Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE FÍSICA FÍSICA EXPERIMENTAL II – PROF: Ary de Araújo Rodrigues CIRCUITO RC SÉRIE EM CORRENTE ALTERNADA ACADÊMICOS: Daíse Miranda Ávila RA:94364 Leandro dos Santos RA: 83308 Mayara Aray Cinjiu RA:95199 Victória Naomi Yoshida RA:82986 MARINGÁ setembro de 2017 1 1. Introdução 1.1. Circuito RC Os circuitos RC em série em CA, como podemos observar na figura 1, são utilizados como redes de defasagem quando se necessita obter uma defasagem entre a tensão de entrada e de saída. Figura 1: circuito RC. Essas redes de defasagem são muito empregadas nos equipamentos industriais, como por exemplo, os controles de velocidade para motores. 1.2. Corrente Alternada A corrente alternada pode ser obtida num dispositivo do tipo representado na figura 2. Figura 2: corrente elétrica alternada como função do tempo. Quando uma espira gira com uma frequência angular ω, em um campo magnético, nela surge uma força eletromotriz induzida que varia senoidalmente com o tempo e com a mesma frequência. Este é o princípio utilizado pelas 2 usinas hidroelétricas ao transformar a energia potencial da água em energia cinética de um rotor. O movimento do rotor dá origem a uma corrente alternada. Quando fazemos análises em corrente alternada, o interessante é não pensarmos em carga e descarga do capacitor. Na verdade, devemos pensar que o capacitor causará um adiantamento no sinal da corrente do circuito com relação ao sinal da fonte de alimentação. Em outras palavras, se olharmos esses sinais num osciloscópio, veremos que o sinal da corrente passa pelo zero antes do sinal da tensão. Em circuitos CA que apresenta resistência e reatâncias associativas, a expressão resistência total não é aplicada. A posição total que os circuitos compostos por resistências e reatâncias apresentam a passagem da corrente é denominada impedância. A impedância é a oposição total que o circuito composto por resistências e reatância apresenta o fluxo da corrente elétrica. A reatância capacitiva é expressa por . Observando essa expressão percebemos que Xc é inversamente proporcional à frequência, ou seja, quanto maior f, menor será o Xc. Isso faz com que, ao aumentarmos a frequência, o circuito se torne menos capacitivo. Se o circuito é menos capacitivo a defasagem entre corrente e tensão também será menor. Se por outro lado diminuirmos f, o circuito se tornará mais capacitivo e a defasagem será maior. Quando a reatância do capacitor é igual resistência (Xc =R) e VR=VC tem- se o que chamamos de frequência de corte, onde fc= 12πRC Para frequências muito menores que a frequência de corte, a corrente no circuito tende para zero e a tensão está quase toda aplicada sobre o capacitor. [3] 2. Objetivos Verificar o funcionamento de um circuito RC série, em corrente alternada e estimar o valor da capacitância C. 3. Procedimentos 3.1 Materiais Gerador de ondas eletromagnéticas com frequencímetro, resistência de valor superior ( 2000 Ω ), capacitor da ordem de ( ~ 100 nF ) , osciloscópio, placa de bornes e fios. 3.2 Métodos Montou-se o circuito, utilizando um capacitor de 10,403 nF (C1) e um resistor de 2,197 KΩ (R1), conforme a figura 3. 3 Figura 3: circuito elétrico utilizado neste experimento. Em seguida, alimentamos o circuito com uma forma de onda senoidal. Logo a pós, com o auxílio do osciloscópio, conferiu-se e aferiu-se tal valor; além disso, ele foi programado para medir a tensão pico a pico nos canais 1 e 2, a frequência do canal 2. Utilizando os valores de R e C calculamos o valor da frequência de corte do circuito, sabendo seu valor teórico proximal para chegar o valor experimental iniciando as variações a frequência do sinal proveniente do gerador de funções para uma ampla faixa de cinco pontos abaixo e acima da frequência de corte em intervalos de 1 kHz. Medimos os valores das tensões de pico no resistor e no capacitor para diferentes valores de frequência de excitação do circuito RC. Construímos a tabela 1 contendo os valores da tensão de pico sobre o resistor e sobre o capacitor, assim como os valores das tensões de pico normalizadas pela tensão de pico da fonte no resistor e no capacitor e os valores das respectivas frequências. Acrescentamos à tabela os valores calculados para a reatância capacitiva. 4. Resultados O valor da resistência do resistor medido foi de 2197 Ω, e o valor da capacitância do capacitor medido foi de 10,403 * 10-9 F. Os valores obtidos no experimento estão contidos na tabela 1. Os valores de tensão no resistor e no capacitor foram divididos por dois pois o experimento foi feito de pico a pico. Para calcular a frequência de corte utilizou-se a seguinte equação, fc= 1 2πRC fc= 1 2×3,14×2197×10,403∗10−9 fc=6967Hz ou fc=6,967KHz 4 Tabela 1: Valores obtidos através do experimento f (KHz) V (V) Vr/2 (V) Vc/2 (V) W (rad/s) 1/W (s/rad) (10-5) i (A) Xc (Ω) 2,046 6,9 1,96 5,10 12848,88 7,782 0,00089 5730,34 3,078 6,9 2,80 5,45 19329,84 5,173 0,00127 4291,34 4,025 6,9 3,36 5,80 25277,00 3,956 0,00153 3790,85 5,013 6,9 3,92 6,10 31481,64 3,176 0,00178 3427,00 6,006 6,9 4,70 6,40 37717,68 2,651 0,00214 2990,65 6,967 6,9 5,00 4,80 43752,76 2,285 0,00227 2114,54 8,019 6,9 5,00 4,40 50359,32 1,986 0,00227 1938,32 9,026 6,9 5,20 4,12 56683,28 1,764 0,00237 1738,40 10,135 6,9 5,40 3,84 63647,80 1,571 0,00246 1561,00 11,120 6,9 5,55 3,60 69833,60 1,432 0,00253 1423,00 12,102 6,9 5,65 3,36 76000,56 1,316 0,00257 1307,4 R= 2197 Ω C= 10,403 * 10-9 F Os gráficos desses mesmos valores estão nas figuras 5 a 7. 0 2 4 6 8 10 12 14 0 1 2 3 4 5 6 7 8 V (V) Linear (V (V)) Vr (V) Logarítmica (Vr (V)) Vc (V) Linear (Vc (V)) f (kHz) V (V ) Figura 5: Gráfico de V x f 5 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000 80000 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 W (rad/s) Xc (Ω ) Figura 6: Gráfico de Xc x W 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 f(x) = 70068040,9 x + 647,81 1/W (s/rad) Xc (Ω ) Figura 7: Gráfico de Xc x 1/W Com a tangente obtida pelo gráfico da figura 7 pode-se calcular a capacitância experimental para então calcular o desvio percentual entre a capacitância experimental e a capacitância teórica. 6 Cexp= 1 tanα Cexp= 1 70068040,9 Cexp=1,43∗10−8 F Δ%C=|Cexp−CC |×100 Δ%C= |1,43∗10−8−10,403∗10−9| 10,403∗10−9 ×100 Δ%=37% 5. Discussões No gráfico da figura 5, que possui três curvas, (frequência X potencia), pode-se obter o valor da frequência de corte, que é o valor em que a frequência no capacitor e no resistor é a mesma. Nos valores abaixo da frequência de corte, observa-se que o circuito ele é capacitivo, ou seja a corrente está adiantada em relação ao potencial no capacitor. Portando como observado no gráfico da figura 5, o potencial no capacitor tem um decréscimo linear, enquanto o potencial no resistor tem um aumento linear. Para valores acima da frequência de corte, o circuito torna-se resistivo, ou seja o potencial do sistema está no resistor. O gráfico da figura 6, mostra a variação da frequência angular pela reatância capacitiva, o gráfico mostra que conforme a frequência angular aumenta a reatância capacitiva diminui. Através do gráfico da figura 7 é possível obter a capacitância experimental, e comparou-se com a capacitância teórica, através do desvio padrão entre os valores. Obtivemos um valor de 37% de desvio, provavelmente por causa de erros experimentais e ou incertezas de medidas. 6. ConclusãoOs resultados obtidos conferem com a teoria, que diz que quanto maior for a frequência, menor será o Xc e isso faz com que, ao aumentarmos a frequência, o circuito se torne menos capacitivo. Se o circuito é menos capacitivo a defasagem entre corrente e tensão também será menor. Se por outro lado diminuirmos a frequência, o circuito se tornará mais capacitivo e a defasagem será maior, e também que em frequências muito menores que a 7 frequência de corte, a corrente no circuito tende para zero e a tensão está quase toda aplicada sobre o capacitor. Referencias [1] VAN VALKENBURGH, NOOGER; NEVILLE, INC..Eletricidade Básica. 1a ed.. Rio de Janeiro/RJ, Livraria Freitas Bastos S.A., 1960, v.4 [2] HALLIDAY, D.; RESNICK,R.. Fundamentos de Física – Eletromagnetismo. 3ª ed.. Rio de Janeiro/RJ, Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1994, Vol. 3. [3] WILSON, W.; MATEUS, E.;HIBLER, I.. Projeto de Ensino de Física: Circuitos série sob tensão alternada e ótica. Universidade Estadual de Maringá – DFI, 2011. 8
Compartilhar