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Estudo de Caso Fasciola Hepática - parasitologia

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Material Didático – Diagnóstico laboratorial das Doenças Infecciosas e Parasitárias
Estudo de caso – Platelmintos Parasitas ao Homem
Fasciola Hepatica
Caso 4. Paciente, A.F.T, sexo masculino, 62 anos, dá entrada na UBS Eldorado com queixa de dor abdominal, emagrecimento, fadiga, anorexia, febre, sudorese e náuseas. Os sintomas apareceram há 3 meses mas somente agora procurou o serviço de saúde. Durante a anamnese, o paciente informou que mora em Diadema desde julho de 2016 mas avisou que já morou em diversos estados do sul e do sudeste. Ao exame clínico foi constatado estado sub-febril, hepatomegalia, icterícia leve e ausência de ulcerações na pele. O clínico solicitou uma série de exames laboratoriais. No hemograma foi constatado eosinofilia (6800 eosinófilos/uL). Quanto às provas hepáticas, destacam-se valores elevados de bilirrubina (15 mg/dl); aumento dos niveis de AST (350 UI/L) e ALT (352 UI/L). Como a função hepática estava alterada, foi solicitada tomografia do abdome, a qual detectou dilatação do ducto biliar. O exame laparoscópio foi realizado, um tubo foi inserido no ducto biliar comum e inúmeros vermes foliáceos foram aspirados. O paciente recebeu o tratamento adequado e se recupera bem. 
Em relação a este caso responda: 
1. De qual parasita você suspeita? Porque? 
2. Porque no hemograma apareceu eosinofilia? Qual o seu significado? 
3. O hemograma e as provas hepáticas poderiam dar alguma pista ao médico do provável diagnóstico? Justifique sua resposta. 
4. Qual exame o médico poderia ter solicitado e que evitaria a realização de procedimentos caros e invasivos, como a tomografia e a laparoscopia? Como você realizaria este exame e quais as características morfológicas da(s) forma(s) evolutiva(s) que seria(m) encontrada(s). 
4. Como o paciente adquiriu esta doença? Explique o ciclo biológico do parasita e os meios de transmissão. 
5. Fale um pouco sobre a epidemiologia da doença no Brasil e no mundo. 
6. Você daria sugestões de profilaxia? Quais? 
7. Se você fizesse parte da equipe multidisciplinar que ajudou a diagnosticar essa doença, qual importante pergunta você teria feito ao paciente durante a anamnese? 
Respostas
A suspeita é que seja o parasita Fasciola hepatica, em razão dos sintomas relacionados ao fígado (hepatomegalia, icterícia, nível elevado de bilirrubina e enzimas hepáticas). Além disso, a morfologia da Fasciola é foliácea.
A eosinofilia indica o aumento da quantidade de eosinófilos no sangue, células do sistema imunológico que combatem parasitas grandes que não podem ser fagocitados. 
Sim, pois a eosinofilia, que o hemograma apontou, é um indicativo de infecção parasitária. Além disso, os níveis alterados de bilirrubina, AST e ALT (provas hepáticas) apontam uma lesão no fígado.
O diagnóstico laboratorial da doença é difícil, mas poderia ter sido realizado em exame de fezes para pesquisa de ovos do parasita. Apesar de o exame apontar a presença somente após cerca de quatro meses da infecção, o paciente já estava há algum tempo com os sintomas, de modo que talvez fossem encontrados ovos. Outra opção seria o exame sorológico com pesquisa de anticorpos específicos, apesar de geralmente dar reação cruzada com a esquistossomose.
O parasita tem como hospedeiro definitivo o gado ou ovelhas e como hospedeiro intermediário o caramujo, sendo que a infestação em humanos é acidental. Quando o gado infestado libera ovos nas fezes, eles ainda não foram fecundados. Em contato com a água, ocorre a autofecundação e os ovos eclodem, liberando miracídeos. Este penetram nos caramujos, onde em seu tecido originam esporocistos, que evoluem para rédeas e depois cercárias. As cercárias saem do caramujo e nadam até fixarem-se em plantas aquáticas, na forma de cistos. Quando ocorre a ingestão dessas plantas com cistos, o parasita se desenvolve, seja no gado, ovelhas ou no ser humano. A partir daí, ocorre o desencistamento no sistema digestivo, a migração para as vias biliares e a evolução em vermes adultos. O paciente se infectou comendo alguma folhagem ou consumindo água contaminada.
No Sul do Brasil, onde a criação de ovinos e bovinos é extensa, é onde se concentra o maior número de casos de Fasciolose, que na verdade é uma zoonose. Observa-se, porém, que o transporte destes animais para outras regiões do país leva a doença para áreas ainda indenes e o hábito de pessoas comerem plantas aquáticas (como o agrião) e beberem água sem tratamento prévio, aumenta a disseminação no ser humano. Os principais locais endêmicos são América do Sul e América Central, porém é encontrada também em países da África, Ásia e Europa. 
Primeiramente, para evitar a disseminação, algumas medidas podem ser tomadas como: a destruição dos caramujos com moluscocidas ou drenagem de regiões alagadiças, tratamento em massa dos animais contaminados e isolamento de pastos úmidos para evitar a contaminação de novos animais. Para a proteção do homem, é necessário beber água filtrada ou de cisterna bem-construída, nunca de córregos ou alagadiços, e não plantar e nem consumir agrião proveniente de áreas contaminadas por fezes de ruminantes ou em que se saiba que a helmintose animal é recorrente.
Se o paciente residiu em áreas próximas à criação de bovinos, ovinos e caprinos.

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