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LESÃO CORPORAL

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LESÃO CORPORAL
Art. 129. Ofender a integridade corporal¹ ou a saúde² de outrem:
PENA - detenção, de 3 meses a 1 ano. 
1: É causar um dano anatômico ou um rompimento do tecido (interno e externo). 
2: Qualquer tipo de perturbação fisiológica, alteração no funcionamento de algum órgão ou alteração/perturbação mental. 
Trata-se de uma ofensa física voltada à integridade ou à saúde do corpo humano. Não se enquadra neste tipo penal qualquer ofensa moral. Para a configuração do tipo, é preciso que a vítima sofra algum dano ao seu corpo, alterando-se interna ou externamente, podendo, ainda, abranger qualquer modificação prejudicial à sua saúde, transfigurando-se qualquer função orgânica ou causando-lhe abalos psíquicos comprometedores.
 Não é indispensável a emanação de sangue ou a existência de qualquer tipo de dor.
 Tratando-se de saúde, não se deve levar em consideração somente a pessoa saudável, vale dizer, tornar enfermo quem não estava, mas, ainda, o fato de o agente ter agravado o estado de saúde de quem já se encontrava doente.
DOR: quando individualizadamente considerada por si só não configura o crime de lesão corporal, devido ao fato de não conseguir comprovar que houve de fato a lesão. 
CABELO: a remoção do cabelo sem a autorização da vítima configura lesão corporal.
Exceção: se o dolo for humilhar, o crime é de injúria real (art. 140, § 2°). 
ÓRGÃO: - quem remove para machucar responde por lesão corporal grave ou gravíssima, dependendo do caso;
- quem remove o órgão para comercializá-lo no mercado negro, responde por crime de remoção de órgãos (LEI 9.434/97);
Lesão por ação contundente. Ação mecânica, 3 tipos: 
CONTUNDENTE: causada por um impacto onde a energia será difundida ou espalhada. Ex: soco
INCISA ou CORTANTE: marcada pela difusão da energia em uma “gume”, ou seja, lâmina. É marcada por bordas oblíquas. Normalmente a extensão é maior que a profundidade. 
PERFURANTE: energia se concentra num ponto específico. Neste tipo a profundidade é maior que a extensão.
TIPOS:
RUBEFAÇÃO (Eritema): se caracteriza pela congestão repentina e momentânea de uma região atingida pelo traumatismo, se exteriorizando por uma mancha avermelhada. Não há dano à integridade. A rubefação não configura lesão corporal. 
ESCOREAÇÃO: arrancamento da epiderme com desnudamento da derme, de onde flui serosidade e sangue. Quando a hipoderme é desnudada o que se tem é uma “ferida contusa”. 
Verificar figura abaixo para melhor compreensão. 
EQUIMOSE: lesões marcadas pela infiltração hemorrágica na malha dos tecidos.
 - Sugilação: lesão em forma de grãos. Aparenta estar coberta a pele, semelhante a uma capa de equimose.
 - Víbice: lesão em forma de estria, linha. 
 - Petéquias: lesão em forma de pontinhas (puntiformes).
HEMATOMA: extravasamento de sangue de um vaso bastante calibroso, sem a difusão nas malhas dos tecidos moles, formando verdadeiras cavidades com coleção sanguínea. 
Diferença da equimose: Na equimose tem infiltração, neste tem o surgimento de cavidade.
BOSSA (GALO): é o hematoma que enfrenta a resistência de uma parte dura do corpo (principalmente do tecido ósseo), formando uma saliência no plano cutâneo. 
É diferente de Edema (a concentração de líquidos, serosidade). Não é sangue como a Bossa.
FRATURAS: ruptura da continuidade óssea. Pode ser total ou parcial.
Direta: ocorre lesão no trauma.
Indireta: quando o trauma é causado em região distante. Ex: pular de um prédio. 
LUXAÇÃO: o deslocamento de dois ossos cujas superfícies de articulação deixa de manter contato. 
ENTORSE: lesão articular provocada por movimento exagerado dos ossos que compõem uma articulação. Só atinge ligamentos. 
SUJEITOS ATIVO E PASSIVO
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, o mesmo ocorrendo com o passivo, salvo em algumas figuras qualificadas. 
Como exemplo de sujeito passivo qualificado ou especial, pode-se mencionar a mulher grávida, no caso de lesão corporal com aceleração de parto (§ 1.º, IV) ou de aborto (§2.º,V).
AUTOLESÃO: Em geral é fato atípico. É punida em dois casos:
Quando o intuito é causar prejuízo à seguradora (art. 171, §2°, V - CP).
Quando praticada com a finalidade de criar ou simular uma incapacidade física para não ser convocado ao serviço militar (art. 184, CPM)
CONSENTIMENTO DO OFENDIDO: 
NUCCI: Segundo o entendimento do renomado doutrinador, é perfeitamente aplicável, no contexto das lesões corporais, o consentimento da vítima como causa supralegal de exclusão da ilicitude. Não se pode mais conceber o corpo humano como bem absolutamente indisponível, pois a realidade desmente a teoria.
CIRURGIA:
a) Estrito cumprimento do dever legal: causa de excludente de ilicitude. 
b)Funcionalistas (imputação objetiva): comete fato típico, mas não tem imputação objetiva, pois ele não fugiu do risco tolerado. O médico não ultrapassa o risco autorizado/permitido.
c)Tipicidade conglobante: uma conduta que o direito permite ou fomenta, não se pode punir esta conduta. Portanto, o Médico não responde , uma vez que está amparado no estrito cumprimento dom dever legal. Causa de excludente de ilicitude.
MUDANÇA DE SEXO: 
NÃO CONFIGURA L.C: 
Luiz Alberto David Araújo: “Poder-se-ia argumentar que haveria uma mutilação do corpo, com a retirada do pênis, no caso da cirurgia do transexual homem-mulher. Mas o estado de necessidade justifica amplamente a escolha. O estado de necessidade permite a extinção da vida de outrem, em circunstâncias irreversíveis, logo seria aceitável permitir a retirada de parte do corpo que, para o indivíduo, não tem função de órgão sexual.
Nucci: adota essa linha de raciocínio, porém discorda da justificativa embasada no estado de necessidade, uma vez que o estado de necessidade pressupõe um perigo atual irreparável, colocando em disputa dois bens jurídicos protegidos, havendo de ser salvo o de maior valor. Não é o caso do transexual. Ele não está à beira da morte porque, desejando modificar o sexo, não obtém permissão legal, de modo a autorizar que um médico intervenha, necessariamente para proceder à alteração objetivada. Embasa-se no consentimento do ofendido. 
ESPORTE: diferença da cirurgia. Ao invés de E.C.D.L, neste caso será Ex. Reg. do Dir.
CLASSIFICAÇÃO:
Leve: 129, caput
Grave: 129, § 1º
Gravíssima: 129, § 2º
Seguida de morte: 129, § 3º
Privilegiada: 129, § 4º
Culposa: 129, § 6º
Qualificada (Violência Doméstica): 129, § 9º
LESÃO CORPORAL GRAVE
Art. 129, § 1°: Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
II - perigo de vida; 
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
IV - aceleração de parto: 
PENA - reclusão, de 1 a 5 anos. 
Não importa a subjetividade na análise da lesão, pois o critério legal é objetivo. Ela parte de uma fórmula pré-definida. 
O § 1° prevê quatro hipóteses de lesão grave: 
I–INCAPACIDADE PARA OCUPAÇÕES HABITUAIS POR MAIS DE 30 DIAS:conhecido como “crime a prazo”, pois a lei prevê um prazo de eficácia, ele só se configura passado os 30 dias, antes não há como provar se alguém está sem ocupações habituais. Necessita de dois laudos médicos chamados de “exame de corpo de delito”(v. art 168, § 2°, CPP). O exame complementar pode ser suprido por prova testemunhal, como expressamente prevê o art. 168, § 3.º, do CPP.
Ocupação habitual é algo que a gente exerce e faz como rotina no nosso cotidiano, não é algo esporádico (academia, faculdade). PEGADINHA: utilizar a expressão “trabalho” no lugar de “ocupação” - ocupação é diferente de trabalho, pois é mais amplo.
Ocupações ilícitas ou fora do mundo do direito não estão amparadas pelo tipo. A incapacidade é necessariamente FÍSICA e não psicológica.
II – PERIGO DE VIDA: É a concreta possibilidade de a vítima morrer em face das lesões sofridas. O laudo é determinante, pois irá apontar qual foi o perigo de vida que a pessoa teve. Não basta que o médico diga que ocorreu o risco de vida, mas sim apontar qual risco se trata. 
Trata-se de
um diagnóstico e não de um prognóstico, conforme preleciona ALMEIDA JÚNIOR. 
O risco de vida é no momento da lesão. Se a pessoa viesse a óbito configura risco de vida, caso contrário não há perigo de vida (sem o tratamento a pessoa morreria?).
DOUTRINA MAJORITÁRIA: sustenta que o perigo de vida nasce do PRETERDOLO. O elemento subjetivo é o preterdoloso, porque o resultado perigo de vida deve ser oriundo de culpa, uma vez que fosse admitido o perigo de vida vindo de dolo, estaria diante de um homicídio e não lesão corporal. 
NUCCI e ESTER FIGUEIRO FERRAZ: eles interpretam que essa modalidade é dolosa, não preterdolosa, pois não se pode confundir o animus de causar risco à vida com o animus de ceifar a vida. Uma coisa é querer matar e outra é querer colocar a vida em risco.
Eles se apoiam na redação do tipo. O preterdolo não pode ser presumido, deve ser expresso. 
Ex: Comparação entre § 3º e § 1º inciso II – o segundo é mais direto, já o exige que circunstâncias.
III – DEBILIDADE PERMANENTE DE MEMBRO, SENTIDO OU FUNÇÃO:
Debilidade é sinônimo de redução de capacidade. Membro, sentido ou função continua podendo ser utilizado, mas de forma reduzida. Se a inutilidade fosse completa, tratar-se-ia de uma lesão gravíssima.A debilidade deve ser permanente, definitiva, ela não pode ser curada. Para a comprovação da debilidade permanente, exige-se um laudo médico com um prognóstico de impossibilidade de cura. 
Possuímos dois membros inferiores e superiores. Tronco não é membro. A debilidade deve ser analisa dentro da ótica do membro. 
A perda de dedos, a doutrina costuma enquadrar na lesão grave. Exceção: perda da mão inteira ou do polegar, pois trata-se de lesão gravíssima. 
Sentidos: olfato, tato, audição, visão e paladar.
PEGADINHA: Arrancar um olho não é lesão gravíssima, e sim grave, pois inclui neste inciso, debilidade permanente do sentido visão, uma vez que ainda possui o outro olho. Esta lesão é ligada ao sentido e não ao órgão. A remoção ou a perda de um órgão, ainda permite que a pessoa continue enxergando, mesmo que reduzida. 
Funções: circulatória, respiratória, entre outras.
Ex: Pessoa ficou com dificuldades de respirar após a agressão. Lesão corporal grave. 
IV – ACELERAÇÃO DE PARTO: lesão corporal que provoca o nascimento prematuro da prole. O bebê, obviamente, sobrevive, pois se ele morresse tratar-se-ia de aborto. 
Ex: rapaz que deu voadora na mulher. Analisar o dolo do agente.
1 – se o agente tinha interesse na morte do feto, o crime será de aborto tentado sem o consentimento do agente (Art 125).
2 - se fosse com a intenção de lesionar a mulher através do feto, o crime é de lesão corporal (Art 129, § 1º, inciso IV).
Ao analisar a pena de cada crime, percebe-se um desvalor na pena. 
Não pode responder pelos dois “bis in idem”.Neste caso é um CRIME COMPLEXO= dar uma lida na página 22 do livrinho verde.Ex: ABORTO TENTADO: [artigos 129 + 125 + 14, II]
Há na doutrina o seguinte entendimento: aborto tentado + lesão corporal simples, mas deve ser desvalorizada uma vez que isso serviria somente para aumentar a pena. O direito penal deve interpretar linearmente o tipo. 
Outro entendimento: considerar a aceleração de parto uma hipótese de preterdolo. Ele quis agredir, mas não quis acelerar o parto. 
Explicação semelhante à anterior. Olhar acima!
LESÃO CORPORAL GRAVÍSSIMA
Art. 129, § 2°: Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
II - enfermidade incurável; 
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
IV - deformidade permanente; 
V – aborto.
PENA - reclusão, de 2 a 8 anos.
O código em momento algum menciona a expressão “gravíssima”, somente o termo grave.Este nome é doutrinário. Trata-se de um dos casos mais injustos, devido ao montante da pena ser considerado muito inferior, uma vez que se trata de uma lesão corporal grave.
I - INCAPACIDADE PERMANENTE PARA O TRABALHO: Trata-se da inaptidão duradoura para exercer qualquer atividade laborativa lícita. Nesse contexto, diferentemente da incapacidade para as ocupações habituais, exige-se atividade remunerada, que implique sustento, portanto, acarrete prejuízo financeiro para o ofendido.
Duas correntes.
1ª Corrente(MAJORITÁRIA):parte da doutrina entende que o legislador adotou redação genérica, admitindo qualquer trabalho. Não especifica ou determina a natureza do trabalho.
2ª Corrente (MINORITÁRIA): A análise deve ser individualizada, considerando o trabalho e carreira da pessoa. Se a lesão o impossibilita a pessoa de realizar um trabalho que fez parte de sua vida, é lesão corporal gravíssima. Ex: pianista, acabando com sua capacidade de tocar pianão, acaba capacidade do trabalho dele. Pessoa que faz vários bicos não entra aqui.
II – ENFERMIDADE/MOLÉSTIA INCURÁVEL: É a doença irremediável, de acordo com os recursos da medicina na época do resultado, causada na vítima. Não configura a qualificadora a simples debilidade enfrentada pelo organismo da pessoa ofendida, necessitando existir uma séria alteração na saúde. 
Moléstia é qualquer patologia que altere ou impeça o normal funcionamento do corpo. Assim, é incurável, ou seja, não há prognóstico de cura. 
O crime é definido por uma conduta, quando da conduta a moléstia era incurável. O surgimento posterior de cura a moléstia não fasta nem modifica a conduta anterior. 
Jurisprudência: o momento do crime é na conduta. Os eventos posteriores não modificam a tipificação inicial. Única exceção: diagnóstico errado. 
Problema do caso AIDS: letalidade da doença. 
III - PERDA OU INUTILIZAÇÃO DO MEMBRO, SENTIDO OU FUNÇÃO: A Jurisprudência e a doutrina entendem que a redução exacerbada do membro, sentido ou função equivale à gravíssima. 
Cirurgia de mudança de sexo: tipicidade conglobante.
FRAGOSO = o dolo de cura afasta a lesão corporal.
IV - DEFORMIDADE PERMANENTE: dano estético que não pode ser reparado. Ex: vitrolagem: lesão causada por ácido; perda de orelhas; mutilação grave do nariz.
São quatro requisitos:
O dano deve ser permanente: duradouro e que não se regenera naturalmente.
Eventual cirurgia reparadora feita a posteriori não afasta o crime, analisa-se no momento do crime. 
A lesão deve ser de tamanho considerável, ou seja, não pode ser insignificante.
Visível. Inicialmente a doutrina considerava visível era aquilo que poderia ser percebido quando a pessoa utilizasse roupas do dia a dia, posteriormente o entendimento fora alterado para trajes de banho.
Vexatório, ou seja, tudo aquilo que causa repulsa em um homem médio. NUCCI: ser vexatório não tem nada a ver com a tipificação da lesão. Se for visível ou não aos outros, não faz diferença, a violência é contra a pessoa, deve ser visível para esta, uma vez que foi ela quem sofreu.
V – ABORTO: explicação é semelhante ao inciso IV do 1º, a diferença aqui é que o feto morre.
LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE
Art. 129, § 3°: Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:
PENA - reclusão, de 4 a 12 anos. 
A norma afasta o dolo, uma vez que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo. Há uma conduta dolosa inicial com um resultado advindo de culpa (preterdolo). Todo crime que tem elemento culpa em sua formação, não admite tentativa.
LER LIVRO NUCCI PÁGINA 141
LESÃO CORPORAL PRIVILEGIADA
Art. 129, § 4°: Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
Explicação semelhante do artigo 121. A diferença entre homicídio e lesão corporal é o dolo.
LER LIVRO NUCCI PÁGINA 142
SUBSTITUIÇÃO DE PENA PARA A LESÃO SIMPLES
Art. 129, § 5°: O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis: 
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; 
II - se as lesões são recíprocas.
LER LIVRO NUCCI PÁGINA 142
LESÃO
CORPORAL CULPOSA
Art. 129, § 6º: Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) 
PENA - detenção, de 2 meses a 1 ano. 
Trata-se do caput, embora com outro elemento subjetivo: a culpa. Não mais se enquadra neste tipo penal a lesão corporal cometida na direção de veículo automotor, uma vez que o CTB estipulou um tipo incriminador específico em seu artigo 303. 
É um crime de menor potencial ofensivo, uma vez que a pena máxima é inferior ou igual a 2 (dois) anos. Além disso a pena mínima é inferior ou igual a 1 (um) ano, cabendo a suspensão condicional do processo. 
* Sursi exclusivo da fase de pena É DIFERENTE DE suspensão condicional do processo.
AÇÃO PENAL (pública condicionada) - LJE - Lei nº 9.099 de 26 de Setembro de 1995 
Art. 88 –“Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas”.
A composição civil (acordo) feita em sede de juizado implica na renúncia do direito de representação. 
EXEMPLOS:
Ex1: Bruna varre calçada. Fran está subindo o morro e Bruna, sem perceber sua presença, acaba acertando a vassoura em seu rosto, ocasionando uma bossa (galo) em seu rosto. 
NÃO HÁ CRIME, pois se trata de um fato irrelevante para o DP.
Ex2: Bruna continua varrendo a calçada, totalmente imprudente, e acerta a vassoura no olho de Fran. 
Em tese, se fosse dolosa a conduta, seria lesão corporal grave. 
Nas lesões corporais culposas a gravidade da lesão não modifica a tipificação da conduta. Independente do resultado físico, a lesão é culposa. Mesmo que ela tenha ficado cega, o crime é o mesmo. 
Não existe lesão corporal culposa grave, gravíssima e seguida de morte, pois essas figuras são exclusivas da lesão corporal dolosa. 
A gravidade da lesão não modifica a tipificação da conduta, porém não é irrelevante, uma vez que o grau da lesão serve como parâmetro para dosimetria da pena. 
AUMENTO DE PENA (§§ 7° e 8°)
§ 7°: aumenta-se 1/3 se ocorrer qualquer das hipóteses dispostas nos §§ 4° e 6° do art. 121. 
§ 4°: Na homicídio culposo lesão corporal culposa, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo dolosa a homicídio lesão, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
§ 6°:A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.[1: Comentário no livro do NUCCI, página 144 , terceiro parágrafo]
§ 8° - PERDÃO JUDICIAL: aplica-se o disposto no § 5 do art. 121:só troca o tipo de crime.
“Na hipótese de homicídio culposo lesão corporal culposa, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária”.
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA:
Art. 129, § 9º: Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006).[2: ascendente: pai (tanto biológico quanto o adotivo), mãe, avô, bisavô, etc.][3: descendente: filho tanto biológico quanto adotivo.][4: irmão: idem ao item 3.]
PENA - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
Este artigo é uma figura de lesão corporal qualificada quanto à vítima. Trata-se uma qualificadora, é praticamente um crime autônomo. A doutrina classifica como crime derivado, pois parte do tipo fundamental (tipo originário, neste caso é LC Simples) e aumenta a pena, criando uma pena nova.
Neste tipo penal o mínimo legal permaneceu o mesmo se comparado caput (3 meses), porém aumentou o máximo de um ano para três anos, em virtude da Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha).
Namoro - Cont. Const 91.979/MG: relações esporádicas não duradouras não são suficientes para serem inseridas no § 9° e nem na Lei Maria da Penha.
Interessante notar que não se trata de um crime de menor potencial ofensivo, pois a pena máxima é superior a dois anos, porém cabe suspensão condicional do processo, uma vez que a pena mínima é inferior a um ano.
O § 9 é exclusivo de lesão corporal leve.
Este tipo penal não se utiliza apenas para mulheres, também para homens. 
AÇÃO PENAL: incondicionada: ADIn 4.424 STF e Súmula 542 do STJ.
O homem pode renunciar à sua representação e a mulher deixar de ser presa em flagrante, já a mulher não pode renunciar. A mulher é obrigada a representar, pois é ação pública incondicionada. 
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9º deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)
O aumento de pena corresponde aos §§ 1º a 3º. Se a lesão for grave, gravíssima ou resulta de morte o agente responde nestes respectivos parágrafos, uma vez que pelo § 9 a pena seria menor e é exclusiva de lesão leve. 
Ex: Cidadão A agrediu B, arrancando-lhe o olho. Trata-se do crime de lesão corporal grave, § 1º pena 1 a 5 anos. Se a A for marido de B responderá pelo § 1º, com aumento de pena do § 10, em função do § 9º, onde a pena seria de aproximadamente 1 ano e 3 meses a 6 anos e 6 meses e não de 3 meses a 3 anos previsto no § 9º. 
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006)
Se a lesão é grave e o irmão é deficiente. Responde pelo art. 129,§ 1º, combinado com o § 11, na forma do § 9º.
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços. (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015).
Art. 1 da Lei dos Crimes Hediondos - Lei 8072/90
São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados:
.......
I-A: Lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federall, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição.

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