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NEUROCIENCIA

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COMO SE DESENVOLVE AS CAPCIDADES COGNITIVAS DO SER HUMANO
Em um famoso pensamento o nosso ícone da Paz Nelson Mandela nos ensinou que ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto. Esta máxima resume em si o poder da aprendizagem na vida humana e, por isso mesmo, este pensamento pode ser símbolo também das capacidades de adaptação e evolução das pessoas.
Nesta cadeira de especialização no ensino da filosofia, conseguimos adentrar neste universo inóspito e misterioso da mente humana e, decifrar alguns acontecimentos cerebrais que possibilitam o desenvolvimento do ser humano. Recebemos, pois, nesta avaliação, a incumbência de dissertar sobre as capacidades do desenvolvimento cognitivo nas pessoas, aqui lembrando de modo especial as crianças no processo educacional, em países diferentes mas com as mesmas capacidades técnicas. Quero aqui contrapor o tema desta avaliação com as duas explicações que encontramos em nosso material de estudo e de apoio, sobre a poda neural e a plasticidade cerebral e como elas podem explicar o nível de desenvolvimento das crianças desde o ensino básico. 
Conforme nossos textos, a poda neural, também chamada de poda sináptica, diz respeito ao desenvolvimento das conexões neurais ao longo do desenvolvimento cerebral, algo que começa a acontecer ainda em situação intra-uterina, quando o novo ser está se desenvolvendo no ventre materno. O cérebro vai se constituindo e milhões de novos neurônios vão se multiplicando e construindo uma rede neural, rede esta em cada sinapse, ao transmitir os impulsos cerebrais, vai construindo novas ligações. As sinapses mais utilizadas se fortalecem e carregam informações de forma mais eficiente, enquanto as que não forem utilizadas gradualmente enfraquecem e desaparecem, fenômeno conhecido como “poda sináptica”. Este fenômeno, associado à “mielinização”, neuronal, fortalece ou enfraquece as conexões cerebrais entre os neurônios. 
Mas, o que aprendemos é que este é um processo “interno” ao ser humano, no entanto, ele não ocorre de forma 100% completo sem a interferência externa. Como isso? O que aprendemos é que o desenvolvimento cerebral recebe a influencia do meio social onde o ser humano vive e se desenvolve, pois suas experiências ajudam a compor as redes neurais.
O desenvolvimento do indivíduo é um processo dinâmico e maleável que ocorre por fatores genéticos, condições do meio no qual está inserida e em função de seu próprio comportamento e ao modo como interage com aqueles fatores. Cada criança tem uma bagagem genética, uma espécie de “código” biológico, que não é determinante para a maioria das funções, mas que influencia os modos como ela irá responder às mudanças que acontecem no ambiente em que se encontra. O somatório desses processos ao longo dos primeiros anos de vida modifica a estrutura do cérebro sob influência das experiências vividas, resultando no impressionante desenvolvimento neurológico que permite que a criança gradualmente adquira novas capacidades no processo de aprendizagem.
Além desta situação no desenvolvimento da pessoa, neste aprendizado também descobrimos que após o período de desenvolvimento inicial, o cérebro ainda pode se modificar, e na verdade, o faz constantemente em resposta à experiência e aos estímulos aos quais está exposto. Aprendemos que chamamos essa característica de Plasticidade cerebral, a capacidade de constante remodelação, não só da função mas de sua estrutura, influenciada pela experiência e que se estende ao longo da vida. Assim, depois de nosso aprendizado neste primeiro semestre soubemos que mesmo a pessoa adulta, através da plasticidade cerebral pode ir desenvolvendo novas habilidades pela plasticidade cerebral e não só na infância.
A Primeira Infância compreende a fase dos 0 aos 6 anos e é um período crucial no qual ocorre o desenvolvimento de estruturas e circuitos cerebrais, bem como a aquisição de capacidades fundamentais que permitirão o aprimoramento de habilidades futuras mais complexas.Crianças com desenvolvimento integral saudável durante os primeiros anos de vida têm maior facilidade de se adaptarem a diferentes ambientes e de adquirirem novos conhecimentos, contribuindo para que posteriormente obtenham um bom desempenho escolar, alcancem realização pessoal, vocacional e econômica e se tornem cidadãos responsáveis. 
No material e vídeo que recebemos sobre a história dos órfãos da Romênia, penso relevante a se destacar o que o personagem conta de si mesmo, enquanto relata os horrores aos quais foi submetido nos orfanatos onde eram espancados: “Eu acabei virando cruel também. Desde cedo aprendi a ter controle sobre as demais crianças”; onde se sobressai que a criança, embora tivesse uma índole para o bem e para as relações sadias, desenvolveu pela força do meio, o egocentrismo e a maldade involuntária. 
Estes fatos nos ajudam e apoiam nos estudos que confirmam então que o que aprendemos no processo educacional, mas também no social, interferem nas capacidades cognitivas do desenvolvimento cerebral. A infância humana ajuda a assentar os fundamentos da mente adulta, mas a plasticidade continua sendo uma força importante durante a vida toda. Ao certo é a plasticidade cerebral que nos dá a esperança que salientamos no início deste texto ao expor o pensamento de Nelson Mandela. Pela educação podemos mudar a sociedade.
Para finalizar este texto exponho ainda aqui a teoria de Levy Vygotsky. Este filósofo da área da sociologia e pedagogia, deixa-nos claro que só há uma verdadeira aprendizagem quando o indivíduo está associado ao seu meio social, interagindo com este e recebendo deste e, assim vai adquirindo novas capacidades e permite com que haja desenvolvimento. Vygotsky entende o homem e seu desenvolvimento numa perspectiva sociocultural, ou seja, percebe que o homem se constitui na interação com o meio em que está inserido, esta sua teoria foi chamada de sociointeracionismo. 
Desta forma, na teoria de Vygotsky, o homem é visto como alguém que transforma e é transformado pelas relações sociais. O que ocorre é uma interação (dialética) entre o ser humano e o meio social e cultural onde está inserido, ou seja, o desenvolvimento humano é compreendido como o produto de fatores biológicos, e fatores ambientais que agem sobre o organismo, determinando seu comportamento. 
Creio que é desta forma que conseguimos explicar o diferente desenvolvimento das crianças em lugares geográficos diferentes e com igualdade de instrumentos técnicos e possibilidades de aprendizado. Isto, porque cremos claro que, não basta favorecermos as capacidades técnicas do desenvolvimento cerebral e do aprendizado. Na educação uma grande parte da influencia que permitirá ou não um desenvolvimento sadio e sustentável, vem do meio social onde a criança está inserida, seja este o meio familiar, escolar ou geográfico na sociedade. As experiências pessoais, e as oportunidades que o meio social possibilita, sejam elas, para o bem ou para o mal, vão interferir nas capacidades cognitivas em desenvolvimento.
REFERENCIAS
 COMITÊ CIENTÍFICO DO NÚCLEO CIÊNCIA PELA INFÂNCIA. O impacto do desenvolvimento na primeira infância sobre a aprendizagem. Disponível em: 
http://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/crianca_feliz/Treinamento_Multiplicadores_Coordenadores/IMPACTO_DESENVOLVIMENTO_PRIMEIRA%20INFaNCIA_SOBRE_APRENDIZAGEM.pdf
BBC BRASIL. Reportagem sobre os órfãos da Romênia. Disponível em: 
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/04/160411_depoimento_orfao_romenia_rm
V.S. RAMACHANDRAN. O que o cérebro tem para contar? Desvendando os mistérios da natureza humana. Universidade Federal de São Paulo – Unifesp, Zahar, SP.
MEDEIROS, Alexsandro M. O sócio interacionismo de Lev Vygotsky. Disponível em:  https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/o-socio-interacionismo-de-lev-vygotsky/?utm_source=copy&utm_medium=paste&utm_campaign=copypaste&utm_content=http%3A%2F%2Fwww.portalconscienciapolitica.com.br%2Fproducts%2Fo-socio-interacionismo-de-lev-vygotsky%2F.Acesso em 10/03/2018.
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