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Aparelho Digestivo

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● HISTOLOGIA 
1 
 
www.medresumos.com.br 
 
 
APARELHO DIGESTIVO 
 
O aparelho digestivo é formado pelo tubo digestivo e as suas glândulas anexas. 
Tem por função digerir os alimentos e retirar deles os metabólicos necessários para a 
manutenção e desenvolvimento do organismo, ou seja, retirar das macromoléculas 
ingeridas suas unidades fundamentais para oferecer energia e nutrientes necessários ao 
corpo. 
O trato digestivo é formado pela cavidade oral, a orofaringe (reservatório 
compartilhado com o trato respiratório), o esôfago, o estômago, o duodeno, o jejuno, o 
íleo, o cólon, o reto e o ânus. Além das glândulas anexas (glândulas salivares, pâncreas 
e fígado). 
 
 
TRATO DIGESTIVO 
 O trato digestivo é dividido em quatro camadas principais (túnicas): a mucosa, a 
submucosa, a muscular e a serosa. 
 
MUCOSA 
 A camada interna do tubo digestivo é a túnica mucosa, composta por um revestimento epitelial (lâmina epitelial) 
com glândulas que dele derivam e uma camada subjacente de sustentação, constituída de tecido conjuntivo frouxo 
(lâmina própria) muito vascularizado, apresentando nódulos e vasos linfáticos. 
Além desses, há uma camada de musculatura lisa da 
mucosa (sendo uma interna circular e outra, mais externa, 
longitudinal) que reveste o canal alimentar do esôfago até o 
ânus: a camada muscular da mucosa. 
 
SUBMUCOSA 
 A submucosa é um tecido conjuntivo fibroelástico denso 
não-modelado que envolve a mucosa, sendo ele, geralmente, 
mais denso que a lâmina própria. 
 OBS: essa camada não possui glândulas, exceto no 
esôfago e duodeno, pois nestes, respectivamente, as glândulas 
facilitam a passagem do alimento graças à sua secreção de 
muco e diminui o pH do quimo. 
 A submucosa contém vasos sanguíneos e linfáticos, 
além de um componente do sistema nervoso entérico 
denominado plexo submucoso de Meissner. Este plexo 
composto por células nervosas pós-ganglionares do 
parassimpático controlam a motilidade da mucosa assim como a 
atividade secretora de suas glândulas e é excitado logo com a 
presença de alimento. 
 
MUSCULAR EXTERNA 
 É constituída por duas túnicas de músculo liso: uma interna circular e outra externa longitudinal. Esta ultima é 
responsável pela atividade peristáltica que movimenta o conteúdo da luz ao longo do trato alimentar. Além disso, nessa 
camada, encontra-se o plexo mioentérico de Auerbach, situado entre essas duas camadas, desde o esôfago até a 
ampola retal, sendo diretamente ligado com a dilatação do canal digestivo. Este plexo é extremamente sensível à 
doença de Chagas (doença do megacólon), o que faz com que ele se dilate prejudicando a contração dos músculos 
responsáveis pela peristalsia. 
 
OBS: Presença de músculo esquelético na musculatura do esôfago e do canal retal. 
OBS²: O estômago possui três camadas musculares, sendo de dentro para fora: oblíqua (paralela a parede do 
estômago), circular e longitudinal, auxiliando na homogeneização do quimo com as secreções gástricas. 
 
SEROSA OU ADVENTÍCIA 
 A muscular externa está envolvida por uma camada delgada de tecido conjuntivo, que pode ou não estar 
circundada por epitélio pavimentoso simples do peritônio visceral (mesotélio). Quando a região do canal alimentar é 
intraperitoneal, está envolvida pelo peritônio e é denominada serosa. Quando um órgão é retroperitoneal (aderido à 
Arlindo Ugulino Netto. 
HISTOLOGIA 2016 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● HISTOLOGIA 
2 
 
www.medresumos.com.br 
parede do corpo) é denominado adventícia. A camada serosa é totalmente substituída por adventícia no esôfago e 
reto. A adventícia possui forma mais densa, de origem embrionária ectodérmica, e está em contato com outros órgãos. 
A camada serosa é totalmente revestida pelo mesotélio (delgada camada epitelial). Na cavidade abdominal esse 
epitélio passa a ser chamado de peritônio visceral, sendo revestida também por um tecido conjuntivo subjacente, que é 
ricamente inervado com inúmeras terminações sensoriais. 
Esta camada é banhada pelo líquido peritoneal, formado à partir da superfície do fígado, sendo ela homóloga do 
folheto parietal do peritônio, que reveste a cavidade abdominal. 
A principal importância da serosa é o revestimento, realizando as seguintes funções: 
 Prover uma barreira seletivamente permeável; 
 Facilitar o transporte e a digestão dos alimentos; 
 Produzir a absorção dos produtos dessa digestão; 
 Produzir hormônios reguladores da atividade do sistema digestivo (CKK, secretina, gastrina). 
 
 
CAVIDADE ORAL 
 É revestida por um epitélio pavimentoso estratificado, queratinizado ou não. Formado por lábios, bochechas, 
gengivas, palatos e língua. 
 Diferentemente do resto do tubo digestivo, em certas estruturas da cavidade oral existe, uma camada de 
queratina revestindo seu epitélio (apenas nas gengivas, língua e palato duro, revestindo parcialmente os lábios) para 
proteger a mucosa de agressões físicas. 
 
LÍNGUA 
 A língua é a maior estrutura da cavidade oral. Sua mobilidade é dada pelo seu principal constituinte: uma massa 
de fibras musculares estriadas entrelaçadas que podem ser classificadas em dois grandes grupos: (1) os músculos 
extrínsecos, que se originam de fora da língua e (2) intrínsecos, que se originam e se encerem nela. 
 Ela possui uma superfície dorsal, uma ventral e duas superfícies laterais. A superfície dorsal é constituída por 
dois terços anteriores e pelo terço posterior. Essas duas regiões estão separadas por um sulco raso em forma de “V”, o 
sulco terminal (região V). A superfície dorsal do terço posterior da língua apresenta as tonsilas linguais. Já as papilas 
linguais cobrem os dois terços anteriores da superfície dorsal da língua. 
 
PAPILAS LINGUAIS 
 Há quatro tipos de papilas linguais: 
 Papila Filiforme: são estruturas delgadas cobertas por epitélio pavimentoso estratificado queratinizado. 
Possuem formas de ondas voltadas para a extremidade posterior da língua e não possui botões gustativos. 
 Papila Fungiforme: assemelha-se a um cogumelo 
cujo pedículo delgado liga um “chapéu largo” à 
superfície da língua. É revestida por tecido epitelial 
pavimentoso estratificado não-queratinizado, por 
isso, o sangue que circula por alças capilares 
subepiteliais são visíveis como pontos vermelhos 
entre as papilas filiformes. Possuem botões 
gustativos. 
 Papilas Caliciformes ou Circunvaladas: estão 
localizadas ao longo do aspecto posterolateral da 
língua. Elas aparecem como sulcos verticais. 
Possuem corpúsculos gustativos funcionais do 
recém-nascido, mas estes se degeneram no 
segundo ou terceiro ano de vida. Essas papilas 
produzem a enzima lipase lingual, que evita a 
formação de camadas hidrofóbicas sobre as 
papilas, o que evitaria a percepção do gosto dos 
alimentos. Essa lipase é produzida pelas glândulas 
salivares de von Ebner. 
 
BOTÕES GUSTATIVOS 
 São órgãos sensoriais intra-epiteliais que agem na percepção do gosto. Estão presentes na superfície da língua 
com aproximadamente 3000 corpúsculos. Cada um deles tem estrutura oval e na sua extremidade estreita há uma 
abertura chamada poro gustativo, constituído por células epiteliais pavimentosas que o cobrem. 
 O corpúsculo gustativo é constituído por quatro tipos de células: células basais (acredita-se que funcionam 
como células de reserva e regeneram o corpúsculo gustativo), células escuras, células claras e células 
intermediárias. Acredita-se que essas células dão origem as células escuras, e estas, quando amadurecem, tornam-se 
células claras, que se tornam células intermediárias e morrem. 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● HISTOLOGIA 
3 
 
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 O processo de percepção de gostos é causado mais pelo aparelho olfativo do que corpúsculos gustativos, como 
é evidenciado pela diminuição da capacidade gustativa das pessoas com congestão nasal. 
 
DENTES 
 Os seres humanos possuem dois tipos de dentição: 
decídua (dentes de leite – 20 dentes), que é substituída pelos 
permanentes (compostospor 32 dentes). Na cavidade oral, os 
dentes se organizam de tal forma que cada grupo desempenha 
uma função específica na mastigação. 
 O dente está fixado no alvéolo por meio do ligamento 
periodental, constituído por tecido conjuntivo denso não-
modelado. A parte do dente visível na cavidade oral é chamada 
de coroa, já a parte fixada é chamada de raiz, e entre elas, 
está o colo. Toda raiz é constituída por três substâncias 
calcificadas, que envolvem a polpa. Esta, por sua vez, é um 
tecido conjuntivo frouxo gelatinoso subdividido em duas 
regiões: câmara polpar e canal da raiz, que em sua porção 
terminal encontra-se o forame apical, por onde passam nervos 
e vasos sanguíneos. 
 Componentes Mineralizados 
o Esmalte: recobre a dentina da coroa e é 
constituída por 96% de cristais de 
hidroxiapatita (a substância mais rígida do 
organismo) e 4% de material orgânico, como 
glicoproteínas (enamelinas) e água. O esmalte 
é formado por células ameloblásticas que 
morrem antes da erupção dentária. Por isso, o esmalte não é reposto pelo organismo. 
o Dentina: É constituída de cerca de 70% de cristais de hidroxiapatita e está localizada abaixo do esmalte. 
Ela contribui para a proteção do esmalte, pois seu tecido é elástico, e o protege contra impactos e 
fraturas. A dentina é produzida por células chamadas odontoblastos, que permanecem durante toda a 
vida. Na dentina, o material orgânico é composto por fibras de colágeno do tipo I. 
o Cemento: o cemento recobre a dentina da raiz e é constituído por 50% de hidroxiapatita e o material 
orgânico é composto por fibras colágenas tipo I. Em sua região apical, existe os cementócitos que 
estão dentro de lacunas (espaços lenticulares). Os prolongamentos dos cementócitos se projetam das 
lacunas dentro dos canalículos para o ligamento periodental vascular. Por isso que ele é chamado de 
cemento celular. Sua região coronal não contém cementócitos, por isso é chamado de cemento acelular. 
Contudo, ambos os cementos possuem cementoblastos, responsáveis pela formação desse tecido. Já 
os cementoclastos absorvem o cemento na fase de substituição dos dentes decíduos pelos 
permanentes. 
 
 Polpa 
É formada por tecido conjuntivo frouxo gelatinoso, proteoglicanos e glicosaminoglicanos. Ele faz comunicação 
com o ligamento periodental, através do forame apical. A polpa é subdividida em três zonas: 
o Zona odontoblastica: formada por células odontoblasticas. 
o Zona isenta de células: não possui um tipo específico de células. 
o Zona rica em células: envolve o núcleo da polpa e é rico em células mesenquimatosas e fibroblastos. 
O núcleo da polpa possui células adiposas e fibras nervosas simpáticas, que controlam o tamanho dos vasos e 
fibras sensitivas, que transmitem a sensação da dor. Na realização de um canal, o dentista retira a polpa através 
do canal da radicular. 
 
 Alvéolo 
É um soqueto dentro da qual a raiz está fixada pelo ligamento periodental. É considerado uma continuação 
óssea da mandíbula e da maxila. Um alvéolo está separado do outro pelo septo interaveolar. Ele está dividido 
em três regiões: as placas corticais, que formam uma borda firme de sustentação de osso compacto revestido 
por osso esponjoso. Este osso esponjoso envolve uma delgada camada de osso compacto: o osso alveolar 
propriamente dito. 
 
 Periodonto 
O periodonto é o conjunto dos tecidos que revestem e envolvem o dente. É também chamado de aparato de 
inserção, estabelecendo uma unidade funcional biológica e evolutiva que sofre modificações com o meio bucal e 
também modificações decorrentes da idade. É graças ao ligamento periodontal que o uso de aparelhos 
ortodônticos pode modificar e mover a sua estrutura. 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● HISTOLOGIA 
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ESÔFAGO 
 O esôfago é um tubo muscular que transporta o bolo alimentar da faringe oral para o estômago. Localiza-se na 
cavidade torácica por trás da traqueia, estendendo-se da 6ª vértebra cervical à 11ª vértebra torácica (diafragma). 
 
MUCOSA DO ESÔFAGO 
É constituída por epitélio pavimentoso estratificado não-queratinizado, lamina própria fibroelástica e muscular da 
mucosa. Neste epitélio, encontram-se as células de Langerhans, que fagocitam antígenos, reduzindo-os a pequenos 
polipeptídios denominados epítopos. A lamina própria contém as glândulas cardíacas-esofágicas situadas em duas 
regiões do esôfago: próximo a faringe e perto da junção com o estômago. Essas glândulas produzem muco que cobrem 
o revestimento do esôfago, lubrificando para proteger o epitélio quando ocorrer a passagem do bolo alimentar. A 
muscular da mucosa é constituída por uma única camada longitudinal de músculo liso que se tornam mais espessos nas 
proximidades do estômago. 
 
SUBMUCOSA DO ESOFAGO 
 A submucosa é constituída por tecido conjuntivo denso fibroelástico, que contém glândulas esofágicas 
propriamente ditas. 
 
OBS
4
: O esôfago e duodeno são as únicas regiões do trato digestivo que contém glândulas na submucosa, pois no 
primeiro, é necessária a produção de muco para a passagem do alimento, e no segundo por diminuir o pH do quimo. 
 A submucosa do esôfago é composta, basicamente, por dois tipos celulares: 
 Células mucosas: possuem grânulos de secreção repletos de muco. 
 Células serosas: secretam muco. 
 
MUSCULAR EXTERNA 
 É composta por células musculares esqueléticas e lisas. É formada 
por duas camadas: uma circular interna e outra, longitudinal externa. A 
muscular externa, que está no terço superior do esôfago, é constituída de 
músculo esquelético; seu terço médio possui músculo esquelético e liso; e o 
terço inferior, apresenta somente fibras musculares lisas. O plexo Auerbach 
está localizado entre a camada muscular circular interna e longitudinal 
externa. 
 
OBS
5
: A musculatura do esôfago é tão desenvolvida que chega a criar 
pregas, justamente para impulsionar o alimento com mais vigor. 
 
Este órgão está coberto por uma adventícia até o ponto em que 
perfura o diafragma. Depois que passa a ser coberto por uma serosa. 
 
HISTOFISIOLOGIA DO ESÔFAGO 
O esôfago não possui esfíncter anatômico, mas possui dois 
esfíncteres fisiológicos (o esfíncter faringoesofágico e gastresofágico) que 
impedem o refluxo do esôfago para faringe e do estômago para o esôfago, 
respectivamente. 
 
 
ESTÔMAGO 
 É o órgão responsável pelo processamento do alimento ingerido, o transformado em fluido ácido e espesso 
denominado quimo. É a porção mais dilatada do canal alimentar. 
 O estômago exerce função exócrina e endócrina. São digeridos no estômago lipídios e proteínas. A digestão dos 
carboidratos será continuada apenas no duodeno. 
 O bolo alimentar passa pela junção gastresofágica e penetra no estômago transformando-se em quimo. Através 
da válvula pilórica o estômago lança pequenas alíquotas de seu conteúdo no duodeno. O estômago liquefaz o alimento 
através da produção de HCl e das enzimas pepsina, renina e lípase gástrica. 
Este órgão possui uma curvatura maior convexa e uma menor côncava. Anatomicamente, ele está dividido em 
quatro regiões: 
 Cárdia: região estreita situada na junção gastresofágica. 
 Fundo: região em forma de cúpula frequentemente cheia de gás. 
 Corpo: a maior região, responsável pela formação do quimo. 
 Piloro: porção estreitada afunilada dotada do espesso esfíncter pilórico, que controla a liberação do quimo para 
o duodeno. 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● HISTOLOGIA 
5 
 
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Histologicamente, o estômago está diferenciado em três regiões apenas: cárdia, fundo e corpo, piloro. 
 Cárdia: contém glândulas tubulares (da cárdia) com algumas células mucosas (responsáveis pela secreção de 
muco) e enteroendócrinas (liberação de hormônios polipeptídios na corrente sanguínea, que regulam a 
motilidade intestinal e a função endócrina). 
 Fundo e corpo (são histologicamente iguais): glândulas fúndicas divididas em três setores: istmo, colo e base. 
Essas glândulas são invaginações na mucosa (epitélioe lâmina própria). 
 Piloro: glândulas pilóricas com células enteroendócrinas. 
 
FOSSETAS GÁSTRICAS 
O revestimento epitelial do estômago se invagina na mucosa formando fossetas gástricas na região da cárdia e 
mais profunda na região pilórica. Essas fossetas aumentam a área da superfície do revestimento gástrico dando origem 
às glândulas gástricas (promovem produtos de secreção). Em cada uma delas desembocam cerca de 5 a 7 glândulas 
gástricas. 
 
REGIÃO CÁRDICA 
 A cárdia é uma banda circular estreita, com cerca de 1,5-3,0 cm de largura, na transição entre o esôfago e o 
estômago. Sua mucosa contém glândulas tubulares simples ou ramificadas, denominadas glândulas da cárdia. As 
porções terminais destas glândulas são frequentemente enoveladas, com lúmen amplo. Muitas das células secretoras 
produzem muco e lisozima (enzima que destrói a parede de bactérias), mas pode-se encontrar algumas células 
produtoras de ácido clorídrico. Difere da região fúndica por suas fossetas gástricas serem mais rasas e pela população 
de células compostas por: células de revestimento epitelial, algumas células enteroendócrinas e células parietais. 
Além disso, não possuem células principais. 
 
REGIÃO FÚNDICA 
A mucosa fúndica do estômago é constituída por três componentes: epitélio (revestindo a luz), tecido 
conjuntivo subjacente (lamina própria) e as camadas de músculo liso formando a muscular da mucosa. 
 Epitélio: é o revestimento do estômago constituído por células colunares simples (células de revestimento 
superficial) que produzem o muco visível, um gel que se adere ao revestimento do estômago protegendo-o 
da autodigestão. Além disso, os íons bicarbonatos presos na camada de muco são capazes de manter um 
pH relativamente neutro, a despeito do pH ácido do conteúdo da luz. Células regeneradoras estão 
presentes na base das fossetas. 
 Lamina própria: composto por tecido conjuntivo frouxo altamente vascularizado com abundância nas 
seguintes células: plasmócitos, linfócitos, mastócitos, fibroblastos e células musculares lisas. Grande parte 
da lamina própria está invadida por inúmeras glândulas gástricas, denominadas em seu conjunto, 
glândulas fúndicas. Cada glândula fúndica estende-se da muscular da mucosa até a base da fosseta 
gástrica e está subdividida em três setores: istmo, colo e base, sendo diferenciadas pelo tipo de células 
que as compõe: 
 Istmo: região mais apical. Apresenta células mucosas, células-tronco (células indiferenciadas – 
produzem outras células do colo e base - produtoras de muco) e células parietais (células produtoras 
do ácido clorídrico). 
 Colo: Região central. Apresenta células-tronco, mucosas do colo, células parietais e células 
enteroendócrinas. 
 Base: células parietais, zimogênicas e enteroendócrinas. 
 Muscular da Mucosa do Estômago: presença de células musculares lisas dispostas em três camadas: 
circular interna, longitudinal externa e ocasionalmente, uma circular externa. 
 
OBS
6
: Glândulas Fúndicas: 
 Células mucosas do colo: são células colunares que produzem um muco solúvel (mucina) que se mistura e 
lubrifica o quimo reduzindo o atrito quando este segue pelo trato digestivo. 
 Células-tronco (regenerativa): são células colunares que estão dispersas entre as células mucosas do colo 
das glândulas fúndicas sendo dotadas de uma alta atividade mitótica. Essas células proliferam-se a fim de 
substituir todas as células especializadas que revestem as glândulas fundicas. 
 Células parietais: são responsáveis pela produção de acido clorídrico (HCl) e o fator gástrico intrínseco, 
que é uma glicoproteína necessária para absorção de vitamina B12 (faz parte do radical heme da hemoglobina) 
no ílio do intestino delgado, cuja carência causa uma eritropoiese defeituosa com desenvolvimento de anemia 
perninciosa. Durante a produção de HCl, o número de microvilosidades dessas células aumenta, portanto, as 
membranas são usadas na formação das microvilosidades, aumentando a superfície da célula, preparando-a 
para a produção de HCl. Além disso, as células parietais produzem histamina e gastrina. 
 Células zimogênicas: produzem as enzimas pepsinogênio, renina e lípase gástrica. 
 Células enteroendócrinas: são células que produzem hormônios endócrinos parácrinos e neurócrinos. Estas 
células estão dispersas entre outras células epiteliais da mucosa gástrica. Secreta serotonina e 
somatostatina. 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● HISTOLOGIA 
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REGIÃO PILÓRICA 
 Contém o mesmos tipos celulares da região cárdica mas as células estão localizadas na porção pilórica. Além 
disso, produzem muco e secretam lisozima, uma enzima bactericida. 
 
SUBMUCOSA DO ESTÔMAGO 
 Constituída por tecido conjuntivo denso não-modelado e possui uma rica rede vascular e linfática que supre e 
drena os vasos da lâmina própria. O plexo submucoso (Meissner) está localizado nas proximidades da musculatura 
externa. É responsável por estimular a motilidade da mucosa e das secreções glandulares. 
 
MUSCULAR EXTERNA DO ESTÔMAGO 
 Difere-se das demais camadas musculares por apresentar 3 camadas de músculo liso: a camada oblíqua 
interna, a circular média (localizada na região pilórica, onde se forma o esfíncter pilórico) e a camada longitudinal 
externa (localizada na região cárdica e no corpo do estômago). A presença dessa camada extra de músculo está 
relacionada com a função gástrica de homogeneizar o bolo alimentar com as secreções gástricas. 
 O plexo mioentérico está localizado entre as camadas circular média e longitudinal externa. 
 
HISTOFISIOLOGIA DO ESTÔMAGO 
 O revestimento interno e as glândulas do estômago produzem e liberam secreções compostas por água, HCl, 
fator gástrico intrínseco, pepsinogênio, renina, lípase gástrica, muco visível e solúvel. 
 
PRODUÇÃO DE HCL 
 O HCl é responsável pela desnaturação das proteínas além de ativar a proenzima pepsinogênio, tornando-a em 
enzima ativa (pepsina). Esta enzima requer um pH baixo para sua atividade. Por isso a necessidade de um meio ácido 
proporcionado pelo HCl. A sua secreção é feita em três fases: cefálica, gástrica e intestinal. 
 Cefálica: secreções causadas por efeito psicológico. É induzida por impulsos parassimpáticos trazidos pelo 
nervo vago, causando a liberação de acetilcolina. 
 Gástrica: secreção resultante da presença do alimento no estômago. É induzida pelos hormônios gastrina e 
histamina, produzidas pelas células enteroendócrinas. 
 Intestinal: secreção causada pela presença do alimento no intestino delgado estimulado pelo hormônio gastrina. 
 
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MECANISMO DE PRODUÇÃO DO HCL 
 A produção de HCl inicia-se quando a gastrina, a histamina e a acetilcolina ligam-se a membrana plasmática 
basal das células parietais. O processo da produção de HCl é dada da seguinte maneira: 
 1. A enzima anidrase carbônica facilita a ionização do H2CO3, ionização liberando íons H+ e bicarbonato (HCO3
-
) 
no citoplasma da célula parietal. 
 2. Por meio do uso de ATP, a célula parietal bombeia o H+ intracelular para fora da célula e transfere o K+ 
extracelular para dentro da célula. 
 3. Proteínas carregadoras, utilizando o ATP, bombeiam o KCl (ionizam-se em H+ e Cl-) para fora da célula. 
Desta maneira, Cl- e H+ chegam separadamente à luz no canalículo intracelular, onde se combinam em HCl. 
 4. O K+ é transportado ativamente para dentro da célula, aumentando o seu nível intracelular. Essa alta 
concentração faz com que o K+ saia da 
célula através de canais iônicos localizados 
no plasmalema basal. Assim, o K+ é 
constantemente recirculado para dentro e 
para fora da célula. 
 5. A água proveniente do fluido 
extracelular penetra na célula parietal e sai 
do citoplasma e entra no canalículo 
intracelular, graças às forças osmóticas. 
Assim a solução do HCl passa do canalículo 
para o estômago. 
 
 
INTESTINO DELGADO 
 É o sítio terminal de digestão, absorção de nutrientes e secreçãoendócrina. Está dividido em três regiões: 
duodeno (que recebe enzimas e tampão alcalino do pâncreas e bile do fígado), jejuno e ílio. 
 As três regiões do intestino apresentam algumas modificações em sua superfície, tais como: pregas circulares 
(são pregas transversais da mucosa e submucosa que aumentam a área da superfície e diminui a velocidade do quimo, 
facilitando absorção), vilosidades (protrusões digitiformes da lamina própria cobertas por epitélio; elas são numerosas no 
jejuno e no ílio, e tem como função aumentar a superfície do intestino delgado). 
 
MUCOSA INTESTINAL 
 A mucosa intestinal é composta de três camadas: um epitélio colunar simples, lâmina própria e a camada 
muscular da mucosa. 
 
EPITÉLIO 
 O epitélio é composto por células absortivas superficiais, caliciformes, enteroendócrinas e células M. 
 Células absortivas: São células colunares altas que participam da parte final da digestão e da absorção de 
água e nutrientes. Além disso, elas reesterificam ácidos graxos em triglicerídeos, formam quilomícrons e 
transportam a massa de nutrientes absorvidos para a lamina própria de onde serão distribuídos para o resto do 
corpo. Na sua porção apical, há presença de microvilosidades (borda estriada). 
 Células caliciformes: são glândulas unicelulares que secretam mucinogênio, cuja forma hidratada constitui a 
mucina, um componente do muco. 
 Células enteroendócrinas: células endócrinas associadas ao tecido intestinal. São células que produzem 
hormônios parácrinos e endócrinos. Secretam hormônios como secretina, colescistoquinina, peptídeo inibidor 
gástrico. 
 Células M: são células que fagocitam e transportam antígenos da luz para a lâmina própria. Elas fazem parte do 
sistema mononuclear fagocitário. Localizam-se abaixo do tecido linfoide associado e possui aspecto semelhante 
ao macrófago. Também estão presentes na lâmina própria, próximas as células de Paneth. Podem estar 
presentes na submucosa agregadas as placas de Payer. 
 
LÂMINA PRÓPRIA 
Constituída por tecido conjuntivo frouxo. Possui numerosas glândulas tubulosas chamadas criptas (glândulas) 
de Lieberkuhn, além disso, possui tecido linfoide o protege de invasões e microorganismos. 
 Criptas (glândulas) de Lieberkuhn: essas criptas aumentam a área da superfície do revestimento intestinal. 
Elas são constituídas por célula enteroendócrinas, células absortivas superficiais, células caliciformes, células 
regeneradoras e células de Paneth. 
 Células regeneradoras: são as células tronco do intestino delgado, que proliferam extensamente, repovoando o 
epitélio das criptas da superfície mucosa e vilosidades. 
 Células de Paneth: são células piramidais que ocupam a porção inferior das criptas de Lieberkuhn. Elas 
secretam um antibacteriano chamado lisozina, fator de necrose tumoral α e proteínas de defesa (defensinas). 
 
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CAMADA MUSCULAR 
É constituída por uma camada circular interna e longitudinal externa. As fibras musculares da camada circular 
interna penetram nos vilos, estendendo-se até a membrana basal. Na digestão, essas fibras musculares se contraem, 
encurtando o vilo várias vezes por minuto. 
 
SUBMUCOSA 
Constituído por tecido conjuntivo fibroelástico, mais fibroso que o da lâmina própria. Ela possui uma rica rede de 
vasos sanguíneos e linfáticos. Sua inervação provém do plexo de meissner. Especialmente no duodeno, são 
encontradas as glândulas de Bruner, que produzem um fluido mucoso rico em bicarbonato, que são lançadas no lúmen 
do duodeno. Além disso, elas secretam o hormônio urogastrona que inibe a produção de HCl e amplifica a atividade 
mitótica das células epiteliais. 
 
MUSCULAR 
Possui uma camada circular interna e outra longitudinal externa. Além disso, há a presença do plexo mioentérico 
(ou de Auerbach) localizado entre as duas camadas. 
 
CAMADA SEROSA 
 Composta por mesotélio (tecido epitelial que reveste a serosa externamente) com subserosa subjacente. 
 
 
 
INTESTINO GROSSO 
O intestino grosso é subdivido em ceco, colo, reto e anus. Ele é responsável pela absorção da maior parte de 
água e íons do quimo provenientes do intestino delgado. Além disso, compacta o quimo em fezes para a eliminação. Ele 
tem como aspecto histológico uma mucosa sem vilosidades, glândulas intestinais longas com abundância de células 
caliciformes e poucas absortivas. 
 Função: absorção de água, formação da massa fecal e produção de muco. Há pouca absorção de nutrientes. 
 
O cólon está corresponde a quase todo comprimento do intestino grosso. Ele recebe o quimo do ílio na valva ílio 
cecal, um esfíncter que impede o refluxo do ceco para o íleo. O cólon não possui vilosidade, mas tem grande riqueza em 
criptas de Lieberkhun. Especialmente, nessas criptas, não há as células de paneth. 
 A mucosa anal é constituída por um epitélio cuboide simples, do reto até a linha pectinada, pavimentoso 
estratificado não queratinizado dessa linha até o orifício anal externo, e pavimentoso estratificado queratinizado no ânus. 
Sua lâmina própria, constituída por tecido conjuntivo fibroelástico, contém as glândulas anais e perianais. Sua muscular 
da mucosa é constituída por uma camada circular interna e longitudinal externa de músculo liso. 
 A submucosa anal é constituída de tecido conjuntivo fibroeslástico. Ela contém dois plexos nervosos: o plexo 
hemorroidário interno e externo, situado na junção do canal anal com o orifício externo. Sua muscular externa é 
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constituída por uma camada circular interna e longitudinal externa de músculo liso. A camada circular interna, na região 
da linha pectinada, forma o esfíncter anal interno e o músculo esquelético do assoalho da pelve forma o esfíncter anal 
externo, que está sob controle voluntário. 
 
CAMADA MUCOSA DO INTESTINO GROSSO 
A sua superfície luminal é lisa, apresentando as mesmas criptas de Lieberkuhn, sendo mais longas e folículos 
linfoides mais frequentes, ou seja, possui uma maior quantidade de GALT (tecido linfoide associado ao intestino). Na 
porção superior do canal retal uma há mudança de epitélio: deixa de ser simples pavimentoso, passando a ser um 
epitélio queratinizado, mudando de camada serosa para adventícia. 
 
CAMADA SUBMUCOSA DO INTESTINO GROSSO 
Há a presença do plexo de Meissner. 
 
CAMADA MUSCULAR DO INTESTINO GROSSO 
Circular interna, longitudinal externa com três faixas – tênias do colo. 
 
CAMADA SEROSA DO INTESTINO GROSSO 
Apêndices epiploicos. Na porção do reto, sob a forma de adventícia. 
 
 
GLÂNDULAS ANEXAS 
 Estão situadas fora do sistema digestivo, estando incluídas as glândulas salivares (parótida, submandibular e 
sublingual associadas à cavidade oral), pâncreas, fígado e vesícula biliar. Cada uma delas funciona auxiliando no 
processo digestivo. 
 
PÂNCREAS 
Possui glândulas mistas: de natureza exócrina (enzimas): glândula acinosa composta; e de natureza endócrinas 
(hormônios): ilhotas de Langerhans (insulina pelas células β, glucagon pelas células α). As glândulas exócrinas do 
pâncreas possuem um formato acinoso, ou seja, formato de concha, com ductos intercalares. Apenas os acinos 
pancreáticos possuem a penetração das porções iniciais dos ductos intercalares no lúmem dos ácinos. 
 
HISTOFISIOLOGIA DO PÂNCREAS EXÓCRINO 
 Suas células acinosas produzem e liberam enzimas digestivas, enquanto as células centro-acinosas e as células 
dos ductos intercalares liberam uma solução tampão rica em bicarbonato que neutraliza o quimo ácido que chega ao 
duodeno. Este fluido é pobre em enzimas e sua liberação é induzida pela secretina, hormônio produzido pelas células S. 
A liberação de suas enzimas é induzida pelo hormônio colecistoquinina, produzido pelas células I do intestino 
delgado. Com isso, há liberação de enzimas tais como: amilase e lípase pancreática, quimiotripsinogênio e 
tripsinogênio (são pró-enzimas). 
 
FÍGADO 
O fígado exerceinúmeras funções. Ele é a maior glândula do corpo humano (2º maior órgão, depois da pele), 
pesando aproximadamente 1500g. Ele está subdividido em quatro lobos: direito, esquerdo, quadrado e caudado, sendo 
eles, divididos em inúmeros lóbulos, que 
recebem nutrientes derivados de ramos 
venosos da veia porta provenientes do intestino. 
Assim como o pâncreas, ele tem a sua 
função endócrina e exócrina. O hepatócito do 
fígado é responsável por sua secreção 
exócrina, a bile, e por seus produtos 
endócrinos. 
O espaço de Disse está entre a placa 
de hepatócitos e as células de revestimento do 
sinusoides (são espaços entre as placas de 
hepatócitos cujo revestimento endotelial é 
composto por células de revestimento 
sinusoidal). As microvilosidades dos hepatócitos 
ocupam grande parte desse espaço. 
Facilitando, assim, a troca de material entre o 
sangue e os hepatócitos. Além disso, o espaço 
de Disse (tecido conjuntivo denso) contém 
fibras de colágeno tipo III (reticulares), tendo 
como função a sustentação aos sinusoides. 
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 As células de Kupffer são macrófagos que estão associados às células de revestimento endotelial dos 
sinusoides que realizam fagocitose de patogenos que possam entrar na circulação porta. As células de Ito são células 
armazenadoras de gordura de capacidade imunitária, que estão situadas ocasionalmente no espaço de Disse. Acredita-
se que essas células armazenem vitamina A. 
 
GLÂNDULAS SALIVARES 
São glândulas túbulo-alveolares ramificadas de cuja cápsula de tecido 
conjuntivo partem septos, que as subdividem em lobos e lóbulos. Os elementos 
vasculares e nervosos das glândulas chegam às unidades secretoras através 
de sua estrutura de tecido conjuntivo. 
 
PARÓTIDA 
 É a maior das glândulas salivares. Produz uma saliva serosa que 
constitui 30% do total de saliva. Essa saliva produzida contem altos níveis de 
amilase salivar (ptialina) e de IgA secretora. A amilase participa da digestão 
do amido até o estômago, local onde o HCl inativa a mesma. A IgA inativa 
antígenos localizados na cavidade oral. 
A parótida é uma glândula acinosa composta, formada por ácinos 
serosos envolvidos por células mioepiteliais,cuja cápsula envia septos e libera 
suas secreções em ductos intercalares. 
 
SUBMANDIBULAR 
É uma glândula túbulo acinosa composta formada por ácinos serosos e poucos 
ácinos mucosos, associados à semi-luas serosas produzindo uma secreção mista. Os 
ácinos são circundados por células mioepiteliais e o seu sistema de ductos é extenso. 
Ela é responsável pro 60% do total da produção de saliva. 
 
SUBLINGUAL 
É uma glândula túbulo-acinosa cuja cápsula não é bem definida. Produz uma 
secreção mista, pois possui predominantemente ácinos mucosos associados a semiluas 
serosas e circundados por células mioepeteliais com ductos não extensos. 
 
 
VASOS DO TRATO ESOFAGOGASTRINTESTINAL 
Tem como função nutrir todas as células do trato, inclusive o 
intestino, e removendo os produtos de nutrição absorvidos a nível entérico. 
Esses vasos partem da submucosa, perfuram as fibras da muscular da 
mucosa para vascularizar com capilares a lâmina própria, podendo atingir 
abaixo da membrana (lâmina) basal do epitélio na região apical da vilosidade, 
retornando com a remoção dos produtos de digestão: carboidratos em forma 
de monossacarídeos e proteínas em forma de amino ácidos. 
O transporte dos lipídios (armazenados em quilomícrons) é feito por vasos linfáticos de fundo cego. Esses 
vasos partem em direção à lâmina própria, acima da muscular da mucosa, formando depôs um plexo linfático na 
submucosa, onde circundam os nódulos linfáticos (GALT). 
Toda a drenagem dos produtos provenientes da digestão é encaminhada pelas veias mesentéricas até a veia 
porta hepática. 
 
 
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SISTEMA PORTA 
O fígado possui uma circulação peculiar, uma vez que é este órgão que recebe todos os produtos da 
degradação dos alimentos: carboidratos e proteínas através da circulação sanguínea e lipídios da circulação linfática. A 
artéria hepática é responsável por levar os produtos metabolizados no fígado para todo o restante do corpo. 
 
 
INERVAÇÃO DO TRATO ESOFAGOGASTRINTESTINAL 
O trato esôfago-gastrintestinal recebe fibras autônomas motoras e sensitivas, sendo elas divididas em 
componentes extrínsecos. As fibras motoras são simpáticas e parassimpáticas. 
 
OBS
7
: A inervação da musculatura esquelética do esôfago e do esfíncter anal externo é motora somática. 
 
O componente extrínseco é característico da manifestação motora motoras, sendo intermediado por fibras 
provenientes do exterior (sistema nervoso autônomo, logo, de musculatura lisa), ou seja, fibras pós-ganglionares 
simpáticas e parassimpáticas. É responsável pela manutenção da peristalse. 
O componente intrínseco é feito por fibras nervosas da própria parede dos tubos e pelos plexos mioentérico 
(Auerbach, responsável pela contração – fibras simpáticas - e dilatação – fibras parassimpáticas - do tubo) e submucoso 
(Meissner). 
 
 
OBS
8
: Nos dois plexos, as células ganglionares motoras fazem sinapse com fibras simpáticas e pré-ganglionares 
parassimpáticas. A parte intrínseca é conhecida também como sistema nervoso entérico, uma vez que além de 
neurônios motores, tem neurônios sensitivos nos gânglios que, no plexo submucoso inervam o epitélio e registram as 
ações que o afetam, causando os reflexos mioentéricos locais, que dirigem, por exemplo, os movimentos peristálticos. 
Em geral, os axônios dos neurônios motores provenientes do plexo mioentérico inervam as camadas musculares da 
túnica muscular, enquanto os neurônios motores do plexo submucoso inervam a muscular da mucosa e as células 
glandulares da mucosa. 
 
Além da acetilcolina, intervêm outros transmissores na função do sistema nervoso entérico. São exemplos de 
peptídeos do sistema nervoso entérico: somatostatina (que inibe a secreção ácida no estômago e a motilidade 
intestinal) e o hormônio liberador de gastrina (GRP, que estimula a secreção de gastrina). 
 
OBS
9
: A contração e dilatação da musculatura do trato digestivo são mediadas, então, por mecanoreceptores e 
quimiorecptores. O primeiro corresponde a presença do alimento no tubo e o segundo, mediada pelos hormônios 
secretados pelas células endócrinas. 
 
 
CÉLULAS ENTEROENDÓCRINAS 
 O tubo gastrointestinal contém um número pequeno de células endócrinas ou endocriniformes, denominadas 
células enteroendócrinas ou argentafins, concentradas especialmente no estômago e no intestino delgado. Essas células 
enteroendócrinas recebem nomes individuais de acordo com a substância produzida. Em geral, um único tipo de célula 
secreta somente um agente, apesar de tipos celulares ocasionais poderem secretar dois agentes diferentes. Há pelo 
menos 13 tipo de células enteroendócrinas, das quais alguns estão localizados na própria mucosa gástrica. 
 São classificadas quanto a presença de microvilosidades ou não no seu ápice: 
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 Tipo aberto: ápice com microvilos (fariam a secreção exócrinas). 
◦ Tipo fechado: ápice recoberto com células epiteliais (fariam à secreção endócrina) sendo elas a grande 
maioria no TGI. 
 
Órgão Célula Hormônio 
Produzido 
Ação do Hormônio 
Estômago e 
Intestino 
Delgado 
A Glucagon 
(enteroglucagon) 
Estimula a glicogenólise pelos hepatócitos, elevando 
assim, os níveis de glicose do sangue 
Estômago, 
intestinos 
delgado e 
grosso 
Enterocromafim Serotonina Aumenta os movimentos peristálticos 
Estômago Semelhante à 
Enterocromafim 
Histamina Estimulação e secreção de HCl 
Estômago, 
intestinos 
delgado e 
grosso 
D Somatostatina Inibe a liberação de hormônios pelas células DNES em 
sua vizinhança 
Estômago e 
Intestino 
delgado 
Produtora de 
gastrina 
Gastrina Estimula a secreção de HCl, a motilidadegástrica 
(especialmente a contração da região pilórica e o 
relaxamento do esfíncter pilórico regulando o 
esvaziamento gástrico) e a proliferação das células 
regeneradoras do corpo do estômago 
Estômago, 
intestinos 
delgado e 
grosso 
 
Produtora de 
glicentina 
 
Glicentina 
Estimula a glicogenólise pelos hepatócitos, elevando os 
níveis de glicose do sangue. 
Estômago e 
Intestino 
Grosso 
Célula produtora de 
polipeptídio 
pancreático 
Polipeptídio 
pancreático 
Estimula a liberação de enzimas para as células 
principais. Diminui a liberação do HCl pelas células 
parietais. Inibe a liberação do pâncreas exócrino. 
Estômago, 
intestinos 
delgado e 
grosso 
Produtora de 
peptídeo intestinal 
vasoativo 
Peptídeo intestinal 
vasoativo 
Aumenta a ação peristáltica dos intestinos delgado e 
grosso e estimula a eliminação de água e íons pelo 
trato GI 
Intestino 
delgado 
I Colecistoquinina 
(CCK) 
Estimula a liberação do hormônio pancreático e a 
contração da vesícula biliar. 
Intestino 
delgado 
K Peptídeo inibidor 
da gastrina 
Inibe a secreção de HCl 
Intestino 
delgado 
Célula produtora de 
motilina 
Motilina Aumenta o peristaltismo intestinal 
Intestino 
delgado 
Célula produtora de 
neurotensina 
Neurotensina Aumenta o fluxo sanguíneo para o íleo e diminui a ação 
peristáltica dos intestinos delgado e grosso 
Intestino 
delgado 
S Secretina Estimula a liberação de fluido rico em bicarbonato pelo 
pâncreas

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