão investir em técnicas de maturidade e controle de processos, para deixar estruturada as suas estratégias de ação, e para serem competitivas necessitam de inovação para atrair profissionais qualificados. Profissionais esses que valorizam o lazer e ascensão profissional acelerada. Modelos federalizados, regras de negócio, elogios e punição a erros, investimento pessoal, e credibilidade é a nova regra, assim as empresas conseguem reter talentos. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL SI/UEMS - 2013 Bibliografia Cesilva. (26 de 2 de 2008). Liderança e Gestão de Equipes. Acesso em 13 de 11 de 2013, disponível em http://www.slideshare.net/cesilva/liderana-gesto-de-equipes-1-passo- como-ser-lder-282450 Damião, M. d. (1 de 2 de 2013). MBA em Gestão de TI. Acesso em 20 de 11 de 2013, disponível em Liderança: www.anhanguera.com Fagundes. (2009). Efagundes.com - Inovação e Tecnologia. Acesso em 13 de 11 de 2013, disponível em A Gestão Eficiente da TI: http://www.efagundes.com/artigos/Gestao_eficiente_de_TI.htm lima, T. (28 de 09 de 2010). Liderança - dicas para gerenciar uma Equipe. Acesso em 19 de 11 de 2013, disponível em Sucesso - O sucesso é ser feliz: http://sucesso.powerminas.com/dicas-para-gerenciar-uma-equipe/ O'Connor, J. M. (2013). Liderança e Gerenciamento de Equipes - A Jornada do líder. Acesso em 13 de 11 de 2013, disponível em Metas & Objetivos: http://www.metas.com.br/lideranca/lideranca-e-gerenciamento-de-equipes
Compartilhar