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Materia de aula Direito Empresarial IV

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MATÉRIA DE DIREITO EMPRESARIAL IV
Prof. Tiago Fantini
Avaliações
Trabalho valendo 5 pontos – 12/03/14 – TIRAMOS 05 PONTOS.
1ª Prova individual –valendo 25 pontos – 13/03/14 – TIREI 20 PONTOS.
Trabalho valendo 5 pontos – 16/04/14
2º Prova individual –valendo 25 pontos –23/04/14
3º Atividade autoinstrucional– valendo 10 pontos – 28/05/2014.
4ª Prova final – valendo 30 pontos –29/05/14
2ª chamada geral das provas= 10/05/14 – Oral. 
Bibliografia:
No quadro de avisos da sala.
RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS E FALÊNCIAS.
Desenvolvimento histórico – visão histórica.
Período Colonial – não havia recuperação de empresas, somente falência e punição do falido, principalmente se o falido agir fraudulentamente. 
Período Imperial – trabalha com duas possibilidades de recuperação: a moratória e a concordata suspensiva. A moratória funcionava da forma de que o indivíduo interessado pedia ao tribunal do comércio a moratória uma suspensão de cobrança pelos seus credores pelo prazo de 3 anos, para que possa suportar e reestabelecer o negócio. A concordata suspensiva por sua vez tinha outra vertente, concordata vem de “acordo de vontades, concordância, consenso”, então o indivíduo procurava os credores e propunha a eles um plano, uma forma de pagamento. Estes credores tinham uma prerrogativa de aceitar ou não o plano. Este acordo de vontade era feito após a decretação da falência e o objetivo não era outro senão a suspensão dos efeitos da falência já decretada. Já está falido e o objetivo é suspender os efeitos desta falência, para voltar as atividades. A natureza jurídica da concordata suspensiva era contratual (um contrato, acordo de vontades, entre credor e devedor, e não há limitação de prazos). 
Período Republicano – há duas situações, o Decreto-lei 7661/45 e a Lei 11.101/05. Este decreto lei era uma legislação voltada para falência, dificultava a concessão para concordata.
Neste decreto lei teremos a concordata preventiva e a concordata suspensiva: há um erro básico cometido pelo legislador, mantendo o nome concordata mas mudando a natureza jurídica do instituto. Houve a criação de regras diferentes para estas concordas. Se o devedor cumprisse requisitos estabelecidos em leis, requisitos legais, ele teria direito a concordata, mesmo que os credores não concordassem (ora, deixou de ser acordo de vontades, bastava o devedor cumprir requisitos). Na concordata preventiva, ocorria antes da quebra, era evitar a falência e a suspensiva era suspender os efeitos de uma falência já decretava. Ambas atingiam somente os credores quirografários (aqueles que tinham títulos executivos – cheque, promissória, letra, sem garantias reais). Significava dizer que era necessário cuidar dos outros credores que não eram atingidos, ou seja, era necessário pagar nas datas dos vencimentos (trabalhistas, fiscais e etc). A concordada auxiliava parcialmente. As opções que o devedor tinha para oferecer os credores eram: na preventiva a) o devedor poderia oferecer 50% à vista para os credores quirografários (remissória – perdão dos outros 50%); b) 60%, 75% e 90%, ganhando 6 meses, 12 meses e 18 meses, considerada mistas, pois além do perdão, há também o prazo dilatado; c) oferecer 100% em dois anos, conhecida por dilatória, não tem perdão, tem somente prazo. Este direito de oferecer era do devedor e cabia ao credor aceitar, caso o devedor cumprisse os requisitos legais. Existia a suspensiva (após a quebra), sendo uma com 35% à vista (remissa) ou tinha 50% de desconto com prazo de 2 anos. Neste caso suspensivo, o devedor tinha que ter a CND. Importante: a natureza jurídica (benefício legal, não havia acordo de vontades), somente atingia os quirografários e o prazo limite de 2 anos (tanto na preventiva quanto na suspensiva).
Na lei 11.101/05 – de acordo com esta lei, existe hoje a recuperação de empresas (e não em concordata) e se divide em judicial e extrajudicial. Nojudicial, há o plano ordinário ou o plano especial. No plano ordinário (principal recuperação desta lei), para ser aprovado, é preciso da aprovação de todos os credores (exceto os fiscais), se não aprovar, decreta-se a falência; não tem prazo fixado em lei e sim o prazo do plano aprovado pelos credores; não há ordem, pode pagar um quirografário na frente de um trabalhista; este plano não é absoluto (aprovação ou rejeição), ele pode ser modificado atendendo a demanda dos credores, desde que o devedor aceite.No plano especial tal qual a concordada no passado, atinge somente o quirografário, tem prazo máximo de 36 meses, depende da aprovação dos quirografários e existe uma carência de 180 dias. Este plano é uma prerrogativa exclusiva para EPP e ME.
No plano extrajudicial, o credor será procurado pelo devedor para assinar um acordo que tramitará fora do plano judicial, mas nem todo credor poderá entrar neste plano (o fiscal – somente em virtude de lei, trabalhista e o acidente de trabalho – ambos são subordinados, há a indisponibilidade das parcelas trabalhistas) os demais podem entrar neste acordo extrajudicial.
Todas as vezes que o legislador fizer menção a uma crise econômica financeira, ele traz a possibilidade de uma recuperação judicial, já a insolvência é o elemento caracterizador da falência e esta insolvência é analisada caso a caso. A insolvência que gera a falência, esta falência não é contábil (não identifica pelo balanço) e sim econômico/financeira, é pelo fluxo de caixa. O que vai determinar se tem capacidade ou não de pagar as obrigações é o fluxo de caixa e não o balanço.
Lei antiga x Lei nova (Art. 192 e §§ - Lei 11.101/05)
	Falência
	Concordata
	Antes 09/06/05
	Depois 09/06/05
	Antes 09/06/05
	Depois 09/06/05
	Falência requerida e decretada – ir com o decreto lei até o fim.
	
	Preventiva – se o requerimento foi antes do dia 09/06/05, não importa a data da concessão, o que importa é a data do requerimento. O devedor tem duas opções: continuar com a concordada ou transformá-la em recuperação judicial. (não se pode voltar atrás – a partir do deferimento de processamento).
	
	Falência requerida antes do dia 09/06/05 vai até a lei n
	Decretada após a lei nova, vai daqui em diante.
	Na concordata suspensiva, com o requerimento anterior a lei antiga, a concessão obrigatoriamente deverá ser anterior a 09/06/05 – motivo: devedor já está falido. Pode transformar a situação (concordatário) em recuperação judicial.
	Na concordada suspensiva, se houve requerimento anterior 09/06/05 mas o requerimento não saiu antes de 09/06/05, não há possibilidade de ter o requerimento. Falido não pode ter recuperação judicial.
	
	Falência requerida e decretada após a lei nova, somente regida pela lei nova
	
	
Deferimento de processamento = após o juiz fazer a análise dos requisitos legais do requerimento da recuperação judicial e ver que está apto para tal (decisão saneadora – mas não é a aprovação do plano), é o deferimento de processamento.
Art. 1º - Lei 11.101/05 – “esta lei se aplica a sociedade empresária ou empresário”. Apesar da exclusão disposta no Art. 966/CC, se houver o elemento de empresa, poderá ser concedido. A atividade empresarial sempre foi caracterizada pela habitualidade, lucro e etc, e o elemento de empresa é conceituado doutrinarmente. Entretanto, o Art. 1º fala também da sociedade empresária, e quando fala desta sociedade, faz menção ao fato de que sociedade empresária e sociedade simples não são a mesma coisa (e esta lei não se aplica a sociedades simples). Nas sociedades empresárias o registro é feito na Junta Comercial e nas sociedades simples, o registro é feito no cartório de pessoas jurídicas. Independentemente do objeto, as sociedades por ações sempre serão sociedades empresárias e as cooperativas sempre serão sociedades simples. Estabelece ainda o legislador que a sociedade simples que adota uma forma empresária, não passa a ser sociedade empresária e sim continua sendo uma sociedade simples (Art. 1.150/CC). Os tipos empresariais atualmente são: sociedade em nome coletivo, em comandita simples, sociedadelimitada e sociedade por ações (S/A e comandita por ações). É importante saber a responsabilidade dos sócios (solidariedade entre os sócios e sociedade – não existe nas sociedades empresárias). Por conta da regra do Art. 81 da Lei 11.101/05 – decretada a falência da sociedade empresária do sócio que é responsável ilimitado (sociedade em nome coletivo) automaticamente decretará a falência dos demais sócios (haverá solidariedade entre os sócios e o credor poderá cobrar de qualquer um dos sócios). Na sociedade em comandita simples, temos dois tipos de sócios – comanditados (pessoas físicas e respondem de maneira ilimitada e são solidários entre eles) e os comanditários (pessoas físicas ou jurídicas, respondem de maneira limitada e não há solidariedade entre eles). Se decretar a falência da sociedade em comandita simples, decreta a falência dos comanditados, mas não dos comanditários. Na comandita por ações, o administrador obrigatoriamente é acionista e responde ilimitadamente com seu patrimônio pessoal – responsabilidade ilimitada – decretada a falência deste tipo de sociedade, a do administrador também é decretada.
Todas as sociedades respondem de maneira ilimitada, mas os sócios respondem de maneira limitada, no caso das sociedades limitadas. A sociedade rural na lei antiga era sociedade civil e não tinha direito a concordada e não tinha direito de falir. No novo CC, a sociedade rural pode ser simples ou empresária e onde ela estiver registrada que levará consigo as regras.
As sociedades em conta de participação, mesmo registrada, não tem personalidade jurídica e não pode pedir falência, mas teoricamente o sócio ostensivo poderia falir.
A sociedade em comum, aquela que ainda não tem registro, é de fato, mas não tem registro (será registrada no futuro e é a única que não há benefício de ordem – credor pode cobrar diretamente do sócio sem passar pela sociedade).
Vigência de uma lei é falar também sobre as disposições finais e transitórias.
Art. 2º - Lei 11.101/05 – esta lei não se aplica as sociedades de economia mista e empresas públicas (Inciso I), onde houver participação estatal, não há incidência desta lei.
No Inciso II, traz uma lista onde não há incidência desta lei (tem que entender o Art. 1º desta lei, bem como os Artigos 2º, 197, 198 e 199). Este grupo criado para exclusão de alguns setores agrupados neste Art. 2º da Lei é um grupo economicamente forte e tem explicação,por ser um grupo forte e que dita as regras no Brasil. No artigo 198 diz que quem não tem direito a concordata não tem direito a recuperação judicial também. No Art. 199 diz que não se aplica o disposto do Art. 198 as empresas aéreas.
Instituição financeira – tem lei própria regendo (Lei 6.024/74), estabelece que banco pode falir e a legislação vigente no pais que detinha o regimento falimentar era o decreto lei de 1945 (7.661/45). Em 2005 passou a ter a lei 11.101/05 e em seu artigo 2º diz que esta lei não se aplica a instituição financeira (que é uma sociedade empresarial – S/A). Qual a lei que se aplica? Na Lei 6.024/74 diz que banco pode falir (Art. 19); no Art. 2º da Lei 11.101/05 fala que não se aplica as instituições financeiras. O Art. 197 da Lei 11.101/05 diz que enquanto não houver lei específica para normatizar as falências de banco, é que se aplica a Lei 11.101/05 (nas Disposições Finais e Transitórias desta mesma lei). Somente se chegar uma nova lei que regulamente a falência de banco é que a Lei 11.101/05 não se aplicará. O art. 2ª é aplicável em todos os casos para recuperação judicial.
Cooperativa de crédito – bastava dizer cooperativa, que é simples e não podem nem pedir recuperação e nem pode falir, então o Art. 2º se aplica automaticamente.
Consórcio - aplicam-se as mesmas características da instituição financeira. Nem na Lei 11.795/08 regulamenta a falência.
Entidade de previdência complementar (fechada) – Lei complementar 109 – diz que a entidade aberta pode falir, mas não pode pedir recuperação, e a fechada não pode falir e nem pedir recuperação. Porém a falência da entidade aberta nos remete ao Art. 26 do DL 73/66.
Operadora de plano de assistência saúde–Não podem falir e nem podem pedir recuperação judicial.
Art. 3º - Competência – o juiz competente é o juiz do local do principal estabelecimento (e não a sede). Ele repete a regra do Art. 7º da Lei 7.661/45. Qual o conceito de principal estabelecimento? Doutrinarmente define que o local do principal estabelecimento é aquele que tem o principal poder administrativo e o principal patrimônio. Alguns autores dizem que o poder administrativo deve ser preponderante ao principal patrimônio, apesar do prof. não concordar, como exemplo: uma empresa que tinha vários locais e escritórios, tinha seu patrimônio espalhado (exemplo da Encoll), apesar de seu poder administrativo estar concentrado em um local. O caso concreto é que dirá qual o juízo competente, se é o local do poder administrativo ou o poder patrimonial. A competência do juiz falimentar é residual (comum, ou seja, o juiz estadual, aqui em Bhte é o juiz do Fórum Lafayete). A competência do juízo falimentar é absoluta ou relativa? Não é absoluta e nem relativa, mas os efeitos da absoluta se aplica, pois o local é o definido em lei (principal estabelecimento). Alguns autores dirão que a competência do juiz falimentar é funcional (termo criado doutrinarmente), competência com efeitos de absoluta.
Art. 4º - VETADO – pois rezava que o MP atuaria na atuação de uma falência.
Art. 5º - veta algumas pessoas que tem créditos que não podem habilitar em processos de falência. Na lei antiga as pessoas que não podem habilitar são: pessoas que tem obrigações a título gratuito, cobrar despesas que tiveram que fazer para cobrar os créditos e as pensões alimentícias. Na nova lei, repete as obrigações a título gratuito e despesas que tiveram que fazer para cobrar os créditos. O normal é poder receber as despesas que tiver para cobrar créditos, mas na falência e nem na recuperação não pode cobrar (apenas custas processuais). A pensão alimentícia poderá ser habilitada e cobrada na empresa de responsabilidade ilimitada e na firma individual e entra junto com o trabalhista (o devedor é o sócio ilimitado).
Art.6º - Haverá a suspensão das ações e execuções, prazos prescricionais para formar o juízo universal. 
Observe a ordem cronológica abaixo.
Na falência = Pedido de falência decretação da falência Verificar passivo (habilitação) e verificar ativo (arrecadação) 
O processo de falência é uma execução coletiva (natureza jurídica), liquidação do ativo e pagamento do passivo (seguindo a ordem de pagamento, que somente pode avançar para o próximo se o anterior estiver pago). Na decretação da falência existirá o juízo universal da falência que é o único juízo competente para receber a falência, e este juízo é montado pelo principal estabelecimento.Parcondictiocreditorium – pagamento igualitário dentro da mesma classe. A suspensão de todas as execuções em trânsito, e quando decretada a falência aplica-se o princípio da visattractivs ou seja, cada parte litigante deverá vir para o processo de falência, para que possa receber de forma igualitária aos seus pares.
Na recuperação judicial = Pedido de recuperação judicial (quem faz é o devedor, prerrogativa dele) deferimento do processamento (apenas a análise de requisitos – ao deferir, o juiz está analisando a aptidão do indivíduo pedir a recuperação judicial – extingue a concordada, se houver – e até este momento poderia desistir da recuperação e voltar para concordata) prazo para apresentação do plano de recuperação prazo para impugnação se não houve impugnação, aprovação tácita do plano, juiz homologa / se houve impugnação, juiz marca assembléia / se assembléia aprova, juiz homologa, se assembléia reprova, juiz decreta falência.
Na recuperação judicial não existe juízo universal, por que diferentemente da falência, onde todos os credores devem convergir para o juízo universal e habilitar no crédito; na recuperação, os credores atingidos peloplano são os existentes até a data do pedido. A empresa continua a funcionar (atividade continua, compra matéria prima, etc) e por isso novos credores aparecem e estes novos credores NÃO são atingidos pelo plano e estes novos credores podem executar as dívidas e pedir falência (mas não podem estar dentro do plano) – dívidas fiscais estão fora e falência decretada extingue a recuperação judicial.
Na recuperação judicial não existe par condictio, a ordem de pagamento é a ordem do plano, que pode determinar o pagamento de um credor na frente do outro.
A decretação da falência e o deferimento do processamento de recuperação judicial são considerados como decisão interlocutória (natureza jurídica).
Os prazos prescricionais, ações e execuções atingem, na falência a todos, mas na recuperação judicial apenas aqueles credores que fazem parte do plano de recuperação judicial. Porém as ações de cobrança, na falência, que não são líquidas e certas, devem continuar na vara cível onde a mesma foi ajuizada, até que o direito seja líquido e certo (sentença transitada em julgado). Na recuperação judicial, os credores de dívidas incertas e ilíquidas, poderão sair da ação existente e entrar no plano (votar a favor ou contra).
Na falência, as ações trabalhistas em trâmite, na ocasião da decretação da falência, não param a sua tramitação, mas há a necessidade da sentença para que o crédito seja líquido e certo, e com a sentença transitada e julgada será levada para o juízo universal para habilitação do crédito – mas a sentença transitada e julgada não é obrigatória para a habilitação no crédito da empresa falida, se não houver contestação dos valores pelo devedor ou outro credor e se for impugnado, passa a ser indispensável a decisão trabalhista e haverá a reserva no juízo falimentar em conta remunerada da massa falida.
Na recuperação judicial, o fisco não é atingido, e a execução fiscal não para, diferentemente da falência, que cessa as execuções fiscais, que deverão entrar no bolo do juízo universal.
O tempo de duração da suspensão das ações, na decretação da falência, tem duração até o final do processo de falência (Art. 156 e 157).
Na recuperação judicial, deferido o processamento, a suspensão dos processos irá ocorrer até o prazo máximo de 180 dias que deverá acontecer a apresentação do plano, aprovação da assembléia e a homologação do plano. Se o prazo extrapolar os 180 dias, e o plano não estiver aprovado ou homologado, todas as ações de execução e prazos prescricionais continuarão.
Se existir uma ação em tramite, no processo falimentar, o credor poderá pedir reserva, através do juiz da vara cível (através de ofício) ao juízo falimentar. No caso de dano material a reserva é feita no valor do pedido total e no caso do dano moral não tem regra de fixação, mas há uma consulta jurisprudencial para balizamento de valores para reserva.
Na questão de pedido de reserva ou pleitear a suspensão para fins de recuperação judicial, suspende-se as ações, exceto as que tem valores ilíquidos e incertos (cíveis ou trabalhistas).
Existe processo falimentar?? NÃO. A lei de falências não criou um processo próprio em detrimento ao processo civil brasileiro e sim um procedimento com regras próprias. No ato a apresentação da petição é determinada a prevenção, para que no ato do protocolo, não tem como distribuir mais ações de falência – juiz prevento.
Habilitação de crédito
Manifestação do interesse do credor, deste fazer parte do processo para recebimento.
Sequência da habilitação de crédito
Decretada a falência ou deferido o processamento, abre-se um prazo de 15 dias para habilitação dos credores (prazo preclusivo): de acordo com o Art. 7º, § 1º, tem o prazo de 15 dias para habilitar (credor). O administrador deve arrecadar livros, documentos e etc nas mãos do devedor para fiscalizar todos os documentos e trabalhar também com o que o credor trouxer para tal habilitação. Esta habilitação é extrajudicial, pode ser feita ao administrador judicial, nos termos da lei, mas não é sem forma (a forma está estabelecida no Art. 9º da lei) mesmo que seja extrajudicial, tem a forma.
No prazo de 45 dias (descrito no Art. 7º, §2º), prazo preclusivo para o administrador judicial fazer uma relação de credores, funciona como se fosse um esboço do quadro geral de credores. Se ninguém disser que este esboço não estar errado, este esboço virará o Quadro Geral de Credores. O administrador judicial tem a capacidade de fazer um filtro, uma análise qualitativa. O administrador poderá não incluir algum credor devido a problemas no título, ou mesmo aquele credor sem título. Não significa que todos que habilitaram o crédito estarão neste esboço, há uma análise qualitativa para saber se irá ou não para este esboço. A relação de credores é judicializada, pois ela será protocolada aos autos.
Após a apresentação deste esboço (e dentro dos 45 dias), e dentro dos próximos 10 dias (Art. 8º), abre-se vistas deste esboço aos interessados para impugnação. Todas as partes podem impugnar (credor, devedor, MP e outras partes interessadas). A impugnação será a relação de credores apresentada pelo administrador. Quando se impugna, deve-se apontar a discordância, normalmente é a quantidade (quanto) ou a qualidade (confusão entre real, quirografário e etc) ou ainda aquele credor que não faz parte desta listagem. Esta impugnação não será feita nos autos principais, e sim em autos apartados, distribuída por dependência e ficará em autos apartados, mas não fica apensada ao processo principal. A natureza jurídica da impugnação é um incidente processual. Se impugnado, dentro destes 10 dias, a pessoa impugnada tem o direito de se defender em 5 dias (Art. 11) lembrando que o processo tramita paralelamente ao processo principal. De acordo com o Art. 12, o devedor e o comitê (órgão facultativo dos credores) terão 5 dias, prazo comum, para se manifestar na impugnação. De acordo com o Art. 12, §U, o administrador terá 5 dias (após os 5 dias do prazo do devedor/comitê) também para se defender, podendo retificar ou ratificar o posicionamento anterior dele (quadro elaborado). Após, os autos serão conclusos para o Juiz julgar, o objetivo é que o juiz decida sobre a impugnação (Art. 15), após fixar pontos controvertidos, analisar provas, e enfim, decidir. Se a natureza jurídica da decisão final (que é um incidente processual) cabe o agravo de instrumento no prazo de 10 dias, conforme Art. 17. No Art. 17, §U diz que o relator pode receber o agravo no efeito suspensivo (juízo de valor do relator, receberá se achar que deve receber) – todo recurso tem efeito devolutivo, mas o efeito suspensivo depende de lei aprovando, e terá a suspensão dos efeitos da decisão proferida, que deverá ser pedida pelo agravante (não é dada de ofício). Cada impugnação gera um incidente processual. No Art. 13 diz que se vários credores resolvem impugnar um credor, e neste caso será formado um litisconsórcio ativo necessário, para evitar decisões contraditórias. Os valores incontroversos já entram no quadro e já pode ser pago quando a sua classe iniciar o recebimento.
Habilitação retardatária (feita fora do prazo). Quando uma habilitação tempestiva, habilitada dentro do prazo de 15 dias, é extrajudicial. Mas se esta habilitação for intempestiva, após os 15 dias, será obrigatoriamente judicial (incidente judicial em processo apartado – obedece ao mesmo critério da impugnação). As consequências da habilitação intempestiva:
Na recuperação judicial é a perda do direito de voto (na apresentação do plano – se não vota, não tem privilégios), exceto para o trabalhista (Art. 10 §1º). Este direito de voto não é recuperável.
Na falência haverá a perda do direito de voto, exceto para o trabalhista, porém com uma diferença, pois este direito de voto é recuperável (Art. 10, §2º), que é a homologação do quadro geral de credores com a inclusão deste crédito intempestivo. Mas é preciso mais que a determinação do juiz para habilitar o voto, será necessária também a homologação. Tem juiz que somente homologa apóstodas as impugnações, então este credor intempestivo somente terá direito a voto após a homologação. No § 3º estabelece, na falência, a perda do direito de rateio, ou seja: o retardatário somente terá direito a “reserva” a partir dos rateios posteriores a sua habilitação retardatária. Perda de rateio = perda de crédito? NÃO, tecnicamente, mas se o dinheiro acabar antes do retardatário receber o primeiro rateio, ele perdeu o crédito ($$), mas se sobrou dinheiro, há a possibilidade de quitação dos valores antes de passar para outra classe.
Se a habilitação é tempestiva, dentro do prazo de 15 dias – extrajudicial. Mas se ela é intempestiva, judicial, e se for feita antes da homologação do quadro de devedores, ela será um incidente processual, mas se ela for feita após a homologação do quadro, não será mais um incidente processual e sim uma ação de conhecimento (ordinária – recurso = apelação).
OBS: a exclusão do credor no quadro obrigatoriamente deverá ser por ação ordinária (somente via ação ordinária). O juiz competente para proceder a exclusão é o juiz da vara de falência. Nas inclusões através de sentença judicial, somente o mesmo é quem poderá excluir do quadro (casos do Art. 6º). A partir do momento em que tiver uma ação de exclusão, gera a reserva para pagamento até que seja sentenciado julgado procedente.
No art. 20 as habilitações de créditos nas falências dos sócios, todo procedimento para falência de sociedade procede-se também para os sócios (se decretar a falência de sociedades que tem sócios ilimitadamente responsáveis, é decretada a sua falência também).
Administrador Judicial
O administrador judicial é um órgão da falência ou da recuperação judicial (sua natureza jurídica), pois não tem vínculos nem com o devedor ou o credor (a exemplo, vínculo trabalhista e outros). Se é órgão, o administrador judicial poderá ser pessoa física (Art. 21 – preferencialmente advogado, administrador, contador, economista) ou pessoa jurídica (obrigatoriamente deverá indicar a pessoa física da jurídica que será o responsável pela situação, civil e criminalmente), mas obrigatoriamente deve ser idôneo (de caráter e financeira). A substituição da pessoa que está à frente somente poderá ser alterada por determinação do juiz.
Na falência, o administrador judicial é o representante legal da massa falida.
Na recuperação judicial, o administrador judicial é o fiscal da recuperação, fiscaliza o cumprimento do plano aprovado, se está sendo cumprido ou não.
O Decreto Lei 7661/45 chamava o administrador judicial na falência de síndico e comissário para concordata.
Massa falida – é um ente despersonalizado (não tem personalidade jurídica), universalidade de fato, é um conjunto de bens, direitos e obrigações (se assemelha ao espólio no Direito Civil – então o falido nunca será a mesma coisa que a massa falida). Então se falar “vista ao falido = vista à empresa falida, a seu representante legal” e falar “vista à massa falida – vista ao administrador judicial que representa aquela massa falida”.
A massa falida se divide em duas:
Massa falida ativa: arrecadação, que é um ato complexo (difere de ato simples, único) ocorre em 03 etapas: (i) tomar posse do patrimônio arrecadado; (ii) após a posse, faz o inventário – organização deste patrimônio; (iii) após o inventário, faz a avaliação (ativo apurado que é diferente do ativo real, que acontece na fase da liquidação/venda).
Massa falida passiva: resulta das habilitações e o documento que dá a certeza da dívida é o quadro geral de credores homologado. Lembrando que é permitido mover ações ordinárias para incluir/excluir credores do quadro.
No art. 22 traz as obrigações do administrador judicial:
Inciso I – “copiar”.
Inciso II – “copiar”.
Inciso III – “copiar”.
Em toda lei tem somente 03 hipóteses para requerimento ao juiz para convocação de assembléia: administrador, comitê e 25% dos créditos. Não confundir, pois somente o juiz poderá convocar a assembléia, e nunca o administrador, comitê ou 25% dos créditos.
OBS: após a decretação da falência, terá que fazer a substituição processual da empresa falida pela massa falida.
Após a decretação da falência o administrador deve assinar o termo de compromisso e após este termo de compromisso assinado, o administrador tem 40 dias + 40 dias, para apresentar o relatório das causas da falência que será enviado ao MP. O administrador deverá imediatamente a sua posse iniciar a arrecadação.
A liquidação antecipada, ou seja, a venda antecipada de bens é permitida quando há bens de fácil deterioração, difícil guarda e guarda onerosa. A liquidação antecipada é diferente da liquidação precipitada, que esta tem objetivo de fraudar os credores, dilapidar o patrimônio com finalidade de lesar os credores.
No art. 23 diz que se o administrador descumprir algum dos prazos legais, o juiz dá mais 5 dias para que haja o cumprimento e caso não cumpra, há a destituição do administrador.
No art. 24 diz a forma de pagamento do administrador e do fiscal, sendo pela massa falida ou na recuperação judicial pelo devedor. O administrador na falência poderá receber até 5% do ativo realizado e na recuperação judicial o administrador poderá receber até 5% do passivo do quadro geral homologado.Porém 40% do valor a ser pago (dos 5%) somente receberá após a prestação de contas no final do processo, e os 60% poderá ser pago ao longo do processo. Um detalhe importante: se o administrador judicial foi destituído por dolo, desídia ou saiu sem motivos, ele não terá direito de remuneração nenhuma, mas se saí por justo motivo, há a remuneração proporcional (inclusive na morte, a família recebe). Caso o administrador recebeu uma parte grande, o administrador deverá devolver o valor pago a maior. Se tiver as contas reprovadas, nada receberá. A massa falida paga as despesas na falência e o devedor paga as despesas na recuperação judicial.
Comitê de Credores (Art. 26 a 32)
É um órgão facultativo, é uma opção dos credores. A sua composição (formação) será: um representante da classe dos trabalhistas (créditos derivados da situação de trabalho) + dois suplentes; um representante dos reais/especiais + dois suplentes + um representante dos quirografários/gerais + dois suplentes. São representantes escolhidos e não necessariamente um credor será o representante.
É obrigatória a realização de assembléia para a escolha dos membros do comitê. Não necessariamente precisa ter todos os representantes escolhidos na mesma assembléia (pode ser menos que os três) e o comitê estará formado com um representante só. Se a formação feita obrigatoriamente em assembléia, completar ou trocar o titular pelo suplente basta uma lista subscrita pelos credores respectivos (um “abaixo assinado”), ou seja, a assembléia é somente para criação.
As responsabilidades dos membros, apesar de ser um órgão facultativo, estão definidas em lei. A responsabilidade principal é de fiscalização (do plano, desenvolvimento processual, se é na recuperação, fazer relatórios mensais e etc). Todas suas decisões são anotadas em ata, restando, portanto, sua responsabilidade civil e criminal, podendo ser acionado juridicamente. Este comitê tem que trabalhar em prol do processo.
As deliberações funcionam pela maioria (se tem 03 = 2x1) e se houver empate, quem tem o voto de minerva será o administrador judicial. Se houver conflito de interesses ou algum impedimento (prestação de contas, a exemplo), quem resolverá será o juiz.
Dentro do conselho é escolhido quem assumirá a presidência do conselho que será exercida ao longo do procedimento. A legislação diz que a remuneração dos conselheiros será feita pelos credores (órgão que satisfaz a eles, nunca o devedor ou a massa falida arcarão com seus custos).
QUEM PODERÁ PEDIR CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLÉIA? O Administrador, o comitê de credores e 25% dos créditos de uma determinada classe, que fará o pedido diretamente ao juiz. Este é quem convocará a assembléia.
Quem não pode ser administrador judicial ou membro do comitê: a) destituição do comitê; b) se nãoprestou contas ou reprovação das contas prestadas; c) parente até terceiro grau do devedor, administrador ou representantes legais, amigos, inimigos ou dependentes. Juiz pode agir de ofício ou ser provocado e tem 24 horas para decidir. Ao destituir o administrador, o juiz nomeia outro e ao destituir o membro do comitê, assume um suplente.
Assembléia
Assembléia é o órgão máximo e é presidida pelo administrador judicial. Se o administrador não pode presidi-la, será presidida pelo credor com maior crédito presente na assembléia (ou ainda pelo juiz).
Atribuições da Assembléia: Art. 35. “Atertiumnomdatun”, ou seja, a terceiro não dá, inexistência da terceira opção, não se aplica. Os credores podem em consenso com o devedor, a modificação do plano (contraria esta regra, que seria apenas aprovação e rejeição). Constituição do comitê. Vetado =a assembléia poderia destituir o administrador, mas agora somente o juiz poderá destituir, mas a assembléia poderá requerer ao juiz. Pedir desistência do devedor do plano de recuperação, após a aprovação do plano, somente com aprovação da assembléia, conforme a regra geral (aprovar nas 03 classes). 
No art. 36 diz que a assembléia deve ser formada formalmente. O juiz dá o despacho designando a assembléia para o dia tal, há a publicação do despacho. Entre a data do despacho e a primeira convocação, deverá ter 15 dias senão há nulidade, e entre a primeira e segunda convocação deverá ter 5 dias. O edital de convocação constará as duas datas (primeira convocação com quorum especial, mais da metade dos créditos de cada classe) e na segunda convocação com qualquer número e delibera.
Regra geral da composição e voto: todas as vezes que não cair em 03 exceções, será desta forma:
Credores divididos em 03 classes (tem que ter aprovação das 03 classes):
Trabalhistas e acidentes de trabalho: vota por “cabeça” (voto unitário, voto por credor), o que é uma exceção, pois a regra é do voto por crédito. Questão de natureza social.
Reais: voto por crédito.
Especiais, gerais, quirografários, subordinado: voto por crédito.
Exceções ao Art. 41:
Comitê de credores (é exceção pelo motivo da disposição, então o Art. 41 não se aplica).
Trabalhistas: voto por cabeça.
Reais/especiais: voto por crédito.
Quirografário/Gerais: voto por crédito.
Forma alternativa de liquidação do ativo (Art. 46): exige que 2/3 dos créditos aprovem em assembléia (é uma grande classe única e o voto não é por maioria e sim voto qualificado, não tendo divergência de classe, votando por crédito em uma grande classe única). Para exigir uma forma alternativa é por que existe uma forma comum (que são: leilão, pregão e proposta – todas têm que pedir ao juiz o valor mínimo, evitar preço vil, disputa livre a partir do preço mínimo – pregão é a forma hibrida de liquidação do ativo, mescla a fase da proposta e do leilão). Exemplo de forma alternativa: constituição de sociedade entre credores – transformar todas as dívidas em cotas.
Assembléia de aprovação do plano de recuperação judicial (na recuperação judicial, Art. 42, 45 e 58).
IMPORTANTE:
Quorum de requisição de assembléia = 25% dos créditos de determinada classe.
Quorum de instalação = mais da metade de credores.
Quorum de deliberação = depende da matéria.
O art. 40 mostra que não pode pedir cautelar ou tutela antecipada para suspender a assembléia de credor com algum problema em seu crédito (título falso, ou outro problema), mas pode pedir ao juiz para excluir tal credor da assembléia.
Quem pode votar (regra geral):
QGC – Quadro Geral de Credores
Se não tem o quadro, vota quem está na lista (de 45 dias);
Se não tem a lista, vota quem está na lista apresentada pelo próprio devedor.
Quem não vota:
Aquele que habilitou tardiamente (Art. 10, §1º e 2º). Na falência o direito é recuperável e na recuperação judicial, pela lei, o direito não é recuperável.
Nos termos do Art. 37, §3º, aquele que chegou atrasado, após encerrado a lista de presença para instalação da assembléia, mesmo que tenha direito de voto.
Aquele que não cumpre o prazo para apresentar as procurações (art. 37 §4º, §5º e §6º).
De acordo com o Art. 39, §1º relaciona o veto ao voto as pessoas relacionadas no Art. 49, §3º e §4º (todos os credores que tem direito de propriedade – alienação fiduciária, leasing, reserva de domínio, entre outros - a propriedade não passou para as mãos do comprador). 
Se for decretada a falência, o banco deverá perguntar ao administrador se vai cumprir o contrato, e caso a massa falida não irá cumprir o contrato, o banco pegará o bem, quitar o débito e devolver o valor, caso haja. Na recuperação judicial, a tendência é continuar o negócio, não é parar, e neste caso, pode colocar dentro do plano estes credores com direito a propriedade? Não, porque esta turma (Art. 49, §3º) não é atingida pelo plano, por isso ele não vota. Assemelha-se ao fisco, não será atingido pela programação e deverá ter uma programação de pagamento por fora, caso não cumpra, este credor pode retomar o bem. Não vota como penalização e sim privilégio, pois ele não é atingido. O final do parágrafo §3º, se está na recuperação judicial, deflagrado o deferimento, se parar de pagar dentro dos 180 dias, o credor não pode reaver o bem dentro deste prazo, deverá esperar o prazo findar. 
No Art. 49, § 4º que remete o Art. 86, II, cita o contrato de câmbio para exportação. Neste caso é um contrato específico, e neste caso, como o fisco e os proprietários tem o direito de cobrar fora, na recuperação judicial e por isso, como benefício, não tem direito a voto. Na falência, o contrato de cambio de exportação está classificado como “pedido de restituição” que é super privilegiado, está acima do extraconcursal e do concursal. As deliberações da assembléia não serão invalidadas em razão da quantidade, existência ou qualidade, mas se o que ele votou for nula, a deliberação dele pode ser anulada (art. 39, §2º e §3º).
ART. 43 - Uma das piores redações da lei. Nas sociedades coligadas (Art. 1097 a 1100 do CC) que são controladas ou controladoras, coligadas propriamente ditas (10% ou +) e de simples participação (- 10%), interfere diretamente nesse artigo. Não votam os sócios do devedor, bem como as sociedades coligadas, controladoras, controladas (o legislador não inseriu a de simples participação). Porém o artigo diz que os sócios do devedor, então inclui mesmo as coligadas de simples participação (aquelas que tem menos de 10%). Neste artigo, diz quando há sócios em comum (sociedade credora e devedora) e a participação for superior a 10% de algum sócio em ambas sociedades fazem com que este credor perde o direito de voto.
As pessoas que possuem parentesco consangüíneo de até 2º grau, cônjuge do devedor, administrador, controlador, membro do conselho consultivo, fiscal ou semelhantes, é vedado o voto.
Artigo 45 – como aprovar o plano na recuperação. Se dá em duas etapas, na mesma assembléia. Há uma única assembléia e será dividida em duas etapas. Se o plano é aprovado na primeira etapa, dispensa a segunda etapa. Na primeira etapa, combina o Art. 41 com o 45 (divisão dos credores, primeira classe dos trabalhistas, segunda classe reais e terceira classe especiais, quirografários e etc). Na classe dos trabalhadores, no art. 41, o voto é por cabeça. No Art. 45, os credores da segunda e terceira classe votam por cabeça e por crédito.
Primeira etapa: se consegue a aprovação (Art. 45), dispensa a segunda etapa.
Segunda etapa: se não consegue aprovar com base no Art. 45, tem a segunda votação, a segunda chance, com base no Art. 58. Primeiramente a precisa da aprovação de todos os credores presentes, inclusive trabalhistas e acidentes do trabalho, por crédito e por maioria dos presentes. Segunda parte, precisa que pelo menos duas classes votem conforme o Art. 45. Terceiro, esta classe que não aprovou, precisa de aprovação de 1/3 conforme o Art. 45. Se não há aprovação, decreta-se a falência. Art. 56, §4º = a não aprovação do plano implica-se na decretação da falência. Não dá o juiz o poderdo argumento, tem que decretar a falência, não há alternativas (repete o art. 73, III).
Art. 47 – Dá uma idéia de flexibilização do Art. 56, §4º. O objetivo da recuperação judicial é a superação da crise financeira, através do plano de recuperação judicial. O legislador prescreve uma ordem:
Manutenção da atividade produtiva;
Manter os empregos;
Interesse dos credores (pagar);
Desta forma estaremos preservando a empresa, promovendo a sua função social e estimulando a atividade econômica.
Este artigo mostra a importância da recuperação judicial, a importância da manutenção da empresa. O legislador pensou em dar ênfase à manutenção da empresa do que preferência dos credores. Então alguns juízes preferem manter a empresa a decretar sua falência. Em última análise é a aprovação do plano, este tem que mostrar viabilidade, a capacidade de sair da crise. É o caminho de uma recuperação de caráter social.
Balanço = receitas (-) despesas = ebtida, se é positivo, sinais de solvência, mas se é negativo, sinais de crise, sinais de insolvência. Esta ideia de ebtida é muito bem visualizada com uma tabelinha montada, que demonstra o dia a dia da empresa, contendo o NCG (necessidade de capital de giro) e o CDG (próprio capital de giro). Quando se inicia um negócio, o CDG deve ser maior que o NCG. Se o NCG aumenta e supera o CDG (com ebtida negativo) surge o efeito tesoura, que dá indícios de uma crise, insolvência. Tudo gira em torno do fluxo de caixa.
Governança corporativa = sistema pelo qual se trabalha a empresa da maneira mais regular possível. O que quer por meio deste sistema é dar longevidade, sustentabilidade, se aplica bem as melhores práticas, consegue-se dar maior longevidade. Os pilares da governança corporativa são:
Transparência: ter transparência nas informações.
Prestação de contas: não basta ser transparente, tem que prestar contas.
Equidade: é dar tratamento igualitário nas partes interessadas, colaboradores, fiscos, empregados, fornecedores, etc.
Responsabilidade corporativa: irá trabalhar com dois fatores, a ética e a legalidade (agir na forma da lei, cumprir com o estatuto).
Por estar assim, o mercado te conhece, reconhece a sua longevidade e sustentabilidade. Pode vender suas ações no novo mercado (Bovespa) e tais ações negociadas no Novo Mercado valem mais, e menor é a chance de “quebra”.
Art. 48 – o juiz deferirá o processamento da recuperação judicial e a partir deste momento, inicia-se o prazo de 180 dias para aprovação do plano. Após este prazo, pode-se aprovar o plano, mas as ações e execuções continuam. Para pedir o plano, tem que ser empresário, não pode estar nas exceções do Art. 2º, estarem dois anos em atividade regular, não ser falido (significa que a legislação nova não contemplou nada comparado a concordata suspensiva da legislação antiga), prazo de cinco anos de carência da homologação (concessão do plano e não aprovação dos credores) pelo juiz, se o plano é especial, 8 anos, para pedir nova recuperação judicial, e não ter cometido crime falimentar ou ter nos seus quadros nenhum gerente ou administrador que tenha cometido algum crime falimentar.
Art. 49 – estão sujeitos a recuperação judicial todos os créditos existente na data. No parágrafo primeiro, a fiança . . . . . .
No parágrafo 5º, se “A” deve a “B” e “A” é credor de “Z”. Se “A” tem um título de crédito representativo do direito de crédito. O endosso mandato não transfere crédito e nem o endosso penhor transfere o título de crédito. Se “B” exige de “A” uma garantia, e este último não tem nada a oferecer como garantia, “A” endossa o título de crédito por via do endosso penhor para “B”, então, “B” está de posse do título de crédito sem ser dono do crédito. Se a data de vencimento do título de “Z” é vence antes da relação de “B”, este título não vale nada, pois “B” não pode cobrar de “Z”, tendo que devolver o título para “A”, e pedir uma nova garantia. Se “Z” for pagar, vai pagar a quem? Nem a “B” e nem a “A”, pois “B” não é dono do crédito e “A” não tem o título para devolver no ato do pagamento. Então “Z” pagará através de pagamento consignado chamando “A” e “B” como réu para que o juízo decida quem será o credor. “A” poderá pegar resgatar o dinheiro, dentro do prazo de 180 dias, desde que “A” dê outra garantia para o resgate do título. Se “A” pede a recuperação judicial, deverá oferecer outra garantia para “B”. Se o plano tiver aprovado, “B” estará no plano e poderá entregar o título, podendo exigir a garantia real.
Art. 50 – apresenta os meios de recuperação judicial. Os caminhos que pode usar para seguir a recuperação judicial. Rol meramente exemplificativo. No inciso I descreve o que é mais corriqueiro e comum, que é pedir prazo e condições especiais para pagamento (pode pedir inclusive perdão de pagamento). No inciso II traz uma situação mais complexa, pois traz a cisão, há uma divisão da empresa em duas, sendo que uma fica com o débito (empresa podre) e a outra fica com a parte boa (porém a segunda empresa assume a responsabilidade da primeira). Pode-se fazer uma fusão, gerando uma empresa nova que assumirá as obrigações da empresa em recuperação judicial. Há também a incorporação, onde a empresa incorpora outra, sendo que a incorporada desaparece, sendo que a primeira assume as obrigações da incorporada. Pode também existir a transformação de Ltda em S/A, para viabilizar a busca de capitais no mercado. No inciso III traz a alteração de controle societário. No inciso IV existe uma regra que merece explicação, pois há a substituição total ou parcial dos administradores, regra esta importada do direito italiano, princípio da dissociação, afasta o devedor da recuperação judicial, afastamento este feito na gestão, já sabe que a decretação da falência implica no afastamento do devedor, assumindo o administrador judicial, mas na recuperação judicial é uma possibilidade e não obrigação. Para afastar o devedor, na recuperação, há a necessidade das regras do art. 64, ou seja, a regra é manter o devedor na administração, pois não há falência, mas seus incisos trazem os casos que pode requerer o afastamento do devedor, como condenação penal, indícios veementes de fraude falimentar, prática de gastos pessoais excessivos de situação patrimonial, simular ou omitir créditos na relação do inciso III do Art. 51, entre outros. No art. 65 há a solução do afastamento, quem irá assumir a empresa, que será o gestor judicial que será escolhido em assembléia pelos credores, que substituirá o devedor na recuperação judicial (diferente do administrador judicial que é escolhido pelo juiz e que será fiscal da recuperação, do cumprimento do plano). Uma assembléia para ser válida, deve ter um prazo entre a convocação/publicação e a assembléia deverá ser de 15 dias (+ 5 dias) e neste prazo, no afastamento do devedor, terá seu cargo ocupado pelo administrador judicial, que ocupará este cargo provisoriamente, pois a função deste administrador é fiscalizar, e como ele irá fiscalizar o que gerenciará? Por isso é provisória até a escolha do gestor pela assembléia. Se na primeira assembléia não seja escolhido o primeiro gestor, o prazo para segunda assembléia será de 72 horas para a escolha do gestor, para que o administrador não exerça as duas funções (fiscalizar e gerir), é a única exceção de prazo expressa pela lei. O devedor poderá trespassar ou arrendar o estabelecimento. Há possibilidade, com acordo ou convenção coletiva, de redução salarial tendo em vista a redução de jornada de trabalho pela redução de produção, mas mesmo que seja aprovado pelos empregados, deve haver a aprovação sindical, pois direitos trabalhistas são indisponíveis, o juiz somente homologará esta redução se houver o acordo coletivo do sindicato (patronal e empregados) primeiro, após aprovação da assembléia e posteriormente o juiz homologará. A dação em pagamento somente será possível com a aprovação dos demais credores. Venda parcial de bens, na recuperação judicial, que é para reforço de fluxo de caixa. Equalização de encargos financeiros, tentativade acordo com os bancos para cumprimento das obrigações. Usufruto da empresa, pouco usual nestas condições, tem que haver a concordância dos credores em haver a alienação do patrimônio, pois se o devedor não cumprir o plano, ele falirá, sem patrimônios, pois foi vendido. Constituição de SPE para adjudicar ativo para realizar pagamento, estamos falando mais próximo de liquidação. Tudo isso são exemplos que o legislador cita para propiciar a recuperação judicial. A alienação de bem somente poderá ser feita com autorização dos devedores. Se há créditos em moeda estrangeira, a mudança do indexador somente será possível com a aquiescência do credor.
Art. 51 – apresenta a petição inicial para recuperação judicial. Este artigo deve ser conjugado pelo Art. 282 do CPC, para que a petição inicial não seja inepta. Há a exposição das causas concretas do motivo da falência (dificuldades em relatar, exemplo caixa dois). Apresentar livros contábeis dos últimos 03 anos. Relação completa dos credores e seus créditos e ainda dos empregados, pois possuem uma relação própria a ser tratada – pois para os trabalhistas devem ser pagos em 01 ano. As verbas estritamente salariais no limite dos últimos 03 meses trabalhados e não recebidos e ainda limitado a 5 salários, demais débitos terão que ser pagos dentro de 01 ano, no máximo. Lembrar que no plano não há ordem para pagamento, é a ordem aprovada no plano, mas o pagamento dos trabalhistas não podem ultrapassar 01 ano. Relação de todas as ações judiciais inclusive as trabalhistas, pelo motivo de contigenciar o risco, trabalhar com a possibilidade efetiva de ter que pagar os riscos de uma sucumbência. A lei não prevê as situações arbitrais. Ver atentamente os parágrafos deste artigo 51.
Art. 52 – este artigo está preocupado com o deferimento do processamento. Se o devedor cumpriu os requisitos e apresentou uma petição apta, o juiz não tem o porquê de não aprovar o deferimento do processamento. Após o deferimento, que se inicia o prazo de 180 dias para aprovar o plano com os devedores, e obter a CND. O juiz determinará a suspensão das ações existente, que o devedor deverá prestar contas mensais, entre outras obrigações. Deferido o processamento, os credores poderão pedir a convocação de assembléia para escolha do comitê de credores. Se há desistência por parte do devedor, até o deferimento, é unilateral, mas após o deferimento do processamento, a desistência somente poderá ser pedida e aprovada através de assembléia, dividida por classe, trabalhista por cabeça e demais classes por crédito.
Art. 53 – o pedido (petição inicial com base no artigo 51) e o deferimento do processamento (art. 52), o devedor tem o prazo de 60 dias para apresentar o plano de recuperação judicial. Este prazo, diferentemente do deferimento do processamento, que o juiz poderá não deferir por falta de algum requisito – e não será decretada a falência, a não apresentação do plano (conforme artigo 50 e seus incisos), o juiz decretará a falência. A viabilidade econômica é fundamental para o deferimento do plano. Apresentado o plano, em juízo, este comunicará os credores quanto ao plano. No deferimento do plano de recuperação, os devedores terão 15 dias para habilitar e o devedor terá 45 dias para apresentar a relação de credores (que totaliza os 60 dias). De acordo com o Art. 55, há 30 dias contados da apresentação da relação de credores para impugnar tal relação. Para o juiz determinar a abertura do prazo para impugnar o plano deverá ter dois documentos nos autos: o plano + relação de credores. Somente após a apresentação da relação de credores é que o juiz abre vista para a impugnação ao plano (tem que ter a relação de credores e o plano).
Art. 56 – tem 30 dias para impugnação ao plano, que poderá ser impugnado ou não. Se o plano foi impugnado, o juiz deverá designar a assembléia (credores conforme art. 45 e 58), que poderá acontecer dos credores aprovarem o plano ou reprovarem o plano. Se eles aprovarem o plano, antes da homologação, há uma obrigação legal que é a apresentação da CND de débitos fiscais (ou positiva com efeitos de negativa). Se o plano não foi impugnado, há a aprovação tácita do plano, pela falta de manifestação dos credores, apresenta-se a CND de débitos fiscais (ou positiva com efeitos de negativa), juiz homologa. Importante: esta assembléia tem prazo máximo de 150 dias do deferimento do processamento. A assembléia geral que aprovar o plano poderá designar os membros do comitê de credores. O plano de recuperação poderá haver mudanças, desde que haja aprovação na assembléia (e quem não participou da assembléia não pode reclamar depois). Rejeitado o plano, o juiz decretará a falência (art. 56, §4º e Art. 73, III).
Art. 57 – é a apresentação da CND ou certidão positiva com efeitos de negativa.
Art. 58 – é combinado com o art. 45.
Art. 59 – o plano de recuperação judicial não tem prazo, exceto para o crédito trabalhista que não pode ultrapassar 01 ano. Quando o plano é aprovado pelo juiz (homologado), o credor tem nas mãos um título executivo judicial (incidente processual que cabe agravo de instrumento). Quando o plano é homologado, ele faz novação quanto às obrigações antigas, já que estas estão extintas, substituídas pelas novas obrigações aprovadas no plano homologado. A recuperação judicial se divide em 2 fases (art. 61) que é a fase processual, que vai até 2 anos, e a fase extraprocessual que é a fase posterior a 2 anos. Na fase processual, tem-se o processo, tem juiz, tem administrador judicial, tem comitê se credores quiserem, tem assembléias, tem prestação de contas, tem relatórios, o nome encontra-se na Junta Comercial com a expressão “em recuperação judicial” e nesta fase o juiz poderá decretar a falência de ofício. Se cumprir religiosamente o plano na fase processual, ao final de 2 anos, extingue-se o processo, paga-se os 40% do administrador, dispensa-se o comitê, assembléias, relatórios finais e retira-se a expressão da junta comercial. Enfim, o devedor cumpriu uma fase (mas não está recuperado ainda). A única fiscalização será dos credores. A partir da fase extrajudicial, se algum credor tiver algum crédito para receber e não receber, este credor pode executar o título ou pedir a falência. Na fase extraprocessual o juiz não poderá decretar a falência de ofício. Se a falência for decretada antes dos 02 anos, na fase processual, os credores poderão voltar ao crédito original, pois a novação mencionada anteriormente somente se efetiva após a fase processual (02 anos) e se a falência foi decretada após a fase processual, a novação se efetiva.
Art. 63 – se cumprir o prazo de 02 anos, há o direito de tirar a expressão “recuperação judicial” na junta, há um estímulo na empresa. Porém este artigo chega antes do Art. 69, que fala que é para inserir esta expressão na junta comercial (há uma desobediência à ordem cronológica na lei).
Art. 66 – se o devedor quiser fazer alguma venda de ativo, ele dependerá de autorização dos credores, o devedor deixa de ter a propriedade plena dos bens, pois há necessidade de autorização judicial ou do comitê/assembléia, salvos as alienações que foram aprovadas no plano.
Art. 67 – o legislador precisava estimular os fornecedores durante a recuperação judicial, criando uma “proteção”. Se o credor que constar no plano aprovado na recuperação judicial e se este fornecedor vender para o devedor, pós plano judicial, este fornecedor terá seu crédito classificado como extraconcursal, se houver uma falência deste devedor no processo da recuperação judicial (o crédito contraído pós recuperação). Isso se dá para estimular a venda para o devedor. Além disso, pelo valor de crédito ao longo da recuperação judicial, poderá transformar o crédito quirografário anterior em crédito geral.
Plano de recuperação judicial para Micro Empresa e Empresa de Pequeno Porte.
Este plano especial é somente para empresas ME ou EPP, apesar de terem a opção de pedirem o plano de modo ordinário.
Plano ordinário – requisitos do art. 1º, 2º, 48º, 51º,não tem prazo (exceto trabalhista). Plano que atinge a todos os credores (menos fiscais, exportação e outros da lei). Há assembléia (pela quantidade de classes de credores).
Plano especial – prazo máximo de 36 meses, com carência de 180 dias. Atingem somente os quirografários (lembra a concordata antiga). Não há assembléia para aprovação, pois há somente a classe dos quirografários. Somente os credores atingidos podem impugnar o plano (quirografários). Juros de 12% a.a.
Art. 73 – refere-se a decretação da falência na recuperação judicial. No inciso I dá a entender que a qualquer momento a assembléia poderá requerer a falência do plano (é uma crítica do professor a este artigo).
Falência
Art. 75 – diferentemente da recuperação judicial, que o afastamento do devedor é excepcional, sendo a regra a manutenção dele, na falência, o afastamento do devedor é obrigatório e não há exceção. Na falência, devemos preocupar com o valor do patrimônio tangível e intangível, preservar e otimizar a utilização dos bens e recursos produtivos. Uma maneira boa de preservar o patrimônio é continuação do negócio, dá uma idéia positiva. Porém somente permitirá a continuação do negócio se de fato tiver condições, pois não existe um gestor judicial na falência, pois como é obrigatório o afastamento do negócio será o administrador judicial (que poderá contratar um auxiliar, que será seu preposto). Portanto, nas mãos do administrador judicial (ou pessoa escolhida por ele – auxiliar) é possível a continuação do negócio para uma futura venda do fundo de comércio, por exemplo. Difícil de imaginar que uma empresa falida se torne viável, mas teoricamente é possível.
Art. 76 – Universalidade e indivisibilidade do juízo universal da falência, há uma convergência de todos os credores para este único juízo. Existem algumas exceções, como ações trabalhistas, fiscais, créditos ilíquidos. As ações em que a massa for autora e em assuntos que não sejam regulamentos pela lei de falências. Após a falência, a massa falida deverá providenciar a substituição processual.
Art. 77 – preocupa-se com a par condictio petitório. A decretação da falência promove o vencimento antecipado dos títulos, para que todos possam ter seus títulos exeqüíveis, pois títulos vencidos geram direitos certos, e títulos vincendos geram expectativa de crédito. Se há juros embutidos em prestações vincendas, deverá haver o decote dos juros, para apurar a antecipação das parcelas.
Art. 78 – a distribuição obrigatória é o processo original, mas na recuperação judicial se o juiz decretar a falência, não há o que falar em distribuição, pois continuará o mesmo juiz, mesmo processo. Todas as ações distribuídas na falência serão distribuídas por dependência no processo de falência, mas não ficam apensados.
Art. 79 – o processo de falência prefere sobre todos os demais em todas as instâncias (mas não funciona na prática).
Art. 80 – quando estamos transformando uma recuperação judicial em falência, tais créditos habilitados na recuperação judicial, automaticamente estarão habilitados na falência.
Art. 81 – quanto a responsabilidade ilimitada dos sócios, automaticamente decreta-se a falência dos sócios, e se o sócio saiu da sociedade, ele continua responsável por mais 2 anos. A lei de registro diz que se leva a alteração contratual até 30 dias da assinatura, a data vale da assinatura, mas se registra após 30 dias, a data do registro que valerá para contar os 2 anos.
Art. 82 – quando a responsabilidade limitada dos sócios, a pessoa jurídica não se confunde com a pessoa física, a decretação da falência não promove a falência dos sócios. Para que seja provada a responsabilidade dos sócios será necessária uma ação ordinária para tal. Até 2 anos a partir do processo de encerramento é possível propor esta ação (ou no decorrer do processo).
Classificação dos créditos (Art. 149):
1º) Pedido de restituição de coisa (Art. 85): antes de pagar qualquer credor no processo falimentar, deve se respeitar este artigo. Há uma regra no caput, que diz que pode pedir restituição o dono da coisa, exemplo: equipamentos locados que estão em poder do devedor. É necessária uma ação ordinária com uma sentença favorável para o dono pegar os bens de volta – ação de pedido de restituição. No parágrafo único diz que também pode pedir restituição o credor, quando acontece uma situação descrita na lei: venda a crédito, coisa entregue nos 15 dias anteriores ao requerimento da falência, se a coisa ainda não foi alienada pelo devedor. O que move esta regra é o princípio da boa fé. É a restituição de coisa pedida pelo credor. Se a coisa foi consumida pelo devedor ou transformada em outra coisa (madeira em móveis) ou ainda o administrador da massa vende a coisa por ser de difícil guarda ou guarda onerosa, haverá o direito à restituição em dinheiro. Se a coisa foi transformada ou consumida, será pelo valor de avaliação, mas se foi alienada pelo administrador, será pelo valor de venda. O INSS é composto por contribuições do empregador e dos empregados. A parte do empregador é um débito fiscal e o INSS poderá habilitar na classe do crédito fiscal, já a parte do empregado que é descontada pelo empregador e não é repassada para o INSS, tal parcela poderá ser requisitada pelo INSS por motivo de apropriação indébita, pois este dinheiro é do empregado que o empregador não repassou para o INSS.
2º) Antes de pagar esta verba porém, deve-se pagar as verbas estritamente salariais nos termos do Art. 51, sem fixar o prazo de 30 dias. 
3º)O contrato de câmbio de exportação, que não é atingida na recuperação judicial, na falência tem o privilégio de estar no topo da lista de pagamento dos credores (Art. 86).
Art. 88 – somente pode entregar ao requerente a coisa 48 horas depois da sentença, então, não pode entregar a coisa ao longo do processo de restituição.
Art. 89 – a sentença que julgar improcedente a restituição por falta de algum critério, automaticamente será enquadrado no quadro geral de credores (observar que a lei fala em credor § U Art. 85 e não dono). Não tem como pedir para ficar como depositário da coisa antes da sentença, mas em 48 horas após a sentença, não há transito em julgado, que acontece somente após o transito em julgado. Como a apelação é sem efeito suspensivo, até o transito em julgado é uma sentença provisória, o juiz exigirá uma calção do autor para entregar a coisa 48 horas após a sentença favorável e se o autor não quiser caucionar, ele não pegará a coisa.
Art. 92 – todas as despesas que a massa teve para guardar a coisa deverão ser restituídas pelo autor (dono) da coisa.
Art. 93 – Onde couber restituição não caberá embargos, ou seja, da decretação em diante, cabe restituição e não cabem embargos.
4º) Créditos extra concursais (Art. 84) – está portanto classificado após a restituição em dinheiro. Após pagar as restituições em dinheiro, paga-se os créditos extraconcursais. Esta classe tem subclasses dentro delas. Inciso I – administrador judicial/seus auxiliares e os empregados que trabalharam após a falência; II – (inserir as alíneas)....
5º) Créditos concursais (Art. 83) – créditos trabalhistas, até 150 salários mínimos (acima, a parte que excede é quirografário); acidentes de trabalho (sem limitação); reais (limite do valor do bem gravado com ônus, o valor que ultrapassa o bem gravado é quirografário); fiscais (primeiro União federal, estados e depois os municípios); especiais (todos que estão relacionados no Art. 964 CC, e quem tem direito de retenção); gerais (remete ao Art. 965 do CC, após § Único do art. 67 desta lei); credores quirografários (cheques, promissórias, letra de câmbio, título executivo judicial; excedente de 150 salários dos trabalhistas; excesso dos valores do bem gravado dos reais, consumidor – este tem a prerrogativa de ir atrás dos sócios); todas as multas existentes (fiscais, contratuais e etc); e por último subordinado (sócio que empresta dinheiro para sociedade).
Atenção aos parágrafos deste artigo: no § 2º somente irádistribuir a cota parte da liquidação se sobrar dinheiro, após pagar tudo. § 3º se o inadimplemento se deu pela falência, as multas contratuais por este motivo (antes da falência cumpria regularmente mas a falência decretada impede de cumprir as obrigações) não poderá cobrar multa, mesmo que conste na relação contratual, se a falência é a causa da ruptura do contrato não pode cobrar multa, mas se antes da falência já havia descumprido, aí pode habilitar as multas na sua classe. Neste parágrafo diz que nos contratos unilaterais, mas este tipo de contrato não poderá existir cláusula penal, ou seja, regra meio inaplicável, mas os juízes tem aplicado, pela analogia, esta regra nos contratos bilaterais.
O § 4º tem o objetivo de moralizar, não proibiu a venda de créditos trabalhistas, mas no momento que os mesmos forem vendidos, serão transformados em quirografários.
Art. 94 – divide-se em 03 incisos:
I – pedido direto de falência, tem alguns requisitos para fazê-lo: protestar o título e ter um crédito de mais de 40 salários mínimos. O litisconsórcio pode ser feito, para que o somatório dos créditos cheguem a 40 salários mínimos. O protesto deve ser para fins falimentares (e não o protesto cambial). Este tipo especial de protesto.
II – pedido indireto: tem duas fases. A primeira fase haverá a execução singular, chegará uma fase que o devedor deverá pagar, depositar ou nomear bens a penhora. Nesta fase, o devedor não pagou, não depositou e nem entregou bens a penhora, o credor poderá pegar uma certidão de inteiro teor e poderá pedir a falência por qualquer valor. Neste caso, haverá a segunda fase.
III – pedido com base nos atos de falência: o pedido de falência é com base de condutas e não por falta de pagamentos. É um procedimento muito mais complicado, pois se não há certeza ou se não conseguir provar, o pedido será julgado improcedente, e, além disso, gerará perdas e danos em favor da empresa que supostamente estava desviando bens, a exemplo, para falir. Uma saída para evitar uma possível condenação de perdas e dados é uma medida cautelar de produção antecipada de provas de que o devedor não está dilapidando seu patrimônio. Feito o pedido, existe o princípio do contraditório, não haverá a decretação de falência sem abrir vista para empresa devedora, que será feita no prazo de 10 dias (Art. 98). No Art. 96 há uma exemplificação de tipos de defesa: falsidade do título, prescrição do título, nulidade da obrigação do título, pagamento do título, qualquer outro fato que extingue a obrigação e outros. No art. 98, § U, o devedor poderá fazer o depósito elisivo, ou seja, aquele que descaracteriza a falência. O depósito elisivo é o valor devido + correção monetária + juros + honorários advocatícios (apenas para os incisos I e II do art. 94). Então por este motivo o juiz não poderá mais decretar a falência. Se fizer somente o depósito elisivo, dentro do prazo de defesa, significa confissão da dívida e conseqüentemente seu pagamento. Se o devedor não tem como defender (deve) e não tem como fazer o depósito elisivo, o devedor poderá pleitear sua recuperação judicial (Art. 95) dentro do prazo da defesa, que suspenderá a falência. Se for feito a defesa e o depósito incompleto (menor que deveria depositar), ou seja, depósito elisivo incompleto, se o juiz decretar a falência, o credor não pode levantar o valor, pois o mesmo irá para massa e este credor entrará na classificação.
Art. 99 – o legislador fala em sentença, mas deveria ter usado o termo decisão, pois a decisão decretatória de falência é interlocutória (então não é sentença), a decisão decretatória é interlocutória mista, tem duplo efeito, efeito constitutivo (constitui a massa falida, efeito ex-nunc) e efeito declaratório (inciso II do Art. 99). Decretado a falência, retroage-se para atingir situações antes da quebra, definidos em lei (efeito extunc). A decisão de negatória (indefere o pedido de falência) é uma sentença e cabe apelação, sendo que as outras cabem agravo de instrumento.
Inciso II – O juiz quando decreta a falência é obrigado a fixar o termo legal. O termo legal é uma espécie do período suspeito (que é o gênero). O termo legal é um efeito declaratório da decisão declaratória, com efeito ex-tunc. A fixação do termo legal, marco inicial da contagem de prazo, pode retroagir ao máximo até 90 dias, na hipótese da decretação ter sido com base no Art. 94, II.
Na outra hipótese (Art. 94, I), poderá retroagir 90 dias do primeiro protesto sem pagamento, pois quando mais puder retroagir, poderá fiscalizar melhor. O legislador deu também a opção de poder voltar 90 dias do pedido de recuperação judicial. Enfim, o juiz escolherá aquele período que permitirá voltar mais ainda no tempo. O juiz poderá alterar a fixação do termo legal se aparecer outro protesto, com data anterior.
Combinação do Art. 99, II com o Art. 129, I, II e III – o que o juiz estará procurando ao retroagir o termo legal? De acordo com o caput do 129, o juiz estará procurando algum ato ineficaz, ou seja, um defeito externo que o torna ineficaz. A objetividade deste artigo (pouco importa a subjetividade, a intenção, culpa, ciência do estado de crise). A primeira situação é o pagamento de dívida vincenda dentro do termo legal (lembrar que no ato do pagamento não dá para prever esta falência). O pagamento de uma dívida vincenda não é errado, mas se ocorrer uma quebra posterior, dentro do termo legal, torna-se o ato ineficaz, torna-se tal ato sem eficácia (pagar uma dívida vincenda dentro do termo legal traz a ineficácia ao ato). No inciso II, pagar uma dívida vencida com um meio diferente do contrato, a exemplo, pagar uma dívida em valor com um bem móvel, tipo um carro. O ato em si é válido, o que tira a eficácia deste ato é a decretação de falência posterior, onde o termo de legal atinja este ato, tornando-o ineficaz. O terceiro inciso é dar uma garantia real a um credor quirografário, também dentro do termo legal, transformará ineficaz tal ato. No inciso I, o valor deve voltar para massa, seja através do credor que o recebeu ou responsabilizar o sócio que o fez. No inciso II, o credor deverá devolver o bem para massa falida. E no inciso III, o credor volta a ser quirografário, o bem dado em garantia volta para massa, perde a eficiência.
O efeito do termo declaratório (período suspeito – gênero) remete aos incisos IV e V do art. 129, onde volta-se 2 anos antes da decretação da falência, não se confunde com o período do termo legal. Então há duas espécies de termos: termo legal e período suspeito. Enfim, nos incisos IV e V há outra situação.
No inciso VI há outra situação, ainda, a venda do patrimônio, sem vincular a tempo, onde o patrimônio não possa suportar o passivo, também terá ato ineficaz.
No inciso VII traz outra situação temporal que é o pós quebra, ou seja, o falido não pode vender nenhum patrimônio da empresa falida.
O período suspeito são todas as hipóteses, mas termo legal (espécie do gênero período suspeito) é relevante apenas aos incisos I, II e III do Art. 129.
O que quer tais incisos é a recomposição patrimonial da massa falida para pagamento dos credores. Não há que questionar se houve fraude ou não, pouco importa a existência de fraude e sim a objetividade da ocorrência dos fatos. A fraude será verificada no Art. 130 (ação ordinária revocatória, que será movida em até 3 anos contados da decretação da falência e o objetivo é apurar se houve fraude – demanda a intenção de fraudar, o conluio participação de terceiro e o prejuízo para massa).
No artigo 131 diz que se no plano de recuperação foi autorizado a pagar alguma dívida vincenda, então esta não será considerada ineficaz.
Art. 102 – fim do processo judicial, poderá pedir em juízo que seja oficializado a junta comercial da sua situação.
Art. 103 - § único – diz que o falido poderá fiscalizar o processo, é parte interessada, pode inclusive recorrer (não confundir massa falida com falido, são pessoas diferentes).
Art. 104 – a decretação da falência gerará ao falido alguma situações: questõesadministrativas, causas determinantes de sua falências, nome dos administradores, nome do contador, os mandatos que porventura tiveram sido outorgados (combinar com Art. 120), devemos ter cuidado no caso das procurações ad negocia, tais procurações estarão automaticamente cassadas, sendo que o administrador da massa falida que indicará novos procuradores, se o caso; a procuração ad judicia não será cassada, entre outras exigências.
No art. 106 – se no processo de autofalência, o juiz percebe que a documentação está incompleta para pedido de falência, determina o autor para emendar a inicial em 5 dias, o autor não emenda a inicial, se fosse no processo civil normal, o juiz extinguiria o processo, mas aqui, o juiz decretará a falência, e abrirá processo criminal falimentar. Na sociedade de capital, o sócio majoritário pede falência, é uma autofalência, mas se o sócio minoritário pede falência, é falência requerida por sócio.
Art. 108 – Arrecadação – é um ato complexo, por que não é um ato simples, pois se desdobra em fases, a saber: 
Primeira fase – tomar posse.
Segunda fase – inventariar.
Terceira fase – avaliação. 
Os bens arrecadados ficarão sob a guarda do administrador. O falido poderá acompanhar a arrecadação e avaliação. O produto dos bens penhorados incorporará a massa e o juiz deverá deprecar para arrecadação e avaliação, sendo que os bens impenhoráveis não serão arrecadados.
Art. 109 – regrinha do lacre, que nada mais é o fechamento do estabelecimento, para facilitar a fase da arrecadação, para minimizar os riscos quanto a preservação dos bens. O crime da quebra de lacre é crime de desobediência + o crime que cometer ao adentrar no imóvel lacrado.
Art. 110 – o auto de avaliação é composto de inventário e avaliação.
O inventário deve constar: parágrafo 2º deste artigo. Se esta arrecadando bens imóveis, haverá a necessidade de apresentar em 15 dias as certidões de CRI. A adjudicação passa pela concordância dos demais credores, se seguir a ordem e ainda se houver o pagamento dos demais credores na mesma proporção.
Art. 112 – bens arrecadados poderão ser removidos. Bens de difícil guarda, guarda onerosa ou de fácil deterioração deverão ser vendidos (ver Art.113). Para fazer liquidação antecipada é necessário arrecadar!
Art. 114 – gera uma possibilidade do aluguel de bens da massa (o que não havia na lei antiga), isso melhorará a arrecadação.
Art. 115 – para o credor cobrar com uma falência decretada, somente poderá ser feito na falência. Se não houvesse o decreto da falência, poderia receber de outra forma. Afeta-se todos os credores.
Art. 116 – aquele indivíduo inquilino que fizer benfeitorias úteis ou necessárias, mesmo contratualmente acertado, após a decretação da falência, não terá mais o direito de retenção, mas haverá o privilégio de ser um credor especial e não quirografário, mas o bem deverá ser devolvido.
Art. 117 – preocupa-se com os contratos bilaterais. Tais contratos não serão rescindidos com a decretação da falência. O Administrador Judicial que decidirá, em prol do benefício da massa, se continuará ou não com o contrato. Se o contrato continuar, e entrar em mora, a parte interessada terá 90 dias para saber se continuará e o administrador terá 10 dias para dar a resposta que vai continuar. Neste caso a dívida não será antecipada, conforme regra.
Art. 118 – preocupa-se com os contratos unilaterais. O administrador também analisará se o contrato é bom ou não para massa para saber se continuará ou não. Porém deverá ouvir o comitê.
Art. 119 – Reúne situações contratuais. São regras próprias para situações próprias. No caso de uma compra e venda casada e a empresa intermediária quebra, se a mercadoria estiver em trânsito o vendedor final é obrigado a entregar a mercadoria e habilitar seu crédito na massa falida (tem juiz que decide mesmo se a mercadoria não estiver em trânsito). Se o vendedor vendeu coisas compostas – formam um todo, mas a entrega acontece em etapas, fases –se quem estar recebendo a coisa composta, poderá devolver as partes recebidas e pedir perdas e danos, como quirografário, ou tentar comprar o que falta de outro. Coisas vendidas a termo (a prazo) e com cotações flutuantes, no ato da entrega da mercadoria, a habilitação se dará pela cotação do mercado no ato, seja para mais, seja para menos. Contratos com bancos, se o banco quiser, será considerado a dívida antecipada e se houver saldo nas contas correntes, poderá ser compensado. O patrimônio de afetação será retirado do conjunto de bens da massa e não poderão ser arrecadados.
Art. 120 – regra das procurações.
Art. 121 – contas correntes serão encerradas e se houver saldos, será aberto conta judicial e somente será movimentado com alvará judicial.
Art. 122 – regra da compensação. Este artigo exerce uma influência sobre a ordem de preferência de recebimento. Esta regra diz que se um credor for também devedor, há a compensação do débito/crédito e o credor apenas habilitará o saldo que tem a receber. No seu parágrafo único, o legislador dirá que não se compensam: créditos transferidos após a decretação da falência (lógico que o falido não tem mais gerência sobre a massa falida, não poderia transferir créditos, portanto, mas por meio de incorporação ou fusão pode); não pode transferir para terceiro, mesmo antes da falência, se já conhecido o estado de insolvência. Se houver morte pós quebra, haverá a sucessão pelo espólio.
Art. 123 – o sócio limitado (ou comanditário) tem responsabilidades limitadas. Se um dos sócios da limitada seja um empresário individual, e se ele quebra, a sua responsabilidade é ilimitada, pois responde com seus bens pessoais (inclusive as cotas da empresa limitada). Para tal, é necessário fazer uma avaliação da empresa – um balanço de determinação, e após apurar quando ela vale, deduzir o passivo, apura-se o valor que este sócio tem na empresa. Faz-se a dissolução parcial, enviado a parte do sócio quebrado para massa falida dele. Uma saída que não afetaria tanto esta sociedade limitada é fixar valor das cotas no contrato social em caso de necessidade da dissolução parcial de uma empresa.
Art. 124 – Ordem dos credores – Art. 85; Art. 151; Art. 86; Art. 84 e Art. 83 – tudo a ser pago pelo valor devido + correção monetária, segundo a ordem. No real, paga-se valor devido + correção monetária + juros até o valor do bem gravado, o que passar o valor do bem gravado é quirografário. Depois de pagar tudo (valor devido + correção monetária), pode-se pagar juros, mas somente se der para pagar o principal e correção monetária até o subordinados (exceto reais e debêntures com garantia real).
Art. 125 – decretado a falência do espólio, o inventário pára, até liquidar o passivo do devedor.
Art. 126 – reafirma o juízo único na falência. Diz que mesmo que outros juízes sentencie ações, tais sentenças deverão ser habilitadas no juízo da falência.
Art. 127 – diz respeito a sociedade com sócios ilimitadamente responsáveis. Decretada a falência da empresa, decreta-se a falência dos sócios e o credor de um sócio poderá cobrar de qualquer um, então há a possibilidade de ação regressiva entre as massas falidas, quando uma massa paga o compromisso de outra massa.
Art. 128 – todo fiador, quando é acionado e paga o compromisso, ele se sub-roga no direito do credor, passa a ser credor. Neste caso, os fiadores tem a prerrogativa do fiador, avalista ou coobrigado tem direito de habilitar seu crédito sem sofrer as penalidades de uma habilitação retardatária.
Art. 137 – propor uma ação revocatória para pegar um bem da massa falida (ato ineficaz conforme art. 129) há uma medida cautelar de seqüestro de bens (e não arresto – bloqueia patrimônio de alguém com quantos bens bastam para garantir o sucesso), para tentar ficar com a posse do bem até a decisão final. No seqüestro há uma disputa pelo bem específico. 
Art. 138 – um ato poderá ser declarado ineficaz ou revogável, mesmo que praticado por decisão judicial. Se declarado ineficaz ou revogado o ato, tem força de

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