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Guia de Estudos Direito Tributario

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Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
 
 
MATERIAL PARA ESTUDO – AULA 01 
 
 
 Princípios Constitucionais Tributários 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
 
1.1 Princípios constitucionais tributários 
 
Para a exata compreensão desse estudo, é primordial que se tenha bem 
cristalina a concepção do que seja princípio e também de sua utilidade. 
Iniciando-se pela busca do sentido etimológico da palavra princípio, encontrar 
seá no termo latino principium, a idéia de começo, de origem. 
 
De imediato, após essa constatação, a imposição que se apresenta é a de que 
o princípio deve ser o norte, ou seja, tudo o que deva ser seguido, servindo, pois, 
de premissa para a devida interpretação, adequação e posterior concretização 
de qualquer sistema jurídico. 
 
No campo tributário encontram-se na Constituição da República alguns 
princípios implícitos ou explícitos, que dão um adequado alicerce, mostrando-se 
como verdadeiro núcleo interpretativo para o estudo e percepção de todo o 
sistema tributário nacional. 
 
Trataremos apenas de alguns dos princípios constitucionais tributários, mas 
salientamos, desde já, que outros tantos princípios existem do âmbito tributário 
e que também servem de base interpretativa para o entendimento do Direito 
Tributário, além do que, a maioria deles funciona como verdadeiras proteções 
aos cidadãos diante do poder de tributar do Estado. 
 
No pensamento de Machado (2008, p.33), “Tais princípios existem para proteger 
o cidadão contra os abusos do Poder. Em face do elemento teleológico, portanto, 
o intérprete, que tem consciência dessa finalidade, busca nesses princípios a 
efetiva proteção do contribuinte.” 
 
 Limitações do poder de tributar 
 
Nem mesmo o poder no Estado é absoluto, e qualquer que seja ele. As hipóteses 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
de exercício desse poder estão todas na Constituição da República, tais como, 
quando e como o Poder Público pode tributar. 
 
O legislador da Carta Magna/88 quando entendeu que ali deveria inserir 
parâmetros que limitassem o poder de tributação do Estado, o fez, 
principalmente para dar à sociedade de maneira geral uma segurança jurídica, 
buscando certa estabilidade nas relações Estado x Contribuinte. 
 
Na esfera tributária as limitações ao poder de tributar estão contidas no conjunto 
de normas, quer sejam, princípios ou regras que determinam as condutas a 
serem adotadas por aqueles entes políticos dotados de competência tributária 
plena. 
 
Na lição de Amaro (2011, ps. 128/129), “o exercício do poder de tributar supõe 
o respeito às fronteiras do campo material de incidência definido pela 
Constituição e a obediência às demais normas constitucionais ou 
infraconstitucionais que complementam a demarcação desse campo e balizam 
o exercício daquele poder”. 
 
Em outras palavras essas limitações servem para deixar claro o que pode ser 
tributado e como será a tributação. Para a doutrina, as situações que 
caracterizam não observância dos limites fixados enseja a inexistência da 
respectiva competência. Exemplo é oferecido pelo prof. Luciano Amaro (2011, 
p.132), que afirma que determinada lei que pretendesse tributar situação imune 
não feriria tão somente o preceito constitucional da imunidade, mas sim exerceria 
competência tributária que não lhe é autorizada. 
 
 Princípio da estrita legalidade tributária (art.150,I,CF) 
 
Art. “150 – Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios”: 
 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
 
Inciso I – exigir ou aumentar tributos sem lei que o estabeleça; 
 
O entendimento do princípio da legalidade tributária vai mais além do que a 
possibilidade de que nenhum tributo pode ser instituído ou majorado sem que 
seja através de lei, ou seja, somente é possível criar-se nova regra-matriz de 
incidência ou majorar-se a base de cálculo ou a alíquota através de lei 
regularmente instituída, da mesma maneira, ficam também adstritos à lei, os 
casos de diminuição ou redução da base de cálculo ou alíquota. 
 
Segundo Amaro (2011, p.134), esse princípio é multissecular, tendo sido 
consagrado na Inglaterra, na Magna Carta de 1215, do Rei João Sem Terra, a 
quem os barões ingleses impuseram a necessidade de obtenção prévia de 
aprovação dos súditos para a cobrança de tributos (no taxation without 
representation). 
 
E mais, além de necessária e obrigatoriamente estar o tributo previsto 
legalmente, dita previsão legal, por mais que seja geral e abstrata, deve ser bem 
específica e detalhada, contendo todos os elementos do determinado tributo, 
como salienta Sacha Calmon Coelho (2011, p.178), que: 
 
“a lei fiscal deve conter todos os elementos estruturais do tributo: 
o fato jurígeno sob o ponto de vista material, espacial, temporal 
e pessoal (hipótese de incidência) e a conseqüência jurídica 
imputada à realização do fato jurígeno (dever jurídico). Equivale 
dizer que a norma jurídico-tributária não pode ser tirada do ordo 
júris nem sacada por analogia, deve estar pronta na lei, de forma 
inequívoca, obrigando o legislador a tipificar os fatos geradores 
e deveres fiscais.” 
 
Podemos inclusive dar a esse princípio da estrita legalidade tributária uma 
interpretação um pouco mais especial, analisando-o sob dois pontos, o da 
legalidade formal e da legalidade material. 
 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
No que concerne à legalidade formal, tem-se que a norma tributária deve ser 
colocada no mundo jurídico obedecendo à tramitação legal a ser adotada para a 
sua criação e, relativamente à legalidade material, obriga que a lei instituidora 
apresente em seu bojo todos os elementos descritivos do fato jurídico e possível 
conteúdo obrigacional entre as partes. 
 
A par da obrigatoriedade da reserva legal, a própria Constituição da República, 
trata de algumas exceções trazendo em seu artigo 153, § 1º a faculdade dada 
ao Poder Executivo, de alterar as alíquotas dos impostos sobre a importação de 
produtos estrangeiros; sobre a exportação, para o exterior, de produtos 
nacionais ou nacionalizados; sobre os produtos industrializados e sobre as 
operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores 
mobiliários, desde que, atendidas as condições e os limites da lei. Da mesma 
forma, no artigo 177, § 4º, I, b, também é facultado ao Poder Executivo reduzir e 
restabelecer a alíquota sobre a contribuição de intervenção no domínio 
econômico, relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo 
e de seus derivados, gás natural e seu derivados e álcool combustível. 
 
Não podemos esquecer que a Constituição não deu a liberdade ao Poder 
Executivo de fixar por ato próprio, as alíquotas de tais tributos, que deverão ser 
sempre através de lei, como bem ensina Amaro (2011, p.139), “mesmo em 
relação aos tributos cujas alíquotas, nas citadas circunstâncias, podem ser 
alteradas sem lei formal, é preciso sublinhar que sua criação depende, em todos 
os seus aspectos, de definição em lei (formal), mesmo quanto às alíquotas. Não 
pode a lei criar o tributo sem lhe precisar a alíquota.” 
 
 Princípio da igualdade tributária (art.150,II,CF) 
 
Art. “150 – Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios”: 
 
Inciso II – instituir tratamentodesigual entre contribuintes que se encontrem 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação 
profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação 
jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; De toda a sorte, verifica-se aqui tão 
somente uma igualdade formal, perante a lei posto que esta deva ser geral e 
abstrata. Todos aqueles que se encontrem em equivalente situação econômica 
ou jurídica devem ter tratamento igualitário. 
 
A tributação deve buscar a justiça social e considerar a capacidade contributiva 
do sujeito passivo. Amaro (2011, p. 158), referindo-se a Celso Antonio Bandeira 
de Melo (O conteúdo jurídico do princípio da igualdade. p. 30) afirma nem pode 
o aplicador, diante da lei, discriminar, nem se autoriza o legislador, ao ditar a lei, 
a fazer discriminações, visando o princípio à garantia do indivíduo, evitando 
perseguições e favoritismos. 
 
Para um entendimento mais apurado do já consagrado princípio da isonomia 
tributária, é primordial que se consiga comparar e também distinguir os iguais e 
os desiguais, "Tratar de forma igual os iguais e de forma desigual os 
desiguais na medida em que se desigualam"(Aristóteles). 
 
Atrelado de maneira bastante íntima ao principio da igualdade está o princípio 
da capacidade contributiva, art. 145, § 1º,CF, entender-se-á que devam ser 
 
tratados, pois, com igualdade aqueles que tiverem a mesma capacidade 
contributiva, e com desigualdade os que apresentarem riquezas diferentes e, 
portanto, diferentes capacidades de contribuir. 
 
 Princípio da capacidade contributiva (art.145, § 1º,CF) 
 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão 
instituir os seguintes tributos: 
 
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
 
segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração 
tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, 
respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os 
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. 
 
Entendido por muitos, que se trata acima de tudo de uma conseqüência do 
princípio da igualdade, sendo dele um sub-princípio, que também está 
intimamente ligado ao princípio do não-confisco, respaldando o direito 
fundamental da propriedade, previsto na Constituição da República, na visão de 
Carrazza (2011, p.99), "o princípio da igualdade, exige que a lei não discrimine 
os contribuintes que se encontram em situação jurídica equivalente, discrimine, 
na medida de suas desigualdades, os contribuintes que não se encontrem em 
situação jurídica equivalente. No caso dos impostos, estes objetivos são 
alcançados levando-se em conta a capacidade contributiva das pessoas. A lei 
deve tratar de modo igual os fatos econômicos que exprimem igual capacidade 
contributiva.” 
 
Pode-se entender como a necessidade de se criar um equilíbrio, ou um nível 
perfeito de tributação, que permita a todos colaborarem com o Estado, mas na 
medida de suas possibilidades econômicas, sem exaurir os recursos de seu 
maior parceiro –o contribuinte-, pois dessa forma todos teriam condições de fazer 
a sua parte, possibilitando ao Estado, uma maior eficácia na realização da 
satisfação das necessidades coletivas. 
 
 Princípio da irretroatividade tributária (art.150,III,a,CF) 
 
Art. 150 – Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios”: 
 
Inciso III –- cobrar tributos: 
 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei 
que os houver instituído ou aumentado; 
 
Este princípio determina que a lei deve anteceder ao fato por ela escolhido como 
nascedouro do tributo. Não haverá retroação da lei tributária para alcançar fatos 
geradores pretéritos, ocorridos na vigência da lei anterior, pois o preceito 
constitucional expresso no inciso XXXVI, do art. 5º, conhecido como princípio da 
segurança jurídica, dita que: “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato 
jurídico perfeito e a coisa julgada”. 
 
 Princípio da anterioridade tributária ou da não-surpresa 
(art.150,III,b,CF) 
 
Art. “150 – Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios”: 
 
Inciso III –- cobrar tributos: 
 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu 
ou aumentou; 
 
Pelo princípio da anterioridade, não é possível cobrar tributos no mesmo 
exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou 
aumentou. No Brasil, o exercício financeiro coincide com o ano civil (artigo 165 
da Constituição Federal e Lei nº 4.320/64, art. 34). O dispositivo constitucional 
contém o vocábulo “cobrar”, o que pode ensejar o entendimento, numa 
interpretação literal, de que publicada uma lei em 2013, o tributo só poderia ser 
cobrado em 2014, mas poderia ser “exigido” (a partir de 1º de janeiro de 2014) 
sobre fatos geradores ocorridos em 2013, após a promulgação da lei. 
 
Tal princípio da anterioridade foi inserido, pela jurisprudência do Supremo 
Tribunal Federal, no rol das garantias individuais. Em conseqüência, nenhuma 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
norma, ainda que veiculada por emenda constitucional, poderá abolir tal 
princípio, por força do disposto no art. 60, §4º, IV, da CF/88. Entende-se, por 
conseguinte, que não só qualquer norma que pretenda acabar com o princípio 
da anterioridade será tida como inconstitucional, mas, também, toda aquela que 
tenha a intenção de criar alguma outra exceção além daquelas já existentes, que 
compõe a relação abaixo. 
 
 Não estão sujeitos ao princípio da anterioridade tributária 
(art.150,III,§ 1º,CF): 
 
Art. 150. 
 
1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 
153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos 
previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de 
cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. 
 
 I I - Imposto sobre importação – art. 153, I; 
 I E - Imposto sobre exportação – art. 153, II; 
 I PI - Imposto sobre produtos industrializados – art. 153, IV; 
 I O F- Imposto sobre operações financeiras – art. 153, V; 
 Imposto extraordinário por motivo de guerra externa – art. 154, II; 
 Empréstimos compulsórios por motivo de guerra e calamidade pública – 
 
art. 148, I. 
 
 
 Princípio da anterioridade nonagesimal ou noventena ou da 
anterioridade mitigada (art.150,III,c,CF) 
 
Art. “150 – Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios”: 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
Inciso III –- cobrar tributos: 
 
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que 
os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; 
 
Outro enfoque do princípio da não-surpresa tributária vem balizado pelo que se 
chama de espera nonagesimal ou noventena para a lei adquirir eficácia. 
 
Dispõe referido artigo que é vedado cobrar tributos antes de decorridos noventa 
dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. 
 
Anteriormente referidasituação era aplicável apenas para as contribuições 
sociais, notadamente aquelas 
destinadas ao financiamento da seguridade social, (art. 195, § 6º, CF/88), passou 
a informar também, os demais tributos, salvo as exceções a seguir tratadas. 
 
 Não estão sujeitos ao princípio da anterioridade nonagesimal 
(art.150,III,§ 1º,CF): 
 
Art. 150. 
 
1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 
153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos 
previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de 
cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. 
 
 I I - Imposto sobre importação – art. 153, I; 
 I E - Imposto sobre exportação – art. 153, II; 
 I R - Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza – art.153, 
III; 
 IOF- Imposto sobre operações financeiras – art. 153, V; 
 Imposto extraordinário por motivo de guerra externa- art. 154, II; 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
 Empréstimos compulsórios por motivo de guerra e calamidade pública – 
 art. 148, I. 
 
 Princípio do não-confisco (art.150,IV,CF) 
 
Art. “150 – Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios”: 
 
Inciso IV – utilizar tributo com efeito de confisco; A primeira verificação que se 
faz é a de que a citada vedação constante na norma constitucional é de caráter 
genérico, portanto, de ser aplicada a toda e qualquer tributação. 
Posteriormente, a clara compreensão de que a instituição do tributo e 
consequente cobrança tributária a ser efetuada pelo Poder Público, por mais que 
às vezes deva ser meramente arrecadatória, não pode, e em hipótese alguma, 
 
afrontar ao direito de propriedade, também consagrado pela Carta Magna/88 em 
seu artigo 5º, XXII, fazendo com que o contribuinte seja esfolado em seu 
patrimônio em níveis superiores à razão e ao bom senso. 
 
 
 Princípio do livre trânsito de pessoas e bens (art.150,V,CF) 
 
Art. “150 – Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios”: 
 
Inciso V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de 
tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio 
pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; 
 
Este princípio determina que, ressalvada a cobrança de pedágio, que tem caráter 
de taxa, devendo por isso estar sujeito às mesmas limitações constituciona 
 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
previstas para todos os tributos, não pode nenhum tributo de natureza 
interestadual ou intermunicipal impedir a livre circulação de pessoas e bens. 
 
Tal preceito existe para que o Poder Público não onere ainda mais a locomoção 
de pessoas ou de bens, como leciona Amaro (2011, p.169), 
 
“o gravame tributário seria uma forma de limitar esse tráfego. Em última 
análise, o que está em causa é a liberdade de locomoção (de pessoas e 
bens), mais do que a não discriminação de bens e pessoas, a pretexto 
de irem para outra localidade ou de lá virem; ademais, prestigiam-se a 
liberdade de comércio e o principio federativo.” 
 
 Princípio da uniformidade geográfica (art.151,I,CF) 
 
Art. 151 – É vedado à União: 
 
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que 
implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a 
Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais 
destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócioeconômico entre as 
diferentes regiões do País. 
 
Advém do princípio basilar e constitucional do federalismo, onde, todos os entes 
da federação hão de ser tratados de maneira igualitária, para que a própria nação 
possa ter assegurada sua unidade política e econômica. 
 
Ao mesmo tempo em que a aplicação do principio da uniformidade geográfica 
nada mais é do que a própria aplicação do princípio da estrita igualdade, antes 
observado, principalmente verificado, quando admite “a concessão de incentivos 
fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico 
entre as diferentes regiões do país”. 
 
 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
Oferece, pois, um tratamento desigual para os desiguais, na medida de suas 
desigualdades, autorizando algumas discriminações quando presentes 
determinados requisitos, quais sejam: 
 
 Tratar-se de um incentivo fiscal regional; 
 
 Em favor de região ou regiões mais pobres e menos desenvolvidas. 
 
Tais incentivos, entretanto, jamais podem se transformar em privilégios de quem 
de alguma forma detém o poder econômico-financeiro nessas mesmas regiões, 
devendo sempre ser o sentido da promoção do desenvolvimento sócio-
econômico daquela região menos favorecida. 
 
O princípio da uniformidade geográfica na visão de Moraes (2013, pág.907), 
 
“Ao consagrar o principio da uniformidade, vedando que a União institua 
tributo que não seja uniforme em todo território nacional ou que implique 
distinção ou preferência em relação ao Estado, ao Distrito Federal ou a 
Município, o art. 151, I, reforça a igualdade federativa pretendida pelo 
art. 19,III.” 
 
 Princípio da Não Diferenciação da Procedência/Destino (art.152,CF) 
 
Art. 152 – É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios 
estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em 
razão de sua procedência ou destino. 
 
Exatamente a mesma previsão contém o artigo 11 do Código Tributário Nacional 
(CTN), também conhecido como Princípio da Não-discriminação Tributária, em 
razão da Procedência ou do destino dos bens. 
 
Por esse princípio tem-se o entendimento que é vedado aos Estados, ao Distrito 
 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
Federal e aos Municípios da federação a instituição de diferença tributária entre 
bens de qualquer natureza, levando em consideração a sua procedência ou 
destino. 
 
Note-se que tal limitação tributária não atinge a União, que pode estabelecer 
diferenças tributárias entre bens e serviços devido a sua procedência ou destino, 
quando se reportar a importação, exportação e fixação de alíquotas 
interestaduais do ICMS. 
 
 
1.1 Questões 
 
1. De acordo com a legislação tributária, julgue os itens abaixo como 
Verdadeiros (V) ou Falsos (F) e, em seguida, assinale a opção 
CORRETA. 
 
I. O Poder Executivo poderá instituir, nos limites estabelecidos em lei, os tributos 
que a Constituição Federal assim determinar. 
 
II. Somente a Lei Ordinária pode definir instituir um tributo. 
 
III. A vedação constitucional à cobrança de tributos antes de decorridos 90 dias 
da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu não se aplica ao Imposto 
sobre Importados (II). 
 
A sequência CORRETA é: 
 
a) F, F, F. 
b) F, F, V. 
c) V, V, F. 
d) V, V, V. 
 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
2. Admita-se a hipótese de que o Governo Federal publicou, em 11.11.2013 
um Decreto alterando o Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI de 
um determinado produto. Considerando o princípio da anterioridade 
nonagesimal, insculpido no Art.150 da Constituição Federal, pode-se 
afirmar que o: 
 
a) IPI não poderá ser cobrado em 1.1.2014 por infringir o princípio da 
anterioridade nonagesimal. 
b) IPI poderá ser cobrado a partir 1.1.2014, haja vista queo Decreto foi 
publicado no ano anterior. 
c) IPI, o Imposto sobre Operações Financeiras e o Imposto sobre 
Importações não se submetem ao princípio da anterioridade nonagesimal. 
d) O princípio da anterioridade nonagesimal se aplica somente às 
contribuições 
sociais previstas no Art. 195 da Constituição Federal. 
 
3. O princípio da irretroatividade da lei tributária veda a cobrança de tributo: 
 
a) No mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei 
instituidora. 
b) Antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a 
lei instituidora. 
c) Em relação a fatos geradores ocorridos antes do inicio da vigência da lei 
instituidora. 
d) Antes de se iniciar o próximo exercio fiscal. 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
 
MATERIAL PARA ESTUDO – AULA 02 
 
 
 Conceito Legal de Tributo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 Tributo 
 
O núcleo de estudo do Direito Tributário é o tributo. 
 
Mas você sabe o que é tributo? 
 
Tudo o que o Estado arrecada é tributo? 
 
Sabemos que tudo o que o Estado arrecada faz parte de suas receitas públicas, 
mas nem tudo é tributo. 
 
Porém, se nem tudo que o Estado arrecada é tributo, certamente a receita 
tributária é a mais importante e a mais significativa. 
 
Paulsen (2006, p. 606), ao caracterizar o Sistema Constitucional Tributário tal 
como concebido, afirma que o conceito de tributo pode ser extraído da própria 
CF/1988: 
 
A Constituição Federal, ao estabelecer as competências tributárias, as 
limitações ao poder de tributar e a repartição de receitas tributárias, 
permite que se extraia do seu próprio texto qual o conceito de tributo por 
ela considerado. Cuida-se de prestações em dinheiro exigidas 
compulsoriamente, pelos entes políticos, de quem revele capacidade 
contributiva ou que se relacione direta ou indiretamente a atividade 
estatal específica, com vista à obtenção de recursos para o 
financiamento geral do Estado ou para o financiamento de atividades ou 
fins realizados e promovidos pelo próprio Estado ou por terceiros no 
interesse público, com ou sem promessa de devolução. Tais 
características se evidenciam quando da leitura do Capítulo “Do Sistema 
Tributário Nacional”. A outorga de competência se dá para que os entes 
políticos obtenham receita através da instituição de impostos (arts. 145, 
I, 153, 154, 155 e 156), taxas (arts. 145, II, e 150, V), contribuições de 
melhoria (art. 145, III), empréstimos compulsórios (art. 148) e 
contribuições especiais (arts. 149 e 195). Em todas as normas ali 
existentes, verifica-se que estamos cuidando de obrigações em dinheiro, 
tanto que há diversas referências à base de cálculo e à alíquota, bem 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
como à distribuição de receitas e reservas de percentuais do seu produto 
para aplicação em tais ou quais áreas. 
 
 
Daí porque, ainda que se tenha um universo de leis tributárias, como é caso do 
fenômeno brasileiro, a linha mestra para nortear o seu efetivo cumprimento está 
na CF/1988, como fonte de aplicação e de interpretação da norma tributária. Sem 
essa relevante premissa, o contribuinte será tomado da mais completa 
insegurança jurídica, pois não haverá sentido sequer razoável para sua 
compreensão. 
 
A Lei 5.172/66 - CTN define em seu artigo 3º o que é tributo, 
 
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou 
cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, 
instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente 
vinculada. 
 
Agora ficou mais claro? Não? 
 
Vamos fragmentar o conceito legal de tributo para que seu entendimento possa 
ser descortinado, pois é de vital importância sabermos do que realmente se trata. 
 
 Tributo é toda prestação: o objeto da obrigação tributária principal é 
pagar, temos, por conseguinte, que a prestação, ou ato de prestar, 
significa o pagamento; 
 
 Pecuniária: sabemos que pecúnia é sinônimo de dinheiro. Podemos 
entender até aqui que como regra esse pagamento deve ser feito em 
dinheiro; 
 
 Compulsória: ato compulsório é ato obrigatório. Então somos obrigados 
a pagar, não nos sendo facultada tal atitude, não podendo o sujeito 
passivo escolher pagar ou não, sendo a obrigatoriedade marca indelével 
do tributo; 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: novamente como 
regra o tributo deve ser pago em dinheiro, ou seja, em moeda corrente no 
país, mas o próprio CTN, possibilita ao sujeito passivo outras formas de 
pagamento. Contempla em seu artigo 162, como formas de pagamento: 
o cheque, o vale postal, a estampilha, o papel selado ou o processo 
mecânico. É claro que algumas dessas possibilidades já não existem em 
nossos dias, mas outras apareceram, que substituem as anteriores, 
sendo legais como forma de pagamento do tributo. Salientamos que 
outras formas de extinção do crédito tributário além do pagamento são 
trazidas pelo CTN em seu artigo 156, incluindo-se a dação em 
pagamento, tida por alguns, como forma de pagamento do tributo, no que 
não concordamos. 
 
 Que não constitua sanção de ato ilícito: por sanção podemos entender 
penalidade. Assim sendo por mais que seja o sujeito passivo obrigado a 
pagar o tributo, essa obrigatoriedade não é encarada como 
penalidade ou sanção. Mas qualquer sanção pecuniária aplicada pelo 
cometimento de ato ilícito não será tratada como tributo. Ex.: o que você 
paga por ter estacionado seu veículo em local proibido, tendo sido 
devidamente notificado. É uma multa, que será recolhida aos cofres 
públicos, mas é uma sanção pelo ilícito cometido, não sendo, pois, tributo. 
 
 Instituída em lei: nada mais é do que a evidência clara e explícita 
Princípio da Estrita Legalidade Tributária. Deixando aparente que não há 
tributo sem lei que o preceda ou o estabeleça. 
 
 E cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: 
se o tributo deve estar submetido à reserva legal, sem qualquer 
arbitrariedade por parte do Poder Público, cabe à Fazenda Pública a 
constituição de seu crédito. Somente através do lançamento tributário é 
possível tal constituição, sem o que nada terá o Estado a exigir do 
particular. Por atividade administrativa vinculada e obrigatória, 
entendemos a atividade de lançamento, sob pena de responsabilidade 
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 funcional, quem assim não agir, conforme estabelece o parágrafo único 
do artigo 142, do CTN. Realçamos as modalidades de lançamento: 
 
a) Direto ou de ofício: Quando é feito por iniciativa da autoridade administrativa, 
independentemente de qualquer colaboração do sujeito passivo. Ex. IPTU e 
IPVA; 
 
b) Por declaração ou misto: É o lançamento feito em face de declaração 
fornecida pelo contribuinte ou por terceiros, quando um ou outro presta à 
autoridade administrativa informações quanto à matéria de fato indispensável à 
sua efetivação. Ex. apuração do imposto de importação decorrente de 
declaração do passageiro que desembarca do exterior; 
 
c) Por homologação: É o lançamento feito quanto aos tributos cuja legislação 
atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame 
da autoridade administrativa no que concerne à sua determinação. Opera-se 
pelo ato em que a autoridade, tomando conhecimento da determinação feita pelo 
sujeito passivo, expressamentea homologa. Exs. O Imposto sobre a Renda, o 
IOF, a CPMF, o ICMS, o ISS, o ITR e as contribuições especiais em geral. 
 
Merece destaque a nosso ver o conceito de tributo emanado por Amaro (2010, 
p.47), que racionaliza o conceito legal e de certa forma deixa-o mais inteligível, 
“Tributo é a prestação pecuniária não sancionatória de ato ilícito, instituída em 
lei e devida ao Estado ou a entidades não estatais de fins de interesse público.” 
 
Após o esclarecimento do que seja o tributo se perguntássemos a você com a 
finalidade de sua instituição, será que sua resposta seria indubitavelmente a 
arrecadação? 
 
Seria óbvia tal resposta. Acontece que nem sempre a finalidade é meramente 
arrecadatória, assim traduzido pela doutrina: 
 
 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
 Fiscalidade: o tributo é entendido como fiscal, quando a finalidade do 
Estado é somente a arrecadação, não se preocupando com outras 
situações. Utiliza o produto arrecadado no mais das vezes para suprir a 
máquina estatal. Como nos ensina Carvalho (2010, ps. 286/287), 
 
[...] Fala-se, assim, em fiscalidade sempre que a organização jurídica do 
tributo denuncie que os objetivos que presidiram sua instituição, ou que 
governam certos aspectos da sua estrutura, estejam voltados ao fim 
exclusivo de abastecer os cofres públicos, sem que outros interesses -
sociais, políticos ou econômicosinterfiram no direcionamento da 
atividade impositiva. (grifo no original). 
 
 Extrafiscalidade: quando o tributo é extrafiscal ele não perde a 
característica da fiscalidade, mas tem aqui o Estado intenção maior do 
que simplesmente arrecadar, normalmente intervindo na atividade 
econômica e/ou financeira, às vezes para tentar corrigir determinadas 
situações em certos segmentos da economia ou mesmo em situações de 
ordem social. Um exemplo que se mostra atual em virtude da 
globalização, onde se vê a entrada de produtos estrangeiros em demasia, 
nos dias de hoje especialmente vindos da China, certamente afetando e 
prejudicando alguns segmentos nacionais. Nesses casos pode e deve a 
União majorar o imposto de importação, para evitar um prejuízo maior ao 
produtor nacional. Como também poderá ser no sentido de estimular 
certas atividades ou regiões. Novamente trazemos o pensamento de 
Carvalho (2010, p.287), 
 
A experiência jurídica nos mostra, porém, que vezes sem conta a 
compostura da legislação de um tributo vem pontilhada de inequívocas 
providências no sentido de prestigiar certas situações, tidas como social, 
política ou economicamente valiosas, às quais o legislador dispensa 
tratamento mais confortável ou menos gravoso. A essa forma de manejar 
elementos jurídicos usados na configuração dos tributos, perseguindo 
objetivos alheios aos meramente arrecadatórios, dá-se o nome de 
extrafiscalidade. (grifo no original). 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
 Parafiscalidade: da mesma forma o tributo parafiscal também não perde 
a característica da fiscalidade, mas seu objetivo maior é o de custear 
atividades que em princípio, não integram funções próprias do Estado, 
destinando as mesmas às entidades específicas, que arrecadam e 
utilizam o produto arrecadado para o desempenho de suas atividades. O 
exemplo que trazemos são os valores pagos pelos profissionais liberais a 
título de anuidade aos seus Conselhos Regionais, além de tantos outros. 
Na mesma linha de raciocínio leciona Carvalho (2010, p.290), 
 
[...] podemos definir parafiscalidade como o fenômeno jurídico que 
consiste na circunstância de a lei tributária nomear sujeito ativo diverso 
da pessoa qu a expediu, atribuindo-lhe a disponibilidade dos recursos 
auferidos, para o implemento de seus objetivos peculiares. (grifo no 
original). 
 
Já sabemos a definição de tributo, e que tanto a União, quantos os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios podem instituí-lo, vamos agora buscar o 
entendimento de cada uma de suas espécies. 
 
 
Espécies tributárias 
 
Não é de hoje que as discussões acerca das espécies tributárias ganham corpo 
em nossa doutrina, alguns entendendo que são em número de três, outros que 
são quatro e ainda aqueles que entendem serem cinco as espécies tributárias. 
Não entraremos nessa polêmica, pois a grande maioria entende como sendo 
cinco as espécies tributarias, juntamente com a jurisprudência do Egrégio 
Supremo Tribunal Federal, então trabalharemos com as cinco espécies, sendo 
elas: imposto; taxa; contribuição de melhoria; empréstimo compulsório e 
contribuições especiais. 
 
Questões 
1) São espécies tributárias: 
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a) Tarifa e imposto 
b) Taxa e preço público 
c) Contribuição de melhoria e empréstimo compulsório 
d) Contribuição especial e multa de trânsito 
 
 
2) O tributo é fiscal, extrafiscal e parafiscal quando seu objetivo é, 
respectivamente: 
a) A interferência no domínio econômico; a arrecadação de recursos 
financeiros para o Estado; arrecadação de recursos para o custeio de 
atividades que, em princípio, não integram funções próprias do Estado, 
mas este as desenvolve através de entidades específicas 
 
b) A arrecadação de recursos financeiros para o Estado; a interferência 
no domínio econômico; arrecadação de recursos para o custeio de 
atividades que, em princípio, não integram funções próprias do Estado, 
mas este as desenvolve através de entidades específicas. 
 
c) Arrecadação de recursos para o custeio de atividades que, em princípio, 
não integram funções próprias do Estado, mas este as desenvolve através 
de entidades específicas; a interferência no domínio econômico; a 
arrecadação de recursos financeiros para o Estado. 
 
d) A arrecadação de recursos financeiros para o Estado; arrecadação de 
recursos para o custeio de atividades que, em princípio, não integram 
funções próprias do Estado, mas este as desenvolve através de entidades 
específicas; a interferência no domínio econômico. 
 
3) Para ser caracterizado como tributo como estabelecido no CTN, é preciso: 
a) Estar submetido à lei 
b) Constituir a sua atividade administrativa plenamente não vinculada 
c) Ser sanção de ato ilícito 
d) Constituir prestação pecuniária alternativa 
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MATERIAL PARA ESTUDO – AULA 03 
 
 
 Impostos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Impostos 
 
O imposto tem um caráter genérico, e é confundido com o tributo, principalmente 
pelo leigo, achando que os termos são sinônimos. 
 
Em relação à competência, os tributos podem ser Federais, Estaduais ou 
Municipais, sendo o imposto uma espécie tributária, também pode ser instituído 
por qualquer dos entes políticos, com o detalhe de que a Constituição da 
República já define em seu texto quais os tipos de impostos de cada um deles 
pode instituir. 
 
Importante também salientar que o imposto é o único dos tributos e das espécies 
tributárias que é chamado de não vinculado, pois de acordo com o artigo 16, 
CTN, seu fato gerador independente de qualquer atividade estatal específica, 
relativa ao contribuinte. 
Então, nossa tarefa é estudar os impostos através dos preceitos constitucionais 
e para melhor entendê-los vamos dividi-los conforme sua competência. 
 
 Os impostos na Constituição Federal 
 
 Impostos da União 
 
Assim define a Carta Magna/88 em seu artigo 153, como sendo de competência 
da União a instituiçãodesses impostos, que trataremos de cada um deles, com 
algumas de suas características. 
 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: 
I - importação de produtos estrangeiros; 
II- exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou 
nacionalizados; 
III - renda e proventos de qualquer natureza; 
IV - produtos industrializados; 
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos 
ou valores mobiliários; 
VI - propriedade territorial rural; 
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VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. 
 
 Imposto sobre importação de produtos estrangeiros-(II) 
 
Relembramos de imediato que tal imposto faz parte daquele rol de exceções do 
Princípio da Anterioridade e da Anterioridade Mitigada (art. 150, III, b e c, CF), 
podendo a União exigi-lo, sem que para isso tenha que esperar o próximo 
exercício fiscal ou os 90 (noventa dias) da publicação da lei que o instituiu ou 
aumentou. Outra questão a ser abordada é que a Lei Fundamental/88 dá a 
possibilidade ao Poder Executivo de alterar as alíquotas de alguns impostos, 
entre eles o imposto de importação, excepcionando a regra geral de que também 
as alíquotas só podem ser alteradas mediante lei, “[...] § 1º - É facultado ao Poder 
Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as 
alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.” 
 
Tratado pelo Código Tributário Nacional como um dos impostos sobre o 
comércio exterior é tributo extrafiscal, pois tem característica claramente 
regulatória, aproveitandose dele o Estado para proteger o produtor nacional, 
quando da necessidade de majorar o produto estrangeiro importado, fazendo 
com que o mesmo tenha sua competitividade reduzida em virtude de seu preço 
ter se elevado. 
 
Ainda em relação à legislação, encontramos no Decreto 6.759/09, chamado de 
Regulamento Aduaneiro todas as tratativas em relação a tal imposto. 

 Imposto sobre exportação, para o exterior de produtos nacionais ou 
nacionalizados-(IE) 
 
Na mesma maneira como o imposto de importação, esse também faz parte 
daquele rol de exceções do Princípio da Anterioridade e da Anterioridade 
Mitigada (art. 150, III, b e c, CF), podendo a União exigi-lo de imediato, sem que 
para isso tenha que esperar o próximo exercício fiscal ou os 90 (noventa dias) 
da publicação da lei que o instituiu ou aumentou, como também a atribuição ao 
Poder Executivo de alterar as suas alíquotas. 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
Segundo daqueles tratados pelo CTN como imposto sobre o comércio exterior, 
é também notadamente de cunho extrafiscal, tendo também como tem o imposto 
de importação natureza regulatória, pois, quando majora o imposto de 
exportação, a intenção da União nesse sentido, é fazer com que o produto 
nacional fique dentro de nossas divisas. Com o aumento de suas alíquotas, 
fatalmente perderá boa fatia do mercado externo, não conseguindo acompanhar 
a concorrência, ou de maneira inversa quando seu intuito for o de aquecer as 
exportações poderá reduzir suas alíquotas, podendo também ser trabalhado no 
controle da inflação, consoante pensamento de Kfouri Jr. (2010, p.320), 
 
Outro objetivo, entretanto, contrapõe-se ao estímulo da exportação, qual 
seja, a falta de abastecimento no mercado interno, onde o Governo tem 
no Imposto de Exportação o instrumento de política tributária para 
desestimular exportação, mantendo e canalizando a produção nacional 
para atender demanda interna. Também é possível a adoção desse 
imposto como ferramenta de controle da inflação, aumentando a oferta 
interna e, por conseguinte, reduzindo ou eliminando a elevação de 
preços. 
 
Novamente em relação à legislação, encontramos no Regulamento Aduaneiro 
(Decreto 6.759/09), todas as tratativas em relação a tal imposto. 
 
 Imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza-(IR) 
 
Para começarmos a estudar o chamado “imposto de renda”, cabe, antes de tudo, 
a definição do que seja renda e proventos de qualquer natureza, assim, trazemos 
a disposição constitucional (art. 153, § 2º, I, CF), que afirma que tal imposto será 
informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da 
progressividade, na forma da lei valendo lembrar que o mesmo faz parte das 
exceções do Princípio da Anterioridade Mitigada (art. 150, III, c, CF), não 
necessitando a União aguardar os 90 (noventa) dias da data da publicação da 
lei que o instituiu ou aumentou, tendo que esperar tão somente o próximo 
exercício fiscal para exigi-lo do sujeito passivo. 
 
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 Generalidade: significa dizer que todos aqueles, pessoas físicas ou 
jurídicas e a essas equiparados, que auferirem algum tipo de renda ou 
proventos, serão tributados, excetuando-se as isenções e imunidades; 
 
 Universalidade: esse critério corresponde diretamente aos tipos de 
rendas e proventos, independentemente da origem, quer seja do trabalho, 
d capital, ou de ambos ao mesmo tempo, tudo o que possa ser entendido 
como acréscimo patrimonial, assim entendido como aquilo que venha a 
ser incorporado ao patrimônio, deverá ser também tributado; 
 
 Progressividade: aplicação do Princípio da Igualdade e da Capacidade 
Contributiva, implicando em afirmar de maneira bem simplista “que paga 
mais, quem ganha mais”, proporcionalmente e dentro das limitações 
contributivas de cada um. 
 
A par desses critérios peculiares ao imposto de renda, outros entendimentos 
devemos ter para compreendê-lo mais profundamente, assim faremos uma 
abordagem distinta, mesmo que superficial sobre o imposto de renda da pessoa 
física e da pessoa jurídica, pois ambos possuem características próprias. 
 
 Imposto sobre a renda da pessoa física 
 
Nesse caso, como regra, os recolhimentos deverão acontecer mensalmente, 
tendo, portanto, aquele que auferir rendimentos, parte retida a título de 
antecipação, para que em sua declaração de ajuste anual, possa confrontar 
todos os rendimentos do ano, aproveitando-se das deduções legais, verificando 
assim, se ainda tem algum a ser pago, ou se tem direito a restituição por ter 
antecipado valor a maior, mas aqui é importante, deixar claro, que existem os 
rendimentos tributáveis, os não tributáveis e aqueles tributáveis exclusivamente 
na fonte. 
 
Os entendidos como não tributáveis não sofrem qualquer tributação, não sendo 
tratados como renda. São os rendimentos isentos, que têm a característica de 
indenização, pois seu intento é o de compensar gastos efetuados, como o 
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ressarcimento de valores gastos com diárias e ajuda de custo ao empregado, e 
os imune, aqueles determinados pela Constituição da República (art.150, VI). 
 
Os rendimentos tributáveis exclusivamente na fonte, não necessitam se 
submeter ao ajuste anual, pois são de imediato tributados diretamente na fonte 
pagadora, como se porta a distribuição de lucros para os sócios da sociedade 
anônima, através do pagamento de dividendos. 
 
A base de cálculo é o rendimento auferido, podendo incidir, dependendo de seu 
montante, uma das 4 (quatro) faixas de alíquotas que variam de 7,5% (sete e 
meio por cento), até 27,5% (vinte e sete e meio por cento). 
 
 Imposto sobre a renda da pessoa jurídica 
 
O sistema de apuração para a pessoa jurídica é bem peculiar. Não considera a 
renda mensal, mas sim aquela tida no trimestre. 
 
A base de cálculo pode ser através do lucro real, lucro presumido ou do lucro 
arbitrado. De maneira resumida vamos repassar por cada um desses regimes,pois será posteriormente, objeto de estudo mais aprofundado. 
 
O lucro real, podemos dizer que é a regra, ou seja, a pessoa jurídica deverá 
verificar dentro dos vários critérios estipulados, se não está obrigatoriamente 
enquadrada nesse regime de tributação, se não estiver, poderá optar por outro. 
 
Estando dentro desse regime ou optante por ele, deverá apurar o seu lucro 
líquido, fazendo os devidos ajustes, computando adições, prejuízos, etc., para 
que tenha efetivamente a base de cálculo do imposto, que será o lucro que 
realmente obteve. 
 
No regime de lucro presumido, aplica-se determinado percentual sobre a receita 
bruta, para que se tenha a presunção de lucro, encontra-se aí a base de cálculo, 
que como regra será de 8% (oito por cento) para as atividades em geral, mas 
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podendo variar de 1,6% (um vírgula seis por cento) a 32% (trinta e dois por 
cento), dependendo da atividade econômica, sobre essa base de cálculo 
encontrada no trimestre, aplica-se a alíquota de 15% (quinze por cento), que 
será o valor do imposto a ser pago. 
 
O lucro arbitrado pode ser utilizado tanto pelo sujeito passivo, quanto pelo sujeito 
ativo. A autoridade tributária pode arbitrar o lucro, quando o contribuinte pessoa 
jurídica deixar de cumprir com as obrigações acessórias concernentes ao regime 
em que estiver enquadrada, quer seja o do lucro real ou presumido. 
 
Já o próprio sujeito passivo também poderá arbitrar o lucro se souber claramente 
qual é a sua receita bruta, efetuando o pagamento do imposto, é claro, que se já 
não houver ocorrido qualquer das hipóteses de arbitramento constantes na lei. 
 
Todas as situações pertinentes ao imposto de renda podem ser encontradas em 
regulamento próprio, o Decreto 3.000/99, conhecido como RIR/99. 
 
 Imposto sobre produtos industrializados-(IPI) 
 
O Decreto 7.212/10, conhecido como Regulamento sobre Produtos 
Industrializados-RIPI, define que produto industrializado é o resultante de 
qualquer operação tratada pelo mesmo como industrialização, mesmo 
incompleta, parcial ou intermediária, e como industrialização qualquer operação 
que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou 
a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo. 
 
O imposto sobre produtos industrializados tem a característica da 
extrafiscalidade, deduzido a partir de seu regime diferenciado, quando a 
Constituição da República o coloca no rol das exceções ao Princípio da 
Anterioridade, (art. 150, III, b, CF), não tendo a União que aguardar o próximo 
exercício fiscal para poder cobrá-lo do contribuinte, se obrigando tão somente a 
esperar 90 (noventa) dias da publicação da lei que o institui ou aumentou. 
 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
Lembramos que suas alíquotas podem ser alteradas por atodo Poder Executivo, 
pois também faz parte daquelas exceções, antes abordadas. 
 
Além do que o imposto sobre produtos industrializados se distingue por outros 
critérios trazidos pela Lei Maior (art. 153, § 3º, I a IV, CF), quais sejam, da 
seletividade, em razão da essencialidade do produto, da não-cumulatividade, da 
não-incidência sobre os produtos industrializados e destinados ao exterior e da 
redução de seu impacto sobre a aquisição de bens de capital, pelo próprio 
contribuinte do imposto. 
 
 Seletividade: em razão da essencialidade do produto, ou seja, quanto 
mais essencial seja o produto, menor será sua tributação em relação a 
esse imposto, e a recíproca é verdadeira, sendo maior a tributação 
naqueles produtos considerados menos essenciais. Para um maior 
entendimento trazemos a classificação de Carvalho, (1996, apud Costa, 
2009, p.350), 
 
a) produtos necessários, em relação aos quais a incidência há de ser dar 
mediante alíquotas baixas, se não for possível conceder-se a isenção; b) 
produtos úteis, para os quais autorizada está a tributação por meio de alíquotas 
moderadas; e c) produtos supérfluos ou nocivos, cuja tributação há de ser 
efetuada mediante a aplicação de alíquotas elevadas.(grifos no original). 
 
 Não-cumulatividade: pode acontecer que em determinada cadei 
produtiva, onde o produto passa do produtor ao destinatário final, através 
do atacadista, do varejista, ou de vários produtores de produtos distintos, 
que utilizando-se da matéria prima inicial agregam-na outras qualidades, 
transformando-a em produto final. Em todas essas fases, incidirá a 
tributação do IPI, mas o contribuinte da fase seguinte se creditará da 
tributação havida na fase anterior, compensando-se daqueles valores. A 
intenção clara dessa não-cumulatividade é a de não onerar 
substancialmente o produto. 
 
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 Não-incidência sobre os produtos industrializados e destinados ao 
exterior: caso típico de não-incidência qualificada, pois garantida pela 
Carta Magna, transformando-se assim em imunidade tributária, 
objetivando acima de tudo o incentivo às exportações; 
 
 Redução de seu impacto sobre a aquisição de bens de capital, pelo 
próprio contribuinte do imposto: cremos que nesse sentido o intuito do 
constituinte tenha sido o de fazer com que de maneira geral, o valor dos 
bens de consumo seja mais razoável, permitindo sua aquisição pelo 
consumidor. 
 
 Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a 
títulos ou valores mobiliários-(IOF) 
 
Chamado involuntariamente de “IOF”-imposto sobre operações financeiras, 
entendido assim por alguns por se tratarem de situações onde se busca 
invariavelmente o lucro, mas se analisarmos efetivamente os negócios do 
empresário, veremos que em cada um deles o seu objetivo também é o lucro, 
mas em todos incidirá tal tributação. 
 
Colocamos dessa forma por pensarmos, tendo como exemplos as várias dúvidas 
trazidas por alunos, que entendiam até então que tal imposto somente incide 
naquelas operações praticadas com as instituições financeiras, mormente 
empréstimos de dinheiro, tudo em virtude dessa nomenclatura, mas deixaremos 
claro que não somente delas se trata, como a própria previsão constitucional 
assim determina. 
 
Faz também, parte do rol de exceções aos Princípios da Anterioridade e da 
Anterioridade Mitigada (art.150, III, b e c, CF), nos deixando entender que a 
União não precisa esperar o próximo exercício fiscal, nem mesmo os 90 
(noventa) dias da publicação da lei que o haja instituído ou majorado, para exigi-
lo do contribuinte. 
 
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Ainda tratando de exceções, é um daqueles impostos onde existe a possibilidade 
do Poder Executivo alterar suas alíquotas. 
 
Como dito anteriormente as hipóteses de incidência desse imposto não são 
somente em relação às operações efetuadas junto às instituições financeiras no 
sentido de se levantar empréstimo de dinheiro, chamadas por muitos como 
operações financeiras, abarcam uma possibilidade muito maior de incidências, 
nas quais vemos que boa parte da população pode estar envolvida, sendo assim, 
sujeito passivo das relação tributária. 
 
 Imposto sobre propriedade territorial rural-(ITR) 
 
Sabemos que hodiernamente todas as atividades devem desempenhar sua 
função social, devendo, pois, satisfazer diretamente os envolvidos, mas também 
a coletividade, direta ou indiretamente. 
 
A propriedade nesse sentido também deve se portar, e para assim se enquadrar 
deve ser produtiva, especialmente a propriedade rural, definida pela Carta 
Magna, como sendo a função social, acrescentando ainda que se assim se 
comportar será insuscetível de desapropriaçãopara fins de reforma agrária, 
 
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, 
simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, 
aos seguintes requisitos: 
I - aproveitamento racional e adequado; 
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio 
ambiente; 
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; 
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. 
 
Nesse aspecto entendemos que o imposto sobre a propriedade territorial rural, 
tem o atributo da extrafiscalidade, especialmente ao analisarmos suas 
características previstas no texto constitucional, 
 
 
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Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: 
[...] 
VI - propriedade territorial rural; 
[...] 
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: 
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a 
manutenção de propriedades improdutivas; 
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as 
explore o proprietário que não possua outro imóvel; 
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma 
da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de 
renúncia fiscal. 
 
Ao tratar da progressividade, enseja o entendimento de que tanto maior será 
valor do imposto, quanto menos produtiva for a propriedade, “incitando” seus 
proprietários a produzir, fazendo com que suas propriedades cumpram sua 
função social, ao mesmo tempo em que vejam reduzidos os valores desse 
tributo. 
 
Em seguida caso de imunidade tributária quando poupa da tributação as 
pequenas propriedades rurais, assim determinadas pela Lei 9.393/96, 
 
Art. 2º Nos termos do art. 153, § 4º, in fine, da Constituição, o imposto não incide 
sobre pequenas glebas rurais, quando as explore, só ou com sua família, o 
proprietário que não possua outro imóvel. 
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, pequenas glebas rurais são os 
imóveis com área igual ou inferior a: 
I - 100 ha, se localizado em município compreendido na Amazônia Ocidental 
ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense; 
II - 50 ha, se localizado em município compreendido no Polígono das Secas ou 
na Amazônia Oriental; 
III - 30 ha, se localizado em qualquer outro município. 
 
Mas chamamos a atenção, pois, a lei especial ainda não se adequou ao preceito 
constitucional, que foi inserido pela Emenda Constitucional nº 42/2003, que 
retirou a expressão “só ou com sua família”, permanecendo tão somente “o 
proprietário não possua outro imóvel”. 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
E, finalmente a possibilidade dada aos Municípios de fiscalizar e cobrar tal 
imposto, situação nítida de delegação da capacidade tributária ativa, mas 
condicionandoa, quando deixa evidente que existirá essa possibilidade desde 
que não represente redução do imposto ou qualquer tipo de renúncia fiscal. 
 
 Imposto sobre grandes fortunas-(IGF) 
 
A previsão constitucional que dá a União a competência para instituir o imposto 
sobre grandes fortunas, que ainda é somente letra fria, pois necessita de lei 
complementar que a regulamente, e dita lei ainda não foi editada. 
 
Polêmicas de todos os lados são levantadas, algumas no sentido de que sendo 
instituído o imposto, automaticamente o capital se afastará do País, fazendo com 
que o investimento não aconteça, deixando o desenvolvimento à míngua, pois 
certamente esse capital se direcionará para aqueles países onde tal tributação 
não exista. 
 
Com outro pensamento a corrente que entende que tal imposto é como qualquer 
outro, especialmente embasado no Princípio da Capacidade Contributiva, onde 
somente aqueles com muito patrimônio seriam os sujeitos passivos. 
 
E você pode nos dizer o que é grande fortuna? 
 
Essa é talvez a maior das preocupações e dificuldades para a instituição do 
imposto, ou seja, a estipulação do que seja grande fortuna para a necessária 
fixação de sua base de cálculo. 
 
Deixamos claro, que se não existe ainda a cobrança do imposto sobre grandes 
fortunas por falta de lei que o regulamente, a previsão constitucional ainda está 
em pleno vigor, dando à União a possibilidade de criá-lo quando entender 
conveniente. 
 
 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 Impostos dos Estados-Membros e do Distrito Federal 
 
Já sabemos que quando se trata de impostos a competência é sempre privativa, 
pois a Lei Maior define em rol fechado, quais as possibilidades para cada ente 
tributante legislar sobre aqueles impostos. 
 
Assim é em relação aos impostos dos Estados-Membros e do Distrito Federal, 
esclarecendo que a Carta Magna, também afirma em seu artigo 32, § 1º, que ao 
Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos 
Estados e Municípios, disposta no artigo 155, 
 
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: 
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; 
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de 
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda 
que as operações e as prestações se iniciem no exterior; 
III - propriedade de veículos automotores. 
§ 1.º O imposto previsto no inciso I: 
I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da 
situação do bem, ou ao Distrito Federal 
II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se 
processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito 
Federal; 
III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar: 
a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior; 
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu 
inventário processado no exterior; 
 
 Imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer 
bens ou direitos-(ITCMD) 
 
Primeiro dos impostos cuja competência é destinada aos Estados e ao Distrito 
Federal, o ITCMD, normalmente é entendimento e de forma indistinta como 
aquele tributo incidente sobre o inventário, quando uma pessoa morre e deixa 
bens para seus herdeiros. 
 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
Você também pensa assim? 
 
De toda a sorte, não tão longe está de entendê-lo quem assim crê. 
 
Esse imposto poderá ser cobrado na transmissão de quaisquer tipos de bens e 
direitos, desde que seja não onerosa. Vemos essa possibilidade nas doações e 
quando do falecimento de pessoas que deixam patrimônio a ser transferido para 
seus herdeiros. 
 
Deixamos claro para que não haja confusão especialmente para aqueles menos 
avisados, que os Estados e os Municípios dividem competências em relação à 
transmissão de bens e à prestação de serviços, tudo bem definido, para que um 
não invada a competência do outro. 
 
Mesmo dentro da competência dos Estados pode haver dúvidas em relação a 
quem é competente para legislar sobre tal imposto, mas a própria Constituição 
também esclarece. 
 
No caso da transmissão de bens imóveis e de seus respectivos direitos, a 
competência para legislar é do Estado onde se situa o bem. 
 
Quanto a bens móveis, títulos e créditos, a competência é do Estado onde 
tramitar o processo de inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador. 
 
Ainda que, a lei complementar definirá a competência para sua instituição nos 
casos em que o doador tiver domicílio ou residência no exterior equando o 
falecido tiver deixado bens, e que o mesmo tivesse tido residência ou domicílio 
ou que seu inventário tenha sido processado no exterior. 
 
Lei complementar dispondo sobre tal questão e mesmo sobre as regras gerais 
do ITCMD não existe, e a Lei 5.172/66 (CTN), não trata especialmente desse 
imposto, quando cuida não está em consonância com os ditames 
constitucionais, demonstrando, pois, certa inconstitucionalidade. 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
Mas, como o próprio diploma constitucional tenta aparar certas arrestas, nessa 
seara também existe dispositivo cabível, quando no Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias, em seu artigo 34, § 3º, determina a possibilidade da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios editarem as leis 
necessárias à aplicação do sistema tributário nacional nela previsto, assim tem 
acontecido, ou seja, os próprios Estados, dentro da esfera de suas atribuições 
têm definido tudo acerca de tal imposto. 
 
 Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e 
sobre prestações de serviços de transporte interestadual e 
intermunicipal e de comunicação-(ICMS) 
 
O conhecido ICMS é tido como o imposto mais importante daqueles de 
competência dos Estados, pois representa a maior fatia na arrecadação do bolo 
tributário. 
 
E, talvez, por isso mesmo, é que entendeu o constituinte em tratá-lo com maior 
respeito e dedicação no texto constitucional, determinando-lhe algumas 
características, como a não-cumulatividade e a seletividade, aliás, como 
acontece com o imposto sobre produtos industrializados, como haja vista. 
 
 Seletividade: em razão da essencialidade do produto, ou seja, quanto 
mais essencial for o produto, menor poderá sua tributação em relação a 
esse imposto, e a recíproca é verdadeira, podendo ser maior a tributação 
naqueles produtos considerados menos essenciais. Salientamos que seu 
entendimento parece ser um pouco diferente da seletividade tratada pelo 
IPI, quando o termo usado é “será”, aqui é “poderá”, querendo ensejar 
que depende do Estado entender ou não essa essencialidade. Existem 
discussões doutrinárias a esse respeito, alguns afirmando que realmente 
a diferença se mostra clara, dando como exemplo o ICMS cobrado sobre 
o consumo de energia elétrica, caso em que a essencialidade é gritante, 
independentemente de quem a consome, mas que sua tributação é 
pesada, mesmo que com alíquotas diferenciadas, outros entendendo que 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
são equivalentes não sendo mera faculdade do Estado em determinar ou 
não a essencialidade. 
 
 Não-cumulatividade: o artigo 155, § 2º, I, CF, determina a característica 
da não-cumulatividade, informando ainda que será compensado o 
montante devido ao mesmo ou a outro Estado ou ao Distrito Federal, nas 
operações anteriores relativas à circulação de mercadorias ou prestação 
de serviços. Melhor dizendo, em cada operação onde exista a circulação 
de mercadorias ou a prestação de serviços de transportes intermunicipais 
e interestaduais, bem como, nas de comunicações, o imposto devido na 
operação anterior representará um crédito a ser compensado na 
operação seguinte, até que o produto ou serviço chegue ao seu 
destinatário final, o consumidor. 
 
 
 Imposto sobre propriedade de veículos automotores-(IPVA) 
 
Acreditamos que dentre os impostos de competência dos Estados e do Distrito 
Federal, seja o imposto sobre a propriedade de veículos automotores o de mais 
fácil entendimento, pois não apresenta maiores peculiaridades, assim 
disciplinado pela Constituição da República, 
 
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos 
sobre: 
[...] 
III - propriedade de veículos automotores 
[...] 
§ 6º O imposto previsto no inciso III: 
I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; 
II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização. 
 
 Impostos dos Municípios 
 
Última, mas não menos importante, das análises a serem feitas concernente aos 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
impostos dispostos na Constituição da República, que define em relação aos 
mesmos a competência privativa de cada ente tributante. 
 
Reforçamos e trazemos novamente a lembrança de que relativamente à 
transmissão de bens e direitos, como também à prestação de serviços, tanto os 
Estados, quanto os Municípios, não se esquecendo do Distrito Federal que 
legisla nas duas esferas, podem, dentro de suas atribuições criar os seus 
respectivos impostos. 
 
Em relação aos impostos dos Municípios, assim dispõe a Lei Maior, 
 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
I - propriedade predial e territorial urbana; 
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens 
imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre 
imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua 
aquisição; 
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, 
definidos em lei complementar 
 
Estudando cada um deles saberemos de suas peculiaridades. 
 
 Imposto sobre propriedade predial e territorial urbana-(IPTU) 
 
Tal qual o imposto sobre propriedade territorial rural-(ITR), de competência da 
União, o IPTU, se refere à propriedade, com o detalhe de que essa propriedade 
deva estar dentro do perímetro urbano do Município. 
 
É caracterizado ainda pelas diferentes alíquotas que pode apresentar em relação 
à sua localização e ao seu uso, e pelo duplo grau de progressividade. 
 
Podemos encontrar essas características esculpidas no artigo 156, § 1º da 
Constituição da República, 
 
Art. 156. 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
[...] 
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 
182, § 4º, 
inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: 
I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e 
II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do 
imóvel. 
 
Primeiramente em relação à progressividade no tempo disposta no artigo 182, § 
4º, inciso II, denota-se seu nítido caráter extrafiscal, com o intuito de fazer com 
que a propriedade urbana cumpra a sua função social, garantindo o bem-estar 
de todos os habitantes do Município. 
 
Poderá ser progressiva no tempo, para aquelas propriedades que incluídas no 
plano diretor do Município, não tenham qualquer edificação, sejam subutilizadas 
ou não utilizadas, e que seus proprietários não promovam o devido ou adequado 
aproveitamento de sua área. 
 
A bem da verdade, essa progressividade faz parte de uma série de situações 
previstas no mesmo artigo, sendo delas a segunda, passível quando ao 
proprietário for imposto o parcelamento ou alguma edificação, e tal obrigação 
não for cumprida, além do que, se com essa obrigatoriedade e posterior 
progressividade do IPTU, o aproveitamento da propriedade continuar 
inadequado, poderá ser a propriedade desapropriada a bem do interesse 
público. 
 
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público 
municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei tem por objetivo ordenar 
o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar 
de seus habitantes. 
[...] 
§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área 
incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo 
urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado 
aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: 
I - parcelamentoou edificação compulsórios; 
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
tempo; 
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de 
emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de 
até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real 
da indenização e os juros legais. 
 
A segunda progressividade é relativa ao valor do imóvel, de onde podemos notar 
a aplicação pura e simples do Princípio da Capacidade Contributiva, pois pagará 
mais aquele proprietário que possuir imóvel urbano com maior valor de venda, 
ao mesmo tempo em que pagará menos tributo aquele que tenha o imóvel com 
valor menor. 
 
 Imposto sobre a transmissão “inter-vivos” de bens imóveis-(ITBI) 
 
Novamente uma tributação sobre a transmissão de bens. Dessa feita, de bens 
imóveis, e de direitos reais sobre imóveis, excetuando-se os de garantia, bem 
como, a cessão de direitos de sua aquisição. 
 
Ao contrário do ITCMD, a tributação do ITBI, ocorrerá quando a transmissão for 
entre vivos, com a peculiaridade da onerosidade. 
 
A Constituição da República traz dispositivo bastante utilizado em sede de 
planejamento tributário, determinando a não incidência desse imposto, quando 
a transferência de titularidade de bens ou direitos acontecer no sentido de que 
os mesmos sejam incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica, como forma 
de integralização de capital, como também nos casos de reorganizações 
societárias, especialmente a fusão, incorporação, cisão, com algumas exceções. 
 
Art. 156. 
[...] 
§ 2º - O imposto previsto no inciso II: 
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao 
patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a 
transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão 
ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou 
direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; 
 
Ao empresário às vezes pode ser mais viável se aproveitar de alguma das 
possibilidades de reorganizações societárias, do que efetivamente comprar outra 
empresa quando terá além de outros encargos, o tributário. 
 
 Imposto sobre serviços de qualquer natureza-(ISS) 
 
Previsto na Lei Fundamental como imposto sobre serviços de qualquer natureza, 
trata-se especialmente daqueles cuja competência é dos Municípios e do Distrito 
Federal, pois excetua aqueles de competência dos Estados, e claro, aqueles que 
não sejam da seara trabalhista, ou que estejam dispostos em legislação especial, 
entendendo a Lei 10.406/02- Código Civil, que toda espécie de serviço ou 
trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser contratada mediante retribuição, 
(art.594). 
 
Esse tipo de prestação de serviço ainda é colocado na lei civil, como sendo 
também atividade desempenhada pelo empresário, assim sendo, bastante 
importante se mostra o estudo dessa tributação também para o planejamento 
tributário. 
 
Quando define as normais gerais para o ISSQN a Lei Maior, determina que suas 
regras sejam trazidas por lei complementar, 
 
Art. 156. 
[...] 
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, 
definidos em lei complementar. 
[...] 
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, 
cabe à lei complementar: 
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; 
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. 
III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e 
benefícios fiscais serão concedidos e revogados. 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
E assim foi editada a Lei Complementar 116/2003, dispondo sobre o imposto em 
comento. 
 
E bem verdade, que quando de sua edição várias controvérsias se 
apresentaram, principalmente em virtude de que ela trouxe em texto, mais 
especificamente em seu artigo 3º, a determinação de onde deverá ser pago o 
imposto, afirmando o que já existia como regra, como sendo devido o imposto 
no local do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local 
do domicílio do prestador, mas inseriu algumas exceções em que será devido no 
local de prestação dos serviços. Cremos que tais modificações já são em nossos 
dias perfeitamente compreensíveis e incontroversas. 
 
 
 Questões 
 
1) Em relação à vinculação, qual dos tributos abaixo é não vinculado: 
a) Imposto 
b) Taxa 
c) Contribuição de melhoria 
d) Empréstimos Compulsórios 
 
2) Tem como fato gerador a transmissão inter-vivos de bens imóveis: 
a) ITCMD 
b) ITBI 
c) IPVA 
d) ICMS 
 
3) Estão entre os impostos determinados pela Constituição Federal/88 como 
sendo de competência privativa da União: 
 
a) O imposto sobre circulação de mercadorias e serviços e o imposto de 
sobre importação de produtos estrangeiros 
 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
b) O Imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza e o imposto 
sobre grandes fortunas 
 
c) O imposto sobre serviços de qualquer natureza e o imposto sobre a 
propriedade de veículos automotores 
 
d) O imposto sobre a propriedade territorial rural e o imposto sobre a 
transmissão causa mortis e doação 
 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
MATERIAL PARA ESTUDO – AULA 04 
 
 
 Taxa 
 Contribuição de Melhoria 
 Empréstimo Compulsório 
 Contribuições Especiais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Bacharelado em Ciências Contábeis 
 
 
 
Taxas, Contribuição de Melhoria, Empréstimos Compulsórios e 
Contribuições Especiais 
 
Apesar de todas as discussões e afirmações já anteriormente acontecidas em 
relação às espécies tributárias, principalmente pertinentes ao seu número, a 
melhor doutrina, como também a jurisprudência consolidada, entendem serem 
cinco as espécies tributárias. 
 
Comungamos do mesmo pensamento, entendendo que são cinco as espécies 
tributárias, quais sejam, o imposto, a taxa, a contribuição de melhoria, o 
empréstimo compulsório e as contribuições especiais. 
 
Já passamos pelo estudo do imposto, resta agora conhecermos as demais 
espécies. 
 
1. Taxas 
 
A taxa é daqueles tributos classificados como vinculados. 
 
Mas vinculado a quê? 
 
O único tributo não vinculado é o imposto, todos os demais são vinculados a uma 
contraprestação do Estado, significando dizer que o Poder Público somente 
poderá cobrálos se praticar alguma atividade em benefício do contribuinte, direta 
ou indiretamente. 
 
Não poderá ser confundida com outros tributos, pois tem fatos geradores 
próprios. 
 
A Carta Magna já determina que quanto à competência, poderá a taxa ser 
Federal, Estadual ou Municipal, definindo assim uma competência comum, e 
diferentemente dos impostos que estão em rol fechado, em relação às taxas as 
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situações geradoras são amplas, deixando a possibilidade para cada ente 
tributante instituir aquela -taxa-, que entender conveniente dentro dos 
parâmetros legais e daqueles que a mesma bem informa, 
 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão 
instituir os seguintes tributos: 
[...] 
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, 
efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos

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