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gerson final[420]

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE MACAÉ DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
GÉRSON XXXX, brasileiro, solteiro, médico, portador da carteira de identidade nº XXXX, expedida pelo XXXX, inscrito no CPF/MF sob o nºXXXX, endereço eletrônicoXXXX, residente e domiciliado na Rua XXXX Bairro XXXX, na cidade de Vitória/ES, por seu advogado GILBERTO ALVES NUNES JUNIOR, endereço eletrônico cmdo56@hotmail.com, com endereço profissional na Av. Silvado nº 630 Bairro Partenon, nesta cidade, endereço que indica para os fins do artigo 106 do CPC, vem perante este juízo propor:
AÇÃO PAULIANA
Pelo procedimento COMUM em face de JANAINA, brasileira, menor imputável, portador da carteira de identidade nºXXXX, expedida pelo XXX, inscrita no CPF/MF sob o nºXXXX,endereço eletrônico XXXX@gmail.com, residente e domiciliado na Av. XXXX Bairro XXXX, nesta cidade, pelos fatos e fundamentos que passa a expor. 
I. GRATUIDADE DE JUSTIÇA
O requerente é pobre na acepção jurídica do termo e bem por isto não possui condições de suportar os encargos decorrentes do processo sem prejuízo do seu sustento conforme declaração de hipossuficiência anexa, nos termos da Lei 1060/50 e Lei 13.105/15 art.98.
II. DA OPÇÃO DO AUTOR PELA REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO. 
O autor requer audiência de conciliação. 
III. DOS FATOS 
Ocorre que Gérson é credor de Bernardo na quantia de R$ 80.000,00, conforme nota promissória vencida em 10/10/2016 anexa aos autos. Bernardo utilizando-se de má fé se desfez de seus bens imóveis, doando-os a sua filha Janaína, menor impúrbere representada nestes atos por sua genitora, com cláusula de usufruto vitalício em favor do próprio Bernardo, além da cláusula de incomunicabilidade, conforme Certidão de Ônus Reais.
Os imóveis encontram-se localizados na cidade de Aracruz e outro na cidade de Linhares. Cabe salientar que tal doação fora efetuada dias após o vencimento de tal nota, com intuito único e evidente de esconder seu patrimônio e não saldar suas dívidas. Cumpre salientar ainda que as dívidas de Bernardo ultrapassam a soma de R$ 400.000,00, sendo certo que o imóvel doado para sua filha está alugado para terceiros. 
IV. DOS FUNDAMENTOS
Diante o fato é de diferente entendimento, que o negócio jurídico é anulável, uma vez que o autor encontra amparo jurídico inicialmente no art.171, inc II, do código civil, haja vista o intuito de Bernardo é lesar e fraudar seu credor. O art. 165 do mesmo diploma legal, nos ensina que anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores. 
Não obstante, o art. 167 expressa que é nulo o negócio jurídico simulado, uma vez que aparentam transmitir ou conferir direito a pessoas diversas daquela que às quais realmente se conferem, ou transmitem, o que de fato é notório no caso concreto, visto que na doação consta cláusula de uso fruto vitalício em favor do próprio Bernardo. 
Ao definir o vício da simulação, ilustríssima professora Maria Helena Diniz afirma que:
{...} se trata de uma declaração enganosa da vontade que visa produzir efeito diverso do ostensivamente indicado, iludindo-se terceiro através de uma falsa aparência, que acoberta a verdadeira feição do negócio jurídico {...} Maria Helena Diniz, Curso de direito civil brasileiro: teoria geral do direito civil, 22 ed. rev. e atual., São Paulo: Saraiva, vol. 1, 2005, p. 458.
Diferente não é a jurisprudência do STJ:
“REsp 1620702 / SPRECURSO ESPECIAL2016/0090145-5RECURSO ESPECIAL. CIVIL, EMPRESARIAL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÕES. COMPRA E VENDA. PODER DE CONTROLE. ACORDO DE ACIONISTAS. DIREITO DEPREFERÊNCIA. DESCUMPRIMENTO. SIMULAÇÃO. AQUISIÇÃO POR INTERPOSTAPESSOA. NEGÓCIO JURÍDICO. NULIDADE. 1. Ação ordinária por intermédio da qual se busca a declaração de nulidade da compra e venda de ações efetuadas em possível descumprimento a acordo de acionistas e mediante simulação. 2. O acordo de bloqueio, ainda que entabulado apenas pelos acionistas majoritários, deve ser respeitado por quem se obrigou a não efetuar a compra das ações sem antes conceder o direito de preferência, nada importando se o vendedor tinha ciência da avença em questão. 3. Há simulação, causa de nulidade do negócio jurídico, quando, com o intuito de ludibriar terceiros, o negócio jurídico é celebrado para garantir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem ou transmitem. 4. Hipótese em que, diante da impossibilidade de aquisição das ações diretamente pelo acionista principal, que se comprometera a observar o direito de preferência, o negócio jurídico operou-se por intermédio de seu filho, com dinheiro aportado pelo pai. 5. Tratando-se de sociedade anônima de capital fechado que sempre esteve dividida entre dois núcleos familiares muito bem definidos, é pouco provável que qualquer um dos sócios não soubessem das condições avençadas pelos principais acionistas. 6. O arquivamento do acordo de acionistas na sede da companhia impõe à própria sociedade o dever de observância quanto ao que fora pactuado, inclusive perante terceiros quando averbados nos livros de registro e nos certificados das ações, se emitidos, consoante o disposto no § 1º do art. 118 da Lei nº 6.404/1976. 7. Diante da enorme dificuldade de produção de prova cabal e absoluta da ocorrência de simulação, é facultado ao julgador valer-se das regras de experiência, bem como de indícios existentes no processo para considerar presente o vício que invalida o negócio jurídico. 8. Recurso especial provido. Vistos e relatados estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Terceira Turma, por unanimidade, dar provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Marco Aurélio Bellizze (Presidente), Nancy Andrighi e Paulo de Tarso Sanseverino votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Moura Ribeiro”.
Desta forma, não restou alternativa senão a propositura da presente ação.
V. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, o autor requer a este juízo:
Seja concedida a Justiça Gratuita, nos termos das Leis n.º. 5.584/70 e 1.060/50, com a redação que lhe deu a Lei nº. 7.510/86; 
Com fulcro no art. 319, VII, do NCPC, solicitar a designação de data para realização de audiência de conciliação, conforme fundamentado no item II; 
Determinar a citação do Requerido para integrar a relação processual, inicialmente pelo correio e, sendo esta infrutífera, por oficial de justiça, ou, ainda, por meio eletrônico, tudo nos termos do art. 246, incisos I, II e V, do CPC; 
Que seja julgado procedente o pedido de anulação do negócio jurídico; 
Condenação da ré ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, conforme propõem os arts. 82 e 85 do CPC; 
Ao final, seja julgado totalmente procedentes os pedidos veiculados nesta ação.
 
VI. DAS PROVAS 
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos
369 e seguintes do CPC, em especial documental e depoimento pessoal dos réus.
VII. DO VALOR DA CAUSA
Dá-se a causa o valor de R$ 80.000,00.
Pede deferimento.
Macaé, 10 de novembro de 2016.
__________________________
Gilberto Alves Nunes Junior
OAB/RJ n.º2810824

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