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Neoplasias e definições

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Terça-feira, 6 de fevereiro de 2018
Alterações do crescimento e diferenciação celular
“O neoplasma é uma massa anormal de tecido, cujo crescimento é excessivo e não coordenado com aquele dos tecidos normais, e persiste da mesma maneira excessiva após a interrupção do estímulo que originou as alterações.”
 Pode ser transitória (metaplasia) -> mudança de tecido diferenciado em outro diferenciado. Transição reversível, retorna ao normal quando há remoção do estimulo. Adaptação.
Displasia e Anaplasia denotam alteração mais significativa dos tecidos que se referem em um primeiro momento a alteração da organização estratigráfica (citoarquitetura) e em um segundo momento alterações regulares propriamente ditas que as tornam irreversíveis. O caráter displasico e anaplasico podem ser observados no novo tecido em desenvolvimento que nós chamamos de neoplasia (neo-novo plasia-tecido). Então esse novo tecido pode apresentar graus variáveis de displasia e graus varáveis de anaplasia.
Uma neoplasia benigna guarda maior identidade com o tecido de origem, já uma maligna progressivamente perde essas características do tecido diferenciado e assume uma característica independente. Dai o termo neo, de “novo”, como se tivesse um novo tecido se desenvolvendo a partir de células precursoras e esse tecido assume características de tal forma capazes de individualiza-lo que ele não se assemelha muitas vezes em nada com o tecido original. O grau da neoplasia pode ser tão acentuado que ao olhar a célula você não sabe se ela é proveniente de um tecido A ou B, pois ela perde suas características de diferenciação.
Em termos de patologia, a neoplasia representa um capitulo extremamente importante. Em epidemiologia nós sabemos que há um aumento muito significativo do nível de neoplasias, e isso é verificado anualmente, são milhares de novos casos verificados e ao mesmo tempo que se constata uma progressão dessa neoplasia eu tenho uma restrição de conhecimentos envolvendo os mecanismos dessa neoplasia. Então efetivamente, a neoplasia é produto de falhas sistemáticas de erros do material genético, esta diretamente relacionada a fatores ambientais e hábitos. Enfim , o que é considerado atualmente determinante no surgimento de novos casos de neoplasia é uma teia multifatorial. Ou seja, eu não tenho uma única causa para a neoplasia, eu tenho múltiplos fatores que podem ampliar ou não a probabilidade do aparecimento da neoplasia ou sua precocidade. Um segundo aspecto bastante relevante da neoplasia na patologia, além da origem desconhecida, é a resposta inconstante da neoplasia a intervenção. Há neoplasias que entram em regressão por resposta a um tratamento e há também as que naturalmente entram em regressão. Nos temos neoplasias que não podem de forma alguma apresentar um bom prognostico , logo não se tem uma frequência significativa de casos em que haja reversibilidade da neoplasia em curso. Há neoplasias extremamente hostis ao hospedeiro e tendem a esgotar rapidamente os recursos funcionais e promover o colapso do organismo assim como há aquelas que são lentas e progridem para cura. O que se sabe é que grande parte das neoplasias diagnosticadas precocemente respondem bem aos tratamentos evidenciando a importância da prevenção (colonoscopia periódica e mamografia).
Neoplasia não se trata de uma doença recente, há descrições de neoplasias em múmias. Observações primitivas da doença á citam como “ a doença sem cura”. Outros fatores agregam uma variação epidemiológica nesse intervalo de tempo. Um deles é a expectativa de vida, se pensarmos que grande parte das neoplasias se manifestam a partir de quinta, sexta ou até sétima década de vida e nos tempos mais remotos os indivíduos tinham uma expectativa de quatro décadas de vida, era como se não desse tempo para eles apresentarem uma neoplasia em quadro avançado. É evidente que conforme o individuo atinge maior longevidade essas doenças vão se manifestando, principalmente quando consideramos essa neoplasia como sendo uma falha no sistema de reparo do dna ou na manifestação dos chamados oncogênese ou prooncogenes que podem ter uma expressão mais tardia.
O que vamos perceber é que através do mecanismo que chamamos de carcinogênese, ou seja, aquilo que determina a modificação da célula hígida para a neoplásica e a progressiva evolução dessa célula neoplásica. Eu não preciso ter mais de uma única célula neoplásica para ter uma neoplasia. Não necessariamente eu tenho mudanças maciças em grandes populações de células, eu posso ter uma única célula para iniciar o processo de carcinogenese, desde que eu tenha fatores que atuem sobre o DNA da célula impedindo que ela se mantenha hígida. Ou seja , eu tenho um erro no DNA dessa célula(deleção, translocação) e ele não é corrigido ou eu tenho uma falência dos fatores de bloqueio desses erros de DNA. Com isso, essa célula que apresenta agora um DNA danificado, sofreu alteração significativa, progride para um estagio onde ela não é mais uma célula normal e sim uma célula precursora da neoplasia. Se eu tiver reparo do DNA, eficiência dos mecanismos de bloqueio de lesões desse DNA ou apoptose eficiente essa célula pode ser facilmente descartada.
	Imaginemos que uma célula “burle” todos os mecanismos: ela não entra em apoptose e os mecanismos de reparo do dna falham. A proteína P-53 , que tem gene especifico no cromossomo 17 para produção, protege esse DNA porque ela é capaz de reparar falhas do DNA. Digamos que essa proteína não executou sua função, dessa forma há falha no mecanismo. Essa fase de iniciação segue como sendo uma multiplicação celular se houver fatores promotores, se não houver tais fatores a célula com DNA lesado pode permanecer totalmente inativa/ sem se multiplicar. Porém pode haver também mecanismos em que ocorrem a ativação da multiplicação celular e a partir dai aquela célula encontra ambiente favorável para proliferação. Essas células ainda não expressam todas as características apontadas para neoplasia, ou seja, invasividade e atividade mitótica exacerbada, assim esse crescimento realiza-se de forma extremamente discreta e a neoplasia não pode ser detectada. Conforma há progressão dessa neoplasia a população de células aumentam e criam a possibilidade de constatar a presença da neoplasia o individuo. Conforme a população de células aumenta eu tenho sucessivas falhas nos mecanismos de contenção do crescimento dessas células. Por exemplo, nós sabemos que a população de células cresce conforme nós temos o reconhecimento pelo glicocalix, se eu tenho falha nesse mecanismo de reconhecimento as células continuam se proliferando mesmo sem espaço e por isso ela progride para invasão do tecido. E através da microscopia ou até da macroscopia já é possível identificar o tecido neoplásico.
Evidentemente quando a proliferação de células neoplásicas atinge um grau de invasividade , seja ele local ou metastático, ela se manifesta clinicamente. Há neoplasias que promovem compressão, outras que metastisam e isso resulta em restrição funcional de um órgão ou sistema.
	Ex: carcinoma de intestino – uma célula de inicialização desse processo, que por ação diversos estímulos diferentes (radiação/ patógeno/substancia quimica ) foi lesada em seu DNA, progressivamente ultrapassa todos os princípios de bloqueio e correção de eventuais erros e cresce como uma massa que vai ocluindo o intestino do individuo. Esse crescimento pode ser silencioso (demora para se manifestar clinicamente). Através da colonoscopia é possível detectar uma massa neoplásica de coloração pálida (semelhante a miolo de pão) ocluindo o intestino. O procedimento é realizar uma biopsia da massa para que seja constatado que se trata de uma neoplásia.
	Lesões pequenas e discretas podem ser exemplificadas por melanomas, esses são caracterizados pelo acumulo de melanina (ocronose). Essas são situações onde a P-53 tenta de toda forma reparar o dano do DNA, se ela consegue reparar esse dano, as células voltam ao padrão normal, se esse dano não é reparado o mecanismo de apoptoseé ativado e a célula é deletada. Das duas formas o resultado é satisfatório.
Se ocorre dano do DNA , eu tenho mais uma vez a P-53 atuando de forma a minimizar e reduzir esse dano, caso eu não consigo recuperar integralmente a célula, mas consiga fazer com que ela não tenha potencial para carciogenese. Essa célula permanecerá adormecida e inativa (não se multiplica e não prolifera o dano). Ou então , essa mesma célula pode desencadear , através da inibição de genes anti-apoptoticos, a apoptose da própria. -> Dessa forma o tecido continua hígido, pois células lesadas são inativadas ou eliminada.
A situação principal aqui é quando o erro não é corrigido e a célula não é deletada. Com a falha desse sistema origina-se uma célula mutante (material genético passa por processos como a fragmentação, deleção, translocação e outras alterações nas sequencias de bases) que passa a ter comportamento anormal. A célula passa a ser independente e ter comportamento independente do grupo que se originou, essa célula passa a ser, portanto a precursora de uma linhagem neoplásica.
	Ex: Célula mutante na glia neural sempre produz tumor maligno, pois trata-se de um tecido não projetado para suportar alta taxa mitótica e qualquer alteração no ciclo celular causa compressão e complicações.
No caso de tumores malignos as lesões são mais extensas, mal delimitadas, invasivas, com metástase e atividade mitótica aumentada. Geralmente ocorre hemorragia e necrose na lesão . Em biopsia há células com formas diferentes, incomuns a musculatura lisa. A variação do tipo celular dentro de um tecido neoplásico é chamada pleomorfismo. Lesões bem diferenciadas como as neoplasias benignas não tem pleomorfismo, mas neoplasias malignas tem pleomorfismo.
ANAPLASIA: perda de padrão núcleo-citoplasma. O núcleo é completamente diferente e perde relação e proporção com o citoplasma. Caracteristica neoplasia maligna.
Nomenclatura de neoplasias : 
Benignas: nome do tecido + oma
Adenoma – neoplasia benigna com origem glandular
Condroma- neoplasia benigna com origem na cartilagem
Osteoma – neoplasia benigna com origem no osso
Leiomioma – neoplasia benigna com origem no musculo liso
Rabdomioma – neoplasia benigna com origem no musculo esquelético
Termos falsos:
Seminoma - Neoplasia maligna no testículo
Melanoma – neoplasia maligna
Maligna: depende da origem do tecido. Se for epitelial – carcinoma e se a origem for mesenquimal – sarcoma
Tudo que é derivado de tecido conjuntivo é mesenquimal 
Condrosarcoma 
Osteossarcoma
Rabdomiosarcoma
Leiomiossarcoma
Carcinoma baso celular
Carcinoma espino celular 
Eponimos
Tumor de Wilms – nefroblastoma renal
Sarcoma de Caposi – neoplasia vascular
Tumores teratogênicos/ teratomas
Tumores geralmente relacionados ao sistema genital feminino que formam múltiplos tecidos. Examinando um teratoma é possível encontrar dente, cabelo, cartilagem, osso e até pele. (+ frequente pele e cabelo)
Quanto a macrosopia e microscopia:
Se a lesão é bem delimitada 
dimensão e superfície da lesão
se é regular ou irregular 
se tem ou não invasividade 
se o crescimento é rápido e volumoso ou lento e diminuto 
se a neoplasia tem crescimento exofidico ou endofidico
crescimento exofidico – crescimento externo, além do limite do órgão para a luz ou serosa.
endofidico- neoplasia cresce na parede não ultrapassando o limite do órgão. Fixação interna, na parede do órgão. 
Ex: estomago – se a neoplasia se desenvolve infiltrando as camadas musculares é classificada como endofidica, mas se ultrapassa o limite da parede e cresce formando uma massa na luz do órgão o crescimento é exofidico. Carcinoma gástrico pode ter crescimento endo ou exofidico.
Característica das neoplasias:
Diferenciação celular e anaplasia
Lesão bem diferenciada é benigna
Pouco diferenciada é maligna 
Relação núcleo-citoplasma (anaplasia) pode ter graus diferentes, quanto maior o grau maior a chance de a célula entrar em divisão e ter invasividade.
Pleomorfismo- variação dos tipos celulares dentro do tecido neoplásico.
Pleomorfismo acentuado é na neoplasia maligna
Mitoses acontecem em ambos os tipos de tumores, mas mitoses atípicas ocorrem no maligno.
Hipercromatismo – cor intensa dos núcleos evidencia características celulares para as neoplasias. Nem todas as neoplasias tem hipercromatismo, o carcinoma folicular de tireoide , por exemplo, a característica mais importante é o núcleo claro, quase transparente. 
Angiogenese tumoral – as células neoplásica expressam fator de crescimento de vasos sanguíneos (TCF) para que garantam sua nutrição. Por esse motivo é possível que haja irrigação e necrose da neoplasia.
Reação desmoplasica – resposta do tecido conjuntivo ao crescimento neoplásico. Quando a célula neoplásica invade o tecido conjuntivo esse tecido promove aumento da produção de colágeno na tentativa de conter esse crescimento. Quanto mais colágeno se produz, menor passa a ser a flexibilidade desse tecido. Então na margem da lesão há espessamento do colágeno que promove retração da lesão.
Mecanismos de disseminação metastática – circulação sanguínea (hematogenica), circulação linfática ou por fibras nervosas.
Variedade de formas celulares dentro do tecido neoplásico é o pleomorfismo. Células muito diferentes umas das outras.
Atipia célular e mitoses atípicas.
Pleomorfismo, atipia, mitoses tripolares, quebra de histoarquitetura e anaplasia são fatores que em conjunto caracterizam uma neoplasia maligna.

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