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Slides Júri II

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Providências para o julgamento
Após sanadas eventuais nulidades, o juiz designará julgamento e determinará a intimação do representante do MP, do querelante (se houver), do assistente de acusação (se houver), do réu e de seu defensor. 
A inquirição do ofendido (se viável) assim como a dos peritos deve ser requerida (art. 431 CPP).
Todas as testemunhas arroladas pelas partes, se requerido, devem ser intimadas. As que residem em outra Comarca deverão ser intimadas por carta precatória, devendo nela estar consignado que a testemunha não está obrigada a comparecer. Esta intimação não tem caráter compulsório por se tratar de testemunha de outra Comarca.
Obs: Não pode ser impedida pelo juízo a expedição de carta precatória intimando testemunha residente fora da Comarca onde o Júri irá se realizar. SE ocorrer, estará ocorrendo cerceamento da acusação ou da defesa, pois a testemunha sabendo da data do julgamento, pode comparecer espontaneamente à sessão do Júri, às suas expensas. 
O funcionamento do Tribunal do Júri se dará conforme a lei de organização judiciária de cada Estado (art. 453 CPP).
Da lista geral de jurados, serão sorteados vinte e cinco, que deverão estar presentes na sessão (art. 433 CPP). Deverão ser intimados o MP, a OAB e a Defensoria Pública para acompanharem o referido sorteio, em dia e hora designados pelo juiz.
Após esse sorteio dos jurados, será expedido edital convocatório, com a data em que o júri se reunirá e o nome e a profissão dos jurados sorteados, que será fixado na porta do fórum. Os jurados serão intimados para comparecimento à sessão de julgamento via Correios ou qualquer outro meio hábil (ex: contato telefônico, envio de ofício ao superior hierárquico).
A atividade do jurado é considerada serviço público, não podendo ser feito nenhum desconto em sua remuneração quando estiver obrigado a comparecer à sessão. Não há pagamento pelo exercício da função.
Preferência na ordem de julgamento no Tribunal do Júri: 
Réus presos;
Dentre os réus presos, os mais antigos na prisão;
Em igualdade de condições, os que tiverem sidos pronunciados há mais tempo.
Obs: réus soltos também devem ser julgados rapidamente, para que tenham sua situação definida, sob pena da ocorrência da prescrição, que poderá gerar a sensação de impunidade.
Organização do Júri
O alistamento anual das pessoas aptas a servirem como jurados no Tribunal do Júri deve ser feito até outubro do ano anterior ao que ocorrerão os julgamentos. Esta lista é publicada e pode receber reclamação de qualquer do povo até o dia 10 de novembro (art. 426 CPP). Em seguida, o magistrado publica lista definitiva, que fica sujeita a interposição de Recurso em Sentido Estrito em relação à inclusão ou exclusão de algum jurado da lista.
Obs1: O artigo 425 CPP dispõe que o corpo de jurados deveria ser renovado anualmente. Entretanto, os juízes reeditam a mesma lista de jurados anualmente.
Obs2: O jurado que após ter integrado Conselho de Sentença nos doze meses que antecederam a publicação da lista geral de jurados, deverá ser dela excluído.
Obs3: O jurado deve ser pessoa de notória idoneidade, alfabetizado, possuidor de saúde física e mental compatíveis com a função, além de estar em pleno gozo de seus direitos políticos e ser brasileiro.
*Notória idoneidade – não possuir antecedentes criminais e ter boa conduta social;
*Alfabetizado – possibilidade de ler o processo sem quebrar a incomunicabilidade;
*Gozo de direitos políticos – participa domo juiz leigo do Judiciário, exercendo uma função pública e relevante;
*Brasileiro – é condição para exercer função pública, em especial no Poder Judiciário. 
Obs4: Para saber quem são os cidadãos que podem ser incluídos na lista de jurados, o juiz poderá oficiar associações de classe, associações de bairros, instituições de ensino, sindicatos, repartições públicas, entre outros.
O número de jurados que irão compor a lista anual variará conforme a quantidade de habitantes da Comarca:
800 a 1.500 jurados – mais de um milhão de habitantes;
300 a 700 jurados – mais de cem mil habitantes;
80 a 400 jurados – menos de cem mil habitantes.
Obs: Muitas vezes o número de jurados alistados não é o suficiente para Comarcas grandes, devendo ser regulamentada a questão de forma suplementar pelo Conselho Superior da Magistratura (Ex: cidade de São Paulo-SP, que possui cinco Varas do Tribunal do Júri).
Existe a possiblidade de escolha de jurados suplentes no momento da sessão plenária?
Sim, se constatado não estar presente o número mínimo de quinze jurados na sessão, quando serão sorteados tantos suplentes quantos necessários para atingir o número máximo de vinte e cinco jurados, com a designação de nova data para o julgamento.
Composição do júri
O Tribunal do Júri é composto por um juiz presidente e vinte cinco jurados sorteados para a sessão. Para que possa ser iniciada a sessão, devem estar presentes o juiz presidente e pelo menos quinze jurados.
Obs: 
Tribunal do Júri pleno – juiz presidente e 25 jurados presentes na sessão; 
Tribunal do Júri mínimo – juiz presidente e 15 jurados presentes na sessão;
Tribunal do Júri para julgamento – juiz presidente e 7 jurados sorteados para formar o Conselho de Sentença.
Funções do jurado
É considerado serviço público relevante, essencial para a formação do devido processo legal em relação aos acusados de praticarem crimes dolosos contra a vida (art. 5º, XXXVIII, d, CF).
Os jurados devem ser maiores de 18 anos. Estão isentos de exercer a função de jurados os maiores de 70 anos, DESDE QUE REQUEIRAM SUA DISPENSA (art. 437, IX CPP).
Obs1: A reforma do CPP reduziu a idade mínima para ser jurado de 21 para 18 anos. Contudo, tal alteração é criticada, pois para exercer a função de juiz leigo no Júri se faz necessária possuir maturidade e razoável experiência de vida.
Obs2: Falta de critério para a fixação da idade que isenta o indivíduo de participar como jurado ao completar 70 anos, pois o Estatuto do Idoso prevê que a pessoa é considerada idosa a partir dos 60 anos.
Obs3: O termo jurado virtual consiste na denominação dada a todo indivíduo que preenche os requisitos legais para o alistamento.
Obs4: A recusa do indivíduo em servir como jurado no Júri, se motivada por convicção religiosa, filosófica ou política, pode levar à perda dos direitos políticos (art. 438 CPP). A Constituição prevê a possibilidade de que sejam prestados serviços alternativos, com a duração do tempo que seria dedicado à sessão.
Obs5: Caso o indivíduo se negue a prestar o serviço alternativo, o juiz deve coletar suas razões, enviá-las ao presidente ao Tribunal do Júri, que encaminhará ao Ministro da Justiça para providências.
Obs6: Caso a recusa em servir como jurado seja injustificada, poderá o juiz presidente fixar multa de um a dez salários mínimos, conforme a condição econômica do jurado. 
Estão isentos do serviço do Júri (Art. 437 CPP): 
o Presidente da República e os Ministros de Estado; 
os Governadores e seus respectivos Secretários; 
os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e das Câmaras Distrital e Municipais; 
os Prefeitos Municipais; 
os Magistrados e membros do Ministério Público e da Defensoria Pública; 
os servidores do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública; 
as autoridades e os servidores da polícia e da segurança pública; 
os militares em serviço ativo; 
os cidadãos maiores de 70 (setenta) anos que requeiram sua dispensa;
aqueles que o requererem, demonstrando justo impedimento. 
O jurado que participa pelo menos uma vez do Conselho de Sentença presta serviço público relevante e terá assegurada prisão especial (crime comum) até o seu julgamento definitivo, preferência em licitações públicas, preferência em concursos públicos, além de servir para os casos de promoção funcional e remoção voluntária (arts. 295 X e 440 CPP).
Obs: Os jurados responderão criminalmente nos mesmos termos que os juízes (art. 445 CPP).
Julgamento em Plenário 
Formalidades iniciais
O escrivão,
antes mesmo do ingresso do juiz em Plenário, verificando que não existe o número mínimo suficiente para instaurar a sessão, avisa ao juiz presidente para que sorteie os suplentes e redesigne a sessão. 
O juiz, ingressando no Plenário juntamente com o MP, onde estarão o réu e seu defensor, deve, como primeira providência, recolher de dentro da urna as cédulas contendo os nomes dos jurados que compareceram. 
Contadas as cédulas e feita a chamada para atestar a presença dos jurados, torna-se a coloca-las na urna fechada. 
O juiz anuncia que está instalada a sessão, realizando o pregão:
Anúncio do processo a ser julgado;
Nome do réu; 
Artigo em que está incurso. 
Obs1: Na prática quem realiza o pregão é o oficial de justiça.
Obs2: As testemunhas já estarão em sala especial, incomunicáveis.
É possível a transmissão, ao vivo, pelos meios de comunicação dos julgamentos do Tribunal do Júri ?
Não, posto que o grau de exposição do acusado pode comprometer sua reputação, além de expor a imagem das testemunhas e da própria vítima.
Obs1: A regra nos julgamentos do Júri é de que as portas sejam mantidas abertas.
Obs2: Os jurados que deixarem o Plenário sem a dispensa do oficial de justiça ficam sujeitos à multa do jurado faltoso. 
Obs3: A justificativa do jurado para não comparecer à sessão deve chegar ao juiz até o momento da chamada (Art. 443 CPP).
Obs4: O não comparecimento do membro do MP impossibilita a realização do julgamento. Caso o promotor não compareça sem motivo plausível, o fato deve ser comunicado ao Procurador-Geral, para as medidas disciplinares cabíveis (Não existe a figura do promotor ad hoc).
É permitido o uso de algemas no réu em Plenário? Já simbolizaria a sua culpa?
Art. 474, § 3º Não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período em que permanecer no plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas ou à garantia da integridade física dos presentes.
Súmula vinculante 11 STF: Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. 
A ausência imotivada do defensor do réu causa o adiamento da sessão e oficiação à OAB. 
Obs: A audiência será adiada apenas uma vez por ausência do defensor. Caso não compareça na segunda vez, deverá ser intimada a Defensoria Pública para designar nova data para julgamento. 
Não será adiado o julgamento pela (art. 457):
ausência de acusado solto;
ausência do assistente de acusação, devidamente intimado; 
ausência do advogado do querelante, devidamente intimado.
Obs2: Se faltar uma testemunha que não era imprescindível, o julgamento não será adiado (art. 461 CPP).
Obs3: A parte só pode desistir da oitiva de testemunhas antes de iniciado o julgamento. Após, a testemunha passa a ser do juízo, devendo todos concordarem com a desistência, inclusive jurados. 
O réu preso deve ser conduzido até o fórum sob pena do adiamento do julgamento (art. 457, §2º CPP). O acusado preso pode deixar de comparecer em plenário quando fizer requerimento expresso, assinado junto com seu defensor, solicitando a dispensa do comparecimento em plenário.
Da incomunicabilidade das testemunhas
Desde o início da sessão as testemunhas devem se manter incomunicáveis, colocadas em sala especial (preferencialmente uma para acusação e uma para a defesa) evitando que elas ouçam os debates e as provas produzidas em plenário. Assim, evita-se que as testemunhas diante das teses que começam a ser apresentadas em plenário e dos depoimentos realizados, alterem o conteúdo de seu depoimento.
Obs: A quebra da incomunicabilidade das testemunhas constitui nulidade relativa, devendo ser comprovado o prejuízo causado a parte.
Formação do Conselho de Sentença
O Conselho de Sentença é o órgão deliberativo do Tribunal do Júri, composto por um juiz presidente e 25 jurados convocados para a sessão, de onde serão extraídos 7, mediante sorteio. Diante disso, pode-se afirmar que o Júri é um colegiado formado por 7 magistrados leigos e 1 togado.
Antes do sorteio, o juiz advertirá os jurados sobre as incompatibilidades, impedimentos ou suspeições para a sua atuação (art. 466 CPP), que podem gerar sua recusa motivada pelas partes.
Impedimentos dos jurados (Art. 449 CPP): 
ter sido jurado anteriormente no mesmo processo;
no caso de concurso de pessoas, ter integrado o Conselho de Sentença que julgou o outro acusado;
ter demonstrado prévia disposição a condenar ou absolver o acusado.
Impedimentos dos jurados para servir no mesmo Conselho de Sentença: 
Art. 448 CPP – Se do referido Conselho tiverem participado seu cônjuge e parentes consanguíneos ou afins, em linha reta ou colaterais, até o 3º grau (Ex: caso o marido seja escolhido para compor o Conselho de Sentença, ao sortear a esposa, esta deve declinar. Caso não decline, estar-se-á diante de uma recusa motivada).
Suspeição dos jurados (analogia aos arts. 252 e 254 CPP):
parentes consanguíneos ou afins, em linha reta ou colaterais, até o 3º grau, do juiz, do promotor, do assistente de acusação, da autoridade policial, do oficial de justiça, do perito, do réu ou da vítima;
pessoa que tenha desempenhado qualquer função ou que tenha servido como testemunha no processo;
quem tiver tomado parte como jurado em julgamento do mesmo feito (incluindo corréu);
quem possuir interesse na causa ou de parente seu até 3º grau;
amigo ou inimigo capital da vítima ou do acusado;
quem estiver respondendo a processo por fato análogo ou possua cônjuge, ascendente, ou descendente que esteja;
quem tiver aconselhado o acusado ou a vítima;
quem foi credor ou devedor, tutor ou curador do acusado ou da vítima;
quem participar de sociedade interessada no processo.
Da incomunicabilidade dos jurados que compõem o Conselho de Sentença 
O juiz deve alertar os jurados sobre a necessidade da incomunicabilidade durante os trabalhos durante a sessão do Júri e nos intervalos, a respeito de qualquer assunto relativo ao processo que está em julgamento, em especial em relação a sua opinião (art. 466, § 1º, CPP).
Obs: Os jurados podem conversar nos intervalos da sessão plenária, desde que não seja sobre o processo.
Da incomunicabilidade dos jurados que compõem o Conselho de Sentença 
O juiz deve alertar os jurados sobre a incomunicabilidade durante os trabalhos do Conselho de Sentença e nos intervalos da sessão, a respeito de qualquer assunto relativo ao processo que está em julgamento, em especial em relação a sua opinião (art. 466, § 1º, CPP).
Obs1: Os jurados podem conversar nos intervalos da sessão plenária, desde que não seja sobre o processo.
Obs2: O juiz presidente deve permitir que o Conselho de Sentença tire eventuais dúvidas por meio de perguntas à testemunha, exibição de documentos ou leitura de peças. O jurado também pode perguntar ao magistrado questões relativas ao processo, como o valor da prova e sua legalidade.
Obs3: Caso a incomunicabilidade dos jurados seja quebrada, será dissolvido o Conselho de Sentença e se ficar provada a má-fé, pode implicar na configuração do crime de prevaricação ou na aplicação de multa de 1 a 10 salários mínimos.
Obs3: Enquanto a sessão plenária não terminar, os jurados não podem voltar para casa e nem ter acesso ao telefone celular, pois qualquer contato com o mundo exterior quebrará a incomunicabilidade.
Possibilidade de recusas dos jurados para a composição do Conselho de Sentença (art. 468 CPP): 
Recusas Motivadas: casos de incompatibilidades, impedimento e suspeição (Ex: filho do réu ou seu inimigo capital); 
Recusas Imotivadas (ou Peremptórias): baseadas no sentimento pessoal do acusado, de seu defensor ou do órgão da acusação. Na formação do Conselho de Sentença, cada
parte pode recusar até 3 jurados sem necessitar justificar o ato. 
Obs1: As partes não podem dirigir nenhuma pergunta aos jurados antes da formação do Conselho de Sentença, para saber se há inclinação ao prejulgamento do caso.
Obs2: Quanto ao momento da parte arguir a suspeição contra o juiz, promotor ou servidor da justiça, deve ser feita no início da sessão. 
Aceita a suspeição o juiz deverá fundamentar sua decisão, sendo o julgamento adiado para a primeira data disponível. Caso seja rejeitada a suspeição, o julgamento ocorrerá normalmente, mas constará em ata o requerimento da parte e o seu protesto pela contra a decisão.
Obs3: O requerimento de suspeição do jurado deve ser levantado quando ocorrer o seu sorteio para integrar o Conselho de Sentença.
CUIDADO: Quando existir mais de um réu, cada parte poderá realizar 3 recusas imotivadas. Caso não seja atingido o número mínimo exigidos para formar o Conselho de Sentença, poderão ser separados os julgamentos.
Obs1: O quórum mínimo para a instauração da sessão é de 15 jurados, neste número incluídos os com incompatibilidades, impedimentos e suspeitos. Caso alguns jurados sejam recusados motivadamente, outros recusados imotivadamente, não restando 7 jurados para comporem o Conselho de Sentença, ocorrerá o “estouro de urna”.
Obs2: Ocorrendo a separação dos processos, quando existirem as figuras do autor e do partícipe, será julgado primeiramente o autor e depois o partícipe (art. 469, §1º e 2º CPP). Se existirem vários autores e os processos forem separados, serão julgados primeiro os acusados presos; dentre os presos, os que tiverem a mais tempo na prisão; e por fim, os que tiverem sido pronunciados há mais tempo.
Obs3: As recusas imotivadas podem ser feitas em conjunto caso os réus e seus defensores entrem em acordo.
Obs3: A ordem de preferência para a realização das recusas imotivadas, havendo mais de um defensor, será a de realizá-las primeiramente os advogados com inscrição mais nova na OAB.
Obs4: A lei autoriza que o Conselho de Sentença julgue mais de um processo na mesma sessão, desde que as partes aceitem, devendo ser prestado novo compromisso (ar. 452 CPP).
Compromisso dos jurados
Após a formação do Conselho de Sentença, o juiz presidente fará a todos os presentes a seguinte exortação: “Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com imparcialidade e a proferir a vossa decisão de acordo com a vossa consciência e os ditames da justiça”. Assim, os jurados, nominalmente chamados pelo presidente, responderão: “Assim o prometo” (art. 472 CPP).
Em seguida, serão entregues aos jurados as cópias da pronúncia (ou das decisões posteriores que a julgaram admissível) e do relatório do processo (art. 472, parágrafo único CPP), iniciando-se a sessão plenária. 
Oitiva da vítima e das testemunhas de acusação/defesa
Iniciada a sessão, se possível, será ouvida a vítima, com a realização de perguntas pelas partes na seguinte ordem: MP, assistente, querelante, defensor do réu e por último os jurados.
Após, serão ouvidas as testemunhas de acusação, que serão inquiridas na mesma ordem prevista para a realização de perguntas à vítima (MP, assistente, querelante, defensor do réu e por último os jurados).
Na sequência, serão ouvidas as testemunhas de defesa, na seguinte ordem: defensor do réu, o MP, o assistente, o querelante, e por último os jurados.
Obs1: Caso as partes se excedam nas inquirições diretas à vítima ou às testemunhas, realizando perguntas agressivas e/ou impertinentes, o juiz presidente exigirá que as perguntas sejam feitas por seu intermédio. Se a parte não concordar, a pergunta deve ser indeferida pelo juiz presidente.
Obs2: Os jurados só perguntam às testemunhas por intermédio do juiz presidente.
Obs3: O juiz presidente só poderá realizar perguntas às testemunhas para suplementar os pontos da infração penal que não foram esclarecidos. 
Obs1: Ao término do depoimento da testemunha, o juiz consulta as partes e os jurados se ela pode ser dispensada, para só então ficar autorizada a se ausentar da sessão. Caso a testemunha deixe o plenário sem autorização, mesmo após ter prestado depoimento, a ela poderá ser aplicada a multa do jurado faltoso (de um a dez salários mínimos, conforme sua condição econômica).
Obs2: A oitiva da vítima, os depoimentos das testemunhas e o interrogatório do acusado serão gravados para garantir a fidelidade e a celeridade (art. 475 CPP). Não se faz necessária a realização de degravação.
As partes e os jurados poderão requerer acareações, reconhecimento de pessoas e coisas, esclarecimento de peritos, bem como a leitura de peças (apenas das provas colhidas por precatória ou provas cautelares, antecipadas e não repetíveis). Privilegia-se o princípio da oralidade (evita leitura de peças escritas morosas e nem sempre produtivas).
Obs3: Só poderá ser realizada a leitura de documentos ou a exibição de objetos pelas partes caso tenham sido juntados com antecedência de no mínimo três dias da data da sessão (exs: jornais, vídeos, gravações, fotografias, laudos, quadros). Esse prazo de 3 dias será contado com a inclusão do dia do julgamento (ex: o julgamento pelo Tribunal do Júri ocorrerá no dia 22, então os documentos e objetos poderão ser juntados pelas partes até o dia 19).
Finda a inquirição das testemunhas da acusação e da defesa, ocorrerá o interrogatório do acusado. Após, será encerrada a fase instrutória, iniciando-se a fase dos debates.
Obs1: Antes da reforma do CPP no ano de 2008, o interrogatório do réu era o primeiro ato realizado após declarado o início da sessão plenária. Com a reforma, ocorreu a inversão desta ordem, passado para o final da instrução em plenário, privilegiando os princípios do contraditório e a ampla defesa.
Obs2: A ausência da realização de interrogatório do acusado em plenário se constitui em nulidade absoluta, exceto os casos em que ele tenha sido autorizado a não comparecer em plenário (se preso) ou tenha a ele tenha faltado (se solto).
Dos Debates
Iniciada a fase dos debates, o juiz presidente passará a palavra ao órgão acusatório pelo prazo de 1 hora e 30 minutos. Se existir mais de um acusado, esse prazo será aumentado em 1 hora, passando a ser de 2 horas e 30 minutos. A manifestação realizada pela acusação está limitada ao conteúdo da decisão de pronúncia. 
Obs1: Caso exista mais de um acusador, eles deverão combinar entre si a distribuição do tempo para os debates. Se não existir acordo, o juiz dividirá esse tempo igualitariamente.
Obs2: O juiz presidente deve garantir a manifestação do assistente da acusação, se houver, caso ele não entre em acordo com o promotor de justiça sobre a divisão do tempo na fase dos debates. Nesses casos, o juiz realizará a divisão, conforme seus critérios, pois a vítima tem direito de se fazer ouvir através de seu procurador.
Obs3: Quando a ação for conduzida pela parte ofendida, como por exemplo, nas ações penais privadas subsidiárias da pública, cabe ao Estado-acusação, detentor do direito de punir com exclusividade, falar na fase de debates, após o advogado do ofendido. 
Pode o MP pedir a absolvição do acusado?
Sim, caso contrário estar-se-ia legitimando a condenação de alguém contra a verdade e contra as provas existentes nos autos. O MP, como titular da ação penal, busca defender a sociedade, mas não pode esquecer que deve contribuir para a realização da justiça.
Após a palavra do órgão acusatório, o juiz presidente passará a palavra à defesa pelo prazo de 1 hora e 30 minutos. Se existir mais de um acusado, esse prazo será aumentado em 1 hora, passando a ser de 2 horas e 30 minutos. 
Obs1: Caso exista mais de um defensor, eles deverão combinar entre si a distribuição do tempo. Se não existir acordo, o juiz dividirá esse tempo igualmente.
Pode a defesa pedir a condenação do acusado?
Sim, pois há pedidos de absolvição tão dissociados da prova colhida, que levam os jurados a desacreditarem a tese defensiva, como no caso de um acusado confesso em todas as fases, inclusive em plenário. Como o defensor
pode pedir a sua absolvição se o próprio acusado já se declarou culpado. A melhor tática para a defesa é partir para uma tese de reconhecimento de algum privilégio ou do afastamento de uma das qualificadoras do crime.
Obs2: Caso o defensor esteja requerendo a condenação do acusado em processo em que não caiba esse requerimento, o juiz presidente pode declará-lo como indefeso, dissolvendo o Conselho de Sentença e justificando os motivos que o levaram a decidir desta forma.
Da Réplica e da Tréplica 
Após o término da manifestação pela defesa, o juiz presidente consulta a acusação se ela pretende ou não replicar os argumentos da defesa. Caso não queira apresentar a réplica, cessam os debates, sendo dada continuidade ao feito. 
Caso a acusação pretenda replicar os argumentos da defesa, terá novamente a palavra por 1 hora. Caso haja mais de um acusado, o prazo para a réplica será dobrado, passando a ser de 2 horas.
Após a réplica, o juiz passará a palavra à defesa para que ofereça a tréplica, pelo prazo de 1 hora. Caso haja mais de um acusado, o prazo para a tréplica será dobrado, passando a ser de 2 horas. 
Obs1: Excepcionalmente, o juiz pode aumentar o prazo para a defesa apresentar sua tréplica, em se tratando de processo complexo, prestigiando o princípio da ampla defesa.
Obs2: Tanto na réplica quanto na tréplica a parte poderá reinquirir qualquer testemunha que já tenha sido ouvida em plenário, desde que não tenha sido dispensada. 
Obs3: Direito ao aparte (art. 497, XII do CPP) cabe ao juiz presidente regulamentar durante os debates a intervenção de uma das partes, enquanto a outra estiver com a palavra, podendo conceder até 3 minutos para cada aparte requerido, que serão acrescidos ao tempo da parte que estiver com a palavra.

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